quarta-feira, 14 de março de 2012

Uma Exposição de Hebreus 6:4-6

"Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram parti-cipantes do Espírito Santo. (5) E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, (6) E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério." (Hebreus 6:4-6 ACF[1])
Por Arthur W. Pink

Introdução

A passagem que agora está ocupando nossa atenção é uma das mais graves na epístola aos Hebreus, até mesmo, quando comparada a qualquer outra no Novo Testamento. Provavelmente, poucas almas regeneradas a têm lido, refletidamente, sem serem tocadas de temor e tremor. Professantes[2] descuidados têm sido levados freqüentemente à inquietação em suas consciências assim que ouvem sua atemorizante linguagem. A passagem fala de uma classe de pessoas que foram altamente privilegiadas, que foram singularmente favorecidas, mas que, ao invés de terem aperfeiçoado suas oportunidades, desgraçadamente perverteram-nas; aqueles que trouxeram vergonha e reprovação à causa de Cristo; e que estão em uma condição tão sem esperanças que é "impossível que sejam outra vez renovados para arrependimento". Bom será se, cada um de nós, levarmos sinceramente nosso coração a Deus, suplicando-Lhe que nos impeça de cometer tal naufrágio na fé[3].

Como provavelmente a maioria de nossos leitores estão cientes, os versos diante de nós têm provado ser um dos mais ferozes campos de batalha teológica de todos os tempos. É neste ponto que as mais quentes batalhas entre Calvinistas e Arminianos têm sido travadas. Aqueles que acreditam que é possível a um verdadeiro Cristão cometer pecado e apostatar de modo a cair da graça e se perder eternamente, têm confiadamente apelado para estes versos de modo a provar sua teoria. É muito preocupante, uma vez que sua teoria os tornou tão preconceituosos, que se tornam incapazes de examinar imparcialmente, e pesar cuidadosamente, seus vários termos. Com suas mentes tão polarizadas por suas visões da apostasia, eles têm antes tomado como certo que esta passagem descreve um verdadeiro filho de Deus, que, virando completamente suas costas para Cristo, no final das contas perece. Mas, as Escrituras nos ordenam a "examinar tudo" (I Te. 5:21), e isto implica algo mais que uma investigação superficial e apressada do que é, admitidamente, uma passagem difícil.

Se de um lado, os Arminianos têm estado sempre prontos a ler, nesta passagem, seus dogmas não bíblicos da apostasia de um Cristão, é necessário confessar que muitos Calvinistas têm falhado em atacar com sucesso e interpretar satisfatoriamente os pontos mais difíceis destes versos. Estão certos ao afirmar que as Escrituras ensinam, enfática e inequivocamente, a Divina preservação e a perseverança humana dos santos, bem como eles têm também sabiamente apresentado que a Palavra de Deus não pode e não se contradiz. Se nosso Senhor determinou que Suas ovelhas "nunca pereceriam" (Jo 10:28), então certamente Hebreus 6 não ensina que algumas perecerão. Se através do apóstolo Paulo o Espírito Santo nos assegura que nada pode separar o filho do amor de seu Pai (Rm. 8:35-39), então, sem dúvida, a passagem que agora está diante de nós não declara que alguma coisa irá. Pode nem sempre ser fácil descobrir a perfeita consistência de uma escritura com outra, mas nós ainda devemos nos ater firmemente à inerrante harmonia e integridade da Verdade de Deus.

A primeira dificuldade ligada à nossa passagem é termos certeza da classe de pessoas que estão lá representadas. O Espírito Santo, aqui, está descrevendo almas regeneradas ou não regeneradas? O próximo passo é determinar qual é o significado de "e recaíram". Por fim, o que está sendo designado através de "É impossível que sejam outra vez renovados para arrependimento". Antecipando nossa exposição, nós estamos plenamente seguros de que o "recaíram" aqui apresentado significa um deliberado, completo e final repúdio a Cristo - um pecado para o qual não há perdão. Assim também nós entendemos que "impossível" renová-los novamente para arrependimento, denuncia que sua condição e caso estão além de qualquer esperança de recuperação. Por causa disto, os Calvinistas têm, geralmente, afirmado que esta passagem está tratando meramente de não convertidos. Mas, sobre isto há duas objeções insuperáveis: primeiro, os meramente não convertidos não têm do quê "recair"; segundo, meramente não convertidos nunca foram "renovados" para arrependimento.

Adicionalmente à controvérsia que estes versos têm ocasionado, não poucos os têm transformado através de um uso indevido:
"A má interpretação desta passagem tem também, creio eu, em muitos casos, criado uma extrema aflição mental a duas classes de pessoas: - aos professantes, que, após terem caído em algum pecado grave, têm sido despertados para reflexões alarmantes; e aos verdadeiros Cristãos, quando caem ante o poder de uma doença mental, mergulhando em um estado de fraqueza espiritual, ou quando são levados a enormes transgressões da lei Divina, tornando-se culpados como o foram Davi e Pedro. E isto nada tem criado além de obstáculos intransponíveis no caminho de ambos 'que estão pondo seu refúgio, em reter a esperança a eles proposta[4]' no Evangelho. Tudo isto torna ainda mais necessário que nós inquiramos cuidadosamente o significado desta passagem. Quando corretamente entendida, ela não dá suporte a qualquer falsa conclusão que tenha sido tirada dela, mas será como qualquer outra parte das Escrituras inspiradas 'proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir e para instruir em justiça;[5]' - bem ajustada para produzir cuidado, de nenhuma forma projetada para induzir ao desespero" (Dr. J. Brown).

Condição d'alma
Antes de tentarmos uma elucidação das dificuldades acima mencionadas, e para preparar o caminho de nossa exposição destes versos, cujo conteúdo tão violentamente tem embaraçado a muitos, deixe-nos recordar, mais uma vez, a condição d'alma na qual estes Cristãos Hebreus tinham caído: Eles tinham-se tornado "negligentes para ouvir" (Hb. 5:11), "não estavam experimentados na palavra da justiça" (Hb. 5:13), e eram incapazes de mastigar "mantimento sólido" (Hb.5:14). Esta condição estava repleta das conseqüências mais perigosas:
"Os Hebreus tinham se tornado indiferentes, negligentes e inertes; o evangelho, uma vez visto carinhosamente e amado afetuosamente por eles tinha-se tornado insípido e vago; as perseguições e contendas de seus compatriotas tornaram-se um doloroso fardo, sob o qual gemiam, e sob o qual não gozavam da comunhão com o Senhor Jesus. Os caracterizavam: A escuridão, a dúvida, a tristeza, a indecisão, e conseqüentemente um caminhar em que o poder do amor de Cristo não era manifestado. Agora, se eles continuassem nessa condição, o que mais poderia resultar senão apostasia? Esquecimento, se continuado, termina em rejeição, apatia em antipatia, descrença em infidelidade."

"Tal era seu perigo. E se sucumbissem a ele sua condição seria sem esperanças. Nenhum evangelho restaria a ser pregado, nenhum poder para resgatá-los e levantá-los. Eles tinham ouvido e conhecido a voz que dizia: 'Vinde a mim, e eu vos aliviarei[6]'. Eles tinham professado crer no Senhor que morreu pelos pecadores, e ter escolhido a Ele como Salvador e Mestre. E agora estavam se esquecendo e abandonando a Rocha da sua Salvação. Se eles deliberada e obstinadamente continuassem nesta situação, eles estariam em perigo de impenitência concludente e dureza de coração."

"A exortação deve ser vista em conexão a uma circunstância especial dos Hebreus. Após a rejeição do Messias por Israel, o evangelho havia sido pregado aos Judeus pelos apóstolos, e os dons e o poder do Espírito Santo tinham sido manifestos entre eles. Os Hebreus tinham aceitado o evangelho do, uma vez crucificado e, agora glorificado Redentor que enviou do céu o Espírito, um sinal de Sua exaltação, e um penhor da herança futura. Tendo então entrado na 'esfera da manifestação da nova aliança', qualquer um que obstinadamente o abandonasse, somente poderia recair naquela fase do judaísmo que crucificou o Senhor Jesus. Para eles não haveria alternativa além de seguir para o pleno conhecimento do sacerdócio celestial de Cristo, e para a aceitação de crente e para o louvor através do Mediador no santuário celestial, ou cair de volta na atitude, não dos Israelitas pios de antes do Pentecostes, como João o Batista e aqueles que aguardavam a prometida redenção, nem mesmo na condição daqueles pelos quais o Salvador orou 'porque não sabiam o que faziam[7]'; mas em um estado de consciente e obstinada inimizade contra Cristo, e no pecado de rejeitá-Lo e colocá-Lo em público vitupério". (Adolph Saphir).

"O perigo ao qual esta inércia espiritual expôs os Hebreus era tal que justificava a forte linguagem de repreensão e reprovação. Apostasia de Cristo era um passo mais fácil e natural para um Judeu que para um crente gentio, porque o caminho estava sempre aberto e os convidando, como homens, a retornar às associações que uma vez carregaram com eles, de aparência exterior de santificação no nome de Jeová, e que somente o poder da graça os tinha permitido renunciar. Quando as realidades espirituais se tornam inoperantes em suas almas, a imagem visível de como era permanecia, e ai estava o perigo deles se entregarem em reverência a suas almas. Se não houvesse um exercício habitual de seus sentidos espirituais, o poder de discernimento poderia não permanecer: eles poderiam chamar o mal de bem, e o bem de mal. A ignorância que brota da negligência espiritual inicia sua própria punição pelo embotamento indiferente do que uma vez foram mentes claras, e rouba ao espírito seu poder de detectar os astutos métodos do Diabo. É somente na presença de Deus que o Cristão pode, com efeito, externar suas energias espirituais. Permanecer em Cristo, nos mantém naquela presença. Nenhum erro mais infeliz pode sobrevir a um crente que separar, nos hábitos de sua mente, o conhecimento adquirido do viver Cristo. A fé morre prontamente quando separada de seu objeto. O conhecimento, entretanto, é precioso, mas o conhecimento de Deus é algo progressivo (Cl. 1:10), cujo final não é obtido deste lado da glória (I Co. 8:2). A experiência máxima de um Cristão avançando é a de uma contínua iniciação. Com uma perspectiva cada vez mais larga, ele tem uma percepção cada dia mais profunda da graça na qual se encontra, e na qual ele se estabelece mais e mais, pela palavra da justiça..."

