Veredas
da Justiça: Sermões que Edificam
TEXTO: APOCALIPSE 1.9-20
INTRODUÇÃO:
A chave deste livro encontra-se no versículo inicial. "Revelação de
Jesus Cristo". O propósito principal consiste em revelar o Senhor Jesus
Cristo como o Redentor do mundo e Conquistador do mal, e apresentar de forma
simbólica o programa mediante o qual ele desempenhará seu trabalho. A conclusão do livro é um convite à devoção.
Se Cristo vai retornar, a santidade e o trabalho são obrigatórios no que
respeita a seu povo. A oração no final deve expressar o desejo de todo crente:
"Amém. Ora vem, Senhor Jesus" (22:20). Existem três correntes principais
de pensamentos sobre o Apocalipse: A preterista, relata que este livro trata
apenas do passado, de fatos que já ocorreram naquela época; a futurista, ensina
que este livro expõe apenas fatos que ainda hão de acontecer; por fim temos a
corrente histórica, esta explana que o autor sagrado ensina nestes escritos
sobre coisas que já aconteceram (passado), estão acontecendo (presente) e, de
coisas que ainda irão acontecer, esta é a corrente seguida pelas igrejas de
linha reformada, entre estas a Igreja Presbiteriana do Brasil
A autoria do livro de Apocalipse é dada a um homem cujo nome é João, estava
na ilha de Patmos, onde se achava exilado por causa de sua fé cristã (1:4-9;
22:8) Era bem conhecido entre as igrejas da Ásia, e considerado
"profeta" (22:9). Justino Mártir (cerca do ano 135 d.C.) e Irineu de
Lião (cerca do ano 180 d.C.), pais da igreja, citaram verbalmente este livro,
atribuindo-o a João, um apóstolo de Cristo. Mas devido a sua linguagem ser bem diferente
do evangelho segundo São João, alguns intérpretes da Bíblia, pensam que não foi
escrito pela mesma pessoa. Contudo, o pensamento conservador atribui a João,
filho de Zebedeu, a escritura deste livro, por volta do ano 95 d.C., durante o
governo de Domiciano, neste livro há muita simbologia e sinais trazendo lições
para a igreja da época que passava por pesada tribulação, daí a necessidade
desta revelação para confortá-la.
TEMA: JESUS, O AUTOR DA REVELAÇÃO
DIVINA
1. JESUS USA UM INSTRUMENTO HUMANO
PARA ENTREGAR A REVELAÇÃO. V.9-11
1.1 É irmão e companheiro na
tribulação. V.9a
“Eu, João,
irmão vosso e companheiro convosco na tribulação [...]”
Ele se autodenomina irmão e companheiro.
João não se sente melhor do que os demais irmãos nem se enaltece por ter
recebido uma alta revelação, como em outra ocasiao Paulo também recebeu (2 Co
12:17), a condição de porta-voz de Deus não anula a condição de irmão,
co-igual. A tribulação é o quinhão do povo de Deus nesta era (Jo 16:33; At
14:22). A igreja está no meio do conflito entre o Reino de Deus e o Reino das
trevas. A igreja sempre foi e será atribulada no mundo. Em Mateus 24 Jesus fala
desse sofrimento de forma crescente: Os v. 4-8 descrevem o "princípio das
dores", os v. 9-14 os "tormentos" na forma de perseguição aos
discípulos, os v. 15-28 uma "grande tribulação" como o auge, e os v.
29-31 apontam que esta “tribulação” culmina na segunda vinda de Cristo. As
perseguições desencadeiam traição e apostasia na igreja (Mt 24:10-12). Essa
perseguição já havia começado no banimento do apóstolo da civilidade para uma
ilha separado de todos, inclusive dos irmãos, daí a expressão que ele usou
apontando para o novo ceu e nova terra dizendo que o “mar já não existe” (21.1),
ele estava dizendo que quando Jesus instaurasse o seu reino, não haveria mais
separação dele e dos irmaos, pois o que o separava dos irmãos era uma ilha
cercada pelo mar, ele usou a figura de linguagem metonimia, o instrumento pela
coisa causada.
1.2 Persevera no reino presente em
Jesus. V.9b
“Eu, João, irmão vosso [...] no reino, e
na perseverança em Jesus [...]”
