quarta-feira, 20 de abril de 2011
Teologia Reformada Ao Seu Dispor
OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
(Tradução livre e adaptada do livro The Five Points of Calvinism - Defined, Defended, Documented, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, USA.], feita por João Alves dos Santos)
I. A ORIGEM DOS “CINCO PONTOS”
A. O PROTESTO DO PARTIDO ARMINIANO, NA HOLANDA
Os Cinco Pontos do Calvinismo tiveram sua origem a partir de um protesto que os seguidores de James Arminius (um professor de seminário holandês) apresentaram ao “Estado da Holanda” em 1610, um ano após a morte de seu líder. O protesto consistia de “cinco artigos de fé”, baseados nos ensinos de Armínio, e ficou conhecido na história como a “Remonstrance”, ou seja, “O Protesto”. O partido arminiano insistia que os símbolos oficiais de doutrina das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg) fossem mudados para se conformar com os pontos de vista doutrinários contidos no Protesto. As doutrinas às quais os arminianos fizeram objeção eram as relacionadas com a soberania divina, a inabilidade humana, a eleição incondicional ou predestinação, a redenção particular (ou expiação limitada), a graça irresistível (chamada eficaz) e a perseverança dos santos. Essas são doutrinas ensinadas nesses símbolos da Igreja Holandesa, e os arminianos queriam que elas fossem revistas.
B. OS “CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO”
Os cinco artigos de fé contidos na “Remonstrance” podem ser resumidos no seguinte:
1. Deus elege ou reprova na base da fé prevista ou da incredulidade.
2. Cristo morreu por todos os homens, em geral, e em favor de cada um, em particular, embora somente os que crêem sejam salvos.
3. Devido à depravação do homem, a graça divina é necessária para a fé ou qualquer boa obra.
4. Essa graça pode ser resistida.
5. Se todos os que são verdadeiramente regenerados vão seguramente perseverar na fé é um ponto que necessita de maior investigação.
Esse último ponto foi depois alterado para ensinar definitivamente a possibilidade de os realmente regenerados perderem sua fé, e, por conseguinte, a sua salvação. Todavia, nem todos os arminianos estão de acordo, nesse ponto. Há muitos que acreditam que os verdadeiramente regenerados não podem perder a salvação e estão eternamente salvos.
C. A BASE FILOSÓFICA DO ARMINIANISMO
Conforme expõe J.I.Packer (O “Antigo” Evangelho, pp. 5, 6) a teologia contida nessa “Remonstrance” (ou Representação) “originou-se de dois princípios filosóficos: primeiro, que a soberania de Deus é incompatível com a liberdade humana, e, portanto, também com a responsabilidade humana; em segundo lugar, que habilidade é algo que limita a obrigação... Com bases nesses princípios, os arminianos extraíram duas deduções: primeira, visto que a Bíblia considera a fé como um ato humano livre e responsável, ela não pode ser causada por Deus, mas é exercida independentemente dEle; segunda, visto que a Bíblia considera a fé como obrigatória da parte de todos quantos ouvem o Evangelho, a capacidade de crer deve ser universal. Portanto, eles afirmam, as Escrituras devem ser interpretadas como ensinando as seguintes posições:
1. O homem nunca é de tal modo corrompido pelo pecado que não possa crer salvaticiamente (salvificamente) no Evangelho, uma vez que este lhe seja apresentado;
2. O homem nunca é de tal modo controlado por Deus que não possa rejeitá-lo;
3. A eleição divina daqueles que serão salvos alicerça-se sobre o fato da previsão divina de que eles haverão de crer, por sua própria deliberação;
4. A morte de Cristo não garantiu a salvação para ninguém, pois não garantiu o dom da fé para ninguém (e nem mesmo existe tal dom); o que ela fez foi criar a possibilidade de salvação para todo aquele que crê;
5. Depende inteiramente dos crentes manterem-se em um estado de graça, conservando a sua fé; aqueles que falham nesse ponto, desviam-se e se perdem.
Dessa maneira, o arminianismo faz a salvação do indivíduo depender, em última análise, do próprio homem, pois a fé salvadora é encarada, do princípio ao fim, como obra do homem, pertencente ao homem e nunca a Deus”.
D. A REJEIÇÃO DO ARMINIANISMO PELO SÍNODO DE DORT E A FORMULACÃO DOS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
Em 1618 foi convocado um Sínodo nacional para reunir-se em Dort, a fim de examinar os pontos de vista de Armínio à luz das Escrituras. Essa convocação foi feita pelos Estados Gerais da Holanda para o dia 13 de novembro de 1618. Constou de 84 membros e 18 representantes seculares. Entre esses estavam 27 delegados da Alemanha, Suíça, Inglaterra e de outros países da Europa. Durante os sete meses de duração do Sínodo houve 154 sessões para tratar desses artigos.
Após um exame minucioso e detalhado de cada ponto, feito pelos maiores teólogos da época, representando a maioria das Igrejas Reformadas da Europa, o Sínodo concluiu que, à luz do ensino claro das Escrituras, esses artigos tinham que ser rejeitados como não bíblicos. Isso foi feito por unanimidade. Não somente isso, mas o Concílio impôs censura eclesiástica aos “remonstrantes”, - depondo-os de seus cargos, e a autoridade civil (governo) os baniu do país por cerca de seis anos. Além de rejeitar os cinco artigos de fé dos arminianos, o Sínodo formulou o ensino bíblico a respeito desse assunto na forma de cinco capítulos que têm sido, desde então, conhecidos como “os cinco pontos do Calvinismo”, pelo fato de Calvino ter sido grande defensor e expositor desse assunto.
Embora cause estranheza a muitos essa posição, devido à mudança teológica que as igrejas têm sofrido desde vários séculos, os reformadores eram unânimes em condenar o arminianismo como uma heresia ou quase isso. A salvação era vista como uma obra da graça de Deus, do começo ao fim, sem qualquer contribuição do homem. Essa posição pode ser resumida na seguinte proposição: Deus salva pecadores.
II. OS CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO CONTRASTADOS COM OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
A. O LIVRE ARBÍTRIO OU HABILIDADE HUMANA CONTRASTADO COM A INABILIDADE TOTAL OU DEPRAVAÇÃO TOTAL
Arminianismo: Embora a natureza humana tenha sido seriamente afetada pela queda, o homem não ficou reduzido a um estado de incapacidade total. Deus, graciosamente, capacita todo e qualquer pecador a arrepender-se e crer, mas o faz sem interferir na liberdade do homem. Todo pecador possui uma vontade livre (livre arbítrio), e seu destino eterno depende do modo como ele usa esse livre arbítrio. A liberdade do homem consiste em sua habilidade de escolher entre o bem e o mal, em assuntos espirituais. Sua vontade não está escravizada pela sua natureza pecaminosa.. O pecador tem o poder de cooperar com o Espírito de Deus e ser regenerado ou resistir à graça de Deus e perecer. O pecador perdido precisa da assistência do Espírito, mas não precisa ser regenerado pelo Espírito antes de poder crer, pois a fé é um ato deliberado do homem e precede o novo nascimento. A fé é o dom do pecador a Deus, é a contribuição do homem para a salvação.
Calvinismo: Devido à queda, o homem é incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador no Evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, pois está escravizada à sua natureza má; por isso ele não irá - e não poderá jamais - escolher o bem e não o mal em assuntos espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do que simples assistência do Espírito para se trazer um pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual o Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o homem dá (contribui) para a salvação, mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom de Deus para o pecador e não o dom do pecador para Deus.
B. A ELEIÇÃO CONDICIONAL CONTRASTADA COM A ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Arminianismo: A escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, foi baseada na Sua previsão (presciência) de que eles responderiam à Sua chamada (fé prevista). Deus selecionou apenas aqueles que Ele sabia que iriam, livremente e por si mesmos, crer no Evangelho. A eleição, portanto, foi determinada ou condicionada pelo que o homem iria fazer. A fé que Deus previu e sobre a qual Ele baseou a Sua escolha não foi dada ao pecador por Deus (não foi criada pelo poder regenerador do Espírito Santo), mas resultou tão somente da vontade do homem. Foi deixado inteiramente ao arbítrio do homem o decidir quem creria e, por conseguinte, quem seria eleito para a salvação. Deus escolheu aqueles que Ele sabia que iriam, de sua livre vontade, escolher a Cristo. Assim, a causa última da salvação não é a escolha que Deus faz do pecador, mas a escolha que o pecador faz de Cristo.
Calvinismo: A escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, repousou tão somente na Sua soberana vontade. A escolha de determinados pecadores feita por Deus não foi baseada em qualquer resposta ou obediência prevista da parte destes, tal como fé ou arrependimento. Pelo contrário, é Deus quem dá a fé e o arrependimento a cada pessoa a quem Ele escolheu. Esses atos são o resultado e não a causa da escolha divina. A eleição, portanto, não foi determinada nem condicionada por qualquer qualidade ou ato previsto no homem. Aqueles a quem Deus soberanamente elegeu, Ele os traz, através do poder do Espírito, a uma voluntária aceitação de Cristo. Desta forma, a causa última da salvação não é a escolha que o pecador faz de Cristo, mas a escolha que Deus faz do pecador.
C. A REDENÇÃO UNIVERSAL OU EXPIAÇÃO GERAL CONTRASTADA COM A REDENÇÃO PARTICULAR OU EXPIAÇÃO LIMITADA
Arminianismo: A obra redentora de Cristo tornou possível a salvação de todos, mas na verdade não assegurou a salvação de ninguém. Embora Cristo tenha morrido por todos os homens, em geral, e em favor de cada um, em particular, somente aqueles que crêem nEle são salvos. A morte de Cristo capacitou a Deus a perdoar pecadores na condição de que creiam, mas na verdade não removeu (expiou) o pecado de ninguém. A redenção de Cristo só se torna efetiva se o homem escolhe aceitá-la.
Calvinismo: A obra redentora de Cristo foi intencionada para salvar somente os eleitos e, de fato, assegurou a salvação destes. Sua morte foi um sofrimento substitucionário da penalidade do pecado no lugar de certos pecadores específicos. Além de remover o pecado do Seu povo, a redenção de Cristo assegurou tudo que é necessário para a sua salvação, incluindo a fé que os une a Ele. O dom da fé é infalivelmente aplicado pelo Espírito a todos por quem Cristo morreu, deste modo, garantindo a sua salvação.
D. A POSSIBILIDADE DE SE RESISTIR À OBRA DO ESPIRITO SANTO CONTRASTADA COM A CHAMADA EFICAZ DO ESPÍRITO OU GRAÇA IRRESISTÍVEL
Arminianismo: O Espírito chama internamente todos aqueles que são externamente chamados pelo convite do Evangelho. Ele faz tudo que pode para trazer cada pecador à salvação. Sendo o homem livre, pode resistir de modo efetivo a essa chamada do Espírito. O Espírito não pode regenerar o pecador antes que ele creia. A fé (que é a contribuição do homem para a salvação) precede e torna possível o novo nascimento. Desta forma, o livre arbítrio limita o Espírito na aplicação da obra salvadora de Cristo. O Espírito Santo só pode atrair a Cristo aqueles que O permitem atuar neles. Até que o pecador responda, o Espírito não pode dar a vida. A graça de Deus, portanto, não é invencível; ela pode ser, e de fato é, freqüentemente, resistida e impedida pelo homem.
Calvinismo: Além da chamada externa à salvação, que é feita de modo geral a todos que ouvem o evangelho, o Espírito Santo estende aos eleitos uma chamada especial interna, a qual inevitavelmente os traz à salvação. A chamada externa (que é feita indistintamente a todos) pode ser, e, freqüentemente é, rejeitada; ao passo que a chamada interna (que é feita somente aos eleitos) não pode ser rejeitada. Ela sempre resulta na conversão. Por meio desta chamada especial o Espírito atrai irresistivelmente pecadores a Cristo. Ele não é limitado em Sua obra de aplicação da salvação pela vontade do homem, nem depende, para o Seu sucesso, da cooperação humana. O Espírito graciosamente leva o pecador eleito a cooperar, a crer, a arrepender-se, a vir livre e voluntariamente a Cristo. A graça de Deus, portanto, é invencível. Nunca deixa de resultar na salvação daqueles a quem ela é estendida.
E. A QUEDA DA GRAÇA CONTRASTADA COM A PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Arminianismo: Aqueles que crêem e são verdadeiramente salvos podem perder sua salvação por não guardar a sua fé. Nem todos os arminianos concordam com este ponto. Alguns sustentam que os crentes estão eternamente seguros em Cristo; que o pecador, uma vez regenerado, nunca pode perder a sua salvação.
Calvinismo: Todos aqueles que são escolhidos por Deus e a quem o Espírito concedeu a fé, são eternamente salvos. São mantidos na fé pelo poder do Deus Todo Poderoso e nela perseveram até o fim.
SUMÁRIO DESSAS POSIÇÕES:
De acordo com o Arminianismo: A salvação é realizada através da combinação de esforços de Deus (que toma a iniciativa) e do homem (que deve responder a essa iniciativa). A resposta do homem é o fator decisivo (determinante). Deus tem providenciado salvação para todos, mas Sua provisão só se torna efetiva (eficaz) para aqueles que, de sua própria e livre vontade, “escolhem” cooperar com Ele e aceitar Sua oferta de graça. No ponto crucial, a vontade do homem desempenha um papel decisivo. Desta forma é o homem, e não Deus, que determina quem será o recipiente do dom da salvação.
Este era o sistema de doutrina apresentado na “Remonstrance” (Representação) dos Arminianos e rejeitado pelo Sínodo de Dort em 1619, por não ser bíblico.
De acordo com o Calvinismo: A salvação é realizada pelo infinito poder do Deus Triuno. O Pai escolheu um povo, o Filho morreu por ele e o Espírito Santo torna a morte de Cristo eficaz para trazer os eleitos à fé e ao arrependimento; desse modo, fazendo-os obedecer voluntariamente ao evangelho. Todo o processo (eleição, redenção, regeneração, etc.) é obra de Deus e é operado tão somente pela graça. Desta forma, Deus e não o homem, determina quem serão os recipientes do dom da salvação.
Este sistema de teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas Escrituras Sagradas. É o sistema apresentado na Confissão de Fé de Westminster e em todas as Confissões Reformadas. Na época do Sínodo de Dort foi formulado em “cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos submetidos pelos arminianos à Igreja da Holanda) e têm sido, desde então, conhecidos como “os cinco pontos do Calvinismo”.
III. A DIFERENÇA ENTRE O CALVINISMO E O ARMINIANISMO
Os assuntos envolvidos nesta controvérsia histórica são, de fato, graves, pois afetam vitalmente o conceito cristão de Deus, do pecado e da salvação. Packer, contrastando esses dois sistemas, afirma:
“A diferença entre eles não é primariamente uma questão de ênfase, mas de conteúdo. Um deles proclama um Deus que salva; o outro alude a um Deus que permite ao homem salvar a si mesmo. O primeiro desses pontos de vista apresenta os três grandes atos da Santa Trindade na recuperação da humanidade perdida - eleição por parte do Pai, redenção por parte do Filho, chamada por parte do Espírito Santo - como sendo dirigidos às mesmas pessoas, garantindo infalivelmente a salvação delas. Mas o outro ponto de vista empresta a cada um desses atos uma referência diferente (o objeto da redenção seria a humanidade inteira, os objetos da chamada seriam aqueles que ouvem o evangelho, e os objetos da eleição seriam aqueles que correspondem a essa chamada), e nega que a salvação de qualquer pessoa seja garantida por qualquer desses atos. Essas duas teologias, assim sendo, concebem o plano da salvação em termos inteiramente diferentes. Uma delas faz a salvação depender da obra de Deus, e a outra faz a salvação depender da obra do homem. Uma delas considera a fé como parte do dom divino da salvação, mas a outra pensa que a fé é a contribuição do homem para a sua salvação. Uma delas atribui a Deus toda a glória pela salvação dos crentes, mas a outra divide as honras entre Deus, que, por assim dizer, construiu o maquinismo da salvação, e o homem, que põe esse maquinismo em funcionamento quando crê. Não há dúvida de que essas diferenças são importantes, e o valor permanente dos ‘cinco pontos’, como um sumário do calvinismo, é que eles deixam claro os pontos em que divergem e a extensão da divergência entre os dois conceitos.” (O “Antigo” Evangelho, p. 7)
IV. O “PONTO” QUE OS “CINCO PONTOS” DO CALVINISMO PRETENDEM ESTABELECER
Enquanto reconhece o valor permanente dos cinco pontos como um sumário do Calvinismo, Packer adverte contra o perigo de se equiparar o Calvinismo com os cinco pontos apenas. Em seu livro referido ele apresenta cinco razões porque essa equiparação é incorreta (pp. 8-16). Uma dessas razões apresentadas é a seguinte: “...o próprio fato que a soteriologia calvinista é exposta sob a forma de cinco pontos distintos (um número devido, conforme já explicamos, meramente ao fato de ter havido cinco pontos arminianos para serem respondidos pelo Sínodo de Dort) tende por obscurecer o caráter orgânico do pensamento calvinista sobre a questão. Pois esses cinco pontos, apesar de declarados em separado, na verdade são indivisíveis uns dos outros. Eles dependem uns dos outros; ninguém pode rejeitar um deles sem rejeitar a todos, pelo menos no sentido tencionado pelo Sínodo de Dort. Para o Calvinismo, na realidade, só há um ponto a ser enfatizado no campo da soteriologia: o ponto que “Deus salva pecadores”. Deus - o Jeová Triuno; Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas trabalhando em conjunto, em sabedoria, poder e amor soberanos, a fim de realizar a salvação de um povo escolhido. O Pai escolhendo, o Filho cumprindo a vontade do Pai de remir, e o Espírito Santo executando o propósito do Pai e do Filho, mediante a renovação do homem. Salva - Ele faz tudo, do começo ao fim, tudo quanto é mister para levar os homens da morte no pecado à vida em glória: Ele planeja, realiza e transmite a redenção, e também chama e conserva, justifica, santifica e glorifica. Pecadores - homens conforme Deus os encontra, isto é, culpados, vis, impotentes, incapazes de levantar um dedo para cumprirem a vontade de Deus ou melhorarem a sua porção espiritual. Deus salva pecadores - e a força dessa confissão não pode ser enfraquecida pelo rompimento da unidade da obra da divina Trindade, ou por dividir a efetivação da salvação entre Deus e o homem, como se a parte decisiva fosse a humana, ou por suavizar a incapacidade do pecador, de tal maneira que ele mereça ser louvado, juntamente com o Salvador, por sua própria salvação. Esse é o grande ponto da soteriologia calvinista que os “cinco pontos” buscam estabelecer, e que é negado pelo arminianismo, em todas as suas formas: a saber, que os pecadores não podem salvar a si mesmos em qualquer sentido, porquanto a salvação, do começo ao fim, em sua totalidade, no passado, no presente e no futuro, vem do Senhor, a quem cabe toda a glória para sempre. Amém”. (op. cit., pp. 9,10)
V. EVIDÊNCIAS BÍBLICAS PARA OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
Uma vez que essas cinco doutrinas não são apresentadas na Bíblia como unidades separadas ou independentes, mas são entretecidas na mensagem bíblica como um sistema único, harmonioso e interrelacionado, cada uma delas só pode ser inteiramente apreciada se for vista à luz das outras quatro. Elas se explicam e se apoiam, mutuamente. Julgar essas doutrinas individualmente, sem relacionar uma com a outra, seria como tentar avaliar um quadro de Rembrandt olhando-se para cada uma das cores de cada vez e nunca vendo a obra como um todo. Por isso, a evidência bíblica para cada ponto não deve ser julgada separadamente, mas à luz de uma visão das cinco doutrinas como um só sistema. Quando assim adequadamente correlacionadas, elas formam uma corda de cinco tiras de inquebrável. resistência.
A. DEPRAVAÇÃO TOTAL OU INABILIDADE TOTAL
O ponto de vista que alguém toma a respeito da salvação será determinado, em grande escala, pelo conceito que essa pessoa tem a respeito do pecado e de seus efeitos sobre a natureza humana. Por isso, o primeiro ponto tratado pelo sistema calvinista é a doutrina bíblica da depravação total ou inabilidade total. Quando o calvinista fala do homem como sendo totalmente depravado, quer dizer que sua natureza é corrupta, perversa e totalmente pecaminosa. O adjetivo “total” não significa que cada pecador está tão completamente corrompido em suas ações e pensamentos quanto lhe seja possível ser. O termo é usado para indicar que todo o ser do homem foi afetado pelo pecado. A corrupção estende-se a todas as partes do homem, corpo e alma. O pecado afetou a totalidade das faculdades humanas - sua mente, sua vontade, etc. (Confissão de Fé, VI, 2). Também se pode usar o adjetivo “total” para incluir nele toda a raça humana, sem exceção. Como resultado dessa corrupção inata, o homem natural é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa espiritualmente boa. É o que se quer dizer por “inabilidade total”. A inabilidade referida nessa terminologia é a “inabilidade espiritual”. Significa que o pecador está tão espiritualmente falido que ele nada pode fazer com respeito à sua salvação. É evidente que muitas pessoas não salvas, quando julgadas pelos padrões humanos, possuem qualidades admiráveis e realizam atos virtuosos. Porém, no campo espiritual, quando julgadas pelos padrões divinos, são incapazes de fazer o bem (Confissão de Fé, XVI, 1 e 7). O homem natural está escravizado pelo pecado: é filho de Satanás, rebelde para com Deus, cego para com a verdade, corrompido e incapaz de salvar-se a si mesmo ou de preparar-se para a salvação. Em resumo, o não regenerado está morto em pecado e sua vontade está escravizada à sua natureza má. O homem não veio das mãos do seu Criador nessa condição depravada. Deus fez a Adão perfeito, sem qualquer maldade em sua natureza. Originalmente, a vontade de Adão estava livre do domínio do pecado. Ele não estava sujeito a qualquer compulsão natural para escolher o mal; porém, por sua queda, trouxe a morte espiritual sobre si mesmo e sobre toda a sua posteridade. Desse modo, lançou a si mesmo e a toda a raça na ruína espiritual e perdeu para si e para os seus descendentes a habilidade de fazer escolhas certas no campo espiritual. Seus descendentes ainda são livres para escolher - todo homem faz escolhas em sua vida - mas, visto que a geração de Adão nasce com natureza pecaminosa, não tem a habilidade para escolher o bem ao invés do mal. Por conseguinte, a vontade do homem não é mais livre (i.e., livre do domínio do pecado) como era livre a vontade de Adão, antes da queda. Em vez disso, a vontade do homem, como resultado da depravação herdada, está escravizada à sua natureza pecaminosa. A Confissão de Fé de Westminster nos dá uma declaração clara e concisa dessa doutrina: “O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso” (IX, 3).
1. Como resultado da transgressão de Adão, os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos; portanto, para se tornarem filhos de Deus e entrarem no Seu reino precisam nascer de novo, do Espírito.
a) Quando Adão foi colocado no jardim do Éden, foi advertido para não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, sob pena de imediata morte espiritual:
Gn. 2. 16 “Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;”
Gn. 2. 17 “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
b) Adão desobedeceu e comeu do fruto proibido (Gn 3:1-7); por conseguinte, trouxe morte espiritual sobre si mesmo e sobre a raça:
Gn. 3. 1 Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2 Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.
4 Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis.
5 Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
6 Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.
7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Rm. 5. 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.
Ef. 2.1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência,
3 entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
Col. 2. 13 e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos;
c) Davi confessou que tanto ele, como os demais homens, foram nascidos em pecado:
Sl. 51. 5 Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
Sl. 58. 3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.
d) Porque os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos. Jesus ensinou que, para alguém entrar no reino de Deus, é preciso nascer de novo:
Jo. 3.5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
Jo. 3.6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
Jo. 3.7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
2. Como resultado da queda, os homens estão cegos e surdos para a verdade espiritual. Suas mentes estão entenebrecidas pelo pecado; seus corações são corruptos e malignos:
Gn. 6. 5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.
Gn. 8. 21 Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer.
Ec. 9 .3 Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.
Jr. 17. 9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?
Mc 7. 21 Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios,
22 a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez;
23 todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.
Jo. 3. 19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.
Rm.8. 7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser;
8 e os que estão na carne não podem agradar a Deus.
ICor. 2. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Ef. 4 .17 Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na vaidade da sua mente,
18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com avidez toda sorte de impureza.
Ef. 5. 8 pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
Tt. 15 Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas.
3. Antes dos pecadores nascerem no reino de Deus pelo poder regenerador do Espírito, são filhos do diabo e estão debaixo de seu controle. São escravos do pecado:
Jo. 8. 44 Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.
Ef. 2. 12 estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
2Tm. 2. 25 corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade,
26 e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.
1Jo. 3 .10 Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão.
1Jo. 5.19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
1Jo. 8. 34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.
Rm. 6. 20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres em relação à justiça.
Tt. 2. 3 Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
4. O domínio do pecado é universal: todos os homens estão debaixo do seu poder; por conseguinte, ninguém é justo, nem um só .
2Cr. 6. 36 Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para alguma terra, longínqua ou próxima;
Jó 15. 14 Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?
15 Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus olhos;
16 quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a iniqüidade como a água?
Sl. 130. 3 Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?,
Sl. 143. 2 e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.
Pv. 20. 9 Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?
Ec. 7. 20 Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.
Ec. 7. 29 Eis que isto tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram muitos artifícios.
Is. 53. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
Is. 64. 6 Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.
Rm. 3. 9 Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
10 como está escrito: Não há justo, nem sequer um.
11 Não há quem entenda; não há quem busque a Deus.
12 Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
Tg. 3. 2 Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo.
Tg. 3. 8 mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal.
1Jo.1. 8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
5. Os homens, sendo deixados em seu estado de morte, são incapazes, por si mesmos, de se arrepender, de crer no evangelho ou de vir a Cristo. Não têm poder, em si mesmos, para mudar sua natureza ou preparar-se para a salvação:
Jó 14. 4 Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.
Jr. 13. 23 pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal.
Mt. 7. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Mt. 7. 18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.
Mt. 12. 33 Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
Jo. 6.44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo 6.65 E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido.
Rm. 11.35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
ICor. 2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
ICor..7 Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?
IICor. 3.5 não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,
Outros textos que mostram que os homens são incapazes de fazer qualquer coisa para ganhar a salvação serão dados no Ponto IV, sobre a Graça Eficaz, especialmente aqueles que declaram que Deus é quem dá a fé e o arrependimento, cria um novo coração, e outras expressões semelhantes.
B. ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, eles não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Ele é santo, justo e bom, ao passo que eles são pecaminosos, perversos e corruptos- Deixados à sua própria escolha, eles inevitavelmente seguem o deus deste século e fazem a vontade do seu pai, o diabo. Consequentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a doutrina da eleição.
A doutrina da eleição declara que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça de Adão para ser o objeto de Seu imerecido amor. Esses, e somente esses, Ele propôs salvar. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez nem uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.
Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. É suficiente saber que o Juiz de toda a terra tem agido bem e justamente. Deve-se, contudo, ter em mente que se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo, e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo. O fato de Ele ter feito isto para alguns, à exclusão dos outros, não é de forma alguma injusto para os excluídos, a menos que se mantenha que Deus estava na obrigação de prover salvação a todos os pecadores - o que a Bíblia rejeita cabalmente.
A doutrina da eleição deve ser vista não apenas contra o pano de fundo da depravação e culpa do homem, mas também deve ser estudada em conexão com o Eterno Pacto ou acordo feito entre os membros da Trindade. Pois foi na execução deste pacto que o Pai escolheu desse mundo de pecadores perdidos um número definido de indivíduos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. O Filho, nos termos desse pacto, concordou em fazer tudo quanto era necessário para salvar esse povo escolhido e que lhe foi concedido pelo Pai. A parte do Espírito na execução desse pacto foi e é a de aplicar aos eleitos a salvação adquirida para eles pelo Filho.
A eleição, portanto, é apenas um aspecto (embora muito importante) do propósito salvador do Deus Triuno, e dessa forma não deve ser vista como salvação. O ato da eleição em si mesmo não salvou ninguém. O que ele fez foi destacar (marcar) alguns indivíduos para a salvação. Desta forma, a doutrina da eleição não deve ser divorciada das doutrinas da culpa do homem, da redenção e da regeneração, pois de outra forma ela será distorcida e deturpada. Em outras palavras, se quisermos manter em sua perspectiva bíblica, e corretamente entendido, o ato da eleição do Pai deve ser relacionado com a obra redentora do Filho, que Se deu a Si mesmo para salvar os eleitos e com a obra renovadora do Espírito, que traz o eleito à fé em Cristo.
1. Declarações gerais mostrando que Deus tem um povo eleito, que Ele predestinou esse povo para a salvação e, desta forma, para a vida eterna:
Dt. 10.14 Eis que do Senhor teu Deus são o céu e o céu dos céus, a terra e tudo o que nela há.
15 Entretanto o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar; e escolheu a sua descendência depois deles, isto é, a vós, dentre todos os povos, como hoje se vê.
Sl. 33.12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.
Sl. 65.4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.
Ag. 2.23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.
Mt.11.27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Mt.22.14 Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
Mt.24.22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.
Mt.24.31 E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.
Lc. 18.7 E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?
Rm. 8.28 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos;
30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Rm. 8.33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica;
Rm. 11.28 Quanto ao evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.
Col. 3.12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade,
ITess. 5.9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo,
Tt. 1.1 Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o pleno conhecimento da verdade que é segundo a piedade,
1Pe. 1.1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
1Pe. 2.8 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
1Pe. 2.9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Ap. 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.
2. Antes da fundação do mundo, Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação. Sua escolha não foi baseada em qualquer resposta ou ato previsto, a ser cumprido pelos escolhidos. A fé e as boas obras são o resultado e não a causa da escolha divina.
a) Deus fez a escolha:
Mc. 13.20 Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém se salvaria mas ele, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
ITess. 1.4 conhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição;
IITess. 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
b) A escolha divina foi feita antes da fundação do mundo:
Ef. 1.4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
IITess. 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
IITm. 1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
Ap. 13.8 E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Ap. 17.8 A besta que viste era e já não é; todavia está para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os que habitam sobre a terra e cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e que tornará a vir.
c) Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação - seus nomes foram escritos no livro da vida antes da fundação do mundo: Ap 13:8;17:8.[acima]
d) A escolha divina não foi baseada em qualquer mérito previsto naqueles a quem Ele escolheu, nem foi baseada em quaisquer obras previstas, realizadas por eles:
Rm. 9.11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú.
Rm. 9.16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
Rm. 10.20 E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam.
ICor. 1.27 Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes;
28 e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são;
29 para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus.
2Tm.1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
e) As boas obras são o resultado e não a base da predestinação:
Ef. 1.12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;
Ef. 2.10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
Jo. 15.16 Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
f) A escolha divina não foi baseada na fé prevista. A fé é o resultado e, portanto, a evidência da eleição divina, não a causa ou base de Sua escolha:
At. 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
At. 18.27 Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.
Fp. 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
Fp.2.12 De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor;
13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
ITess. 1.4 conhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição;
5 porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por amor de vós.
IITess. 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
14 e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Tg. 2. 5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
g) É através da fé e das boas obras que alguém confirma sua chamada e eleição:
2Pe. 1.5 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, 6 e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, 7 e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. 8 Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. 10 Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. 11 Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
3. A eleição não é a salvação, mas é para a salvação. Assim como o presidente eleito não se torna o presidente de fato até o dia da sua posse (instalação), assim aqueles que são eleitos para a salvação não são salvos até que sejam regenerados pelo Espírito e justificados pela fé em Cristo:(Em Efésios 1:4 Paulo mostra que os homens foram eleitos “em Cristo” antes que o mundo existisse. Em Rm 16:7 ele mostra que os homens não estão realmente “em Cristo” até que se convertam).
Rm. 11.7 Pois quê? O que Israel busca, isso não o alcançou; mas os eleitos alcançaram; e os outros foram endurecidos,
2Tm. 2.10 Por isso, tudo suporto por amor dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que há em Cristo Jesus com glória eterna.
At. 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
ITess. 2.13 Por isso nós também, sem cessar, damos graças a Deus, porquanto vós, havendo recebido a palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo ela é na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós que credes. 14 Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus;
Ef. 1.4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
Rm. 16.7 Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e meus companheiros de prisão, os quais são bem conceituados entre os apóstolos, e que estavam em Cristo antes de mim.
4. A eleição foi baseada na misericórdia soberana e especial de Deus. Não foi a vontade do homem, mas a vontade de Deus que determinou que pecadores iriam ser alvos da misericórdia e ser salvos:
Ex. 33.19 Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer.
Dt. 6 Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra.
Dt. 7.7 O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo;
Mt. 20.15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?
Rm. 9.10 E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai
Rm. 9.11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Rm..12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú.
14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.
Rm. 9.15 Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão.
16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
Rm. 9.17 Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra. 18 Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece. 19 Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade? 20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso? 22 E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; 23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
Rm. 11.4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5 Assim, pois, também no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça. 6 Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.
Rm. 11.33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! 34 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? 35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Ef. 1.5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
5. A doutrina da eleição é apenas uma parte da doutrina bíblica mais ampla da soberania de Deus. As Escrituras não apenas ensinam que Deus predestinou certos indivíduos para a vida eterna, mas que todos os eventos, grandes ou pequenos, acontecem como o resultado do eterno decreto de Deus. O Senhor Deus reina sobre os céus e a terra com absoluto controle. Nada acontece fora do Seu eterno propósito:
1Co. 29. 10 Pelo que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. 11 Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos. 12 Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.
Jó 42. 1 Então respondeu Jó ao Senhor: 2 Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
Sl. 115. 3 Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
Sl. 135. 6 Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.
Is. 14. 24 O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.
Is. 14. 27 Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?
Is. 46. 9 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
Is. 46.10 que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade;
Is. 46.11 chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.
Is. 55.11 assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Jr. 32.17 Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!
Dn. 4.35 E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
Mt. 19.26 Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
C. REDENÇÃO PARTICULAR OU EXPIAÇÃO LIMITADA
Como já foi observado, a eleição em si não salva ninguém; apenas destaca alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos pelo Pai e dados ao Filho precisam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-Se com o Seu povo e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada ao Seu povo ou creditada a ele no momento em que cada um é trazido à fé nEle. Através do que Ele fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os que constituem esse povo são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitucionário Ele sofreu a penalidade dos seus pecados e assim removeu sua culpa para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual fica livre da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente na base da obra redentora de Cristo. O Calvinismo histórico tem mantido de modo consistente a convicção de que a obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização; isto é, foi intencionada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e que, de fato, assegurou a salvação a esses indivíduos e a ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-lo a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Cristo não morreu simplesmente para tornar possível a Deus perdoar pecadores. Nem deixa Deus aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.
Todos os calvinistas concordam que a obediência e o sofrimento de Cristo são de valor infinito, e que, se fosse o propósito de Deus, a satisfação rendida por Cristo teria salvado todos os membros da raça humana. Não seria requerido de Cristo mais obediência nem sofrimento maior para assegurar a salvação de todos os homens do que foi requerido para a salvação apenas dos eleitos. Mas Ele veio ao mundo para representar e salvar apenas aqueles que Lhe foram dados pelo Pai. Desta forma, a obra salvadora de Cristo foi limitada no sentido em que foi designada para salvar uns e não outros, mas não foi limitada em valor, pois seu valor é infinito. Ela teria assegurado a salvação de todos, se essa tivesse sido a intenção de Deus.
Os arminianos também estabelecem uma limitação na obra expiatória de Cristo, mas de natureza inteiramente diferente. Eles acreditam que a obra salvadora de Cristo foi designada para tornar possível a salvação de todos os homens, desde que eles creiam, e de que a morte de Cristo, em si mesma, não assegura ou garante a salvação para ninguém. Desde que todos os homens serão salvos como resultado da obra redentora de Cristo, deve-se admitir que há uma limitação. Essa limitação consiste num desses dois pontos: ou a expiação foi designada para assegurar a salvação para certos pecadores e não para outros, ou ela foi limitada no sentido em que não foi intencionada para assegurar a salvação de ninguém, mas apenas para tornar possível a Deus perdoar os pecadores na condição da fé. Em outras palavras, a limitação deve ser colocada, em desígnio, na sua extensão, (não foi intencionada para todos), ou na sua eficácia (ela não assegura a salvação para ninguém). Como Boettner adequadamente observa, "para o calvinista a expiação é como uma ponte estreita que atravessa todo o rio; para o arminiano, é como uma grande e larga ponte que vai apenas até a metade do caminho" (The Reformed Doctrine of Predestination, p. 153). Desta forma, são os arminianos que impõem uma limitação maior à obra de Cristo.
1. As Escrituras descrevem o fim intencionado e realizado pela obra de Cristo como a salvação completa do Seu povo. (reconciliação, justificação e santificação).
a) As Escrituras declaram que Cristo veio, não para capacitar os homens a se salvarem a si mesmos, mas para salvar pecadores:
Mt. 1.21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Lc. 19.10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
2Cr. 5.21 Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Gl. 1.3 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, 4 o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai,
1Tm. 1.15 Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal;
Tt. 2.14 que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras.
1Pe. 3. 18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito;
b) As Escrituras declaram que, como resultado do que Cristo fez e sofreu., Seu povo é reconciliado com Deus, justificado, e recebe o Espírito Santo que o regenera e santifica. Todas essas bênçãos foram asseguradas por Cristo mesmo, ao Seu povo.
l) Cristo, pela Sua obra redentora, assegurou a reconciliação ao Seu povo:
Rm. 5.10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação.
2Cor. 5.18 Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; 19 pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.
Ef. 2.15 isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz, 16 e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;
Col. 1.21 A vós também, que outrora éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, 22 agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis,
2) Cristo assegurou a justiça e o perdão que Seu povo necessita para a sua justificação.
Rm. 3.24 sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, 25 ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos;
Rm. 5.8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
1Cor. 1.30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;
Gl. 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Col. 1.13 e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado; 14 em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados;
Hb. 9.12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção.
1Pe. 2.24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
3) Cristo assegurou o dom do Espírito, o qual inclui regeneração e santificação e tudo que está incluído nessas graças:
Ef. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
Fil. 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
At. 5.31 sim, Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados.
Tt. 2.14 que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras.
Tt. 3.5 não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, 6 que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador;
Ef. 5.25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra,
1Cor. 1.30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;
Hb. 9.14 quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?
Hb. 13.12 Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta.
1Jo. 1.7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.
2. Passagens que apresentam o Senhor Jesus Cristo, em tudo que Ele fez e sofreu pelo Seu povo, como cumprindo os termos de um pacto ou concerto gracioso no qual entrou com Seu Pai celestial antes da fundação do mundo:
a) Jesus foi enviado ao mundo pelo Pai para salvar o povo que o Pai Lhe deu. Os que o Pai Lhe deu vêm a Ele e nenhum deles se perderá:
Jo. 6.35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. 36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes. 37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. 40 Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
b) Jesus, como o bom Pastor, dá a Sua vida pelas Suas ovelhas. Todos os que são Suas ovelhas são trazidos por Ele ao aprisco, levadas a ouvir a Sua voz e a seguí-lo. Notemos que o Pai tem dado as ovelhas a Cristo!
Jo. 10.11 Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Jo. 10.14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor. 17 Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. 18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.
