quarta-feira, 25 de agosto de 2010

UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE ( A PERSEVERANÇA DOS SANTOS )

Por Rev. Edemar
                                                                                                                                                                                                                                 

Apresento, a seguir, algumas razões pelas quais eu creio piamente que aquele que foi salvo por Cristo jamais perderá a salvação, ou seja: UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE!
1. O Espírito Santo nos foi dado para habitar para sempre conosco: Jesus afirmou: "E Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco." - João 14:16 - Ele não vem e vai embora toda hora que pecamos, ao contrário, o Senhor Jesus diz: "O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós." Jesus sabia que os santos também iriam pecar? Sim, claro! Contudo ele afirmou que o ES habitaria conosco e estaria em nós... A forma de Jesus habitar em nós é através do Espírito Santo, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são UM - Jesus disse: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada" - João 14:23. Nós pecamos a toda hora, não apenas por atos, também por pensamentos e palavras... Sabe por quê o ES não se retira de nós sempre que pecamos? Porque o Senhor Jesus já levou sobre Si, no madeiro, todo o nosso pecado! E Deus diz: "Eu apago as tuas transgressões e dos teus pecados não me lembro jamais". O amor de Deus é maior que a multidão dos nossos pecados. Há perdão assegurado a nós, para todos os nossos pecados, porque Jesus já pagou o preço por nós, e o seu sacrifício foi perfeito, eficaz, e eternamente aceito por Deus, o Pai.
2. Os "santos" também pecam! Veja o que diz a Palavra de Deus: "Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados..." I João 2:1. A vontade de Deus é que não pequemos, todavia, se alguém pecar, há remédio, há solução... Jesus Cristo está junto ao Pai onde vive a interceder por nós. Sempre que pecamos ele intercede por nós, fazendo com que Deus "se lembre" do Seu sacrifício na cruz por nós, o seu sacrifício e a sua permanente intercessão torna Deus propício para conosco, uma vez que Jesus já fez na cruz a propiciação por todos os nossos pecados. Ele não levou sobre si apenas os pecados que cometemos antes de nos convertermos, levou também os pecados que cometemos hoje, e que ainda viremos a cometer. "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte" Romanos 8:1-2. "Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, vivificará também os vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito que em vós habita" "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." Rm 8:10-11 e 14. Veja como o texto é claro o Espírito que habita em nós vivificará os nossos corpos mortais, e nos guiará porque somos filhos de Deus. Não seremos filhos, já somos filhos, logo, nós somos guiados pelo Espírito de Deus. "A todos quantos o receberam, deu-lhe o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber aos que crêm no seu nome" João 1:12. Todos pecaram, todos continuam pecando... A diferença entre o crente e o não crente é que o não-crente é pecador impenitente, peca e não se arrepende do seu pecado, ao passo que o cristão é pecador penitente, ou seja, é um pecador arrependido! E sabe por quê é que o cristão é capaz de se arrepender do seu pecado? Porque o ES permanece no seu coração e o conduz prontamente ao arrependimento. Esta é um das missões do ES, convencer quanto ao pecado: "Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (João 16:8). Só há arrependimento no coração onde o ES se faz presente! O ímpio não se arrepende enquanto o ES não vem ao seu coração e o convence do pecado!
3. Deus não desiste de nós... "... porque o Senhor vosso Deus é misericordioso e compassivo, e não desviará de vós o seu rosto, se vos converterdes a ele." II Crônicas 30:9b "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus." . A obra iniciada por Deus em nossas vidas vai desde o momento da nossa conversão até o dia final. E isto graças a ação constante e permanente do Espírito Santo em nossas vidas.
4. O crente não terá, mas já tem a vida eterna! "De tal maneira amou Deus ao mundo que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" Jo 3:16. "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna..." - Veja como o texto é claro "Eu lhes dou a vida eterna..." Se é vida eterna, é para sempre! Não é algo que podemos ter hoje e perder amanhã! Ainda mais se prosseguirmos na leitura do texto que diz: jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar."João 10:27-29. Jamais o crente perderá a salvação, porque o Pai cuida das suas ovelhas, ele é poderoso para guardar este tesouro até o dia final! E sabe mais? Na oração sacerdotal o Senhor Jesus clamou ao Pai pedindo que Ele nos guardasse para que nenhum de nós se perdesse. Você acha que Deus aceitou a oração do Seu Filho ou não? E se aceitou é certo que Ele o fará! "...Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura." João 17:11b-12. Paulo afirmou em II Tm 1:12 "Porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia"! E mais: "porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis." Rm 11:29
5. A eleição de Deus é com propósito! Deus nos elegeu para a salvação eterna! Quando estudamos na Bíblia o plano de Deus para a redenção do homem, fica claro que Deus tem um propósito: - salvar os eleitos, e levá-los para habitar para sempre com Ele no lugar da Sua habitação. O Espírito Santo conduz o pecador a aceitar a Cristo e não abandona a obra iniciada, faz ali a sua habitação onde permanece realizando a sua obra, como diz a Palavra: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos." Romanos 8: 26-27. A plano de redenção do homem se iniciou na eternidade, se estende durante o tempo presente, e se completará na eternidade! "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.". Deus sabe o que quer e é firme e imutável em seus propósitos! Veja os passos estabelecidos por Ele: - 1) predestinou; 2) chamou; 3) justificou; 4) glorificou. Um dia Ele iniciou a sua obra em nós vindo fazer morada em os nossos corações. Ele permanece em nós, fazendo a sua obra até o dia final, quando seremos glorificados. "Cristo em vós, a esperança da glória" Col 1:27". Deus deu ao Seu Filho um povo como recompensa por sua obediência e sua morte na cruz. Esta recompensa foi determinada desde a eternidade e não está sujeita a nenhum interferência do homem, e nem pode ser afetada por qualquer ato de infidelidade do homem.
6. Confio na eficácia das orações intercessórias de Cristo - Ao orar ao Pai, no momento da ressurreição de Lázaro, Jesus afirmou: "...eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste." João 11:42 Em Hebreus 7:25 está escrito: "Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.". Jesus faz orações intercessórias constantes por todos aqueles que o Pai lhe deu, e sua oração intercessória pelo seu povo sempre é eficaz.
7. Nossa união mística com Cristo - Creio que todos os que estamos unidos com Cristo mediante a fé somos participantes do Seu Espírito, e desta maneira nos convertemos em um só corpo com Ele. A Igreja é o Corpo vivo de Cristo na terra, e a vida deste corpo está no Espírito Santo que habita na Igreja (isto é, no coração dos crentes). Porque Ele vive, nós vivemos também! O corpo de Cristo não pode ser esfacelado ou mutilado, logo, é impossível que os membros deste corpo sejam removidos, ou dele arrancados, frustrando assim os planos divinos! O mesmo Espírito que levantou a Jesus dentre os mortos vivifica também os nossos corpos mortais e faz com que este corpo que é a Igreja seja vivo e operante, apesar dos nossos pecados!
Jesus Te Ama!

