sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Moda, Teologia & Pimenta...

Moda, Teologia & Pimenta!


Por Marcelo Lemos


Poucos dias atrás, minha esposa deu início a um antigo sonho pessoal: começar um blog. Um cantinho da Net onde ela pudesse compartilhar reflexões sobre os mais variados assuntos, com predileção por Moda e Teologia - duas paixões pessoais. 


O blog, que tem por nome Moda, Teologia & Pimenta, pretende ser atualizado diariamente, e, pelas manhãs, tem me dado o espaço de publicar um breve devocional, de nome "Maná de Hoje". A cada manhã, o leitor pode iniciar o dia com um reflexão bíblica, minha, ou de outros teólogos e pastores. 


Mas, que tem haver a pimenta do título do blog, é questão para se descobrir acessando...
Sobre o editor: Marcelo Lemos Gonçalves é Bacharel em Teologia, pastor,apaixonado por pregação, liturgia, anglicanismo e escola dominical. Casado, com Meirelene Gonçalves,  é pai de dois filhos, Yago e Yuri; e nas horas nada vagas, atua como blogueiro. De vez em quando, acha que sabe fritar pastéis, fazer churrasco e escrever artigos.

O enxofre nas Escrituras



Doutor Bíblia Responde

Por Marcelo Lemos

Pergunta enviada ao “Doutor Bíblia Responde”: “A minha pergunta é a seguinte: em algum momento na Bíblia Deus manda que se purifique o templo e seus utensílios com enxofre? Em que parte está isto?”

Desconheço completamente tal referencia ao enxofre nas Escrituras. Acredito que se alguém fez tal afirmação, equivocou-se completamente. Pode não ser o caso, mas é bem comum, infelizmente, alguém fazer afirmações totalmente desprovidas de embasamento lógico. Um exemplo destes foi analisado no artigo sobre a suposta falsificação da História de Eva.

A menos que me esteja escapando alguma referencia peculiar, o enxofre sempre é utilizado nas Escrituras como símbolo para o castigo divino.

Então o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra” - Gn 19.24.

Morará na sua mesma tenda, o que não lhe pertence; espalhar-se-á enxofre sobre a sua habitação” - Jó 18.15.

Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo” - Salmos 11.6.

Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos” - S. Lucas 17.29.

E os seus ribeiros se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre, e a sua terra em pez ardente” - Isaías 34.9.

E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” - Ezequiel 38.22.

E toda a sua terra abrasada com enxofre, e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma; assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o SENHOR destruiu na sua ira e no seu furor” - Deut. 29.23.

Honestamente, desconheço qualquer uso diferenciado para o enxofre nas Escrituras Sagradas. Aliás, os alquimistas reclamam de terem sido perseguidos pela Igreja na Idade Média por usarem enxofre em seus experimentos; como enxofre sempre aparece nas Escrituras como algo negativo, relacionado ao Mal, eles eram acusados de Satanismo.

Paz e bem

Doutor Bíblia Responde. Envie suas perguntas para marcelolemos.editor@hotmail.com. Para acessar os demais artigos da série clique AQUI.

Sobre o editor: Marcelo Lemos Gonçalves é Bacharel em Teologia, pastor,apaixonado por pregação, liturgia, anglicanismo e escola dominical. Casado, com Meirelene Gonçalvez,  é pai de dois filhos, Yago e Yuri; e nas horas nada vagas, atua como blogueiro. De vez em quando, acha que sabe fritar pastéis, fazer churrasco e escrever artigos.

Ética Cristã

É pecado beber vinho?

Sou abstêmio convicto, motivado especialmente por caso de alcoolismo na família e por compreender o dano social causado pelo consumo de bebidas alcoólicas. Portanto, este texto não pretende ser uma apologia a nada, exceto talvez ao equilíbrio bíblico, tendo em conta a advertência: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4:2). A obediência aos mandamentos começa por não ficar aquém nem ir além de onde a própria Bíblia vai.

Fiz uma busca rápida por vinho no Novo Testamento e a encontrei em cerca de 30 versículos. Algumas palavras importantes são estudadas a seguir.



Oinos

Esta palavra aparece 33 vezes em 25 versículos (em alguns versículos ocorre repetidamente), e é traduzida “vinho” em todas as ocorrências pela Revista e Atualizada. Que vinho [oinos] contém álcool fica claro na seguinte passagem: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). A Septuaginta usa oinos para traduzir os hebraicos yayin, chemer, ieqev, sove, asis, shekar, shemer e tirosh, indistintamente.

Quanto ao vinho usado na última ceia, não é dito de que tipo era, visto que a palavra vinho não ocorre nesse contexto. De qualquer forma, as igrejas apostólicas celebravam a ceia com vinho inebriante, pois é dito que “ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague 1Co 11:21. Note que em suas repreensões à forma desordenada na qual a igreja corintiana celebrava a ceia do Senhor, Paulo não inclui o tipo de vinho utilizado.

Interessante notar, também, que Jesus foi acusado de bebedor de vinhos [oinopotes]: “Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lc 7:34). Em uma passagem da primeira epístola de Pedro, bebedices é tradução de um termo derivado de oinos [oinophlugia]: “Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias” 1Pe 4:3

A conclusão é de que o termo mais comumente traduzido vinho no Novo Testamento refere-se a uma bebida capaz de causar embriaguez se consumida em grande quantidade. É possível que o vinho feito por Jesus em Caná e o utilizado na última ceia fossem do mesmo tipo consumido comumente pelos judeus de seus dias, que bebido puro e em grande quantidade era embriagante. No caso da ceia em Corinto, é-nos permitido concluir que a mesmo continha álcool, pois ninguém se embriaga com suco de uva.

Gleukos

Em Atos 2:13 a Revista e Corrigida traduz gleukos como mosto, um suco doce de uva espremida: “Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!” (At 2:13.) Tecnicamente, mosto é o vinho ainda não totalmente fermentado. De qualquer forma, deveria ser embriagante, visto que a Revista e Atualizada traduz “cheios de mosto” como “embriagados”. A própria expressão dos ouvintes requeria que eles estivessem alterados.

Oxos

Outra palavra traduzida por vinho é oxos: “deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber” (Mt 27:34). Era uma mistura de vinho azedo ou vinagre e água que os soldados romanos estavam acostumados a beber. De fato, a palavra só ocorre nos Evangelhos e somente no episódio da crucificação de Jesus (Mt 27:34, 48; Mc 15:36; Lc 23:36; Jo 19:29-30), sendo traduzida mais comumente como vinagre. Logo, este seguramente não era o vinho utilizado na última ceia, na ceia do Senhor da igreja primitiva e nem mesmo o vinho consumido normalmente pelos judeus nos dias de Jesus.

Sikera

É uma palavra traduzida como bebida forte na única vez que ocorre: “Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno” (Lc 1:15). Não era vinho, mas uma bebida forte e intoxicante. Era um produto artificial, feito de uma mistura de ingredientes doces, derivados de grãos ou legumes, ou do suco de frutas (tâmara), ou de uma decocção do mel.

Methe

A palavra beberrão, bêbado, bebedices, etc. deriva de methe que significa embriaguez bebedeira, intoxicação: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (1Co 5:11. Ver ainda 1Co 6:10). Methe e seus derivados estão associados ao consumo excessivo de bebidas. E este excesso é claramente proibido nas Escrituras, como por exemplo Ef 5:18 onde a proibição não é quanto ao consumo de vinho [oinos], mas à embriaguez [methusko], pois como demonstrado acima, Jesus bebia vinho (Lc 7:34, citado acima), mas o irmão beberrão deveria ser evitado (1Co 5:11, citado acima). Não há uma proibição do tipo “não beberás vinho”. Parece que o ensino bíblico é mais no sentido da moderação. Por exemplo, nas descrições dos requisitos para os oficiais da igreja, a proibição é quanto ao excesso: “É necessário, portanto, que o bispo seja... não dado ao vinho” (1Tm 3:2-3), “semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam... não inclinados a muito vinho” (1Tm 3:8) e “quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam... não escravizadas a muito vinho” (Tt 2:3).

A proibição geral é quanto ao embriagar-se, não quanto ao consumo em si, feito com moderação. É neste sentido que temos advertências do tipo “não vos embriagueis com vinho” (Ef 5:18), “acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da... embriaguez” (Lc 21:34), “Andemos dignamente... não em orgias e bebedices” (Rm 13:13), pois “não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5:21).

