Rev. Veronilton Paz da Silva
TEXTO: MARCOS 6.45-52
“45 Logo em seguida obrigou
os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a
Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46 E, tendo-a
despedido, foi ao monte para orar. 47 Chegada a tardinha,
estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra. 48 E,
vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário, pela quarta
vigília da noite, foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes
adiante; 49 eles, porém, ao vê-lo andando sobre o mar,
pensaram que era um fantasma e gritaram; 50 porque todos o
viram e se assustaram; mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: Tende
ânimo; sou eu; não temais. 51 E subiu para junto deles no
barco, e o vento cessou; e ficaram, no seu íntimo, grandemente pasmados; 52
pois não tinham compreendido o milagre dos pães, antes o seu coração estava
endurecido”.
Para Começo de Conversa
Estive
pregando a Palavra de Deus na Igreja Presbiteriana de Sumé-PB na época da
missionaria Adenice, depois do culto fui à casa do irmão Josemar e ali
assistíamos uma reportagem sobre uma tempestade que aconteceu nos Estados
Unidos da América, gerando uma tromba d’água, ela parecia que iria engolir tudo
à sua frente, quando terminou as pessoas foram refazer o que sobrou. Também
passamos por tempestades na vida, como temos reagido diante delas?
O evangelho
de Marcos nesta passagem escolhida narra uma tempestade no mar, que aconteceu
depois de uma multiplicação de pães e peixes (Mc 6.30-44), agora Cristo vai ao
monte orar e os apóstolos pegam o barco e nesta viagem aconteceu uma violenta
tempestade em que o barco era açoitado pelo vento contrário (Mt 14.24; v.48),
aqueles homens mesmo sendo experientes pescadores e acostumados as variações do
mar, chegaram a um momento que pensaram não ter mais solução para eles, neste
ínterim Jesus entrou em ação para lhes trazer a vitória (v.51). Será analisada
de maneira analógica esta tempestade literal com as tempestades que enfrentamos
na nossa vida, sobre este tão sublime assunto examinaremos algumas assertivas:
Primeiro, Jesus permite que as
tempestades aconteçam na vida do crente, conforme
se examina nos vv..45-48a. Nesta primeira lição podemos extrair algumas
questões interessantes, tais como: As tempestades que enfrentamos não
podem sucumbir a promessa feita por Jesus para nós, verificada no v. 45 que diz:“45 Logo em seguida
obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro
lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão”, podemos aferir neste
trecho que aqueles homens haviam recebido uma ordem de Jesus para entrar no
barco e a promessa de que chegariam do outro lado do mar, ou seja, mesmo que
você enfrente tempestades na vida cristã, mas elas não poderão impedir você de
chegar do outro lado. Jesus tem todo poder para nos guardar (Jd v.25), Ele nos
manterá em segurança. Jó sabia bem disso ao afirmar que o Senhor tudo pode e
que nenhum dos seus planos podem ser frustrados (Jó 42.2). Quem escreveu sua
história foi Deus, Ele começou a boa obra em ti e há de conclui-la até o dia de
Cristo Jesus (Fp 1.6). Descanse nas tempestades, Deus está no controle e é fiel
em todas as suas promessas.
Outra
questão que podemos tirar aprendizado é que As tempestades nem sempre acontecem
por desobediência, mas muitas vezes por obedecermos a voz do mestre, conferida
nos vv.46-47 que afirma:
“46 E,
tendo-a despedido, foi ao monte para orar. 47 Chegada a
tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra”, Cristo
aqui nos ensina que quando passamos por lutas porque fizemos algo errado,
devemos arrependermo-nos e buscar ajuda em Deus. Porém, nesta passagem os
discípulos não passavam por tempestades por desobediência, mas porque
obedeceram a voz do mestre e entraram no barco. Muitas vezes a nossa obediência
gera tempestades em nossa vida, em nossa casa, em nosso trabalho. Porém,
devemos entender que se padecermos por sermos fiéis a Cristo somos
bem-aventurados.