A igreja é o povo sobre o qual o Reino já veio de forma provisória na
terra e que herdarão o Reino quando ele vier na sua plenitude na nova terra,
nova jerusalém; mas nesta posição a igreja é o objeto do ódio satânico,
destinada a sofrer perseguição. Por causa desta perseguição e males nós
precisamos ter uma perseverança triunfadora. "Aquele, porém, que perseverar
até o fim, esse será salvo" (Mt 24:13). Ainda não chegou o que havemos de
ser. Ainda aguardamos o triunfo final. Nossos olhos estão fixados no Rei que
vem. Somos a noiva que espera o noivo. Vivemos em grande expectativa! Todas
essas dificuldades, entretanto, nós experimentaremos em Jesus, em união
espiritual com ele. Só existe um caminho entre tribulação e o Reino, entre
aflição e a glória, e este caminho é a paciência ativa, a perseverança, afinal
o salvo persevera até o fim e Jesus é quem o faz perseverar (Jd V.24). Dizia a
irmã Geó: “Eu estou esperando a volta de Jesus”.
1.3 Sofre dano por causa do seu
testemunho fiel do evangelho. V.9c
“Eu, João, irmão vosso [...] estava na ilha chamada Patmos por causa da
palavra de Deus e do testemunho de Jesus”.
João é preso na ilha de Patmos por causa
da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo (v. 9). Possivelmente João
foi acusado de subversão pelo governador da Ásia por pregar o Evangelho e
testemunhar do senhorio de Cristo, num tempo em que o imperador Domiciano
arrogava para si o título de Senhor e Deus. João é condenado a sofrer
humilhações, prisão, fome e trabalhos forçados por amor à Palavra de Deus. As
lutas da igreja perseguida nos paises mulçumanos, ali irmãos e irmãs são presos
e torturados por declarar que são crentes em Jesus.
1.4 Recebe a revelação diretamente de
Deus. V.10
“Eu fui
arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande
voz, como de trombeta”.
João achou-se em espírito.
Apesar de João estar fisicamente em Patmos, naquele dia do Senhor (Domini Dei),
achou-se também em espírito. A ilha do exílio transforma-se em porta do céu. Em
Patmos ele enfrentou a dor do exílio, mas em espírito ele entrou na sala do
trono. Em Patmos nós sofremos, mas em espírito, nós reinamos. Deus transforma
nossas tragédias em triunfos gloriosos. Em Patmos João tocou o outro mundo. Não
importa as circunstâncias, se você está no palácio ou na favela. O
todo-poderoso pode sempre nos tocar e nos levar ao seu trono. O lugar do exílio
tornou-se a ante-sala da glória. Jesus falou diretamente com João como fazia
quando ele reclinava a cabeça no peito do mestre. João recebeu esta revelação
no dia do Senhor, dia que a igreja celebra a vitória do seu Senhor sobre a
morte e também o dia da esperança, que dirigia seus sentidos para a consumação
e a renovação do mundo. Na solidão da ilha, isolado e exilado João ouve uma
voz. Roma pôde até proibir João de ter contato com os seus irmão perseguidos,
mas não pôde proibir João de ter contato com o trono de Deus. O mundo não pode
proibir o nosso contato com o céu. A visão começa com uma audição. Por trás
para que João não fosse confundido com vozes paralelas (Is 30:21). A trombeta
fala de uma voz sobrenatural, poderosa, assustadora. Jesus fala pessoalmente com
João e continua falando pessoalmente conosco pela sua palavra.
1.5 Tem a responsabilidade de
transmitir à igreja. V.11
“Que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a
Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia”.
O que vês escreve em livro -
A mensagem precisa ser registrada fielmente e perpetuamente. Essa ordem
percorre todo o livro (2:8,12; 3:1,7,14;10:4;14:13;19:9;21:5). Isso eleva essa
profecia a uma categoria normativa para toda a igreja em todos os tempos. Deus
quis registrar sua palavra para nós, o diabo tem usado politicos corruptos para
desviar dinheiro da educação, pois ele não quer que as pessoas aprendam a ler e
escrever, afinal Deus tem um livro escrito.
Envia para as sete igrejas - Essas cidades eram
sedes administrativas e já por isso áreas de concentração do culto ao
imperador, estas igrejas precisavam de conforto para superar toda a pressao que
sofriam do império romano, Deus quer falar pessoalmente à sua igreja e envia
seu servo a escrever cartas exortativas e consoladoras.