Ao lado disso, há a recomendação do experiente Paulo ao jovem Timóteo para que este bebesse um pouco de vinho, devido a seus problemas de saúde. “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1Tm 5:23) É interessante aqui observar duas coisas, a quantidade e a finalidade. Era para tomar “um pouco” de vinho e “por causa” de seus problemas gástricos, ou seja, com finalidade terapêutica.

Concluindo, se alguém me perguntar o que eu acho sobre o crente beber com moderação, direi que o mesmo deve evitar, pelas razões que expressei na introdução. Mas se alguém me perguntar se a Bíblia proíbe ao crente beber de forma moderada, para ficar em paz com minha consciência, direi que não. Pois de fato ela não o faz. Ela proíbe a embriaguez, mas não o consumo moderado.

Fonte: Cinco Solas
Fonte: www.presbiterianoscalvinistas.blogspot.com 

Democracia para os Homoxessexuais é Pensar Igual a Eles

Militantes gays reafirmam que querem censurar cristãos e traçam estratégia pós-eleição


Em matéria publicada no site gay Mundo Mais no final de outubro, o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis, expõe os planos da militância gayzista a partir dos resultados das eleições de 2010. Ele avalia o novo quadro político e se mostra confiante no sucesso dos projetos gayzistas com a eleição de Dilma Rousseff (PT).

É interessante observar o cinismo nos discursos de Dilma e Toni Reis, que dizem “não querer prejudicar ninguém” e, “bondosamente”, até aceitam que religiosos possam falar de homossexualismo, mas só dentro das igrejas, como se isso fosse uma grande liberdade que eles estivessem concedendo aos cristãos.

A matéria com Toni Reis, figura atuante no lobby gay junto ao Governo e Congresso Nacional, acrescenta que religiosos não devem poder se expressar publicamente sobre o homossexualismo, muito menos nos meios de comunicação, citando o exemplo do Pr. Silas Malafaia, o qual a militância gay freqüentemente rotula como “homofóbico” e cujo programa “Vitória em Cristo” a ABGLT já tentou censurar anteriormente, além de ter solicitado ao Conselho Federal de Psicologia (CFP) punição para o pastor, que é também psicólogo.

Para enganar incautos, Toni Reis, Dilma Rousseff e companheiros gayzistas fingem “amaciar” o PLC 122, dando autorização para que religiosos se expressem, mas apenas dentro de suas igrejas, e olhe lá. Nada de cristãos abrindo o bico fora dali.

Mas as avenidas e praças públicas, escolas, TVs, rádios, jornais, além de todo o aparato estatal, permanecerão à inteira disposição dos militantes gays para fazerem propaganda de seu estilo de vida e de sua ideologia, inclusive contra os cristãos, como já vem acontecendo há bastante tempo.

Em resumo: Liberdade de expressão? Só para a militância homossexual. Censura para os religiosos e todos mais que contrariarem a agenda gay.

Continuam, espertamente, confundindo Estado laico com Estado anti-cristão — ou Estado gay. E transformando a democracia em homocracia.

Fonte: Liberdade de Expressão

Divulgação: http://www.juliosevero.com/

Papai Noel dos gays

Pr. Ademir Kreutzfeld é perseguido por alertar acerca da agenda homossexual

ABGLT entra com ações legais por crime de ódio contra Julio Severo e outros cristãos brasileiros

Brasileiros rejeitam em maioria esmagadora agenda abortista e homossexualista do partido do governo

Olavo de Carvalho fala sobre o Mackenzie e Luiz Mott
Vereadores aprovam suplementação solicitada por Edna Henrique
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Em sessão bastante movimentada e com o auditório superlotado, a Câmara Municipal de Monteiro aprovou nesta quinta-feira, 16, o projeto de lei encaminhado pela prefeita Edna Henrique que autoriza abertura de crédito suplementar ao orçamento vigente no valor de R$ 4.511.380,00.
Os recursos remanejados serão utilizados para cobertura de despesas detalhadas com: Vencimentos e vantagens fixas – Pessoal civil; Aposentadorias e reformas; Sentenças judiciais; Pagamento de parcelamento da divida do INSS; Serviços de terceiros; Material de consumo; Contratação por tempo determinado nas áreas de educação e saúde; Obras e instalações de unidades de saúde e Manutenção de programas como: PETI, Pro Jovem, CRAS, PAIF, FNAS, Vigilância em saúde, NASF/SUS, Agentes comunitários e outros programas.
Tão logo tomou conhecimento da decisão do legislativo municipal a prefeita determinou a Secretária de Administração e Finanças, Renata Sarmento, que nesta sexta-feira pela manhã, 17, envie para o Banco do Brasil a folha de pagamentos do décimo terceiro salário dos funcionários municipais, para que a instituição bancária possa providenciar o crédito na conta dos servidores.
Os recursos para pagamento do décimo terceiro salário já estavam reservados em contas da prefeitura, aguardando tão somente autorização legislativa para o remanejamento orçamentário.
“Ainda bem que os senhores vereadores foram sensíveis às nossas argumentações e ao anseio da população aprovando o projeto, inclusive por unanimidade. Considero acertada e sensata a posição adotada pelos parlamentares que, acima das questões partidárias e das divergências políticas, se posicionaram pelo bem maior, que é o município. Espero que em outros projetos pendentes no legislativo, a exemplo do quadro de pessoal efetivo para efeito de concurso publico e do quadro para contratos temporários de pessoal técnico por excepcional interesse público adotem a mesma postura, isto é, sempre em defesa do interesse coletivo”, comentou a prefeita.
Midia10

Notícias do Cariri 1

Juiz amolou demais a faca e cassou o prefeito de Gurjão
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O prefeito de Gurjão, José Martinho, passou a noite sonhando que seria cassado e quando acordou ficou mais aliviado. Escovou os dentes, sentou no vaso, tomou café e saiu pro gabinete, todo alegre, pois tudo não havia passado de um pesadelo. Porém, foi informado sobre a triste notícia de que havia tido o mandato cassado pelo juiz da Comarca de São João do Cariri, Antonio Gonçalves Ribeiro Júnior, que julgou parcialmente procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE, e cassou também o diploma da vice-prefeita Suelene de Souza Matias. Achando pouco, o juiz ainda aplicou uma multa de R$ 20 mil. Além de tudo isso, o juiz determinou ainda a posse imediata do presidente da Câmara de Vereadores e a convocação de sessão para posse do segundo colocado para o dia 13 de janeiro de 2011, às 10h.
Além de perder a boquinha do Governo Maranhão, o prefeito perdeu ainda o mandato. Desgraça quando chega é assim, de tuia.
Fonte: www.caririligado.com.br 

Com Jesus de Qualquer Forma


Spurgeon
Banco da Fé
17 de dezembro

"e assim estaremos sempre com o Senhor." 1 Tessalonicenses 4:17

Enquanto estejamos aqui, o Senhor está conosco, e quando somos chamados a partir, estamos com Ele. Não se pode separar o santo de seu Salvador. Eles são um, e sempre serão um - Jesus não pode estar sem seu próprio povo, pois seria uma cabeça sem um corpo. Quer sejamos arrebatados nos ares,  ou que descansemos no Paraiso, ou permaneçamos aqui, estamos com Jesus; quem nos apartará Dele?

Que gozo é esse! Nossa honra suprema, nossa descanso, nosso consolo e nosso deleite é estar com o Senhor. Não podemos conceber nafa que sobre passe ou que ao menso ouale essa sociedade divina. por uma santa comunhão temos de estra com Ele em Sua humilhação, em Sua rejeição, em Seu sofrimento, e logo estaremos com Ele em sua glória. Antes de muito estaremos com Ele em seu repouso e em Sua realeza, em sua expectativa e em Sua manifestação. Nos acontecerá como o que com Ele vá, e triunfaremos conforme Ele triunfe.

Oh senhor meu, se estarei sempre contigo, tenho um destino incomparável. Não invejarei um arcanjo. Estar para sempre com o Senhor é minha ideia suprema do céu. A glória para mim não são as harpas de ouro, nem as coroas incorruptíveis, nem a luz sem sombras; mas sim o próprio Jesus, e eu com Ele para sempre em uma comunhão intima e amorosa.

