Os Dez Mandamentos expressam
de forma sintetizada a lei moral de Deus. Essa lei é eterna e transcende ao
Antigo e ao Novo Testamento. Os Dez Mandamentos são as dez palavras da Aliança.
No texto hebraico é empregado o vocábulo dabar, “palavra”. Esse termo era
utilizado para as estipulações nos tratados políticos da época. Por isto os Dez
Mandamentos também são chamados de Decálogo, que significa “dez palavras” no
grego.
Os Dez Mandamentos estão
registrados em Êxodo 20:2-17. Depois eles são repetidos em Deuteronômio 5:6-21.
Resumidamente, os Dez Mandamentos são:
1º mandamento: Não terás
outros deuses diante de mim.
2º mandamento: Não farás para
ti imagem de escultura.
3º mandamento: Não tomarás o
nome do Senhor teu Deus em vão.
4º mandamento: Lembra-te do
dia de descanso para santificar.
5º mandamento: Honra teu pai e
tua mãe.
6º mandamento: Não matarás.
7º mandamento: Não
adulterarás.
8º mandamento: Não furtarás.
9º mandamento: Não dirás falso
testemunho.
10º mandamento: Não cobiçarás
nada do teu próximo.
Quando os Dez Mandamentos
foram dados por Deus?
A lei moral de Deus foi
revelada ao homem desde o princípio. A vontade do Senhor, de forma geral, está
impressa na consciência do homem criado à sua imagem e semelhança, apesar de
essa imagem ter sido desfigurada pelo pecado. Essa mesma lei foi revelada de
forma detalhada e especial por Deus ao seu povo, e registrada através de
Moisés. Entenda quem foi
Moisés.
Então os Dez Mandamentos foram
dados por Deus por escrito no Monte Sinai. O texto
bíblico enfatiza a origem dos mandamentos em Deus, dizendo que essas palavras
foram “escritas pelo dedo de Deus” em tábuas de pedra (Êxodo 31:18;
cf. 32:15-16; 34:1,28).
As duas tábuas de pedra que
registraram os Dez Mandamentos ficaram conhecidas como “tábuas da Lei”. Durante
parte da história do povo de Israel, essas tábuas da Lei ficaram guardadas dentro
da Arca da
Aliança, juntamente com o vaso do maná e
a vara de Arão.
A forma com que os Dez
Mandamentos são apresentados, se assemelha à disposição dos antigos tratados do
segundo milênio antes de Cristo. O Decálogo inclui um preâmbulo seguido de um
prólogo histórico (Êxodo 20:2), e as estipulações do tratado, que são os
mandamentos propriamente ditos (Êxodo 20:3-17).
Os Dez Mandamentos,
especificamente, não trazem penalidades. Isso significa que eles servem como um
documento de base da Aliança de Deus com seu povo. As penalidades são
registradas acompanhando uma série de leis que seguem imediatamente o registro
dos Dez Mandamentos (Êxodo 20:22-23:19).
É interessante notar o
paralelo que há entre os atos criativos de Deus e os Dez Mandamentos. Deus
criou todas as coisas por meio de dez palavras (Gênesis 1:3-29). Da mesma
forma, através de dez palavras, Deus transmitiu o seu propósito e regulou a
vida na sociedade humana.
Qual o significado dos Dez
Mandamentos?
Como foi dito, os Dez
Mandamentos revelam que existe um Deus, e expressam a sua vontade, sua
santidade e sua autoridade. Eles refletem seu caráter santo e justo e indicam
seu propósito para o homem. Essa lei moral de Deus não está registrada apenas
nos Dez Mandamentos, mas pode ser vista nas Escrituras do começo ao fim. Ela
está nos demais estatutos transmitidos a Moisés, nos escritos dos profetas, no
ensino de Jesus Cristo e
nas epístolas do Novo Testamento. Em sua Lei, Deus adverte e proíbe aquilo que
lhe ofende, bem como ordena e indica aquilo que lhe agrada.
Os quatro primeiros
mandamentos dizem respeito a nossa relação com Deus. Eles revelam que nosso
Deus é único e verdadeiro, e que seu santo nome deve ser reverenciado. Por isto
não devemos adotar falsos deuses ou buscar em formas materiais alguma expressão
divina. Além disso, devemos dedicar um período de descanso do nosso trabalho
para santificar ao Senhor.