2. JESUS NA REVELAÇÃO UTILIZA
ELEMENTOS VISÍVEIS PARA COMUNICAR LIÇÕES ESPIRITUAIS. V. 12-16, 20
2.1 Deus mostrou a ele sete
candeeiros de ouro, que representavam a igreja de Cristo. V.12
“E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete
candeeiros de ouro”.
Ø A Igreja de Cristo é para crescer.
São “sete” igrejas e não mais uma igreja
apenas em Jerusalém, mas agora está espalhada pelo mundo conhecido à época,
doze homens viraram o império romano de ponta cabeça, a ponto dos inimigos dos
cristãos falarem: “estes que tem transtornado o mundo chegaram até nós (Atos
17.6). Agora já estava espalhada por toda a Ásia Menor. Temos aproximadamente
30 cidades no Cariri, próximas a Monteiro, o número de evangélicos é mínimo e
não há um trabalho presbiteriano, nossa igreja foi fruto de visão missionária,
diferentes de algumas que cresceram levando crentes de outras igrejas. Mas o
que está acontecendo que nossa igreja perdeu essa visão missionária? Precisamos
retomar essa visão, muitos de nós estão brincando de ser crente, acha que
participar de evento missionário em outra cidade é para sair da rotina. Deus é
quem dá o crescimento da igreja, mas a missão de levar o evangelho é nossa como
diz Marcos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos
16.15). João fez parte deste movimento de expansão do evangelho através da
igreja da sua época. Nós o que temos feito na época atual? Lembrar que sete
também significa plenitude da presença de Deus da mesma forma que Sete
Espíritos de Deus significa plenitude da presença do Espírito Santo (Apocalipse
3.1).
Ø A igreja deve ser luz para as
pessoas, vemos na expressão “Candeeiros”.
Quando eu era
criança, alcancei a época do candeeiro, usávamos durante a noite para
iluminarmos a casa e para nós não tropeçarmos na escuridão, pois candeeiro
tinha nesta época a função que a lâmpada e energia elétrica tem hoje iluminar casas,
escolas e vias públicas, a igreja precisa ser luz para trazer pessoas da
escuridão do pecado para a luz da vida que é Jesus. O próprio Cristo disse que
não se acende um candeeiro para colocá-lo debaixo do alqueire, mas no velador
para iluminar a todos da casa (Mateus 5.15), ainda disse que não se esconde uma
cidade edificada sobre um monte (Mateus 5.14), Ele queria mostrar que o cristão
não pode se esconder, mas botar a cara na rua para que as pessoas possam
conhecer a Cristo por meio dele, deve nossa luz brilhar diante dos homens para
que glorifiquem o Pai (Mateus 5.16). Pedro tentou se esconder quando disse para
uma empregada que não conhecia Jesus, mas ela disse que sua própria voz
denunciava que ele havia estado com Jesus (Mateus 26.69-75); Jonas tentou se
esconder no porão de um navio quando homens o acordaram, o chamaram de
preguiçoso e pediram que clamasse ao seu Deus para os livrar da tempestade (Jonas
1.5, 6), de sorte que não adianta esconder-se, mas ser luz como diz o grupo Sal
da Terra na sua música “ candeeiro”, dizendo: “Nosso Senhor nos fez candeeiro
para iluminar o mundo inteiro falando do seu amor”. Seja candeeiro de Jesus
para iluminar os que vivem nas trevas, pois o papel da igreja é ser candeeiro
de Deus no mundo. João vê a igreja em duas figuras: sete estrelas e sete
candeeiros. Tanto a estrela como o candeeiro são luzeiros. Eles devem refletir
luz. A igreja é a luz do mundo. Ela resplandece no mundo. Se uma lâmpada
deixasse de proporcionar luz ela era afastada (2:5). A luz da igreja é
emprestada ou refletida, como a da lua. Se as estrelas têm de brilhar e as
lâmpadas luzir, elas devem permanecer na mão de Cristo e na presença de Cristo,
a igreja só é candeeiro e estrela se estiver na dependencia de Jesus.
Ø A igreja é preciosa para Deus,
vista na expressão “candeeiros de ouro”.
O ouro é o mais precioso dos metais, a igreja
tem um valor tão grande para Jesus que foi descrita como candeeiro de ouro,
Jesus amou a igreja e se entregou por ela (Efesios 5.25), Ele protege sua
igreja, guarda como um pastor cuida do seu rebanho (João 10.1-10), quem tocar
em um dos seus servos é mesmo que tocar na menina do olho de Deus (Zacarias 2.8).