_________________
trad. Projeto Spurgeon

A irracionalidade do Evolucionismo materialista


Por Marcelo Lemos

Um artigo que publiquei aqui, contrário a Teoria da Evolução, despertou comentários zombeteiros de evolucionistas no Orkut. O artigo não é de minha autoria, apenas o republiquei, tendo-o copiado do fantástico Mídia Sem Máscara(1), mantido pelo também fantástico filósofo Olavo de Carvalho(2), um pensador católico de primeira grandeza.

Baseando-se em depoimentos colhidos entre cientistas evolucionistas, o artigo conclui: “Aí está, a teoria da Evolução tem como fundamento não dados experimentais, não coerência lógica, mas vontade de negar a existência de Deus e desejos sexuais irrefreáveis. Ela é filha de intelectuais moral e intelectualmente pervertidos. Mostrem estes depoimentos a seus filhos quando eles estiverem lendo, nos livros escolares, sobre esta tal teoria”.

Com o artigo de hoje, é de se esperar reação igual entre os evolucionistas, ou ainda pior. Falo de evolucionistas materialistas, já que, talvez, os teístas se sintam menos atingido pela minha tese. E que tese seria? Simples assim: uma cosmovisão baseada numa Evolução Materialista é absolutamente irracional.

Para iniciar, uma ilustração bem atual. Recentemente, uma organização ateísta resolveu trazer para o Brasil a estratégia de vincular propaganda pró-ateísmo em ônibus(3). Honestamente, não dou a mínima para a iniciativa, mas a irracionalidade dessa gente, expressa em um anúncio em particular, me despertou o interesse. Na verdade, eu não posso deixar escapar esta magnifica oportunidade de lhes expor a tolice.

Pelo bem da lógica, é bom explicar o que A e B tem em comum; ou seja, se estou pretendendo falar sobre a irracionalidade do evolucionismo materialista, que a propaganda ateísta tem haver? Bem, vou cometer o deslize de não explicar ainda, espero que no decorrer do artigo a relação entre as partes se torne evidente ao leitor.

Pois então: que tal darmos uma olhada na propaganda ateísta, em primeiro lugar? Na verdade, são quatro outdoors, mas tenho em mente um em particular. Vamos a ele!


Duas imagens. Dois fatos históricos. Três frases simples. Resultado: uma prova cabal da irracionalidade da cosmovisão por trás da propaganda pró-ateísmo, evolucionista, e anti-Deus. Mais uma vez estou relacionando o evolucionismo materialista a ateísmo. Espero não ser necessário explicar. A 'lógica' por trás do cartaz é tão simples quanto falaciosa:

(1) Chaplin era ateu, e foi um homem bom.
(2) Hitler era crente, e foi um homem perverso.
(3) Logo, religião não define caráter.

Não tenho o menor interesse na figura de Chaplin aqui. Ele era ateu e, até onde se sabe, não cometeu nenhuma grande monstruosidade. A comparação é completamente desproporcional, pois resolveram comparar um ator comediante a um estadista sanguinário. Para comprovarmos que o argumento (1) e o (2) não possuem qualquer relação que conduza obrigatoriamente a sua conclusão (3), bastaria, por exemplo, apresentarmos a enorme lista de ateus que foram tão sanguinários quanto Hitler. Como um bom lugar para pesquisas, eu recomendo os anais históricos do Comunismo(4). Comparação por comparação, fico com a minha.

Ou melhor, fico com a comparação que encontrei num site criacionista(5):


Indo além, deixando as comparações de lado por um instante, podemos provar que a conclusão ateísta é completamente falsa, argumentando que fora da religião, e governados apenas pela cosmovisão do evolucionismo materialista, não existe qualquer razão que forneça justificativa lógica para a moralidade, e portanto, para o caráter.

Também não tenho o menor interesse na religiosidade de Hitler. A menos que os autores do cartaz sejam capazes de me provar que suas atrocidades nasceram de sua fé em Deus. No máximo, podem dizer que sua religiosidade não foi capaz de refrear seus impulsos insanos, e talvez tenha sido esta a intenção dos autores. Seu simplismo, porém, não pode ser perdoado, uma vez termos provas suficientes para relacionar as atrocidades de Hitler com sua crença no evolucionismo de Darwin.

Segundo a Teoria de Darwin, as espécies surgiram, se aperfeiçoaram, e se mantiveram por meio da “seleção natural”, onde o “mais forte vence”. Parece um teoria bonita, e até romântica, especialmente quando agente pensa apenas em termos de baleias, formigas, tartarugas e vermes. Nada de mais, afinal, são seres irracionais, capazes de tudo pela sobrevivência.

Entretanto, Darwin não idealizou uma “seleção natural” apenas para os irracionais, mas também para os humanos. Se hoje o homem é um ser evoluído, e dominante na História, é devido ao seu grande potencial para destruir os outros, e seus semelhantes, impondo-se pela “lei do mais forte”. Segundo Darwin, este é o caminho natural.

Os ateus, como ocorre no cartaz acima, afirmam que religião não define caráter, muito menos teria o poder de definir o que seria “bem” e “mal”. Mas, se os conceitos que temos sobre moral não nos veio de Deus, de onde então? Quem sabe se agente pegar o estupro como exemplo, possamos avançar.

Sim, falemos sobre estupro. Como sabemos que é “mal”? Que base moral temos para condenar um estuprador? Ora, se Deus não existe, e a natureza governa-se pelas leis da sobrevivência, onde a vantagem pertence naturalmente ao “mais forte”, haveria algo mais natural, e benéfico para a humanidade, que o ato do estupro?

Natural History of Rape: Biological Bases of Sexual Coercion foi escrito por dois evolucionistas, Craig Palmer e Randy Thornhill. A tese do livro é que “razões evolucionistas” são a causa de sermos o que somos, inclusive para o estuprador. Se a tese de Darwin está correta, a tese do livro é obvia. Tão óbvia que conduz a conclusões impressionantes, para as quais os próprios evolucionistas não estão preparados.
 
Mas, o que seriam “razões evolucionistas”? Palmer, evolucionista, explica: “Uma 'razão evolucionista' também se explica como a máxima explicação. Tem haver com a questão do porque somos o que somos. E a resposta evolucionista é que forças evolutivas favoreceram estes atributos em milhares de gerações passadas e resultaram no que temos hoje”(6).

Mas, se tais “razões evolutivas” explicam o fato de haver estupros nos dias de hoje, como se pode definir tal ato como “crime” ou “mal”, uma vez que a própria natureza criou tal ato para o bem da evolução humana? Palmer, evolucionista, responde: “Esta é uma ótima pergunta. Mas, é preciso evitar a falácia naturalista. O que a seleção natural favoreceu não necessariamente é bom ou mal. Não se pode supor que se algo é natural, favorecido pela evolução, então é bom. Esta é a falácia naturalista”.

Ora, mas sendo que Palmer declara não acreditar num Deus Criador, mas sim numa Evolução Naturalista, não é ele próprio um naturalista? Não são todos “evolucionistas naturalistas” os que negam a Criação? Sendo assim, como os evolucionistas podem ver o “mal” em algo criado pela Natureza? Ora, pela ótica do Naturalismo, o homem não é em nada especialmente digno de valor, mas apenas um acidente da Natureza. E, não só isso, um acidente que deu certo as custas da dor, do sofrimento e da exploração de outras espécies, e da sua própria. Portanto, insisto na pergunta: de onde o ateu, e os evolucionistas materialistas, pretendem buscar seus conceitos sobre moral?

Nós, cristãos, possuímos um motivo lógico, perfeitamente racional, para condenarmos os estupradores e monstros como Hitler: Deus, o Criador e Legislador do Universo. Como cristão, posso dizer a vocês que o estupro, o homicídio, o adultério, a pedofilia, o bestialismo, a conduta homossexual, e tantas outras perversões, são perversões – são imorais e criminosas! Mas, e os nossos amigos ateus e evolucionistas? Em que base eles se apoiam para condenar os atos de Hitler?

Com a palavra, o Darwin: “É surpreendente como um desejo de cuidado, ou cuidado mal direcionado, leva à degeneração de uma raça doméstica; porém, exceto no caso do homem, dificilmente alguém é tão ignorante ao ponto de permitir que seus piores animais se reproduzam.

