terça-feira, 16 de abril de 2019

Reflexão Bíblica – Enfrentando as Tempestades da Vida


Rev. Veronilton Paz da Silva

TEXTO: MARCOS 6.45-52
45 Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46 E, tendo-a despedido, foi ao monte para orar. 47 Chegada a tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra. 48 E, vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário, pela quarta vigília da noite, foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante; 49 eles, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; 50 porque todos o viram e se assustaram; mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: Tende ânimo; sou eu; não temais. 51 E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou; e ficaram, no seu íntimo, grandemente pasmados; 52 pois não tinham compreendido o milagre dos pães, antes o seu coração estava endurecido”.

Para Começo de Conversa
Estive pregando a Palavra de Deus na Igreja Presbiteriana de Sumé-PB na época da missionaria Adenice, depois do culto fui à casa do irmão Josemar e ali assistíamos uma reportagem sobre uma tempestade que aconteceu nos Estados Unidos da América, gerando uma tromba d’água, ela parecia que iria engolir tudo à sua frente, quando terminou as pessoas foram refazer o que sobrou. Também passamos por tempestades na vida, como temos reagido diante delas?

O evangelho de Marcos nesta passagem escolhida narra uma tempestade no mar, que aconteceu depois de uma multiplicação de pães e peixes (Mc 6.30-44), agora Cristo vai ao monte orar e os apóstolos pegam o barco e nesta viagem aconteceu uma violenta tempestade em que o barco era açoitado pelo vento contrário (Mt 14.24; v.48), aqueles homens mesmo sendo experientes pescadores e acostumados as variações do mar, chegaram a um momento que pensaram não ter mais solução para eles, neste ínterim Jesus entrou em ação para lhes trazer a vitória (v.51). Será analisada de maneira analógica esta tempestade literal com as tempestades que enfrentamos na nossa vida, sobre este tão sublime assunto examinaremos algumas assertivas:

Primeiro, Jesus permite que as tempestades aconteçam na vida do crente, conforme se examina nos vv..45-48a. Nesta primeira lição podemos extrair algumas questões interessantes, tais como: As tempestades que enfrentamos não podem sucumbir a promessa feita por Jesus para nós, verificada no v. 45 que diz:45 Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão”, podemos aferir neste trecho que aqueles homens haviam recebido uma ordem de Jesus para entrar no barco e a promessa de que chegariam do outro lado do mar, ou seja, mesmo que você enfrente tempestades na vida cristã, mas elas não poderão impedir você de chegar do outro lado. Jesus tem todo poder para nos guardar (Jd v.25), Ele nos manterá em segurança. Jó sabia bem disso ao afirmar que o Senhor tudo pode e que nenhum dos seus planos podem ser frustrados (Jó 42.2). Quem escreveu sua história foi Deus, Ele começou a boa obra em ti e há de conclui-la até o dia de Cristo Jesus (Fp 1.6). Descanse nas tempestades, Deus está no controle e é fiel em todas as suas promessas.

Outra questão que podemos tirar aprendizado é que As tempestades nem sempre acontecem por desobediência, mas muitas vezes por obedecermos a voz do mestre, conferida nos vv.46-47 que afirma: 46 E, tendo-a despedido, foi ao monte para orar. 47 Chegada a tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra”, Cristo aqui nos ensina que quando passamos por lutas porque fizemos algo errado, devemos arrependermo-nos e buscar ajuda em Deus. Porém, nesta passagem os discípulos não passavam por tempestades por desobediência, mas porque obedeceram a voz do mestre e entraram no barco. Muitas vezes a nossa obediência gera tempestades em nossa vida, em nossa casa, em nosso trabalho. Porém, devemos entender que se padecermos por sermos fiéis a Cristo somos bem-aventurados.

Citando um exemplo bíblico de alguém que enfrentou tempestades na vida, examinamos o salmista Asafe, pois o mesmo passou por tempestades financeiras em sua vida, e diz no Salmo 73 que quase desvia do caminho do Senhor por ficar observando a prosperidade dos perversos, Deus falou com Asafe dizendo que aqueles homens só tinham riqueza, mas diante de Deus eles não tinham nada, e Asafe chega a conclusão que era mais rico do que eles porque ele tinha Deus, esta declaração do salmista é vista no trecho a seguir: 25 A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti. 26 A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e a minha herança para sempre” (Sl 73.25,26).

Aqueles apóstolos naquele barco passaram por uma tempestade e Cristo os permitiu passar por isto para que aprendessem a confiar no seu mestre. Davi passou por tempestades na sua vida, na sua casa, no seu reinado, e disse que foi bom ter passado por aflições para aprender a valorizar os decretos de Deus (Sl 119.71-72), e nós como reagimos quando passamos por tempestades na vida? Fazemos uma autoanalise ou ficamos revoltados?