Quando alguém disser que você não vale nada, lembre que Jesus o comprou por um
preço enorme não de coisas fúteis, mas o preço do sangue do Cordeiro perfeito,
Jesus (I Pedro 1.18-20). Você tem valor, pois Jesus colocou algo precioso em
você que é o Espírito Santo de Deus (Romanos 5.5).
2.2 O Deus que revela é o mesmo que
passeia no meio da igreja. V.13-16, 20
Ele passeia no meio da igreja
constantemente, por isso ele conhece a vida de cada crente no seu mais íntimo
ser, como ele afirma para cada um dos lideres das sete igrejas, como disse o
Rev. Hernandes Dias Lopes em uma de suas mensagens que se as cartas às sete
igrejas da Ásia fosse uma música, o refrão seria “Eu conheço”, e de fato, ele
conhece o mais intimo do nosso coração, alguém me disse que coração é terra que
ninguém anda, mas eu respondi que Deus é agricultor (João 15.1). Jesus falando
do conhecimento que tinha sobre uma das igrejas e seus líderes, fez algumas
declarações:
a) Para a igreja de Éfeso disse que conhecia as
suas obras.Apocalipse 2.2
Jesus conhecia o trabalho, sua
perseverança, doutrina fiel, mas aquela igreja esqueceu do primeiro amor, ou
seja, trabalhou tanto para Jesus que esqueceu de parar para ouvir Jesus falar
(Apocalipse 2.2-4), semelhante a Marta que se preocupou tanto em servir almoço
para Jesus, deixar a casa limpa para Jesus, mas esqueceu da melhor parte, que é
parar aos pés de Jesus para o escutar (). Pare um pouco para escutar Jesus
falar.
b) Para igreja de Esmirna, Ele
conhecia o sofrimento e a pobreza daquela igreja Apocalipse 2.9
Aquela igreja tinha de enfrentar falsos
cristãos, prisões por causa do evangelho, ainda era uma igreja muito pobre que
nem tinha condições de sustentar obreiros, pois o império romano com raiva dos
crentes de Esmirna por não se dobrarem diante da imagem do imperador,
confiscava os bens deles e eles passavam por várias privações, mas Jesus disse
que para Ele aquela era uma igreja rica. Como ficariam os “teólogos” da
prosperidade, que dizem que o crente tem que ser rico e saudável? (Apocalipse
2.9).
c) Para Igreja de Pérgamo, o Senhor
diz que conhece o lugar onde aquela igreja está, que seria um lugar onde
estaria o trono de satanás. Apocalipse 2.13
Aquela igreja está localizada em uma
cidade onde havia o mais antigo templo para o Culto ao imperador, daí a
expressão “onde satanás habita”, mas os crentes de pérgamo não negam o nome de Jesus,
mas infelizmente há tolerância aos falsos ensinos como o de Balaão, estavam
querendo colocar dentro da igreja práticas de sincretismo religioso como Balaão
introduziu feitiçarias e práticas pagãs no meio do povo de Israel, neste
período falsos mestres queriam introduzir o paganismo no meio do cristianismo,
hoje não é diferente com a sessão do descarrego, toalha molhada de suor para
curar doenças, refazer casamento, fazer sumir debito de conta, a toalha só não
cura joelho, pois o apostolo da toalha operou o joelho no hospital Albert
Einstein, um dos melhores hospitais da América Latina, ainda havia a doutrina dos
Nicolaítas que tinham as mesmas heresias do grupo de Balaão. São muitos grupos
que seguem teologias enganosas, como a da prosperidade, o liberalismo
teológico, russelitas e outros. O mal se espalha com facilidade, por isso está
na hora de nós sairmos do comodismo, deixar a preguiça de lado e sair para
espalhar a boa semente do evangelho. Esta cidade mesmo em lugar de difícil
aceitação do evangelho pregou e Deus salvou almas, o ano passado um pastor
jubilado chamado Cleomines Anacleto decidiu plantar uma igreja presbiteriana na
Praça do Papa, o lugar mais católico de Belo Horizonte – MG, ali não tinha
nenhum crente. O Presbitério de Belo Horizonte devido aos apelos do Pastor
aceitou, ele iniciou os trabalhos com sua esposa, filhos e netos em uma casa
com uma garagem, foram se achegando pessoas, hoje está ali a Igreja
Presbiteriana na Praça do Papa com 150 membros, pois até na Praça do Papa
quem manda é Jesus. Imagine se nós
começarmos a evangelizar estas cidades vizinhas, com certeza teremos êxito,
pois no Cariri quem manda é Jesus.
d) Para igreja de Tiatira Ele
afirmou que conhecia as obras, fé, serviço, perseverança e constância.