"Uma fé clara e crescente, nas coisas celestiais era necessária para preservar os Cristãos Judeus da recaída. Voltar ao Judaísmo era desistir de Cristo, o qual havia deixado suas casas "desertas" (Mt.23:38). Seria cair da graça, e colocar a eles próprios não somente debaixo da maldição comum da lei, mas da maldição particular que tinha trazido a culpa do sangue de Jesus sobre a réproba e cega nação de Seus assassinos" (A. Pridham).
Deve ser notado, contudo, que é tão fácil, e que a atração é tão real, para um Cristão gentio retornar àquele mundo do qual o Senhor o chamou, quanto era a um Cristão judeu retornar novamente ao Judaísmo. E na exata proporção em que o Cristão falha em andar com Deus diariamente, assim também o mundo obtém poder sobre seu coração, mente e vida, e uma continuidade no mundanismo está repleta das mais diretas e fatais conseqüências.

"Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados", etc. (verso 4).
Aqui o apóstolo continua a digressão que iniciou em Hebreus 5:11. O parêntesis teve duas divisões: a primeira, em Hebreus 5:11-14 é repreensiva; a segunda, em Hebreus 6:1-20 é exortativa. No capítulo 6 ele exorta os Hebreus sobre dois deveres: o progresso no caminhar Cristão (versos 1-11); perseverança interior (versos 12-20). A primeira exortação está proposta nos versos 1 e 2 e qualificada no verso 3. O motivo para obedecer é esboçado a partir do perigo da apostasia (versos 4-6). A abertura "Porque" no verso 4 anuncia uma conexão próxima de nossa passagem atual com aquela que imediatamente a precede. Ela esboça uma conclusão do que o apóstolo tinha dito em Hebreus 5:11-14. Ela amplifica o "Se" do verso 3. Ela mostra um sério aviso contra sua continuação em sua indolência atual. Isto delineia um terrível contraste com a possibilidade no verso 3.
"O apóstolo considera a degeneração dos Hebreus com desânimo. Ele parece ver nisto o perigo de uma completa, confirmada, obstinada, e irrecuperável apostasia da verdade. Ele os observa à beira de um precipício, e ele por isto levanta sua voz, e com veemência, ainda amando honestamente, os avisa sobre tão temível mal" (Adolph Saphir).
Três coisas chamam nossa cuidadosa atenção ao nos aproximarmos de nossa passagem: as pessoas a quem aqui se fala, o pecado que elas cometeram, e a condenação anunciada a elas. Ao considerar as pessoas a quem se fala é da maior importância notar que o apóstolo não diz: "nós que fomos uma vez iluminados", nem mesmo diz "vocês", ao invés, ele diz "aqueles". Em claro contraste com eles, ele diz aos Hebreus, "Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores".[8]
"Posteriormente, quando o apóstolo vem declarar sua esperança e convicção concernente a estes Hebreus que não são como aqueles que havia descrito antes, nem como se estivessem para cair em perdição, e ele fez isto sobre três bases nas quais eles seriam diferenciados destes: 1. Que eles teriam aquelas coisas que "acompanham a salvação"; é isto, coisas das quais a salvação é inseparável. Nenhuma destas coisas, contudo, havia ele atribuído àqueles que descreveu neste lugar (versos 4-6); por isto, se agiu desta forma, não teriam sido eles para o apóstolo um argumento e uma evidência de uma conclusão contrária: que estes não cairiam e pereceriam como aqueles? Eis o porquê ele não atribuir nada a estes aqui no texto que faça particularmente "companhia à salvação". 2. Ele os descreve por seus "deveres de obediência" e frutos da fé. Isto foi 'o trabalho e o amor' para com o nome de Deus, verso 10. E por isso, também, ele os diferencia daqueles do texto, concernente àqueles que julgava deveriam perecer eternamente, o que estes frutos da fé salvadora e do amor sincero não deveriam. 3. Ele acrescenta, que, na preservação daqueles aqui mencionados, a fidelidade de Deus é levada em consideração: 'Porque Deus não é injusto para se esquecer'. Porque eles eram aqueles que ele pretendia estivessem interessados na aliança da graça, considerando que só assim há algum engajamento da fidelidade e da justiça de Deus para preservar os homens da apostasia e da ruína, e há desta forma uma igual relação sobre todos que são assim alcançados pela aliança. Mas, para aqueles do texto ele não supõe tal coisa, e por isso não anuncia que qualquer justiça ou fidelidade de Deus estava de qualquer forma comprometida com sua preservação, mas muito ao contrário." (Dr. John Owen)
É muito pouco preciso designar como "meros professantes" aqueles descritos nos versos 4, 5. Eles foram uma classe que tinha gozado de grandes privilégios, acima de tudo como agora acompanha a pregação do Evangelho. Aqueles aqui retratados são ditos como havendo recebido cinco privilégios, o que está em contrate com as seis situações enumeradas nos versos 1, 2, as quais pertencem ao homem na carne, sob o Judaísmo. Cinco é o número da graça, e as bênçãos aqui mencionadas pertencem à dispensação Cristã. Ainda que eles não fossem verdadeiros Cristãos. Isto é evidente do que não é dito. Observe que eles não foram citados como sendo eleitos de Deus, como aqueles por quem Cristo morreu, como aqueles que foram nascidos no Espírito. Eles não são citados como sendo justificados, perdoados, aceito no Amado. Nem é citada qualquer coisa sobre sua fé, amor, ou obediência. Ainda que estas sejam exatamente as qualidades que distinguem um verdadeiro filho de Deus.

Primeiro, eles tinham sido "iluminados".
O Sol da justiça havia brilhado, trazendo cura nas suas asas[9], e, como Mateus 4:16 diz: "O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou." Diferente do pagão, a quem Cristo, nos dias de Sua carne, não visitou, aqueles que vieram sob o som de Sua voz foram maravilhosamente e gloriosamente iluminados.

A palavra grega para "iluminado" aqui significa "receber luz ou conhecimento através do ensino". É assim traduzida na Septuaginta em Juízes 13:8, II Reis 12:2, 17:27. O apóstolo Paulo a utiliza como "manifestar", ou "trazer à luz" em I Coríntios 4:5, II Timóteo 1:10. Satanás cegou os entendimentos dos incrédulos, "para que lhes não resplandeça a luz do evangelho" (II Co 4:4), que é, dar conhecimento dele. Então, "iluminado" aqui significa ser instruído na doutrina do evangelho, tendo desta forma uma clara compreensão dele. Na passagem paralela em Hebreus 10:26 as mesmas pessoas são citadas como tendo "recebido o conhecimento da verdade", confronte também em II Pedro 2:20-21. É, contudo, somente um conhecimento natural de coisas espirituais, como pode ser adquirido por ouvir exteriormente ou por ler, exatamente como alguém pode ser iluminado por fazer um estudo especial de uma das ciências. Isto está longe de ser aquela iluminação espiritual que transforma (II Co. 3:18). Uma ilustração de uma pessoa não regenerada sendo "iluminada", como aqui, é encontrada no caso de Balaão, em Números 24:4.

Segundo, eles tinham "provado" o dom celestial.
Para "provar" é necessário ter uma experiência pessoal, e não uma mera descrição.
"Provar não inclui comer, muito menos digerir e transformar em nutrição aquilo que é provado, porque sua natureza sendo através deste ato discernida, será recusada, de fato, ainda que nós gostemos de seu paladar e sabor em alguma outra ponderação. As pessoas aqui descritas, então, são aqueles que têm um certo grau de entendimento e apreciaram a revelação da graça, como os ouvintes nos pedregais[10] eles receberam a Palavra com grande alegria." (John Owen)
O "provar" está em contraste com o "comer" de João 6:50-56.

As opiniões estão divididas se o "dom celestial" se refere ao Senhor Jesus ou à pessoa do Espírito Santo. Talvez não seja possível para nós dogmatizar este ponto. Realmente, a diferença é indistinta, pois o Espírito está aqui para glorificar a Cristo, como Ele veio do Pai por Cristo como "Dom" de Sua ascensão ao Seu povo. Se a referencia for ao Senhor Jesus, João 3:16, 4:1, etc., serão referências pertinentes, se for ao Espírito Santo, serão Atos 2:38, 8:20, Atos 10:45, Atos 11:17. Pessoalmente, nos inclinamos para a última. Este Dom Divino é aqui citado como sendo "celestial" por causa do "céu", e que guia para o céu, em contraste com o Judaísmo - confronte Atos 2:2, I Pedro 1:12. Deste "Dom" aqueles apóstatas tinham "provado", ou tinham uma experiência comparável a Mateus 27:34 onde "provar" é oposto a verdadeiramente beber. Aqueles aqui em destaque haviam tido uma familiaridade com o Evangelho, como para ganhar uma grande medida de suas bem-aventuranças como também para grandemente agravar seus pecados e condenações. Uma ilustração deste fato é encontrada em Mateus 13:20-21.