Citando um exemplo bíblico de alguém
que enfrentou tempestades na vida, examinamos o salmista Asafe, pois o mesmo passou
por tempestades financeiras em sua vida, e diz no Salmo 73 que quase desvia do
caminho do Senhor por ficar observando a prosperidade dos perversos, Deus falou
com Asafe dizendo que aqueles homens só tinham riqueza, mas diante de Deus eles
não tinham nada, e Asafe chega a conclusão que era mais rico do que eles porque
ele tinha Deus, esta declaração do salmista é vista no trecho a seguir: “25
A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de
ti. 26 A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu
coração, porém, Deus é a fortaleza, e a minha herança para sempre” (Sl
73.25,26).
Aqueles apóstolos naquele barco passaram
por uma tempestade e Cristo os permitiu passar por isto para que aprendessem a
confiar no seu mestre. Davi passou por tempestades na sua vida, na sua casa, no
seu reinado, e disse que foi bom ter passado por aflições para aprender a
valorizar os decretos de Deus (Sl 119.71-72), e nós como reagimos quando
passamos por tempestades na vida? Fazemos uma autoanalise ou ficamos
revoltados?
Ainda
podemos pedagogicamente inferir que as tempestades que enfrentamos não estão
ocultas aos olhos do mestre, ele está nos contemplando, conforme Marcos narra
no V.48a que define:
“48 E,
vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário [...]”. A
passagem em vista atesta que Jesus é onisciente, ele sabe todas as coisas, ele
sabia que aqueles discípulos iam passar por aquela tempestade no mar. Jesus não
é o deus limitado do teísmo aberto que retira sua onisciência, e torna Ele
igual a um homem falível, Jesus não é o deus de algumas religiões, nas quais
ele precisa da ajuda de outros intermediários, pelo contrário, ele vê todas as
coisas (Pv 15.3), contempla, decreta, sustenta e governa o universo com o seu
governo soberano (Hb 1.3). Ele contemplou o sofrimento daqueles homens no mar,
quando parecia desfalecer a esperança de salvamento, Jesus foi ao seu encontro.
Ele também contempla nossas lutas, sofrimentos e angustias, bem como também vem
ao nosso encontro, segundo passaremos a expor a partir deste instante.
Segunda, Jesus vem ao encontro do
crente durante a tempestade, consoante nos afirma o
evangelista no v. 48b relata: “[...] foi ter com eles, andando sobre
o mar; e queria passar-lhes adiante”, o autor apresenta algumas
veracidades sobre Jesus afirmando que: Deus
não nos livra da tempestade, mas durante a tempestade, afirmando neste v.48b
que: “[...] foi ter com eles [...]”, relatando que neste trecho os
servos de Cristo passaram pela tempestade, o texto não diz que eles foram
livrados sem a tempestade, mas passaram e experimentaram-na, diferente do que
dizem os “teólogos da prosperidade”, eles não decretaram o fim da tempestade,
nem determinaram que a tempestade sumisse, eles lutaram aproximadamente 10h
contra a tempestade, Deus não promete nos livrar das aflições (Jo 16.33), mas
promete sua presença conosco durante todos os momentos (Mt 28.20), segundo a
sua vontade ele pode nos livrar se Ele quiser (Dn 3.16-18), porém, a verdade é
que Ele vem ao nosso encontro em meio as tempestades e lutas da vida. Nós não
estamos sozinhos durante as lutas, ele está conosco. Paulo também experimentou
a presença do Senhor em suas aflições, nos quais foi abandonado pelos homens,
mas o Senhor permaneceu com Ele (II Tm 4.16-18). Ele está conosco mesmo nas
lutas. ALELUIA!!