Para Darwin, neste trecho de sua obra 'A descendência do homem' (7), apenas os seres humanos seria animais burros o suficiente para permitir que seus exemplares inferiores se reproduzissem! Então, Hitler apenas quis corrigir a burrice humana, e seguiu a sabedoria de Darwin, supostamente científica, e natural! Em sua mente, Hitler idealizou judeus, ciganos, negros, e alguns mais, como espécimes 'inferiores' da raça humana.

Ora, pela lógica evolucionista e naturalista, quem poderá condenar as palavras de Rudolf Hess: O Nacional-Socialismo nada mais é que biologia aplicada!”?

A sociedade moderna, supostamente erigida sobre os pilares do naturalismo, condena com todas as letras os atos de Hitler, porém, quando esta mesma sociedade ensina aos nossos filhos a cosmovisão evolucionista e naturalista, ela está a lhes doutrinar no ideal que deu luz a eugenia desejada por Hitler. Novamente, Darwin comprova: ““Se … vários controles … não prevenirem os incautos, os cruéis e outros membros inferiores da sociedade de crescerem a uma taxa maior do que a melhor classe de homens, a nação irá retroceder, como têm ocorrido freqüentemente na história do mundo. Devemos nos lembrar de que o progresso não é uma regra invariável”.

A cosmovisão naturalista – ateísmo, evolucionismo – não é capaz de nos fornecer qualquer base racional para uma existência com valores morais. Vejamos um exemplo mais: o racismo. Não vamos sequer tentar explicar ao leitor que a sociedade atual não possuir qualquer definição lógica para o que seria “racismo”; nos basearemos apenas naquela definição que diz que O racismo consiste em crer que certas pessoas são superiores a outras devido a pertencer a uma raça específica. Os racistas diferenciam as pessoas com base em características físicas como a cor de pele e o aspecto do cabelo” .(8). Com esta definição em mente, voltemos para as conclusões naturalistas de Darwin:

Em algum período futuro, daqui a poucos séculos, as raças de homens civilizados irão, quase certamente, exterminar e substituir as raças de selvagens por todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos [i.e., que mais se parecem com os homens] … irão, sem dúvidas, ser exterminados. A distância então será ampliada, pois irá separar o homem em um estado mais civilizado, esperamos, que o dos caucasianos, e algum macaco inferior como um babuíno, ao invés de ser como a distância no presente, entre o negro ou o australiano e os gorilas”.

Como poderão os amigos evolucionistas e naturalistas, condenarem a conclusão do filosofo ateu, Nietzsche, de que a simples moralidade, assim como a religião, é coisa para os covardes? Deus está morto, declarou o sábio homem! Não existindo Deus, e sendo o homem apenas fruto das forças cegas da Natureza, que valor tem a moral? Não há qualquer bem nela, exceto na mente dos covardes, que não conseguem atingir a liberdade(sic) que a natureza (sic) lhes oferece!

Nietzsche, Darwin, e Hitler, compartilham da mesma lógica, que demonstra a tolice intelectual do evolucionismo, especialmente o materialista:

Vamos admitir para nós mesmos … como todas as culturas superiores da Terra começaram. Os seres humanos cuja natureza ainda era natural, bárbaros em todos os piores sentidos da palavra, homens saqueadores que ainda estavam em possessão da força da vontade não quebrada e da sede pelo poder, arremessaram-se sobre as raças mais civilizadas, mais pacíficas e mais fracas… A característica essencial de uma aristocracia boa e saudável (é que) aceite de boa consciência o sacrifício de inúmeros seres humanos que, pelo seu bem, devem ser reduzidos e rebaixados a humanos incompletos, a escravos, a instrumentos - Nietzsche.

Vejam, amigos leitores, esta é a conclusão última e inevitável do Evolucionismo Materialista, que tão cara é para nossos amigos ateus, e outros descrentes nas Escrituras. Mas, quão poucos deles vivem tais valores! São completos covardes, que na Academia, zombam dos cristãos, e rejeitam qualquer conceito de Divindade; mas na vida, preferem, em sua maioria, cultivar algum conceito sobre “bem” e “mal”, sobre “certo” e “errado”. Todavia, qualquer opinião evolucionista e naturalista sobre moralidade é arbitrária, desprovida de fundamento lógico, e portanto irracional, uma vez que contradiz sua própria cosmovisão.

A conclusão é óbvia assim: os ateus, e evolucionalistas mil de nossos dias, vivem numa cosmovisão completamente irracional. Chamam o “mal” de “bem”, a fim de se livrarem da Divindade; e depois, o que afirmaram “bem”, chamam de “mal”, a fim de não assumirem as questões últimas de seu sistema de pensamento.

Vai entender...

Disse o tolo em seu coração: não existe Deus!” - Salmos 53.1.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

CAMINHOS DO CORAÇÃO


O coração do homem é um lugar misterioso, que ninguém pode penetrar. Nem mesmo o mais perspicaz conhecedor da alma humana dentre os homens.

A Bíblia nos fala da natureza humana, nos revelando quem é o homem, suas inclinações e paixões, como bem disse Jesus: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias …” (Mt15.19), sobretudo só Deus sonda os corações e sabe de todas as coisas.

Existe um atributo de Deus conhecido na Teologia, como Onisciência. Isso faz de Deus sabedor e conhecedor de todas as coisas. Nada foge ao conhecimento Dele. Nada o pega de surpresa! Por isso quero afirmar que Há certas enfermidades na alma e no curso da vida do homem que só uma entrega total e plena a Deus pode curá-lo. A religião, terapias e tantas outras coisas pode até ajudar, sobretudo só Cristo pode curar, libertar e salvar o homem de suas crises existênciais mediante uma total entrega.

“Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Pv 14.12)

1- O HOMEM TRILHA caminhos. “Há Caminhos ao Homem…”. Quando a Bíblia fala de caminhos, isso significa a maneira como conduzimos a “nossa vida”. Se diz respeito aos hábitos e escolhas que fazemos. Quando mencionei que o coração é um lugar misterioso e que o desconhecemos, quis dizer que há muitas atitudes imponderadas nos homens que não podemos mensurar, que os leva a situações no final muito desagradáveis.

Muitos são aqueles que estão destruídos, arruinados e acabados. Que perderam negócios, gente que amava, estão falidos e enfermos no corpo e na alma. Tudo por causa de atitudes sem muita reflexão, ou porque cortaram caminho.

As vezes um atalho para o sucesso pode significar uma trilha falsa. A expressão: “… 2- ESSES CAMINHOS PARECEM BOM. ”parece direito …”, demonstra isso! O grande problema é que as vezes esses “muitos” continuam a cometer os mesmos erros. “Minha mãe me ensinou que se conselho fosse bom não se dava, se VENDIA”. Isso, claro! Do ponto de vista dos homens, sobretudo quando refiro-me à bons conselhos, falo dos que as Escrituras Sagradas nos oferecem. Detalhe! é de GRAÇA. “Graça é favor que não merecemos”.

Por mais que venhamos conheçer a alma humana e por mais altruísta que sejamos e condescendamos com os necessitados em um momento de agonia profunda, por causa de atos impensados e decisões precipitadas, e mesmo que seja conosco. Ainda assim, somos responsáveis pelos nossos atos. É comum querermos arrumar álibes para todos os infortúnios e desgraças que a vida nos empõe. Por mais surtado que alguém esteja, não têm desculpas! Um princípio muito importante para a cura é admitir que estamos enfermos e precisamos de ajuda.

É preciso sondar os caminhos do nosso coração, pois eles podem nos levar à Benção ou Maldição, à Morte ou Vida. Jesus disse: “… Estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.14). Não existe atalho para o caminho da benção! Precisamos aprender a negar a nós mesmo, ou seja, devemos estar prontos para abrirmos mão de nossos interesses próprios e pretenções. No Reino de Deus os valores são diferentes dos valores humanos. É preciso perder, para se ganhar.

Do contrário, encerraremos nossa caminhada de conformidade com o provérbio de Salomão:

3- ESSES CAMINHOS PODEM ACABAR MAL“… mas ao cabo dá em caminhos de morte”. Repito! Há caminhos que são destrutivos, porém há um só caminho, uma só verdade – JESUS! (Jo 14.6). Ele é O CAMINHO. Se têm uma jornada a ser percorrida? Se há escolhas a serem feitas? Elas devem ser feitas ao lado de Jesus e na orientação dele. Vida abundante encontraremos no Cristo. Inclusive respostas para nossas profundas crises existênciais.