Terceiro, eles "se tornaram participantes do Espírito Santo".
Primeiro, deve ser mostrado que a palavra grega para "participantes" aqui é uma palavra diferente da que é usada em Colossenses 1:12 e II Pedro 1:4, onde verdadeiros Cristãos estão em vista. A palavra aqui simplesmente significa "companheiros", referindo-se a algo externo ao invés de interno. É para ser observado que este item está colocado no meio de cinco, e isto porque ele descreve o princípio motor dos outros quatro, os quais estão todos em efeito. Estes apóstatas nunca "nasceram do Espírito" (Jo. 3:6), muito menos eram seus corpos Seu "templo" (I Co. 6:19). Nem nós cremos que estes versos ensinam que o Espírito Santo tenha, a qualquer tempo, trabalhado internamente neles, pois caso contrário Filipenses 1:6 teria sido contradito. Isto significa que eles tinham compartilhado dos benefícios de Suas operações sobrenaturais e manifestações: "...moveu-se o lugar..." (Atos 4:31) ilustra isto. Abaixo nós citamos o Dr. J. Brown:
"É altamente provável que o escritor inspirado refira-se primariamente aos dons miraculosos e operações do Espírito Santo pelos quais a primitiva dispensação da Cristandade foi administrada. Estes dons não foram de nenhuma forma confinados àqueles que foram 'transformados pela renovação dos seus entendimentos[11]'. As palavras de nosso Senhor em Mateus 7:22-23 e de Paulo em I Coríntios 13:1-2 parecem anunciar, que a retenção destes homens não renovados não foi muito incomum naquela época, de forma nenhuma elas mostram claramente que sua retenção e um estado não regenerado são de alguma forma incompatíveis."

Quarto, "E provaram a boa palavra de Deus".
"Eu entendo por esta expressão a promessa de Deus com respeito ao Messias, a essência e a substância de tudo. É digno de nota o fato desta promessa estar por distinção designada através de Jeremias como 'a boa palavra' (Jr. 33:14). 'Provar', então, esta 'boa Palavra de Deus', é experimentar o fato de que Deus tem sido fiel à Sua promessa - gozar, tanto quanto um homem não convertido possa gozar, das bênçãos e vantagens que fluem daquela promessa sendo cumprida. 'Provar a boa Palavra de Deus', parece, apenas gozar as vantagens da nova dispensação." (Dr. J. Brown).
Uma confirmação adicional de que o apóstolo aqui está se referindo a este fato, de que estes apóstatas tinham testemunhado o cumprimento da promessa de Deus é obtida através da comparação com Jeremias 29:10: "Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar."

Note quão cuidadosamente o apóstolo ainda mantém a palavra "provar", o melhor meio de nos permitir identificá-los. Eles não podem dizer com Jeremias "Achando-se as tuas palavras, logo as comi" (Jr. 15:16).
"É como se ainda dissesse: 'Eu não falei daqueles que têm recebido nutrição; mas daqueles que somente a têm provado, tanto que eles deveriam ter desejado isto como 'leite racional, não falsificado' e crescessem por meio disto". (Dr. John Owen)
Um impressionante exemplo de alguém que tão somente "provou" a boa Palavra de Deus é encontrado em Marcos 6:20: "Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo; e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa mente o ouvia."

Quinto, "E as virtudes do século futuro", ou "era futura".
A referência aqui é para a nova dispensação que foi anunciada pelo Messias de Israel de acordo com as predições do Velho Testamento. Isto tem correspondência com o "nestes últimos dias" de Hebreus 1:1, e está em contraste com o "tempo passado" ou a economia Mosaica. Seu Messias não era nenhum outro senão o "Deus Forte" (Is. 9:6), e maravilhosas e gloriosas, estupendas e únicas, foram Suas obras miraculosas. Destes "poderes" estes apóstatas haviam "provado", ou haviam experimentado. Eles haviam sido testemunhas pessoais dos milagres de Cristo, e também das maravilhas que seguiram Sua ascensão, quando tão gloriosas manifestações do Espírito foram dadas. Portanto eles eram "inescusáveis". Evidência convincente e conclusiva havia sido apresentada diante deles, mas não houve fé responsiva em seus corações. Um correto exemplo disto pode ser encontrado em João 11:47-48.

"E recaíram".
A palavra grega aqui é muito forte e enfática, até mais forte que aquela usada em Mateus 7:27, quando é dito da casa construída sobre a areia: "e foi grande a sua queda." É uma queda completa, um total abandono do Cristianismo que está em destaque aqui. É um "virar as costas" proposital à verdade de Deus revelada, um total repúdio do Evangelho. É acontecer um "naufrágio na fé" (I Tm. 1:19). Este pecado terrível não é cometido por um mero professante nominal, porque ele não tem nada de onde realmente recair, salvo um nome vazio. A classe aqui descrita são aqueles que tiveram suas mentes iluminadas, suas consciências agitadas, suas afeições movidas em um grau considerável, e ainda aqueles que nunca foram trazidos da morte para a vida. Também não são Cristãos apóstatas que estão em estudo aqui. Não é simplesmente "cair em pecado", este ou aquele pecado. O maior "pecado" que um homem regenerado pode possivelmente cometer é uma negação pessoal de Cristo: Pedro foi culpado disto, e ele ainda foi "renovado para arrependimento". É uma total renúncia de todas as verdades distintivas e os princípios do Cristianismo, e isto não secretamente, mas abertamente, o que se constitui em apostasia.
"E recaíram". "Esta dificilmente é uma tradução justa.[12] Tem sido dito que o apóstolo aqui não estava afirmando que tais pessoas iriam ou foram 'recair', mas que 'se eles fossem recair' - uma suposição que, contudo, jamais poderia se realizar - então a conseqüência seria que eles não seriam 'renovados para arrependimento'. As palavras literalmente traduzidas são, 'E apostataram', ou, 'Ainda tem apostatado'. O apóstolo obviamente anuncia que tais pessoas podem, e que estas pessoas tinham de fato, 'recaído'. Por 'recaindo', nós estamos claramente entendendo o que é comumente chamado apostasia. Isto não consiste em uma queda ocasional em efetivo pecado, por mais grave e agravado que seja; nem na renúncia de alguns princípios do Cristianismo, ainda que sejam aqueles que são de considerável importância; mas em uma renúncia aberta, total, determinada de todos os princípios constituintes do Cristianismo, e um retorno para uma falsa religião, como a dos Judeus descrentes ou pagãos, ou para a infidelidade aberta e para a irreligiosidade aberta" (Dr. J. Brown).

"É impossível que os que... recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento".
Quatro questões aqui clamam por resposta. O que significa "renovados para arrependimento"? O que quer dizer "outra vez renovados para arrependimento"? Porque esta experiência é "impossível"? A quem isto é "impossível"?

O arrependimento significa mudança de pensamento: Mateus 21:29 e Romanos 11:29 estabelecem isto. É mais que uma ação mental, a consciência estando também ativa, levando à contrição e a autocondenação (Jó 42:6). No não regenerado é simplesmente uma obra da natureza, no filho de Deus é forjado pelo Espírito Santo. O último é evangélico, sendo uma das coisas que "acompanham a salvação". O primeiro não é assim, sendo a "tristeza do mundo", a qual "opera a morte" (II Co. 7:10). Este tipo de "arrependimento" ou remorso tem sua mais impressionante exemplificação no caso de Judas: Mateus 27:3-5. Tal foi o arrependimento destes apóstatas. O verbo grego para "renovar" aqui não ocorre em nenhum outro lugar no Novo Testamento. Provavelmente "restaurar" teria sido melhor, pois é a mesma palavra usada na Septuaginta, para um verbo Hebraico que significa renovar no sentido de restaurar: Salmo 103:5; Salmo 104:30; Lamentações 5:21. Josephus o aplicou à renovação do Templo!

Mas, o que significa "renovar para arrependimento"?
"Ser 'renovado' é uma expressão figurativa que denota uma mudança, uma grande mudança, e uma mudança para melhor. Ser 'renovado' assim como mudar o pensamento de uma pessoa é significativo de uma importante e vantajosa alteração de opinião, e caráter e serviço. E uma tal alteração, as pessoas alegam como tendo sido experimentadas em um período anterior. Elas outrora estavam em um estado de ignorância com respeito às doutrinas e às evidências do Cristianismo, e haviam sido 'iluminadas'. Elas não tinham, em outros tempos, conhecido a excelência e a beleza da verdade Cristã, e haviam sido criadas para 'provar os dons celestiais'. Elas outrora confundiram as profecias com respeito ao Messias, e não estavam cientes de seu cumprimento, e, claro, eram estranhas àquela vigorosa influência que a revelação do Novo Testamento apresentava; e estas pessoas haviam sido criadas para ver que aquela 'boa palavra' fora cumprida, e haviam sido feitas participantes dos privilégios externos e estavam sujeitas às energias peculiares de uma nova ordem de coisas. Sua visão, e sensações, e circunstâncias, haviam materialmente mudado. Quão grande é a diferença entre um ignorante, intolerante Judeu, e a pessoa descrita na passagem precedente! Ele havia se transformado com isto sendo outro homem. Ele não tinha, contudo, se tornado, no senso do apóstolo, uma 'nova criatura'. Seu pensamento não estava tão mudado para sinceramente crer 'a verdade como está em Jesus[13]', mas ainda, uma grande e até onde ela foi, uma radical mudança havia tido lugar" (Dr. J. Brown).
Agora é impossível "renovar para arrependimento" aqueles que abandonaram totalmente a revelação Cristã. Algumas coisas são "impossíveis" no que diz respeito à natureza de Deus, como ele não poder mentir, ou perdoar pecados sem a santificação em Sua justiça. Outras coisas que são possíveis à natureza de Deus são feitas impossíveis por Seus decretos ou propósitos: Veja I Samuel 15:28-29. Ainda outras coisas são "possíveis" ou "impossíveis" considerando a regra ou a ordem de todas as coisas conforme foram estabelecidas por Deus. Por exemplo, não pode haver fé sem ouvir a Palavra (Rm. 10:13-17).
"Quando se trata do [nosso] dever [para com estas pessoas], Deus não tem nem expressado ordem sobre elas, nem determinado meios para seu cumprimento, elas devem ser vistas então como sendo impossíveis [como, por exemplo, não há salvação sem arrependimento, Lucas 13:3 (A.W.P)]; e então, no que nos diz respeito, elas são absolutamente assim, e assim devem ser avaliadas. E é a 'impossibilidade' aqui essencialmente planejada. É uma coisa que Deus nunca nos ordenou que nos empenhássemos, nem determinou meios para alcançarmos, nem prometeu nos ajudar. É por isto que não temos nenhuma razão para procurar, tentar, ou esperar, já que isto não é possível por nenhuma lei, regra, ou constituição de Deus."