Vamor Orar!


Guia turístico brasileiro é detido no Egito

Ele é acusado de promover atividades religiosas, o que é proibido no país.
Policiais encontraram bíblias e folhetos evangélicos no carro do brasileiro.

Do G1, em São Paulo
Um guia turístico brasileiro está detido no Cairo, capital do Egito, sob a acusação de promover atividades religiosas, o que é proibido pelas leis locais.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, o homem, que vive no Egito, foi detido com outras duas brasileiras, que já foram liberadas.

A namorada do brasileiro, que vive no Maranhão, disse ao Jornal Hoje que ele ia visitar as pirâmides e foi detido por policiais que encontraram as bíblias e folhetos evangélicos no carro em que ele viajava.

De acordo com o Itamaraty, a embaixada do Brasil no Egito está tomando providências para que o brasileiro seja liberado.
Fonte: Missª Danielle Durães


  24/08/2010 16:55 - publicado por Veronilton Paz  [ Alterar ]   [ Excluir ]  

O que é Salvação Monergistica?

MONERGISMO é a doutrina bíblica de que A REGENERAÇÃO (O NOVO NASCIMENTO) TANTO PRECEDE COMO PRODUZ A FÉ EM CRISTO naqueles que o Espírito Santo determina soberanamente dispensar Sua graça (João 1:13; 6:63-65; Atos 16:14b; 1 João 5:1). Quando pregada no poder do Espírito Santo, o evangelho (Tiago 1:18, 1 Pedro 1:23, 25) tem o poder de abrir os olhos cegos e os ouvidos surdos. Aqueles mortos em pecado (Efésios 2:1,5,8), portanto, não têm nenhuma parte no seu novo nascimento (Romanos 3:11, 12; 8:7) e são tão PASSIVOS no ato regenerativo como um bebê recém-nascido fisicamente. Uma vez restaurada, contudo, a nova disposição da alma imediatamente passa a ter um papel ativo na conversão (arrependimento e fé). Portanto, o homem não coopera em sua regeneração mas, antes, infalivelmente responde em fé a medida que o Espírito Santo muda a disposição de seu coração (João 3:6-8; 19-21). A fé não é algo produzido por nossa natureza humana não regenerada. O pecador caído não tem capacidade moral ou inclinação para crer antes do novo nascimento. Em vez disso, o Espírito Santo deve abrir os ouvidos da pessoa à pregação do evangelho para que ela possa atender à mensagem (veja o caso de Lídia em Atos 16:14). Embora não haja seqüência temporal, a regeneração causa todos os outros aspectos de nossa salvação. Todos eles ocorrem simultaneamente como o ligar de uma luz. Regeneração, portanto, é a causa direta da fé, justificação, santificação e das santas afeições. Em outras palavras, a fé e os outros benefícios que recebemos da redenção de Cristo, brota da nova capacidade nos dada por Deus.
Você que ainda tem dúvidas. Procure-me!
Pb. Missº Veronilton Paz da Silva

