Parece que muitas vezes as riquezas desta vida nos fazem mais arrogantes do que já somos. Isso porque ao invés de sermos mais crentes, mais agradecidos a Deus e usar as bênçãos materiais para servir melhor as pessoas, o nosso coração se prende a elas e até mesmo nos esquecemos dAquele que é o genuíno dono de toda a riqueza e de toda a nossa vida.
Diante desse nosso pecado, creio que as aflições, as dificuldades que nos alcançam se tornam uma dádiva divina para nos mostrar o quanto somos pequenos e dependentes da Sua graça e eterna misericórdia. Penso que em muitas situações o sofrimento é o melhor remédio para nos curar da nossa terrível arrogância.
Que o Senhor nos ajude para que quando as bênçãos chegarem o nosso coração não se desvie para elas e, não seja necessária a Tua bendita e amorosa correção, mas sejamos humildes em servir a Deus e as pessoas por meio delas para a honra e glória do Seu próprio Nome.
Pensemos nisso!.
Marcos Sampaio
Fonte: www.marcossampaio.com.br
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Heresias musicais
Sei que os teus olhos
Sempre atentos permanecem em mim
E os teus ouvidos
Estão sensíveis para ouvir meu clamor
Posso até chorar...
Mas a alegria vem de manhã
És Deus de perto e não de longe
Nunca mudastes, tu és fiel
Deus de aliança, Deus de promessas
Deus que não é homem pra mentir
Tudo pode passar, tudo pode mudar
Mas tua palavra vai se cumprir
Posso enfrentar o que for
Eu sei quem luta por mim
Seus planos não podem ser frustrados
Minha esperança está
Nas mãos do grande eu sou
Meus olhos vão ver o impossível
Acontecer...
A música começa de uma forma muita clara, sempre remetendo a textos bíblicos como os de II Crônicas 6.20, 6.40 e 7.15. Entretanto, na parte em que está em negrito surge um erro na interpretação: És Deus de perto e não de longe. Essa frase remete imediatamente para o texto de Jeremias 23:23. Embora, no referido texto sagrado as palavras do TODO PODEROSO são: Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe?
Muitos fóruns debatem em torno dessa frase infeliz da música do Toque no Altar, e muitos argumentos são levantados para a validação da mesma. Detalhe: o texto Bíblico expõe de forma definitiva o sentido das palavras de Deus. Quanto a isso fica difícil argumentar. Não posso dizer que o autor da letra tenha se utilizado desse texto, embora toda a música faça referência a textos Bíblicos, mas o que é fato é que ela choca-se completamente contra as Escrituras.
Nesse sentido, uma solução poderia ser proposta. Mudar a frase para o que de fato o texto sagrado diz. Deixando de lado as nossa prerrogativas para justificar a veracidade da frase do autor da música. Nota-se também, que tal mudança em nada mudaria a paráfrase da música. nesse caso é melhor cantar: És Deus de perto e também de longe. A música é muito bonita, e depois de resolvida essa parte também ficará totalmente Bíblica.
Fora isso, a música transmite de forma clara o cuidado de Deus para com os seus. A musica fala da impossibilidade dos planos de Deus serem frustrados, o que nos dá esperança diante de diferentes fases da nossa vida. Planos e não sonhos. Não são os sonhos que não são frustrados, e sim os planos, ou seja, Deus não sonha ele determina as coisas. Também nos transmite esperança diante das lutas, quando remete àquele que luta por nós.Que Deus nos conserve verdadeiros adoradores
Grupos de louvor como Lagoinha, Toque no Altar, Renascer Praise, e muitos outros, comandam os nossos momentos de louvor. Quantas pessoas já não leram livros de Ana Paula Valadão para aprender como prestar uma adoração "extravagante", pois é, esse é o nome dado a atitudes como a de andar de "quatro como um leão" afirmando(como escrito em sua nota de esclarecimento) ser o poder do Espírito Santo que dobrou suas pernas a fazendo se rastejar de uma forma vexatória e humilhante como um animal quadrúpede no palco.
Fonte:
http://ateudemim.blogspot.com/
Sempre atentos permanecem em mim
E os teus ouvidos
Estão sensíveis para ouvir meu clamor
Posso até chorar...
Mas a alegria vem de manhã
És Deus de perto e não de longe
Nunca mudastes, tu és fiel
Deus de aliança, Deus de promessas
Deus que não é homem pra mentir
Tudo pode passar, tudo pode mudar
Mas tua palavra vai se cumprir
Posso enfrentar o que for
Eu sei quem luta por mim
Seus planos não podem ser frustrados
Minha esperança está
Nas mãos do grande eu sou
Meus olhos vão ver o impossível
Acontecer...
A música começa de uma forma muita clara, sempre remetendo a textos bíblicos como os de II Crônicas 6.20, 6.40 e 7.15. Entretanto, na parte em que está em negrito surge um erro na interpretação: És Deus de perto e não de longe. Essa frase remete imediatamente para o texto de Jeremias 23:23. Embora, no referido texto sagrado as palavras do TODO PODEROSO são: Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe?
Muitos fóruns debatem em torno dessa frase infeliz da música do Toque no Altar, e muitos argumentos são levantados para a validação da mesma. Detalhe: o texto Bíblico expõe de forma definitiva o sentido das palavras de Deus. Quanto a isso fica difícil argumentar. Não posso dizer que o autor da letra tenha se utilizado desse texto, embora toda a música faça referência a textos Bíblicos, mas o que é fato é que ela choca-se completamente contra as Escrituras.
Nesse sentido, uma solução poderia ser proposta. Mudar a frase para o que de fato o texto sagrado diz. Deixando de lado as nossa prerrogativas para justificar a veracidade da frase do autor da música. Nota-se também, que tal mudança em nada mudaria a paráfrase da música. nesse caso é melhor cantar: És Deus de perto e também de longe. A música é muito bonita, e depois de resolvida essa parte também ficará totalmente Bíblica.
Fora isso, a música transmite de forma clara o cuidado de Deus para com os seus. A musica fala da impossibilidade dos planos de Deus serem frustrados, o que nos dá esperança diante de diferentes fases da nossa vida. Planos e não sonhos. Não são os sonhos que não são frustrados, e sim os planos, ou seja, Deus não sonha ele determina as coisas. Também nos transmite esperança diante das lutas, quando remete àquele que luta por nós.Que Deus nos conserve verdadeiros adoradores
Grupos de louvor como Lagoinha, Toque no Altar, Renascer Praise, e muitos outros, comandam os nossos momentos de louvor. Quantas pessoas já não leram livros de Ana Paula Valadão para aprender como prestar uma adoração "extravagante", pois é, esse é o nome dado a atitudes como a de andar de "quatro como um leão" afirmando(como escrito em sua nota de esclarecimento) ser o poder do Espírito Santo que dobrou suas pernas a fazendo se rastejar de uma forma vexatória e humilhante como um animal quadrúpede no palco.
Fonte:
http://ateudemim.blogspot.com/
Em vídeo, Bispo da Universal ensina a arrecadar durante a crise
Um vídeo entregue ao Ministério Público de São Paulo por um ex-voluntário da Igreja Universal revela a pregação combinada entre os bispos da cúpula da igreja para obter dízimos dos fiéis em meio à crise econômica de 2008.
As gravações são de duas reuniões feitas por videoconferência, conduzidas pelos líderes na sede, em São Paulo, e acompanhadas em tempo real nos Estados.
Segundo a reportagem de Rubens Valente publicada nesta terça-feira na Folha, as reuniões foram coordenadas pelo bispo Romualdo Panceiro, considerado o segundo nome mais importante na igreja e apontado pelo líder Edir Macedo como o seu sucessor.
Em um dos vídeos, Panceiro orienta outros bispos a recorrerem a trechos da Bíblia nos quais se narra que o personagem biblíco Isaac, para escapar de uma grande fome, recebeu orientação divina para semear no solo ruim, e por isso foi agraciado.
A outra gravação mostra o bispo Romualdo contando que um carro-forte que transportava R$ 52 mil arrecadados pela igreja entre os fiéis havia sido assaltado na Grande SP por um grupo de 15 homens armados. Ele atribui a autoria do crime a policiais e narrou que os pastores e bispos deveriam buscar contato com a criminalidade.
Vídeos
Veja a seguir a íntegra dos vídeos, que foram entregues ao Ministério Público pelo ex-voluntário da Universal e ourives Eduardo Cândido da Silva. Ele obteve os CDs de um amigo, um ex-pastor regional que hoje atua em outra igreja.
O ourives move uma ação para o ressarcimento de R$ 232 mil referentes a supostos cheques sem fundos passados por pastores pela venda de joias.
As gravações são de duas reuniões feitas por videoconferência, conduzidas pelos líderes na sede, em São Paulo, e acompanhadas em tempo real nos Estados.
Segundo a reportagem de Rubens Valente publicada nesta terça-feira na Folha, as reuniões foram coordenadas pelo bispo Romualdo Panceiro, considerado o segundo nome mais importante na igreja e apontado pelo líder Edir Macedo como o seu sucessor.
Em um dos vídeos, Panceiro orienta outros bispos a recorrerem a trechos da Bíblia nos quais se narra que o personagem biblíco Isaac, para escapar de uma grande fome, recebeu orientação divina para semear no solo ruim, e por isso foi agraciado.
A outra gravação mostra o bispo Romualdo contando que um carro-forte que transportava R$ 52 mil arrecadados pela igreja entre os fiéis havia sido assaltado na Grande SP por um grupo de 15 homens armados. Ele atribui a autoria do crime a policiais e narrou que os pastores e bispos deveriam buscar contato com a criminalidade.
Vídeos
Veja a seguir a íntegra dos vídeos, que foram entregues ao Ministério Público pelo ex-voluntário da Universal e ourives Eduardo Cândido da Silva. Ele obteve os CDs de um amigo, um ex-pastor regional que hoje atua em outra igreja.
O ourives move uma ação para o ressarcimento de R$ 232 mil referentes a supostos cheques sem fundos passados por pastores pela venda de joias.
Tem Crente Orgulhoso? Tá assim ó!
Por Patch Blakey
A Bíblia nos dá muitos exemplos de homens que foram dominados pelo pecado do orgulho. Um exemplo é Manassés, filho de Ezequias, que reinou sobre Judá depois que seu pai morreu. Manassés tornou-se rei quando tinha 12 anos (2 Reis 21:1), e as Escrituras nos diz que ele fez mal aos olhos do Senhor, um desempenho pior que as abominações das nações pagãs que habitavam em Canaã. (2 Reis 21:9).
Como Manassés foi arrogante? Considere a seguinte lista abreviada de algumas das suas muitas realizações ultrajante: (1) edificaram os altos que seu pai Ezequias tinha destruído, (2) levantou altares a Baal, (3) adoraram todo o exército dos céus, e os serviram; (4) construiu altares para todos os exércitos do céu na casa de Deus (5), fez o seu filho passar pelo fogo, (6) praticou feitiçaria. (2 Reis 21:3-7).
Agora, alguém poderia perguntar: “Como isso é arrogância? Ele só parece um vilão. Talvez ele fosse realmente uma pessoa humilde que foi apenas mal direcionada.
Não! Manassés foi auto-exaltado em sua própria arrogância e orgulho presunçoso. Buscou a glória dos homens, não a glória de Deus.
E Deus odeia o orgulho dos homens, e odeia os homens que o possuem; o tolo não subsistirá à vista de Deus. O Senhor odeia todos os que praticam a iniqüidade (Salmo 5:5). Aqueles que praticam a iniqüidade são os mesmos homens que rejeitam a Deus por orgulhoso: “O tolo diz em seu coração não há Deus” (Salmos 14:1, 4). E também, é uma abominação ao Senhor, e todos orgulhosos de coração, certamente não ficará impune (Pv 16:5).
Quanto àqueles que são humildes de coração diante de Deus, Ele prometeu abençoá-los. “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5:5). Deus prometeu remover o orgulho. Ele vai fazer isso ao longo de muitas gerações e para a proclamação fiel do evangelho (Gálatas 3:8).
No entanto, o coração humano é enganoso e perverso, mesmo entre aqueles que Cristo salvou. O humilde por quem Cristo morreu estão sujeitos ao pecado do orgulho mundano. João escreveu para nos alertar contra esta tentação em I João 2:15-16. Pedro também advertiu os fiéis da condenação de Deus contra o orgulho em I Pedro 5:5.
Precisamos olhar para o nosso exemplo de como não viver no orgulho, ou seja, a pessoa de Jesus Cristo, que, sendo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando a forma de servo, tornando-se como os homens: E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se e tornou-se obediente até à morte e morte de cruz (Filipenses 2:6-8). Cristo se humilhou, morrendo para salvar os pecadores. Como pecadores salvos apenas por Sua graça, devemos humildemente reconhecer essa verdade e dar-Lhe toda a glória. Caso contrário, Deus irá nos humilhar como fez com Manassés.
A Bíblia nos dá muitos exemplos de homens que foram dominados pelo pecado do orgulho. Um exemplo é Manassés, filho de Ezequias, que reinou sobre Judá depois que seu pai morreu. Manassés tornou-se rei quando tinha 12 anos (2 Reis 21:1), e as Escrituras nos diz que ele fez mal aos olhos do Senhor, um desempenho pior que as abominações das nações pagãs que habitavam em Canaã. (2 Reis 21:9).
Como Manassés foi arrogante? Considere a seguinte lista abreviada de algumas das suas muitas realizações ultrajante: (1) edificaram os altos que seu pai Ezequias tinha destruído, (2) levantou altares a Baal, (3) adoraram todo o exército dos céus, e os serviram; (4) construiu altares para todos os exércitos do céu na casa de Deus (5), fez o seu filho passar pelo fogo, (6) praticou feitiçaria. (2 Reis 21:3-7).
Agora, alguém poderia perguntar: “Como isso é arrogância? Ele só parece um vilão. Talvez ele fosse realmente uma pessoa humilde que foi apenas mal direcionada.
Não! Manassés foi auto-exaltado em sua própria arrogância e orgulho presunçoso. Buscou a glória dos homens, não a glória de Deus.
E Deus odeia o orgulho dos homens, e odeia os homens que o possuem; o tolo não subsistirá à vista de Deus. O Senhor odeia todos os que praticam a iniqüidade (Salmo 5:5). Aqueles que praticam a iniqüidade são os mesmos homens que rejeitam a Deus por orgulhoso: “O tolo diz em seu coração não há Deus” (Salmos 14:1, 4). E também, é uma abominação ao Senhor, e todos orgulhosos de coração, certamente não ficará impune (Pv 16:5).
Quanto àqueles que são humildes de coração diante de Deus, Ele prometeu abençoá-los. “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5:5). Deus prometeu remover o orgulho. Ele vai fazer isso ao longo de muitas gerações e para a proclamação fiel do evangelho (Gálatas 3:8).
No entanto, o coração humano é enganoso e perverso, mesmo entre aqueles que Cristo salvou. O humilde por quem Cristo morreu estão sujeitos ao pecado do orgulho mundano. João escreveu para nos alertar contra esta tentação em I João 2:15-16. Pedro também advertiu os fiéis da condenação de Deus contra o orgulho em I Pedro 5:5.
Precisamos olhar para o nosso exemplo de como não viver no orgulho, ou seja, a pessoa de Jesus Cristo, que, sendo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando a forma de servo, tornando-se como os homens: E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se e tornou-se obediente até à morte e morte de cruz (Filipenses 2:6-8). Cristo se humilhou, morrendo para salvar os pecadores. Como pecadores salvos apenas por Sua graça, devemos humildemente reconhecer essa verdade e dar-Lhe toda a glória. Caso contrário, Deus irá nos humilhar como fez com Manassés.
A Infalibilidade das Santas Letras
Por Vicent Cheung
A infalibilidade bíblica acompanha necessariamente a inspiração e a unidade da Escritura. A Bíblia não contém erro algum; ela está correta em tudo o que declara. Visto que Deus não mente nem erra, e que a Bíblia é a sua palavra, segue-se que tudo que nela está escrito tem que ser verdade. Jesus disse, “a Escritura não pode ser anulada” (João 10:35), e que “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei” (Lucas 16:17).
A INFALIBILIDADE da Escritura se refere a uma incapacidade para errar — a Bíblia não pode errar. INERRÂNCIA, por outro lado, enfatiza que a Bíblia não erra. A primeira faz alusão ao potencial, enquanto a última se dirige ao real estado de coisas. Estritamente falando, infalibilidade é a palavra mais forte, e ela acarreta necessariamente a inerrância, mas algumas vezes as duas são intercambiáveis no uso.
É possível alguém ser falível, mas produzir um texto que esteja livre de erro. Pessoas que são capazes de cometer enganos, apesar de tudo, não erram constantemente.
Contudo, há aqueles que rejeitam a doutrina da inerrância, mas ao mesmo tempo desejam afirmar a perfeição de Deus e a Bíblia como a sua palavra, e como resultado, mantém a impossível posição de que a Bíblia é deveras infalível, mas contendo erros.
Algumas vezes, o que eles querem dizer é que a Bíblia é infalível num sentido, talvez no que se relaciona às coisas espirituais, enquanto que contém erros em outro sentido, talvez no que toca aos acontecimentos históricos.
Contudo, as afirmações bíblicas sobre as coisas espirituais estão inseparavelmente unidas às declarações bíblicas sobre a história, de forma que é impossível afirmar uma enquanto se rejeita a outra. Por exemplo, ninguém pode separar o que a Escritura diz sobre a ressurreição como um evento histórico e o que ela diz sobre seu significado espiritual. Se a ressurreição não aconteceu como a Bíblia diz, o que ela diz sobre seu significado espiritual não pode ser verdade.
O desafio para aqueles que rejeitam a infalibilidade e a inerrância bíblica é que eles não têm nenhum princípio epistemológico autorizado pelo qual possam julgar uma parte da Escritura como sendo acurada e outra não. Visto que a Escritura é a única fonte objetiva de informação a partir da qual todo o sistema cristão é construído, alguém que considere qualquer porção ou aspecto da Escritura como falível ou contendo erros deve rejeitar todo o cristianismo. Novamente, esse é o porquê de não haver um princípio epistemológico mais alto para julgar uma parte da Escritura como sendo correta e outra errada.
Não se pode questionar ou rejeitar a autoridade última de um sistema de pensamento e ainda reivindicar lealdade a ele, visto que a autoridade última em qualquer sistema define o sistema inteiro. Uma vez que uma pessoa questiona ou rejeita a autoridade última de um sistema, ele não é mais um adepto dele, pelo contrário, é alguém que adere ao princípio ou autoridade pelo qual ele questiona ou rejeita a autoridade última do sistema, a qual acabou de deixar para trás. Ter uma outra autoridade última além da Escritura é rejeitá-la, visto que a própria Bíblia reivindica infalibilidade e supremacia.
Alguém que rejeita a infalibilidade e a inerrância bíblica assume a posição intelectual de um incrédulo, e deve prosseguir para defender e justificar sua cosmovisão pessoal contra os argumentos dos crentes a favor da veracidade da fé cristã.
A confusão permeia o estado psicológico prevalecente no meio teológico de hoje; logo, é melhor afirmar tanto a infalibilidade como a inerrância bíblica, e explicar o que queremos dizer com esses termos. Deus é infalível, e visto que a Bíblia é a sua palavra, ela não pode ter e não contém nenhum erro. Nós afirmamos que a Bíblia é infalível em todo sentido do termo, e, portanto, ela deve ser também inerrante em todo sentido do termo. A Bíblia não pode e não contém erros, seja falando de coisas espirituais, históricas ou de outros assuntos. Ela é correta em tudo o que afirma.
A infalibilidade bíblica acompanha necessariamente a inspiração e a unidade da Escritura. A Bíblia não contém erro algum; ela está correta em tudo o que declara. Visto que Deus não mente nem erra, e que a Bíblia é a sua palavra, segue-se que tudo que nela está escrito tem que ser verdade. Jesus disse, “a Escritura não pode ser anulada” (João 10:35), e que “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei” (Lucas 16:17).
A INFALIBILIDADE da Escritura se refere a uma incapacidade para errar — a Bíblia não pode errar. INERRÂNCIA, por outro lado, enfatiza que a Bíblia não erra. A primeira faz alusão ao potencial, enquanto a última se dirige ao real estado de coisas. Estritamente falando, infalibilidade é a palavra mais forte, e ela acarreta necessariamente a inerrância, mas algumas vezes as duas são intercambiáveis no uso.
É possível alguém ser falível, mas produzir um texto que esteja livre de erro. Pessoas que são capazes de cometer enganos, apesar de tudo, não erram constantemente.
Contudo, há aqueles que rejeitam a doutrina da inerrância, mas ao mesmo tempo desejam afirmar a perfeição de Deus e a Bíblia como a sua palavra, e como resultado, mantém a impossível posição de que a Bíblia é deveras infalível, mas contendo erros.
Algumas vezes, o que eles querem dizer é que a Bíblia é infalível num sentido, talvez no que se relaciona às coisas espirituais, enquanto que contém erros em outro sentido, talvez no que toca aos acontecimentos históricos.
Contudo, as afirmações bíblicas sobre as coisas espirituais estão inseparavelmente unidas às declarações bíblicas sobre a história, de forma que é impossível afirmar uma enquanto se rejeita a outra. Por exemplo, ninguém pode separar o que a Escritura diz sobre a ressurreição como um evento histórico e o que ela diz sobre seu significado espiritual. Se a ressurreição não aconteceu como a Bíblia diz, o que ela diz sobre seu significado espiritual não pode ser verdade.
O desafio para aqueles que rejeitam a infalibilidade e a inerrância bíblica é que eles não têm nenhum princípio epistemológico autorizado pelo qual possam julgar uma parte da Escritura como sendo acurada e outra não. Visto que a Escritura é a única fonte objetiva de informação a partir da qual todo o sistema cristão é construído, alguém que considere qualquer porção ou aspecto da Escritura como falível ou contendo erros deve rejeitar todo o cristianismo. Novamente, esse é o porquê de não haver um princípio epistemológico mais alto para julgar uma parte da Escritura como sendo correta e outra errada.
Não se pode questionar ou rejeitar a autoridade última de um sistema de pensamento e ainda reivindicar lealdade a ele, visto que a autoridade última em qualquer sistema define o sistema inteiro. Uma vez que uma pessoa questiona ou rejeita a autoridade última de um sistema, ele não é mais um adepto dele, pelo contrário, é alguém que adere ao princípio ou autoridade pelo qual ele questiona ou rejeita a autoridade última do sistema, a qual acabou de deixar para trás. Ter uma outra autoridade última além da Escritura é rejeitá-la, visto que a própria Bíblia reivindica infalibilidade e supremacia.
Alguém que rejeita a infalibilidade e a inerrância bíblica assume a posição intelectual de um incrédulo, e deve prosseguir para defender e justificar sua cosmovisão pessoal contra os argumentos dos crentes a favor da veracidade da fé cristã.
A confusão permeia o estado psicológico prevalecente no meio teológico de hoje; logo, é melhor afirmar tanto a infalibilidade como a inerrância bíblica, e explicar o que queremos dizer com esses termos. Deus é infalível, e visto que a Bíblia é a sua palavra, ela não pode ter e não contém nenhum erro. Nós afirmamos que a Bíblia é infalível em todo sentido do termo, e, portanto, ela deve ser também inerrante em todo sentido do termo. A Bíblia não pode e não contém erros, seja falando de coisas espirituais, históricas ou de outros assuntos. Ela é correta em tudo o que afirma.
Sola Scriptura
Por Martyn Lioyd Jones
Vivendo com base na pura e simples Palavra de Deus
Fé significa tomar a Palavra de Deus por si só e agir com base nela por ser a Palavra de Deus. E crer no que Deus diz, simples e unicamente porque Ele o diz. Os heróis da fé, aludidos em Hebreus 11, criam na Palavra de Deus só porque Deus falara. Não tinham outras razões para crer nela. Por que, por exemplo, Abraão tomou a Isaque e subiu com ele àquele monte? Por que foi ao ponto de sacrificar seu filho? Simplesmente porque Deus lhe dissera que o fizesse.
Viver pela fé, porém, ainda é mais que isso. É basear a vida toda sobre a fé em Deus. O segredo de todas aquelas personagens do Velho Testamento está em que viviam «como se vissem aquele que é invisível» . . . Arriscavam tudo para ser fiéis à Palavra de Deus. Dispunham-se a sofrer por ela e, se necessário, a suportar a perda de tudo. Igual prospectiva se antepôs a muitos cristãos primitivos. . . «Se você não disser César é Senhor», diziam as autoridades, «será atirado aos leões na arena!» Contudo, negaram-se a dizê-lo. Com que base? Com base na pura e simples Palavra de Deus! .’. . Arriscaram tudo. Morreram pela fé e na fé.
Esta é hoje a nossa posição como cristãos. A escolha vai-nos sendo imposta mais e mais. Há ainda alguém bastante estulto para confiar neste mundo e no que ele tem para oferecer? Qual é o princípio dominante em nossas vidas? O cálculo? A sabedoria do mundo. . . ? Ou é a Palavra de Deus, exortando-nos sobre o fato de que esta vida e este mundo são transitórios e que ambos constituem mera preparação para o mundo vindouro? Ela não nos manda voltarmos as costas inteiramente para o mundo, mas insiste em que tenhamos a idéia certa sobre o mundo. . . Temos de fazer-nos, como na presença de Deus, estas perguntas singelas: Minha vida está baseada no princípio da fé? Estou-me rendendo ao fato de que o que leio na Bíblia é a Palavra de Deus e é verdade? Quero mesmo arriscar tudo, minha vida inclusive, baseado neste fato?
From Fear to Faith, p. 52,3.
Vivendo com base na pura e simples Palavra de Deus
Fé significa tomar a Palavra de Deus por si só e agir com base nela por ser a Palavra de Deus. E crer no que Deus diz, simples e unicamente porque Ele o diz. Os heróis da fé, aludidos em Hebreus 11, criam na Palavra de Deus só porque Deus falara. Não tinham outras razões para crer nela. Por que, por exemplo, Abraão tomou a Isaque e subiu com ele àquele monte? Por que foi ao ponto de sacrificar seu filho? Simplesmente porque Deus lhe dissera que o fizesse.
Viver pela fé, porém, ainda é mais que isso. É basear a vida toda sobre a fé em Deus. O segredo de todas aquelas personagens do Velho Testamento está em que viviam «como se vissem aquele que é invisível» . . . Arriscavam tudo para ser fiéis à Palavra de Deus. Dispunham-se a sofrer por ela e, se necessário, a suportar a perda de tudo. Igual prospectiva se antepôs a muitos cristãos primitivos. . . «Se você não disser César é Senhor», diziam as autoridades, «será atirado aos leões na arena!» Contudo, negaram-se a dizê-lo. Com que base? Com base na pura e simples Palavra de Deus! .’. . Arriscaram tudo. Morreram pela fé e na fé.
Esta é hoje a nossa posição como cristãos. A escolha vai-nos sendo imposta mais e mais. Há ainda alguém bastante estulto para confiar neste mundo e no que ele tem para oferecer? Qual é o princípio dominante em nossas vidas? O cálculo? A sabedoria do mundo. . . ? Ou é a Palavra de Deus, exortando-nos sobre o fato de que esta vida e este mundo são transitórios e que ambos constituem mera preparação para o mundo vindouro? Ela não nos manda voltarmos as costas inteiramente para o mundo, mas insiste em que tenhamos a idéia certa sobre o mundo. . . Temos de fazer-nos, como na presença de Deus, estas perguntas singelas: Minha vida está baseada no princípio da fé? Estou-me rendendo ao fato de que o que leio na Bíblia é a Palavra de Deus e é verdade? Quero mesmo arriscar tudo, minha vida inclusive, baseado neste fato?
From Fear to Faith, p. 52,3.
terça-feira, 13 de abril de 2010
Neopentecostalismo: pragmatismo, misticismo e culto a Mamom
Por Leonardo G. Silva - Th.M.
(Primeira postagem da série Teologia Contemporânea)
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Nos nossos dias, juntamente com as doutrinas pentecostais têm surgido muitas doutrinas paralelas, como a chamada Confissão Positiva, que inclui o Evangelho da Saúde e da Prosperidade, a Quebra de Maldições, as Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração, Nova Unção; apregoadas por supostos avivalistas em acampamentos cristãos, em congressos, em escolas bíblicas de férias, através da mídia e por mentores católicos carismáticos que promovem as doutrinas do Toque do Dom, da Cura Diferencial e do Exorcismo. Todos estes “teólogos”, sem nenhuma consulta a exegese bíblica, sem possuir alicerces ou filtro teológico, ensinam sempre sob a orientação filosófica de seu pai, Essek William Kenyon e de seus principais porta-vozes, Kenneth Hagin, Marilyn Hickey, Kenneth Copeland, Robert Schüller, Jorge Tadeu e outros.
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O movimento neo-pentecostal chegou no Brasil na década de 70, e como já foi dito no capítulo anterior, embora seja possível estabelecer uma símile entre o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo, as diferenças entre esses dois grupos protestantes são maiores que qualquer semelhança que possam ter.
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Apesar de não contar com o apoio das denominações cristãs históricas, muitos princípios do neo-pentecostalismo têm sido abraçados por obreiros e líderes de igrejas tradicionais e históricas, que por falta de conhecimento teológico pensam que estão promovendo um avivamento em suas suas igrejas, quando na verdade seus ensinos são um câncer no seio do cristianismo. Uma das principais características do movimento neo-pentecostal é a sua excessiva ênfase na necessidade de sinais que comprovem a autenticidade da palavra pregada, mas o que estes pregadores “sinaleiros” esquecem é que essa incansável busca por uma materialização do imaterial e toda essa ênfase na experiência sensível é uma das características marcantes de uma geração que Jesus chamou de má e incrédula (cf. Mateus 12.38-39).
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História do Movimento Neo-pentecostal.
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Muitas pessoas no movimento consideram Kenneth Hagin como o pai do neo-pentecostalismo, de modo que muitos pregadores da prosperidade – inclusive os brasileiros – se consideram discípulos de Hagin. Porém, uma investigação mais minuciosa da história dessa corrente teológica contemporânea, leva-nos à concluir que o verdadeiro pai da confissão positiva é Essek William Kenyon.
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Kenyon nasceu no condado de Saratoga em Nova York, Estados Unidos, no ano de 1867. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias escolas, entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por Charles Emerson. Esse Charles Emerson, segundo se sabe, foi um pensador confuso com tendencias sincretistas, que chegou a abraçar inclusive muitos ensinos de seitas heréticas, como por exemplo a Ciência Cristã, que à bem da verdade, não é nem ciência nem cristã. É muito importante saber quem foi Charles Emerson para se compreender a hermenêutica de Kenyon, pois que ele exerceu sobre Kenyon foi um fator decisivo no rumo que tomou a teologia neo-pentecostal, tambem conhecida como movimento da confissão positiva.
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Em Super Crentes, O professor do Makenzie e apologista da AGIR, Paulo Romeiro, escreve o seguinte acerca de Emerson:
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“Charles Emerson foi uma figura um tanto contriversa. Em seus 40 anos de ministério, a teologia de Emerson evoluiu do congregacionalismo para o universalismo, para o unitarismo, para o transcendentalismo, para o Novo Pensamento (Nova Idéia), e terminou, finalmente, nas mais rígidas e dogmáticas de todas as seitas metafísicas, a Ciência Cristã. Emerson uniu-se à Ciência Cristã em 1903 permaneceu envolvido com essa seita até sua morte, em 1908. Sua conversão à Ciência Cristã foi a última progressão lógica na sua evolução metafísica do ortodoxo para o sectário”.
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No dia 19 de março de 1948, com a idade de 80 anos, Kenyon faleceu, mas antes de sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde, alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos dentro do corpo de Cristo da atualidade. Esta pessoa é o já citado Kenneth Erwin Hagin.
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A história de Kenneth Hagin é cheia de supostas aparições, revelações e experiências místicas, dentre as quais duas delas teriam afetado toda a sua vida e ministério. Hagin diz ter sido “levado ao inferno”, onde supostamente viu e sentiu coisas que o deixaram perplexo. Hagin conta ter descido outras duas vezes “ao inferno” para ali contemplar os seus horrores, sendo assim levado a tomar uma decisão quanto a sua vida espiritual. Depois da terceira “visita ao inferno”, Hagin aceitou a Cristo como seu Salvador.
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No início do seu ministério, entre 1934 e 1937, Hagin foi um jovem pregador batista e pastoreou uma igreja da comunidade onde morava. Devido à sua crença em cura divina, começou a associar-se com os pentecostais e em 1937, recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas. Neste mesmo ano foi licenciado como ministro da Assembléia de Deus, na qual permaneceu de 1937 a 1949, havendo pastoreou várias igrejas dessa denominação no Estado do Texas. Tendo passado por essas duas denominações, finalmente fundou, em 1962, seu próprio ministério.
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O ministério de Kenneth Hagin é hoje um dos maiores do mundo e sua influência tem se espalhado por muitas partes do globo. Fundou em Tusla, em 1974, a Escola Bíblica por Correspondência Rhema e o Centro de Treinamento Bíblico Rhema. Segundo dados coletados no livro do professor Paulo Romeiro, a Escola Bíblica de Hagin já formou cerca de 6.600 alunos. A revista Word of Faith (Palavra da Fé), que também pertence ao movimento, é enviada para 190 mil lares mensalmente e calcula-se que cerca de 20 mil fitas cassete de estudos são distribuídas a cada mês. Já foram vendidos cerca de 33 milhões de cópias de seus 126 livros e panfletos. Os bens da organização estão avaliados em 20 milhões de dólares e o missionário R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, é o responsável pela publicação da maioria dos livros de Kenneth Hagin no Brasil.
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Além de Essek W. Kenyon e Kenneth Hagin, os nomes mais conhecidos ligados à confissão positiva são Ken Hagin Jr. (filho de Kenneth Hagin), Kenneth e Glória Copeland, T. L. Osborn, Fred Price, Hobart Freeman, Charles Capps, Jerry Savelle, John Osteen, Benny Hinn e Lester Sumrall. Outra pessoa que tem influenciado muitos no Brasil é o engenheiro Jorge Tadeu, hoje pastor e líder das igrejas Maná, em Portugal. Pode ser citado ainda o ministério de Miguel Ângelo da Silva Ferreira, pastor da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de Janeiro, além do líder da IURD, Edir Macedo e o presidente da Igreja Internacional da Graça de Deus, missionário R.R. Soares.
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Pressuposições da Doutrina da Prosperidade
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É muito difícil enumerar os pressupostos do neopentecostalismo, visto que existem diversas denominações neo-pentecostais e todas possuem sistema doutrinario eclético, diferindo umas das outras. Nos limitaremos, portanto, a destacar algumas práticas dos principais grupos neo-pentecostais.
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A marca registrada das igrejas neo-pentecostais no Brasil tem sido a ávidez por dinheiro. Escandalos envolvendo o Bispo da IURD, Edir Macedo e recentemente com o bispo Estevão Hernandes e sua esposa, a também bispa Sônia Hernandes, da igreja Renascer, têm se tornado corriqueiros. Não é nossa intenção inquerir até que ponto a arrecadação feita nas denominações é lícita. Apenas queremos chamar a atenção para algo que se tornou o principal enfoque do neo-pentecostalismo: a teologia da prosperidade.
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Segundo essa abordagem teológica, pobreza e enfermidade são características de uma vida sem fé. A doença tem sua origem na falta de comunhão com Deus, de modo que um indivíduo realmente convertido nunca deve ficar doente. Os pregadores dessa doutrina geralmente baseiam a cura divina na expiação efetuada por Cristo, usando para isso o texto de Isaías 53.4-5. Segundo eles, a prosperidade financeira também é um direito do crente, sendo a pobreza uma maldição. Para justificar o disparate, afirmam que Jesus era um homem rico – bem como a maioria de seus discípulos – porém, até onde somos informados pela Bíblia, que é a principal autoridade e o mais confiável relato da vida de Jesus, o Filho do Homem muitas vezes não tinha sequer onde reclinar a cabeça. Para o Dr. Serafim Isidoro, em seu pequeno porém inteligente livro Considerações à Doutrina da Prosperidade, o Novo Testamento traz em seu cerne uma mensagem de abnegação, enquanto no Antigo Testamento a promessa é de prosperidade advinda da obediência. Ele também diz que “a busca do sensacionalismo e da prosperidade facil afasta o homem da ordem antiga: Comerás o pão do suor do teu rosto”.
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Os porta-vozes da doutrina da prosperidade não medem esforços para conseguir arrecadações. Bob Tilton, que já esteve no Brasil acompanhado de Rex Humbard, é uma figura extremamente controvertida hoje nos Estados Unidos, principalmente pelos seus métodos de levantamento de fundos, chegando até mesmo a chorar e a profetizar enquanto pede dinheiro no seu programa de televisão. O mesmo pode ser visto durante as campanhas financeiras promovidas pela rede de TV Enlace. Durante essas campanhas é muito comum ver o diretor do programa acompanhado por algumas de suas “estrelas”, orando e profetizando bençãos sobre a vida daqueles que fizeram doações, declando sobre eles uma prosperidade milagrosa. Após essa oração mesclada com profecias obviamente carnais, uma enorme pilha de papéis com os nomes dos doadores é ungida com óleo, prática essa que diga-se de passagem não possui nenhum apoio bíblico, pois tal unção no Novo Testamento é exclusiva para os enfermos. Em seguida, as cameras enfocam um grupo de músicos, cantores e dançarinos que começaram a saltar enquanto caia uma verdadeira chuva de bolas de aniversário, num ambiente que mais parecia uma festa de aniversário que um culto religioso.
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Não há dúvida de que o movimento da fé tem em Benny Hinn, pastor do Centro Cristão de Orlando, na Flórida, um de seus nomes mais famosos. Seu livro, Bom Dia, Espírito Santo, é um dos mais vendidos hoje na América do Norte. Porém, tanto o livro de Hinn como seus ensinos têm levantado muita polêmica, como, por exemplo, o estudo acerca do “corpo” do Espírito Santo, e a própria oração dirigida ao Espírito Santo, o que não é uma formúla bíblica de orar. Em nenhuma passagem do Novo Testamento vemos Jesus, os apóstolos ou qualquer outro crente orando ao Espírito, o que é uma evidencia definitiva de que essa prática não é, de modo nenhum, uma prática bíblica.
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Não faz muito tempo, Hinn levou os membros de sua igreja a repetir depois dele a seguinte frase: “Eu sou um deus-homem”. O vídeo consta nos arquivos do ICP e o episódio é citado por Paulo Romeiro em Super Crentes. O boletim The Berean Call (O Chamado dos Bereanos) publicou em setembro de 1992, os seguintes comentários de Hinn a respeito de Adão e Eva: “Adão era um ser sobre-humano quando Deus o criou. Não sei se as pessoas chegam a saber disso, mas ele foi o primeiro super-homem que já existiu. Adão não só voava [como os pássaros], mas também voava para o espaço (...) com um pensamento ele estaria na Lua (...) podia nadar [debaixo d'água] sem perder o fôlego, e sua esposa fazia o mesmo (...) Ambos eram sobre-humanos”. A capacidade imaginativa de Hinn é tão perspicaz que não exitariamos em recomendar sua “história” à Walt Disney Pictures. No ano de 1992, o jornal das Assembléias de Deus, Mensageiro da Paz, publicou uma nota sobre Benny Hinn: “O livro Bom Dia, Espírito Santo, de Benny Hinn, está causando celeuma nos Estados Unidos. Ele passa a idéia de que existem nove deuses na Trindade. O autor se justifica afirmando que não soube explicar bem o que queria dizer”. Afirmações como essas fazem de Hinn o mais abobreiros de todos os profetas do óbvio que integram o movimento da confissão positiva.
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Na Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo bispo Edir Macedo, podemos encontrar muitos pressupostos do “movimento da fé”. A ênfase sobre a prosperidade financeira é bastante acentuada, mas a semelhança com as práticas iconoclasticas da idade média é evidente: Substituindo a idolatria por metodologias visuais e palpáveis, a denominação faz uso de rosas, copos com água, medalhas com inscrições, cruzes, lenços, retalhos dos ternos usados pelos pastores (será que eles rasgam o Armani do Bispo Macedo também?), lenços, portais da felicidade, réplicas da Arca do Concerto, além de objetos sem nenhum valor financeiro, supostamente importados de Israel, tais como água do Jordão e azeite para unção. É obvio que esses objetos são comercializados por ele e são uma importante fonte de renda para a denominação.
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Valnice Milhomens também tem aderido à muitas práticas neopentecostais. Entre seus ensinos mais controversos está o seu comentário de Is 53:9, onde afirma que Jesus morreu duas vezes: física e espiritualmente, bem como a afirmação de que o número dos salvos será maior do que o número dos perdidos e a sua defesa da doutrina da guarda do sábado. Ela também prega a existência das maldições de família e a necessidade de ruptura das mesmas. Além destas, há ainda questões escatológicas, como a volta de Jesus num dia de sábado no ano 2007, profecia que – diga-se de passagem, não se cumpriu. Valnice, ao que consta, ainda não se manifestou publicamente sobre sua profecia escatológica espúria.
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Os pregadores neo-pentecostais também ensinam que a fé e o recebimento das bençãos de Deus está relacionada com a confissão que fazemos, de modo que a fé é reduzida à uma mera confissão positiva. Por causa disso, muitos membros dessas igrejas vivem frustrados, pois temem pronunciar palavras que interfiram em seu progresso espiritual. A cura física também deve ser pronunciada, ou ainda, utilizando um jargão próprio do neo-pentecostalismo, “decretada”. É comum assistir na TV pregadores da Prosperidade ensinando os crentes a dar ordens em Deus. O Senhor Soberano foi substituído por um Deus vassalo, sempre disposto à acatar ordens e a f.
azer tudo sem reclamar.
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Objeções ao neo-pentecostalismo
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John Ankerberg e John Weldon nos ajudam a interpretar o texto de Isaías 53:4-5 com o seguinte comentário: “No hebraico a palavra sarar (em hebraico, rapha), pode-se referir à cura física ou à cura espiritual. O contexto deve determinar se um dos sentidos ou ambos são empregados”. Por exemplo, em 1 Pedro 2:24, o apóstolo se refere à cura espiritual (citando a Septuaginta), e em Mateus 8:17, Mateus se refere à cura física (citando o texto hebraico massorético). Paulo Romeiro também nos adverte que “não podemos esquecer que quando Jesus curou a sogra de Pedro (Mateus 8.14-17), a expiação de Cristo ainda não havia acontecido. Portanto, usar esta passagem para dizer que a cura divina, total e perfeita, está garantida na expiação com base em Isaías 53.4 e 5 é forçar o texto e não reflete uma boa exegese”. Ele também afirma que dizer que a enfermidade é conseqüência da falta de fé ou pecado na vida do crente é heresia. “Basta examinar as Escrituras para notarmos que verdadeiros servos de Deus passaram privações e dificuldades em suas trajetórias a serviço do Senhor”. Para ratificar sua asserção, ele menciona o profeta Eliseu, que apesar de ter sido um grande profeta de Deus e de ter tido um ministério marcado por muitos feitos sobrenaturais, morreu em conseqüência de sua enfermidade. Será que ele não tinha fé ou estava em pecado? Muito pelo contrário, pois a Bíblia diz que um soldado morto, após ser colocado na sepultura de Eliseu, tocou em seus ossos e ressuscitou (2 Reis 13.14-21). Um outro exemplo citado por ele é o de Jó. Seu sofrimento não foi causado por confissões pessimistas, pecados ocultos ou falta de fé, nem tampouco foi o diabo quem decidiu provar Jó. A iniciativa partiu de Deus.
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Os pregadores da confissão positiva declaram que toda enfermidade procede do diabo. O pastor Jorge Tadeu, líder das igrejas Maná, em Portugal, afirma que “Deus só pode dar o que Ele tem. Para Deus lhe dar uma doença teria que pedi-la emprestada ao diabo, o que é uma idéia absurda”, mas o ensino de Jorge Tadeu é contrário ao que diz a Bíblia. Por acaso Deus teve que tomar a lepra emprestada do diabo para colocá-la em Miriã? A lepra de Miriã foi provocada por Deus, conforme lemos em Números 12.10.
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Existe nos Estados Unidos muitos casos documentados de mortes causadas pela pretensa fé. Supostamente baseados nas promessas de Deus, muitos pais perderam seus filhos para enfermidades que poderiam ser facilmente medicadas. O ministério das igrejas Maná, também não escapou das críticas da imprensa em Portugal. O jornal Tal & Qual, na edição de 30 de agosto a 5 de setembro de 1991, faz uma séria denúncia de primeira página sobre as circunstâncias que levaram ao falecimento do pequeno Nelson Marta, de oito anos, ocorrido em 13 de maio de 1991. “Mas que Grande Seita! Deixem de tomar remédios! — aconselha a seita religiosa Maná. Mas a morte de uma criança acaba de pôr em causa o insólito mandamento”.
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Logos e Rhema, a polêmica da semântica
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Segundo Michael Horton, não existe nenhuma grande diferença entre estes dois vocábulos, que seriam como os sinônimos “enorme” e “imenso” no português. Acontece que os ensinadores da fé inventavam uma falsa distinção de significado entre essas duas palavras gregas. Rhema, dizem eles, é a “palavra'” que os crentes usam para “decretar” ou “declarar” a fim de trazer prosperidade ou cura para esta dimensão. Em uma linguagem mais coloquial, o vocábulo rhema é o “abracadabra” que os neo-pentecostais pronunciam para materializar o objeto desejado. Depois vem logos, ou “a palavra de revelação” que é a palavra mística, direta, que Deus fala aos iniciados. O termo pode referir-se também a Bíblia, mas é geralmente empregado no contexto de sonhos, visões e comunicações particulares entre Deus e seu “agente”. Dessa forma, podemos perceber no movimento neo-pentecostal duas fontes de autoridade: uma objetiva – a Bíblia, e outra subjetiva, a revelação ou palavra da fé. Assim, quando alguém lê uma referência na literatura de um pregador neo-pentecostal acerca da “Palavra de Deus”, ou sobre “agir segundo a Palavra”, o autor pode não estar se referindo à Palavra de Deus escrita, mas ao seu próprio “decreto” (rhema) ou uma palavra pessoal de Deus para ele (logos).
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Os apologistas da confissão positiva fazem um cavalo de batalha sobre as palavras gregas logos e rhema, que como já vimos, são sinônimas e ambas significam palavra. Para eles, rhema seria uma espécie de “vara de condão” capaz de materializar o objeto da nossa cobiça. Desta forma, eles afirmam que podemos usar a palavra rhema para realizarmos no mundo espiritual e físico tudo aquilo que desejamos. Entretanto, na Palavra de Deus não há sequer uma distinção teológica entre estes dois termos.
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O Dr. Russel Shedd afirma que Pedro não fez distinção sobre estes termos em sua primeira carta, citando para isso o capítulo 1.23-25: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra (Gr. logos) de Deus, viva que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra (Gr. rhema) do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra (Gr. rhema) que entre vós foi evangelizada". Como se pode ver, na mente do apóstolo não havia distinção entre estas palavras. Sendo assim fica desfeita a pretensão daqueles que querem forçar uma interpretação e aplicação errônea destes termos para apoiar qualquer doutrina de confissão positiva.
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Conclusão
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O neo-pentecostalismo quando examinado à luz da ortodoxia é uma teologia mal elaborada, eclético-pragmática que busca os resultados mais que a pureza doutrinaria. Ela desvirtua o crente, levando-o a buscar a prosperidade terrena, quando a prioridade dele deveria ser “buscar as coisas que são do alto” (Colossenses 3.2). Cristo, alardeado pelos teólogos da prosperidade como um homem abastado, nasceu humilde e pobre, em um estábulo emprestado. Entrou no mundo desassistido de bens materiais e proferiu suas pregações em um barco emprestado. Entrou em Jerusalém montado em um jumento emprestado, e foi sepultado em um túmulo emprestado. Só a cruz era dele.
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Em sua mensagem ele nos falou sobre a necessidade de negar-se a si mesmo e tomar a cruz. Foi ele quem disse: “No mundo, tereis aflições”. Tempos depois o apóstolo Paulo escreveria aos Coríntios: “se esperamos em Cristo só nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15.19). A mensagem triunfalista dos pregadores da prosperidade pode até caber em um discurso político onde a avareza prima sobre o caráter, mas não cabe nos lábios de Cristo ou dos apóstolos, e nem na verdadeira igreja evangélica.
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Bibliografia
CONN, Harvie M. Teologia Contemporânea.
HODERN, William. Teologia Contemporânea; tradução Roque Monteiro de Andrade – São Paulo: Editora Hagnos, 2003.
ISIDORO, Serafim. Considerações à Doutrina da Prosperidade, Edições Archês.
ROMEIRO, Paulo. Super-Crentes: O Evangelho Segundo Kenneth Hagin, Valnice Milhomens e os Profetas da Prosperidade – São Paulo: Mundo Cristão, 1998. 7ª Edição.
(Primeira postagem da série Teologia Contemporânea)
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Nos nossos dias, juntamente com as doutrinas pentecostais têm surgido muitas doutrinas paralelas, como a chamada Confissão Positiva, que inclui o Evangelho da Saúde e da Prosperidade, a Quebra de Maldições, as Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração, Nova Unção; apregoadas por supostos avivalistas em acampamentos cristãos, em congressos, em escolas bíblicas de férias, através da mídia e por mentores católicos carismáticos que promovem as doutrinas do Toque do Dom, da Cura Diferencial e do Exorcismo. Todos estes “teólogos”, sem nenhuma consulta a exegese bíblica, sem possuir alicerces ou filtro teológico, ensinam sempre sob a orientação filosófica de seu pai, Essek William Kenyon e de seus principais porta-vozes, Kenneth Hagin, Marilyn Hickey, Kenneth Copeland, Robert Schüller, Jorge Tadeu e outros.
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O movimento neo-pentecostal chegou no Brasil na década de 70, e como já foi dito no capítulo anterior, embora seja possível estabelecer uma símile entre o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo, as diferenças entre esses dois grupos protestantes são maiores que qualquer semelhança que possam ter.
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Apesar de não contar com o apoio das denominações cristãs históricas, muitos princípios do neo-pentecostalismo têm sido abraçados por obreiros e líderes de igrejas tradicionais e históricas, que por falta de conhecimento teológico pensam que estão promovendo um avivamento em suas suas igrejas, quando na verdade seus ensinos são um câncer no seio do cristianismo. Uma das principais características do movimento neo-pentecostal é a sua excessiva ênfase na necessidade de sinais que comprovem a autenticidade da palavra pregada, mas o que estes pregadores “sinaleiros” esquecem é que essa incansável busca por uma materialização do imaterial e toda essa ênfase na experiência sensível é uma das características marcantes de uma geração que Jesus chamou de má e incrédula (cf. Mateus 12.38-39).
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História do Movimento Neo-pentecostal.
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Muitas pessoas no movimento consideram Kenneth Hagin como o pai do neo-pentecostalismo, de modo que muitos pregadores da prosperidade – inclusive os brasileiros – se consideram discípulos de Hagin. Porém, uma investigação mais minuciosa da história dessa corrente teológica contemporânea, leva-nos à concluir que o verdadeiro pai da confissão positiva é Essek William Kenyon.
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Kenyon nasceu no condado de Saratoga em Nova York, Estados Unidos, no ano de 1867. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias escolas, entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por Charles Emerson. Esse Charles Emerson, segundo se sabe, foi um pensador confuso com tendencias sincretistas, que chegou a abraçar inclusive muitos ensinos de seitas heréticas, como por exemplo a Ciência Cristã, que à bem da verdade, não é nem ciência nem cristã. É muito importante saber quem foi Charles Emerson para se compreender a hermenêutica de Kenyon, pois que ele exerceu sobre Kenyon foi um fator decisivo no rumo que tomou a teologia neo-pentecostal, tambem conhecida como movimento da confissão positiva.
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Em Super Crentes, O professor do Makenzie e apologista da AGIR, Paulo Romeiro, escreve o seguinte acerca de Emerson:
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“Charles Emerson foi uma figura um tanto contriversa. Em seus 40 anos de ministério, a teologia de Emerson evoluiu do congregacionalismo para o universalismo, para o unitarismo, para o transcendentalismo, para o Novo Pensamento (Nova Idéia), e terminou, finalmente, nas mais rígidas e dogmáticas de todas as seitas metafísicas, a Ciência Cristã. Emerson uniu-se à Ciência Cristã em 1903 permaneceu envolvido com essa seita até sua morte, em 1908. Sua conversão à Ciência Cristã foi a última progressão lógica na sua evolução metafísica do ortodoxo para o sectário”.
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No dia 19 de março de 1948, com a idade de 80 anos, Kenyon faleceu, mas antes de sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde, alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos dentro do corpo de Cristo da atualidade. Esta pessoa é o já citado Kenneth Erwin Hagin.
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A história de Kenneth Hagin é cheia de supostas aparições, revelações e experiências místicas, dentre as quais duas delas teriam afetado toda a sua vida e ministério. Hagin diz ter sido “levado ao inferno”, onde supostamente viu e sentiu coisas que o deixaram perplexo. Hagin conta ter descido outras duas vezes “ao inferno” para ali contemplar os seus horrores, sendo assim levado a tomar uma decisão quanto a sua vida espiritual. Depois da terceira “visita ao inferno”, Hagin aceitou a Cristo como seu Salvador.
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No início do seu ministério, entre 1934 e 1937, Hagin foi um jovem pregador batista e pastoreou uma igreja da comunidade onde morava. Devido à sua crença em cura divina, começou a associar-se com os pentecostais e em 1937, recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas. Neste mesmo ano foi licenciado como ministro da Assembléia de Deus, na qual permaneceu de 1937 a 1949, havendo pastoreou várias igrejas dessa denominação no Estado do Texas. Tendo passado por essas duas denominações, finalmente fundou, em 1962, seu próprio ministério.
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O ministério de Kenneth Hagin é hoje um dos maiores do mundo e sua influência tem se espalhado por muitas partes do globo. Fundou em Tusla, em 1974, a Escola Bíblica por Correspondência Rhema e o Centro de Treinamento Bíblico Rhema. Segundo dados coletados no livro do professor Paulo Romeiro, a Escola Bíblica de Hagin já formou cerca de 6.600 alunos. A revista Word of Faith (Palavra da Fé), que também pertence ao movimento, é enviada para 190 mil lares mensalmente e calcula-se que cerca de 20 mil fitas cassete de estudos são distribuídas a cada mês. Já foram vendidos cerca de 33 milhões de cópias de seus 126 livros e panfletos. Os bens da organização estão avaliados em 20 milhões de dólares e o missionário R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, é o responsável pela publicação da maioria dos livros de Kenneth Hagin no Brasil.
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Além de Essek W. Kenyon e Kenneth Hagin, os nomes mais conhecidos ligados à confissão positiva são Ken Hagin Jr. (filho de Kenneth Hagin), Kenneth e Glória Copeland, T. L. Osborn, Fred Price, Hobart Freeman, Charles Capps, Jerry Savelle, John Osteen, Benny Hinn e Lester Sumrall. Outra pessoa que tem influenciado muitos no Brasil é o engenheiro Jorge Tadeu, hoje pastor e líder das igrejas Maná, em Portugal. Pode ser citado ainda o ministério de Miguel Ângelo da Silva Ferreira, pastor da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de Janeiro, além do líder da IURD, Edir Macedo e o presidente da Igreja Internacional da Graça de Deus, missionário R.R. Soares.
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Pressuposições da Doutrina da Prosperidade
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É muito difícil enumerar os pressupostos do neopentecostalismo, visto que existem diversas denominações neo-pentecostais e todas possuem sistema doutrinario eclético, diferindo umas das outras. Nos limitaremos, portanto, a destacar algumas práticas dos principais grupos neo-pentecostais.
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A marca registrada das igrejas neo-pentecostais no Brasil tem sido a ávidez por dinheiro. Escandalos envolvendo o Bispo da IURD, Edir Macedo e recentemente com o bispo Estevão Hernandes e sua esposa, a também bispa Sônia Hernandes, da igreja Renascer, têm se tornado corriqueiros. Não é nossa intenção inquerir até que ponto a arrecadação feita nas denominações é lícita. Apenas queremos chamar a atenção para algo que se tornou o principal enfoque do neo-pentecostalismo: a teologia da prosperidade.
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Segundo essa abordagem teológica, pobreza e enfermidade são características de uma vida sem fé. A doença tem sua origem na falta de comunhão com Deus, de modo que um indivíduo realmente convertido nunca deve ficar doente. Os pregadores dessa doutrina geralmente baseiam a cura divina na expiação efetuada por Cristo, usando para isso o texto de Isaías 53.4-5. Segundo eles, a prosperidade financeira também é um direito do crente, sendo a pobreza uma maldição. Para justificar o disparate, afirmam que Jesus era um homem rico – bem como a maioria de seus discípulos – porém, até onde somos informados pela Bíblia, que é a principal autoridade e o mais confiável relato da vida de Jesus, o Filho do Homem muitas vezes não tinha sequer onde reclinar a cabeça. Para o Dr. Serafim Isidoro, em seu pequeno porém inteligente livro Considerações à Doutrina da Prosperidade, o Novo Testamento traz em seu cerne uma mensagem de abnegação, enquanto no Antigo Testamento a promessa é de prosperidade advinda da obediência. Ele também diz que “a busca do sensacionalismo e da prosperidade facil afasta o homem da ordem antiga: Comerás o pão do suor do teu rosto”.
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Os porta-vozes da doutrina da prosperidade não medem esforços para conseguir arrecadações. Bob Tilton, que já esteve no Brasil acompanhado de Rex Humbard, é uma figura extremamente controvertida hoje nos Estados Unidos, principalmente pelos seus métodos de levantamento de fundos, chegando até mesmo a chorar e a profetizar enquanto pede dinheiro no seu programa de televisão. O mesmo pode ser visto durante as campanhas financeiras promovidas pela rede de TV Enlace. Durante essas campanhas é muito comum ver o diretor do programa acompanhado por algumas de suas “estrelas”, orando e profetizando bençãos sobre a vida daqueles que fizeram doações, declando sobre eles uma prosperidade milagrosa. Após essa oração mesclada com profecias obviamente carnais, uma enorme pilha de papéis com os nomes dos doadores é ungida com óleo, prática essa que diga-se de passagem não possui nenhum apoio bíblico, pois tal unção no Novo Testamento é exclusiva para os enfermos. Em seguida, as cameras enfocam um grupo de músicos, cantores e dançarinos que começaram a saltar enquanto caia uma verdadeira chuva de bolas de aniversário, num ambiente que mais parecia uma festa de aniversário que um culto religioso.
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Não há dúvida de que o movimento da fé tem em Benny Hinn, pastor do Centro Cristão de Orlando, na Flórida, um de seus nomes mais famosos. Seu livro, Bom Dia, Espírito Santo, é um dos mais vendidos hoje na América do Norte. Porém, tanto o livro de Hinn como seus ensinos têm levantado muita polêmica, como, por exemplo, o estudo acerca do “corpo” do Espírito Santo, e a própria oração dirigida ao Espírito Santo, o que não é uma formúla bíblica de orar. Em nenhuma passagem do Novo Testamento vemos Jesus, os apóstolos ou qualquer outro crente orando ao Espírito, o que é uma evidencia definitiva de que essa prática não é, de modo nenhum, uma prática bíblica.
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Não faz muito tempo, Hinn levou os membros de sua igreja a repetir depois dele a seguinte frase: “Eu sou um deus-homem”. O vídeo consta nos arquivos do ICP e o episódio é citado por Paulo Romeiro em Super Crentes. O boletim The Berean Call (O Chamado dos Bereanos) publicou em setembro de 1992, os seguintes comentários de Hinn a respeito de Adão e Eva: “Adão era um ser sobre-humano quando Deus o criou. Não sei se as pessoas chegam a saber disso, mas ele foi o primeiro super-homem que já existiu. Adão não só voava [como os pássaros], mas também voava para o espaço (...) com um pensamento ele estaria na Lua (...) podia nadar [debaixo d'água] sem perder o fôlego, e sua esposa fazia o mesmo (...) Ambos eram sobre-humanos”. A capacidade imaginativa de Hinn é tão perspicaz que não exitariamos em recomendar sua “história” à Walt Disney Pictures. No ano de 1992, o jornal das Assembléias de Deus, Mensageiro da Paz, publicou uma nota sobre Benny Hinn: “O livro Bom Dia, Espírito Santo, de Benny Hinn, está causando celeuma nos Estados Unidos. Ele passa a idéia de que existem nove deuses na Trindade. O autor se justifica afirmando que não soube explicar bem o que queria dizer”. Afirmações como essas fazem de Hinn o mais abobreiros de todos os profetas do óbvio que integram o movimento da confissão positiva.
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Na Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo bispo Edir Macedo, podemos encontrar muitos pressupostos do “movimento da fé”. A ênfase sobre a prosperidade financeira é bastante acentuada, mas a semelhança com as práticas iconoclasticas da idade média é evidente: Substituindo a idolatria por metodologias visuais e palpáveis, a denominação faz uso de rosas, copos com água, medalhas com inscrições, cruzes, lenços, retalhos dos ternos usados pelos pastores (será que eles rasgam o Armani do Bispo Macedo também?), lenços, portais da felicidade, réplicas da Arca do Concerto, além de objetos sem nenhum valor financeiro, supostamente importados de Israel, tais como água do Jordão e azeite para unção. É obvio que esses objetos são comercializados por ele e são uma importante fonte de renda para a denominação.
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Valnice Milhomens também tem aderido à muitas práticas neopentecostais. Entre seus ensinos mais controversos está o seu comentário de Is 53:9, onde afirma que Jesus morreu duas vezes: física e espiritualmente, bem como a afirmação de que o número dos salvos será maior do que o número dos perdidos e a sua defesa da doutrina da guarda do sábado. Ela também prega a existência das maldições de família e a necessidade de ruptura das mesmas. Além destas, há ainda questões escatológicas, como a volta de Jesus num dia de sábado no ano 2007, profecia que – diga-se de passagem, não se cumpriu. Valnice, ao que consta, ainda não se manifestou publicamente sobre sua profecia escatológica espúria.
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Os pregadores neo-pentecostais também ensinam que a fé e o recebimento das bençãos de Deus está relacionada com a confissão que fazemos, de modo que a fé é reduzida à uma mera confissão positiva. Por causa disso, muitos membros dessas igrejas vivem frustrados, pois temem pronunciar palavras que interfiram em seu progresso espiritual. A cura física também deve ser pronunciada, ou ainda, utilizando um jargão próprio do neo-pentecostalismo, “decretada”. É comum assistir na TV pregadores da Prosperidade ensinando os crentes a dar ordens em Deus. O Senhor Soberano foi substituído por um Deus vassalo, sempre disposto à acatar ordens e a f.
azer tudo sem reclamar.
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Objeções ao neo-pentecostalismo
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John Ankerberg e John Weldon nos ajudam a interpretar o texto de Isaías 53:4-5 com o seguinte comentário: “No hebraico a palavra sarar (em hebraico, rapha), pode-se referir à cura física ou à cura espiritual. O contexto deve determinar se um dos sentidos ou ambos são empregados”. Por exemplo, em 1 Pedro 2:24, o apóstolo se refere à cura espiritual (citando a Septuaginta), e em Mateus 8:17, Mateus se refere à cura física (citando o texto hebraico massorético). Paulo Romeiro também nos adverte que “não podemos esquecer que quando Jesus curou a sogra de Pedro (Mateus 8.14-17), a expiação de Cristo ainda não havia acontecido. Portanto, usar esta passagem para dizer que a cura divina, total e perfeita, está garantida na expiação com base em Isaías 53.4 e 5 é forçar o texto e não reflete uma boa exegese”. Ele também afirma que dizer que a enfermidade é conseqüência da falta de fé ou pecado na vida do crente é heresia. “Basta examinar as Escrituras para notarmos que verdadeiros servos de Deus passaram privações e dificuldades em suas trajetórias a serviço do Senhor”. Para ratificar sua asserção, ele menciona o profeta Eliseu, que apesar de ter sido um grande profeta de Deus e de ter tido um ministério marcado por muitos feitos sobrenaturais, morreu em conseqüência de sua enfermidade. Será que ele não tinha fé ou estava em pecado? Muito pelo contrário, pois a Bíblia diz que um soldado morto, após ser colocado na sepultura de Eliseu, tocou em seus ossos e ressuscitou (2 Reis 13.14-21). Um outro exemplo citado por ele é o de Jó. Seu sofrimento não foi causado por confissões pessimistas, pecados ocultos ou falta de fé, nem tampouco foi o diabo quem decidiu provar Jó. A iniciativa partiu de Deus.
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Os pregadores da confissão positiva declaram que toda enfermidade procede do diabo. O pastor Jorge Tadeu, líder das igrejas Maná, em Portugal, afirma que “Deus só pode dar o que Ele tem. Para Deus lhe dar uma doença teria que pedi-la emprestada ao diabo, o que é uma idéia absurda”, mas o ensino de Jorge Tadeu é contrário ao que diz a Bíblia. Por acaso Deus teve que tomar a lepra emprestada do diabo para colocá-la em Miriã? A lepra de Miriã foi provocada por Deus, conforme lemos em Números 12.10.
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Existe nos Estados Unidos muitos casos documentados de mortes causadas pela pretensa fé. Supostamente baseados nas promessas de Deus, muitos pais perderam seus filhos para enfermidades que poderiam ser facilmente medicadas. O ministério das igrejas Maná, também não escapou das críticas da imprensa em Portugal. O jornal Tal & Qual, na edição de 30 de agosto a 5 de setembro de 1991, faz uma séria denúncia de primeira página sobre as circunstâncias que levaram ao falecimento do pequeno Nelson Marta, de oito anos, ocorrido em 13 de maio de 1991. “Mas que Grande Seita! Deixem de tomar remédios! — aconselha a seita religiosa Maná. Mas a morte de uma criança acaba de pôr em causa o insólito mandamento”.
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Logos e Rhema, a polêmica da semântica
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Segundo Michael Horton, não existe nenhuma grande diferença entre estes dois vocábulos, que seriam como os sinônimos “enorme” e “imenso” no português. Acontece que os ensinadores da fé inventavam uma falsa distinção de significado entre essas duas palavras gregas. Rhema, dizem eles, é a “palavra'” que os crentes usam para “decretar” ou “declarar” a fim de trazer prosperidade ou cura para esta dimensão. Em uma linguagem mais coloquial, o vocábulo rhema é o “abracadabra” que os neo-pentecostais pronunciam para materializar o objeto desejado. Depois vem logos, ou “a palavra de revelação” que é a palavra mística, direta, que Deus fala aos iniciados. O termo pode referir-se também a Bíblia, mas é geralmente empregado no contexto de sonhos, visões e comunicações particulares entre Deus e seu “agente”. Dessa forma, podemos perceber no movimento neo-pentecostal duas fontes de autoridade: uma objetiva – a Bíblia, e outra subjetiva, a revelação ou palavra da fé. Assim, quando alguém lê uma referência na literatura de um pregador neo-pentecostal acerca da “Palavra de Deus”, ou sobre “agir segundo a Palavra”, o autor pode não estar se referindo à Palavra de Deus escrita, mas ao seu próprio “decreto” (rhema) ou uma palavra pessoal de Deus para ele (logos).
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Os apologistas da confissão positiva fazem um cavalo de batalha sobre as palavras gregas logos e rhema, que como já vimos, são sinônimas e ambas significam palavra. Para eles, rhema seria uma espécie de “vara de condão” capaz de materializar o objeto da nossa cobiça. Desta forma, eles afirmam que podemos usar a palavra rhema para realizarmos no mundo espiritual e físico tudo aquilo que desejamos. Entretanto, na Palavra de Deus não há sequer uma distinção teológica entre estes dois termos.
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O Dr. Russel Shedd afirma que Pedro não fez distinção sobre estes termos em sua primeira carta, citando para isso o capítulo 1.23-25: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra (Gr. logos) de Deus, viva que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra (Gr. rhema) do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra (Gr. rhema) que entre vós foi evangelizada". Como se pode ver, na mente do apóstolo não havia distinção entre estas palavras. Sendo assim fica desfeita a pretensão daqueles que querem forçar uma interpretação e aplicação errônea destes termos para apoiar qualquer doutrina de confissão positiva.
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Conclusão
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O neo-pentecostalismo quando examinado à luz da ortodoxia é uma teologia mal elaborada, eclético-pragmática que busca os resultados mais que a pureza doutrinaria. Ela desvirtua o crente, levando-o a buscar a prosperidade terrena, quando a prioridade dele deveria ser “buscar as coisas que são do alto” (Colossenses 3.2). Cristo, alardeado pelos teólogos da prosperidade como um homem abastado, nasceu humilde e pobre, em um estábulo emprestado. Entrou no mundo desassistido de bens materiais e proferiu suas pregações em um barco emprestado. Entrou em Jerusalém montado em um jumento emprestado, e foi sepultado em um túmulo emprestado. Só a cruz era dele.
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Em sua mensagem ele nos falou sobre a necessidade de negar-se a si mesmo e tomar a cruz. Foi ele quem disse: “No mundo, tereis aflições”. Tempos depois o apóstolo Paulo escreveria aos Coríntios: “se esperamos em Cristo só nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15.19). A mensagem triunfalista dos pregadores da prosperidade pode até caber em um discurso político onde a avareza prima sobre o caráter, mas não cabe nos lábios de Cristo ou dos apóstolos, e nem na verdadeira igreja evangélica.
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Bibliografia
CONN, Harvie M. Teologia Contemporânea.
HODERN, William. Teologia Contemporânea; tradução Roque Monteiro de Andrade – São Paulo: Editora Hagnos, 2003.
ISIDORO, Serafim. Considerações à Doutrina da Prosperidade, Edições Archês.
ROMEIRO, Paulo. Super-Crentes: O Evangelho Segundo Kenneth Hagin, Valnice Milhomens e os Profetas da Prosperidade – São Paulo: Mundo Cristão, 1998. 7ª Edição.
O ADVENTISMO DO 7º DIA
Introdução:
Não podemos pensar na origem dos "sabatistas" sem recordar os conflitos entre o apóstolo Paulo e os judaizantes. A luta entre o legalismo e o evangelho da graça de Deus é muito antiga. Continua em tempos modernos no vigoroso programa dos adventistas do Sétimo Dia. O sabatismo não é uma seita como, muita gente pensa: "uma denominação igual às outras, com a única diferença de guardar o Sábado". É uma seita perigosa que mistura muitas verdades bíblicas com erros tremendos no que se refere as doutrinas cristãs ou interpretações de profecias.
Origem do Adventismo:
Duas das Igrejas que estaremos estudando neste trimestre podem traçar sua origem nos ensinos de Guilherme Miller, embora não tivesse fundado nenhuma delas. São as Testemunhas de Jeová e os Adventistas do Sétimo dia.
a) Síntese Histórica:
No princípio do século dezenove houve um despertamento de interesse pela Segunda vinda de Cristo entre os cristãos. Guilherme Miller, pastor batista no Estado de Nova Iorque, dedicou-se ao estudo detalhado das escrituras proféticas. Convenceu-se de que Daniel 8.14 se referia à vinda de Cristo para "purificar o santuário". Calculando que cada um dos 2.300 dias representava um ano, tomou como ponto de partida a carta de regresso de Esdras e seus compatriotas a Jerusalém e 457 a.C., e chegou à conclusão de que Cristo voltaria à terra em 1843, Isto foi em 1818.
b) O fracasso de Miller:
Por um quarto de século, Miller proclamou a mensagem para classes especiais a cristãos de diferentes Igrejas. O interesse dos crentes em relação à mensagem era crescente e o número deles ia de cinqüenta a cem mil pessoas preparando-se para o fim do mundo. Muito crentes doaram suas lavouras, e se prepararam para receber o Senhor no dia 21 de março de l843. Chegou o dia e o evento esperado não aconteceu.. Miller revisou os seus cálculos, descobriu um erro de um ano. Devia ser no dia 21 de março de l844. Ao chegar essa data, nada aconteceu. Uma vez mais um novo cálculo indicou que seria o dia 22 de outubro de mesmo ano. Porém essa previsão também falou.
c) O Arrependimento de Miller:
Guilherme Miller, dando toda a prova de sua sinceridade e honradez, confessou simplesmente que se havia equivocado em seu sistema de interpretação bíblica. É preciso certa grandeza de alma, ou graça do Senhor para reconhecer abertamente seu próprio erro. Miller a teve e não mais tratou de defender a interpretação que havia proclamado por um quarto de século. Porém nem todos os seus discípulos estavam dispostos a abandonar a sua mensagem. Dos muitos que o haviam seguido, três se uniram para formar uma nova Igreja, baseada numa nova interpretação da mensagem professada por Miller.
O desenvolvimento da seita
O dia depois "da grande desilusão", Hiram Edson um fervoroso discípulo e amigo pessoal de Miller, teve uma "revelação". Nela compreendeu que Miller não estava equivocado em relação a data, mas sim em relação ao local. Disse que Cristo havia entrado no dia anterior no santuário celestial, não no terrenal, para fazer uma obra de purificação ali. Edson partilhou com outros membros de seu grupo as "boas-novas". Outros dois grupos se uniram a essa nova revelação: um dirigido por Joseph Bates que dava ênfase a guarda do Sábado e outro dirigido por Hellen G. White, que dava ênfase aos dons do Espírito.
a) As revelações de Helen White:
As revelações de Helen White tiveram muito que com a formação das doutrinas dos adventistas, e seus escritos prolíficos contribuíram grandemente para a expansão da Igreja. Ela e seu esposo disseminaram amplamente seus ensinos proféticos e doutrinários por meio de revistas e livros. Embora a Igreja adventista afirme que a Bíblia é sua autoridade doutrinária, ainda crê que Deus inspirou Helen White em sua interpretação das Escrituras e em seus conselhos, conforme se encontram em seus livros.
b) Obras da Sra White:
Como já dissemos, os livros da Sra. White são considerados "inspirados" por Deus e no mesmo nível da Bíblia, que citam apenas para comprovar o que ensinam, buscando versículos ou passagens isoladas. O livro "o grande conflito" é considerado a obra prima da Sra. White e recomendam-no largamente. Tal livro já foi editado em mais de 30 línguas com uma vendagem superior a dois milhões de exemplares. Entre outras obras, as mais importantes são: Vida de Jesus, Patriarcas e Profetas, Veredas de Cristo, O desejado de Todas as Nações.
c) Os nomes da Seita:
Os adventistas do sétimo dia já usaram através dos tempos os seguintes títulos: Igreja Cristã Adventista (1855); Adventistas do Sétimo dia (1860); União da Vida e Advento (1864);Igreja de Deus Adventista (1866); Igrejas de Deus Jesus Cristo Adventistas (1921); Igreja Adventista Reformada; Igreja Adventista da Promessa; Igreja Adventista do sétimo dia ( Atual). Existem outros grupos como Igreja Adventista da Promessa, Igreja Adventista do pacto, etc, porém o mais importante é a Igreja Adventista do Sétimo dia, conhecida como Sabatista ou Sabatismo.
As Doutrinas do Adventismo
Os sabatistas misturam algumas verdades com seus abundantes erros, daí poder enganar aos que com sinceridade se lançam em busca da verdade. Normalmente, citam a Bíblia, porém sem o cuidado de examinar o contexto. Embora muitas de suas doutrinas sejam ortodoxas, existem outras que desviam o crente do caminho real. Convém que os membros das Igrejas evangélicas conheçam essas doutrinas e saibam como refutá-las, tendo em vista que eles também se dedicam ao proselitismo entre as Igrejas Evangélicas. Veja Mt 23.15
a) A expiação incompleta:
Os adventistas ensinam que Jesus entrou no santuário celestial no ano de 1844, e agora está cumprindo a obra de expiação. Esta doutrina a expiação incompleta e contínua é uma tergiversação das Escrituras num esforço para justificar as previsões errôneas de Miller. Não duvidamos da sinceridade dos que creram haver achado uma solução para o problema nessa "revelação" de Edson, porém ela não concorda com as Escrituras. A Bíblia ensina que Jesus penetrou no santuário celestial ao ascender ao céu e não no ano de l844. (Hb 6.19,20;8.1,2; 9.11,12, 23-26; 10.1-14).
b) Nossos pecados lançados sobre Satanás?
Os adventistas ensinam que o bode emissário (ou bode para azazel) de Levíticos 16.22,26 simboliza Satanás. Todas as nossas iniqüidades serão carregadas pelo diabo. Segundo eles durante o milênio, Satanás, levará sobre si a culpa dos pecados que fez o povo de Deus cometer, e será confinado e esta terra desolada e sem habitantes. Parece fantástico que alguém que se diz evangélico aceite doutrina tão contrária ao evangelho. Será que não se dão conta das implicações de tal ensino? Isto faria o diabo nosso co-salvador com Cristo, a expiação de nossos pecados seria realizada em parte por Cristo e em parte por Satanás. O simbolismo real desta passagem mostra Cristo levando sobre si os nossos pecados. Veja Jo 1.29; Is 53.6; Hb 10.18; J0 19.30; 2 Co 5.21; Rm 8.32.
c) O Sono da Alma:
Os adventistas ensinam que as almas dos justos dormem até a ressurreição e o juízo final. Este "sono da alma" é um estado de silêncio, inatividade e inteira inconsciência" . Baseiam esta crença principalmente em Eclesiastes 9.5, que diz: "Os mortos não sabem coisa nenhuma". O contexto demonstra que o autor deste versículo está falando sobre a relação dos mortos com a vida terrena e não sobre o estado da alma depois da morte. Leia os versículos 4 a 10 desse capítulo. Provas bíblicas da consciência da alma depois da morte acham-se nas palavras de Paulo quando diz que ao deixar o corpo estaria com o Senhor, cf. Fp 1.23,24 2 Co 5.1-8). Veja também Lc16.19-31; Lc 23.43. No monte da transfiguração, Moisés não estava "silencioso, inativo e totalmente inconsciente" enquanto falava com Cristo, cf. Mt 17.1-6. Veja ainda Ap 6.9-11. Etc.
Outras crenças errôneas
Normalmente, as crenças de uma seita ou religião baseiam-se em motivos muito fortes relacionados a experiências de seus fundadores, ou livros escritos e interpretados por eles. Nesse caso, os escritos dos fundadores tornam-se regra de fé e prática. No adventismo, como em outras seitas, temos verificado que os escritos de seus fundadores continuam sendo seus sustentáculos doutrinários, independentes da Bíblia.
a) A aniquilação de Satanás e dos maus:
Os adventistas ensinam que Satanás seus demônios, e todos os maus serão aniquilados, completamente destruídos. A Senhora White diz que a teoria do castigo eterno é "uma das doutrinas falsas que constituem o vinho das abominações da Babilônia". Jesus Cristo usou a mesma palavra para referir-se à duração das bênçãos dos salvos e os tormentos dos perdidos em Mt 25.46: Eterno. Além disso, ele não disse aniquilação eterna, mas castigo eterno. Veja Também Mc 9.43,44. Em Ap 14.10,11, vemos que os adoradores do Anticristo serão atormentados "e o fumo de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos". Isto não parece com aniquilação. Confira ainda: Ap 19.20; 20.2,7,10,15 etc.
b) A observância obrigatória do Sábado:
Os adventistas ensinam que os cristãos devem observar o Sábado como o dia de repouso, e não o Domingo. Crêem que os que guardam o Domingo aceitarão a "marca da besta". A senhora White ensina que a observância do Sábado é o selo de Deus. O selo do Anticristo será o oposto a isto, ou seja, a observância do Domingo. Vemos, pois, que o Sábado é uma parte do pacto especial feito entre Deus e Israel (Ez 20.10-13). O próprio Moisés explicou que era uma memorial de sua libertação da terra do Egito. Ao repousar de seu trabalho semanal, deviam recordar como Deus lhes havia dado o repouso da dura servidão do Egito ( Dt 5.12-15).
c) O Sábado foi abolido:
A palavra profética previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33) e o fim do Sábado (Os 2.11), que se cumpriu em Jesus(Cl 2.14-17). Por essa razão, o Sábado não aparece nos quatro preceitos de Atos 15.20,29. O texto de Colossenses 2.16,17 deita por terra todas as teses dos adventistas. Paulo parece que está escrevendo aos adventistas quando escreve aos Gálatas e trata de livrá-los dos enganos dos judaizantes que queriam fazê-los guardar a lei. O livro inteiro ressalta que a salvação não é pelas obras da lei, mas pela fé em Cristo. Faz menção da observância de certos dias como uma parte da escravidão da lei (Gl 4.3-11)./ Cristo é o fim da lei ( Rm 6.14; 10.4).
Conclusão:
O discutir com os adventistas não dá nenhum bom resultado. Estão bastante preparados para discutir e convidam a discussão. Recorde-se que as discussões somente fazem que a pessoa resolva defender melhor a sua própria doutrina. É quase certo que o adventista citará Ap 14.12 e 1 Jo 2.4, para provar que devemos guardar o Sábado. Para isto devemos mostrar-lhes quais são os andamentos de Deus no Novo Testamento. Que ele mesmo leia 1 Jo 3.23; Jo 6.29; Rm 4.5; Gl 2.16; Jo 13.34,35; 5.10 e Rm 13.8-10; Ap 22.14. Procure fortalecer sua fé na obra perfeita de Cristo e guiá-los a um repouso perfeito nele, fazendo-os ver que agora a pessoa pode ter a certeza da salvação.
Copiado de http://www.planetaevangelico.com.br/religioes/princadv.htm. Autor anônimo.Fonte: www.solascriptura-tt.org
Não podemos pensar na origem dos "sabatistas" sem recordar os conflitos entre o apóstolo Paulo e os judaizantes. A luta entre o legalismo e o evangelho da graça de Deus é muito antiga. Continua em tempos modernos no vigoroso programa dos adventistas do Sétimo Dia. O sabatismo não é uma seita como, muita gente pensa: "uma denominação igual às outras, com a única diferença de guardar o Sábado". É uma seita perigosa que mistura muitas verdades bíblicas com erros tremendos no que se refere as doutrinas cristãs ou interpretações de profecias.
Origem do Adventismo:
Duas das Igrejas que estaremos estudando neste trimestre podem traçar sua origem nos ensinos de Guilherme Miller, embora não tivesse fundado nenhuma delas. São as Testemunhas de Jeová e os Adventistas do Sétimo dia.
a) Síntese Histórica:
No princípio do século dezenove houve um despertamento de interesse pela Segunda vinda de Cristo entre os cristãos. Guilherme Miller, pastor batista no Estado de Nova Iorque, dedicou-se ao estudo detalhado das escrituras proféticas. Convenceu-se de que Daniel 8.14 se referia à vinda de Cristo para "purificar o santuário". Calculando que cada um dos 2.300 dias representava um ano, tomou como ponto de partida a carta de regresso de Esdras e seus compatriotas a Jerusalém e 457 a.C., e chegou à conclusão de que Cristo voltaria à terra em 1843, Isto foi em 1818.
b) O fracasso de Miller:
Por um quarto de século, Miller proclamou a mensagem para classes especiais a cristãos de diferentes Igrejas. O interesse dos crentes em relação à mensagem era crescente e o número deles ia de cinqüenta a cem mil pessoas preparando-se para o fim do mundo. Muito crentes doaram suas lavouras, e se prepararam para receber o Senhor no dia 21 de março de l843. Chegou o dia e o evento esperado não aconteceu.. Miller revisou os seus cálculos, descobriu um erro de um ano. Devia ser no dia 21 de março de l844. Ao chegar essa data, nada aconteceu. Uma vez mais um novo cálculo indicou que seria o dia 22 de outubro de mesmo ano. Porém essa previsão também falou.
c) O Arrependimento de Miller:
Guilherme Miller, dando toda a prova de sua sinceridade e honradez, confessou simplesmente que se havia equivocado em seu sistema de interpretação bíblica. É preciso certa grandeza de alma, ou graça do Senhor para reconhecer abertamente seu próprio erro. Miller a teve e não mais tratou de defender a interpretação que havia proclamado por um quarto de século. Porém nem todos os seus discípulos estavam dispostos a abandonar a sua mensagem. Dos muitos que o haviam seguido, três se uniram para formar uma nova Igreja, baseada numa nova interpretação da mensagem professada por Miller.
O desenvolvimento da seita
O dia depois "da grande desilusão", Hiram Edson um fervoroso discípulo e amigo pessoal de Miller, teve uma "revelação". Nela compreendeu que Miller não estava equivocado em relação a data, mas sim em relação ao local. Disse que Cristo havia entrado no dia anterior no santuário celestial, não no terrenal, para fazer uma obra de purificação ali. Edson partilhou com outros membros de seu grupo as "boas-novas". Outros dois grupos se uniram a essa nova revelação: um dirigido por Joseph Bates que dava ênfase a guarda do Sábado e outro dirigido por Hellen G. White, que dava ênfase aos dons do Espírito.
a) As revelações de Helen White:
As revelações de Helen White tiveram muito que com a formação das doutrinas dos adventistas, e seus escritos prolíficos contribuíram grandemente para a expansão da Igreja. Ela e seu esposo disseminaram amplamente seus ensinos proféticos e doutrinários por meio de revistas e livros. Embora a Igreja adventista afirme que a Bíblia é sua autoridade doutrinária, ainda crê que Deus inspirou Helen White em sua interpretação das Escrituras e em seus conselhos, conforme se encontram em seus livros.
b) Obras da Sra White:
Como já dissemos, os livros da Sra. White são considerados "inspirados" por Deus e no mesmo nível da Bíblia, que citam apenas para comprovar o que ensinam, buscando versículos ou passagens isoladas. O livro "o grande conflito" é considerado a obra prima da Sra. White e recomendam-no largamente. Tal livro já foi editado em mais de 30 línguas com uma vendagem superior a dois milhões de exemplares. Entre outras obras, as mais importantes são: Vida de Jesus, Patriarcas e Profetas, Veredas de Cristo, O desejado de Todas as Nações.
c) Os nomes da Seita:
Os adventistas do sétimo dia já usaram através dos tempos os seguintes títulos: Igreja Cristã Adventista (1855); Adventistas do Sétimo dia (1860); União da Vida e Advento (1864);Igreja de Deus Adventista (1866); Igrejas de Deus Jesus Cristo Adventistas (1921); Igreja Adventista Reformada; Igreja Adventista da Promessa; Igreja Adventista do sétimo dia ( Atual). Existem outros grupos como Igreja Adventista da Promessa, Igreja Adventista do pacto, etc, porém o mais importante é a Igreja Adventista do Sétimo dia, conhecida como Sabatista ou Sabatismo.
As Doutrinas do Adventismo
Os sabatistas misturam algumas verdades com seus abundantes erros, daí poder enganar aos que com sinceridade se lançam em busca da verdade. Normalmente, citam a Bíblia, porém sem o cuidado de examinar o contexto. Embora muitas de suas doutrinas sejam ortodoxas, existem outras que desviam o crente do caminho real. Convém que os membros das Igrejas evangélicas conheçam essas doutrinas e saibam como refutá-las, tendo em vista que eles também se dedicam ao proselitismo entre as Igrejas Evangélicas. Veja Mt 23.15
a) A expiação incompleta:
Os adventistas ensinam que Jesus entrou no santuário celestial no ano de 1844, e agora está cumprindo a obra de expiação. Esta doutrina a expiação incompleta e contínua é uma tergiversação das Escrituras num esforço para justificar as previsões errôneas de Miller. Não duvidamos da sinceridade dos que creram haver achado uma solução para o problema nessa "revelação" de Edson, porém ela não concorda com as Escrituras. A Bíblia ensina que Jesus penetrou no santuário celestial ao ascender ao céu e não no ano de l844. (Hb 6.19,20;8.1,2; 9.11,12, 23-26; 10.1-14).
b) Nossos pecados lançados sobre Satanás?
Os adventistas ensinam que o bode emissário (ou bode para azazel) de Levíticos 16.22,26 simboliza Satanás. Todas as nossas iniqüidades serão carregadas pelo diabo. Segundo eles durante o milênio, Satanás, levará sobre si a culpa dos pecados que fez o povo de Deus cometer, e será confinado e esta terra desolada e sem habitantes. Parece fantástico que alguém que se diz evangélico aceite doutrina tão contrária ao evangelho. Será que não se dão conta das implicações de tal ensino? Isto faria o diabo nosso co-salvador com Cristo, a expiação de nossos pecados seria realizada em parte por Cristo e em parte por Satanás. O simbolismo real desta passagem mostra Cristo levando sobre si os nossos pecados. Veja Jo 1.29; Is 53.6; Hb 10.18; J0 19.30; 2 Co 5.21; Rm 8.32.
c) O Sono da Alma:
Os adventistas ensinam que as almas dos justos dormem até a ressurreição e o juízo final. Este "sono da alma" é um estado de silêncio, inatividade e inteira inconsciência" . Baseiam esta crença principalmente em Eclesiastes 9.5, que diz: "Os mortos não sabem coisa nenhuma". O contexto demonstra que o autor deste versículo está falando sobre a relação dos mortos com a vida terrena e não sobre o estado da alma depois da morte. Leia os versículos 4 a 10 desse capítulo. Provas bíblicas da consciência da alma depois da morte acham-se nas palavras de Paulo quando diz que ao deixar o corpo estaria com o Senhor, cf. Fp 1.23,24 2 Co 5.1-8). Veja também Lc16.19-31; Lc 23.43. No monte da transfiguração, Moisés não estava "silencioso, inativo e totalmente inconsciente" enquanto falava com Cristo, cf. Mt 17.1-6. Veja ainda Ap 6.9-11. Etc.
Outras crenças errôneas
Normalmente, as crenças de uma seita ou religião baseiam-se em motivos muito fortes relacionados a experiências de seus fundadores, ou livros escritos e interpretados por eles. Nesse caso, os escritos dos fundadores tornam-se regra de fé e prática. No adventismo, como em outras seitas, temos verificado que os escritos de seus fundadores continuam sendo seus sustentáculos doutrinários, independentes da Bíblia.
a) A aniquilação de Satanás e dos maus:
Os adventistas ensinam que Satanás seus demônios, e todos os maus serão aniquilados, completamente destruídos. A Senhora White diz que a teoria do castigo eterno é "uma das doutrinas falsas que constituem o vinho das abominações da Babilônia". Jesus Cristo usou a mesma palavra para referir-se à duração das bênçãos dos salvos e os tormentos dos perdidos em Mt 25.46: Eterno. Além disso, ele não disse aniquilação eterna, mas castigo eterno. Veja Também Mc 9.43,44. Em Ap 14.10,11, vemos que os adoradores do Anticristo serão atormentados "e o fumo de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos". Isto não parece com aniquilação. Confira ainda: Ap 19.20; 20.2,7,10,15 etc.
b) A observância obrigatória do Sábado:
Os adventistas ensinam que os cristãos devem observar o Sábado como o dia de repouso, e não o Domingo. Crêem que os que guardam o Domingo aceitarão a "marca da besta". A senhora White ensina que a observância do Sábado é o selo de Deus. O selo do Anticristo será o oposto a isto, ou seja, a observância do Domingo. Vemos, pois, que o Sábado é uma parte do pacto especial feito entre Deus e Israel (Ez 20.10-13). O próprio Moisés explicou que era uma memorial de sua libertação da terra do Egito. Ao repousar de seu trabalho semanal, deviam recordar como Deus lhes havia dado o repouso da dura servidão do Egito ( Dt 5.12-15).
c) O Sábado foi abolido:
A palavra profética previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33) e o fim do Sábado (Os 2.11), que se cumpriu em Jesus(Cl 2.14-17). Por essa razão, o Sábado não aparece nos quatro preceitos de Atos 15.20,29. O texto de Colossenses 2.16,17 deita por terra todas as teses dos adventistas. Paulo parece que está escrevendo aos adventistas quando escreve aos Gálatas e trata de livrá-los dos enganos dos judaizantes que queriam fazê-los guardar a lei. O livro inteiro ressalta que a salvação não é pelas obras da lei, mas pela fé em Cristo. Faz menção da observância de certos dias como uma parte da escravidão da lei (Gl 4.3-11)./ Cristo é o fim da lei ( Rm 6.14; 10.4).
Conclusão:
O discutir com os adventistas não dá nenhum bom resultado. Estão bastante preparados para discutir e convidam a discussão. Recorde-se que as discussões somente fazem que a pessoa resolva defender melhor a sua própria doutrina. É quase certo que o adventista citará Ap 14.12 e 1 Jo 2.4, para provar que devemos guardar o Sábado. Para isto devemos mostrar-lhes quais são os andamentos de Deus no Novo Testamento. Que ele mesmo leia 1 Jo 3.23; Jo 6.29; Rm 4.5; Gl 2.16; Jo 13.34,35; 5.10 e Rm 13.8-10; Ap 22.14. Procure fortalecer sua fé na obra perfeita de Cristo e guiá-los a um repouso perfeito nele, fazendo-os ver que agora a pessoa pode ter a certeza da salvação.
Copiado de http://www.planetaevangelico.com.br/religioes/princadv.htm. Autor anônimo.Fonte: www.solascriptura-tt.org
Igreja Voz da Verdade
Autor : Prof. Paulo Cristiano
INTRODUÇÃO
A Igreja Voz da Verdade é uma igreja unicista. Esse grupo religioso ficou conhecido no meio evangélico por causa do conjunto de mesmo nome. O Pastor e vocalista Carlos A Moysés costuma distribuir em seus shows, um CD cujo título é O Mistério de Deus – Cristo. Nele o referido pastor faz apologia das doutrinas unicistas, que sustenta haver uma única pessoa que se manifestou ora como Pai, ora como o Filho e como Espírito Santo cujo nome seria Jesus. Prega ainda o batismo somente em nome de Jesus.
I – História da Igreja Voz da Verdade
Dados do site oficial diz que esta igreja foi fundada oficialmente em 1978 em Santo André – São Paulo - por Fued Moysés. Ele se converteu no cinema, durante uma sessão do filme Quo Vadis. Fued conta que Jesus lhe tocou a face, saindo da tela de projeção em carne e osso, e, naquele momento, ter-lhe-ia dado a incumbência de pregar o Evangelho, mas infelizmente o pastor de origem árabe, recebeu a influência de missionários unicistas americanos, que fundaram a Igreja Pentecostal Unida no Brasil. Conta o pastor Carlos Moysés, que quando seu pai começou a pregar a doutrina unicista, perdeu metade dos membros da igreja.
Os jovens gostam ou gostavam muito desse conjunto, por causa de seu estilo, que se ajusta ou ajustava bem ao espírito juvenil.
Há três grupos religiosos que com muita facilidade ainda têm acesso a púlpitos de muitas igrejas genuinamente evangélicas e conseguem se camuflar no meio do povo de Deus. Eles não são ortodoxos, ou seja, são contra o Cristianismo histórico, revelado na Bíblia e, por isso, representam uma ameaça à unidade e a doutrina da Igreja. São eles: a Igreja Local de Witness Lee, a Igreja Voz da Verdade e a Igreja Adventista.
1 – onde está o problema?
Antes de tudo é preciso escoimar a acusação por vezes perpetuada de que nós estamos perseguindo o tal conjunto e sua igreja. Longe disso, tão somente queremos alertar aqueles que buscam com sinceridade a verdade do evangelho a discernir melhor entre heresia e ortodoxia. Mas há quem afirme que se trata de uma questão meramente secundária, isso de ambas as partes. Outros entendem que o problema não é grave, dizendo que o Espírito Santo não está preocupado com sistemas teológicos como trinitarismo, nem com o unicismo. Respeitamos tais opiniões, todavia afirmar tal coisa é o mesmo que dizer que o Espírito Santo não está preocupado com a verdade, sendo que ambas as correntes: trinitarismo e unicismo se excluem mutuamente. Por isso, apresentaremos a raiz do problema, para que cada cristão possa discernir e compreender a questão. Antes, porém, convém analisar as raízes históricas da teologia unicista.
II –Antecedentes histórico
1 – Desenvolvimento Histórico da Heresia
No segundo século da era cristã, a Igreja saiu ilesa contra o gnosticismo (doutrina que negava o Jesus homem). Diziam que Ele teve um corpo docético – fantasma – e por isso não sofreu.
Perguntas que surgiram:
Se Jesus é Deus absoluto como fica o monoteísmo judaico—cristão?
Se o Logos é subordinado ao Pai, isso não compromete a divindade de Jesus?
Para tentar responder a estas questões surgiram algumas tendências heréticas, tais como:
Monarquianismo – expressão derivada da exclamação: “Monarchiam tenemus. “conservamos a monarquia” ( Tertuliano, Adv. Praxeam 3). Apresentava duas correntes: os dinâmicos e os modais.
Dinâmicos – diziam que Deus deu força e poder (dynamis ) a Jesus, adotando-o como Filho. Negando assim a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade – era o prenúncio do arianismo, que negava a eternidade de Jesus.
Modais – ensinavam que as três Pessoas da divindade se manifestavam por vários modos, daí o nome modalista. Desenvolveram a idéia de que o Pai nasceu e o Pai sofreu, sendo eles jocosamente classificados por Cipriano de patripassionistas..
2 – história do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana)
Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus.
É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista.
A essência da doutrina unicista é a centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
3 – Principais grupos unicistas modernos
-Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja Só Jesus;
-Igreja Local (Witness Lee)
-Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo da Fé.
-A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras...
4 - Os Quatro Erros
São basicamente quatro os erros principais que polemiza a teologia da igreja ivv, são eles:
1 – A natureza de Deus (a doutrina da trindade)
– o que o ministério voz da verdade prega e crê (ivv)
O Ministério Voz da Verdade crê que existe UM SÓ DEUS,e não TRÊS DEUSES. Um só Deus ,se manifestando de várias formas: como PAI,criador do mundo,como FILHO,veio resgatar o homem do pecado e como ESPÍRITO SANTO está atuando hoje em nossas vidas.(site oficial)
2- Análise das Crenças Unicistas da Igreja Voz da Verdade
Para nós, trinitaristas, Jesus é uma pessoa muito amada a quem tributamos honra, glória e louvor (Ap 5.11-13). Nestes versículos bíblicos, Jesus, o Cordeiro, recebe com Deus, o Pai, adoração de todos os anjos do céu.
Demais disso, não cremos tampouco em três deuses, isto se chama triteísmo. Este falso conceito de Deus divide a substância divina conseqüentemente em três Seres separados. Por outro lado, a crença ortodoxa na Trindade nunca admite isso, pois as escrituras falam de um só Deus e não três.
Inquestionavelmente, aceitamos que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, com apoio de Cl 2.9, que diz: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Duas naturezas – a divina ...e o Verbo era Deus (Jo 1.1); e a humana ...e o Verbo se fez carne (Jo 1.14) em uma só pessoa.
Paralelamente, afirmamos com 1 João 5.20, que Jesus é o verdadeiro Deus: E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna (destaque nosso). Mas a IVV não crê assim, como lemos na sua declaração de fé citada: colocam o Pai e o Filho como personificações e não como personalidades distintas na Trindade.
3 – a bíblia – um livro cristocêntrico
Que a Bíblia fala de uma pessoa central e que a Bíblia é um livro cristocêntrico, não há dúvidas. Que há um só Deus e que o primeiro mandamento proíbe a existência de outros deuses, nenhum cristão genuíno nega Não terás outros deuses diante de mim (Dt 5.7).
No entanto, Deus é uma palavra polissêmica que se emprega para o Pai (Ef 1.3), para o Filho (1 Jo 5.20) e para o Espírito Santo (At 5.3-4). Tanto é que Deus em Gn 1.1 se aplica à Trindade, pluralidade em unidade. No princípio criou Deus (Elohim) o céu e a terra. A palavra Elohim aparece cerca de 2.500 vezes nas Escrituras hebraicas. Isso é repetido em Gn 1.26 quando o verbo façamos e o pronome nossa aparecem no plural indicando uma pluralidade na unidade. Pluralidade de pessoas e unidade de natureza.
Que outra maneira haveria de explicar-se o emprego dessa palavra senão para indicar a pluralidade de pessoas nesse único Deus?
Acresce de importância quando se sabe que existe uma palavra Eloah para referir-se a Deus de modo singular. O uso de Elohim, com referência à Trindade, se torna mais acentuado pelo fato de que a palavra se usa algumas vezes em concordância com verbos e pronomes no plural, enfatizando-se a forma plural da palavra.
alguns exemplos:
Gênesis 1.26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...
Nota: O uso do verbo façamos e do pronome nossa é revelador do sentido de que Elohim serve para indicar a pluralidade de pessoas. Sabemos que o nome Elohim por si só não prova a unidade composta, no entanto o contexto apóia a unidade composta de Deus (Gn 1.26; 3.22; 11.7).
Gênesis 3.22: Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.
Nota: O uso do pronome plural nós indica pluralidade de pessoas.
Gênesis 11.7: Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.
Nota: Enquanto o substantivo Deus está no singular, os verbos desçamos e confundamos flexionam-se na primeira pessoa do plural indicando pluralidade de pessoas na unidade.
De modo algum podemos dizer que há uma só pessoa na divindade, os fatos quando claramente analisados não comportam tal idéia.
4 - contra a trindade
O senhor Antonio Carlos Prieto Martins, no artigo Manifestações de Deus e não de Pessoas Distintas no site oficial do Conjunto Voz da Verdade declara:
O principal motivo da doutrina romana é confundir os crentes salvos em Cristo Jesus, os quais possuem um contato íntimo com Deus e sabe muito bem quem é Deus, e de nada é confundido. Essa doutrina de que existem 3 Pessoas distintas é tão contraditória, que quem tenta explicá-la, acaba se confundindo e diminuindo o poder de Deus.
Vocês não crêem na Trindade?
Resposta: “Não cremos neste conceito de TRINDADE onde apresentam 3 pessoas distintas,separadas,pois neste conceito Jesus fica menor e sabemos que Jesus não é o filho eterno.” “Este conceito de trindade coloca Jesus em segundo lugar,tirando a glória Dele.”(site oficial)
Resposta Apologética:
Se estas palavras partissem de uma Testemunha de Jeová entenderíamos a falta de critério usado na abordagem da questão, mas partindo do site de um conjunto que se diz comungar com as igrejas evangélicas, isto é tanto inadmissível como perigoso.
A doutrina da Trindade já existia muito antes de aparecer a Igreja Católica. O termo foi cunhado já no início do II século em sua forma grega, primeiramente por Teófilo; e em sua forma latina, por Tertuliano.O Concílio de Nicéia em 325 a.D. reconheceu a deidade absoluta de Jesus, contestando a doutrina de Ário, que ensinava ser Jesus uma criatura de Deus.
É preciso ainda diferenciar tecnicamente entre Trindade Ontológica e Trindade Econômica para não cairmos no mesmo erro da citação acima de que Este conceito de trindade coloca Jesus em segundo lugar,tirando a glória Dele.
Por Trindade Ontológica queremos dizer que a divindade co-existiu por toda a eternidade tendo a mesma substância, poder e glória iguais. Já a Trindade Econômica é como esse mesmo Deus Triúno se manifestou na história do mundo, em específico na salvação do homem. Há como uma divisão de tarefas para cada membro da Trindade: primeiro o Pai planejou, segundo o Filho executou esse plano de redenção deixando a última parte ao Espírito Santo, o qual aplica a regeneração e a santificação desta obra no coração do salvo. Daí a seqüência: 1º - Pai, 2º - Filho e 3º - Espírito Santo. Erra barbaramente quem pensa que esta seqüência prova algum tipo de desigualdade entre os membros da Trindade. É puramente uma questão funcional e não de natureza.
5 - Uso de Palavras Não-bíblicas
Freqüentemente os unicistas desafiam para provar que se mostre na Bíblia a palavra Trindade, alegando que essa palavra não se encontra na Bíblia.
Resposta Apologética:
Primeiramente, a argumentação de que a palavra Trindade não é encontrada na Bíblia é algo de pouca monta, já que a doutrina da Trindade é evidente através das Escrituras Sagradas. Não devemos supor, que pelo fato de o nome do senhor Carlos Moysés não estar escrito em sua casa, que não deve morar lá nenhum Carlos Moysés. Mas é justamente isso que fazem os unicistas da IVV. A esse respeito declarou Myer Pearlman: É verdade que a palavra Trindade não aparece no Novo Testamento; é uma expressão teológica, que surgiu no segundo século para descrever a divindade. Mas o planeta Júpiter existiu antes de receber este nome; e a doutrina da Trindade encontrava-se na Bíblia antes que fosse tecnicamente chamada Trindade (“Conhecendo as Doutrinas da Bíblia.” Myer Pearlmen. Ed. Vida,1977, p. 51). Essa analogia de Myer Pearlmen é suficiente para refutarmos a argumentação de que a palavra Trindade não aparece na Bíblia, já que o fato da palavra não aparecer na Bíblia não significa que essa doutrina não seja bíblica.
Em segundo lugar, é importante lembrar que os unicistas também utilizam palavras que não se encontram na Bíblia. Palavras como manifestações, modos do Pai, Filho e Espírito Santo, não se encontram na Bíblia. Seus livros estão cheios de expressões como Paternidade de Cristo, o Deus homem etc. Inclusive a expressão A Voz da Verdade não se encontra na Bíblia.
6 – O Significado de Pai e Filho na Divindade
Os unicistas afirmam que se a doutrina da Trindade for aceita isto conduz a uma absurda conclusão de Jesus ter dois pais divinos, pois a Bíblia afirma que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35) e ainda foi chamado Filho de Deus. Como poderia Jesus ser chamado Filho de Deus e ao mesmo tempo ser gerado pelo Espírito Santo?
...se o Pai fosse uma pessoa distinta e o Espírito Santo outra pessoa,quem seria o Pai do homem Jesus? (site oficial)
Como poderia, perguntam, a segunda pessoa da Trindade ser gerada pela terceira Pessoa da Trindade?
Resposta Apologética:
Esse argumento é igual ao usado pelos mórmons quando falam da Trindade. No entanto, os mórmons admitem uma mãe celestial e que o Pai celestial desceu do céu com um corpo de carne e ossos e gerou de Maria a Jesus, retornando ao céu. Quando a Bíblia fala sobre o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 1.2-3) e Jesus como Filho de Deus não está expressando que Deus foi literalmente o progenitor de Jesus, ou de Jesus como sendo de literal progênie de Deus Pai. Tal conceito leva a admitir que Deus tem características sexuais humanas. Essa admissão é encontrada em mitologias pagãs, mas completamente estranha à revelação bíblica.
Quando nós, com base nas Escrituras, chamamos a Deus de Pai e Jesus de o Filho estamos falando simbolicamente e não literalmente. Estamos dizendo que o relacionamento amoroso que existe entre Deus Pai e Jesus é semelhante ao amor de um pai para com o seu filho, mas sem as características que existem no relacionamento entre pai e filho, fisicamente falando. Quando entendemos isso, não vemos problemas em afirmar que aquele que criou o corpo humano de Jesus foi o Espírito Santo (Jo 1.14), muito embora o Pai e o Espírito Santo sejam pessoas distintas na divindade.
7 – a questão das expressões: sociedade, sócios ou semelhantes
O Conjunto Voz da Verdade declara: Observação: A Bíblia nos alerta quanto à quantidade variada de deuses. Portanto, é na própria Bíblia onde encontramos a afirmação que não há trindade ou variedade de deuses... pois jamais o Senhor permitiria sociedade em sua divindade.
Resposta Apologética:
Cremos na existência de um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo (Gn 1.26 comparado com Mt 28.19). Não somos triteístas. Somos monoteístas (Is 43.10; 44.6 comparado com Ap 1.17; 48.12).
Outra observação importante que devemos fazer é que estranhamente este argumento utilizado pela Igreja Voz da Verdade é o mesmo usado no islamismo. Assim como o Pr. Carlos Alberto Moysés declara várias vezes que Deus não tem sócios, sociedade ou semelhantes, Maomé no sétimo século declarava também. Ambos confundem a unidade composta de Deus, e por não entenderem a pluralidade de pessoas na unidade divina, concluem precipitadamente que se trata de uma sociedade ou sócios.
A Igreja Voz da Verdade declara:
Dizemos que são manifestações de UM DEUS SÓ,somente não cremos que sejam 3 Pessoas distintas (separadas) cada um com a sua personalidade,como é pregado, pois sendo assim seriam 3 Deuses e não UM.E sabemos que DEUS É UM. Vou escrever novamente para que não haja dúvidas: Deus é o PAI,O MESMO DEUS É O FILHO,O MESMO DEUS ESTÁ HOJE CONOSCO COMO ESPÍRITO SANTO.( Site oficial - Suely Moysés Cufone)
Resposta Apologética:
Primeiramente, o Espírito Santo procede do Pai e não é o Pai. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26). Se Jesus é tanto o Pai como é o Filho então porque Jesus apelou para o Pai como sua testemunha: E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou (Jo 8.16-18)?
Essa defesa de Jesus perante seus adversários só teria validade se o Pai fosse uma pessoa diferente da do Filho e não o próprio Filho. Será que as palavras perderam o sentido? Se não perderam vemos então duas pessoas: o Pai, dando testemunho de Jesus. Não podemos perder de vista também o fato de que em João 5.32 está escrito: “Há outro que testifica de mim...” Aqui o termo empregado para outro foi allos que denota, mais uma vez, uma pessoa diferente daquela que está falando. Segundo o Greek English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, significa outro da mesma raça (citado na Teologia Sistemática, Stanley M. Orton – CPAD Pág. 682) . O “Dicionário Vine” declara O termo allos denota uma diferença numérica e denota “outro do mesmo tipo”(pág. 839). Este termo é o mesmo que aparece em João 5.7-43 para falar de outra pessoa distinta e não de meras manifestações.(conf. Concordância Fiel do Novo Testamento Vol. I, Grego-Português, pág. 35).
Segundo, Jesus não é o Pai, pois ensinou a orar: Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mt 6.9). Jesus estava na terra e o Pai estava no céu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3.16-17). Perguntamos: quem falava do céu, enquanto Jesus saía das águas?
Pode deus ser mais de uma pessoa?
Observemos a confissão de fé judaica que reza: “Shema,Israel:Adonai Elohenu Adonai Echad”
Embora o texto áureo do monoteísmo: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Dt 6.4), diga que Jeová é “único” ou “um”, esta unidade, entretanto, não é absoluta. A palavra único no original “echad” está no construto, revelando uma unidade composta. Semelhantemente, a palavra (echad) aparece com a mesma idéia de pluralidade em Gênesis 2.24 onde diz que Adão e Eva ...serão ambos uma só carne (cf. 11.1-6; Ez. 37.17I Co. 6.16-17). Ninguém jamais pensou em fabricar uma imagem de Adão com duas máscaras! A IVV deveria saber que a palavra com idéia de unidade absoluta é yachid, usada em Gênesis 22.2 onde diz “Toma agora o teu filho o teu único filho...” e também Provérbios 4:3 Jeremias 6;26, e não yachad usada no texto em lide.
Ainda levando em consideração o fato de os judeus em seus confrontos com os cristãos não saberem responder a estes sobre a Trindade, resolveram em seu “Princípios de Fé” trocar a palavra “echad” por “yachid”, mostrando uma flagrante contradição com o texto hebraico original. (As Seitas Perante a Bíblia – pág. 59-61, César Vidal Manzanares, ed. São Paulo – 1994)
Junta-se a este testemunho uma citação de Zoar, um dos clássicos da literatura judaica:
“Escuta, ó Israel: Yavé nosso Deus, Yavé é uno. Porque haverá de mencionar o nome de Deus nesse versículo? O primeiro Javé é o pai de cima, o segundo é a descendência de Jessé, o messias que virá da família de Jessé passando por David. O terceiro é o caminho que está debaixo, isto é, o Espírito Santo que nos mostra o caminho, e estes três são um”. (ibdem )
ELOHIM
A palavra hebraica Elohim que se encontra em Gn 1:1, 16,26 e em muitos outros é a forma plural de Eloah. Muitos têm alegado que essa palavra expressa apenas um plural majestático, mas não há um consenso entre os estudiosos e mesmo entre os rabinos judaicos, pois eles não entendendo perfeitamente essa palavra e tentando preservar o monoteísmo judaico, deram o nome de plural de majestade, entretanto um dos maiores rabinos de Israel, Shimeon Ben Joachi pronunciou a respeito dessa palavra o seguinte:
“ Observai o mistério da palavra Eloim;encerra três graus,três partes;cada uma destas partes é distinta,e é uma por si mesma, e não obstante são inseparáveis uma da outra; estão unidas juntamente e formam um só todo ” (“Como Responder às Testemunhas de Jeová” Vol. I, Esequias Soares da Silva, editora Candeia)
IV –Natureza x Personalidade
Que uma pessoa sem muito conhecimento bíblico confunda natureza com personalidade é desculpável. Mas é lamentável que um pastor que sai em defesa de suas convicções doutrinárias ignore esses princípios elementares do significado dessas palavras. Tal circunstância leva confusão aos grupos evangélicos de todo o Brasil, onde o Conjunto Voz da Verdade é muito apreciado.
Qual a diferença entre natureza e personalidade?
Natureza: é a essência ou condição própria de um ser. O Pai é uma pessoa espiritual e sua natureza é absolutamente divina. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1 Pe 1.3).
Personalidade: é individualidade consciente. Personalidade indica um ser que tem inteligência, vontade própria e sensibilidade, tal é a Persona Deitatis. O Pai é
uma pessoa espiritual, com vontade própria (1 Co 12.11), inteligência (1 Co 2.10); e sensibilidade (Ef 4.30), assim também é o Filho e o Espírito Santo.
1 – Pai – Personalidade ou Natureza Divina?
O Voz da Verdade Declara:
Quando falamos Pai é a divindade e quando falamos Jesus é o Filho?
Sim,quando Filipe perguntou a Jesus mostra-nos o Pai,é o que nos basta.Jesus falou:
HÁ TANTO TEMPO ESTOU CONVOSCO E NÃO ME TENDES CONHECIDO,AS OBRAS QUE EU FAÇO NÃO FAÇO POR MIM MESMO MAS O" PAI QUE ESTÁ EM MIM "É QUEM AS FAZ.
Resposta Apologética:
Em nenhum momento a Bíblia aponta esta sutil diferença criada pelos unicistas da IVV. Aliás, quando são pressionados a responderem para quem Jesus orava, saem pela tangente com a resposta de que a carne estava orando ao espírito, o que é absolutamente irracional do ponto de vista bíblico. A Bíblia nunca faz confusão quanto a identidade e natureza do Pai e do Filho. O nome Jesus não tem anda a ver com a natureza de Filho. Raciocinemos: Se o nome de Deus Pai é Jesus, então por que o próprio Jesus disse que teria um novo nome. Demais disso diz ainda que escreveria o nome do seu Deus na nova Jerusalém. Então Deus e Jesus tem nomes diferentes, conseqüentemente duas pessoas distintas.
2 – Filho – Personalidade ou Natureza Humana?
A Natureza de Jesus Vista pela IVV
É lógico a parte humana chamava-se "FILHO" “O anjo disse a Maria: ...o ente santo que há de nascer “SERÁ “chamado FILHO DE DEUS. Será chamado , não era Filho antes. O ministério de "Filho"veio com o seu nascimento aqui na Terra.” (site oficial)
Resposta Apologética:
Como é possível que pessoas tão despreparadas venham argumentar sobre aquilo que desconhecem? O nome Jesus foi dado quando o Filho de Deus se fez carne. E dará à luz um filho e chamará o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21) Jesus é o nome humano do Filho de Deus dado pelo anjo Gabriel a Maria: E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus (Lc 1.31).
Para eles, o Filho, como pessoa espiritual, nunca existiu. Jesus, como Filho de Deus, passou a existir só depois do seu nascimento em Belém de Judá, pois Filho é apenas a natureza humana de Jesus.
Esse ensinamento é tão grave, tão herético que em 1 João 2.22 lemos: Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho.
3 – Espírito Santo – Pessoa Própria ou O Pai?
“Deus que é Espírito,foi chamado de Pai e veio ao mundo como homem morrer pelos nossos pecados. Foi revelado seu nome aos homens: JESUS.” “Não existem 2 Espíritos,ou seja o Espírito do Pai que é Deus e o Espírito Santo. A Bíblia é bem clara UM SÓ ESPÍRITO.É este Espírito Santo que está atuando no nosso meio,hoje. (site oficial)
Resposta Apologética:
A Bíblia mostra a personalidade do Espírito Santo e não que o Espírito Santo é o Pai. Sua personalidade é demonstrada pelos atributos de pessoa que possui: a) inteligência (1 Co 2.10); vontade própria (1 Co 12.11) e sensibilidade ou emoção (Ef 4.30). Pode-se afirmar que uma pessoa é alguém que, quando fala, diz: EU; quando alguém se dirige a ela, diz: TU; e quando se fala dela se diz: ELA. Isso se vê do Espírito Santo em:
E eu (Jesus) rogarei ao Pai, e ele vos dará outro[allos] Consolador (o Espírito Santo), para que fique convosco para sempre. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai (Ele) enviará em meu nome (Eu), esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará (Ele) lembrar de tudo quanto (eu, Jesus) vos tenho dito (Jo 14.16-26).
E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu vos enviei (At 10.19-20). Além disso, o Espírito Santo exerce atividades pessoais, tais como: b) Ele ensina e faz lembrar os crentes (Jo 14.26); c) Ele testifica de Cristo (Jo 15.26); d) Ele guia em toda a verdade (Jo 16.13); e) Ele glorifica a Jesus (Jo 16.14); f) Ele intercede pelos santos (Rm 8.26).
4 – A Quem Foi Paga a Nossa Redenção
A quem Cristo pagou o resgate? Se for negada a doutrina ortodoxa da Trindade (negando-se uma distinção entre as Pessoas da Deidade, conforme quer o modalismo), Cristo teria de pagar o resgate ou à raça humana ou a Satanás. Posto que a humanidade está morta em transgressões e em pecados (Ef 2.1), nenhum ser humano teria o direito de exigir que o Cristo lhe pagasse resgate. Sobraria, portanto, Satanás. Nós, porém, nada devemos a Satanás. E a idéia de Satanás exigir resgate pela humanidade é blasfêmia, por causa das implicações. Ao contrário: o resgate foi pago ao Deus Trino e Uno para satisfazer as plenas reivindicações da justiça divina contra o pecador caído: E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave (Ef 5.2) (destaque nosso).
Embora mereçamos o castigo decorrente da justiça de Deus (Rm 6.23), somos justificados pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, somente: E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus (1 Co 6.11). Fica claro que a doutrina essencial da expiação vicária, na qual Cristo carregou nossos pecados na sua morte, depende do conceito trinitariano. O unicismo subverte o conceito bíblico da morte penal e vicária de Cristo como satisfação da justiça de Deus e, em última análise, anula a obra da cruz (“Teologia Sistemática”, Stanley M. Horton. CPAD, 1999, p. 180).
5 - Argumentos de fácil refutação
Basicamente os textos bíblicos utilizados pelos grupos que defendem a idéia de que Jesus Cristo é o Pai e o Espírito Santo ao mesmo tempo, são:
1 - Eu e o Pai somos um (Jo 10.30).
2 - Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?
3 -Quem me - vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9)
4 - E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22).
5 - Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).
1. Eu e o Pai somos um (Jo 10.30).
Resposta Apologética:
O artigo “Um” no grego, nesse versículo, está no neutro, hen, e não no masculino, heis, e mostra assim duas pessoas numa só Deidade. Além disso, o verbo está no plural “somos” e não no singular “sou”, não pode, portanto, Pai e Filho serem a mesma pessoa.
Jesus não está dizendo que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai, são duas pessoas distintas, em unidade divina. Portanto, João 10.30 deve ser entendido como uma declaração de Jesus da sua unicidade de natureza essencial com Deus, isto é, que Ele é essencialmente igual a Deus
2. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9).
Resposta Apologética:
Encontramos aqui uma reiteração da mesma substância da declaração do versículo 7 deste capítulo: Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Ver o Pai não consiste em meramente contemplar a sua presença corporal, mas em conhecê-lo. Fica subentendido que não ver o Pai, na pessoa de Jesus, é o mesmo que não conhecê-lo. O Filho é o único expositor do Pai aos homens (Mt 11.27; Jo 12.44-45; Cl 1.15; Hb 1.3; 1 Tm 6.16). O versículo seguinte destrói completamente os argumentos modalistas: “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. Por ventura se eu orasse: “Senhor, permita que as pessoas te vejam em mim”, iria você pensar que eu e Deus somos a mesma pessoa? Claro que não!. Jesus tampouco estava tentando incutir em Filipe que Ele e o Pai eram a mesma pessoa, mas que tão somente Deus poderia ser visto mais facilmente em Jesus pelas obras realizadas através Dele.
3. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22).
Resposta Apologética:
O Senhor Jesus faz aqui uma doação preliminar do Espírito Santo, que era o símbolo da promessa e a garantia de que seria concretizada a vinda do Espírito Santo, quando o Senhor Jesus fosse glorificado (Jo 7.39). Essa vinda, em seu total poder, não poderia anteceder de forma alguma a ascensão de Jesus e a sua glorificação (Jo 16.7). Porém o Senhor Jesus quis mostrar que essa pessoa divina viria (Jo 14.16-26), por isso concedeu aos seus discípulos algo simbólico do poder que haveriam de receber mais tarde em plena medida (Atos 2).
4. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).
Resposta Apologética:
Neste versículo, a expressão Senhor se refere a Cristo, identificando o Espírito Santo com a mesma natureza e divindade de Jesus, e não que Ele seja a mesma pessoa. Basta observar que no versículo seguinte, o apóstolo separa as pessoas: Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.18).
6 - Algumas Provas Bíblicas de Que Jesus Não é o Pai:
Em todo o tempo em que Jesus esteve na terra, o Pai esteve no céu: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16). Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus (Mt 5.48).
Jesus disse que confessaria os homens que O confessassem, diante do Pai: Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus (Mt 10.32-33).
O Senhor Jesus Cristo está hoje à destra do Pai: E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus (At 7.54-56).
Deus Pai é Pai de Jesus e não Jesus é Pai de si mesmo: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor, Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor (2 Jo 3).
Jesus entregou o seu espírito a seu Pai e não a si próprio: E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou (Lc 23.46).
Jesus conhecia o Pai, mas não era o Pai: Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas (Jo 10.15).
7 – Algumas Provas Bíblicas de Que o Espírito Santo Não É Jesus:
O Espírito Santo é um outro Consolador, procedente do Pai e do Filho: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26).
O Filho pode ser blasfemado e o pecador culpado disso encontra perdão. Mas, se o Espírito Santo for blasfemado, essa pessoa não encontra perdão. Isto prova haver duas Pessoas: Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro (Mt 12.31-32).
O Espírito Santo não veio falar de si mesmo ou glorificar a si mesmo, mas sim para glorificar a Jesus: Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar (Jo 16.13-14).
A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi a prova de que Jesus havia chegado ao céu, onde se assentou à destra de Deus Pai: E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado (Jo 7.39). De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis (At 2.33).
Jesus afirmou, mesmo depois da ressurreição, que Ele não era espírito. Portanto, Ele não podia ser nem o Pai (Jo 4.24) nem o Espírito Santo (Jo 14.16-17-26; 15.26;16.7-15), pois esses são seres espirituais: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho (Lc 24.39).
Distinção muito clara é feita entre as três Pessoas da Trindade: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizandoas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém (2 Co 13.14).
Considerações finais
As igrejas evangélicas unicistas são antitrinitaristas. No entanto, devemos apontar que seu antitrinitarismo não é igual à posição adotada pelos unitaristas (Testemunhas de Jeová). Pois os unicistas não nutrem idéias preconceituosas contra a divindade de Jesus, como é o caso do unitarismo. Ironicamente os unicistas são antitrinitaristas pelo fato de acharem que a divindade é exclusivamente a pessoa de Jesus, não compreende a unidade composta de Deus.
Outra observação que devemos fazer é que os antitrinitaristas, na maioria das vezes, rejeitam a doutrina bíblica da Trindade, por não compreenderem a pluralidade de pessoas na deidade, já que para eles é impossível conceber a pluralidade de pessoas com o monoteísmo de Deuteronômio 6.4. Assim, acreditam eles que a doutrina da Trindade não passa de um triteísmo mascarado, logo politeísmo, contrário ao monoteísmo.
Entendemos a dedicação e os muitos esforços humanos dos unicistas, em especial seu raciocínio para descrever e explicar Aquele que é essencialmente inexplicável ou como dizem os trinitarianos: A doutrina da Trindade é mistério – Verdadeiramente tu és o Deus misterioso, o Deus de Israel, o Salvador (Is 45.17 – Versão Atualizada).
Finalmente, o autor evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo senso de responsabilidade: Existe a escolha, portanto, entre crer no Deus verdadeiro conforme Ele se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus que é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com o Deus verdadeiro, Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem não conseguem compreender plenamente, já que adoramos a Deus conforme Ele se tem revelado.
Dados colhidos do site oficial do Conjunto Voz da Verdade http://www.vozdaverdade.com.br, do ministério Voz da Verdade.
O autor é Presbitero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, professor de religiões, vice-presidente do CACP e escritor.
Fonte: www.cacp.org.br
Autor : Prof. Paulo Cristiano
INTRODUÇÃO
A Igreja Voz da Verdade é uma igreja unicista. Esse grupo religioso ficou conhecido no meio evangélico por causa do conjunto de mesmo nome. O Pastor e vocalista Carlos A Moysés costuma distribuir em seus shows, um CD cujo título é O Mistério de Deus – Cristo. Nele o referido pastor faz apologia das doutrinas unicistas, que sustenta haver uma única pessoa que se manifestou ora como Pai, ora como o Filho e como Espírito Santo cujo nome seria Jesus. Prega ainda o batismo somente em nome de Jesus.
I – História da Igreja Voz da Verdade
Dados do site oficial diz que esta igreja foi fundada oficialmente em 1978 em Santo André – São Paulo - por Fued Moysés. Ele se converteu no cinema, durante uma sessão do filme Quo Vadis. Fued conta que Jesus lhe tocou a face, saindo da tela de projeção em carne e osso, e, naquele momento, ter-lhe-ia dado a incumbência de pregar o Evangelho, mas infelizmente o pastor de origem árabe, recebeu a influência de missionários unicistas americanos, que fundaram a Igreja Pentecostal Unida no Brasil. Conta o pastor Carlos Moysés, que quando seu pai começou a pregar a doutrina unicista, perdeu metade dos membros da igreja.
Os jovens gostam ou gostavam muito desse conjunto, por causa de seu estilo, que se ajusta ou ajustava bem ao espírito juvenil.
Há três grupos religiosos que com muita facilidade ainda têm acesso a púlpitos de muitas igrejas genuinamente evangélicas e conseguem se camuflar no meio do povo de Deus. Eles não são ortodoxos, ou seja, são contra o Cristianismo histórico, revelado na Bíblia e, por isso, representam uma ameaça à unidade e a doutrina da Igreja. São eles: a Igreja Local de Witness Lee, a Igreja Voz da Verdade e a Igreja Adventista.
1 – onde está o problema?
Antes de tudo é preciso escoimar a acusação por vezes perpetuada de que nós estamos perseguindo o tal conjunto e sua igreja. Longe disso, tão somente queremos alertar aqueles que buscam com sinceridade a verdade do evangelho a discernir melhor entre heresia e ortodoxia. Mas há quem afirme que se trata de uma questão meramente secundária, isso de ambas as partes. Outros entendem que o problema não é grave, dizendo que o Espírito Santo não está preocupado com sistemas teológicos como trinitarismo, nem com o unicismo. Respeitamos tais opiniões, todavia afirmar tal coisa é o mesmo que dizer que o Espírito Santo não está preocupado com a verdade, sendo que ambas as correntes: trinitarismo e unicismo se excluem mutuamente. Por isso, apresentaremos a raiz do problema, para que cada cristão possa discernir e compreender a questão. Antes, porém, convém analisar as raízes históricas da teologia unicista.
II –Antecedentes histórico
1 – Desenvolvimento Histórico da Heresia
No segundo século da era cristã, a Igreja saiu ilesa contra o gnosticismo (doutrina que negava o Jesus homem). Diziam que Ele teve um corpo docético – fantasma – e por isso não sofreu.
Perguntas que surgiram:
Se Jesus é Deus absoluto como fica o monoteísmo judaico—cristão?
Se o Logos é subordinado ao Pai, isso não compromete a divindade de Jesus?
Para tentar responder a estas questões surgiram algumas tendências heréticas, tais como:
Monarquianismo – expressão derivada da exclamação: “Monarchiam tenemus. “conservamos a monarquia” ( Tertuliano, Adv. Praxeam 3). Apresentava duas correntes: os dinâmicos e os modais.
Dinâmicos – diziam que Deus deu força e poder (dynamis ) a Jesus, adotando-o como Filho. Negando assim a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade – era o prenúncio do arianismo, que negava a eternidade de Jesus.
Modais – ensinavam que as três Pessoas da divindade se manifestavam por vários modos, daí o nome modalista. Desenvolveram a idéia de que o Pai nasceu e o Pai sofreu, sendo eles jocosamente classificados por Cipriano de patripassionistas..
2 – história do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana)
Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus.
É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista.
A essência da doutrina unicista é a centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
3 – Principais grupos unicistas modernos
-Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja Só Jesus;
-Igreja Local (Witness Lee)
-Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo da Fé.
-A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras...
4 - Os Quatro Erros
São basicamente quatro os erros principais que polemiza a teologia da igreja ivv, são eles:
1 – A natureza de Deus (a doutrina da trindade)
– o que o ministério voz da verdade prega e crê (ivv)
O Ministério Voz da Verdade crê que existe UM SÓ DEUS,e não TRÊS DEUSES. Um só Deus ,se manifestando de várias formas: como PAI,criador do mundo,como FILHO,veio resgatar o homem do pecado e como ESPÍRITO SANTO está atuando hoje em nossas vidas.(site oficial)
2- Análise das Crenças Unicistas da Igreja Voz da Verdade
Para nós, trinitaristas, Jesus é uma pessoa muito amada a quem tributamos honra, glória e louvor (Ap 5.11-13). Nestes versículos bíblicos, Jesus, o Cordeiro, recebe com Deus, o Pai, adoração de todos os anjos do céu.
Demais disso, não cremos tampouco em três deuses, isto se chama triteísmo. Este falso conceito de Deus divide a substância divina conseqüentemente em três Seres separados. Por outro lado, a crença ortodoxa na Trindade nunca admite isso, pois as escrituras falam de um só Deus e não três.
Inquestionavelmente, aceitamos que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, com apoio de Cl 2.9, que diz: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Duas naturezas – a divina ...e o Verbo era Deus (Jo 1.1); e a humana ...e o Verbo se fez carne (Jo 1.14) em uma só pessoa.
Paralelamente, afirmamos com 1 João 5.20, que Jesus é o verdadeiro Deus: E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna (destaque nosso). Mas a IVV não crê assim, como lemos na sua declaração de fé citada: colocam o Pai e o Filho como personificações e não como personalidades distintas na Trindade.
3 – a bíblia – um livro cristocêntrico
Que a Bíblia fala de uma pessoa central e que a Bíblia é um livro cristocêntrico, não há dúvidas. Que há um só Deus e que o primeiro mandamento proíbe a existência de outros deuses, nenhum cristão genuíno nega Não terás outros deuses diante de mim (Dt 5.7).
No entanto, Deus é uma palavra polissêmica que se emprega para o Pai (Ef 1.3), para o Filho (1 Jo 5.20) e para o Espírito Santo (At 5.3-4). Tanto é que Deus em Gn 1.1 se aplica à Trindade, pluralidade em unidade. No princípio criou Deus (Elohim) o céu e a terra. A palavra Elohim aparece cerca de 2.500 vezes nas Escrituras hebraicas. Isso é repetido em Gn 1.26 quando o verbo façamos e o pronome nossa aparecem no plural indicando uma pluralidade na unidade. Pluralidade de pessoas e unidade de natureza.
Que outra maneira haveria de explicar-se o emprego dessa palavra senão para indicar a pluralidade de pessoas nesse único Deus?
Acresce de importância quando se sabe que existe uma palavra Eloah para referir-se a Deus de modo singular. O uso de Elohim, com referência à Trindade, se torna mais acentuado pelo fato de que a palavra se usa algumas vezes em concordância com verbos e pronomes no plural, enfatizando-se a forma plural da palavra.
alguns exemplos:
Gênesis 1.26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...
Nota: O uso do verbo façamos e do pronome nossa é revelador do sentido de que Elohim serve para indicar a pluralidade de pessoas. Sabemos que o nome Elohim por si só não prova a unidade composta, no entanto o contexto apóia a unidade composta de Deus (Gn 1.26; 3.22; 11.7).
Gênesis 3.22: Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.
Nota: O uso do pronome plural nós indica pluralidade de pessoas.
Gênesis 11.7: Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.
Nota: Enquanto o substantivo Deus está no singular, os verbos desçamos e confundamos flexionam-se na primeira pessoa do plural indicando pluralidade de pessoas na unidade.
De modo algum podemos dizer que há uma só pessoa na divindade, os fatos quando claramente analisados não comportam tal idéia.
4 - contra a trindade
O senhor Antonio Carlos Prieto Martins, no artigo Manifestações de Deus e não de Pessoas Distintas no site oficial do Conjunto Voz da Verdade declara:
O principal motivo da doutrina romana é confundir os crentes salvos em Cristo Jesus, os quais possuem um contato íntimo com Deus e sabe muito bem quem é Deus, e de nada é confundido. Essa doutrina de que existem 3 Pessoas distintas é tão contraditória, que quem tenta explicá-la, acaba se confundindo e diminuindo o poder de Deus.
Vocês não crêem na Trindade?
Resposta: “Não cremos neste conceito de TRINDADE onde apresentam 3 pessoas distintas,separadas,pois neste conceito Jesus fica menor e sabemos que Jesus não é o filho eterno.” “Este conceito de trindade coloca Jesus em segundo lugar,tirando a glória Dele.”(site oficial)
Resposta Apologética:
Se estas palavras partissem de uma Testemunha de Jeová entenderíamos a falta de critério usado na abordagem da questão, mas partindo do site de um conjunto que se diz comungar com as igrejas evangélicas, isto é tanto inadmissível como perigoso.
A doutrina da Trindade já existia muito antes de aparecer a Igreja Católica. O termo foi cunhado já no início do II século em sua forma grega, primeiramente por Teófilo; e em sua forma latina, por Tertuliano.O Concílio de Nicéia em 325 a.D. reconheceu a deidade absoluta de Jesus, contestando a doutrina de Ário, que ensinava ser Jesus uma criatura de Deus.
É preciso ainda diferenciar tecnicamente entre Trindade Ontológica e Trindade Econômica para não cairmos no mesmo erro da citação acima de que Este conceito de trindade coloca Jesus em segundo lugar,tirando a glória Dele.
Por Trindade Ontológica queremos dizer que a divindade co-existiu por toda a eternidade tendo a mesma substância, poder e glória iguais. Já a Trindade Econômica é como esse mesmo Deus Triúno se manifestou na história do mundo, em específico na salvação do homem. Há como uma divisão de tarefas para cada membro da Trindade: primeiro o Pai planejou, segundo o Filho executou esse plano de redenção deixando a última parte ao Espírito Santo, o qual aplica a regeneração e a santificação desta obra no coração do salvo. Daí a seqüência: 1º - Pai, 2º - Filho e 3º - Espírito Santo. Erra barbaramente quem pensa que esta seqüência prova algum tipo de desigualdade entre os membros da Trindade. É puramente uma questão funcional e não de natureza.
5 - Uso de Palavras Não-bíblicas
Freqüentemente os unicistas desafiam para provar que se mostre na Bíblia a palavra Trindade, alegando que essa palavra não se encontra na Bíblia.
Resposta Apologética:
Primeiramente, a argumentação de que a palavra Trindade não é encontrada na Bíblia é algo de pouca monta, já que a doutrina da Trindade é evidente através das Escrituras Sagradas. Não devemos supor, que pelo fato de o nome do senhor Carlos Moysés não estar escrito em sua casa, que não deve morar lá nenhum Carlos Moysés. Mas é justamente isso que fazem os unicistas da IVV. A esse respeito declarou Myer Pearlman: É verdade que a palavra Trindade não aparece no Novo Testamento; é uma expressão teológica, que surgiu no segundo século para descrever a divindade. Mas o planeta Júpiter existiu antes de receber este nome; e a doutrina da Trindade encontrava-se na Bíblia antes que fosse tecnicamente chamada Trindade (“Conhecendo as Doutrinas da Bíblia.” Myer Pearlmen. Ed. Vida,1977, p. 51). Essa analogia de Myer Pearlmen é suficiente para refutarmos a argumentação de que a palavra Trindade não aparece na Bíblia, já que o fato da palavra não aparecer na Bíblia não significa que essa doutrina não seja bíblica.
Em segundo lugar, é importante lembrar que os unicistas também utilizam palavras que não se encontram na Bíblia. Palavras como manifestações, modos do Pai, Filho e Espírito Santo, não se encontram na Bíblia. Seus livros estão cheios de expressões como Paternidade de Cristo, o Deus homem etc. Inclusive a expressão A Voz da Verdade não se encontra na Bíblia.
6 – O Significado de Pai e Filho na Divindade
Os unicistas afirmam que se a doutrina da Trindade for aceita isto conduz a uma absurda conclusão de Jesus ter dois pais divinos, pois a Bíblia afirma que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35) e ainda foi chamado Filho de Deus. Como poderia Jesus ser chamado Filho de Deus e ao mesmo tempo ser gerado pelo Espírito Santo?