"O apóstolo não prossegue nos instruindo sobre a natureza de eventos futuros, além do que o nosso próprio dever é participante deles. Não é para nós procurarmos ou esperarmos, ou orarmos, ou nos empenharmos para a renovação de tais pessoas para arrependimento. Contudo, Deus deu uma lei sobre estas coisas a nós, e não a Si mesmo. Isto [renovação para arrependimento] pode ser possível para Deus, pelo que sabemos, e se não houver nisto uma contradição a quaisquer das divinas propriedades de Sua natureza; contudo, Ele não nos faz esperar quaisquer destas coisas Dele, nem tem Ele determinado quaisquer meios para que nós nos empenhemos nisto. Que Ele pode fazer nós devemos confiadamente aceitar; mas nosso dever quanto a estas pessoas está inteiramente terminado. E de fato, eles colocam a si mesmos completamente fora de nosso alcance" (Dr. John Owen).
É necessário ser observado cuidadosamente que no conjunto desta passagem de Hebreus 5:11 em diante o apóstolo está falando de seu próprio ministério. Nas mãos de Deus, Seus servos são os instrumentos pelos quais Ele trabalha e através dos quais cumpre Seu propósito evangelístico. Portanto, Paulo pode dizer com propriedade "porque eu pelo evangelho vos gerei" (I Co 4:15). E de novo: "Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós" (Gl. 4:19). Assim os servos de Deus têm, através da pregação do Evangelho, "renovado para arrependimento" aqueles citados em Hebreus 6:4. Mas eles apostataram, eles totalmente repudiaram o Evangelho. Sendo conseqüentemente "impossível" aos servos de Deus "renová-los novamente para arrependimento", pela razão auto-suficiente de que não têm outra mensagem para proclamar àqueles. Eles [os servos de Deus] não têm outro Evangelho de reserva, nem outros motivos a apresentar. O Cristo crucificado já havia sido posto diante deles. Ele [Cristo] eles agora denunciaram como um Impostor. Não há "nenhum outro nome" pelo qual eles possam ser salvos. Sua pública renúncia de Cristo tornou seu caso sem esperança, até onde os servos de Deus saibam. "Deixai-os" (Mt. 15:14) é agora sua ordem: compare com Judas 22. Se é, ou não, possível a Deus, consistentemente com Sua santidade, humilhá-los, nossa passagem não estabelece.

"Pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus" (verso 6).
Isto é apresentado para mostrar a gravidade de seu terrível crime e a impossibilidade deles serem renovados novamente para arrependimento. Renunciando à sua profissão Cristã eles declararam que Cristo é um Impostor. Portanto, são irrecuperáveis. Tentar prosseguir debatendo com eles, será somente deitar pérolas aos porcos[14]. Com este verso deve ser cuidadosamente comparada a passagem paralela em Hebreus 10:26-29. Estes apóstatas têm "recebido o conhecimento da verdade", apesar de não um conhecimento redentor dela. Depois disto eles pecaram "propositadamente": houve uma deliberada e aberta desaprovação da verdade. A natureza do seu pecado particular está designando um "pisar o Filho de Deus (algo que nenhum Cristão verdadeiro jamais fará) e contando (considerando) o sangue da aliança algo profano", é isto, olhando Aquele que foi suspenso na Cruz como um malfeitor comum. Para tanto "não resta mais sacrifício pelos pecados". Seu caso é sem esperança tanto quanto ao homem é concedido saber; e o escritor acredita, que os tais são abandonados por Deus também.
"Pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério". "Eles, portanto, se identificam a si mesmos com os que O crucificaram - eles acolheram e reconheceram sentimentos que eram Ele na terra e em seu poder, os quais lhes induziram a crucificá-Lo. Eles o expuseram à infâmia, fizeram dEle um exemplo público. Fizeram mais para desonrar a Jesus Cristo que Seus assassinos. Estes nunca professaram reconhecer Sua missão divina; mas estes apóstatas fizeram tal profissão - eles fizeram uma espécie de julgamento do Cristianismo, e, após o julgamento, o rejeitaram" (Dr. J. Brown).
Tal aviso foi necessário e bem calculado para agitar os indolentes Hebreus. Sob a economia do Antigo Testamento, por meio de tipos e profecias, eles tinham obtido vislumbres da verdade como sendo Cristo, a chamada "palavra da origem de Cristo". Sob aquelas sombras e vislumbres eles tinham sido educados, não sabendo sua completa importância até que tivessem sido abençoados com a plena luz do Evangelho, aqui chamado de "perfeição". O perigo ao qual eles estavam expostos era o de recuar do chão sobre o qual o Cristianismo os havia colocado, e relaxar ao Judaísmo. Agir desta forma significa re-entrar naquela Casa que Cristo havia deixado "deserta" (Mateus 23:38), e seria juntar forças com Seus assassinos [de Jesus], e portanto "eles, de novo crucificam o Filho de Deus", e por sua apostasia "o expõem ao (público) vitupério". Nós podemos acrescentar que a palavra grega aqui para "crucificar" é uma palavra mais forte que a que é geralmente utilizada: ela significa "crucificar ao alto". A atenção é assim direcionada para a ereção da cruz na qual o Salvador foi suspenso para escárnio público.

Tomando a passagem como um todo, é necessário ser lembrado que nem todos os que têm professado receber o Evangelho foram nascidos de Deus: a parábola do Semeador mostra que a Inteligência deve estar informada, a consciência examinada, os sentimentos naturais extirpados, e ainda não deve haver "raízes" neles. Nem tudo que reluz é ouro. Há sempre uma "mistura de gente" (Êxodo 12:38) que acompanha o povo de Deus. Além disso, há no verdadeiro Cristão um velho coração, que é "enganoso, mais do que todas as coisas, e perverso[15]", e por esta razão ele está em constante carência de um alerta fidedigno. Este, Deus tem dado a cada dispensação: Gênesis 2:17; Levítico 26:15-16; Mateus 3:8; Romanos 11:21; I Coríntios 10:12.

Conclusão

Finalmente, precisa ser dito que enquanto as Escrituras falam claramente e positivamente da perseverança dos santos, ainda é uma perseverança de santos, não de professantes não regenerados. A Divina preservação não está somente em uma situação segura, mas também em um caminho santo de disposição e conduta. Nós estamos "mediante a fé, guardados na virtude de Deus para a salvação[16]". Nós estamos guardados pelo Espírito trabalhando em nós um espírito de total dependência, renunciando nossa própria sabedoria e força. O único lugar do qual nós não podemos cair é aquele embaixo, na poeira. É lá que o Senhor busca Seu próprio povo, desarraigando-os de toda a confiança na carne, e dando-lhes a experimentar que é quando estão fracos é que são fortes[17]. Estes tais, e somente estes tais, são salvos e salvos eternamente.

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1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 NT - A palavra original do inglês é "professor", que significa alguém que professa uma determinada crença. Referindo-se a Cristãos, o ato de professar a fé, não implica necessariamente que esta pessoa tenha sido regenerada pelo sangue do Cordeiro de Deus. E este é o sentido no qual esta palavra deve ser entendida neste estudo: Uma pessoa que professa a fé Cristã, mas sem ter sido transformada por Cristo.
3 I Timóteo 1:19 - "Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé."
4 Hebreus 6:18 - "Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;"
5 II Timóteo 3:16 - "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;"
6 Mateus 11:28 - "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei."
7 Lucas 23:34 - "E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem..."
8 Hebreus 6:9 - "Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos."
9 Malaquias 4:2 - "Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria."
10 Mateus 13:20-21 - "20 O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;
21 Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende;"
11 Romanos 12:2 - "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."
12 NT. Este comentário se refere à tradução encontrada na Bíblia em Inglês (King James Version), na qual temos o seguinte texto: "If they shall fall away". A tradução em português de João Ferreira de Almeida, (conforme pode ser lida na Edição Revista e Corrigida Fiel ao Texto Original da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) traz "E recaíram" que é uma tradução perfeita e fiel ao texto grego original.
13 Efésios 4:21 - "Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;"
14 Mateus 7:6 - "Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem."
15 Jeremias 17:9 - "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?"
16 I Pedro 1:5 - "Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo."
17 II Coríntios 12:10 - "Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte."

Fonte: Site Luz para o Caminho Via: Voltemos ao Evangelho

Estamos Experimentando um Avivamento no Brasil?



O termo “avivamento” tem sido usado para designar momentos específicos na história da Igreja em que Deus visitou seu povo de maneira especial, pelo Espírito, trazendo quebrantamento espiritual, arrependimento dos pecados, mudança de vidas, renovação da fé e dos compromissos com ele, de tal forma que as igrejas, assim renovadas, produzem um impacto distinto e perceptível no mundo ao seu redor. Entre os exemplos mais conhecidos está o grande avivamento acontecido na Inglaterra e Estados Unidos durante o século XVIII, associado aos nomes de George Whitefield, João Wesley e Jonathan Edwards. Há registros também de poderosos avivamentos ocorridos na Coréia, China, África do Sul. Há vários livros que trazem o histórico dos avivamentos espirituais mais conhecidos.