Reflexão

Uma bela reflexão
Uma certa vez, em uma aldeia, havia um rio que ninguém ousava tomar banho nele, pois era muito fundo e a correnteza era forte. Um certo dia um garoto aproximou-se do rio e resolveu entrar. Em poucos instantes o garoto estava gritando por socorro, pois começou a afogar-se. Toda a aldeia veio para ver o que estava acontecendo, mas ninguém ousou entrar. De repente veio uma mulher gritando e chorando pois era o seu filho que estava na água... Um homem vendo o desespero daquela mãe, resolveu entrar para resgatar o garoto, mas impôs uma condição, ele amarraria uma corda em sua cintura e as pessoas que estavam às margens teriam que segurar a outra ponta e puxarem-na assim que ele alcançasse o garoto. E, eles aceitaram a proposta.
Chegando no meio do rio o homem conseguiu agarrar o garoto e gritou para que as pessoas os resgatassem puxando a corda, mas a multidão que estava à margem discutia de quem era a obrigação de segurar a corda. Outros discutiam sobre quem pagaria a corda caso ela fosse arrastada junto com aquele homem. Com isso esqueceram-se de segurar a corda, e os dois foram vencidos pela correnteza... e afogaram-se. Quando deram fé, era tarde demais. 
Este rio representa o mundo, o garoto, as pessoas perdidas sem Jesus, o homem que foi resgatar representa o missionário, e as pessoas que estavam à margem do rio a igreja. Eu não sei onde você se encaixa nesta história, mas reflita nela, pense sobre o que você tem feito por qem está lá, na outra ponta da corda!
“Missões se faz com os pés dos que vão, com os joelhos dos que oram e com as mãos dos que contribuem”. Não com a filosofia dos que discutem.
Que Deus abençoe você como igreja.
Há trabalho certo para ti cristão
Missª Danielle Durães

HOJE É O DIA


“[...] se tu avisares o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente, viverá, porque foi avisado; e tu salvaste a tua alma”.
Ez 3.21

A evangelização é uma tarefa inadiável. A evangelização é para ser feita agora, sem tardança. Se o ímpio morrer na sua impiedade e nós não o avisarmos, Deus lançará o sangue dele sobre nós. É hora de a igreja sair e ir em busca dos perdidos. Multidões cegas estão acorrentadas por falsas religiões, anestesiadas pelo pecado e seduzidas pelo mundo. É hora de a igreja avisar os pecadores do perigo grande que estão correndo. É hora de a igreja tocar a trombeta e avisar que uma noite eterna se aproxima para todos aqueles que não se achegarem à luz de Cristo.
É hora de a igreja sair e ir de casa em casa anunciando o Reino de Deus. Nós já estamos atrasados. O mundo nos espera. Jesus nos comissionou. Agora é agir sem demora! A noite eterna se aproxima na vida de muitas pessoas. Há muita gente que morre sem saber para onde vai a sua alma. Devemos, portanto, trabalhar enquanto é dia e proclamar com urgência que existe esperança até em face da morte. Aos que estão mortos em seus delitos e pecados, Deus lhes oferece vida em Cristo Jesus.

Pense


Você tem tocado a trombeta da salvação ou tem sido culpado pelas vidas desavisadas que vão para o inferno?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pregação Expositiva

Pr. Thiago Lins
Leitura: Romanos 13
Texto: Romanos 13.11-14 

Amados irmãos e irmãs em Cristo Jesus,
O que vocês fariam se de repente, agora, os céus se abrissem e vocês ouvissem a voz de Deus dizendo: “Chegou o momento! Acabou o tempo! Eis a hora da verdade! O momento final e decisivo de toda história da humanidade! Dentro de algumas horas meu Filho descerá dos céus, glorioso, para julgar vivos e mortos!”?
O que vocês fariam se isso acontecesse? O que vocês fariam irmãos se soubessem que vocês tinham pouco tempo e que estavam vivendo suas últimas horas? E que dentro de pouco tempo seus destinos eternos, paraíso ou inferno, seriam selados? O que vocês fariam se estivessem com seus corações cheios da certeza e da expectativa do breve e pertíssimo retorno de Cristo? Como seria sua vida nesse clima de ansiedade para se encontrar com Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores?
Amados, quero dizer algumas coisas acerca dessas questões:
Primeiro, se vocês não vivem nesse clima e expectativa e se preparam para esse momento triunfal, vocês estão falhando e em sério perigo.