Jo. 10.24 Rodearam-no, pois, os judeus e lhe perguntavam: Até quando nos deixarás perplexos? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. 25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim. 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; 28 eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
c) Jesus, em Sua oração sacerdotal, roga não pelo mundo mas por aqueles que o Pai lhe dera. Em cumprimento à tarefa dada pelo Pai, Jesus realizou a Sua obra. Essa obra era tornar Deus conhecido do Seu povo e dar-lhe a vida eterna:
Jo. 17.1 Depois de assim falar, Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o Filho te glorifique; 2 assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos aqueles que lhe tens dado. 3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste. 4 Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer. 5 Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse. 6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus, e tu mos deste; e guardaram a tua palavra. 7 Agora sabem que tudo quanto me deste provém de ti; 8 porque eu lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me tens dado, porque são teus; 10 todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. 11 Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós.
Jo. 17.20 E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
Jo. 17.24 Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aqueles que me tens dado, para verem a minha glória, a qual me deste; pois que me amaste antes da fundação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheço; conheceram que tu me enviaste; 26 e eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer ainda; para que haja neles aquele amor com que me amaste, e também eu neles esteja.
d) Paulo declara que todas as "bênçãos espirituais" que os santos herdam, tais como filiação, redenção, perdão de pecados, etc., resultam do fato de estarem "em Cristo", e liga essas bênçãos à sua fonte última - o eterno conselho de Deus - onde repousa a grande bênção de terem sido escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para serem filhos de Deus, por meio dEle:.
Ef. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado; 7 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça, 8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs 10 para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra, 11 nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, 12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;
e) O paralelo que Paulo estabelece entre a obra condenatória de Adão e a obra salvadora de Jesus Cristo, o "segundo Adão", pode ser melhor explicado na base do princípio de que ambos figuravam numa relação pactual com o "seu povo". Adão figurava como o cabeça federal da raça e Cristo como o cabeça federal dos eleitos. Assim como Adão envolveu o seu povo na morte e condenação pelo seu pecado, assim também Cristo trouxe justiça e vida ao Seu povo através de Sua justiça (retidão):
Rm. 5.12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.
Rm. 5.17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
Rm. 5.18 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. 19 Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.
3. Algumas passagens falam de Cristo morrendo por "todos" os homens e de Sua morte como salvando "o mundo"; todavia, outras falam de Sua morte como sendo definida em desígnio, isto é, para assegurar a salvação de um povo específico.
a) Há duas classes de textos que falam da obra salvadora de Cristo em termos gerais: (1) As que contém a palavra "mundo" (João 1:9, 29;3:16,17; 4:42; II Co 5:19; 1 João 2:1,2; 4:14 e (2) As que contêm a palavra "todos" (Rm 5:18;II Co 5:14,15; 1Tm 2:4-6; Hb 2:9;II Pe 3.9.
Jo. 1.9 Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo.
Jo. 1.29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Jo. 3.19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.
Jo. 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jo. 3.17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Jo. 4.42 e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.
2Cor. 5.19 pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.
1Jo. 2.1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. 2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
1Jo. 4.14 E nós temos visto, e testificamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.
Rm. 5.18 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida.
2Cor. 5.14 Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; 15 e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
1Tm. 2.4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, 6 o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo;
Hb. 2.9 vemos, porém, aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
2Pe. 3.9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
Uma das razões para o uso dessas expressões era corrigir a noção falsa de que a salvação era apenas para os judeus. Frases como "o mundo", "todos os homens", "todas as nações", "toda criatura”, eram usadas para corrigir esse erro. Essas expressões eram usadas para mostrar que Cristo morreu para todos os homens sem distinção (i.e., Ele morreu tanto para judeus como para gentios), mas elas não pretendem indicar que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção (i.e., Ele não morreu com o propósito de salvar todo e qualquer pecador perdido).
b) Há outras passagens que falam de Sua obra salvadora em termos definidos e mostram que ela foi intencionada para salvar infalivelmente um determinado povo, a saber. aqueles que Lhe foram dados pelo Pai:
Mt. 1.21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Mt. 26.28 pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.
Jo. 10.11 Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Jo. 11.50 nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda. 51 Ora, isso não disse ele por si mesmo; mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação, 52 e não somente pela nação, mas também para congregar num só corpo os filhos de Deus que estão dispersos. 53 Desde aquele dia, pois, tomavam conselho para o matarem.
At. 20.28 Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.
Ef. 5.25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Rm. 8.32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas? 33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica; 34 Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós;
Hb. 2.17 Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.
Hb. 3.1 Pelo que, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus,
Hb. 9.15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Hb. 9.28 assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Ap. 5.9 E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação;
D. CHAMADA EFICAZ D0 ESPÍRITO OU GRAÇA IRRESISTÍVEL
Cada membro da Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - participa e contribui para a salvação de pecadores. Como já foi mostrado, o Pai, antes da fundação do mundo, escolheu aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos - a eleição e a redenção - não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A doutrina da Graça Irresistível ou Eficaz está relacionada com essa fase da Salvação. Declarada de modo simples, esta doutrina afirma que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Ele aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que Ele tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.
O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Consequentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem perdido.
Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que, inevitavelmente, o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.
No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito cria nele um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha. Pelo fato de receber uma nova natureza que o habilita a amar a retidão, e porque sua mente é iluminada de .forma a habilitá-lo a entender e crer no evangelho, o pecador renovado (regenerado) volta-se para Cristo, livre e voluntariamente, como seu Senhor e Salvador. Assim, o pecador que antes estava morto, é atraído a Cristo pela chamada interna e sobrenatural do Espírito, a qual, através da regeneração, o vivifica e cria nele a fé e o arrependimento.
Embora a chamada externa do evangelho possa ser, e freqüentemente é, rejeitada, a chamada interna e especial do Espírito nunca deixa de produzir a conversão daqueles a quem ela é feita. Essa chamada especial não é feita a todos os pecadores, mas é estendida somente aos eleitos. O Espírito não depende em nenhuma maneira da ajuda ou cooperação do pecador para ter sucesso em Sua obra de trazê-lo a Cristo. É por essa razão que os calvinistas falam da chamada do Espírito e da graça de Deus em salvar pecadores como sendo "eficaz", "invencível" ou "irresistível". A graça que o Espírito Santo estende ao eleito não pode ser obstada, nem recusada; ela nunca falha em trazê-lo à verdadeira fé em Cristo.
A doutrina da Graça Irresistível ou da Vocação Eficaz é apresentada em termos bem claros no capítulo X da Confissão de Fé de Westminster.
1. Declarações gerais mostrando que a salvação é tanto obra do Espírito como é do Pai e do Filho:
Rm. 8.14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
1Cor. 2.10 Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. 11 Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; 13 as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
1Cor. 6.11 E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
1Cor. 12.3 Portanto vos quero fazer compreender que ninguém, falando pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo.
2Cor. 3.6 o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.
2Cor. 3.17 Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. 18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.
