MANÁ
DIÁRIO – GÊNESIS 39.1-40.23
JOSÉ, O
FILHO USADO POR DEUS EM MEIO ÁS ADVERSIDADES, LONGE DA CASA DO SEU PAI
O poeta Gonçalves Dias compôs um poema
intitulado Canção do Exílio, vejamos a primeira e a ultima estrofes: “Minha
terra tem palmeiras/Onde canta o Sabiá/As aves, que aqui gorjeiam/Não gorjeiam
como lá”. “Não permita Deus que eu
morra/Sem que eu volte para lá/Sem que disfrute os primores/Que não encontro
por cá/Sem qu'inda aviste as palmeiras/Onde canta o Sabiá”. Semelhante ao
exilado da canção, também José agora longe da casa do seu Pai chega ao Egito
como Escravo de Potifar, aquele rapaz foi uma benção ali no Egito, aquele rapaz
mesmo vivendo dias tenebrosos, de filho mais intimo do seu pai (Gn 37.3), passa
a ser escravo de um estranho (Gn 39.1), mas um detalhe que reverbera é que
tanto lá na casa do pai como aqui Deus estava como ele, Deus era com aquele
jovem, vamos extrair algumas lições baseados no tema acima descrito.
Primeira,
O Senhor abençoa um lugar não por causa do seu servo, mas por amor ao seu
servo. José
foi um servo e a palavra grega da septuaginta usada para este tipo de pessoa é “leitogós”
e significa o “servo abençoador”, tudo que ele coloca a mão, dá certo. Foi
exatamente o que aconteceu com José, Deus abençoava até ímpios por amor dele,
conforme está escrito: ”1 José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial
de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham
levado para lá. 2 O
SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu
senhor egípcio. 3 Vendo
Potifar que o SENHOR era com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava
em suas mãos, 4 logrou
José mercê perante ele, a quem servia; e ele o pôs por mordomo de sua casa e
lhe passou às mãos tudo o que tinha. 5 E,
desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR
abençoou a casa do egípcio por amor de José; a bênção do SENHOR estava sobre
tudo o que tinha, tanto em casa como no campo. 6 Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José,
de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se
alimentava. José era formoso de porte e de aparência” (Gn
39.1-6). Como eu e voce temos nos comportado tem levado a benção de Deus aos
que estão perto de nós, veja como Deus se preocupa com as demais áreas da vida,
pois ele deu subsistência para casa do ímpio Potifar, por intermédio do seu
servo José, de tal forma que José tornou-se uma espécie de chefe naquele lugar,
Calvino, o reformador francês dizia que os crentes deveriam ser os melhores em
tudo que fizessem, pois Deus quer abençoar o mundo por meio das nossas vidas, sejamos
como José foi, um servo abençoador, que possamos ser um canal de benção para as
pessoas, lembrando que Deus não fez nada por causa de José, mas por amor de
José (v.5), assim não sejamos orgulhosos, achando que Deus faz algo por nossa
causa, Ele faz por que nos ama, Ele não precisa de nenhum de nós, mas por amor
nos usa para abençoar o mundo. Porém, advirto que muitas vezes para agirmos e
sermos bênçãos passamos por revezes, isto aconteceu com José e veremos um pouco
abaixo.
Segunda,
O Senhor abençoa o seu servo, mesmo quando ele está sofrendo injustiças, o
Senhor será com Ele.
Nesta parte vem ma parte aconteceu uma parte muito amarga da estada de José
pelo Egito, começando com mulher de Potifar querendo ter relações com ele, o
rapaz não quis, agora a visão dele sobre pecado é que é fenomenal: “[...] cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (v.9), para José, antes se ele possuísse aquela mulher que pertencia a
Potifar, antes de pecar contra o homem, pecaria contra Deus, pois o pecado,
antes de ofender aos homens, é uma ofensa a santidade de Deus. A mulher não se
intimidou e tentou seduzi-lo de todas as formas, chegando ao cumulo de
agarrá-lo e puxar suas vestes, o moço fugiu e ela ficou com suas vestes, as
quais arrancou dele, mentiu para o seu marido e aquele servo abençoador foi
parar na prisão, de maneira injusta, (v. 7-20), ou seja crente lutas,
injustiças, é vitima de enganações, trambicagens, este evangelho que mostra o crente
isento de sofrimentos não é o que Cristo e os apóstolos ensinaram, José, servo
que por ser fiel ao seu Deus e não querer negociata para possui a mulher do
outro, foi parar na prisão, mas uma coisa é certa, Deus estava como ele. José, aquele servo
abençoador da casa de Potifar, não foi para prisão por mão do seu senhor
terreno, mas pela boa mão da providencia de Deus, quando você for tirado de um
lugar para outro, mesmo que seu ministério tenha sido profícuo, nunca fique no
passado, viva o presente, foi isso que José fez, antes estava como mordomo e
foi benção, agora estava como presidiário pelo crime de fidelidade a Deus, o
que ele fez? Foi benção de tal forma que o carcereiro entregou as chaves da
prisão e Ele, isto pode ser visto nas palavras da narração: “21 O SENHOR, porém, era com José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê
perante o carcereiro; 22 o
qual confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele
fazia tudo quanto se devia fazer ali.23 E
nenhum cuidado tinha o carcereiro de todas as coisas que estavam nas mãos de
José, porquanto o SENHOR era com ele, e tudo o que ele fazia o SENHOR
prosperava” (v.21-23), aquele jovem foi para prisão como se fosse
culpado de estupro, mas Deus pela sua providencia amorosa e perfeita o fez
chegar ali para que por intermédio dele, o Senhor manifestasse a sua glória na
terra do Egito, texto inicia dizendo que o Senhor era com José (v.21), fez com
que ele caísse na graça do carcereiro e este deu a José o cargo de líder dos
outros presos (v.22), aqui nós aprendemos que aquele a quem Deus escolheu para
ser líder não pode terceirizar seu ministério, pois onde ele estiver, vão
surgir situações para ele administrar e seu chamado vai aparecer. Outra questão
interessante é que aquele que Deus escolheu para ser líder, a obra de Deus
prospera nas suas mãos, então esta história de dizer que queremos qualidade e
não quantidade é conversa fiada de líder preguiçoso, pois a qualidade gera quantidade, José foi um ramo frutífero,
um líder que onde chegava liderava e fazia conforme a direção de Deus, por isso
o carcereiro não tinha preocupação com a cadeia, pois José dava conta do
serviço (v.23). Como nós temos agido onde o Senhor tem nos colocado? Temos sido
benção? José foi, nós também devemos ser, mesmo que você não tenha um cargo de
liderança formal, mas você é agente da graça de Deus para abençoar pessoas,
assim faça isto. Mesmo em meio ao caos precisamos ser boca de Deus, assim agiu
o menino José, exaurindo um pouco sobre isto, aprenderemos mais uma lição
abaixo.
Terceira, O Senhor abençoa o servo de tal forma que, mesmo em meio às
tribulações, ele é boca de Deus. 40.1-23
Continuando o cotidiano de José na prisão,
chegaram ali mais dois presos que eram oficiais do rei do Egito, sobre este encontro
iremos extrair alguns aprendizados: a) Um acontecimento casual, para os homens,
como uma prisão, na agenda de Deus é uma oportunidade para que Ele seja
exaltado por meio do seu servo: “1 Passadas
estas coisas, aconteceu que o mordomo do rei do Egito e o padeiro ofenderam o
seu senhor, o rei do Egito. 2 Indignou-se
Faraó contra os seus dois oficiais, o copeiro-chefe e o padeiro-chefe. 3 E mandou detê-los na
casa do comandante da guarda, no cárcere onde José estava preso. 4 O comandante da
guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e por algum tempo
estiveram na prisão. 5 E
ambos sonharam, cada um o seu sonho, na mesma noite; cada sonho com a sua
própria significação, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que se achavam
encarcerados. 6 Vindo
José, pela manhã, viu-os, e eis que estavam turbados. 7 Então, perguntou aos oficiais de Faraó, que com
ele estavam no cárcere da casa do seu senhor: Por que tendes, hoje, triste o
semblante? 8 Eles
responderam: Tivemos um sonho, e não há quem o possa interpretar. Disse-lhes
José: Porventura, não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me o sonho”
(v.18). Aqueles homens estavam na prisão por terem ofendido seu senhor,
estiveram na prisão por algum tempo (v.4), José ali obedecendo ordens do
comandante da guarda estava servindo a eles, ou seja, José até na prisão foi um
“leitogós” (servo abençoador), quem nasce para abençoar sempre vai fazer isto.
A prisão pode ser um acontecimento humano, mas na agenda de Deus, ali era o
lugar que Deus preparou para honrar o seu servo, por isso Ele enviou para lá
oficiais do rei, porque Deus queria ser exaltado por meio do seu servo, este
momento estava começando a surgir e ali na prisão, iniciou este movimento
santo, Se você está em uma situação desagradável, saiba que aí é o lugar que
Deus vai ser exaltado por seu intermédio. b) Um acontecimento cotidiano, para os
homens, como um sonho, na agenda de Deus é uma oportunidade de Dele falar por
intermédio do seu servo: “9 Então,
o copeiro-chefe contou o seu sonho a José e lhe disse: Em meu sonho havia uma
videira perante mim. 10 E,
na videira, três ramos; ao brotar a vide, havia flores, e seus cachos produziam
uvas maduras. 11 O
copo de Faraó estava na minha mão; tomei as uvas, e as espremi no copo de
Faraó, e o dei na própria mão de Faraó. 12 Então,
lhe disse José: Esta é a sua interpretação: os três ramos são três dias; 13 dentro ainda de três
dias, Faraó te reabilitará e te reintegrará no teu cargo, e tu lhe darás o copo
na própria mão dele, segundo o costume antigo, quando lhe eras copeiro. 14 Porém lembra-te de
mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que sejas bondoso para comigo, e
faças menção de mim a Faraó, e me faças sair desta casa; 15 porque, de fato, fui roubado da terra dos
hebreus; e, aqui, nada fiz, para que me pusessem nesta masmorra. 16 Vendo o
padeiro-chefe que a interpretação era boa, disse a José: Eu também sonhei, e
eis que três cestos de pão alvo me estavam sobre a cabeça; 17 e no cesto mais alto havia de todos os manjares
de Faraó, arte de padeiro; e as aves os comiam do cesto na minha cabeça. 18 Então, lhe disse
José: A interpretação é esta: os três cestos são três dias; 19 dentro ainda de três
dias, Faraó te tirará fora a cabeça e te pendurará num madeiro, e as aves te
comerão as carnes” (v.9-19). Aqueles dois sonharam, mas aqueles sonhos eram
,na realidade, Deus querendo demonstrar seu poder ali por meio do seu servo
José, ele de fato interpretou os sonhos da forma que Deus lhe entregou a
revelação, antes ele havia dito que a Deus pertenciam as interpretações (v.8),
agora Deus o usa para tal façanha de dizer o que estava no oculto, porém, Ele
dava a Deus toda a glória, aprendemos que quando Deus nos usar, não devemos
querer nos gloriar, mas dá a Deus toda a glória, ele atribuía não a sua
espiritualidade as bênçãos e interpretações de sonhos que Deus lhe dava, mas
sempre ao Senhor, Deus fala por intermédio dos seus servos, mas Ele não nos dá
o direito de querer a sua glória para nós, José foi usado por Deus para dizer
que um ia viver e o outro morrer, mas José não estava no lugar de Deus. Nós
também ao vermos Deus usar nosso ministério devemos pensar, que Ele não precisa
de homens, Ele se serve de homens para realizar a sua vontade Ele usa
acontecimentos cotidianos, como sonhos ou outro meio qualquer para falar e
realizar a sua vontade por nosso intermédio. A Ele seja toda glória! c) Um acontecimento normal, para os homens,
como uma festa de aniversario, na agenda de Deus é uma oportunidade Dele ser
honrado pelas palavras do seu servo. “20 No
terceiro dia, que era aniversário de nascimento de Faraó, deu este um banquete
a todos os seus servos; e, no meio destes, reabilitou o copeiro-chefe e
condenou o padeiro-chefe. 21 Ao
copeiro-chefe reintegrou no seu cargo, no qual dava o copo na mão de Faraó; 22 mas ao padeiro-chefe
enforcou, como José havia interpretado” (v.20-22). Aquilo que Deus fala se