O livro de sabedoria ainda nos orienta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). Que Deus vos abênçoe e que os ajude em suas decisões e escolhas nessa vida.
A FORMA BÍBLICA DE BATISMO É ASPERSÃO.


FONTE: www.presbiterianoscalvinistas.blogspot.com



O texto que lhe envio, de autoria do irmão Túlio César, dá dicas

importantes do vocábulo "baptizo" aos quais creio que os estudantes não saibam justamente por causa da alienação causada pela teologia dos imersionistas em torno dessa ordenança (sacramento).



Boa leitura!

Abraço

Nélio

O Batismo Cristão: Imersão ou Aspersão?



Túlio Cesar Costa Leite[2]



O modo de administrar o batismo não é muito debatido entre os presbiterianos. Isto pode dar origem ao entendimento falso de que não temos base bíblica para sustentar a aspersão. Na verdade falamos pouco sobre o assunto porque consideramos a forma de batizar de importância relativa. Em outras palavras, não cremos que a validade

desta ordenança de Cristo dependa da quantidade de água empregada ou do modo como esta água é aplicada.

De fato, é com tristeza que somos obrigados a escrever sobre este assunto, pois poderíamos usar o nosso tempo em questões mais úteis do que debates acerca de cerimônias externas. Talvez nesse ponto estejamos nos igualando aos católicos romanos debatendo com os ortodoxos sobre a maneira correta de fazer o sinal da cruz, ou aos membros de certa igreja disputando acerca da maneira correta de

receber a ceia, se sentados nos bancos ou ajoelhados no altar.

Porém, como freqüentemente somos acusados de laborar em erro por batizarmos por aspersão, pretendemos demonstrar que se a validade depende da forma, então o único batismo válido é por aspersão ou efusão, mas nunca por imersão.



Uma comparação com a Ceia



Uma questão que se apresenta logo no início é: se a validade do

batismo depende da forma de sua administração, o que dizer da Ceia?

Será que existe alguma igreja que celebre a ceia exatamente como o

Senhor a instituiu? Uma porção de água que se derrama ou se esborrifa

sobre a cabeça de alguém está tão próximo da imersão como uma migalha

de pão e um gole de suco de uva está de uma refeição oriental.

Portanto, se a pouca água invalida o batismo, pouco pão e vinho

invalida a ceia. Aliás, existem igrejas que questionam o uso de pão

comum na Ceia, argumentando que o correto é usar pão sem fermento;

então por que a maior parte dessas mesmas igrejas -- senão todas --

usa suco de uva se a Bíblia diz claramente que a bebida era vinho?

Sim, vinho que embriagava se consumido em demasia (1 Co11.21)!



Se aceitarmos que podemos receber a ceia de pé, ou sentados ou

ajoelhados ou deitados numa cama; se ela pode ser celebrada num

cenáculo, numa casa ou num templo; se podemos usar mais ou menos pão,

ou mais ou menos vinho (ou suco de uva!), etc., por que, então, a

forma da outra ordenança é tão importante? Entendemos que não há

hierarquia entre as ordenanças. As duas são igualmente importantes,

instituídas pelo mesmo Senhor, mas cremos que sua importância está na

essência e significado e não em suas variadas formas de administração.

Quando Paulo escreve que há um só batismo (Ef 4.5), será que ele

estava falando aí da forma de administrá-lo? Até uma leitura

superficial do contexto mostra que não.



Respondendo às objeções



Antes de demonstrar que a forma "correta"[3] de administrar o batismo

é a aspersão. Façamos uma análise rápida dos argumentos usados em

defesa da imersão.



a) Batizar significa imergir somente. "No grego secular bapto,

baptizo e baptismos expressam a idéia de imersão; conseqüentemente

devem ter a mesma significação quando usada no NT."



Quanto a isto temos duas objeções:



1ª) Supondo (somente supondo) que no grego secular batizar significa

somente imergir, não se segue necessariamente que o NT tenha empregado

a palavra com o mesmo sentido exclusivo.



A palavra que designa o outro sacramento -- CEIA --, não é utilizada

no sentido fixo e uniforme que recebe no meio secular. No tempo do NT

significava uma refeição completa, a principal do dia, nunca tomar

uma migalha de pão e um gole de vinho. Se o sentido original e

uniforme do vocábulo empregado com relação a uma ordenança não se

conserva, por que deveria ser fixo com relação ao outro? Pois não há

diferença de importância entre ambos.



Ainda que no grego clássico batizar significasse somente imergir, não

podemos pretender que esse tivesse de ser o seu sentido no NT. Há

muitas outras palavras que tem no NT sentido completamente diferente

do que tem no grego clássico. Por exemplo: LOGOS, quando se aplica à

Segunda Pessoa da Trindade. Que escritor profano empregou esta palavra

com tal sentido?



2ª) A palavra "baptizo" não significa somente imergir. Pode expressar

a idéia de imersão parcial, imersão total, absorção ou efusão. Também

pode ser empregada com o sentido de derramar sobre, lavar, limpar,

tingir, manchar. Tudo isso pode ser comprovado consultando-se qualquer

bom dicionário de língua grega.



Alexander Carson, um batista, escreveu: "meu critério é que este

vocábulo (baptizo) significa sempre submergir; e que sempre se refere

ao modo. Pois bem: dado que, tendo todos os lexicógrafos e

comentaristas contra mim, será necessário dizer duas palavras a

respeito da autoridade dos dicionários"[4]



b) A expressão aplicada a João, o Batista: "João batizava também em

Enon (...) porque havia ali muitas águas" (Jo 3:23).



Em Enon havia "muitas águas". Essas "muitas águas" na verdade eram

muitas fontes ou arroios. Não há dúvida que eram fios d'água, pois não

havia rios caudalosos perto de Enon. Essas fontes eram preciosas para

saciar a sede das multidões que atendiam ao ministério de João. Tais

fontes, porém, não serviam para a imersão. Para a imersão é

necessário muita água, mas a frase diz muitas águas. João não podia

usar mais água que a de um pequeno arroio, e isso era perfeitamente

adequado! Se o modo de administrar o batismo era a imersão, por que

João deixou o Jordão para fixar-se em Enon? Onde estava, no Jordão,

havia muita água. Para quê buscá-la em outro lugar? Portanto esta

frase não tem nenhuma força para determinar o modo do batismo.



c) A expressão de Paulo em Rm. 6.4 "fomos, pois, sepultados com ele

na morte pelo batismo.."



Que modo de batizar parece com um sepultamento? Se pensarmos num

ataúde baixando à terra e por ela sendo coberto, a imersão pode

parecer mais com um sepultamento. Mas estamos tratando de um símbolo.

E um símbolo pode parecer tanto com aquilo que significa quanto uma

aliança de casamento "parece" com a fidelidade. De fato, esta

semelhança perde qualquer sentido quando vemos que Paulo se refere ao

sepultamento de Cristo! E como Cristo foi sepultado? "e o depositou no

seu túmulo novo que fizera abrir na rocha; e rolando uma grande pedra

para a entrada do sepulcro, se retirou." (Mt. 27.60). Portanto Rm. 6.4

nada acrescenta sobre a forma de batismo e esta não é a intenção do

apóstolo ao escrever o capítulo 6. Provavelmente ele se entristeceria

ao constatar como cristãos se deixaram distrair das questões

importantes, ensinadas neste capítulo, acerca do pecado e da graça

para se deterem em exterioridades. O Apóstolo não tinha em mente fixar

norma sobre a forma de batismo, nem aqui nem em nenhum outro trecho de

suas epístolas.



Há, talvez, outros argumentos de menor peso, porém cremos que eles se

desfarão se tratarmos logo de demonstrar o que afirmamos: o modo

"correto" de batizar é a aspersão.



O Batismo: Uma novidade?



Talvez muitos cristãos imaginem que os judeus não conheciam nem

praticavam nada semelhante ao que é descrito em Marcos 1.4...

"apareceu João Batista no deserto[5], pregando batismo de

arrependimento."



Será que João Batista introduziu um rito completamente novo,

desconhecido aos judeus? Vemos que o NT não explica o ritual do

batismo, dando a entender que os judeus não necessitavam de

explicações. Isso porque o batismo não foi uma cerimônia introduzida

por Jesus, João ou os apóstolos, mas era uma prática comum entre os

judeus desde os primórdios de sua organização como povo. Estes

batismos eram feitos usando-se a água ou outro elemento, como o

sangue.



Vejamos alguns textos:



"Quando voltam da praça, não correm sem se aspergirem (no original

grego "batizarem"); e há muitas outras cousas que receberam para

observar, como a lavagem ("batismo") de copos, jarros de metal e

camas. (Mc 7.4)



"O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara

(batizara) primeiro, antes de comer. (Lc 11.38)



Também Eclesiático[6] 34.25 diz: "Ao que se lava (batiza) depois de

haver tocado um corpo morto, e torna a tocá-lo outra vez, de que lhe

valerá o ter-se lavado?"



Todas estas passagens dão a entender que os batismos eram cerimônias comuns:



... não comem sem se batizarem...



... cousas que receberam para guardar, como o batismo de copos...



... ao que se batiza depois de haver tocado um cadáver...





Não falamos ainda sobre o modo como se batizavam. O fato é que se

batizavam e que os batismos eram fato normal entre eles,

independentemente da disputa acerca do significado da palavra.



Note que estes "batismos" não são invenção humana. O autor de Hebreus

fala de "diversas abluções (no original "diversos batismos") impostas

até ao tempo oportuno de reforma." (9.10; ver tb Hb 6.2). Impostos

quando e onde? Com certeza, na Lei de Moisés, que prescrevia

minuciosamente as "oferendas e sacrifícios, embora (...) ineficazes

para aperfeiçoar aquele que presta culto". (Hb 9.9).



Portanto, quando Jesus veio, encontrou o povo praticando esses

diversos batismos (o deles mesmos, dos copos, das camas, etc) como

uma prática cotidiana. Insistimos em que se note a forma normal e

familiar do NT tratar a matéria. João aparece batizando no deserto,

porém não há surpresas; não se dão explicações. Ele veio pregando o

batismo "de arrependimento". Nova era a doutrina que pregava, não a

cerimônia que praticava. De fato, a cerimônia era algo que o povo

esperava ver o Messias realizar, bem como todo profeta verdadeiro. Por

isso, quando João lhes disse que ele não era o Cristo, nem Elias, nem

o profeta, a pergunta imediata que lhe fizeram foi: "Por que, pois,

batizas?"[7] dando a entender, claramente, duas coisas:



a) que os profetas tinham o costume de batizar;



b) que esperavam que o Messias fizesse o mesmo na sua vinda.



Quando o próprio Senhor foi a João, embora não necessitasse de

arrependimento ou purificação, disse a ele "... convém que cumpramos

toda a justiça." Justiça aqui significa "aquilo que a Lei exige".

Estas palavras contêm o princípio geral pela qual o Senhor se conduzia

-- obedecer a todas as ordenanças da Lei de Moisés, pois foram

instituídas por Deus. Portanto, os batismos eram cerimônias

eminentemente religiosas 'impostos' pela Lei.



Os batismos dos judeus não eram feitos por imersão



A esta altura poderíamos pedir, àqueles que acham a forma essencial,

que demonstrem que os batismos que os judeus praticavam eram sempre

por imersão. Levando-se em conta os seus princípios exclusivistas

("nós estamos certos, eles errados"), são necessariamente obrigados a

fazê-lo.



Porém, tentaremos demonstrar uma proposição negativa. Tais batismos

nunca eram feitos por imersão.



a) a imersão não está estabelecida



Apesar de aqueles diversos batismos serem "impostos" ao povo como

qualquer outra parte do ritual judaico, em lugar algum da Lei de

Moisés se estabelece a imersão. Não se pode dar um só exemplo de que

se exigisse do judeu a imersão em água em cumprimento a uma cerimônia

religiosa.



Se não se pode provar a imersão, se não existe um mandamento, como

poderíamos concluir que "era assim", e mais, que "quem não faz assim"

está errado!



b) Os batismos eram por aspersão ou efusão



Não vemos a imersão em nenhum lugar do AT, mas a Lei Mosaica ordena

expressamente o modo destes batismos:



"Assim lhes farás para os purificar: asperge sobre eles água da

purificação ...." (Nm 8.7);



"Eleazar, o sacerdote, tomará do sangue com o dedo e dele aspergirá

para a frente da tenda da congregação ... (Nm 19:18).[8]



Vemos, pois, que na Antiga Aliança o modo de purificação estava

claramente ordenado. Supor que se batizavam ou purificavam por imersão

é supor que agiam sem mandamento, ou pior, contra o mandamento. Os

batismos judaicos eram "impostos" (Hb 9:10) pela Lei. Eram simples

purificações, como os textos demonstram e o modo era a aspersão, nunca

a imersão.



c) As aspersões e efusões são chamados batismos.



Mostramos que a aspersão era ordenada e praticada e a imersão era

desconhecida. Além disso, a tradução grega dos escritos judaicos

refere-se a este método de purificação por aspersão usando a palavra

"batizar". Preste atenção: Esta palavra que, tantas e tantas vezes e

em tanta confiança nos dizem significar submergir - e nada além disso

-, se aplica a estas aspersões judaicas. A tradução grega de

Eclesiástico 34:25 diz:



"Aquele que se batiza depois de haver tocado num corpo morto, e torna

a tocá-lo, de que lhe valerá a ter-se lavado?"



Já vimos que o modo como se realizava este batismo por haver alguém

tocado num corpo morto, está claramente ordenado na Lei de Moisés:



"Todo aquele que tocar o cadáver de qualquer pessoa e não se

purificar, contaminou o Tabernáculo do Senhor, e essa pessoa será

cortada de Israel; porquanto a água da purificação não foi aspergida

sobre ele, [por isso] imundo será, e a sua imundícia será sobre ele"

(Nm 19:13).8



Portanto, vemos que o NT utilizou uma palavra que já era usada há pelo

menos 200 anos para designar estas cerimônias. Se a palavra batizar

era usada, por centenas de anos, para indicar a aspersão, por que

ensinar que no tempo do Senhor e de João Batista os judeus realizavam

seus batismos de outro modo?



Muito antes da vinda de Jesus já se havia lido que aspergir-se por

causa dos mortos era como batizar-se por eles [9]. Dizer que o método

era a imersão é ir contra toda a evidência, visto que a aspersão

aparece ensinada universalmente no AT.



d) "batizar" equivale a "lavar".



Por exemplo Mt. 15:2 - "Por que transgridem os teus discípulos a

tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem. Comparado

com Lc 11:38 "O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se

lavara (no grego: batizara) primeiro, antes de comer".



Aquele se batiza por haver tocado num corpo morto, e torna a tocar

nele, de que se valerá o ter-se lavado? Portanto lavar e batizar podem

ser usadas para descrever a mesma ação.



e) O batismo judeu era um rito cotidiano.



Os judeus não só se "batizavam" antes das refeições, ou "batizavam" as

mãos antes de comer, mas batizavam-se também por causa de outras

impurezas, como, por exemplo, quando se contaminavam, tocando um corpo

morto. O mesmo faziam com as mesas e camas. Note que estes batismos de

mãos antes das refeições não eram feitos com motivações higiênicas

conforme fazemos atualmente. Era o cumprimento de um ritual religioso.



Se tudo isso era feito por imersão, cada família deveria ter um lugar

apropriado. Neste caso o batistério seria um lugar essencial de cada

casa judaica. Porém, não há evidência histórica ou bíblica que

houvesse tal lugar em alguma casa, quer rica, quer pobre.



Não sendo necessária a imersão, deveria, então, existir alguma coisa

para cumprir seus rituais de outra forma.



De fato, o NT se refere a vasilhas com capacidade para conter de 80 a

100 litros, pequenas demais para se imergir alguém, mas grandes o

suficiente para se meterem as mãos nelas com o propósito de se retirar

água usada para aspergir ou derramar sobre pessoas ou objetos. São as

talhas de pedra mencionadas nas Bodas de Caná da Galiléia, "que os

judeus usavam para as purificações." (Jo 2.6)



f) O livro de Hebreus confirma os batismos por aspersão ou efusão



O livro de Hebreus (9.10) faz menção às "diversas abluções (batismos)

impostas" ao povo. Já vimos que a Lei de Moisés não ordena a imersão,

portanto estes "batismos impostos não podiam ser realizados dessa

forma.