Os seis últimos mandamentos
dizem respeito ao nosso relacionamento com o próximo. Esse bom relacionamento
deve, em primeiro lugar, começar dentro de nossa própria casa, honrando nossos
pais. Também não devemos atentar contra a vida de nosso próximo, nem contra
suas posses ou sua moral.
O último dos 10 mandamentos
conclui essa síntese da lei moral de Deus mostrando a gravidade dos nossos
pensamentos, das intenções de nosso coração. Se a ação negativa contra o
próximo é terminantemente proibida, da mesma forma também o é arquitetar, ainda
que no campo da imaginação, contra ele.
Os Dez Mandamentos são válidos
para hoje?
Sim, os Dez Mandamentos
continuam válidos na atualidade. Mais uma vez é importante repetir: os Dez
Mandamentos resumem a lei moral de Deus e expressam sua natureza santa e sua
vontade perfeita. Deus é imutável e, consequentemente, sua Palavra também é.
Isso significa que tudo aquilo que os Dez Mandamentos proibia no tempo de
Moisés, continua sendo proibido em nossos dias.
O próprio Jesus fala disto ao
ensinar sobre como seus seguidores devem viver suas vidas de uma forma que
agrada a Deus. Ele resume os Dez Mandamentos em apenas dois que fundamentam
todos os demais: o amor a Deus e o amor ao próximo (Mateus 22:37-40). É muito
fácil entender por que Jesus coloca os Dez Mandamentos dessa forma,
compactando-os em dois.
Aquele que ama a Deus de todo
seu coração, de toda sua alma, de todo seu entendimento, sobre todas as coisas,
jamais irá reconhecer outro deus diante d’Ele ou construir imagens de
escultura. Também saberá entender a importância e o significado do nome de Deus,
e não irá tomá-lo em vão. Além disso, também sentirá prazer em dedicar-lhe um
tempo adequado para adorá-lo por sua grandeza e por suas obras.
Da mesma forma, aquele que ama
ao seu próximo como a si mesmo, refletirá esse amor na forma com que ele
procura honrar seus pais. Ele também não irá buscar matar, furtar, adulterar,
difamar e cobiçar o seu próximo.
Como os cristãos devem guardar
os Dez Mandamentos?
Os judeus receberam a Lei de
Deus e acreditavam que se fossem capazes de cumpri-la na íntegra, alcançariam o
perdão e o favor de Deus. Consequentemente, eles seriam aceitos no paraíso.
Mas os cristãos jamais devem
interpretar a Lei de Deus dessa
forma. Eles não devem guardam os Dez Mandamentos como uma forma de obter
justiça própria, pois isto é impossível. Ninguém poderá alcançar a salvação por
cumprir os Dez Mandamentos, até porque ninguém é capaz de obedecer, por si
mesmo, todos os mandamentos do Senhor.
O problema, obviamente, não
está nos mandamentos de Deus, mas na alienação do próprio homem. Os Dez
Mandamentos não revelam somente quem Deus é, mas também quem nós somos, e
somos, por natureza, pecadores que merecem a condenação por quebrar a Lei de
Deus.
A natureza do homem é
corrompida pelo pecado e sua vontade inclinada ao mal. Apenas Jesus cumpriu
toda a Lei. Ele foi o único que obedeceu de forma completa e absoluta os Dez
Mandamentos. Então através d’Ele, por sua justiça imputada em nós, também nos
tornamos cumpridores da Lei de Deus. Mas neste caso, todos os méritos são de
Cristo! Entenda a doutrina da
justificação pela fé.
Guardando os Dez Mandamentos
como norma de gratidão
A Lei de Deus revela o que o
homem pode e o que não pode fazer. Porém ela não lhe concede poder para
cumpri-la plenamente. Por isto o apóstolo
Paulo escreve que “a letra mata”. Mas todos aqueles
que nascem de
novo são habilitados pelo Espírito Santo a viver de uma forma
que agrada a Deus. Por isto o mesmo apóstolo completa dizendo que “o
Espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6). O próprio fruto do Espírito é
gerado em cada um deles, em contraste com as obras da carne comuns
à velha natureza.
Assim, os cristãos observam os
Dez Mandamentos como uma norma de gratidão ao Deus que os salvou. Eles foram
redimidos por Cristo, salvos pela graça mediante a fé.
Por causa de sua nova natureza, eles desejam viver de uma forma que agrada a
Deus. Alguém pode perguntar: Como posso agradar a Deus e glorificar seu nome
através da minha conduta de vida? Os Dez Mandamentos fornecem uma resposta
simples, clara e direta a esta pergunta.