Segundo, se vocês não vivem nesse clima e expectativa e se preparam para esse momento triunfal vocês estão demonstrando falta de entendimento ou esquecimento do tempo em que vocês vivem.

O nosso texto tem muito a nos instruir e exortar acerca deste assunto. Quando Paulo se dirige aos cristãos em Roma, afirma que eles conheciam o presente tempo em que viviam. Eles tinham sido instruídos acerca disso. E que época é essa? Que período de tempo é esse que eles estavam vivendo?

Observem que Paulo usa uma variedade de metáforas. Ele fala sobre noite e dia, escuridão e luz, fala sobre o alvorecer e sobre o dormir e despertar. Ele diz: “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia”. Esse é o tempo em que eles viviam! E que nós vivemos também! A Palavra de Deus chama essa época em que nós vivemos de “últimos dias” (At 2.16-17; 2Tm 3.1), de “os fins dos séculos” (1Co 10.11), de “últimos tempos” (1Tm 4.1; Jd 18) e até o Apóstolo João afirma: “Filhinhos, já é a última hora” (1Jo 2.18).

Esse tempo final não é uma coisa futura, mas se refere a esse tempo presente. É agora que devemos aguardar em grande expectativa o momento final e decisivo da história da humanidade. Lembram-se da introdução deste sermão? Então te digo: Não vamos ouvir e nem precisamos ouvir a voz de Deus dos céus dizendo que o regresso de Cristo está perto.

Não precisamos mesmo., pois o grande sino da torre com o relógio das últimas horas deste mundo perdido já soou há muito tempo com o nascimento, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. E esse relógio em contagem regressiva, que é o tempo que resta a esse mundo, vai acabar com o triunfal toque da última trombeta, a trombeta de Deus. Após esse toque Jesus descerá glorioso dos céus para julgar vivos e mortos. (1Ts 4.16; 1Co 15.52).

Irmãos, a vista dessas coisas, não podemos ficar dormindo! Despertem, acordem! Devemos nos despertar de nosso sono! Precisamos estar atentos e em vigilância! O dia está chegando e não podemos ficar dormindo! Ainda mais quando falamos sobre um Dia grandioso e decisivo, que é o Dia da volta de Cristo! O tempo é crítico e urgente irmãos! Aproveitem bem o tempo que vocês têm! O apóstolo Paulo diz: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo porque os dias são maus” (Ef 5.15-16). Quem está dormindo não vê o dia chegar. Quem está dormindo não pode trabalhar. Não pode se preparar para o que dia vai trazer. Ele é apanhado de surpresa para os acontecimentos do dia. Em tempos críticos e urgentes, a ordem é ficar esperto, ficar atento, acordado. Temos que está conscientes e prontos para a chegada do dia e seus acontecimentos. Até porque, para a igreja, o grande acontecimento junto com a volta de Cristo é a sua salvação.

Sim! Presta atenção nisso! A Palavra de Deus diz: “já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos”. A palavra “salvação” aqui indica o resgate que Cristo fará da Igreja no último dia. Naquele momento a Igreja experimentará a salvação plena de Cristo desse mundo mal e das conseqüências do pecado. Como descrito na visão: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povo de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.3-4). Oh, irmãos! Essa é a alegria que nos espera!

Esse momento da salvação está chegando. Por isso Paulo usa linguagem de extrema urgência. É como se cada cristão devesse ter um despertador que está em contagem regressiva. Na verdade, esse despertador já é para estar tocando, e sempre, avisando que a grande hora já está perto. Naquela época, Paulo já sabia: Cristo pode chegar a qualquer momento! E alertava: Estejam preparados, irmãos! Isso há quase 2.000 anos. O que eu posso dizer agora? Como posso enfatizar mais ainda para vocês essa expectativa, agora que Cristo está mais perto? Irmãos, Cristo está às portas! Ele está voltando! Ele vem em breve! Está a poucos passos de sua chegada a esse mundo!

