quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sucesso é Bênção de Deus, não Algo Conquistado

Leland Ryken

O Puritanismo e o calvinismo mais comumente consideravam o trabalho como o meio pelo qual as pessoas conquistam seu próprio sucesso e riqueza? É normalmente afirmado que sim, mas procuro em vão pela substanciação da afirmativa. O calvinismo não ensina uma ética de autoconfiança, como ensina nossa ética moderna do trabalho. É, ao contrário, uma ética da graça: quaisquer recompensas tangíveis advindas do trabalho são o dom da graça de Deus.
Calvino mesmo havia negado que o sucesso material é sempre o resultado do trabalho. Era Benjamin Franklin, e não os primeiros protestantes, que tinha a confiança que "cedo dormir e cedo levantar tornam um homem saudável, abastado e sábio". Na visão calvinista, apenas trabalho não garante sucesso; mesmo quando Deus abençoa o trabalho com prosperidade, é sua graça e não mérito humano que produz a bênção. Nas palavras de Calvino: "Os homens em vão desgastam-se com labuta, e desperdiçam a si mesmos para adquirir riquezas, visto que estas também são um benefício somente através de Deus". E novamente: "Longe de nós pensarmos que temos qualquer direito à vã confiança. Conseqüentemente, sempre que encontrarmos a palavra 'recompensa', ou ela passar por nossa mente, compreendamos que é a extrema grandeza da bondade divina em relação a nós".
O mesmo espírito permeia o pensamento Puritano na relação entre o esforço humano e a bênção divina. Cotton Mather afirmou: "Em nossas ocupações estendemos nossas redes; mas é Deus quem põe nas nossas redes tudo que vem nelas". Robert Crowley disse a uma audiência em London Guildhall que nem a cobiça nem o trabalho árduo poderiam torná-los ricos, visto que só Deus abençoa as pessoas com o sucesso. De acordo com George Swinnock, o homem de negócios bem-sucedido nunca pode dizer que seus próprios esforços foram responsáveis pelo seu sucesso; muito embora os humanos façam a sua parte ativa, "não há a menor roda na engrenagem da natureza que não dependa de Deus para seu movimento a cada instante".
É verdade que o estilo de vida Puritano, uma mistura de diligência e frugalidade, tendia a fazer as pessoas relativamente prósperas, ao menos parte do tempo. A coisa importante, porém, é como os Puritanos viam sua riqueza. A atitude Puritana era de que riqueza era um bem social, não uma propriedade pessoal — um dom de Deus, não o resultado de esforço humano somente ou um sinal da aprovação de Deus. A maciça pesquisa de fontes primárias de Richard L. Greaves revela que os Puritanos afirmavam que "nenhuma correlação direta existe entre riqueza e santidade... Não riquezas, mas fé e sofrimento por causa do evangelho são sinais de eleição". Os Puritanos nunca conceberam o trabalho à parte do contexto espiritual e moral do serviço a Deus e ao homem.
Os Puritanos nunca conceberam o trabalho à parte do contexto espiritual e moral do serviço a Deus e ao homem. A mensagem muito citada de Richard M. Nixon, no Dia do Trabalho (1971), provavelmente resumiu a concepção popular da "ética Puritana do trabalho", mas se podemos dizer, é um quadro impreciso:
A "ética do trabalho" sustenta que o trabalho é bom em si; que um homem ou mulher tornam-se uma pessoa melhor em virtude do ato de trabalhar. O espírito competitivo americano, a "ética do trabalho" deste povo,... o valor da realização, a moralidade da autoconfiança — nenhum destes sai de moda.
Acredito ter mostrado que os Puritanos não estariam contentes com tal teoria do trabalho. Seus ideais eram obediência a Deus, serviço à humanidade e confiança na graça de Deus. Na ética Puritana, a virtude do trabalho dependia quase completamente dos motivos com que as pessoas o realizavam.

_________________________
Fonte: Santos No Mundo, Leland Ryken, Editora Fiel, pág. 47,48.

Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org

A Musica Nordestina Também é Cristã

Música e evangelização no sertão
 
Banda Sal da Terra
 
Nilza Valéria
 
O forró é dos bons. Ninguém consegue ouvir os ritmos sertanejos da Banda Sal da Terra sem ter vontade de sair sacolejando pelo salão. Triângulo, zabumba, sanfona, violão e pandeiro são usados pelo ministério para evangelizar o Nordeste brasileiro. Há oito anos fazendo musica regional, o Sal da Terra, que tem base em Garanhuns, no agreste pernambucano, caiu na estrada com a proposta de evangelizar os lugares aonde a igreja – e toda sua estrutura litúrgica – não chegava. “Tocávamos na periferia, nas favelas, no interior e nos povoados do agreste”, lembra Marcos André Fernandes, um dos fundadores do grupo.
     Depois de conhecer o trabalho da Juvep – agência de missões que atua no semi-árido –, o grupo incluiu na agenda o sertão, e por meio dos Programas de Evangelização do Sertão (PES), o Sal da Terra toca e canta em pequenas localidades que possuem menos de 1% da população de evangélicos. “Queremos fortalecer igrejas, evangelizar o homem sertanejo”, explica Fernandes, afirmando que o grupo faz isso de maneira contextualizada, usando a cultura nordestina, suas inúmeras nuances, ritmos e poesias.

Carolina que o diga
     Todo sertanejo conhece Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, um dos maiores representantes da cultura nordestina. Para Fernandes, o mais legítimo. “Utilizei o trabalho de Gonzagão como referência e em algumas composições tomei sua música como ponto de partida, para levar aos não-alcançados do Nordeste uma reflexão sobre o Evangelho.” Carolina foi um dos tantos personagens celebrizados na voz de Luiz Gonzaga, e o grupo decidiu gravar a “Conversão de Carolina” – “Meu camarada, tu não sabes da novidade: a Carolina, tão perdida, se converteu!” Assim que cantaram a música numa igreja tradicional, todos deram gargalhadas sonoras. “Tem nova vida, nasceu pra Cristo e pro pecado morreu. É uma mulher consagrada, Carolina. Tem virtude e é honrada. Inté mais bonita está!” Sem entender o motivo das risadas, o grupo continuou cantando. No fim do culto souberam a razão: Carolina era o nome da esposa do pastor.
     Para Marcos Fernandes e a banda ficou a certeza de que música que fala da realidade das pessoas, cativa quem ouve. O carioca Francisco Correa, 25 anos, jornalista, ouviu o grupo durante o Congresso Brasileiro de Evangelização, o CBE2, realizado em Minas Gerais, em 2003. “Fique marcado por eles. A música, o louvor deles respeita as raízes brasileiras.”

Cultura, meio e fim
     Mais de 60 pessoas fazem parte hoje do Ministério Sal da Terra.  Com uma discografia que inclui seis CDs – o sétimo está sendo preparado –, Fernandes reconhece que no princípio houve surpresa com a música regional. “Muitos ainda hoje têm reserva, só que a Igreja tem compreendido que a cultura nordestina também vem de Deus. E ela, a cultura, para nós não é um fim, é um meio. O fim é a evangelização.” Quem quiser conferir o forró pé-de-serra pode entrar em contato com o grupo pelo telefone (87) 9988-2409.
 

A Democracia é uma árvore frágil…

Em Defesa da Democracia


Fonte: Veja Online
Juristas, sociólogos, empresários, professores e estudantes uniram-se em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro da capital paulista, nesta quarta-feira, para dar início ao que chamam de Manifesto em Defesa da Democracia. Cerca de 500 pessoas repetiram o texto que expressa indignação com as recentes afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a imprensa, e que foi lido no local pelo jurista e ex-vice-prefeito de São Paulo no governo de Marta Suplicy, Hélio Bicudo.
Entre os presentes estava Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, que considerou fascista a atitude de Lula ao dizer que não precisa da opinião pública. “Na medida em que o presidente passou a denunciar a imprensa e dizer que não precisa de formadores de opinião, que ele é a opinião pública, essa é uma ideia substancialmente fascista. Ele sai da cadeira de presidente da República para ser um insuflador contra a imprensa, isso é um caminho perigoso para o autoritarismo”, indignou-se.
O rabino Henry Sobel também compareceu ao evento e assinou o manifesto. “A liberdade da imprensa é sagrada. Quem mexe com a imprensa livre está atacando os alicerces de toda a sociedade”, afirmou. José Carlos Dias, jurista que também foi ministro da Justiça no governo FHC, disse que “o presidente Lula ofende a imprensa quando se sente ofendido por ela”.
Assinaturas - O manifesto foi assinado inicialmente por 50 pessoas, como o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, o poeta Ferreira Gullar, a atriz Rosamaria Murtinho e os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola. Durante o evento no centro da cidade, foram coletadas mais 500 assinaturas. A intenção, segundo os organizadores, é espalhar o texto entre entidades que defendem a causa em todo o país e confrontar o movimento liderado pelo PT que pretende se reunir, no auditório do Sindicato dos Jornalistas, também em São Paulo, nesta quinta-feira, para um ato público contra o que chamam de “golpismo midiático”.
De acordo com outro ex-ministro da Justiça, José Gregori, o grupo se formou há 12 dias, quando o PT começou a se manifestar contra reportagens publicadas em diversos veículos e afirmou que a imprensa tem agido como partido. “A gota d’água foi um comportamento que não só fere a Constituição, mas também fere a causa que ela defende, principalmente a frase do Lula dizendo ‘nós somos a opinião pública’. A opinião pública é o pluralismo que a gente defendeu e que lá no passado ele também ajudou a defender. Ele é o presidente de todos os brasileiros, não pode virar um homem de partido, que vai para as ruas fazer o papel de alguém ligado ao partido”, explicou.
O jurista Hélio Bicudo, que participou da fundação do PT, mas hoje apoia a candidatura de Marina Silva (PV) à presidência, leu o manifesto do alto de um monumento em frente à faculdade e criticou especificamente o argumento de Lula de que tem atuado como cabo eleitoral de Dilma Rousseff somente após o expediente. “Ele não tem horário de trabalho, presidente é 24 horas, não tem essa de agora sou, agora não sou, não é um brinquedo de criança. Quando ele tenta desmoralizar a imprensa, tenta desmoralizar todos os poderes e isso é fascismo. A democracia é um árvore frágil, precisa ser regada todo dia”, afirmou o ex-vice-prefeito.