Ainda podemos pedagogicamente inferir que as tempestades que enfrentamos não estão ocultas aos olhos do mestre, ele está nos contemplando, conforme Marcos narra no V.48a que define: 48 E, vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário [...]”. A passagem em vista atesta que Jesus é onisciente, ele sabe todas as coisas, ele sabia que aqueles discípulos iam passar por aquela tempestade no mar. Jesus não é o deus limitado do teísmo aberto que retira sua onisciência, e torna Ele igual a um homem falível, Jesus não é o deus de algumas religiões, nas quais ele precisa da ajuda de outros intermediários, pelo contrário, ele vê todas as coisas (Pv 15.3), contempla, decreta, sustenta e governa o universo com o seu governo soberano (Hb 1.3). Ele contemplou o sofrimento daqueles homens no mar, quando parecia desfalecer a esperança de salvamento, Jesus foi ao seu encontro. Ele também contempla nossas lutas, sofrimentos e angustias, bem como também vem ao nosso encontro, segundo passaremos a expor a partir deste instante.

Segunda, Jesus vem ao encontro do crente durante a tempestade, consoante nos afirma o evangelista no v. 48b relata: “[...] foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante”, o autor apresenta algumas veracidades sobre Jesus afirmando que: Deus não nos livra da tempestade, mas durante a tempestade, afirmando neste v.48b que: “[...] foi ter com eles [...]”, relatando que neste trecho os servos de Cristo passaram pela tempestade, o texto não diz que eles foram livrados sem a tempestade, mas passaram e experimentaram-na, diferente do que dizem os “teólogos da prosperidade”, eles não decretaram o fim da tempestade, nem determinaram que a tempestade sumisse, eles lutaram aproximadamente 10h contra a tempestade, Deus não promete nos livrar das aflições (Jo 16.33), mas promete sua presença conosco durante todos os momentos (Mt 28.20), segundo a sua vontade ele pode nos livrar se Ele quiser (Dn 3.16-18), porém, a verdade é que Ele vem ao nosso encontro em meio as tempestades e lutas da vida. Nós não estamos sozinhos durante as lutas, ele está conosco. Paulo também experimentou a presença do Senhor em suas aflições, nos quais foi abandonado pelos homens, mas o Senhor permaneceu com Ele (II Tm 4.16-18). Ele está conosco mesmo nas lutas. ALELUIA!!

Porém, Deus vem em nosso socorro não segundo a nossa agenda, mas de acordo com seu plano soberano conforme atesta o V.48b, o qual define que Foi ao seu encontro: “[...] pela quarta vigília da noite [...]”. Naquela época a noite era dividida em quatro vigílias: A 1ª vigília ia de 6h - 9h; a 2ª de 9h - 00h (meia-noite); a 3ª de 00h (meia noite) – 3h; a 4ª de 3h – 6h da manhã. Os discípulos remaram de 6h da noite às 3h da madrugada, quando parecia que Jesus não viria livrar eles, ele aparece depois das 3h da madrugada para acalmar a tempestade. Se estamos passando por tempestades, devemos esperar o livramento do Senhor. Ele não se esqueceu de nós, mas virá ao nosso encontro, não conforme a nossa agenda, mas segundo a sua soberana vontade. Espere que Ele virá em teu socorro ainda que seja na quarta vigília da noite, ou seja, quando você pensar que não tem mais jeito.

Marcos ainda afirma que Deus vem ao nosso encontro para que aprendamos que os problemas que parecem impossíveis estão debaixo dos pés de Jesus, verificando isso no v. 48b que explana: “[...] foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante”, este trecho exaure que Ele foi ao encontro deles “andando sobre o mar”, era aquele mesmo mar que parecia que iria engolir eles vivos, agora estava literalmente abaixo dos pés de Jesus, talvez você esteja pensando que os seus problemas irão sufocá-lo, que você está imerso pelas lutas, e que chegou ao fim do túnel. Mas, da mesma forma que aquele mar que parecia invencível e foi parar debaixo dos pés do Mestre, os seus problemas podem ser grandes para você, mas eles estão debaixo dos pés de Jesus. Creia nisso e confie no Senhor!

Terceira, Jesus exige uma reação do crente durante e depois da tempestade, de acordo com o que afirma o autor nos vv.49-52 , o qual examina que durante e depois da tempestade os servos de Deus devem ter animo e não se entregar aos problemas, isto está certificado nos vv.49-50a que relatam: 49 eles, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; 50 porque todos o viram e se assustaram; mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: Tende ânimo; sou eu [...]”,podemos examinar que aqueles homens ao ver Jesus andando por cima do mar ao invés de se alegrar se assustaram e ao invés de estar animados se esvaíram pensando estar vendo um fantasma, ou seja, aqueles homens ainda tinham estas crenças populares, apesar de Cristo e das Escrituras de modo geral falar da impossibilidade de comunicação entre vivos e mortos (Lv 19.31; 20.6; Lc 16.30-31), parece que não entenderam alguns ensinamentos de Cristo, mas mantinham crenças populares como esta de espíritos entre nós, o que é antibiblica.

Também vemos que aqueles homens precisavam se animar em Cristo, por isso Cristo disse “Sou Eu”, “tende bom ânimo”, para que eles vissem que era Ele e tivessem animo. A razão do nosso ânimo deve ser a presença de Cristo. Durante e depois da tempestade a presença de Cristo deve ser a razão de estarmos animados e termos plenaalegria. Qual tem sido a razão do seu animo, da sua alegria e da sua euforia? Não se deixe entregar aos problemas, mas tenha ânimo na Pessoa de Jesus!

