Por Leonardo Gonçalves
Dia difícil! Não é fácil pregar um evangelho sem legalismos, onde Cristo é tudo em todos e a verdade não escraviza, mas liberta. É como a velha história do elefantinho amarrado com barbante, que mesmo depois de adulto, jamais conseguiu se desvencilhar do seu “cativeiro psicológico”. Muita gente tem medo da liberdade.
É como disse o professor Abel García: “Nós falamos em liberdade, mas adoramos os Chávez, os Ortegas, os Fujimoris e os Pinochets [...] Nós gostamos é de ser pisados com uma bota suja de lama!”. Na verdade, nós dizemos amar a cruz do Calvário, mas os ventos da alma sempre nos empurram de volta para o monte Sinai.
Dá tristeza na gente ver alguém que foi nutrido com o melhor da nova aliança, voltar a beber do poço lamacento do legalismo, saciando-se paliativamente de idiossincrasias humanas. Porém, o compromisso que tenho com a grei me impede de colocar cercas humanas e manter qualquer “ovelha” no aprisco contra sua vontade. Ninguém será livre de fato, a menos que seja livre também para errar, mesmo que depois seja necessário deixar as 99 no aprisco...
Um dia difícil que terminou satisfatoriamente. Um culto com assistência acima da média, e muitos não-crentes ouvindo o evangelho pela primeira vez. Momentos de comunhão maravilhosos. Que alegria poder abraçar aquelas pessoas e mostrar de alguma forma que elas não estão sozinhas! Nada é mais gostoso que misturar-se entre as ovelhas... Ser ovelha!
No final do culto, eu estava em lágrimas. O pior dia desde que o velho Eduardo morreu, se transformou no dia mais feliz que já tive aqui nessas terras do Inca. Esbocei um sorriso, e trêmulo de emoção, apenas agradeci. Disse: “Gracias, Jesús, porque tu sabes como alegrar el corazón del pastor”. E em algum recôndito da minha alma, senti o Cristo dizer: “Sim, eu sei... porque também sou pastor. E também fui ferido por aqueles que amei. Porém, amei até o fim. Ama tu também!”.
Leonardo Gonçalves
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