Porém, Deus
vem em nosso socorro não segundo a nossa agenda, mas de acordo com seu plano
soberano conforme atesta o V.48b, o qual define que Foi ao seu encontro: “[...] pela quarta
vigília da noite [...]”. Naquela época a noite era dividida em quatro
vigílias: A 1ª vigília ia de 6h - 9h; a 2ª de 9h - 00h (meia-noite); a 3ª de 00h
(meia noite) – 3h; a 4ª de 3h – 6h da manhã. Os discípulos remaram de 6h da
noite às 3h da madrugada, quando parecia que Jesus não viria livrar eles, ele
aparece depois das 3h da madrugada para acalmar a tempestade. Se estamos
passando por tempestades, devemos esperar o livramento do Senhor. Ele não se
esqueceu de nós, mas virá ao nosso encontro, não conforme a nossa agenda, mas
segundo a sua soberana vontade. Espere que Ele virá em teu socorro ainda que seja
na quarta vigília da noite, ou seja, quando você pensar que não tem mais jeito.
Marcos ainda
afirma que Deus vem ao nosso encontro para que aprendamos que os problemas que
parecem impossíveis estão debaixo dos pés de Jesus, verificando isso no v. 48b
que explana: “[...]
foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante”, este trecho
exaure que Ele foi ao encontro deles “andando sobre o mar”, era aquele
mesmo mar que parecia que iria engolir eles vivos, agora estava literalmente
abaixo dos pés de Jesus, talvez você esteja pensando que os seus problemas irão
sufocá-lo, que você está imerso pelas lutas, e que chegou ao fim do túnel. Mas,
da mesma forma que aquele mar que parecia invencível e foi parar debaixo dos
pés do Mestre, os seus problemas podem ser grandes para você, mas eles estão
debaixo dos pés de Jesus. Creia nisso e confie no Senhor!
Terceira, Jesus exige uma reação do
crente durante e depois da tempestade, de acordo
com o que afirma o autor nos vv.49-52 , o qual examina que durante e depois da tempestade os servos de
Deus devem ter animo e não se entregar aos problemas, isto está certificado nos
vv.49-50a que relatam: “49 eles, porém, ao
vê-lo andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; 50
porque todos o viram e se assustaram; mas ele imediatamente falou com eles
e disse-lhes: Tende ânimo; sou eu [...]”,podemos examinar que aqueles
homens ao ver Jesus andando por cima do mar ao invés de se alegrar se
assustaram e ao invés de estar animados se esvaíram pensando estar vendo um
fantasma, ou seja, aqueles homens ainda tinham estas crenças populares, apesar
de Cristo e das Escrituras de modo geral falar da impossibilidade de
comunicação entre vivos e mortos (Lv 19.31; 20.6; Lc 16.30-31), parece que não
entenderam alguns ensinamentos de Cristo, mas mantinham crenças populares como
esta de espíritos entre nós, o que é antibiblica.
Também vemos que aqueles homens
precisavam se animar em Cristo, por isso Cristo disse “Sou Eu”, “tende bom
ânimo”, para que eles vissem que era Ele e tivessem animo. A razão do nosso ânimo
deve ser a presença de Cristo. Durante e depois da tempestade a presença de
Cristo deve ser a razão de estarmos animados e termos plenaalegria. Qual tem
sido a razão do seu animo, da sua alegria e da sua euforia? Não se deixe
entregar aos problemas, mas tenha ânimo na Pessoa de Jesus!
Os
discípulos durante e depois da tempestade os servos de Deus não devem ter medo,
mas ter uma fé confiante em Cristo, conforme se afirma nos vv.50b-51: “[...] não
temais. 51 E subiu para junto deles no barco, e
o vento cessou; e ficaram, no seu íntimo, grandemente pasmados”, assim sendo a
fé é o meio que Deus nos deu para nos aproximarmos Dele em Cristo. Aqueles
homens estavam incrédulos, mesmo tendo visto os milagres da multiplicação dos
pães e peixes (V.30-44), e do milagre do mar que estava bravio e agora calmo,
Aqueles homens não deveriam ter medo, e sim, ter fé, acreditar que aquele que
estava com eles no barco é o Senhor do Universo, que sabe o numero das estrelas
do céu (Sl 147.4), controla o mar (Is 40.12) e acalma os ventos contrários (Mc
4.39).