Apocalipse 2.19
Era uma igreja operosa, insistia na
obediência, serviço cristão, preservava a fé apostólica que é o corpo de
doutrinas deixadas pelos apóstolos, era uma igreja que amava a Deus e as
pessoas, mas fazia vistas grossas ao pecado tolerando a falsa profetisa Jezabel
que ensinava a idolatria e prostituição dentro da igreja. Nós muitas vezes
somos legalistas com aqueles que não temos afinidade, achamos que devem ser
punidos sem dó nem piedade, mas quando é alguém que temos afinidade buscamos
amenizar e arrumar desculpas para tolerar o seu pecado, alguém chegou para mim
e disse que determinada pessoa deveria ser disciplinada, mas desconhecia as
dificuldades que a outra pessoa enfrentava, enquanto parentes seus que têm um
testemunho terrível, passa a defender com unhas e dentes. Essa Jezabel de
Apocalipse tinha afinidade com o líder daquela igreja que tentava amenizar o
seu pecado, enquanto com outros era rígido. Houve um líder que disciplinou um
jovem de sua igreja por adultério, seu filho engravidou uma jovem da igreja, o
pastor na calada da noite tirou seu filho para outro estado, assim acontecia na
igreja de Tiatira.
e) Para a igreja de Sardes ele
explanou que conhecia suas obras, parecia viva, mas estava morta. Apocalipse
3.1
Tem muitas igrejas que parecem grandes,
abastadas, mas estão mortas, o pecado está tomando conta de tudo, prostituição,
mentira, bajulação com políticos para receber benefícios em troca, faz-se da
igreja curral eleitoral, talvez por isso vários políticos não gostem de vir a
Igreja Presbiteriana. Pois, nós não trocamos púlpito por telhado, piso ou
tijolo para igreja. Tudo que é construído por essa igreja é com recursos da
própria igreja. Meus irmãos o que vemos no Brasil é um absurdo, varias igrejas
se preocupam em encher seus templos sem preocupar-se com a qualidade de vida
deles, não se prega mais sobre pecado, agora a pregação é de auto ajuda
“Determina”, “decreta”, “esse cara sou eu”, são templos magníficos para encher
de pessoas vazias em busca de coisas fúteis como bens materiais, curas
temporárias enganosas como as feitas por determinado apostolo que foi
comprovado que todas as pessoas que deram testemunho continuaram o tratamento
médico. Você e eu somos templo do Espírito Santo, você e eu precisamos viver de
maneira real e não apenas de aparência. A igreja de Sardes parecia viva, mas
estava morta.
f)
Para
a igreja de Filadélfia ele disse que conhecia suas obras, era uma igreja fiel.
Apocalipse 3.8
Aquela era uma igreja pequena, que
confessava e não negava o nome de Jesus Cristo, mesmo com sua pequenez, ela se
confiava no nome de Jesus, Ele diz que ela deve continuar servindo e confiando
Nele. Muitas vezes deixamos de confiar em Deus para confiar em nossas forças,
muitas vezes nos escondemos na hora de confessar a Cristo quando aquilo pode
nos trazer transtornos pessoais, como a história do rapaz que foi para o
exercito e foi contar a bênção que ninguém zombou dele porque não souberam que
ele era crente, aqueles crentes de Filadélfia eram conhecidos pelo seu
testemunho do Senhor Jesus. Existem empresas que só querem crentes para
trabalhar porque os crentes que passaram por lá foram os melhores funcionários,
dedicados, ousados e amigos. Ao passo que muitas empresas não querem nem saber
de crentes nela, devido a maus testemunhos de crentes que por ali passaram. Testemunho
não é o homem falar de si próprio, mas de Jesus, e outros enxergarem Jesus
nele. Aquela igreja estava em um lugar que havia sido afetado por vários
terremotos, mas Deus disse que aquela igreja seria uma coluna no Santuário de
Deus (v.12), não importa o lugar onde você está, pode ser um lugar inseguro,
mas Deus pode te fazer coluna firme naquela cidade. Imagine as cidades
japonesas de Hiroshima e Nagazak que ficaram reduzidas a cinzas, mas hoje a
Igreja Presbiteriana Japonesa está presente nestas cidades, delas estão saindo
grandes pregadores para o resto do Japão. Jesus transforma o caos em benção. Asbhel
Green Simonton disse que “A guerra com Deus é paz, e a paz sem Deus é guerra”.
g) Para a igreja de Laodicéia Ele
falou que conhecia as suas obras, que não era fria, nem quente, mais morna.