Os discípulos durante e depois da tempestade os servos de Deus não devem ter medo, mas ter uma fé confiante em Cristo, conforme se afirma nos vv.50b-51: [...] não temais. 51 E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou; e ficaram, no seu íntimo, grandemente pasmados”, assim sendo a fé é o meio que Deus nos deu para nos aproximarmos Dele em Cristo. Aqueles homens estavam incrédulos, mesmo tendo visto os milagres da multiplicação dos pães e peixes (V.30-44), e do milagre do mar que estava bravio e agora calmo, Aqueles homens não deveriam ter medo, e sim, ter fé, acreditar que aquele que estava com eles no barco é o Senhor do Universo, que sabe o numero das estrelas do céu (Sl 147.4), controla o mar (Is 40.12) e acalma os ventos contrários (Mc 4.39).

Quando Cristo entrou no barco aconteceu o que diz a canção antiga: “Com Cristo no meu barco, tudo vai muito bem”, se você tem Cristo, as tuas tempestades ele vai acalmar, não porque estou dizendo, mas porque a sua Palavra diz que ele acalma as tempestades. Creia e confia Nele que Ele tem poder para te livrar!

Aqueles homens durante e depois da tempestade os servos de Deus não devem ser incrédulos, pois possuem motivos nítidos para confiar, porém estavam descrentes, como afirma o v. 52: “52 pois não tinham compreendido o milagre dos pães, antes o seu coração estava endurecido”, os que estavam presentes no barco tinham visto muitos sinais de Jesus, haviam visto ele acalmar os ventos e o mar numa tempestade anterior (Mc 4.35-41), libertar um endemoninhado gadareno que ninguém dava nada por ele e em questão de horas torna-lo num missionário para pregar o evangelho em dez cidades (Mc 5.1-20), a cura de uma mulher que estava morrendo aos poucos com uma hemorragia que a fez gastar todos os seus bens, com um toque apenas veio a sua cura (Mc 5.24-34), também viram uma menina de doze anos que estava morta, mas Jesus ressuscitou-a (Mc 5.21-23, 35-43), por último eles viram uma multidão de cinco mil homens, além de mulheres e crianças, serem alimentados com cinco pães e dois peixes, multiplicados por Jesus (Mc 6.30-44).

Aqueles homens não tinham motivos para serem incrédulos, eles teriam motivos para confiar em Jesus. Porém, estavam com os seus corações endurecidos. Você e eu temos todos os motivos para confiar em Jesus, a história apresenta Ele como o que está no controle de todas as coisas, aquele mesmo Jesus que andou sobre o mar e fez aquele mar revolto se tornar um tapete, é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente (Hb 13.8), precisamos confiar Nele! As nossas tempestades estão no controle Dele. Ouse Confiar neste Deus com fé e você verá o impossível acontecer. Ele faz acontecer onde não está acontecendo! Creia! ALELUIA!!!!

Se este episódio terminasse assim com um gesto tão fraco de incredulidade isto nos deixaria com um sentimento de fracasso, porém, Graças a Deus que houve um fato maravilhoso que enche nossos olhos de esperança, trecho este narrado por Mateus no capitulo 14 e verso 33, o qual diz que: 33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!”, a incredulidade deu lugar à fé, a desconfiança deu lugar a uma confiança grandiosa em Jesus. Aqueles homens declaram que Ele é de fato o Filho de Deus. Nós podemos hoje deixar de ser incrédulos e crê em Jesus, podemos abrir mão da incredulidade e confiar no Senhor Jesus.

Para concluir queremos dizer que  esta mensagem trouxe à luz algumas verdades sobre as tempestades na vida dos servos de Deus. Vimos que Deus permite que seus servos passem por tempestades em sua vida; que Ele vem ao encontro dos seus servos e que Ele exige uma reação dos seus servos durante e depois das tempestades. Jesus deseja está presente no barco da tua vida durante as tempestades que você enfrentar, porém você precisa confiar Nele e entregar-se aos seus cuidados. Você deseja ter a presença de Jesus no barco da sua vida? Convide-o para ser o guia do barco do teu viver e verás que Ele tem poder para acalmar as tuas tempestades. Quer fazer isto agora? Deseja ter Jesus como o guia da tua vida?

REFERENCIAS

CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo Vl 01 – Mateus e Marcos. São Paulo: Candeia, 1978.

GENEBRA, Bíblia de Estudo. Texto e Notas de Rodapé. 2 ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

LOPES, Hernandes Dias. Marcos: O Evangelho dos Milagres. 1 ed. São Paulo - SP: Hagnos, 2006.

RYLE, John Charles. Meditações no Evangelho de Marcos. 1 ed. São José dos Campos – SP: Fiel, 1978.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?

Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.

Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e "testemunhas de Jeová" sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.

§  Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele. 

§  Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.

§  Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.

§  Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.

§  Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.

§  Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.

§  Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo.

§  Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco. 

§  Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.

§  Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.

§  Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.

§  Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde. 

A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia...