sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A graça preveniente está na Bíblia?


Por Joseph M. Gleason 

A doutrina do pecado original leva a uma das duas conclusões: a soberania de Deus na salvação, ou uma versão arminiana da graça preveniente. Ambos calvinistas e arminianos dizem que eles acreditam no pecado original. Adão era o pai da raça humana, e quando ele pecou, seu pecado foi imputado a todos os seus filhos, incluindo você e eu. Adão morreu espiritualmente, e todos os homens já entram no mundo mortos em pecados, sem justiça qualquer, e sem sede por Deus. 

Para os calvinistas, a conclusão é simples. Antes de nós podermos nos tornar crentes, o coração de pedra deve ser trocado por um coração de carne (Ez 36.28). Até que Deus opere a regeneração no coração de uma pessoa, a fé em Cristo para a salvação é impossível (Jo 6.44). Mas após Deus regenerar o coração, uma pessoa certamente virá a Cristo e será salva (Jo 6.37). Se mortos em pecado ou vivos para Cristo, nós devemos escolher de acordo com nossa natureza. 

Os arminianos, entretanto, não aceitam a doutrina da eleição. Eles não acreditam que Deus é soberano na salvação das pessoas. Portanto, eles não seguem a doutrina do pecado original a uma conclusão calvinista. Eles ignoram as escrituras que falam sobre o controle soberano de Deus em quem ele salvará, e quem ele não salvará. Em vez disso, para preencher a lacuna, eles postulam a doutrina da graça preveniente, a qual eu espero mostrar ser sem fundamento bíblico. 

A palavra “preveniente” significa “vir antes, precedendo, ou antecedendo.” De acordo com o wesleyanismo/arminianismo, a graça preveniente de Deus neutraliza o nosso total estado de morte em pecado, mas não totalmente nos regenera. De acordo com os arminianos, Deus nos desperta ainda em nosso estado não regenerado, de modo que todos os pecadores têm uma real “chance” de se voltarem para Deus para salvação. Mas a graça preveniente arminiana não garante salvação. De acordo com os arminianos, Deus dá a graça preveniente para todos, esperando que alguns responderão e serão salvos, mas sabendo que a maioria escolherá retornar para a morte espiritual. 

A doutrina arminiana da graça preveniente se encaixa dentro do seu esquema total de teologia e permite manter a doutrina do pecado original e ainda rejeita a soberania de Deus na salvação, portanto rejeitando a eleição incondicional também. 

Mas o maior problema com a graça preveniente arminiana é que não há claro suporte bíblico para ela. Nenhuma vez a escritura fala de graça preveniente que possibilita salvação sem também garantir salvação. A doutrina parece boa para os arminianos, mas não pode ser encontrada em nenhum lugar da Bíblia. 

Uma das razões-chave pela qual a graça preveniente soa tão bem às pessoas é porque ela implica o desejo de Deus por cada pessoa para ser salva. Mas a Bíblia ensina que este é realmente o desejo de Deus? Se nós pudermos mostrar claramente na escritura que Deus “não” deseja a salvação de todas as pessoas, então nós teremos êxito no enfraquecimento da doutrina não-bíblica da graça preveniente. Primeiro, vamos dar uma olhada no livro de Mateus : 

Graça preveniente refutada e Mateus 11 

Mateus 11: 

21 - Ai de ti, Corazin! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se operaram, há muito elas se teriam arrependido em cilício e em cinza. 22 - Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós. 23 - E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? até o hades descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. 24 - Contudo, eu vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para ti. 25 - Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. 26 - Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. 27 - Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 

Note que Deus na verdade previu que o povo de Tiro e Sidom “teriam se arrependido”. (Aparentemente o povo em Sodoma teria se arrependido também). Eles foram cegados por satanás (2 Co 4.3,4), mas Deus sabia com certeza que eles se arrependeriam se simplesmente Ele enviasse milagres. 

E ainda, qual foi a resposta de Deus ao seu pre-conhecimento sobre estas pessoas? Ele os predestinou para salvação? Ele respondeu à fé prevista enviando milagres de modo que eles se arrependeriam e seriam salvos? De modo nenhum! 

A doutrina da graça preveniente sugere que Deus realmente quer que todas as pessoas recebam a salvação, e que ele está realmente “fazendo tudo que possa” para conseguir isto. Os arminianos sugerem que Deus lamenta por todas as almas perdidas, e que ele envia sua graça preveniente para todos eles, esperando que alguns deles responderão. Mas o Deus da Bíblia é muito diferente desse! Aqui nós vemos em Mateus 11 que Deus “sabia” o que levaria muitas pessoas a se arrependerem e serem salvas e não obstante se recusou. Isso não soa como Deus “está fazendo tudo que pode” para mim. E isso certamente não augura nada de bom para a doutrina do homem centrado da graça preveniente. 

“Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece.” (Rm 9.18) 

“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?” (Rm 9.21) 

Graça preveniente refutada em Marcos 4 

Agora vamos dar uma olhada na razão de Cristo para o ensino em parábolas, e nós veremos a contradição direta à graça preveniente na Bíblia. 

Marcos 4: 

11 - E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas; 12 - para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados. 

Note que esta passagem particular está falando sobre conversão, e o perdão dos pecados. 

E note que Jesus não quer que algumas pessoas sejam convertidas; Ele não quer que eles tenham seus pecados perdoados. Ele prevê que eles teriam fé se eles verdadeiramente entendessem a sua mensagem, mas ele explicitamente diz que ele usa parábolas de modo que eles não entendam. Novamente, Deus não responde à fé prevista. 

Observe que Marcos 4.11,12 na verdade demonstra o “oposto” da graça preveniente. Isso é mais como um exemplo do divino “endurecimento preveniente”. Considere esta comparação: 

• Arminianos pensam que Deus quer que tantas pessoas quanto possível se arrependam e sejam salvas, e que ele dá a todas as pessoas a graça preveniente para possibilitar a salvação de todas as pessoas. 

• Mas Marcos 4.11,12 nos ensina que Deus sabia sobre algumas pessoas que se arrependeriam e seriam salvas, e então Jesus falou em parábolas para certificar-se de que isso não aconteceria! Jesus absteve-se de falar para eles claramente, “para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados.” 

As duas afirmações acima estão completamente em oposição uma a outra. A graça preveniente arminiana é uma doutrina que diretamente contradiz as escrituras. 

Conclusão 

Em Mateus 11.21-27, nós podemos ver que Deus às vezes retém coisas das pessoas, mesmo quando ele sabe que aquelas coisas teriam trazido arrependimento para elas. Estas ações de Deus não ressoam em tudo como as ações de alguém que deseja possibilitar a salvação de todos. 

Em Marcos 4.11,12 nós podemos ver que Jesus intencionalmente falou em parábolas, em vez de linguagem clara, de modo que muitas pessoas não entenderiam, se arrependeriam, e seriam perdoadas. Isto é claramente o oposto da graça preveniente arminiana. 

Muitas outras passagens poderiam facilmente ser tratadas. Mas as duas acima são bastante efetivas, em que elas oferecem evidência que diretamente contraria a ideia da graça preveniente arminiana. 

Os arminianos as vezes admitem que não há uma passagem em nenhum lugar da Bíblia explicitamente ensinando a graça preveniente. Porém, há um punhado de passagens que os arminianos usam, tentando sustentar a ideia da graça preveniente. Para uma crítica saudável dos argumentos dos arminianos pela graça preveniente, eu recomendo a página 18 do artigo de Thomas Schreiner intitulado, “A escritura ensina a graça preveniente no sentido wesleyano?”. Este artigo compõe um capítulo do livro, Still Sovereign (ainda soberano), editado por Bruce A. Ware e Thomas Schreiner. Seus capítulos neste livro oferece uma excelente refutação da doutrina da graça preveniente arminiana. 

Fonte: Monergism 
Tradução: Francisco Alison Silva Aquino 
Divulgação: Bereianos

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

DEVOCIONÁRIO MANÁ DIÁRIO - VOCÊ SABE QUEM É VOCÊ?

LEITURA: GÊNESIS 32.27-30
[27] Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó. [28] Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. [29] Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali. [30] Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva”.

VOCÊ SABE QUEM VOCÊ É?
No ano de 1988 passou um filme sucesso de cinema que durante o filme sempre aparecia a frase: “Eu Sei o que você fez, eu sei quem você é”, Deus sabe o que nós fazemos e também quem nós somos. Nesta passagem um personagem bíblico controverso chamado Jacó que já tinha tido algumas atitudes erradas como enganar o pai e o irmão, mentiu, Deus guardou Jacó, porém, não concordou com as suas práticas, aqui no Vau de Jaboque, Deus enviou um anjo para lutar com Jacó (v.24), este anjo lutou até o romper do dia (v25), Jacó queria a benção (v.26), mas só a recebeu depois que foi transformado de enganador, trapaceiro e mentiroso para Israel, príncipe de Deus vencedor. Você age como Jacó ou Israel? Com qual deles você se identifica? Quem é você afinal de contas. Iremos extrair algumas lições sobre esta passagem para a nossa vida que são:

Primeira, você pode ser identificado como Jacó. Quando o anjo do Senhor lhe perguntou seu nome ele disse que se chamava Jacó (v.27), esta declaração tem um significado muito grande, pois Jacó significa mentiroso, trapaceiro, enganador e embusteiro como o seu irmão Esaú declarou: “Não é com razão que se chama ele Jacó? Pois já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura e agora usurpa a bênção que era minha” (Gn 27.36). O que podemos aprender aqui é que ninguém irá alcançar o perdão de Deus enquanto encobrir suas transgressões (Pv 28.13), para se aproximar de Deus é preciso reconhecer que é um pecador, semelhante a Jacó que declarou sua pecaminosidade também outros homens fizeram como Isaias que declarou-se impuro ao ver a glória de Deus (Is 6.5), Pedro, ao ver a pesca maravilhosa, pediu que Cristo se afastasse dele que era um pecador (Lc 5.8), Paulo se declarou o principal dos pecadores, ou seja, o pior deles (I Tm 1.15). Jacó, como muitos, queria facilidades, pois desejava ser abençoado sem passar pela transformação, porém, o Senhor queria transformá-lo em uma nova criatura, por isso o anjo até o machucou deixando ele com a coxa deslocada (v.22-26), semelhantemente nós muitas vezes precisamos sofrer alguns machucados para sermos transformados por Ele. Entretanto, a transformação só aconteceu quando houve transparência e ele se declarou Jacó, ou seja, Mentiroso, trapaceiro, enganador e embusteiro. Queridos, o ser humano e pecador por natureza e como pecador não pode salvar a si mesmo, só Jesus pode salvar a tua alma (At 4.12) e te oferecer perdão de pecados (I Jo 1.9), porém, como Jacó você precisa reconhecer seus pecados e confessá-los a Deus, quando você fizer isto Ele vai mudar você e te dar uma nova natureza e foi isto que aconteceu com Jacó e pode acontecer conosco conforme será descrito abaixo.

Segundo, você pode ser identificado como Israel. Quando Jacó reconheceu quem era, Deus o fez ser aquilo que Ele mesmo planejou para seu servo, mudou seu nome para Israel (v.28a). O nome Israel tem o significado de príncipe de Deus ou príncipe vencedor, isto acontece com o ser humano quando é convencido pelo Espírito Santo (Jo 16.8), volta-se para Deus e Deus o recebe e lhe declara justificado por causa da justiça perfeita do seu Filho Jesus (Rm 5.1), éramos derrotados e agora somos mais que vencedores por causa do amor de Cristo (Rm 8.37), nós tínhamos tudo para sermos adiados por Deus por causa dos nossos pecados, mas Ele decidiu nos amar e descarregar toda a sua ira que era contra nós em seu Filho, Jesus Cristo (Is 53.1-12), por isso é que Cristo nos livra da ira vindoura de Deus (I ts 1.10). Jacó tornou-se príncipe vencedor quando entregou a sua indignidade e pecado nas mãos deste Deus gracioso, eu e você nos tornamos filhos de Deus e herdeiros do céu quando depositamos todas as nossas imperfeições aos pés de Cristo, Ele diz que todo o que o Pai o entregar vai até Ele e aquele que for até Ele não será lançado fora (Jo 6.37). Então, o que espera para fazer isto? O nome Israel ainda tem outro significado que é alguém que viu Deus face a face. Hoje nós não vemos a Deus, porém, Deus foi revelado a nós por seu filho Jesus Cristo (Jo 1.18), o termo “face a face” também significa intimidade, facilidade de diálogo, isto também o nosso mestre amado fez por nós como Sumo Sacerdote que penetrou os céus sem ter pecado, mesmo tendo sido tentado em tudo a pode nos socorrer quando precisamos (Hb 4.14-16), abriu o caminho do livre acesso a Deus (Ef 3.12), não temos mais necessidades de confessar pecados a um sacerdote humano e pecador, pois temos um Sumo Sacerdote perfeito, por isso podemos dizer que estamos face com Deus por meio do seu Filho amado. A nossa identidade aqui também pode trazer vida ou morte, isto é o assunto que será tratado abaixo.

Terceiro, você pode ser identificado com a vida ou morte. Israel declara que a sua vida foi salva, ou seja, ele não morreu, mesmo tendo visto Deus face a face, se bem que ele não viu Deus, mas o anjo de Deus (v.30b). A morte e a vida estão a disposição do homem, este vai querer seguir aquilo que sua alma se identifica. O líder Moisés, nos momentos finais do seu ministério, desafiou o povo dizendo que: [19] Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, [20] amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó” (Dt 30.19-20). Porém, o homem só escolherá aquilo que a sua alma se identifica, a morte ou a vida com qual você se identifica? Talvez você diga logo de supetão: “Com a vida”, mas será que de fato a sua alma está identificada com a vida de Deus, pois esta vida exige renúncia, o próprio Jesus falou que não adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma (Mt 12.26), a vida com Cristo não se identifica com os valores do mundo, enquanto que para o mundo, vale mais quem tem mais, para Deus todos são iguais no seu reino, será que nós nos identificamos com a vida de Deus? O homem sem Cristo está morto e só Jesus pode tirar ele da morte, sobre isto Paulo afirmou que “Ele vos deu vida estando vós mortos em delitos e pecados (Ef 2.1), ou seja, só vai querer a vida que Deus oferece aquele que o próprio Senhor o tirar da morte espiritual, assim ele vai desejar se identificar com esta vida plena que há em Cristo. Esta vida é ofertada de forma gratuita em Jesus. O apostolo Paulo afirmou que o salário do pecado é a morte e dom gratuito de Deus é a vida eterna por meio de Jesus (Rm 6.23), portanto, não há lugar para méritos humanos na vida eterna, tudo é uma dádiva graciosa de Deus. Você se identifica com esta vida ou com a morte que parece vida que o mundo oferece? Lembre-se que há caminhos que parecem bons, mas são caminhos de morte (Pv 14.12), com qual delas você se identifica?

Concluímos dizendo que esta mensagem é desafiadora. Afinal de contas, ela lança uma pergunta que exige uma resposta, o questionamento é: Quem é você? Você se identifica com Jacó enganador, trapaceiro e mentiroso ou com o Israel, príncipe de Deus e que tem intimidade com Deus. Você já tem a vida de Cristo em você? Se ainda estás em duvida, tome uma atitude agora se entregando aos cuidados amorosos de Cristo e você vai experimentar a sua paz. Amém!


Autor: Missionário Veronilton Paz da Silva

Casamento... Vale a pena ler até o final!!!

Esperando sempre mais...
Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus examos no próximo mês e precisava de um ambiente propício para prepar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir..

UM CASAMENTO CENTRADO EM CRISTO É UM CASAMENTO QUE DURA UMA VIDA TODA.

(e-mail: Juliana Schiarolli)


domingo, 23 de outubro de 2016

UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE?


Embora muitos crentes manifestem descontentamento com essa doutrina, a resposta é SIM! Aliás, poucas doutrinas são tão fáceis de se comprovar biblicamente quanto esta.

Ultimamente, muitos esforços têm sido empreendidos na tentativa de se provar o contrário. E, não por coincidência, ultimamente, os crentes conhecem muito pouco de Bíblia. No entendimento de muitos deles, essa é uma teologia desmotivadora para a santificação dos crentes. Eles entendem que dizer “uma vez salvo, salvo para sempre!” colocaria em risco a salvação das pessoas, afinal sem santificação ninguém verá a Deus. 

Essa refutação é, na verdade, um sofisma. O erro está em assumir falsos pressupostos. Ninguém vai encontrar um calvinista que trate a santificação como um detalhe supérfluo.

A dificuldade do arminiano dos tempos atuais está na autojustificação. Para ele, a obediência a Cristo é um mérito humano, ele pensa contribuir para sua salvação (sinergismo). Até se reconhece que a salvação é pela graça, mas acredita-se que a santidade será mantida por meio de esforços pessoais. Essa é uma maneira complicada de enxergar a salvação: “Cristo me salva gratuitamente, mas eu preciso me manter a salvo, com base na minha obediência ao Evangelho”. Para quem pensa desse modo, a salvação é uma conquista humana.

Ocorre, contudo, que o arminiano critica aquilo que não compreende. Fato mesmo é que o próprio arminianismo não vê a santificação sob esta perspectiva. Esta é uma forma de se pensar muito mais católico-romana do que arminiana. O sinergismo do arminianismo reside na fé e não nas obras. Quem ensina que as boas obras contribuem para a salvação é o Vaticano. E o fato dos arminianos defenderem esse negócio só mostra o quão Católica é a alma dos evangélicos no Brasil.

O QUE REALMENTE PENSA O CALVINISMO

A doutrina em questão é conhecida como “Perseverança dos Santos”. Muito mais do que afirmar a segurança da vida eterna, ela afirma a segurança da salvação. O arminiano costuma reduzir "salvação" à Consumação. A conversão seria uma decisão, a vida cristã uma provação, e o dia da morte, esse, sim, o dia da salvação (ou da condenação... rs). Por isso, quando um calvinista diz: “uma vez salvo, salvo para sempre!”, o arminiano entende que isso signifique um tipo de carimbo no passaporte para o céu, que teria efeito garantido independente da santidade.

Para o calvinista, salvação envolve, dentre outras coisas, o Amor de Deus, o Decreto, a Eleição, a Expiação, a União Mística, o Chamado, a Regeneração, o Arrependimento, a Fé, a Adoção, a Justificação, a Glorificação, e a Vida Eterna. Salvação é TUDO isso, e NUNCA ocorre pelas metades. Há, porém, ainda outro item que eu não mencionei intencionalmente, porque desejava destacá-lo: a salvação também inclui a Santificação do crente.

É aí que está o equívoco do anticalvinista, ao dizer que essa doutrina seja um pretexto para o pecado. Ora, se Deus salva um homem, esse homem vai receber o pacote completo da salvação. 
"Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus." (Filipenses 1.6).
Nenhum desses elementos é concedido por mérito pessoal, mas sempre de modo gracioso. E é claro que a Santificação está incluída nisso. Um calvinista não precisa ficar se explicando toda vez que afirma as doutrinas da graça, porque é ponto pacífico para ele que os verdadeiros crentes são santificados no momento da conversão, e que vivem em contínua santificação. Isso é fruto da graça divina, e é real para todos os salvos.

Se existe alguém que diz que é crente, mas não vive segundo os planos de Deus, essa é a maior evidência de que sua fé é morta, e que tal pessoa engana-se a si mesma. Não se trata de ser calvinista ou arminiano, trata-se de ser cristão ou hipócrita. 
“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1 João 4.7-8).
“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? [...] Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. [...] Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” (Tiago 2.14,17,26).
A doutrina da “Perseverança dos Santos” não ensina que o salvo pode viver como bem entender. Muito pelo contrário. Ensina que o crente não vive em pecado; e que a salvação SEMPRE é acompanhada de obediência e santificação. Nenhum salvo pensaria que pode viver sua vida distante de Deus, porque o pensar desse modo seria a prova de que jamais foi salvo.

MAS, E AS OBRAS?

As boas obras têm importância, sim, na vida cristã. E o apóstolo Paulo ensina o seu lugar: 
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”(Efésios 2.8-10).
A graça é a base da salvação. A fé é o seu instrumento. E as obras são o resultado dela. “Criados em Cristo Jesus PARA boas obras”. Não fomos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. Por isso se dizer que as obras não salvam, mas dão evidência de quem é salvo. Esse sempre foi o pensamento dos calvinistas, seja hoje ou antigamente. 
"Quem enxerga na cruz uma licença para continuar pecando, não possui a fé que salva. A marca da fé é a luta contra o pecado." (John Piper).
"A Bíblia não reconhece nenhuma fé que não leva à obediência, nem reconhece qualquer obediência que não brota da fé. Os dois são lados opostos da mesma moeda." (A. W. Tozer). 
"A Bíblia fala de eleição para santificação e de predestinação conforme a imagem do Filho de Deus. Se faltarem estes ingredientes, é perda de tempo falar em eleição." (J. C. Ryle).
"O Senhor Jesus Cristo não leva para o céu ninguém que Ele não tenha santificado na terra." (John Owen). 
"O ponto central enfatizado pelas Escrituras na doutrina da Perseverança é que o verdadeiro cristão mantém-se acreditando e obedecendo, a despeito dos vários problemas que encontra." (Jonathan Edwards).
É por essa e outras que os arminianos frequentemente são tratados com desdém: porque opinam naquilo que desconhecem. Afirmar que um calvinista se sentiria motivado a viver desregradamente é um argumento cômico e juvenil, para não dizer ofensivo. Ser calvinista é não só saber teologia, mas viver a vida cristã de acordo com os desígnios de Deus. Se um crente, calvinista ou arminiano, viver de maneira desregrada, é porque ele nunca foi crente.

Há muita gente que pensa ser crente, mas nunca nasceu de novo. Há bastante joio espalhado no meio do trigo, e isso não tem a ver com o rótulo teológico que se carrega, mas com um coração regenerado ou não. A doutrina da "Perseverança dos Santos" não é uma marca distintiva nem do joio e nem do trigo. Antes, ela serve para explicar porque algumas pessoas creem e perseveram, enquanto outras tantas creem mas desistem. É porque no primeiro caso a fé é verdadeira, é espiritual, é proveniente do céu. No caso dos desistentes, nunca houve conversão espiritual.

Quando alguém afirma "uma vez salvo, salvo para sempre!" não é uma referência a uma adesão sociológica, nem a filiação a uma igreja, e nem mesmo ao batismo com água. A afirmativa se refere aos salvos, portanto, aqueles que foram atingidos pela graça salvífica.  Como ensinava Jonathan Edwards, "convicção espiritual da verdade surge somente numa pessoa espiritual".

Este é o testemunho bíblico: Aqueles que foram salvos jamais se perderão. É fácil de se crer, quando sua esperança não está baseada em autojustificação. É o Espírito de Cristo quem garante que eu nunca vou desistir. É pelo poder de Deus que eu continuarei perseverando na fé e na obediência a Deus. Isso é uma certeza, porque quem garante não é o crente, mas Deus. Não crer nessa verdade, por outro lado, seria rejeitar o ensino da Escritura.

Os salvos necessariamente caminham pela estrada da santificação. Nisso, não há variantes. A mesma graça que perdoa pecados é a graça que é poderosa para transformar o caráter. Se alguém acredita que um salvo pode se manter imune às influências dessa divina graça transformadora, este, sim, tem dado provas de que não conhece o poder do Evangelho.

Por tudo isso, com toda certeza devemos dizer, uma vez salvo, salvo para sempre! E que Cristo Jesus seja louvado por sua maravilhosa graça que é tão poderosa para perdoar quanto para santificar! Se alguém defende algo diferente disso, pode ser qualquer coisa, menos calvinista. 

Pense bem: a questão não é se você simpatiza com essa doutrina, mas se esse é o ensino da Palavra de Deus.
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que tudo; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. (João 10.27-29).
Para mais provas bíblicas, leia
Dt 30.6; Ez 36.27; Jr 32.40; Jo 5.24; Jo 6.29-40; Jo 14.3; Jo 17.2; Rm 5.17; Rm 8.28 30,39; Rm 11.25-29; Rm 14.4; Rm 16.25; 1Co 1.8-9; 1Co 10.13; 2Co 1.22; 2Tm 1.12; Hb 6.17-20; Hb 10.14,23; Hb 13.20-21; 1Pe 1.1-9; 1Pe 5.10; 1Jo 2.19; Jd 1,24.