“Avivamento” é uma palavra muito gasta hoje. Ela está no meio evangélico há alguns séculos. As diferentes tradições empregam-na de várias formas distintas. O termo remonta ao período dos puritanos (séc. XVII), embora o fenômeno em si seja bem mais antigo, dependendo do significado com que empregarmos o termo. O período da Reforma protestante, por exemplo, pode ser considerado como um dos maiores avivamentos espirituais já ocorridos.

Há diversas obras clássicas que tratam do assunto. Elas usam a palavra “avivamento” no mesmo sentido que “reavivamento”, isto é, a revivificação da religião experimental na vida de cristãos individuais ou mesmo coletivamente, em igrejas, cidades e até países inteiros. Vários puritanos escreveram extensas obras sobre o assunto, como Robert Fleming [1630-1694], The Fulfilling of the Scripture, Jonathan Edwards [1703-1758] em várias obras e um dos mais extensos e famosos, John Gillies [1712-1796], Historical Collections Relating to Remarkable Periods of the Success of the Gospel [Coleção de Registros Históricos de Períodos Notáveis do Sucesso do Evangelho].

Mas, não foi por ai que eu comecei. O primeiro livro que li sobre avivamento foi Avivamento: a ciência de um milagre, da Editora Betânia. Eu era recém convertido e o livro me foi doado por um pastor que percebeu meu interesse pelo assunto. O livro tratava do ministério de Charles Finney, que ministrou nos Estados Unidos no século XIX, e registrava eventos extraordinários que acompanhavam as suas pregações, como conversões de cidades inteiras. Além das histórias, o livro trazia extratos de obras do próprio Finney onde ele falava sobre avivamento. Para Finney, um reavivamento espiritual era o resultado do emprego de leis espirituais, tanto quanto uma colheita é o resultado das leis naturais que regem o plantio. Não era, portanto, um milagre, algo sobrenatural. Se os crentes se arrependerem de seus pecados, orarem e jejuarem o suficiente, então Deus necessariamente derramará seu Espírito em poder, para converter os incrédulos e santificar os crentes. Para Finney, avivamento é resultado direto do esforço dos crentes em buscá-lo. Se não vem, é porque não estamos buscando o suficiente.

As idéias de Finney marcaram o início de minha vida cristã. Hoje, muitos anos e muitos outros livros depois, entendo o que não poderia ter entendido à época. Finney era semi-pelagiano e arminiano, e muito do que ele ensinou e praticou nas reuniões de avivamento que realizou era resultado direto da sua compreensão de que o homem não nascia pecador, que era perfeitamente capaz de aceitar por si mesmo a oferta do Evangelho, sem a ajuda do Espírito Santo. As idéias de Finney sobre avivamento, principalmente o conceito de que o homem é capaz de produzir avivamento espiritual, influenciaram tremendamente setores inteiros do evangelicalismo e do pentecostalismo. Hoje, tenho outra concepção acerca do assunto.

Eu uso o termo avivamento no sentido tradicional usado pelos puritanos. E portanto, creio que é seguro dizer que apesar de toda a agitação em torno do nome, o Brasil ainda não conheceu um verdadeiro avivamento espiritual. Depois de Finney, Billy Graham, do metodismo moderno e do pentecostalismo em geral, “avivamento” tem sido usado para designar cruzadas de evangelização, campanhas de santidade, reuniões onde se realizam curas e expulsões de demônios, ou pregações fervorosas. Mais recentemente, após o neopentecostalismo, avivamento é sinônimo de louvorzão, dançar no Espírito, ministração de louvor, show gospel, cair no Espírito, etc. etc. Nesse sentido, muitos acham que está havendo um grande avivamento no Brasil. Eu não consigo concordar. Continuo orando por um avivamento no Brasil. Acho que ainda precisamos de um, pelos seguintes motivos:

1. Apesar do crescimento numérico, os evangélicos não têm feito muita diferença na sociedade brasileira quanto à ética, usos e costumes, como uma força que influencia a cultura para o bem, para melhor. Historicamente, os avivamentos espirituais foram responsáveis diretos por transformações de cidades inteiras, mudanças de leis e transformação de culturas. Durante o grande avivamento em Northampton, dois séculos atrás, bares, prostíbulos e casernas foram fechados, por falta de clientes e pela conversão dos proprietários. A Inglaterra e a Escócia foram completamente transformadas por avivamentos há 400 anos.

2. Há muito show, muita música, muito louvor – mas pouco ensino bíblico. Nunca os evangélicos cantaram tanto e nunca foram tão analfabetos de Bíblia. Nunca houve tantos animadores de auditório e tão poucos pregadores da palavra de Deus. Quando o Espírito de Deus está agindo de fato, ele desperta o povo de Deus para a Palavra. Ele gera amor e interesse nos corações pela revelação inspirada e final de Deus. Durante os avivamentos históricos, as multidões se reuniam durante horas para ouvir a pregação da Palavra de Deus, para ler as Escrituras, à semelhança do avivamento acontecido na época de Esdras em Israel, quando o povo de Deus se quedou em pé por horas somente ouvindo a exposição da Palavra de Deus. Não vemos nada parecido hoje. A venda de CDs e DVDs com shows gospel cresce em proporção geométrica no Brasil e ultrapassa em muito a venda de Bíblias.

3. Há muitos suspiros, gemidos, sussurros, lágrimas, olhos fechados e mãos levantadas ao alto, mas pouco arrependimento, quebrantamento, convicção de pecado, mudança de vida e santidade. Faz alguns anos recebi um convite para pregar numa determinada comunidade sobre santidade. O convite dizia em linhas gerais que o povo de Deus no Brasil havia experimentado nas últimas décadas ondas sobre ondas de avivamento. “O vento do Senhor tem soprado renovação sobre nós”, dizia o convite, mencionando em seguida como uma das evidências o surgimento de uma nova onda de louvor e adoração, com bandas diferentes que “conseguem aquecer os nossos ambientes de culto”. O convite reconhecia, porém, que ainda havia muito que alcançar. Existia especialmente um assunto que não tinha recebido muita ênfase, dizia o convite, que era a santidade. E acrescentava: “Sentimos que precisamos batalhar por santidade. Por isto, estamos marcando uma conferência sobre Santidade...” Ou seja, pode haver avivamento sem santidade! Durante um verdadeiro avivamento, contudo, os corações são quebrantados, há profunda convicção de pecado da parte dos crentes, gemidos de angústia por haverem quebrado a lei de Deus, uma profunda consciência da corrupção interior do coração, que acaba por levar os crentes a reformar suas vidas, a se tornarem mais sérios em seus compromissos com Deus, a mudar realmente de vida.

4. Um avivamento promove a união dos verdadeiros crentes em torno dos pontos centrais do Evangelho. Historicamente, durante os avivamentos, diferenças foram esquecidas, brigas antigas foram postas de lado, mágoas passadas foram perdoadas. A consciência da presença de Deus era tão grande que os crentes se uniram para pregar a Palavra aos pecadores, distribuir Bíblias, socorrer os necessitados e enviar missionários. Em pleno apartheid na África do Sul, estive em Kwasizabantu, local onde irrompeu um grande avivamento espiritual em 1966, trazendo a conversão de milhares de zulus, tswanas e africaners. Foi ali que vi pela primeira vez na África do Sul as diferentes tribos negras de mãos dadas com os brancos, em culto e adoração ao Senhor que os havia resgatado.

5. Um avivamento dissipa o nevoeiro moral cinzento em que vivem os cristãos e que lhes impede de ver com clareza o certo e o errado, e a distinguir um do outro. Durante a operação intensa do Espírito de Deus, o pecado é visto em suas verdadeiras cores, suas conseqüências são seriamente avaliadas. A verdade também é reconhecida e abraçada. A diferença entre a Igreja e o mundo se torna visível. Fazem alguns anos experimentei um pouco disso, numa ocasião muito especial. Durante a pregação num domingo à noite de um sermão absolutamente comum em uma grande igreja em Recife fui surpreendido pelo súbito interesse intenso das pessoas presentes pelo assunto, que era a necessidade de colocarmos nossa vida em ordem diante de Deus. Ao final da mensagem, sem que houvesse apelo ou qualquer sugestão nesse sentido, dezenas de pessoas se levantaram e vieram à frente, confessando seus pecados, confissões tremendas entrecortadas por lágrimas e soluços. O culto prolongou-se por mais algumas horas. E era um culto numa igreja presbiteriana! O clima estava saturado pela consciência da presença de Deus e os crentes não podiam fazer outra coisa senão humilhar-se diante da santidade do Senhor.

6. Um avivamento espiritual traz coragem e ousadia para que os cristãos assumam sua postura de crentes e posição firme contra o erro, levantando-se contra a tibieza, frouxidão e covardia moral que marca a nossa época.

7. Um avivamento espiritual desperta os corações dos crentes e os enche de amor pelos perdidos. Muitos dos missionários que no século passado viajaram mundo afora pregando o Evangelho foram despertados em reuniões e pregações ocorridas em tempos de avivamento espiritual. Os avivamentos ocorridos nos Estados Unidos no século XIX produziram centenas e centenas de vocações missionárias e coincidem com o período das chamadas missões de fé. Em meados do século passado houve dezenas de avivamentos espirituais em colégios e universidades americanas. Faz alguns anos ouvi Dr. Russell Shedd dizer que foi chamado para ser missionário durante seu tempo de colégio, quando houve um reavivamento espiritual surpreendente entre os alunos, que durou alguns dias. Naquela época, uma centena de jovens dedicou a vida a Cristo, e entre eles o próprio Shedd.