Prestem atenção nisso que vou dizer: Paulo fala aqui sobre algo que as igrejas de todas as épocas sempre devem ter. Ele fala sobre “a ardente expectativa da segunda vinda de Cristo”. Até porque as igrejas de todas as épocas, na verdade, vivem em um só período: o fim dos tempos. Paulo não está brincando! Ele diz, olha a noite já passou! Sim, irmãos! Olhem! Vejam! Acordem! O sol está nascendo! Vejam no horizonte, os primeiros raios do sol já começam a brilhar! O dia está nascendo! Oh, irmãos! Vocês vivem nessa expectativa? Tudo o que vocês fazem, dizem, pensam, desejam ou deixam de fazer é pensando na volta de Cristo que está próxima? Você ama a Vinda de Cristo? Você ora pela volta de Jesus: ora vem Senhor Jesus!? Você sempre pensa e está consciente disso? E sempre que você pensa seu coração arde de ansiedade, de alegria e de esperança por esse momento? Essa expectativa te dá mais combustível e razão para ser mais zeloso e fiel nas coisas do Senhor? Ou você está relaxado? Deitado no pecado como em berço esplêndido? Falta zelo na sua vida. Falta aquele fervor maravilhoso. Falta-te vida. Irmãos, vivam à luz da eternidade! Vivam à luz da volta de Cristo! Você está pecando se não vive nessa expectativa da volta de seu Senhor. Está agindo como o servo infiel da parábola de Lucas 12 que diz consigo mesmo: “Meu senhor tarda em vir...” (Lc 12.45). Igreja, cuidado para que a água fria dos vossos pecados e dos assuntos desse mundo não apaguem o calor da “ardente expectativa da volta de Cristo”.

Não, a igreja não deve agir assim. Essa ardente expectativa do breve retorno de Jesus deve mudar e moldar a nossa vida. Nosso estilo de vida deve estar pautado sobre essa verdade. A verdade do regresso de Cristo deve nos incentivar à santidade. Deve nos levar a aprender a dizer “sim” e “não” para algumas coisas dessa vida. Assim, Paulo começa a fazer uma série de exortações positivas e negativas que todo cristão vigilante e preparado deve estar aplicando em sua vida.

Observe que tem muita coisa ruim que as pessoas fazem às escuras. Quando ninguém está vendo elas tomam coragem para realizar suas perversidades e pecados. Acham-se protegidas pelo manto da escuridão. Chama-se a isto “obras das trevas”. Mas olha o ensino da Palavra aqui. Vivemos numa época em que a noite já avançou e o dia está raiando. Esta época de trevas está chegando ao seu fim. Já estamos na última hora. O sol já desponta no horizonte. O sol está vindo. Já podemos ver avermelharem-se seus raios no céu. O dia está clareando. E já já tudo vai está bem iluminado. Tudo o que a noite encobriu poderá ser visto, porque já é dia claro. Presta atenção nisto. Cristo, o Sol da Justiça, está chegando e vai manifestar todas as obras que foram feitas escondidas. Não há nada oculto que não venha a ser revelado. Com seus olhos luminosos, Ele vai ver o mais profundo de nossas almas, mentes e corações. Tudo será descoberto. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas. O Dia já está raiando! Diga “não” às obras das trevas!

Está na hora de vocês agirem como soldados, irmãos! Ao mesmo tempo em que vocês devem deixar de lado as obras das trevas, vocês devem se vestir das armas da luz. Vocês devem ser soldados santos. Soldados de Cristo. A vida cristã não é uma brincadeira. Temos inimigos querendo nos derrubar. Satanás e suas hostes estão sempre armando ciladas e tentações sob medida pra cada um de vocês. O mundo, com suas falsa aparência, quer sempre nos encantar e nos hipnotizar para nos esquecermos de Cristo e de sua volta. O pior é que dormimos com o inimigo. Por quê? Porque nós mesmos somos nossos próprios inimigos. A nossa carne pecaminosa está sempre nos empurrando e arrastando para os desejos e caminhos impuros! Mas vocês são soldados. Santos soldados. E vocês têm armas. Suas armas são as armas da luz. Se encham de munição de boas obras. Tome posse de um arsenal de obras santas. Obras que são aprovadas pela luz. Obras que brilham e fazem fugir a escuridão. Trevas se vencem com luz. Escuridão se dissipa com luminosidade. É assim que vocês podem combater as obras das trevas como santos soldados de Cristo. Então diga “sim” para as armas da luz que são as boas obras que brilham para a glória de Deus.