Apocalipse 3.15
Aquela igreja era insignificante na
sociedade, não fazia nada diferente, não se envolvia nas questões sociais, sua
pregação era apenas massagear o ego de seus crentes orgulhosos, era uma igreja
elitizada. Estes termos “quente”, “frio” e “morno” têm tido distorções por
algumas igrejas, como por exemplo vi uma interpretação de uma revista de escola
dominical de uma denominação pentecostal que ditava:
“A
interpretação do termo quente é uma igreja avivada pronta para espalhar este
avivamento; o termo frio significa uma igreja necessitada de avivamento que
vive buscando e Deus pode avivá-la; o termo morno é uma igreja que precisa de
avivamento, mas não busca este avivamento e nem acha que precisa. (CPAD, 2011).
Esta interpretação pode até parecer bonita
e inteligente, mas é desprovida de base bíblica e teológica seguras, pois
precisamos partir da Bíblia para nossa interpretação e não da nossa
interpretação para a Bíblia. O que os autores da revista fizeram foi uma
eisegese, trouxeram de fora para dentro, pegaram seus pressupostos e
preconceitos e jogaram no texto que não afirma nada do que os editores da
revista disseram. Vamos fazer uma exegese, ou seja, cavar dentro do texto o
significado destas expressões, para isso precisamos saber algumas informações
descritas a seguir: 1. a carta foi escrita para uma e não para três igrejas; 2.
a localização de Laodicéia fica entre duas cidades chamadas Hierapólis e
Colossos; 3. Na cidade de Hierapólis tinha fontes de águas quentes que eram
medicinais contra problemas de pele e Colossos tinha uma fonte de águas
refrescantes vindas de uma montanha e pessoas iam ali devido ao calor
excessivo; 4. a água de Laodicéia vinha de uma fonte longínqua por meio de
tubulações e quando chagava na cidade estava morna e cheia de sujeira e fezes
de animais como ratos e outros. Assim chega-se a conclusão que a carta foi
escrita para uma única igreja, ainda que esta igreja que era rica e abastada
humanamente, mas estava corrompida de orgulho (V.17), cegueira (V. 17b), cheia
de pecado e impureza (V.18), mas Deus não deixava de amá-la, corrigindo-a para
que se se arrependesse, Cristo desejaria que estes crentes tivessem sua
comunhão com Cristo renovada (V.20). Agora especificamente os termos quente,
frio e morno significam que a igreja deve ser uma comunidade terapêutica como
as fontes quentes de Hierapólis, deve trazer refrigério e paz para as pessoas
como as fontes refrescantes de Colossos, mas ela estava insignificante para as
pessoas como eram aquelas águas mornas de laodicéia que traziam náuseas e
problemas intestinais. Portanto, ser morno é não ajudar as pessoas, dá mau testemunho,
mentir, pregar o que a Bíblia não diz, enganar as pessoas, então que nossa vida
possa ser quente e fria ao mesmo tempo e jamais morna, que possamos curar e
trazer paz para as pessoas e jamais males. Ser quente e frio são atitudes
louváveis e significa trazer cura e paz, morno é ser insensível com as pessoas
e com a voz de Deus, não representam três classes de igrejas como alguns estão
a ensinar por aí.
2.2.1
Ele tem as seguintes características:
V.13, 14, 15, 16.
Ø Estava
cingido com uma vestimenta real e sacerdotal. V.13
“E no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma
roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro”.
Fala de Cristo como Sacerdote e
Rei, estas roupas eram proprias dos sacerdotes e reis. Ele nos conduz a Deus
(Joao 14.6, I Timóteo 2.5) e reina sobre nós .
Ø Seu
aspecto físico mostrava sua glória e majestade. V.14-16
“[14] E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e
os seus olhos como chama de fogo; [15]e os seus pés, semelhantes a latão
reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas
águas. [16] Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía
uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando
resplandece na sua força”.