1Pr. 1.2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
2. Através da regeneração ou novo nascimento, os pecadores recebem a vida espiritual e são feitos filhos de Deus. A Bíblia descreve esse processo como uma ressurreição espiritual, uma criação, o recebimento de um novo coração, etc. A mudança interna, que é operada através do Espírito Santo, é fruto do poder e da graça de Deus e de forma nenhuma depende da ajuda do homem para a operação do Espírito ser bem sucedida.
a) Os pecadores, através da regeneração, são trazidos para o Reino de Deus e feitos Seus filhos. O autor desse "segundo" nascimento é o Espírito Santo: o instrumento que Ele usa é a Palavra de Deus:
Jo. 1.12 Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
Jo. 3.3 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? 5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Tt. 3.5 não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo,
1Pe. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
1Pe. 1.23 tendo renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece.
1Jo. 5.4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
2) Através da obra do Espírito o pecador morto recebe um novo coração (uma nova natureza) e é levado a andar na lei de Deus. Em Cristo ele torna-se uma nova criação:
Dt. 0.6 Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas.
Ez. 36.26 Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. 27 Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.
Gl. 6.15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura.
Ef. 2.10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
2Cor. 5.17 Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 18 Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação;
c) O Espírito Santo ergue o pecador de seu estado de morte espiritual e o vivifica:
Jo. 5.21 Pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer.
Ef. 2.1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
Ef. 2.5 estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
Col. 2.13 e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos;
3. Deus torna conhecidos aos Seus escolhidos os segredos do Reino através da revelação interna e pessoal dada pelo Espírito:
Mt. 11.25 Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. 27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Lc. 10.21 Naquela mesma hora exultou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos; sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Mt. 13.10 E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? 11 Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
Mt. 13.16 Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Lc. 8.10 Respondeu ele: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.
Mt. 16.15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? 16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
Jo. 6.37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
Jo. 6.44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.
Jo. 6.64 Mas há alguns de vós que não crêem. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. 65 E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido.
1Cor. 2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Ef. 1.17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; 18 sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,
4. A Fé e o Arrependimento são dons divinos, os quais são operados na alma através da obra regeneradora do Espírito Santo:
At. 5.31 sim, Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados.
At. 11.18 Ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Assim, pois, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento para a vida.
At. 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
At. 16.14 E certa mulher chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que temia a Deus, nos escutava e o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.
At. 18.27 Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.
Ef. 2.8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé- e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Fil. 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
2Tm. 2.25 corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, 26 e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.
5. O apelo do evangelho estende uma chamada geral externa à salvação a todos que ouvem a mensagem. Em adição a essa chamada externa, o Espírito estende uma chamada especial interna aos eleitos e só a esses. A chamada geral do evangelho pode ser, e geralmente é, rejeitada, mas a chamada especial do Espírito não pode ser rejeitada. Ela sempre resulta na conversão daqueles a quem é feita:
Rm. 1.6 entre os quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo; 7 a todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados para serdes santos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Rm. 8.30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Rm. 9.23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
1Cor. 1.1 Paulo, chamado para ser apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, 2 à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
1Cor. 1.9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.
1Cor. 1.23 nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, 24 mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. 25 Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens. 26 Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados. 27 Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; 28 e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; 29 para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus. 30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
Gal. 1.15 Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, 16 revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, não consultei carne e sangue,
Ef. 4.4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
1Tm. 1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
Hb. 9.15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Jd. 1.1 Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo:
1Pe. 1.15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;
1Pe. 2. 09 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
1Pe. 5.10 E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer.
2Pe. 1.3 visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude;
Ap. 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.
6. A aplicação da salvação é toda pela graça e só é realizada através do infinito poder de Deus:
Is 5.11 assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Jo. 3.27 Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.
Jo. 17.2 assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos aqueles que lhe tens dado.
Rm. 9.16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
1Cor. 3.6 Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. 7 De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
1Cor. 4.7 Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?
Fil. 2.12 De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor; 13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Tg. 1.18 Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.
1Jo. 5.20 Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
E. PERSEVERANÇA DOS SANTOS OU SEGURANÇA DOS CRENTES
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu.
A doutrina da perseverança dos santos não mantém que todos que professam a fé cristã estão garantidos para o céu. São os santos - os que são separados pelo Espírito - os que perseveram até o fim. São os crentes - aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo - os que estão seguros e salvos nEle. Muitos que professam a fé cristã caem, mas eles não caem da graça pois nunca estiveram na graça. Os crentes verdadeiros caem em tentações e cometem graves pecados, às vezes, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a separá-los de Cristo. A Confissão de Fé de Westminster diz o seguinte a respeito dessa doutrina: "Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Espírito, não podem decair no estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos" (XVII, 1).
Boettner certamente está correto em afirmar que "essa doutrina não se manifesta isoladamente, mas é uma parte necessária do sistema calvinista de teologia. As doutrinas da Eleição e da Graça Eficaz implicam logicamente na salvação certa daqueles que recebem essas bênçãos. Se Deus escolheu homens de modo absoluto e incondicional para a vida eterna, e se o Seu Espírito efetivamente aplica-lhes os benefícios da redenção, a conclusão inevitável é que essas pessoas serão salvas" (op. cit., p.182).
Os seguintes versículos mostram que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. Estes são guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna:
Is. 43.1 Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. 2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. 3 Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; por teu resgate dei o Egito, e em teu lugar a Etiópia e Seba.
Is. 54.10 Pois as montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha benignidade não se apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor, que se compadece de ti.
Jr. 32.40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
Mt. 18.12 Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou? 13 E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. 14 Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.
Jo. 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jo. 3.36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
Jo. 5.24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.
Jo. 6.35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. 36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes. 37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. 40 Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo. 6.47 Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê tem a vida eterna.
Jo. 10.27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; 28 eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão.
Jo. 10.29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. 30 Eu e o Pai somos um.
Jo. 7.11 Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. 12 Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os conservei, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
Jo. 17.15 Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.
Rm. 5.8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
Rm. 8.1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Rm. 8.29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; 30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Rm. 8.35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. 38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
1Cor. 1.7 de maneira que nenhum dom vos falta, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8 o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.
1Cor. 10.13 Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar. 14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará a nós com Jesus, e nos apresentará convosco.
2Cor. 4.17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória;
Ef. 1.5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Ef. 1.13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, 14 o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.
Ef. 4.30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
Col. 3.3 porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
1Tess. 5.23 E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 24 Fiel é o que vos chama, e ele também o fará.
2Tm. 4.18 E o Senhor me livrará de toda má obra, e me levará salvo para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.
Hb. 9.12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção.
Hb.9.15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Hb.10.14 Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.
Hb. 12.28 Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor;
1Pe. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós, 5 que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
1Jo. 2.19 Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.
1Jo. 2.25 E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
1Jo. 5.4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
1Jo. 5.11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13 Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna.
1Jo. 5.20 Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
Jd. 1.24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, 25 ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém.
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