Paulo agora classifica algumas obras das trevas. Prestem atenção, irmãos. A exortação é importante e urgente. Seu ouvir e obedecer terá influência na sua vida ou morte eterna. Como alguns ladrões ou criminosos desistem de começar seus maus atos vendo que a noite já avançou e o dia tem se aproximado, sabendo que se cometerem seus crimes eles vão ser vistos e vão sofrer as conseqüências, assim Paulo diz: “nem comecem a andar” nas obras das trevas! Paulo os exorta: Observem como vocês andam, como se comportam. Ele diz: “Andemos dignamente, como em pleno dia”. É dessa forma que devemos viver! Como se estivéssemos em pleno dia. Pois tudo que a noite encobriu o dia vai revelar, a luz vai descobrir. Assim tudo que foi feito escondido neste mundo de trevas vai ser revelado e reprovado por Cristo. Andem e se comportem sabendo que Deus está te vendo e que na volta de Cristo tudo será manifestado. Quer dizer, nem pensem nesse tempo em que nós vivemos, com Cristo podendo chegar a qualquer momento, com a nossa plena salvação bem mais perto, em começar a praticar as obras das trevas. E que obras são essas?

Ele as divide em três grupos: 1. farras e bebedeiras; 2. Excesso sexual e excesso de devassidão; 3. Contenda e ciúme. Vamos ver cada grupo:

Farras e bebedeiras – Aqui se fala sobre festas, farras onde tem glutonaria e embriaguez. As pessoas comem e bebem exageradamente, sem controle, sem domínio próprio. A falta de moderação é a ordem! E especialmente a bebida em excesso tem um efeito horrível nas pessoas. Elas perdem o controle. Perdem a noção das coisas. Começam a falar demais e a falar besteiras. Fazem vergonha a si mesmas e àqueles que as acompanham. Naquele momento o álcool passa ser o senhor de sua vida. Quem está no controle é o álcool. Você se transforma num escravo dominado e orientado por ele. Quem anda desse jeito não está andando para se encontrar com Cristo. Não tem condições de permanecer na presença de Cristo. Farras, glutonaria são obras das trevas. A Bíblia revela que “... nem bêbados [...] herdarão o reino de Deus”. (1Co 6.10).

Excesso sexual e excesso de devassidão – Reparem numa coisa irmãos: parece que uma das marcas das obras das trevas é realmente a falta de moderação e controle. Isso especialmente na área sexual. Esse é um dos tipos de pecados que mais assola a igreja. Paulo fala aqui sobre a imoralidade sexual. Sobre uma vida onde não existem regras e a ordem é seguir os desejos da carne. Paulo condena aqui a prostituição, a pornografia, o adultério e qualquer prática libertina. Quem vive assim não está apto a se encontrar com Cristo. Deus nos fala: “... nem impuros, nem adúlteros, nem sodomitas [...] herdarão o reino de Deus”. (1Co 6.9-10).

Contenda e ciúme – Mais uma vez confirmamos que isto é verdade: uma das marcas das obras das trevas é realmente a falta de moderação e controle. Paulo proíbe aqui a prática de desavenças, brigas, discussões destrutivas, inveja, infâmias etc. Paulo já havia ensinado a prática do bem e da paz. Ele disse: “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”. (Rm 12.17-18). Cuidado com o seu ânimo e a sua língua: ela pode te levar ao inferno também! Aquele que age assim vai ter que baixar a crista diante de Cristo. Tal pessoa não tem a mínima condição de ficar tranquilo diante do santíssimo Jesus Cristo. A Palavra diz que “...nem dos maldizentes [...] é o reino de Deus”. (1Co 6.10).

Com pecado não se brinca. Devemos romper radicalmente com ele. Cristo está chegando e devemos estar preparados. Em vez de praticarmos as obras das trevas devemos andar decentemente como em pleno dia. Como fazer isso? O que fazer se caímos nesses pecados? Se gostar de farras e bebidas é o nosso fraco? Se podemos tudo para Cristo mas, quando o assunto é controlar nossos desejos sexuais, Cristo fica em segundo plano? O que fazer se um rostinho bonito ou se nossos desejos falam mais alto do que a voz do Bom pastor que nos chama à santidade? O que fazer irmãos, se não conseguimos controlar nossas línguas e não somos pacíficos? Que atitude devemos tomar quando nos faltam controle e domínio próprio para termos uma vida decente e santa para a glória de Deus? Como ter uma vida preparada para o regresso de Cristo?