Também, pelo contexto imediato, fica claro que eram batismos "com o

sangue de bodes, touros e as cinzas de uma novilha aspergidos sobre os

contaminados" (9.13).



O autor de Hebreus contrasta o culto judaico com a dispensação cristã.

No primeiro havia regulamentos com respeito a comidas e bebidas, e

diversos batismos e ordenanças acerca da carne. O sangue dos animais

ou as cinzas de uma novilha misturadas à água, aspergidos sobre os

imundos cerimonialmente os santificavam quanto à purificação da carne.

Na dispensação cristã, o sangue de Cristo é eficaz. No primeiro,

"Moisés (...) tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã e

escarlate e aspergiu o livro da Lei e o povo, além do tabernáculo e

seus utensílios" (Hb 9.19,21).



Sem discussão, estes são os "diversos batismos" a que se refere o v.10.



E sempre por aspersão!



g) A figura do Batismo com o Espírito Santo favorece a efusão ou aspersão



Observe a linguagem bíblica empregada em relação a este tema.



"Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados

com o Espírito Santo." (At 1.15).



No capítulo seguinte a promessa se cumpre e Pedro explica o acontecido

ao povo usando a profecia de Joel: "e acontecerá nos últimos dias, diz

o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne... até

sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu

Espírito."



Vemos assim, sem discussão que a ação de Deus derramar o seu Espírito

sobre os discípulos é chamada de batismo com o Espírito Santo. Temos

aqui, indiscutivelmente um batismo por efusão, um batismo no mais

elevado sentido da palavra. E já que o próprio Espírito o representou

como um derramamento e o chamou de batismo nas Escrituras que Ele

mesmo inspirou, por que querer impor uma forma diversa? Por que

afirmar, contra toda evidência, que a imersão é a única forma correta?

Quando, em imediata relação com o derramamento do Espírito, se

menciona o batismo com água de cerca de três mil pessoas, não é

duvidoso, para dizer o mínimo, que estas pessoas tenham sido metidas

na água ao invés de se aplicar água sobre elas? O mais sublime

batismo, o do Espírito Santo -- do qual o outro é um tipo -- é por

efusão. Será o tipo administrado de um modo totalmente diferente?



h) Esperava-se que o Messias batizasse, e a forma esperada era a aspersão



Já vimos que os judeus esperavam que o Messias batizasse.



"Por que batizas, se não és o Cristo...?" foi a pergunta que fizeram a

João Batista (Jo. 1.25). Qual a origem desta expectativa? Tentarei

explicar. Referindo-se ao Messias, o texto de Isaías 52.15 diz:



"Assim causará admiração às nações..." (Edição Revista

e Atualizada).



Até 1960, porém, em lugar de "causar admiração" o verbo hebraico

"nazah" era traduzido por aspergirá. A profecia seria, então, "ele aspergirá a muitas nações." "A nova tradução, mui discutível, funda-se mais em razões exegéticas que filológicas."[10]

De fato, a Edição Contemporânea da Bíblia traz:

"...assim borrifará a muitas nações."

Em uma visão da Nova Aliança, o profeta Ezequiel assim escreve:

"então, aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados" (v.

25).



A esta promessa seguem-se as promessas da concessão de um novo

espírito e coração (v.26) e de que o Espírito faria morada dentro do

homem (v.27) para fazê-lo obedecer à Lei. Veja também Jr 31.31-33.



Reconhecemos, então, que os profetas utilizaram um ritual de

purificação, por eles conhecido, como um símbolo da real purificação

que o Messias realizaria no impuro coração humano. Os tradutores da

Bíblia viva corretamente parafraseiam Is. 52:15 da seguinte forma:

"... com seu sofrimento ele purificará a muitas nações."



O Messias "aspergirá a muitas nações ....".



"Aspergirei água pura sobre vós ...."



"Por que batizas, se não és o Cristo (...) ?"



Mais uma vez, nenhum indício de imersão e uma forte evidência em favor

da aspersão.



i) A simplicidade dos batismos no NT.



Cremos já ter estabelecido solidamente o fato de que, se havemos de

invalidar o batismo de alguém por causa da maneira como foi aplicado,

não será o daqueles que foram batizados por aspersão. Se o leitor

tiver um pouco mais de paciência poderemos ainda nos deter no exame

dos batismos descritos no NT.



Uma evidência em favor da aspersão no NT é o fato de que as pessoas

eram batizadas imediatamente, no lugar em que se convertiam, quer

fosse na cidade, quer no deserto; numa casa ou em uma estrada; na

prisão ou à margem de um rio; no inverno ou no verão. Não havia

demora, não há referência alguma à saída para um lugar adequado para a

imersão.



Quando alguém cria, no mesmo instante e no mesmo lugar havia sempre o

necessário para ser batizado. Por isso, é muito difícil crer que fosse

assim, se se praticasse a imersão. Pode-se supor, sim, mas é uma

suposição altamente improvável. Vejamos alguns exemplos:



Paulo (At 9). Após sua queda e cegueira no caminho de Damasco, Paulo

permaneceu três dias em jejum na casa de Judas. Ananias, guiado por

Deus, entra na casa e, após breve instrução, batiza Paulo. Diz o

texto: "a seguir, levantou-se e foi batizado".



Havia um tanque na casa? foram a outro lugar? O texto não diz. A única

"prova" seria o pretendido significado de "batizar". Todas as

circunstâncias são contra a imersão: na mesma casa, em pé, sem demora

para preparar-se, sem sair nem entrar, pondo-se imediatamente a

serviço de Cristo.



O carcereiro de Filipos (At 16). Convertido na prisão a altas horas da

noite e, lá mesmo, imediatamente batizado junto com os seus. Foram a

algum rio em plena noite? Havia um tanque na prisão? Quantas

dificuldades o texto apresenta se partirmos do pressuposto de que

batizar significa imergir, e nada mais. Por outro lado, quão simples

se torna o relato, se se leva em conta que, para o povo judeu, era

coisa natural o batizar-se por aspersão ou efusão.



Cornélio e sua casa (At 10). Sobre este episódio, se diz que o

"Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a palavra.

"Admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do

"Espírito Santo". "Quando comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre

eles, como também sobre nós, no princípio. Então me lembrei da palavra

do Senhor quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós

sereis batizados com o Espírito Santo (At 10.44; 11:15-16).



"Porventura pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados

estes que, assim como nós, receberam o dom do Espírito Santo?" (At

10:47). Pedro batizou estas pessoas por imersão? De um lado somente

uma suposição contra toda evidência. De outro porém, além da forte

impressão que Cornélio foi batizado em sua própria casa, há o registro

de que o "derramamento" do Espírito fez Pedro pensar que os termos

batizar, derramar e cair - aplicados ao Espírito Santo - implicavam

uma idéia semelhante à água.



Filipe e o eunuco (At 8:26-39). Comumente este é um texto julgado

claramente em favor da imersão. Em sua viagem, o etíope lia Isaías 53;

provavelmente ele tinha acabado de ler o último versículo do capítulo

52 "ele aspergirá muitas nações". Filipe lhe explicou a passagem e,

quando chegaram a um lugar onde havia água, desceram a ela e Filipe

batizou o eunuco. Por imersão? Mesmo entendendo o texto como uma

entrada real na água, nem por isso fica demonstrada a imersão. Leve-se

em conta que as sandálias podiam ser facilmente tiradas, e que isto

estaria de acordo com os costumes orientais e que, depois de descerem

à água, Filipe lhe administrou o rito do batismo por aspersão ou

efusão. Por outro lado, é muito duvidoso que no lugar deserto onde se

encontravam houvesse uma corrente de água com profundidade suficiente

para submergir o eunuco.



Tudo indica que não esperaram para obter roupas próprias para o

batismo e não é provável que o viajante se submergisse com a roupa que

trazia ao corpo. O texto diz simplesmente que, após o batismo o eunuco

"foi seguindo seu caminho cheio de júbilo". Diz o texto, também, que

Filipe foi "arrebatado pelo Espírito do Senhor" para Azoto. Não

podemos presumir que o Eunuco seguiu viagem pingando água e Filipe

achou-se repentinamente em Azoto com as roupas encharcadas.