Sua Cabeça (v. 14) - Falam da sua divindade, da sua
santidade e da sua eternidade.
Seus Olhos (v. 14) - Falam da sua onisciência que a
tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante de quem tudo se desnuda.
Seus Pés (v. 15) - Isso
fala da sua onipotência para julgar os seus inimigos. Convém que ele reine até
que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:23).
Sua Voz (v. 15) - Isso fala do poder irresistível da sua
Palavra, do seu julgamento. No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de
Cristo detém a última palavra e é a única a ter razão.
Sua Boca (v. 16) - Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a
Palavra do juízo. A única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador no
capítulo 19 é a Espada que saía da sua boca (19:5). Essa é a cena do tribunal,
onde é proferida a sentença judicial, e precisamente sem contestação.
Seu Rosto (v. 16) - A visão agora não é mais de um Cristo servo,
perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de
glória. A luz do sol supera o brilho dos candeeiros, esta visão nos faz lembrar
o episodio do apostolo Paulo quando disse que viu Cristo no caminho de Damasco,
relatou que era uma luz mais resplandecente que o sol (Atos 26.13)
Ø Tinha
as igrejas e lideres em suas mãos, o governo da igreja pertencia a Ele e não
aos líderes locais. V.16a, 20
“Tinha ele
na sua destra sete estrelas [...]”
“Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros
de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as
sete igrejas”.
Sua Mão (v. 16) - A mão
direita é a mão de ação, com a qual age e governa. Isso mostra o seu cuidado
com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo (Jo 10:28). Ele
tem toda a igreja em suas mãos, estamos seguros nas suas mãos, por isso o
crente não precisa procurar catimbozeiro, nem ler horoscopo, ou ter medo da
morte, muito menos do fim do mundo. Diz a canção antiga: “Com tua mão segura
bem a minha, pois fraco eu sou ó salvador”, quando Jesus segura nossa mão
ninguém nos tira da sua mão, estamos com nosso futuro garantido.
3. O DEUS DA REVELAÇÃO REVELOU-SE
PESSOALMENTE AO SEU SERVO. V.17-19
3.1 Ele
é o redentor que consola seu servo. V.17
“Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra,
dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último”.
Ele é o criador, sustentador e
consumador de todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as
coisas. Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a
morte. João não precisa temer o exilio de Patmos, pois Jesus estava com ele,
Ele tem o controle de tudo, o império Romano não é maior do que Ele. A vitória
final é do povo de Deus. Joao quebrantou-se na presença de Jesus e foi
consolado por Ele. "Quando o vi, cai a seus pés como morto". O mesmo
João que debruçara no peito de Jesus, agora cai aos seus pés como morto.
Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc
5:8; At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de
Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele habita em luz
imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. Ilustração:
as pessoas que dizem cair diante da glória de Deus e se levantam do
mesmo jeito.
3.2 Ele
é o redentor que é eterno. V.18a
“E o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos
séculos; e tenho as chaves da morte e do inferno..
João está diante do Cristo da
cruz, que venceu a morte. Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre,
é eterno. Ele não só ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e
do inferno. Quem tem as chaves tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda
autoridade no céu e na terra (Mt 28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu
(3:7), mas também a chave da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais
infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e
levar os mortos à vida eterna. João foi único que seguiu Cristo até a cruz, viu
o momento mais dificil, ele todo ensaguentado, traspassado, ferido, agora tem o
privilegio de vê-lo glorioso, vivo para sempre, agora morte não faz mais
terror, pois com Cristo morrer é lucro (Filipenses 1.21)
3.3 Ele
é o redentor que tem o controle sobre a morte. V.18b
“E tenho as
chaves da morte [...]”.
A morte é intrusa, ela entra na vida dos
seres humanos sem marcar hora, mas todas as pessoas só morrem no dia
determinado por Deus, o salmista relatou que todos os nossos dias já estão contados
desde o nascimento até a morte (Salmos 139.16), isto não quer dizer que vamos
agir de forma irresponsável expondo-nos ao perigo, apenas tenhamos calma e não
fiquemos assustados, pois a vida está para ser vivida e não para vivermos
assustados, lembre-se que Jesus tem o controle sobre a morte.
3.4 Ele
é o redentor que tem o controle sobre as forças do mal. V.18c
“E tenho as
chaves [...] do inferno”.