A Palavra de Deus diz: não pratiquem as obras das trevas “mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”. Para um grande dia temos que nos vestir a caráter. E para o maior e mais decisivo dia de toda história da humanidade, quando Jesus Cristo voltar glorioso do céu, que roupa caberia para esse dia? Que tipo de roupa estaria adequada e a altura desse maravilhoso e grande dia? Irmãos, não há roupa melhor, roupa mais linda, mais pura, mais brilhante, mais gloriosa do que esta que Paulo nos exorta a vestirmos! Que roupa é essa? É o próprio Jesus! Para podermos nos encontrar com Cristo temos que nos parecer com Ele. Para romper com o pecado, Jesus deve ser o padrão, o modelo para o nosso estilo de vida. Vistam-se dEle, irmãos! Vistam-se de sua justiça e de sua santidade. Cubram-se das boas obras de Cristo. Imitem Jesus em suas vidas. Que os seus alvos não sejam menos do que serem santos como foi Jesus. Devemos buscar amar como Jesus amou. Obedecer como Ele obedeceu a seu Pai. Ser fiel até a morte como Ele foi fiel. Sigam seus passos! Vocês precisam da justiça dEle. Só Cristo pode te dar o manto perfeito. Ele cumpriu toda a vontade de Deus em nosso lugar. Creiam nEle e a justiça de Cristo será sua também. Revistam-se das boas obras que Cristo nos ensinou por sua vida e Palavra. Assim, você estará bem vestido naquele dia e não ficará de fora da Festa das Bodas do Cordeiro. Assim, você terá condições de se encontrar com Cristo e de estar sob a sua luz.

Ao mesmo tempo em que devemos nos vestir de Cristo temos que parar com certa atitude que não combina com o vestir-se de Cristo. Paulo diz que se deve parar de fazer para si mesmo providente cuidado para satisfazer os desejos da carne. O que significa isso? Paulo sabe bem como é a atitude do pecador. Muitos são os que falam que não conseguem largar alguns pecados em sua vida e viver em santidade. Dizem que a carne é fraca e as tentações são fortes e irresistíveis. São muitos os que caem nos mesmos pecados constantemente e dizem que não teve, de jeito nenhum, como escapar da tentação.

Sabemos que realmente a carne é fraca. Mas Cristo nos libertou da escravidão do pecado. Temos a sua Palavra e Espírito. E a Palavra de Deus nos diz que “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10.13). Mas por que será que muitos sempre caem e caem de novo nos mesmos pecados? Porque parece que muitos estão sempre presos nas teias do pecado e não conseguem vestir-se de Cristo?

É justamente pela atitude que Paulo nos proíbe aqui de termos em nossas vidas. Paulo nos proíbe de fazermos provisões e planos para satisfazer os maus desejos da carne. Devemos parar de ficar pensando e premeditando nos pecados que queremos fazer e como vamos realizá-los. Irmãos, agir assim não dá! Parem de brincar com o pecado. Larguem seus pecados de verdade. Não podemos fazer parceria com o pecado. Não usem suas mentes a serviço do pecado. Pensado e planejando em como satisfazer nossos maus desejos. Assim não vai dar para nos vestir de Cristo. Assim não vai dar para levarmos uma vida santa. Vocês devem fazer os dois: digam “sim” para Cristo e “não” para o pecado! Vistam-se de Cristo e parem de premeditar em como satisfazer os desejos da carne. Paulo diz em Fp 4.8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável,, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, seja isso que ocupe vosso pensamento.” Sobre o homem justo, o Salmo 1 diz: “Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” Vamos assim nos vestir totalmente de Cristo e fazer com que nossos pensamentos, palavras e atos sejam totalmente levados cativos ao Senhor Jesus.

Concluindo:
Cristo está chegando, irmãos. Sua luz logo nos iluminará. A noite já passou e o dia está raiando. Um novo tempo está nascendo. Nossa salvação está cada vez mais perto. Que os seus despertadores estejam sempre tocando e te avisando sobre esse momento. Vamos nos despertar! Vamos nos preparar para esse Dia! Santifiquem-se! Desista dos pecados! Vista-se de Cristo! Quero terminar com o texto de 1Ts 5.4-9, 23, que diz:

Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. Ora, os que dormem dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo [...] O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo seja conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Que Deus nos abençoe. Amém!
Na providência de Deus, estamos vendo um renovado interesse pela fé reformada e um conseqüente aumento do número de homens que têm sido impulsionados a pregar as doutrinas a graça. Mas qualquer novo progresso pode chegar a extremos; e sempre existe o perigo de um homem, no primeiro ímpeto de entusiasmo em favor daquilo que descobriu, se tornar, em seus esforços para ser completamente reformado, uma caricatura daquilo que ele admira.

É exatamente nisso que Richard Baxter pode ajudar-nos, pois, naquilo em que ele foi vigoroso, muitos são fracos em nossos dias. Consideraremos três características da pregação de Baxter que ala à nossa situação contemporânea.