Quando
Cristo entrou no barco aconteceu o que diz a canção antiga: “Com Cristo no
meu barco, tudo vai muito bem”, se você tem Cristo, as tuas tempestades ele
vai acalmar, não porque estou dizendo, mas porque a sua Palavra diz que ele
acalma as tempestades. Creia e confia Nele que Ele tem poder para te livrar!
Aqueles homens durante e depois da tempestade os servos de Deus não devem
ser incrédulos, pois possuem motivos nítidos para confiar, porém estavam descrentes,
como afirma o v. 52: “52 pois
não tinham compreendido o milagre dos pães, antes o seu coração estava
endurecido”, os que
estavam presentes no barco tinham visto muitos sinais de Jesus, haviam visto
ele acalmar os ventos e o mar numa tempestade anterior (Mc 4.35-41), libertar
um endemoninhado gadareno que ninguém dava nada por ele e em questão de horas
torna-lo num missionário para pregar o evangelho em dez cidades (Mc 5.1-20), a
cura de uma mulher que estava morrendo aos poucos com uma hemorragia que a fez
gastar todos os seus bens, com um toque apenas veio a sua cura (Mc 5.24-34),
também viram uma menina de doze anos que estava morta, mas Jesus ressuscitou-a
(Mc 5.21-23, 35-43), por último eles viram uma multidão de cinco mil homens, além
de mulheres e crianças, serem alimentados com cinco pães e dois peixes,
multiplicados por Jesus (Mc 6.30-44).
Aqueles homens não tinham motivos para serem incrédulos, eles teriam
motivos para confiar em Jesus. Porém, estavam com os seus corações endurecidos.
Você e eu temos todos os motivos para confiar em Jesus, a história apresenta
Ele como o que está no controle de todas as coisas, aquele mesmo Jesus que
andou sobre o mar e fez aquele mar revolto se tornar um tapete, é o mesmo
ontem, hoje e o será eternamente (Hb 13.8), precisamos confiar Nele! As nossas
tempestades estão no controle Dele. Ouse Confiar neste Deus com fé e você verá
o impossível acontecer. Ele faz acontecer onde não está acontecendo! Creia!
ALELUIA!!!!
Se este
episódio terminasse assim com um gesto tão fraco de incredulidade isto nos
deixaria com um sentimento de fracasso, porém, Graças a Deus que houve um fato
maravilhoso que enche nossos olhos de esperança, trecho este narrado por Mateus
no capitulo 14 e verso 33, o qual diz que: “33 E os que
estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!”, a
incredulidade deu lugar à fé, a desconfiança deu lugar a uma confiança
grandiosa em Jesus. Aqueles homens declaram que Ele é de fato o Filho de Deus.
Nós podemos hoje deixar de ser incrédulos e crê em Jesus, podemos abrir mão da
incredulidade e confiar no Senhor Jesus.
Para
concluir queremos dizer que esta mensagem trouxe à luz algumas verdades sobre as tempestades na vida
dos servos de Deus. Vimos que Deus permite que seus servos passem por tempestades
em sua vida; que Ele vem ao encontro dos seus servos e que Ele exige uma reação
dos seus servos durante e depois das tempestades. Jesus deseja está presente no
barco da tua vida durante as tempestades que você enfrentar, porém você precisa
confiar Nele e entregar-se aos seus cuidados. Você deseja ter a presença de
Jesus no barco da sua vida? Convide-o para ser o guia do barco do teu viver e
verás que Ele tem poder para acalmar as tuas tempestades. Quer fazer isto
agora? Deseja ter Jesus como o guia da tua vida?
REFERENCIAS
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Bíblia de Estudo. Texto e Notas de Rodapé. 2 ed. Ampl. São Paulo: Cultura
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RYLE, John
Charles. Meditações no Evangelho de Marcos. 1 ed. São José dos Campos –
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