cumpre, nós precisamos ser boca de Deus, José assim era, disse que o
copeiro-chefe ia voltar ao seu cardo e ele voltou (v.20-21), da mesma maneira,
o padeiro-chefe foi enforcado como José falou anteriormente (v.22). O grande
problema da igreja moderna é que ela tem a Palavra de Deus, mas não temos sido
boca de Deus. Ele não tem sido honrado pelas palavras da nossa boca, muitas
vezes vivemos uma aridez tão grande que mesmo pregando a Palavra de Deus, ela
não tem sido verdade na nossa boca, vida e ministério. As palavras de José não caíram
por chão porque Deus estava com ele, ele tinha intimidade com Deus, era benção
na casa de Potifar, mas também na prisão, não apenas a Palavra física estava na
sua boca, Deus fazia que sua Palavra fosse verdade na boca dele. Peçamos a Deus
que Ele faça que sua Palavra seja verdade na nossa boca! d) Um acontecimento providencial como um livramento da morte, na agenda
de Deus é uma oportunidade dele provar a gratidão ou ingratidão das pessoas.
“23 O
copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém dele se esqueceu” (v.23),
queridos Deus muitas vezes realiza coisas maravilhosas, Ele faz isso mesmo
sabendo que não terá gratidão, mas ingratidão. Depois de tudo aquilo, mesmo
José tendo dito que se lembrasse dele que estava ali preso injustamente, ele se
esqueceu, muitos querem apenas pedir, esquecem de ser gratos, esquecem quem os
abençoou, esquecem quem foi canal de benção para eles, a ingratidão é algo que
nem sequer deveria estar na vida de quem se declara cristão, mas muitos
reclamam da chuva e do sol, do frio e do
calor, quando tem algo, dizem não ter
nada, a Bíblia ordena ser gratos, conforme Paulo escreveu: “18 Em tudo, dai graças,
porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”(I Ts 5.18), aquele Copeiro-Chefe ingrato nos
representa muitas vezes quando reclamamos da vida que nossos pais nos dão,
quando reclamamos da comida, e muitas vezes murmuramos contra Deus. Esquecer é
uma atitude de ingratidão diante da benção recebida, não esqueça as bênçãos que
você recebeu, lembre que foi Deus que deu, mas lembre também das pessoas que
Ele usou para te abençoar.
Concluímos lembrando que: 1. O Senhor abençoa um
lugar não por causa do seu servo, mas por amor ao seu servo (Gn 39.1-6); 2. O Senhor abençoa o seu servo, mesmo
quando ele está sofrendo injustiças, o Senhor será com Ele (Gn 39.7-23); 3. O Senhor abençoa o servo de tal
forma que, mesmo em meio às tribulações, ele é boca de Deus (Gn 40.1-23). Como nós temos nos temos nos comportado quando Deus nos usa? Damos
a Ele toda a glória, lembrando que tudo que faz não é por nossa causa, mas
porque nos ama?. Como reagimos quando somos injustiçados, partimos para o
desespero ou esperamos na providencia de Deus, sabendo que Deus está conosco
ali? Temos sido boca de Deus ou estamos vivendo uma vida Arida. José foi
chamado de ramo frutífero (Gn 49.22), que nós também tenhamos frutos de
justiça, santidade e confiança em Deus. Lembre-se que Deus é soberano, tudo que
acontece Ele está no controle, Ele pode nos usar para a sua glória! Quem Ele
faça com que sua glória seja promovida por nosso intermédio. Em Nome de Jesus!
Amém!
AUTOR: Veronilton Paz
da Silva – Licenciado ao Sagrado Ministério (PRVP); Missionário Presbiteriano
na Cidade de Sumé-PB (JMN/IPB); Bacharel em Teologia (IBHT); Licenciado em
Letras – Língua Portuguesa (UEPB); Formação Presbiteriana de
Evangelista/Missionário (CPO/IBN e CEIBEL); Pos Graduando em Estudos Teológicos
(CPAJ/Mackenzie).