Os três mil de Atos 2 (vv 37-41). No mesmo dia em que os discípulos

foram batizados do alto pelo derramamento do Espírito sobre eles, mais

três mil almas foram acrescentadas à Igreja. Foram submergidos estes

convertidos? Para responder que sim, só se pode dar como prova o

pretenso significado da palavra batismo, o qual já descartamos. Nada

mais no texto pode sugerir a submersão. Porém, para negá-la,

amontoa-se uma série de circunstâncias: Não havia lugar para realizar

essa forma de batismo, nem no templo, nem nos arredores onde estavam

reunidos. Quem sabe foram em procissão até a porta dos ovelhas onde

havia um tanque, pediram licença à multidão de enfermos que lá jazia

(Jo 5:1-3) e passaram horas e horas, provavelmente até tarde da noite,

submergindo três mil pessoas.



Será que naquele dia Jerusalém presenciou multidões de pessoas

andando pelas ruas, a caminho de suas casas com as roupas gotejando,

encharcadas, coladas a seus corpos?



Todos esses obstáculos, mais o fato de o batismo do Espírito Santo

ter sido descrito como um derramamento, na realidade se opõe

fortemente à idéia da imersão, ao passo que se harmoniza perfeitamente

com a aspersão ou efusão. Para esta última forma de batismo havia

tempo suficiente; o lugar onde estavam era adequado, não era preciso

uma muda de roupa e ninguém necessitou voltar molhado para casa. Não

há, portanto, contradição entre o batismo do Espírito e o da água. A

palavra batizar se emprega em ambos os casos, com o mesmo sentido,

pois tanto a água como o Espírito são derramados sobre as pessoas.



Uma palavra final



Um estimado amigo batista contou-me a seguinte história:



"Em Z.... um lugar árido da África, um missionário estava obtendo uma

boa quantidade de convertidos. Porém a água era pouca e preciosa. O

que fazer? O missionário, então, cavou um buraco no chão, cobriu-o com

um oleado e comprou, de um fornecedor, vários galões água a 20 dólares

o galão! Com o tempo, o aguadeiro passou a gradativamente aumentar o

preço do galão. Quando o missionário reclamou, o homem replicou. "Há

tanta areia aqui, por que você não batiza com ela? Se você se dá ao

luxo dessa extravagância, é porque tem condições de pagar por ela."



Volta e meia surge um novo pregador no rádio, denunciando coisas que

não tem nenhuma importância. Movem céus e terra para falar do "erro"

daqueles que não tem, na igreja, a cerimônia do lava-pés, tão

claramente ordenada por Jesus. Todas as igrejas estão erradas, menos a

do pregador, que restaurou a ordenança. Há aquelas igrejas que usam

pão fermentado na ceia -- o fermento é símbolo do pecado! Que dizer

daqueles que constróem batistérios, quando não há nenhuma referência a

eles nas Escrituras? Que grande pecado cometem as igrejas que não tem

costume de se saudar com o ósculo santo! E aqueles que não se

cumprimentam com "a paz do Senhor"? Quantas árvores teriam que ser

transformadas em papel para tratarmos de tão importantes questões!



Pretendemos ter provado solidamente que a forma "correta" do batismo é

a aspersão. Mas que importância tem isso? Talvez alguma, se, ao menos,

tornar mais maleáveis gente como aquele missionário de Z... que

deveria usar a água para matar a sede daquelas pessoas -- misericórdia

quero e não holocaustos!



Que nosso Senhor, na sua volta, não encontre seus filhos, como

crianças (para não usar outra palavra), a contender a respeito dos

mosquitos e engolindo os camelos.



Glória somente a Deus.

______________



[1]Este trabalho é, em linhas gerais, um resumo dos pontos principais

do livro com o título em epígrafe, de Charles Hodge, publicado pela

Casa Editora Presbiteriana, em 1ª edição, em 1988.



Charles Hodge (1797-1878) foi o teólogo presbiteriano mais influente

dos EUA no século 19.



[2] Agradeço às estimadas irmãs Emília e Rosana a digitação deste texto.



[3] Entre aspas para lembrar que estamos usando a palavra no sentido

daqueles que vêem importância na forma. Poderíamos trocar "correta"

por "usual".



[4] On Baptism, p.79, citado por Hodge em O Batismo Cristão, p.8,

negritos acrescentados. Transcrevemos, a seguir, parte do verbete

"Batismo", do Dicionário Bíblico de Davis, publicado pela Junta de

Educação Religiosa da Igreja Batista:



"BATISMO - O rito de lavar com água simbolizando a purificação

religiosa, ou consagração a Deus, era usado com muita freqüência,

conforme as prescrições legais que se encontram em Ex. 19:4; 30:20;

40:12; Lv 15; 16:26,28: 17:15; 22:4,6; Nm 19:8 (...). O modo pelo qual

João batizava não é claramente descrito, porém, como Jesus entrasse no

Jordão para receber o batismo, Mc. 1: 9,10, é possível que fosse

administrado por aspersão ou por imersão. (...)



Conquanto a palavra "baptismo" derive do verbo grego "baptizo", que

significa etimologicamente imergir, isto não prova que a imersão seja

o único modo de batizar, indispensável e necessário. Pois é certo que

muitos casos há, em que a palavra batizar não tem o sentido [de]

imergir, como em Lc. 11:38, e Mc 7:4. A Escritura, em parte alguma,

prescreve o modo de batizar."



Este verbete suscitou uma nota da Casa Publicadora Batista na qual,

após elogiar o Dicionário de Davis, afirma que "no nosso entender"

Davis feriu "frontalmente a mais acertada exegese neste caso".



[5] Que lugar improvável para imersões!



[6] Livro apócrifo, porém útil como referência histórica.



[7] Jo 1.19-25



[8] É salutar ler todo o capítulo 19 de Números, que trata da

preparação da água purificadora (água adicionada às cinzas de uma

novilha sacrificada) que deveria ser aspergida sobre todo o homem ou

objeto impuro. O livro de Hebreus se reporta a este capítulo ao

registrar que "se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma

novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à

purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo

Espírito Eterno a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a

nossa consciência de obras mortas, para servimos ao Deus vivo! " Hb

9:13-14. ver tb 9:19 e Ex 24:6,8



[9] Nesse ponto Hodge dá uma importante contribuição para a

interpretação de 1Co 15:29 que transcrevo em linhas gerais:



Onde teve origem este costume ?



a) Instituição divina ou



b) Superstição humana.



No caso de b por que o apóstolo não o condena ?



No caso de a, onde está o mandamento ?



- Tem a palavra batizar significado literal ou equivalerá a angústia,

aflição ou desgosto (Lc 12:50; Mc 10:38)



- O que significa para, em lugar de, por causa de ?



- Os mortos referidos são os fisicamente ou espiritualmente ?



Se admitirmos que as pessoas a quem Paulo se refere são judeus, as

dificuldades se desvanecem. Admitindo-se o contraste no versículo

seguinte entre "os que se batizam pelos mortos" e "nós estamos em

perigo", pode-se concluir a possibilidade de os primeiros serem

judeus. Que outro povo tinha tal costume ?



O apóstolo trata da doutrina da ressurreição. O argumento do v. 30 é:

se não há ressurreição dos mortos, por que estamos em perigo cada

momento ? Por que corremos tantos riscos ? Por que não dizer: "Comamos

e bebamos porque amanhã morreremos ?" O mesmo ocorre com v. anterior:

a conduta dos judeus mostra que também eles crêem numa vida futura de

outro modo por que se batizavam pelos (ou por causa dos) mortos ? Para

que querem eles limpar-se da impureza, se não existe um além, uma

ressurreição ? Por que se preocupam com a culpa, se sua existência

acaba com a morte ?



[10] Sabatini Lalli, em nota de rodapé, no livro citado.



Assim comenta o NCB o v. 15 de Is 52: "Borrifará (15), palavra que

alguns tradutores dizem corresponder a "surpreenderá". Aquele que uma

vez surpreendeu toda a gente pelo seu sofrimento tornará a assombrá-la

com seu triunfo e exaltação. O verbo "borrifar" assim empregado sugere

antecipação profética da obra do Servo como purificador expiatório."



Novo Comentário da Bíblia, vol. 2, p. 731. Ed. Vida Nova.





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Nélio Macedo