Não ignoro o outro lado dos avivamentos. Quando Deus começa a agir, o diabo se alevanta com todas as suas forças. Avivamentos são sempre misturados. Há uma mescla de verdade e erro, de emoções genuínas e falsas, de conversões verdadeiras e de imitações, experiências reais com Deus e mero emocionalismo. Em alguns casos, houve rachas, divisões e brigas. Todavia, pesadas todas as coisas, creio que um avivamento ainda vale a pena.

Ao contrário de Finney, não creio que um avivamento possa ser produzido pelos crentes. Todavia, junto com Lloyd-Jones, Spurgeon, Nettleton, Whitefield e os puritanos, acredito que posso clamar a Deus por um, humilhar-me diante dele e pedir que ele comece em mim. Foi isso que fizeram os homens presbiterianos da Coréia em 1906, durante uma longa e grave crise espiritual na Igreja Coreana. Durante uma semana se reuniram para orar, confessar seus pecados, se reconciliarem uns com os outros e com Deus. Durante aquela semana Deus os atendeu e começou o grande avivamento coreano, provocando milhares e milhares de conversões genuínas meses a fio, e dando início ao crescimento espantoso dos evangélicos na Coréia.

Só lamento em tudo isso que os abusos para com o termo “avivamento” tem feito com que os reformados falem pouco desse tema. E pior, que orem pouco por ele.

 
Extraído de www.ministeriobbereia.blogspot.com

terça-feira, 13 de março de 2012

Capelanias Evangélicas é alvo de movimento gay que vem tentando parar o serviço

Um trabalho de muita importância dentre muitos outros que são levados para aqueles que estão dentro de um hospital passando por momentos difíceis. Trabalho este que a LGBT está tentando impedir.
O movimento defensor das causas homossexuais, o LGBT (Lésbias, Gays, Bissexuais e Travestis), tem tentado impedir a atuação das Capelanias Evangélicas em hospitais. O grupo tem realizado acusações difamatórias à Associação de Capelania Evangélica Hospitalar, principalmente à capela Eleny Vassão de Paula Aitken (veja link do site no final do post), que atua no Centro de Referência e Treinamento em DST-AIDS (CRT-AIDS), e no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na cidade de São Paulo.
Artigos e comentários publicados na internet referem-se ironicamente ao trabalho realizado pelas capelanias evangélicas, em um dos textos, de Cláudio Celso Monteiro Jr. cita, traz o título “A homofobia (institucional) nossa de cada dia”, e outro, “Fundamentalismo religioso invade hospitais brasileiros”, de Ricardo Aguieiras. Também foram dirigidas críticas à Igreja Presbiteriana do Brasil, ao ser citado o livro “A missão da igreja gente a AIDS”, publicado pela Editora Cultura Cristã, há quase 20 anos.
Nos textos os grupos evangélicos são acusados de “homofobia”, “atendimento espiritual de maneira invasiva” e até de “sérias falhas em questões de biossegurança”. Mas, além da manifestação realizada através dos artigos as acusações já foram também realizadas verbalmente, direcionadas às diretorias dos hospitais que recebem assistência das capelanias evangélicas.
Desta forma, o trabalho dos evangélicos nos hospitais está correndo risco de ser interrompido, já que a Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual e Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania da vida de São Paulo tem apoiado o posicionamento dos grupos LGBT.
Com um tradicional trabalho de mais de 30 anos e atuante em mais de 200 hospitais brasileiros, a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar, numa tentativa de se defender seu trabalho e também de alertar a igreja brasileira sobre a situação, lançou uma nota em seu site convocando todos para um abaixo-assinado virtual, como apoio à instituição. Para assinar o abaixo-assinado é só acessar o site: CLIQUE AQUI
Conheça o site citado no post acima, o qual um trabalho de capelania em hospitais e está sendo alvo da LGBT: CLIQUE AQUI

Notícias Cristãs com informações do Inforgospel

A graça preveniente de Armínio

Depois que eu postei sobre o Calvinismo, fui acusado de ‘mentira, desinformação’ etc, etc. Pois me disseram que Armínio não ensinava que o homem não precisa da graça para crer.

Na verdade, acho que todos os calvinistas sabem disso. O Rev Onézio em um estudo sobre a Perseverança dos Santos diz que os Arminianos dizem quando confrontados com a morte: "Deus me deu a graça de crer e de aceitar Jesus Cristo, mas a salvação depende de meu esforço pessoal, de minha santificação, de minha fidelidade, de minha permanência na fé." E em uma observação diz: "Há muitos arminianos modernos. Para eles, sem a cooperação humana, a graça salvadora não tem eficácia. Deus oferece a salvação, e o homem aceita-a se quiser."

Por vezes nos esquecemos, outros não citam, pois, na verdade esse argumento é um subterfúgio para dar um solavanco no problema da depravação total. Que segundo alguns arminianos, não é total. Segundo outros, é.

Por exemplo, Laurence M. Vance diz que “A depravação do homem é uma doutrina bíblica, mas como vimos, a doutrina calvinista da Depravação Total não é.”

Ou seja, a natureza da depravação total não é bíblica!

Ao passo que Jerry Walls e J. R. Dongell dizem: “Na questão da depravação total, os calvinistas estão basicamente de acordo com os crentes de muitas outras tradições. As diferenças surgem quando alguém pergunta como Deus lida com pecadores nessa condição”
Ou seja, não existe então diferença na natureza da depravação total, mas na natureza do chamado!

Os arminianos dizem que os termos qualificativos acrescentado em expressões bíblicas, nos pontos do calvinismo, não são verdadeiros. Entretanto, eles precisam igualmente produzir termos aos pontos do arminianismo: A graça é resistível, a eleição é condicional, a depravação é parcial (aqui mora a confusão), a expiação é ilimitada, ...

Na verdade eu nem me interesso em termos. A Bíblia deve determinar, modelar, circunscrever, os ensinos doutrinários de qualquer religião. Ela diz o que é e acabou.

Agora pensemos como essa graça que capacita todos, segundo Armínio, processa o evangelho na mente e no coração do pecador. Segundo ele, a graça de Deus capacita todos os homens querer, entender, desejar, mover-se, crer, etc. no evangelho. Mas ainda assim eles podem dizer não, rejeitar, odiar, detestar, etc. o evangelho.
Note bem. Não é nada “objetivamente” diferente do que Pelágio ensinou. Semi ou inteiro, livre ou meio livre, todos acabam sendo capacitados e/ou capazes em crer no Evangelho. E se arrazoássemos, em favor de Pelágio, que o livre-arbítrio seria uma benção da graça comum? Por que os arminianos se zangam de serem confundidos e colocados no mesmo bojo dos pelagianos? Não estou dizendo que são, mas precisamos ser lógicos quando o assunto é o resultado prático da resposta do pecador ao chamado divino, conforme a interpretação arminiana ‘clássica’.

Se eles querem rotular essa graça, poderiam classificá-la de “graça incompleta”, ou se preferirem uma associação, é o chamado externo do evangelho que o calvinismo ensina. Não é a Graça que o calvinismo diz que é irresistível. Observe que essa Graça está associada com a Eleição:

“... sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça... Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos.” (Rm 11.5,6).

A ‘graça incompleta’ de Armínio, faz o que talvez a graça comum faz. Beneficia ordinariamente o homem, ilumina, melhora, ordena, mas não busca, não regenera, não arrasta e não transforma a alma. Porém, o ‘Calvinista’ Paulo, diz que Deus

“nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos...”
(2 Tm 1.9).



ELA PODE SER RESISTIDA?

Os arminianos dizem que Estevão afirmou que a graça é resistível quando disse “... Vós sempre resistis ao Espírito Santo...” (At 7.51).
Até aquele momento eles resistiram. A salvação tem dia e hora marcada para acontecer. Para ser aplicada objetivamente nos eleitos no tempo, embora tenha sido planejada na eternidade. Saulo estava ali (At 8.1. a), e a graça de Deus usou outros meios para salvá-lo em outro momento (At 9.1-30). Ele foi eleito e separado antes de estar ali. Mas naquele momento resistiu. Para estabelecermos isso de fato, leiamos o testemunho dele sobre esse assunto:

“Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava. E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu pregasse entre os gentios...” (Gl 1.13-16).


São palavras inspiradas que testemunham em favor de uma graça diferente da que Armínio defendeu. Foi QUANDO ARPROUVE a Deus chamar por determinação e graça; esse filho da ira, perseguidor da Noiva de Cristo, que efetivamente estava endurecido mesmo diante da graça (incompleta, ou comum, ou do chamado externo) na pregação de Estevão, conforme notamos em Atos 7.51,54. Somente no momento Soberano que o Pai trouxe Saulo aos pés do Filho (Jo 6.44).
Senhores arminianos tomem jeito de crentes!

SERTÃO: UM CAMPO MISSIONÁRIO QUE CLAMA!



O missionário Silvany Luiz da Silva é natural da Bahia, casado com Socorro Oliveira e pai de

Vanessa Giovanna de13anos e Giovanni Yan de 3 anos.Eles estão trabalhando como

missionários na Região do Seridó há 15 anos. Começaram o trabalho Batista na cidade de

Carnaúba dos Dantas e promoveu a expansão para os seguintes Lugares: Jardim do Seridó,

Parelhas, Santana do Seridó e o Povoado Ermo na zona Rural.
Atualmente estão trabalhando nas seguintes frentes missionárias: Na cidade de Acari em dois
Bairros e na comunidade Gargalheiras; Na cidade de Santana do Seridó e na comunidade
Lajinha, Zona Rural do município.
Durante estes anos investiram tempo na evangelização, discipulado e treinamentos de obreiros

locais para alcançar pessoas na própria Região.
A Evangelização do Sertão representa um grande desafio a Igreja do Senhor. O desafio de
alcançar o povo sertanejo precisa ser encarado de forma urgente. Portanto, é hora da Igreja
focar seus esforços em favor da evangelização e plantação de Igrejas nesta área carente e
necessitada. Vamos juntos trabalharem prol da salvação dos sertanejos, pois o Sertão é um
campo missionário que clama.
“Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm
conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa”. I Co. 15.34.
Silvany Luiz.
Diretor do Sal da Terra/RN

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sermão do Rev. Jan Mark nos 80 Anos da IPB Monteiro-PB

 Data 12/03/2012

Local: Igreja Mãe

Texto: Fp 3.12-14

Tema: Principios Para Uma Vida Vitoriosa

1. Não Viver Prisioneiro do Passado. v.13A

2. Viva o Presente em Direção ao Futuro. v.13B

3. Viva o Hoje à Luz da Eternidade. v.14

Sermão Dominical do Pb. Missº Veronilton Paz (IPB Sítio Serrote)

Data 12/03/2012

Texto: João 5.39-44

Tema: O que Conseguimos Examinando as Escrituras?