Fonte: Olhar Reformado

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NOTÍCIAS Missionárias


MISSÕES PORTAS ABERTAS
 Liberto ativista de direitos humanos cego















Chen Guangcheng
CHINA - O famoso ativista de direitos humanos cego,Chen Guangcheng, terminou sua pena de 4 anos e três meses no último dia 9, e foi liberado às 6h30 do dia seguinte. Enquanto esteve na prisão, foi brutalmente torturado e teve negado o cuidado adequado. Ele está em má saúde e precisa de tratamento médico.
 Embora ele esteja fora da prisão, a liberdade do ativista ainda não está completa. Sua família foi monitorada e perseguida por funcionários públicos durante seu encarceramento. Segundo fontes fidedignas, as autoridades ameaçaram Chen e sua esposa de atirar a qualquer momento nos membro da família, caso não cooperassem.
 Na manhã que Chen foi solto, sua esposa Yuan Weijing, sua filha, e seu irmão mais velho não foram autorizados a buscá-lo na prisão. Em vez disso, tiveram de esperar para recebê-lo quando ele mesmo chegasse a casa. Agora, ele e sua família são acompanhados de perto por mais de 20 policiais que cercam sua casa. Ninguém foi autorizado a sair da casa no dia de sua chegada, mesmo que fosse para fazer compras, então sua esposa precisou se programar para o dia anterior.
 Chen Guangcheng, um advogado autodidata, expôs as atrocidades em massa de 130.000 abortos e esterilizações forçadas em Linyi County, Shandong, em 2005. De acordo com Reggie Littlejohn especialista em política da criança da ChinaAid e fundador dos Women’s Rights Without Frontiers (Direitos da Mulher Sem Fronteiras), "o uso do aborto forçado e da esterilização forçada em Linyi County e em qualquer outro lugar, podem ser o resultado da pressão sobre os funcionários em cumprir a meta ou quotas populacionais provinciais estabelecidas."
 Chen foi preso em agosto de 2006 quando falou contra estas medidas severas. Ele foi acusado de "danificar patrimônio público e obstrução do tráfego."
 A revista Time de 2006 nomeou Chen Guangcheng como um dos “Top 100 People Who Shape Our World" (100 pessoas mais influentes), na categoria de "Heróis e Pioneiros". Ele também foi nomeado para o prêmio Nobel da paz.
 Chen expressou seu agradecimento à comunidade internacional pela ajuda.
Tradução: Carla Priscilla Silva
Fonte: China Aid Association

Como superar as dores do passado

Por Rev. Hernandes Dias Lopes

O passado pode nos influenciar mais do que gostaríamos. Há dores do passado que, muitas vezes, não conseguimos superar. Há feridas na alma que demoram a sarar, há traumas que se recusam a ir embora e se levantam como fantasmas para nos atormentar. No livro de 1 Crônicas 4.9,10 lemos a história de Jabez, um homem que superou as dores do seu passado. Ele foi mais nobre do que seus irmãos porque não se conformou com a decretação da derrota em sua vida. Sua mãe lhe deu esse nome, porque com dores o deu à luz. Muito embora Jabez estivesse carimbado por um passado de dor, reagiu a essa situação e superou esses traumas. A solução não veio da psicologia de auto-ajuda, mas da ajuda do alto. Ele invocou o Deus de Israel e, dos céus brotou a sua cura. Jabez fez quatro coisas para superar as dores do seu passado:

1. Ele clamou pela bênção de Deus – Seu pedido foi: “Oh! Tomara que me abençoes…”. Em vez de olhar pelas lentes do retrovisor, ferido pelas lembranças amargas do seu passado, Jabez olhou para o alto e rogou a bênção de Deus. Em vez de viver preso no cipoal da amargura, curtindo os traumas da sua infância, ele buscou a Deus e rogou sua bênção. Jabez reagiu. Ele não se conformou com o caos. Ele sacudiu o jugo do passado. Ele entendeu que sua vida não precisaria ser uma jornada de dor, mas uma caminhada sob a bênção de Deus. De modo semelhante podemos, também, buscar a bênção de Deus em vez de vivermos prisioneiros de um passado de dor.

2. Ele clamou pela prosperidade de Deus – Jabez prosseguiu: “… e me alargues as fronteiras”. Jabez não se encolheu diante de um passado de dor, mas olhou para frente e avançou com mais ousadia. Ele não quis ser influenciado pelos acontecimentos dolorosos do ontem, mas um influenciador no futuro. Jabez quer mais espaço, mais influência, mais oportunidade para ser uma bênção nas mãos de Deus. Jabez é um homem com visão do farol alto. Em vez de ficar lamentando seus pesares nos vales da vida, ele sobe nos ombros dos gigantes para divisar horizontes ainda mais largos.

3. Ele clamou pela presença de Deus - Jabez continuou: “… que seja comigo a tua mão”. Jabez não quer apenas as bênçãos de Deus, ele quer, sobretudo, o Deus das bênçãos. O doador é mais importante do que suas dádivas. O abençoador é mais importante do que suas bênçãos. Mais do que coisas, Jabez ansiava por Deus. Mais do que ajuda dos homens, ele queria a mão de Deus conduzindo sua vida. Para superar as dores do passado nós precisamos da presença de Deus e da fortaleza do seu braço para nos sustentar.

4. Ele clamou pela proteção de Deus – Jabez concluiu, dizendo: “… e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição…”. Jabez entende que a vida é cheia de perigos. Há inimigos de fora e temores de dentro tentando nos manter prisioneiros no calabouço do medo. A vida não se processa num parque de diversões, mas num campo de batalha. Jabez anseia pela proteção divina. Ele deseja proteção tanto do maligno como da aflição provocada por ele. A breve, mas intensa biografia de Jabez termina dizendo: “… e Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido”. Como Jabez, você também, pode superar as dores do seu passado!

Fonte: www.hernandesdiaslopes.com.br

Medo da Liberdade



Por Leonardo Gonçalves

Dia difícil! Não é fácil pregar um evangelho sem legalismos, onde Cristo é tudo em todos e a verdade não escraviza, mas liberta. É como a velha história do elefantinho amarrado com barbante, que mesmo depois de adulto, jamais conseguiu se desvencilhar do seu “cativeiro psicológico”. Muita gente tem medo da liberdade.

É como disse o professor Abel García: “Nós falamos em liberdade, mas adoramos os Chávez, os Ortegas, os Fujimoris e os Pinochets [...] Nós gostamos é de ser pisados com uma bota suja de lama!”. Na verdade, nós dizemos amar a cruz do Calvário, mas os ventos da alma sempre nos empurram de volta para o monte Sinai.

Dá tristeza na gente ver alguém que foi nutrido com o melhor da nova aliança, voltar a beber do poço lamacento do legalismo, saciando-se paliativamente de idiossincrasias humanas. Porém, o compromisso que tenho com a grei me impede de colocar cercas humanas e manter qualquer “ovelha” no aprisco contra sua vontade. Ninguém será livre de fato, a menos que seja livre também para errar, mesmo que depois seja necessário deixar as 99 no aprisco...

Um dia difícil que terminou satisfatoriamente. Um culto com assistência acima da média, e muitos não-crentes ouvindo o evangelho pela primeira vez. Momentos de comunhão maravilhosos. Que alegria poder abraçar aquelas pessoas e mostrar de alguma forma que elas não estão sozinhas! Nada é mais gostoso que misturar-se entre as ovelhas... Ser ovelha!

No final do culto, eu estava em lágrimas. O pior dia desde que o velho Eduardo morreu, se transformou no dia mais feliz que já tive aqui nessas terras do Inca. Esbocei um sorriso, e trêmulo de emoção, apenas agradeci. Disse: “Gracias, Jesús, porque tu sabes como alegrar el corazón del pastor”. E em algum recôndito da minha alma, senti o Cristo dizer: “Sim, eu sei... porque também sou pastor. E também fui ferido por aqueles que amei. Porém, amei até o fim. Ama tu também!”.