...se o Pai fosse uma pessoa distinta e o Espírito Santo outra pessoa,quem seria o Pai do homem Jesus? (site oficial)
Como poderia, perguntam, a segunda pessoa da Trindade ser gerada pela terceira Pessoa da Trindade?
Resposta Apologética:
Esse argumento é igual ao usado pelos mórmons quando falam da Trindade. No entanto, os mórmons admitem uma mãe celestial e que o Pai celestial desceu do céu com um corpo de carne e ossos e gerou de Maria a Jesus, retornando ao céu. Quando a Bíblia fala sobre o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 1.2-3) e Jesus como Filho de Deus não está expressando que Deus foi literalmente o progenitor de Jesus, ou de Jesus como sendo de literal progênie de Deus Pai. Tal conceito leva a admitir que Deus tem características sexuais humanas. Essa admissão é encontrada em mitologias pagãs, mas completamente estranha à revelação bíblica.
Quando nós, com base nas Escrituras, chamamos a Deus de Pai e Jesus de o Filho estamos falando simbolicamente e não literalmente. Estamos dizendo que o relacionamento amoroso que existe entre Deus Pai e Jesus é semelhante ao amor de um pai para com o seu filho, mas sem as características que existem no relacionamento entre pai e filho, fisicamente falando. Quando entendemos isso, não vemos problemas em afirmar que aquele que criou o corpo humano de Jesus foi o Espírito Santo (Jo 1.14), muito embora o Pai e o Espírito Santo sejam pessoas distintas na divindade.
7 – a questão das expressões: sociedade, sócios ou semelhantes
O Conjunto Voz da Verdade declara: Observação: A Bíblia nos alerta quanto à quantidade variada de deuses. Portanto, é na própria Bíblia onde encontramos a afirmação que não há trindade ou variedade de deuses... pois jamais o Senhor permitiria sociedade em sua divindade.
Resposta Apologética:
Cremos na existência de um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo (Gn 1.26 comparado com Mt 28.19). Não somos triteístas. Somos monoteístas (Is 43.10; 44.6 comparado com Ap 1.17; 48.12).
Outra observação importante que devemos fazer é que estranhamente este argumento utilizado pela Igreja Voz da Verdade é o mesmo usado no islamismo. Assim como o Pr. Carlos Alberto Moysés declara várias vezes que Deus não tem sócios, sociedade ou semelhantes, Maomé no sétimo século declarava também. Ambos confundem a unidade composta de Deus, e por não entenderem a pluralidade de pessoas na unidade divina, concluem precipitadamente que se trata de uma sociedade ou sócios.
A Igreja Voz da Verdade declara:
Dizemos que são manifestações de UM DEUS SÓ,somente não cremos que sejam 3 Pessoas distintas (separadas) cada um com a sua personalidade,como é pregado, pois sendo assim seriam 3 Deuses e não UM.E sabemos que DEUS É UM. Vou escrever novamente para que não haja dúvidas: Deus é o PAI,O MESMO DEUS É O FILHO,O MESMO DEUS ESTÁ HOJE CONOSCO COMO ESPÍRITO SANTO.( Site oficial - Suely Moysés Cufone)
Resposta Apologética:
Primeiramente, o Espírito Santo procede do Pai e não é o Pai. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26). Se Jesus é tanto o Pai como é o Filho então porque Jesus apelou para o Pai como sua testemunha: E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou (Jo 8.16-18)?
Essa defesa de Jesus perante seus adversários só teria validade se o Pai fosse uma pessoa diferente da do Filho e não o próprio Filho. Será que as palavras perderam o sentido? Se não perderam vemos então duas pessoas: o Pai, dando testemunho de Jesus. Não podemos perder de vista também o fato de que em João 5.32 está escrito: “Há outro que testifica de mim...” Aqui o termo empregado para outro foi allos que denota, mais uma vez, uma pessoa diferente daquela que está falando. Segundo o Greek English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, significa outro da mesma raça (citado na Teologia Sistemática, Stanley M. Orton – CPAD Pág. 682) . O “Dicionário Vine” declara O termo allos denota uma diferença numérica e denota “outro do mesmo tipo”(pág. 839). Este termo é o mesmo que aparece em João 5.7-43 para falar de outra pessoa distinta e não de meras manifestações.(conf. Concordância Fiel do Novo Testamento Vol. I, Grego-Português, pág. 35).
Segundo, Jesus não é o Pai, pois ensinou a orar: Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mt 6.9). Jesus estava na terra e o Pai estava no céu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3.16-17). Perguntamos: quem falava do céu, enquanto Jesus saía das águas?
Pode deus ser mais de uma pessoa?
Observemos a confissão de fé judaica que reza: “Shema,Israel:Adonai Elohenu Adonai Echad”
Embora o texto áureo do monoteísmo: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Dt 6.4), diga que Jeová é “único” ou “um”, esta unidade, entretanto, não é absoluta. A palavra único no original “echad” está no construto, revelando uma unidade composta. Semelhantemente, a palavra (echad) aparece com a mesma idéia de pluralidade em Gênesis 2.24 onde diz que Adão e Eva ...serão ambos uma só carne (cf. 11.1-6; Ez. 37.17I Co. 6.16-17). Ninguém jamais pensou em fabricar uma imagem de Adão com duas máscaras! A IVV deveria saber que a palavra com idéia de unidade absoluta é yachid, usada em Gênesis 22.2 onde diz “Toma agora o teu filho o teu único filho...” e também Provérbios 4:3 Jeremias 6;26, e não yachad usada no texto em lide.
Ainda levando em consideração o fato de os judeus em seus confrontos com os cristãos não saberem responder a estes sobre a Trindade, resolveram em seu “Princípios de Fé” trocar a palavra “echad” por “yachid”, mostrando uma flagrante contradição com o texto hebraico original. (As Seitas Perante a Bíblia – pág. 59-61, César Vidal Manzanares, ed. São Paulo – 1994)
Junta-se a este testemunho uma citação de Zoar, um dos clássicos da literatura judaica:
“Escuta, ó Israel: Yavé nosso Deus, Yavé é uno. Porque haverá de mencionar o nome de Deus nesse versículo? O primeiro Javé é o pai de cima, o segundo é a descendência de Jessé, o messias que virá da família de Jessé passando por David. O terceiro é o caminho que está debaixo, isto é, o Espírito Santo que nos mostra o caminho, e estes três são um”. (ibdem )
ELOHIM
A palavra hebraica Elohim que se encontra em Gn 1:1, 16,26 e em muitos outros é a forma plural de Eloah. Muitos têm alegado que essa palavra expressa apenas um plural majestático, mas não há um consenso entre os estudiosos e mesmo entre os rabinos judaicos, pois eles não entendendo perfeitamente essa palavra e tentando preservar o monoteísmo judaico, deram o nome de plural de majestade, entretanto um dos maiores rabinos de Israel, Shimeon Ben Joachi pronunciou a respeito dessa palavra o seguinte:
“ Observai o mistério da palavra Eloim;encerra três graus,três partes;cada uma destas partes é distinta,e é uma por si mesma, e não obstante são inseparáveis uma da outra; estão unidas juntamente e formam um só todo ” (“Como Responder às Testemunhas de Jeová” Vol. I, Esequias Soares da Silva, editora Candeia)
IV –Natureza x Personalidade
Que uma pessoa sem muito conhecimento bíblico confunda natureza com personalidade é desculpável. Mas é lamentável que um pastor que sai em defesa de suas convicções doutrinárias ignore esses princípios elementares do significado dessas palavras. Tal circunstância leva confusão aos grupos evangélicos de todo o Brasil, onde o Conjunto Voz da Verdade é muito apreciado.
Qual a diferença entre natureza e personalidade?
Natureza: é a essência ou condição própria de um ser. O Pai é uma pessoa espiritual e sua natureza é absolutamente divina. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1 Pe 1.3).
Personalidade: é individualidade consciente. Personalidade indica um ser que tem inteligência, vontade própria e sensibilidade, tal é a Persona Deitatis. O Pai é
uma pessoa espiritual, com vontade própria (1 Co 12.11), inteligência (1 Co 2.10); e sensibilidade (Ef 4.30), assim também é o Filho e o Espírito Santo.
1 – Pai – Personalidade ou Natureza Divina?
O Voz da Verdade Declara:
Quando falamos Pai é a divindade e quando falamos Jesus é o Filho?
Sim,quando Filipe perguntou a Jesus mostra-nos o Pai,é o que nos basta.Jesus falou:
HÁ TANTO TEMPO ESTOU CONVOSCO E NÃO ME TENDES CONHECIDO,AS OBRAS QUE EU FAÇO NÃO FAÇO POR MIM MESMO MAS O" PAI QUE ESTÁ EM MIM "É QUEM AS FAZ.
Resposta Apologética:
Em nenhum momento a Bíblia aponta esta sutil diferença criada pelos unicistas da IVV. Aliás, quando são pressionados a responderem para quem Jesus orava, saem pela tangente com a resposta de que a carne estava orando ao espírito, o que é absolutamente irracional do ponto de vista bíblico. A Bíblia nunca faz confusão quanto a identidade e natureza do Pai e do Filho. O nome Jesus não tem anda a ver com a natureza de Filho. Raciocinemos: Se o nome de Deus Pai é Jesus, então por que o próprio Jesus disse que teria um novo nome. Demais disso diz ainda que escreveria o nome do seu Deus na nova Jerusalém. Então Deus e Jesus tem nomes diferentes, conseqüentemente duas pessoas distintas.
2 – Filho – Personalidade ou Natureza Humana?
A Natureza de Jesus Vista pela IVV
É lógico a parte humana chamava-se "FILHO" “O anjo disse a Maria: ...o ente santo que há de nascer “SERÁ “chamado FILHO DE DEUS. Será chamado , não era Filho antes. O ministério de "Filho"veio com o seu nascimento aqui na Terra.” (site oficial)
Resposta Apologética:
Como é possível que pessoas tão despreparadas venham argumentar sobre aquilo que desconhecem? O nome Jesus foi dado quando o Filho de Deus se fez carne. E dará à luz um filho e chamará o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21) Jesus é o nome humano do Filho de Deus dado pelo anjo Gabriel a Maria: E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus (Lc 1.31).
Para eles, o Filho, como pessoa espiritual, nunca existiu. Jesus, como Filho de Deus, passou a existir só depois do seu nascimento em Belém de Judá, pois Filho é apenas a natureza humana de Jesus.
Esse ensinamento é tão grave, tão herético que em 1 João 2.22 lemos: Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho.
3 – Espírito Santo – Pessoa Própria ou O Pai?
“Deus que é Espírito,foi chamado de Pai e veio ao mundo como homem morrer pelos nossos pecados. Foi revelado seu nome aos homens: JESUS.” “Não existem 2 Espíritos,ou seja o Espírito do Pai que é Deus e o Espírito Santo. A Bíblia é bem clara UM SÓ ESPÍRITO.É este Espírito Santo que está atuando no nosso meio,hoje. (site oficial)
Resposta Apologética:
A Bíblia mostra a personalidade do Espírito Santo e não que o Espírito Santo é o Pai. Sua personalidade é demonstrada pelos atributos de pessoa que possui: a) inteligência (1 Co 2.10); vontade própria (1 Co 12.11) e sensibilidade ou emoção (Ef 4.30). Pode-se afirmar que uma pessoa é alguém que, quando fala, diz: EU; quando alguém se dirige a ela, diz: TU; e quando se fala dela se diz: ELA. Isso se vê do Espírito Santo em:
E eu (Jesus) rogarei ao Pai, e ele vos dará outro[allos] Consolador (o Espírito Santo), para que fique convosco para sempre. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai (Ele) enviará em meu nome (Eu), esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará (Ele) lembrar de tudo quanto (eu, Jesus) vos tenho dito (Jo 14.16-26).
E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu vos enviei (At 10.19-20). Além disso, o Espírito Santo exerce atividades pessoais, tais como: b) Ele ensina e faz lembrar os crentes (Jo 14.26); c) Ele testifica de Cristo (Jo 15.26); d) Ele guia em toda a verdade (Jo 16.13); e) Ele glorifica a Jesus (Jo 16.14); f) Ele intercede pelos santos (Rm 8.26).
4 – A Quem Foi Paga a Nossa Redenção
A quem Cristo pagou o resgate? Se for negada a doutrina ortodoxa da Trindade (negando-se uma distinção entre as Pessoas da Deidade, conforme quer o modalismo), Cristo teria de pagar o resgate ou à raça humana ou a Satanás. Posto que a humanidade está morta em transgressões e em pecados (Ef 2.1), nenhum ser humano teria o direito de exigir que o Cristo lhe pagasse resgate. Sobraria, portanto, Satanás. Nós, porém, nada devemos a Satanás. E a idéia de Satanás exigir resgate pela humanidade é blasfêmia, por causa das implicações. Ao contrário: o resgate foi pago ao Deus Trino e Uno para satisfazer as plenas reivindicações da justiça divina contra o pecador caído: E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave (Ef 5.2) (destaque nosso).
Embora mereçamos o castigo decorrente da justiça de Deus (Rm 6.23), somos justificados pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, somente: E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus (1 Co 6.11). Fica claro que a doutrina essencial da expiação vicária, na qual Cristo carregou nossos pecados na sua morte, depende do conceito trinitariano. O unicismo subverte o conceito bíblico da morte penal e vicária de Cristo como satisfação da justiça de Deus e, em última análise, anula a obra da cruz (“Teologia Sistemática”, Stanley M. Horton. CPAD, 1999, p. 180).
5 - Argumentos de fácil refutação
Basicamente os textos bíblicos utilizados pelos grupos que defendem a idéia de que Jesus Cristo é o Pai e o Espírito Santo ao mesmo tempo, são:
1 - Eu e o Pai somos um (Jo 10.30).
2 - Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?
3 -Quem me - vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9)
4 - E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22).
5 - Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).
1. Eu e o Pai somos um (Jo 10.30).
Resposta Apologética:
O artigo “Um” no grego, nesse versículo, está no neutro, hen, e não no masculino, heis, e mostra assim duas pessoas numa só Deidade. Além disso, o verbo está no plural “somos” e não no singular “sou”, não pode, portanto, Pai e Filho serem a mesma pessoa.
Jesus não está dizendo que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai, são duas pessoas distintas, em unidade divina. Portanto, João 10.30 deve ser entendido como uma declaração de Jesus da sua unicidade de natureza essencial com Deus, isto é, que Ele é essencialmente igual a Deus
2. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9).
Resposta Apologética:
Encontramos aqui uma reiteração da mesma substância da declaração do versículo 7 deste capítulo: Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Ver o Pai não consiste em meramente contemplar a sua presença corporal, mas em conhecê-lo. Fica subentendido que não ver o Pai, na pessoa de Jesus, é o mesmo que não conhecê-lo. O Filho é o único expositor do Pai aos homens (Mt 11.27; Jo 12.44-45; Cl 1.15; Hb 1.3; 1 Tm 6.16). O versículo seguinte destrói completamente os argumentos modalistas: “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. Por ventura se eu orasse: “Senhor, permita que as pessoas te vejam em mim”, iria você pensar que eu e Deus somos a mesma pessoa? Claro que não!. Jesus tampouco estava tentando incutir em Filipe que Ele e o Pai eram a mesma pessoa, mas que tão somente Deus poderia ser visto mais facilmente em Jesus pelas obras realizadas através Dele.
3. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22).
Resposta Apologética:
O Senhor Jesus faz aqui uma doação preliminar do Espírito Santo, que era o símbolo da promessa e a garantia de que seria concretizada a vinda do Espírito Santo, quando o Senhor Jesus fosse glorificado (Jo 7.39). Essa vinda, em seu total poder, não poderia anteceder de forma alguma a ascensão de Jesus e a sua glorificação (Jo 16.7). Porém o Senhor Jesus quis mostrar que essa pessoa divina viria (Jo 14.16-26), por isso concedeu aos seus discípulos algo simbólico do poder que haveriam de receber mais tarde em plena medida (Atos 2).
4. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).
Resposta Apologética:
Neste versículo, a expressão Senhor se refere a Cristo, identificando o Espírito Santo com a mesma natureza e divindade de Jesus, e não que Ele seja a mesma pessoa. Basta observar que no versículo seguinte, o apóstolo separa as pessoas: Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.18).
6 - Algumas Provas Bíblicas de Que Jesus Não é o Pai:
Em todo o tempo em que Jesus esteve na terra, o Pai esteve no céu: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16). Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus (Mt 5.48).
Jesus disse que confessaria os homens que O confessassem, diante do Pai: Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus (Mt 10.32-33).
O Senhor Jesus Cristo está hoje à destra do Pai: E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus (At 7.54-56).
Deus Pai é Pai de Jesus e não Jesus é Pai de si mesmo: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor, Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor (2 Jo 3).
Jesus entregou o seu espírito a seu Pai e não a si próprio: E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou (Lc 23.46).
Jesus conhecia o Pai, mas não era o Pai: Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas (Jo 10.15).
7 – Algumas Provas Bíblicas de Que o Espírito Santo Não É Jesus:
O Espírito Santo é um outro Consolador, procedente do Pai e do Filho: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26).
O Filho pode ser blasfemado e o pecador culpado disso encontra perdão. Mas, se o Espírito Santo for blasfemado, essa pessoa não encontra perdão. Isto prova haver duas Pessoas: Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro (Mt 12.31-32).
O Espírito Santo não veio falar de si mesmo ou glorificar a si mesmo, mas sim para glorificar a Jesus: Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar (Jo 16.13-14).
A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi a prova de que Jesus havia chegado ao céu, onde se assentou à destra de Deus Pai: E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado (Jo 7.39). De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis (At 2.33).
Jesus afirmou, mesmo depois da ressurreição, que Ele não era espírito. Portanto, Ele não podia ser nem o Pai (Jo 4.24) nem o Espírito Santo (Jo 14.16-17-26; 15.26;16.7-15), pois esses são seres espirituais: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho (Lc 24.39).
Distinção muito clara é feita entre as três Pessoas da Trindade: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizandoas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém (2 Co 13.14).
Considerações finais
As igrejas evangélicas unicistas são antitrinitaristas. No entanto, devemos apontar que seu antitrinitarismo não é igual à posição adotada pelos unitaristas (Testemunhas de Jeová). Pois os unicistas não nutrem idéias preconceituosas contra a divindade de Jesus, como é o caso do unitarismo. Ironicamente os unicistas são antitrinitaristas pelo fato de acharem que a divindade é exclusivamente a pessoa de Jesus, não compreende a unidade composta de Deus.
Outra observação que devemos fazer é que os antitrinitaristas, na maioria das vezes, rejeitam a doutrina bíblica da Trindade, por não compreenderem a pluralidade de pessoas na deidade, já que para eles é impossível conceber a pluralidade de pessoas com o monoteísmo de Deuteronômio 6.4. Assim, acreditam eles que a doutrina da Trindade não passa de um triteísmo mascarado, logo politeísmo, contrário ao monoteísmo.
Entendemos a dedicação e os muitos esforços humanos dos unicistas, em especial seu raciocínio para descrever e explicar Aquele que é essencialmente inexplicável ou como dizem os trinitarianos: A doutrina da Trindade é mistério – Verdadeiramente tu és o Deus misterioso, o Deus de Israel, o Salvador (Is 45.17 – Versão Atualizada).
Finalmente, o autor evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo senso de responsabilidade: Existe a escolha, portanto, entre crer no Deus verdadeiro conforme Ele se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus que é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com o Deus verdadeiro, Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem não conseguem compreender plenamente, já que adoramos a Deus conforme Ele se tem revelado.
Dados colhidos do site oficial do Conjunto Voz da Verdade http://www.vozdaverdade.com.br, do ministério Voz da Verdade.
O autor é Presbitero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, professor de religiões, vice-presidente do CACP e escritor.
Fonte: www.cacp.org.br
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