Isso significa autoridade suprema sobre qualquer força do mal (Mt 16.18;
28.18; Cl 2.15). Neste livro, Cristo não só tem as chaves da morte e do
inferno, mas também “a chave de Davi” (Ap 3.7), e por conseguinte, no Novo
Testamento: “...as chaves do reino dos céus” (Mt 16.19). É evidente que,
enquanto o Senhor estava aqui na terra, Ele tinha em suas mãos “as chaves do
reino dos céus”; isso pode bem ser entendido na expressão do próprio Jesus ao
dizer a Pedro: “Eu te darei (no futuro) as chaves...”. Na missão dos setenta,
os enviados ao regressarem disseram maravilhados que os espiritos maus se
submetiam a eles pelo nome de Jesus (Lucas 10.17), pois ele tem o poder sobre
as forças do mal. O mal não conseguirá vencer, pois Jesus está no controle.
3.5 Ele
é o redentor que é Senhor da história: Passado, presente e futuro. V.19
“Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois
destas hão de suceder”.
Em toda a história, aconteceram muitas
tragédias, mas Jesus continua no controle das coisas que passaram, das que
passam agora e das que ainda hão de passar. Sua historia foi escrita por Deus,
Ele irá levar você a bonança, a tempestade vai passar, Jesus é Senhor da
história. Jesus escreveu sua vida, você vai chegar onde Jesus desejar. Você não
veio aqui porque foi convidado por alguém, nem porque não tinha nada para fazer
ou, porque deu na telha para está aqui hoje, você veio aqui, porque Deus
preparou este momento para falar contigo. “Quem tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às Igrejas” (Apocalipse 3.6)
CONCLUSÃO:
Nós vimos nesta mensagem que Jesus é o autor da revelação divina e expusemos
que [1] Jesus usa um instrumento humano
para entregar a revelação, e que este instrumento é irmão e companheiro na
tribulação, persevera no reino presente em Jesus, sofre dano por causa do seu
testemunho fiel do evangelho, recebe a revelação diretamente de Deus, tem a
responsabilidade de transmitir à igreja; [2] Jesus na revelação utiliza elementos visíveis para comunicar lições
espirituais, mostrou sete
candeeiros de ouro, que representavam a igreja de Cristo, o Deus que revela é o
mesmo que passeia no meio da igreja; [3] Jesus,
o Deus da revelação revelou-se
pessoalmente ao seu servo, ele é
o redentor que consola seu servo, ele é o redentor que é eterno, ele é redentor
que tem o controle sobre a morte, ele é o redentor que tem o controle sobre as
forças do mal, Ele é o redentor que é Senhor da história: Passado, presente e
futuro. Nós conhecemos pessoalmente o Senhor Jesus? Servimos a Ele com a
dedicação que João teve?
APLICAÇÂO:
Gostaria de convidar todos os presentes a
uma comunhão íntima com o Senhor, buscando viver uma vida de devoção a Ele.
Jesus nesta visão mostrou a João coisas que aconteceram, estavam acontecendo e
ainda aconteceriam no futuro. Mas no Jesus presente cobra uma decisão de cada
um de nós, uma entrega pessoal a Jesus. Faça isso para ter uma vida de paz aqui
e no porvir a salvação da sua alma, vida eterna.
REFERÊNCIAS:
POHL, adolph.
Apocalipse de João: Comentário Esperança. 1ªEd. São Paulo – SP: Editora Evangélica Esperança,
2001.
BARCLAY, Willian. The
Revelation of John. 1ªED. Glasgow – England: Trinitty College, 1958.
LOPES,
Hernandes Dias. Estudos no Livro de
Apocalipse. 1ªED. São Paulo – SP: Editora Hagnos, 2009.
SILVA,
Severino Pedro da. Apocalipse Versículo
por Versículo. 1ªED. São Paulo – SP: CPAD, 2008.
WILCOCK, Michael. A Mensagem do Apocalipse: Eu Vi o Céu Aberto. 3ªED. São Paulo – SP:
ABU, 2003.
KALLER, Donald. Apocalipse. 1ªED. Patrocínio – MG: CEIBEL, 1986.
SMITH, Willian. Nossa Esperança: Introdução à Escatologia. 3ªED. Patrocínio – MG:
CEIBEL, 1985.
Autor:
Presbítero e Missionário Veronilton Paz da Silva