1. Aprendemos Sobre a vida eterna. v. 39A

2. Conhecemos Jesus Cristo. v.39B

3. Recebemos Vida em Cristo. v. 40

4. Vivemos para Glória de Deus. v.41,44

5. Conhecemos de Forma Real o Amor de Deus. v42

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: Parte 1.

Depois de algum tempo que viemos criticando extensamente o Adventismo, Leandro Quadros decidiu dar uma resposta ao MCA. Ele usou como ‘bode’, uma postagem onde fiz menções com base em tudo que tenho lido do Adventismo e sobre o Adventismo. A postagem sugere que; diante de alguns fatos que envolveram o ministério de Ellen White, e tendo em vista o tal conceito adventista em torno dela chamado de “Espírito de Profecia”, isso pode ser enquadrado dentro da operação do erro de Satanás como mostra II Ts 2.11.

(Pelo menos o Leandro não deveria se magoar com isso, pois ele tem sempre classificado o calvinismo de diabólico.)

Naquela postagem, não tive a preocupação, de mostrar onde li. Mas as postagens no MCA mostravam a base daquela conclusão. Por isso, consciente ou não, ele aproveitou da ausência de documentação em dizer que usei de distorção dos fatos. Aliás, já percebi que muita gente gosta de dizer isso, inclusive o Leandro Quadros tem um hábito de taxar os críticos de Ellen White de desinformados, parciais, que não buscam na fonte, etc.

Convido os leitores dele, a lerem a série aqui no blog: “A igreja Adventista é uma seita?” (veja o primeiro aqui),com sete partes (favor ler todos e lidar com os argumentos dos respectivos artigos nos artigos). Creio que está ali a evidencia de tudo que ele disse que eu não apresentei. Mas como seria difícil os leitores da postagem dele ler todas as postagens, responderei ele a partir desta.

Usarei algumas postagens para ver se estamos diante de distorções, interpretações, justificativas, mutações de conceitos, etc. Visto que é muito difícil o Leandro Quadros liberar comentários no Blog dele, posto aqui minha resposta aos que se interessarem, lá ou aqui.

Espero que ele coloque minha resposta no site dele, pois o link da dele na integra está AQUI.

Antes de avaliar a refutação apresentada, ele parece que desprezou a minha suposição da “operação de do erro de Satanás”, dizendo que ‘nenhum intérprete pensa assim’.

Primeiro, que o texto ensina que a Operação do Erro vem com sinais e prodígios para crerem na mentira, antes mesmo do surgimento do iniquo. As interpretações escatológicas são variadas entre os Protestantes fieis. Mas podemos ler que ‘o ministério da iniquidade já operava’ nos dias de Paulo e que Deus ‘enviava a operação do erro para eles crerem na mentira’ (II Ts 2.7,9). Isto é, o falso ensino prepara o caminho para o Iniquo. Dentro dessa perspectiva, E SE as minhas proposições forem corretas em torno de Ellen White, a conclusão seria inescapável.

Sobre o incomodo causado, mostro o que o Nisto Cremos diz sobre esse texto: “A Bíblia revela que a observância do domingo como instituição cristã tem sua origem no “mistério da iniqüidade” (II Tess. 2:7).” (Pg346). “Paulo explicou que tal apostasia teria de ocorrer antes do retorno de Cristo. Sua vinda era tão certa que o simples fato de ela ainda não se haver manifestado, foi apontado pelo apóstolo como evidência de que a vinda de Cristo ainda não era iminente Ou, segundo suas próprias palavras: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (II Tess. 2:3 e 4). Mesmo nos dias de Paulo, a apostasia já se encontrava em operação, embora de forma limitada. Seu método de operação era satânico, “com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça” (II Tess. 2:9 e 10). Antes do final do primeiro século, João observou que “muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”. Efetivamente, disse ele, “o espírito do anticristo, ... presentemente, já está no mundo” (I João 4:1 e 3). (Pg 214).

Ou seja, o DOMINGO era um dos sinais da operação do erro, operação e ministério esse que já estava em atuação no dia de Paulo.

Leandro Quadros, disse que o ministério de EW é “lindo”. Pergunto: O que é mais lindo para o cristianismo? O Dia da Ressurreição do Senhor ou o ministério de EW? No entando, o adventismo diz que o domingo é fruto da operação do erro.

Segundo, e muito engraçado, é que a interpretação do Juízo Investigativo é identidade adventista, sem nenhum apoio externo... Nenhum cristão no mundo, e na história, jamais disse que Jesus entrou no santíssimo em 22 de outubro de 1844. Agora ele apresenta esse discurso: que não existe OUTROS que interpretam o que eu disse? Eu apresentei um princípio que se identifica, entre tantos outros, com o Espírito de Profecia. Só isso.

Agora sim, vamos ao que ele disse. As partes em negrito são do Leandro Quadros:

1º) “Ele deveria ter informado aos seus leitores que ela saiu do metodismo por ter abraçado alguma verdades adicionais, jamais abandonou a fé cristã.”

Ao Leandro, e aos seus leitores: Quais verdades? Se nessa época não se cria no Juízo Investigativo, nem no Sábado, nem na reforma da saúde, em qual “verdade adicional ela creu?” Apenas em uma: Jesus voltaria em março de 1843, depois em março de 1844 depois em 22 de outubro de 1844. Existem outras verdades que foram descobertas por ela antes? Poderia nos citar algumas? Devemos lembrar que Ellen White disse:

“[...] as igrejas começaram a tomar providências disciplinares contra os que tinham abraçado as opiniões de Miller”(GC,1975, p.336).

“Assim seguiram as igrejas protestantes nas pegadas dos romanistas [...] as igrejas protestantes alegavam que uma parte importante da Palavra de Deus – parte que apresentavam verdades especialmente aplicáveis ao nosso tempo – não podia se compreendida” (GC,1975, p.340).

Pergunto ao Leandro e aos seus leitores: Se um Pentecostal interpretar um texto bíblico dizendo que Jesus voltará em 2844 e um adventista segui-lo, crendo em tal mensagem, ele continua sendo adventista? Ellen White é uma desviada sim, de uma igreja cristã. Ela não mudou de denominação simplismente por convicção doutrinária, ou não estava ela desviada anteriormente e se restaurou em uma outra denominação. Ela seguiu um falsa profecia.

Jesus disse: “Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não o sigais.” (Lc 21.8). Compare isso que o Senhor Jesus disse agora com o que EW diz aqui:

“multidões se convenceram da exatidão dos princípios de interpretação profética adotados por Miller e seus companheiros, e maravilhoso impulso foi dado ao movimento do advento" (GC, 1975, p. 335)

2º) “O referido apologista deveria ter informado que Ellen White nunca marcou datas para a volta de Jesus. Foi o batista Guilherme Miller...”

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: Primeiro que eu não disse isso. Eu disse que ela não se importou com a advertência de Jesus em Mt 24.36, por isso seguiu Miller. Segundo, eu já respondi isso que o Leandro Quadro diz, repetindo Francis Nichol e outros, dizendo sempre que foi “O batista” Miller que anunciou a volta de Cristo.

Veja o que Ellen White achava de Miller: “Deus mandou Seu anjo mover o coração de um lavrador, que não havia crido na Bíblia, a fim de o levar a examinar as profecias. Anjos de Deus repetidamente visitavam aquele escolhido, para guiar seu espírito e abrir á sua compreensão profecias que sempre tinham sido obscuras para o povo de Deus.”(GC, 2010, p. 229).

Não foi um pregador (desviado) batista! Segundo Ellen White, foram ‘anjos’ que orientaram Miller. Seria melhor os adventistas terem o conceito que EW teve de Miller, mediante revelações, do que aceitarem a propaganda atual para desvenciliar-se da falsa profecia de 1844.

Veja por exemplo a revelação que ela teve de Miller como sendo ‘um homem com a vassoura’ nos Primeiros Escritos onde uma “... porta se abriu e um homem entrou na sala, quando todas as pessoas se haviam retirado; e esse homem, tendo na mão uma vassoura, abriu as janelas, começando a varrer a sujeira e o lixo da sala. Pedi-lhe que desistisse, pois havia algumas jóias preciosas espalhadas entre o lixo. Disse-me ele para "não temer", pois "tomaria cuidado delas". Então, enquanto ele varria o lixo e a sujeira, jóias e moedas falsas, tudo saiu pela janela como uma nuvem, sendo levados pelo vento para longe. Na agitação eu fechei os olhos por um momento; quando os abri o lixo tinha desaparecido. As jóias preciosas, os diamantes, as moedas de ouro e de prata, continuavam espalhadas em profusão por todo o recinto. Ele colocou então sobre a mesa um cofre, muito maior e mais belo que o anterior, e ajuntou as jóias, os diamantes, as moedas, e lançou-as dentro do cofre, até não ficar uma só, embora alguns dos diamantes não fossem maiores que a ponta de um alfinete. Então ele me chamou: "Vem e vê." Olhei para dentro do cofre, mas os meus olhos estavam deslumbrados com a visão. Elas brilhavam com glória dez vezes maior que a anterior. Pensei que tivessem sido esfregadas contra a areia pelos pés das pessoas ímpias que as haviam espalhado e sobre elas pisado contra a poeira. Elas estavam arrumadas em bela ordem no cofre, cada uma no seu devido lugar, sem qualquer visível esforço da parte do homem que as pusera ali. Soltei uma exclamação de verdadeira satisfação, e esse grito despertou-me.”