Leonardo Gonçalves

Fonte: Pulpito Cristão


Justificação - a Base da Paz

O que assegura a plena paz de Consciência é tão-somente a Justificação com base nos méritos de Cristo, não em nós mesmos.

Ora, se indagarmos de que maneira nossa consciência possa tranqüilizar-se diante de Deus, outra resposta não acharemos senão que isso nos é assegurado pela graciosa justiça de Deus. Sempre nos vem à mente esta interpelação de Salomão: “Quem poderá dizer: Limpo fiz meu coração; purificado estou de meu pecado?” [Pv 20.9]. Certamente não há ninguém que não esteja submerso em infinita voragem de águas imundas. Portanto, que cada um desça à sua consciência, por muito perfeito que seja, e convoque seus feitos a prestar contas. Que resultado terá, afinal? Porventura descansará tranqüilamente, como se todas as coisas estivessem bem dispostas com Deus, e não se verá antes cercado de terríveis tormentos, quando, se for julgado à base de suas obras, haverá de sentir que em si reside causa de condenação? É inevitável que a consciência, se olha para Deus, ou sentirá tranqüila paz com seu juízo, ou se verá assediada dos horrores dos infernos. Portanto, ao discutir acerca da justiça, nada extraímos de proveito, a menos que tenhamos estabelecido essa em cuja solidez se pode suster nossa alma no juízo de Deus. Quando nossa alma tiver aquela justa mercê da qual não só compareça sem temor diante da face de Deus, mas também receba seu o juízo imperturbada; então poderemos pensar que já achamos uma justiça sem falsificação.


Portanto, não é sem motivo que o Apóstolo insiste com tanta veemência neste ponto, o que prefiro expressar com as palavras dele, antes que com as minhas. “Se a herança procede da lei”, diz ele, “então a fé está aniquilada e abolida a promessa” [Rm 4.14]. Antes do mais ele infere que a fé é aniquilada e anulada, caso a promessa de justiça tem em vista os méritos de nossas obras ou dependa da observância da lei. Pois ninguém jamais poderia descansar confiadamente nela, já que nunca acontecerá de alguém no mundo poder se assegurar de que satisfez à lei; e de fato jamais houve quem satisfizesse inteiramente através das obras. E para não buscar provas muito longe, cada um pode ser testemunha a si mesmo, se quiser contemplar atentamente. E daqui se põe à mostra em quão profundos e tenebrosos recessos a hipocrisia sepulta as mentes dos homens, enquanto se mimoseiam tão confiadamente que não hesitam em opor suas lisonjas ao juízo de Deus, como se quisessem, por assim dizer, impor-lhe que suspendesse sua ação legal. Mas os fiéis que a si mesmos sinceramente examinam, bem outra é a solicitude que os angustia e os crucia. Portanto, se deveria subir à mente de todos, primeiro a incerteza; depois, até mesmo a desesperança; enquanto cada um por si só consideraria de quão grande volume de dívida estaria ainda sobrecarregado, e quão longe distaria da condição que lhe foi imposta.


Eis aqui a fé já oprimida e aniquilada, porque ter fé não significa estar flutuante, permanecer mudando, ser levado de um lado para o outro, hesitar, manter-se suspenso, vacilar, finalmente ceder ao desespero; pelo contrário, o ânimo deve firmar-se de constante certeza e sólida confiança e ter onde apoiar e firmar o pé.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A batalha pela fé evangélica

Por Rev. Hernandes Dias Lopes

Referência: Judas 1.25
INTRODUÇÃO
1.Judas, irmão de Jesus, escreveu esta carta para exortar (esta palavra era usada para descrever um general dando ordens a um exército) a igreja a batalhar pela fé evangélica (v. 3). Era um tempo perigoso, onde muitos falsos mestres estavam sorrateiramente entrando dentro das igrejas e ensinando heresias.
2.Judas que antes não cria em Jesus (Mc 6:3), depois da sua ressurreição, estava entre os 120 que receberam o derramamento do Espírito Santo no Pentecoste (At 1:14).
I. UM CHAMADO À BATALHA ESPIRITUAL – V. 1-7
1. O exército de Deus – v. 1-2
O que os crentes são – Judas usa três expressões para descrever os crentes: 1) Os chamados – Foi Deus quem nos escolheu primeiro. Ele nos predestinou e nos chamou. 2) Os amados – Deus nos amou com amor eterno. Ele nos amou primeiro. 3) Os guardados – Enquanto Deus preserva os anjos caídos (Jud 6) e os falsos mestres (v. 13) para condenação, preserva os crentes para a glória (v. 1).
O que os crentes têm – Novamente Judas usa três expressões para descrever as bênçãos que os crentes possuem e que podem ser multiplicadas: 1) Misericórdia – Deus em sua misericórdia não nos dá o que merecemos, visto que lançou sobre o seu Filho o castigo que merecemos. 2) Paz – Uma pessoa não convertida está em guerra contra Deus, mas por causa da obra de Cristo na cruz, fomos reconciliados com Deus e temos paz com Deus. 3) Amor – A cruz é a demonstração do amor de Deus. Os apóstatas podem pecar, cair e sofrer condenação, mas os verdadeiros crentes são guardados em segurança em Cristo por toda a eternidade.
2. O inimigo – v. 3-4
Judas escreve para alertar a igreja sobre a batalha da fé, visto que a igreja estava sendo minada por falsos mestres (v. 3). Judas agora identifica o inimigo, os apóstatas, nessa batalha e traça suas características:
a) Eles são dissimulados – v. 4a – Os falsos mestres entram na igreja porque os crentes dormem (Mt 13:25,38). Eles vêem de fora e surgem de dentro da igreja (At 20:29-30).
b)Eles são ímpios – v. 4b – Eles dizem pertencer a Deus, mas eles são ímpios na sua forma de pensar e agir (2 Tm 3:5).
c)Eles são inimigos da graça de Deus – v. 4c – Eles entram na igreja para mudar a doutrina. Eles querem encontrar base doutrinária para justificar sua conduta libertina. Prometem liberdade, quando eles mesmos são escravos (2 Pe 2:13-14).
d)Eles negam a supremacia de Jesus Cristo – v. 4d – Eles podiam até afirmar que Jesus era um grande mestre, mas não o verdadeiro e soberano Deus e Senhor.
e)Eles são destinados para a condenação – v. 4b – O texto não está dizendo que eles foram destinados para serem apóstatas, como se Deus fosse responsável por seus pecados. Por se tornarem apóstatas Deus os destinou à condenação.
Como a igreja vai enfrentar os falsos mestres? Batalhando pela fé, ou seja, pela verdadeira doutrina. A palavra “batalhar” (v. 3) é agonizar. O púlpito deve tanto proclamar a verdade como denunciar o erro.
3. A vitória – v. 5-7
Judas dá três exemplos do juízo de Deus sobre aqueles que resistiram a sua autoridade e se apartaram da verdade. Judas está dizendo que Deus julga os apóstatas e os falsos mestres.
a)Israel – v. 5 – Os pecados de Israel foram registrados para nos alertar (1 Co 10:11). Aqueles que se apartaram da verdade pereceram no deserto.
b)Os anjos caídos – v. 6 – Deus exerceu o seu juízo sobre os anjos caídos e os condenou ao inferno (2 Pe 2:4).
c)Sodoma e Gomorra – v. 7 – Os sodomitas entregaram-se à prostituição e ao homossexualismo e Deus os condenou ao fogo eterno.
O pecado de Israel foi incredulidade. O pecado dos anjos foi rebelião contra a autoridade de Deus e o pecado de Sodoma foi indecência moral. Do mesmo jeito que Deus julgou os anjos, os estrangeiros e Israel, ele julgará os falsos mestres. Ninguém poderá rebelar-se contra a autoridade de Deus e prevalecer.
II. DESMASCARANDO O INIMIGO, OS APÓSTATAS – V. 8-16
Tudo que Judas escreveu sobre os apóstatas nesse parágrafo pode ser sintetizado em três sentenças:
1. Eles rejeitam a autoridade divina – v. 8-11
Toda a autoridade vem de Deus. Aqueles que exercem autoridade, devem estar debaixo de autoridade. O apóstatas se colocavam acima das Escrituras e dos apóstolos (v. 8). Exemplo: Hoje alguns líderes se auto promovem e se chamam apóstolos.
A causa da rebelião é que eles são sonhadores alucinados (v. 8). Eles vivem num mundo irreal e ilusório. Eles crêem na mentira de Satanás (Gn 3:5). Eles se tornam como animais que vivem guiados pelo instinto (v. 10 e 2 Pe 2:12,22). Eles se entregam à luxúria (v. 8) e desandam a boca para demonstrar sua rebelião contra Deus (v. 8c,10; Sl 73:9,11).
A consequência da rebelião é que eles se corrompem ou se destroem (v. 10c). O caminho da rebelião é o caminho da ruína.
A condenação dos rebeldes é visto no v. 11. Caim rebelou contra a autoridade de Deus na questão da salvação, Balaão na questão da separação e Coré na questão do serviço.
a)O caminho de Caim – Caim rebelou-se contra o caminho de Deus para a salvação (1 Jo 3:11-12). Caim rejeitou o caminho da salvação pela graça. Caim queria agradar a Deus sem fé. O caminho de Caim é o caminho do orgulho, da justiça própria.
b)O erro de Balaão – O erro de Balaão foi a ganância de comercializar o dom de Deus e o ministério com o fim de ganhar dinheiro (2 Pe 2:15-16). Os falsos mestres trabalham na igreja para ganhar dinheiro (1 Ts 2:5-6; 1 Tm 6:3-21). Balaão induziu o povo de Deus a pecar.
c)A revolta de Coré – Coré se rebelou contra a autoridade de Moisés e consequentemente contra a autoridade de Deus concedida a Moisés. Deus o julgou.
2. Eles recorreram a uma deliberada hipocrisia – v. 12-13,16
Judas apresenta seis figuras fortes para descrever a hipocrisia dos falsos mestres:
1)Rochas submersas nas festas de fraternidade – Eles se infiltram no meio da igreja para provocar acidentes e naufrágios espirituais.
2)Pastores que se apascentam a si mesmos – Eles usam e abusam do povo em vez de cuidar do povo (2 Co 11:20; Ez 34:2).
3)Nuvens sem água – Nuvens que prometem chuva, mas desapontam em trazer a água. Os apóstatas parecem trazer ajuda espiritual para as pessoas, mas fracassam. Eles prometem liberdade, mas são escravos (2 Pe 2:19). Eles não têm a doutrina (Dt 32:2; Is 55:10) por isso são nuvens sem água.
4)Árvores mortas – São árvores sem fruto e sem raiz. Que contraste com os justos (Sl 1:3). O fruto é a marca do discípulo (Jo 15:8).
5)Ondas bravias do mar – A onda revolta do mar traz sujeira e perigo (Is 57:20).
6)Estrelas errantes – Estrelas errantes só podem conduzir as pessoas ao abismo em que elas mesmas são lançadas.
7)Murmuradores e aduladores – v. 16
3.Eles receberam sua devida penalidade – v. 14-15
No meio de uma sociedade que se corrompia, Enoque andou com Deus (Gn 5:18-24; Hb 11:5). Sua geração escarneceu dele, como os falsos mestres escarneceram da doutrina da segunda vinda de Cristo (2 Pe 3:1-9).
O juízo será pessoal – Enoque diz que não um acontecimento como o dilúvio, mas o próprio Senhor veio pessoalmente exercer juízo (v. 14-15).
O juízo será universal – O juízo final apanhará a todos os ímpios (v. 15). Ninguém escapará do justo e reto juízo de Deus. Somente aqueles que são selados estarão seguros (Rm 8:31-39).
O juízo será justo – Deus fará convictos todos os ímpios (v. 15) acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram e todas as suas palavras insolentes (v.15).
III. MANTENDO-SE FIRME NA GUERRA, SEM VACILAR – V. 17-25
1. Relembre a Palavra de Deus – v. 17-19
a)Relembre quem deu a Palavra – v. 17 – As Escrituras vieram-nos através dos apóstolos. Os falsos apóstolos queriam se colocar acima dos apóstolos de Jesus Cristo. Chamavam-se a si mesmo de apóstolos e diziam ter novas revelações de Deus.
b)Relembre o que eles disseram – v. 18 – Os apóstolos já haviam alertado sobre o perigo dos falsos mestres e dos falsos ensinos (1 Tm 4:1; 1 Jo 4:1; 2 Pe 2; 3:3).
c)Relembre porque eles disseram – v. 19 – Os falsos mestres desejam dividir a igreja e levar os crentes para fora da verdadeira comunhão dos santos (At 20:30). Eles não só dividem a igreja, mas a enganam, porque eles não têm o Espírito Santo (v. 19b).
2. Edifique a sua vida cristã – v. 20-21
a)O fundamento para a vida cristã – A nossa fé santíssima ( A Palavra).
b)O poder para a edificar a vida cristã – A oração no Espírito. Assim, a Palavra de Deus e a oração devem andar juntas para a edificação da igreja (At 6:4).
3. Comprometa-se com a evangelização – v. 22-23
a)Compadeça dos que estão na dúvida – São as pessoas que estão confusas com os falsos ensinos, sendo seduzidas pelo engano. Ensine a Palavra para elas. Mostra-lhes as glórias do evangelho.
b)Salva os que estão no fogo – Assim como os anjos tiraram Ló de Sodoma, devemos tirar aqueles que estão nas garras dos falsos mestres. Há pessoas que são como tição tirado do fogo (Zc 3:2).
c)Cuidado para não se queimar ao tentar salvar os outros do fogo – “sede compassivos em temor, destando até a roupa contaminada pela carne”. Devemos amar o pecador, mas abominar o pecado.
4.Comprometa-se com Jesus Cristo – v. 24-25
a)Ele é poderoso para nos guardar de tropeço
b)Ele é poderoso para nos levar para a glória
c)Ele é digno de ser exaltado de eternidade a eternidade.

EBD em Foco

Por Missionário Marcio Brito


Domingo passado dia 19 de Setembro  junto com as comemorações do aniversário do PGAR foi realizado uma Grande Escola Dominical às 9h30min
(em comemoração ao Dia da E.B.D.)
Local: Colégio Presbiteriano XV de Novembro
Preletor: Rev. Wilson do Amaral Filho
Pastor da 2ª Igreja Presbiteriana em Jundiaí, SP – Mestre em Ed. Cristã – CPPG Andrew Jumper Mestre em Arte e História da Cultura e Doutor em letras – Universidade Presbiteriana Mackenzie, Professor da Escola Superior de Teologia – Universidade Presbiteriana Mackenzie.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Coral Presbiteriano


 DIA COMEMORATIVO DA ESCOLA DOMINICAL É COMEMORADO NO COLÉGIO PRESBITERIANO XV DE NOVEMBRO EM GARANHUNS - PE






















Com mesa já composta, horárias e oração











O Dr. e Rev. Wilson Com a palavra ao auditório












ALGUNS DO COMPONENTES DA MESA, ENTRE ELES O PRESIDENTE DO PRESBITÉRIO DE GARANHUNS.








Se fez presente o grande Pastor, teólogo e professor o Rev. Robert Pacheco!








O presidente deixa sua fala aos presentes, assim como passa a palavra ao preletor o Rev. Wilson Amaral Filho.









O Pastor da I. Presbiteriana da Cidade Lagedo, entrega placa homenageando o Presidente do Presbitério de Garanhuns.









O Rev. Wilson já na sala de aula, ali ministrou para os professores de E.B.D das IPB de nosso Presbitério







A solidariedade se fez presente, o Rev. Mariano ajuda o colega até a sala de aula.







Não podia faltar a presença de louvores ao SENHOR, e isso ficou com o coral Presbiteriano.











O coral infantil teve sua brilhante participação!











Não poderia deixar de passar essa sem sair na foto com esse amado eleito de DEUS!










A aula para senoras foi ministrada no auditório









Atentas aprendiam de DEUS a mestra








Já os jovens ficaram com o capelão, que nesta mesma semana ministrou no IBN o curso de "CAPALANIA HOSPITALAR"
Turminha animada e cheia de sede de DEUS!







Os adolecentes também foram alimentados, juntos aprenderam de DEUS com sua professora!


A Fúria dos Batistas “Ofendidos”…



Por Júlio Severo
“Ofendido” é a palavra que descreve melhor a reação do deputado federal Gilmar Machado ao vídeo do Pr. Paschoal Piragine Jr. da Primeira Igreja Batista de Curitiba.
O “ofendido” diz: “Há alguns dias vem sendo veiculado na internet vídeo que orienta os cristãos a não votarem em nenhum dos candidatos filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT), do qual faço parte. Sou membro da lgreja Batista Central de Uberlândia há 34 anos, e busco manter meu testemunho e minha conduta coerente com os ensinamentos de Cristo. Sendo assim, considero-me vitima de injustiça de uma orientação contra todos os candidatos do PT”.
No entanto, o vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=ILwU5GhY9MI) do pastor de Curitiba, que já passou a marca incrível de 1 milhão e meio de visitações, não atacou os ensinamentos de Cristo. As palavras do Pr. Paschoal Piragine trataram somente das ameaças de vários projetos contra a família no Congresso Nacional. Por pura coincidência, a maioria desses projetos é do PT. Igualmente por pura coincidência, as decisões do governo Lula durante oito anos arrastaram o Brasil implacavelmente para um obsessivo direcionamento contra a família.
O “ofendido” ficou ofendido somente porque, sendo líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, ele achou que Piragine errou ao dizer que o PT é pró-aborto. Machado diz: “Não é verdade que o PT possui uma orientação pela descriminalização do aborto. Em seu IV Congresso, o PT modificou a resolução que fala de aborto e estabeleceu para o atual programa de governo da Dilma o seguinte texto: ‘Promover a saúde da mulher, os direitos sexuais e direitos reprodutivos’”.
A Federação Internacional de Planejamento Familiar, a maior organização de aborto do mundo que possui clínicas de aborto em vários países, nunca diz que promove o aborto. Diz somente que ‘promove a saúde da mulher, os direitos sexuais e direitos reprodutivos’. A linguagem dissimuladora do aborto é hoje a linguagem de “direitos sexuais” e “direitos reprodutivos”. Mas, sendo líder do governo Lula, o ofendido Machado nega com insistência que o PT tenha essa dissimulação, concluindo seu comunicado: “O conteúdo apresentado no vídeo [do Pr. Piragine] não corresponde, portanto, com a realidade do que está sendo defendido pelo PT. Podemos pegar os posicionamentos do PT, comparar com o conteúdo do vídeo e observaremos que não existe veracidade”.
Seguindo essa linha esquizofrênica, os nazistas e comunistas também poderiam alegar que dizer que nazismo e comunismo geram genocídio e crimes “não corresponde com a realidade”.
Contudo, outros batistas ofendidos também apareceram no cenário, igualmente revoltados porque uma suposta “honra” do PT foi atacada.
Uma tal de Aliança de Batistas do Brasil (ABB), em manifesto público, afirmou sua “repulsa a toda estratégia político-religiosa de ‘demonização do Partido dos Trabalhadores do Brasil’”. O documento enfatiza: “A Aliança de Batistas do Brasil sente-se na obrigação de contradizer o discurso que atribui ao PT a emergente ‘legalização da iniquidade’… Enfim, a Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade”.
O bom é que essa ABB é um agrupamento insignificante. Mas não nos esqueçamos de que o governo Lula já teve batistas poderosos do seu lado, inclusive o falecido Pr. Nilson Fanini.
Outro batista ofendido foi o Geter Borges de Souza, que disse numa carta ao Pr. Piragine: “Sou membro da Segunda Igreja Batista do Plano Piloto, trabalho na Câmara dos Deputados a sete anos e tenho acompanhado o PT, o governo federal e os projetos relacionados com as questões ligadas a sexualidade. Tivemos acesso ao vídeo onde o senhor se pronuncia contra o PT e diante dele gostaria de fazer alguns questionamentos. Dizer que o conteúdo apresentado no vídeo é o que está sendo defendido pelo PT não corresponde com a realidade. Podemos pegar os posicionamentos do PT e comparar com o conteúdo do vídeo e observaremos que não existe veracidade”.
Conheço o Geter pessoalmente. Ele sempre trabalhou atrelado aos deputados evangélicos do PT, e já ocupou o cargo de secretário geral do Movimento Evangélico Progressista (MEP), a maior organização evangélica marxista do Brasil, que desempenhou papel fundamental no esforço para levar as igrejas para elegerem Lula em 2002. Hoje, Geter trabalha na entidade marxista “Evangélicos Pela Justiça” (EPJ), que vê Cuba como referência de desenvolvimento “educacional”.
Um genuíno seguidor de Jesus só veria doutrinação e lavagem cerebral no sistema educacional de Cuba, mas o EPJ, seguindo a linha do MEP (fundado pelo Bispo Robinson Cavalcanti e uma das colunas da revista Ultimato), presta culto ao marxismo.
A “justiça” que Geter Borges, Gilmar Machado e a Aliança de Batistas do Brasil pregam e promovem é amiga do marxismo e, quer eles gostem ou não, é amiga das iniquidades que o marxismo sempre acaba acarretando como enchente.
O Pr. Piragine errou ao citar o nome de um dos partidos que mais promove iniquidades no Brasil? Não. A Palavra de Deus deixa bem claro que a função do sacerdote é ensinar as pessoas a diferença entre o certo e o errado, o santo e o profano e o puro e o impuro. Essa diferenciação deve ser ensinada em todas as áreas, inclusive política.
Desempenhando sua função sacerdotal, Piragine apenas ensinou o povo sobre o certo e o errado. Geter Borges, Gilmar Machado e a Aliança de Batistas do Brasil têm todo o direito de escolher o errado e até de ficarem ofendidos quando seu erro é exposto. Mas não têm direito de chamar de “certo” o que está patentemente errado.
Eles não têm direito de dizerem que estão sendo “injustiçados” quando o PT é exposto em suas iniquidades, pois o PT é o partido que mais impõe o marxismo e suas injustiças no povo brasileiro, transformando o crime do aborto propositado em “questão de saúde pública”, a adoção de crianças inocentes por duplas de pervertidos homossexuais em “questão de direitos civis” e sempre dando nomes elegantes e enganadores para todos os tipos de iniquidade. Quem poderia negar que esses fatos não correspondem à realidade do PT, PV, PSDB e outros partidos e políticos marxistas?
Eu me sinto injustiçado de ver partidos e políticos que defendem o aborto e o homossexualismo desconversando no momento eleitoral unicamente para enganar o povo. Neste momento, em que milhões de eleitores gostariam de ter um só candidato contra o aborto e união civil homossexual, tudo o que encontram são candidatos hipócritas e mentirosos. Isso não é uma injustiça contra o povo brasileiro?
Geter Borges, PT, Aliança de Batistas do Brasil, Gilmar Machado e Lula mentem descaradamente, porque estão possessos do espírito da nossa geração. É um espírito que doutrina a população a aceitar e adorar o governo no papel central de Deus como supremo provedor de todas as necessidades fundamentais na vida das pessoas.
Esse é o espírito do marxismo e seus variados rótulos, o qual move partidos e políticos com discursos populistas, mas com ações contra Deus e a família.
Esse é o espírito do Anticristo.
Um testemunho e conduta cristã coerente com os ensinamentos de Cristo não busca o governo marxista e suas “justiças”, mas o Reino de Deus (Governo de Deus) e sua Justiça.
Um testemunho e conduta cristã coerente com os ensinamentos de Cristo não coopera para a manifestação do governo do Anticristo, mas para a expansão do Reino de Deus (Governo de Deus) e Sua Justiça em todas as esferas, inclusive políticas.
Para não se sentirem ofendidos, os batistas ofendidos têm uma boa escolha: Buscar o Reino de Deus e Sua Justiça. Sem isso, eles ficarão ofendidos toda vez em que a iniquidade institucional e ideológica for denunciada
Fonte: Mídia Sem Máscara

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Série - Calvinismo

Depravação Total

Rev. José Roberto de Souza

1. O que é Calvinismo?

Gostaria de fazer uso dos questionamentos e respostas do Rev. Paulo Anglada, os quais podem ser encontrados na introdução do seu livro: Calvinismo As Antigas Doutrinas da Graça. Indaga ele: “O que é calvinismo?  Que sistema doutrinário é este que ficou conhecido pelo nome do grande reformador francês do Séc. XVI? Quais as objeções feitas a ele? Qual a sua história? Faz justiça à revelação bíblica?”
O calvinismo na realidade é a síntese das doutrinas dos reformadores. As confissões de Fé das igrejas: Luterana, Reformada, Presbiteriana, Anglicana, Congregacional e Batistas professam, todas pelo menos nas suas confissões de fé originais, o sistema doutrinário conhecido como calvinismo.
Se faz necessário sabermos disso, porque na maioria das vezes, algumas pessoas associam a doutrina a uma igreja em particular. Por exemplo: A predestinação é doutrina da Igreja Presbiteriana.
O calvinismo na realidade é um sistema doutrinário bem mais amplo, harmônico, sistemático, e consequentemente mais sólido. Ou seja, o calvinismo não está limitado aos cinco pontos que serão expostos durante esta semana, ele vai mais além até porque os cinco pontos estão associados basicamente a questão soteriológica.
Paulo Anglada diz que: “O evangelho, conforme crido e proclamado pelo calvinismo, é o evangelho do Senhor Jesus, do Apóstolo Paulo, de Agostinho, de Lutero, de Calvino, de J. Knox, de J. Edwards, de Spurgeon, de Ryle, de Lloyd Jones, e tantos outros”.

2. Breve Histórico dos Cinco Pontos do Calvinismo

Precisamos começar pela Holanda, no ano de 1610. James Arminius, um professor holandês, acabava de morrer, e seus ensinamentos haviam sido formulados em cinco pontos principais de doutrina pelos seus seguidores – conhecidos como arminianos. Foram aproximadamente quarenta simpatizantes das idéias de Arminius, os quais redigiram uma declaração de fé conhecida como The Remonstrance (A Representação). Até este momento as igrejas da Holanda, assim como as outras igrejas protestantes importantes da Europa, subscreviam a Confissão de Fé Belga e de Heideberg, ambas firmemente baseadas nos ensinamentos da Reforma. Mas os arminianos queriam mudar essa posição e por isso apresentaram seus cinco pontos em forma de objeção – ou protesto – ao Parlamento Holandês. Os cinco pontos do arminianismo eram, de modo geral, os seguintes:
  • Livre arbítrio, ou capacidade humana (Depravação Total);
  • Eleição Condicional (Eleição Incondicional);
  • Redenção Universal, ou Expiação Geral (Expiação limitada);
  • A obra do Espírito Santo na regeneração limitada pela vontade humana (Graça Irresistível);
  • Cair da Graça (Perseverança dos Santos).
Os cinco pontos do arminianismo foram apresentados ao Estado, e um Sínodo Nacional da Igreja foi convocado para se reunir em Dort em 1618, afim de examinar o ensinamento de Arminius à luz das Escrituras. O Sínodo de Dort reuniu-se durante 154 sessões em um período de 7 meses, mais ao seu término não encontrou campo para reconciliar o ponto de vista arminiano com aquele exposto na Palavra de Deus. Reafirmando a posição sustentada pela Reforma, e formulada pelo teólogo francês João Calvino, o Sínodo de Dort formulou seus “Cinco Pontos do Calvinismo” para fazer frente ao sistema arminiano. As vezes esses pontos são colocados em forma de um acróstico baseado na palavra TULIP.

3. Definição do que é Depravação Total

Não podemos negar que de forma quase que generalizada a doutrina da Predestinação é vista com bastante aversão. Ou seja, as pessoas geralmente vêem mais a injustiça por parte de Deus, do que mesmo a sua bondade. Todavia, isto acontece pelo fato dessas mesmas pessoas não conhecerem nada sobre a Depravação Total. São pessoas que tem uma perspectiva deficiente e amena sobre o pecado. Paulo Anglada definindo o que seria a Depravação Total afirma que:
“Em decorrência da queda, o homem ficou totalmente inabilitado espiritualmente. Ou seja, ele não pode, por si mesmo, fazer nada para mudar o seu estado de pecado. A corrupção original impregnou de tal modo toda a natureza humana que alcançou seu espírito, mente, vontade, sentimentos, e o próprio corpo, inabilitando-o a fazer qualquer coisa espiritualmente agradável a Deus”.
Em oposição os arminianos, defendem o livre-arbítrio afirmando que o homem natural tem em si mesmo a capacidade para responder positivamente ao evangelho. Todavia, o Calvinismo prega que o homem está cego para as realidade espirituais, que se tornou escravo do pecado, que está morto espiritualmente. Para os calvinistas, a queda foi realmente uma queda e não um tropeço, ou um escorregão sem maiores conseqüências.” Veja o que pensava Calvino sobre o estado do homem pecador:
“As Escrituras atestam que o homem é escravo do pecado; o que significa que seu espírito é tão estranho à justiça de Deus que não concebe, deseja, nem empreende coisa alguma que não seja má, perversa, iníqua e impura; pois o coração, completamente cheio do veneno do pecado, não pode produzir senão os frutos do pecado.”
As Confissões Reformadas, juntamente com os Catecismos tem também aceito a doutrina da Depravação Total, isto serve para ratificar a doutrina bíblica da Depravação Total. Como o tempo não permite citar todas as Confissões e os Catecismos, vejamos o que diz a C.F.W.:
“Por este pecado (original) eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma. O homem caído em um estado de pecado perdeu totalmente o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso ao bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isto” (Cap. VI, Par. II e Cap. IX, Par III).

4. Definição do que não é Depravação Total

Gostaria de fazer uso das palavras de W. J. Seaton:
“Quando os calvinistas falam em Depravação Total, entretanto, não querem dizer que todo homem é tão mau quanto poderia ser, nem que o homem seja incapaz de reconhecer a vontade de Deus; nem ainda que seja incapaz de fazer o bem para os seus semelhantes, ou até de ser submisso externamente ao Culto de Deus. O que querem dizer é que quando o homem caiu no Jardim do Éden, caiu em sua “totalidade”. A personalidade do homem foi afetada como um todo pela Queda, e o pecado atingiu a todas as faculdades – a vontade, o entendimento, as afeições, etc.”
Uma pessoa não convertida pode ser tão generosa até mesmo a causa cristã, que em muitos casos ela é até denominada de “amigo do evangelho” (algo que eu particularmente não concordo).

  • Base Bíblica da Depravação Total

  • Como resultado da transgressão de Adão, todos os homens são nascidos em pecado e são, por natureza espiritualmente mortos.

  • Adão foi  advertido e a penalidade por causa da desobediência seria imediatamente a morte espiritual, e posteriormente a física.

Gn 2.16: E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente;
Gn 2.17: mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
  • Adão desobedeceu, e trouxe a morte sobre si mesmo e sobre toda a raça humana (Gn 3.6). De imediato foram afetados (Gn 3.8-10,23,24); tornaram-se incapazes (Gn 3.7,21,15), e afetaram os seus próprios descendentes. Veja o exemplo de Caim e Abel (Gn 4.8). Paulo escrevendo aos Romanos ratifica a gravidade da queda (Rm 5.12).

Gn 3.6: Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.
Gn 3.8-10,23,24: Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? 10  Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.
Gn 3.7,21,15: Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Gn 4.8: Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.
Rm 5.12: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.
  • Davi confessou que tanto ele, como os demais homens, já nasceram em pecado.

Sl 51.5: Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
Sl 58.3: Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.
  • Como resultado da queda, os homens estão cegos e surdos para a verdade espiritual (a mente humana está entretecida pelo pecado; seus corações são corruptos e malignos).

Gn 8.21: ...porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade”.
Ec 9.3: ...o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos.”
Jo 3.19: O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.
Rm 8.7-8: Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
Ef 4.17-18: Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração;
Aqui inevitavelmente surge algumas indagações: Podem os CEGOS dar-se visão, ou os SURDOS audição?
  • Os pecadores são escravos do pecado.

Jo 8.34: Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
Rm 6.20: Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça.
Tt 3.3: Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
Neste caso o homem não é pecador porque peca, mas ele peca porque ele é pecador.
  • O domínio do pecado é universal. Não há um justo sequer.

Sl 130.3: Se observares, SENHOR, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?
Sl 143.2: Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente.
Pv 20.9: Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?
Ec 7.20: Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.
Is 64.6: Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.
Rm 3.9-12: Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
I  Jo 1.8: Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós .
Aqui mais uma vez surge uma indagação: poderá um dia este homem que é dominado pelo pecado, chegar a presença de Deus e afirmar: “Senhor eu queria que o Senhor soubesse que eu estou aqui por causa do meu livre-arbítrio.”
  • Os homens são incapazes, por si mesmos, de se arrepender, de crer no evangelho.

Jó 14.4:  Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!
Jr 13.23: Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.
Jo 6.44;65: Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo 6.65: E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.
I Co 2.14: Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Rm 8.23: Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.
Por  melhor que seja a sua proposta para um MORTO, ele vai continuar MORTO.

Conclusão

A Queda, segundo os arminianos, produziu escoriações e ferimentos espirituais sérios no homem, deixou-o ferido, ao ponto de precisar ser levado para o hospital. Quem sabe, até se lhe quebraram alguns ossos e alguns de seus órgãos espirituais importantes foram afetados. Não obstante, na verdade, para os arminianos, a queda não passou de um acidente; Para os calvinistas, entretanto, a queda não foi um acidente; foi uma tragédia tão grave que inutilizou espiritualmente o homem. Mais que isso, foi uma precipitação em um abismo tão profundo, que resultou em nada menos que a morte. O homem espatifou-se espiritualmente; suas entranhas espirituais se despedaçaram, morrendo instantaneamente. A diferença entre um ferido e um morto não é apenas questão de ênfase! (Anglada, As Antigas Doutrinas da Graça, p.9).

Série - Calvinismo

Eleição Incondicional

Duane Edward Spencer

O segundo dos Cinco Pontos do Calvinismo é, também facilmente lembrado porque começa com a letra U que é a segunda letra do acróstico que forma a palavra TULIP. U é a primeira letra da palavra inglesa unconditional (= incondicio­nal). A doutrina da Eleição Incondicional é afirmada também na Baptist Confession of Faith (Confissão de Fé Batista) de 1689 em termos quase idênticos aos da Confissão de Fé Westminster e dos termos dos Trinta e Nove Artigos da Igreja da Inglaterra, como também dos termos da Confissão Belga, da Confissão de Heidelberg e dos Cânones de Dort. Eis os termos:
“Antes da fundação do mundo, e de acordo com seu eterno e imutável propósito, de seu secreto conselho e do bom prazer de sua vontade - movido por sua só livre graça e sem qualquer outra razão que, na criatura, ser­visse de condição para movê-lo a agir assim -, Deus predestinou para a Vida àqueles que escolheu em Cristo para a glória eterna”.
Lembramos que, sobre este ponto, a posição arminiana sus­tenta que o pré-conhecimento [de Deus] está baseado no ato positivo da vontade do homem, como condição ou causa que move Deus a elegê-lo para a salvação. Todas as Grandes Confis­sões, de acordo com os Reformadores Protestantes, declaram que a eleição é incondicional. Em outras palavras, o pré-conhe­cimento de Deus está baseado em seu decreto, plano ou propó­sito que expressa sua vontade, e não num ato previsto de voli­ção positiva da parte do homem. Devemos, portanto, voltar nos­sa atenção para a Escritura, a fim de descobrir se o pré-conheci­mento de Deus está baseado na vontade e propósito do homem, ou na vontade e propósito de Deus mesmo. Paulo afirma:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito. Porquanto aos que de ante­mão conheceu, também os predestinou...” (Rm 8.28-29).
Vemos, na passagem acima, que a eleição está baseada no plano divino (“de acordo com seu propósito”), de modo que o pré-conhecimento de Deus também está fundamentado nesse propósito e resulta dele, e não nas obras do homem que é eleito. É por isso que Paulo afirma:
“E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por causa das obras, mas por aquele que chama)... está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.11-13).
Na passagem acima, o Apóstolo declara que a base da elei­ção está em Deus mesmo, ou seja, está na vontade e propósito de Deus, e não no ato de fé ou de alguma outra condição (como diria Arminius) existente na criatura humana, condição tanto para o bem quanto para o mal! A eleição é incondicional. O homem nada pode fazer: para merecê-la!
As Escrituras acentuam que Deus não elege pessoas para serem salvas por causa de algum bem ou de alguma coisa eminente que veja nelas. Ao contrário, Deus se apraz em usar o fraco, o vil e o inútil, de modo a assegurar que somente ele seja glorificado!
“Irmãos, reparai, pois, em vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fra­cas do mundo para envergonhar as fortes, e Deus esco­lheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1.26-29).
Em sua segunda Carta a Timóteo, Paulo reafirma a eleição incondicional, quando escreve:
“... segundo o poder de Deus que nos salvou e nos cha­mou com santa vocação; não segundo nossas obras, mas conforme sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (2 Tm 1.8,9).
Mais uma vez nossa chamada ou eleição não é condiciona­da por qualquer coisa que o homem possa fazer para Deus (tal como exercer volição positiva), mas depende exclusivamente do “propósito de Deus”. A eleição é incondicional e em nada, depende das obras do homem. Com relação à afirmação de que o homem nada pode fazer para merecer a escolha de Deus - ­uma vez que sua natureza depravada só é capaz de responder positivamente a Satanás -, Jesus testifica, dizendo:
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrá­rio, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis fruto...” (Jo 15.16).
De fato, segundo Paulo, a escolha foi feita por Deus antes que ele tivesse feito qualquer outra coisa:
“... assim como nos escolheu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele...” (Ef 1.4).
A qualquer um equivale a blasfêmia afirmar que o homem é capaz de, por sua própria “livre vontade”, decidir-se por Cristo, quando o Filho de Deus, que tem autoridade para fazê-lo, diz de maneira inequívoca:
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (Jo 6.44).
Somente àqueles a quem o Pai considera convenientemente escolher, por sua livre vontade, sem qualquer tipo de condição da parte deles, é dada a fé que os habilita para a salvação. Notemos o claro testemunho de Lucas:
“Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificam a ­palavra do Senhor, e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48).
O Senhor Jesus insiste em que a Vida e a Fé são concedidas como obras de Deus, e não como obras do homem. Diz ele:
“... o Filho vivifica àqueles a quem quer” (Jo 5.21).
“... A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo 6.2.2).
Com toda imparcialidade, o evangelista que diz à multidão:
“E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”,
Deve dizer também antes:
“aquele que o Pai me dá esse virá a mim” (Jo 6.37).
 A quem Jesus não lançará fora? Àquele que vai a ele! E quem vai ao Salvador? Ele responde: “Todo aquele que o Pai me dá!” A decisão de ir a Cristo, portanto, é obra que Deus realiza no homem, e não escolha da “vontade livre” do homem!
Efetivamente, há esplêndida amostra da eleição incondicio­nal dada por Jesus, quando diz aos líderes de Israel:
“... digo-vos que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses... e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão à viúva de Sarepta... Muitos leprosos havia também nos dias de Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Na­amã, o Siro” (Lc 4.25-27; cf. lRs 17.8-24; 2Rs 5.1-17).
Não havia, da parte de Naamã nem da parte da viúva de Sarepta, qualquer condição que pudesse ser descrita como “boa”; contudo, Deus considerou oportuno agir, por sua livre graça, em favor deles, não obstante serem ambos pagãos. Deixou de lado aqueles que estavam ativamente envolvidos com a “observação” da Lei de Moisés, e cobriu de favor imerecido aos que não o conheciam.
Naturalmente, aconteceu o inevitável, quando Jesus tornou público o assunto da eleição incondicional, isto é, o ato da esco­lha da parte de Deus, pela graça e segundo seu propósito, sem qualquer condição de bem da parte do homem. Os ouvintes ten­taram matá-lo e quiseram atirá-lo penhasco abaixo. Homens re­beldes, intratáveis e amargos, em seu estado natural de não-regenerados, odeiam qualquer doutrina que negue ao homem uma parte mínima de sua glória!

Eis um outro exemplo: Quando Jesus terminou seu grande discurso sobre ser ele “o pão que desceu do céu”, ele disse:
“Por causa disto é que vos tenho dito: Ninguém poderá vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido. À vista disso, muitos de seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (Jo 6.65-66).
Por quê? Porque o Filho de Deus insistia em que a eleição está baseada na vontade de Deus e não na do homem! Jesus despojou-os de seu ego exaltado, de que alguma condição boa ou favorável deve existir neles, para que Deus os eleja.
Se a eleição dependesse do homem, ele nunca creria, por­que o homem é totalmente depravado e incapaz de fazer aquilo que é bom aos olhos de Deus. Deixado a si mesmo para decidir-se por Cristo, sem que antes a fé lhe seja outorgada por um ato de Deus, o homem nunca irá a Cristo!
“Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40).
_________________________
Fonte: TULIP – Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras, Edições Parakletos, 2º Ed., 2000.

Série - Calvinismo

A Expiação Limitada

Duane Edward Spencer

Chegamos ao ponto que nos parece o mais difícil dos Cinco Pontos do Calvinismo, e isso porque a comunidade cris­tã tem sido condicionada emocionalmente por falsas práticas, que se originaram de falsas doutrinas relacionadas com o surgimento de missionários e com o levantamento de fundos para missões.
Quando falamos na obra meritória de Cristo, na cruz, dizemos corretamente que ele morreu por todos os homens igual­mente, como dizem os arminianos, ou afirmamos mais acuradamente (com os calvinistas) que Cristo morreu só pelos eleitos?
Antes de nos manifestarmos a respeito de uma conclusão apressada, baseada em emoções ou em tradições denominacio­nais, vejamos o que a Palavra de Deus e a Lógica têm a dizer com respeito a este assunto de vital importância.
Muito daquilo que pensamos a respeito da morte expiatória de Cristo estará condicionado por aquilo que entendemos signi­ficar a simples palavra “Mundo”. No Evangelho de João, esta palavra tem sentido especial. Observemos que esta palavra pode significar:
  1. O universo ordenado, que é o seu sentido clássico;
  2. Pode significar a própria terra;
  3. Pode designar os habitantes humanos na terra;
  4. Pode significar a humanidade sujeita ao juízo do Criador, e alienada dele, no sentido ético;
  5. Pode significar o povo que estava ao redor de Cristo, tanto gentios como judeus;
  6. Pode significar o reino de forças más, tanto de natureza angé­lica (maligna) como de natureza humana, relacionado com a terra;
  7. Pode significar homens de toda tribo e nação, mas não de todas as tribos e nações, em sua totalidade.
Em outras palavras, o vocábulo 'mundo' pode referir-se a tudo o que Deus criou, ou à esfera terrena habitada pela humani­dade como um todo, ou aos contemporâneos de Cristo, na Pales­tina, ou a todas as forças más relacionadas com a terra, em sua rebelião contra Deus, ou, ainda, pode designar pessoas de cada tribo e nação que vivem na face da terra. Assim, onde quer que à palavra 'mundo' apareça deve ser considerada de acordo com seu contexto; do mesmo modo deve-se considerar a palavra 'to­dos'. Por exemplo, as Escrituras registram a seguinte expressão dos fariseus:
“... vede que nada aproveitais! Eis ai vai o mundo após ele" (Jo 12.19).
Ora, é óbvio, à luz do contexto, que a palavra 'mundo' aí não quer dizer que toda a humanidade seguia a Jesus, uma vez que os próprios fariseus, que disseram essas palavras, não se­guiam a Jesus! Nessa ocasião, portanto, a palavra 'mundo' in­clui só os circunstantes próximos de Jesus, quer fossem eles ju­deus quer fossem gentios, atraídos entusiasticamente a seguir a Jesus (porque tinham ouvido que ele ressuscitara a Lázaro de entre os mortos).
Tomemos como outro exemplo o texto áureo das Escrituras:
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
Os arminianos naturalmente sustentam que a palavra 'mundo', nesse texto, significa toda a humanidade, porque eles crê­em na pós-destinação (= destino determinado depois que Deus prevê a volição positiva, como obra do homem, para ir a Cristo). Os calvinistas, por outro lado, coerentemente, sustentam que a palavra 'mundo' designa "homens de toda tribo e nação", mas não "todas as tribos e nações, em sua totalidade". Esta interpre­tação é fruto de sua convicção de que a Escritura ensina que a eleição está baseada no propósito de Deus, propósito que não é afetado por qualquer tipo de condição por parte do homem, uma vez que a vontade do homem não é livre, mas escravizada a Satanás, ao pecado e à morte!
Portanto, se cremos que a Bíblia ensina que Deus é sobera­no, que seu plano é imutável e que sua eleição é incondicional, devemos concluir que a expiação é limitada àqueles a quem Deus, livremente, desejou tornar objetos de sua graça, pois graça sig­nifica "favor imerecido". Se é um ato que Deus realiza, sem nenhum mérito da parte do homem, a 'graça', como "favor ime­recido", exclui a eleiçãocondicional, isto é, exclui a eleição baseada no mérito do homem. O ponto de vista arminiano insis­te em afirmar que o ato de fé, por parte do homem, é que o torna merecedor da eleição, de acordo com o pré-conhecimento de Deus. Se fosse assim, o homem seria salvo pelas obras, e não pela graça de Deus. Isso implicaria em que o homem, pelo me­nos, teria condições de fazer alguma coisa que agrada a Deus, e a faria por sua própria livre vontade. Paulo nega essa possibili­dade, quando escreve:
"... sendo justificados gratuitamente por sua graça, me­diante a redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3.24).
Retomando novamente a João 3.16, consideremos a ques­tão: por quem Cristo morreu? Backtrack considera o versículo com as seguintes perguntas:
  1. Quem é que não perecerá, mas terá a vida eterna?
  2. Quem deverá crer, segundo as Escrituras?
  3. Quem, então, está incluído na palavra ‘mundo’?
Intimamente, todos concordarão que a resposta à primeira questão acima é: Todo aquele que crer nele! O arminiano res­ponderá à segunda questão acima, dizendo: Todo aquele que, de sua livre vontade, decidir confiar em Cristo! O calvinista res­ponderá à mesma pergunta, dizendo: Todo aquele que o Pai escolheu em Cristo, por sua livre e soberana vontade. Observemos algo admirável! As posições arminianas e calvinistas con­cordam em que a palavra 'mundo', em termos daqueles por quem Cristo morreu, isto é, em termos dos que crêem, inclui "homens de toda tribo e nação, mas não todas as tribos e nações, como um todo, uma vez que nem todos confiarão em Cristo!
Os arminianos devem, pelo menos, concordar em que o san­gue de Cristo é suficiente, em valor, e que sua morte vicária é de dignidade infinita aos olhos de Deus, e é eficiente ou eficaz so­mente em relação aos eleitos, quer sob o ponto de vista armini­ano, quer sob o ponto de vista calvinista. Atualmente, o ponto de vista arminiano da expiação universal não é sustentável. Sua única saída é dizer que a vontade de Deus é frustrada pelo ho­mem, porque Cristo, ao que se supõe, morreu por todos os ho­mens aos quais Deus quis salvar, porém não pôde fazê-lo! Isto, naturalmente, significaria que Deus não é onipotente, e que Cristo obteve apenas uma pequena vitória na cruz, uma vez que mais homens têm morrido na descrença, do que têm ido à glória atra­vés da fé na obra consumada do Salvador, no Calvário. Alguns reivindicarão as palavras de Pedro:
"... pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3.9).
Correto. Porém, tomemos cuidado com as regras básicas da linguagem, tanto na gramática portuguesa quanto na gramática grega, pois a interpretação é a mesma em ambas as línguas, sen­do igualmente a mesma a conclusão. Comecemos por responder à pergunta: A quem é dirigida a 2ª Epístola de Pedro, na qual se encontram as palavras do texto acima? Ouçamos a resposta do próprio Apóstolo:
"Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 1.1).
Ele está escrevendo aos crentes, aos eleitos, àqueles cuja fé descansa na justiça de Deus, e não em alguma condição de jus­tiça própria, por parte do homem.
Em seguida, uma outra questão: Qual é o contexto da passagem na qual se encontra o versículo acima? É o contexto
"onde está a promessa de sua vinda?" (2Pe 3.4).
Pedro acrescenta:
"Não retarda o Senhor sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco...” (2Pe 3.9).
Pare por um momento e responda simplesmente à pergunta: A quem Pedro se dirige, quando usa o pronome pessoal 'vós'? Refere-se ele a todos, a eleitos e não-eleitos, ou estará escrevendo
“... aos que obtiveram fé igualmente preciosa na justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 1.1)?
É óbvio que Pedro está falando só aos crentes, quando diz 'vós'. Por que o Senhor é longânimo em relação à promessa de sua vinda? Pela simples razão de não querer que
"... nenhum [de vós, isto é, dos crentes] pereça, mas que todos [vós, isto é, os eleitos] cheguem ao arrependimen­to" (2Pe 3.9).
Ninguém pode basear-se em 2Pe 3.9 para apoiar a posição de Arminius, sem violentar o contexto, aplicando-o mal e des­respeitando a correta interpretação tanto no Português como no Grego. A afirmação de Pedra ali, como em toda sua Carta, é a de que Cristo morreu por nós [os eleitos], e não por todo o mundo. Ele está de acordo com Paulo, que escreve:
"Àquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós...” (2Co 5.21).
"Mas Deus prova seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós...” (Rm 5.8).
O único significado que convém à palavra 'mundo', na Es­critura, quando relacionada com a salvação dos eleitos, é o que traduz a idéia de "homens de cada tribo e nação", excluindo a idéia de tribos e nações, como um todo. Paulo diz:
“... Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, não nos dará com ele graciosamente todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?..." (Rm 8.31-33).
Cristo não morreu por todos os homens! A expiação é limi­tada! A redenção é particular! Só a noiva eleita de Cristo (a igreja) é o objeto do amor de Deus. Paulo diz:
“... Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela...” (Ef 5.25).
O todos pelos quais o Senhor morreu são os eleitos que o Pai escolheu e entregou ao Filho, como "uma noiva santa e sem defeito". Deus, o Pai, não nos elegeu porque éramos santos e Sem defeito. Paulo diz:
“... assim como nos escolheu nele [Cristo] antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele..." (Ef 1.4,5).
Não escolhidos porque, mas escolhidos para que pudésse­mos ser santos e sem defeito diante de Deus. Fomos predestina­dos em amor, não porque em lugar algum da Escritura a expres­são "amados de Deus" é aplicada a quaisquer outras pessoas, senão aos santos. Nunca é aplicada ao 'mundo' em geral, de modo a incluir os reprovados. Sobre estes prevalece o "juízo de Deus", ao passo que, para aqueles (os santos) "não há condena­ção". Só os eleitos são objeto específico do amor de Deus! Eis o que diz o apóstolo Paulo:
"Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do [nosso] Senhor Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo por nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém" (Gl 1.3-5).
Vejamos um exemplo claro de que a Bíblia ensina que a expi­ação é limitada. No capítulo 10 do Evangelho de João, nosso Se­nhor identifica-se com Jeová, o "Bom Pastor" do Salmo 23. Quando ele fala de suas 'ovelhas', é óbvio que ele está se refe­rindo aos eleitos que o Pai lhe deu por sua livre vontade. Ele diz:
"Eu sou o bom pastor; conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim" (Jo 10.14).
Quem são as ovelhas que o conhecem e quais as que ele conhece? Suas ovelhas são todos os crentes, os eleitos. Ele diz:
“... Eu dou minha vida pelas ovelhas" (Jo 10.15).
Em outras palavras: Quando Cristo deu sua vida na cruz do Calvário, deu-a por suas ovelhas, os eleitos do Pai! Não são to­dos os homens que estão incluídos na expressão "minhas ove­lhas". Portanto, Cristo não deu sua vida por todos os homens. Aos que estavam ao seu redor, naquela ocasião, ele disse:
"Mas vós não credes, porque não sais de minhas ovelhas" (Jo 10.26).
Os reprovados, os não-eleitos, os descrentes não estão incluídos no número daqueles por quem Cristo deu sua vida. Ele morreu só por suas ovelhas. Além do mais, quando ele as chama pelo nome, elas o seguem, mesmo porque o Pai predestinou-as para fazê-lo. Notemos as palavras de Cristo:
"Minhas ovelhas ouvem minha voz; eu as conheço, e elas me seguem" (Jo 10.27).
Ele dá a vida eterna como um dom gratuito àqueles que o Pai lhe deu antes que o Universo fosse criado. A salvação é obra do Deus irresistível e onipotente, o único que é "maior do que todos" os outros, tanto homens quanto anjos!
"Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" (Jo 10.29).
As Escrituras não ensinam que Cristo morreu para salvar a todos de seus pecados. Afirma-nos, e claramente, que a morte de Cristo foi consumada para a salvação de seu povo, que o Pai escolheu desde a eternidade. Como diz Pedro:
"Vós, porém, sais raça eleita... nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus...” (1Pe 2.9).
Por que, pois, os calvinistas crêem na expiação limitada? Pela simples e boa razão calcada no fato de Cristo e seus santos Apóstolos crerem nela e a ensinarem! Veja-se o que diz Mateus:
"Ela dará à luz um Filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará seu povo dos pecados deles”. (Mt 1.21).
E Paulo afirma:
"Mas Deus prova seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pe­cadores" (Rm 5.8).

___________________________________
Fonte: TULIP – Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras, Edições Parakletos, 2º Ed., 2000.