O esforço de deslocar a culpa para um pregador BATISTA, é neutralizado por EW que sempre procurou dar um peso profético ao ministério Gulherme Miller. Veja:

"Assim como Eliseu foi chamado [...] também Guilherme Miller foi chamado para deixar o arado e desvendar ao povo os mistérios do reino de Deus” (GC,1975, p.330)“em quase todos os lugares que Miller pregava resultava em avivamento”(GC,1975, p.331).

Já postei tanto sobre isso aqui no MCA que lamento que os leitores de Leandro jamais tenham visto. E muitos nem irão ler. Repetidas vezes eles comentam aqui dizendo: “FOI MILLER, FOI MILLER !!!”.

E sobre Mt 24. 36? O que diziam os adventistas? EW diz sobre esse texto:

“Daquele dia e hora ninguém sabe", era o argumento mais freqüentemente aduzido pelos que rejeitavam a fé do advento. do Céu, nem o Filho, mas unicamente Meu Pai." Mat. 24:36. Uma explicação clara e harmoniosa desta passagem era apresentada pelos que aguardavam o Senhor, e o emprego errôneo que da mesma faziam seus oponentes foi claramente demonstrado. Estas palavras foram proferidas por Cristo na memorável conversação com os discípulos, no Monte das Oliveiras, depois que Ele, pela última vez, Se afastou do templo. Os discípulos haviam feito a pergunta: "Que sinal haverá de Tua vinda e do fim do mundo?" Jesus lhes deu sinais, e disse: "Quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele está próximo às portas." Mat. 24:3 e 33. Não se deve admitir que uma declaração do Senhor destrua outra. Conquanto ninguém saiba o dia ou a hora de Sua vinda, somos instruídos quanto à sua proximidade, e isto nos é exigido saber. Demais, é-nos ensinado que desatender à advertência ou recusar saber a proximidade do advento do Salvador, ser-nos-á tão fatal como foi aos que viveram nos dias de Noé o não saber quando viria o dilúvio. E a parábola, no mesmo capítulo, põe em contraste o servo fiel com o infiel e dá a sentença ao que disse em seu coração - "O meu Senhor tarde virá". Mostra sob que luz Cristo olhará e recompensará os que encontrar vigiando e pregando Sua vinda, bem como os que a negam. "Vigiai, pois", diz Ele; "bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim." (Mat. 24:42-51.) "Se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei." Apoc. 3:3. Mostrou-se assim que as Escrituras não oferecem garantia aos homens que permanecem em ignorância com relação à proximidade da vinda de Cristo. Aqueles, porém, que unicamente desejavam uma desculpa para rejeitar a verdade, fechavam os ouvidos a esta explicação; e as palavras - "Daquele dia e hora ninguém sabe" - continuaram a ser repetidas pelos audaciosos escarnecedores e mesmo pelos professos ministros de Cristo. Ao despertarem os homens e começarem a inquirir do caminho da salvação, interpuseram-se ensinadores religiosos, entre aqueles e a verdade, procurando acalmar-lhes os temores com interpretações falsas da Palavra de Deus. Infiéis vigias uniram-se na obra do grande enganador, clamando: "Paz, Paz!" quando Deus não havia falado de paz. Muitos, tais quais os fariseus do tempo de Cristo, se recusaram a entrar no reino do Céu e embaraçavam aos que estavam entrando. O sangue dessas almas ser-lhes-á requerido.” (GC 370-372).

Notou? Quem foi acusado de falta de fidelidade a Deus?

Deixo com você o julgamento da explicação acima. Que coerência haveria entre as Palavras Soberanas de Cristo, com marcar o retorno de Cristo para 22 de outubro de 1844?

Continua ... 

Por Que Devemos Ser Explicitamente Teológicos


Por Kevin DeYoung

Se não me engano, nossa igreja tem uma reputação de ser bastante teológica. Sei que por isso muitas pessoas têm vindo à nossa igreja. E imagino por que algumas pessoas têm saído dela, ou nem sequer nos procuraram. Mas nenhuma igreja deveria se desculpar por falar e gostar de teologia. Contudo – isto é uma importante advertência – se somos arrogantes com a nossa teologia, se a nossa paixão doutrinária é simplesmente um objetivo intelectual eticamente duvidoso, ou se somos completamente desproporcionais em nossos afetos para com outras doutrinas não tão consideráveis, então que o Senhor nos repreenda. Não devemos ficar surpresos se a teologia receber uma péssima classificação em tais circunstâncias.

Mas quando se trata de pensar, alegrar-se e edificar uma igreja sobre fundamentos bíblicos saudáveis, deveríamos todos desejar uma igreja profundamente teológica. Eu poderia citar muitos motivos para pregar teologicamente e muitos motivos para pastorear uma congregação que ama teologia. Vou citar seis:

Deus se nos revelou na sua palavra e nos deu o seu Espírito para que pudéssemos compreender a verdade. Obviamente, não precisamos dominar todos os temas das Escrituras para sermos cristãos. Deus é gracioso para salvar muitos de nós com falhas de discernimento. Mas se temos uma Bíblia, sem mencionar os empecilhos materiais quando se trata de recursos impressos, por que não gostaríamos de entender o máximo possível da auto-revelação de Deus? Teologia é saber mais de Deus. Você não gostaria que sua igreja conhecesse mais de Deus?

O Novo Testamento dá muito valor ao discernimento entre a verdade e o erro. Há um depósito de verdade que deve ser resguardado. Falsos ensinamentos devem ser lançados fora. Os bons ensinamentos devem ser promovidos e defendidos. Isso não acontece com alguns candidatos a Ph.D. insensíveis que se consomem diante de microfichas. Foi a paixão dos Apóstolos e do próprio Senhor Jesus que elogiou a igreja em Éfeso por ser intolerante com os falsos mestres e que odiava o comportamento dos Nicolaitas.

Os mandamentos morais do Novo Testamento são fundamentados em proposições teológicas. Tantas epístolas de Paulo têm uma estrutura dupla. Os capítulos iniciais apresentam doutrina e os capítulos posteriores nos exortam à obediência. Doutrina e vida estão sempre conectadas na Bíblia. É por causa das misericórdias de Deus, à vista de todas as realidades sólidas teológicas em Romanos 1-11, que somos convocados a entregar nossas vidas como sacrifícios vivos em Romanos 12. Conheça a doutrina, conheça a vida. Nenhuma doutrina, nenhuma vida.

Categorias teológicas nos capacitam mais e nos fazem regozijar mais profundamente na glória de Deus. Verdades simples são maravilhosas. É bom cantar hinos simples como "Deus é bom. Sempre!" Se você cantar isso com fé sincera, o Senhor se agrada. Mas ele também se agrada quando podemos cantar e orar sobre exatamente como ele tem sido bom conosco no plano da salvação e no alcance da história da salvação. Ele se agrada quando nos gloriamos na obra completa de Cristo, quando descansamos em sua providência todo-abrangente, e nos maravilhamos na sua infinitude e auto-existência; quando podemos nos deleitar em sua santidade e meditar na sua Trindade e Unidade e nos maravilhar com sua onisciência e onipotência. Estas categorias teológicas não têm a intenção de nos encher a cabeça, mas nos dar corações maiores que adoram com mais profundidade e sermos mais altos porque pudemos ver melhor o que há em Deus.

A teologia nos ajuda e nos ensina a nos regozijar mais profundamente nas bênçãos que são nossas em Cristo. Repito, é doce saber que Jesus nos salva dos nossos pecados. Não há notícia melhor do que essa no mundo. Mas como seu deleite será mais completo e mais profundo se você compreender que a salvação significa eleição pela graça de Deus, expiação para cobrir seus pecados, propiciação para desviar a ira divina, redenção para comprá-lo para Deus, justificação diante do trono do julgamento de Deus, adoção na família de Deus, santificação constante pelo Espírito, e glorificação prometida no fim dos tempos. Se Deus nos deu tantas e tão variadas bênçãos multiplicadas em Cristo, não lhe ajudaria a honrá-lo compreendendo quais são elas?

Até mesmo (ou seria especialmente) os que não são cristãos precisam de boa teologia. Eles não se entusiasmam quando ouvem uma pregação ordo salutis seca. Mas quem deseja pregações secas seja sobre lá o que for? Se você pode falar de maneira simpática, apaixonada, e simplesmente sobre as bênçãos da vocação verdadeira, da regeneração e da adoção, e sobre como todas essas bênçãos que se encontram em Cristo, e sobre como a vida cristã é nada mais nem menos do que aquilo que somos em Cristo, e como isto significa que Deus realmente deseja que sejamos sinceros, quando nascidos de novo e não como éramos nascidos no pecado – se você der tudo isso aos que anão são cristãos, e o der explicitamente, você lhes dará uma porção de teologia. E, se o Espírito de Deus estiver operando, eles poderão simplesmente voltar para buscar mais.

Não existem motivos para qualquer igreja ser algo menos do que robustamente teológica. As igrejas continuarão sendo de todos os formatos e tamanhos. Mas "sem teologia", ou pior, "anti-teológicas" elas não deveriam ser.

Traduzido por: Yolanda Mirdsa Krievin

Fonte: Editora Fiel