A PREGAÇÃO DE BAXTER ERA CARACTERIZADA POR INSTRUÇÃO CLARA E NOTÁVEL.

Ele acreditava que um pregador deve argumentar com seus ouvintes. Devemos estar munidos com todo tipo de evidência, de modo que cheguemos com uma torrente ao entendimento de nossos ouvintes; e munidos com todos os argumentos e postulações, para que envergonhemos as suas objeções vãs e vençamos todas elas, para que eles sejam forçados a renderem-se ao poder da verdade.

Ainda que Baxter estava bem consciente das trevas da mente não regenerada, ele sempre se preocupou em esclarecer todos os mal-entendidos possíveis e em explicar aquilo que dizia. Os sermões de Baxter tinham uma estrutura lógica: primeiro, a introdução do texto bíblico; em seguida, a explicação das dificuldades; depois, as aplicações e a exortação.

Mesmo estando em meio à mais comovente argumentação, Baxter recorreria ao auxílio da razão. Após implorar com grande ternura e poder, com o propósito de fazer Cristo e a salvação resplandecerem, Baxter terminava enumerando nove falsos fundamentos da certeza de salvação, seguidos pelos oito testes pelos quais seus ouvintes poderiam comprovar sua própria sinceridade.

Um orador erudito consideraria um desperdício o não utilizar esse impacto emocional, mas Baxter se propunha em deixar que a verdade causasse seu próprio impacto; e ele pregava não primariamente para mover os homens, e sim para ensiná-los.

As verdades que ele proclamava eram fundamentais.

Durante todo o nosso ministério, temos de insistir principalmente sobre as verdades primordiais, as verdades mais seguras e as verdades mais necessárias; e temos de ser mais escassos e esparsos nas demais verdades.
Há muitas outras coisas que são desejáveis de conhecermos; algumas, porém, têm de ser conhecidas, pois, de outro modo, o nosso povo ficará despreparado para sempre.Isto é muitíssimo diferente da pregação que elabora um exame, superficial de algumas passagens muito usadas ou, mais habitualmente, um exame de alguns versículos das Escrituras e da pregação que descarta qualquer outra coisa como algo que não faz parte do evangelho.

Baxter fazia uma abordagem profunda e argumentava com um conhecimento íntimo do texto bíblico. Ele apresentava as verdades fundamentais em toda a plenitude de seu inter-relacionamento, bem como em toda a plenitude de sua aplicação. Todavia, ele acreditava que a pregação deve alcançar as necessidades das pessoas; que se comete um erro quando as grandes necessidades delas deixam de ser alcançadas; e que a .questão das necessidades deveria estar sempre à frente.

As grandes verdades fundamentais eram ensinadas em linguagem simples, pois .não existe maneira melhor de fazermos uma boa causa prevalecer do que por meio de torná-la bastante clara.

Visto que o propósito do pregador é ensinar, ele tem de falar de maneira que seja entendido. Naqueles dias em que havia os provadores de sermões, Baxter era criticado pela clareza de sua linguagem e teve de lutar contra o orgulho de seu coração, que o pressionava a utilizar um estilo mais polido de linguagem.

Deus nos mandou ser tão claros quanto pudermos, a fim de que os ignorantes sejam instruídos... mas o orgulho permanece ao nosso lado e contradiz tudo, produzindo suas trivialidades e suas brincadeiras. Ele nos persuade a pintar a janela, para que a luz se torne menos brilhante. Isto certamente nos desafia.

Nós temos como alvo o oferecer exposição argumentada da verdade para o nosso povo. No entanto, em nossa preparação, procuramos esclarecer qualquer dificuldade possível e fornecer argumentos que convencem as mentes de nossos ouvintes? Ou temos nos tornado negligentes por causa de sua aprovação sem críticas?

Nos sentimos tão receosos de ser rotulados como fundamentalistas que gastamos maior parte de nosso tempo nos cantinhos menos conhecidos das Escrituras? É possível um homem adquirir a reputação de administrador de um restaurante para gourmets reformados, produzindo raridades teológicas que são obtidas em algum lugar . enquanto muitas das ovelhas famintas de seu rebanho olham para elas e não são alimentadas.

É um erro trágico concentrar-se naquilo que desejamos conhecer e negligenciar aquilo que temos de conhecer . O nosso povo realmente entende as verdades centrais a respeito das alianças de Deus, da pessoa e obra de Cristo, do pecado, da regenera ção, do arrependimento e da fé?

Até que os fundamentos da fé dos membros de nossa igreja não estejam firmemente estabelecidos, faremos bem se atribuirmos menos ênfase sobre a imensa estrutura doutrinária das Escrituras. Pregamos em linguagem simples? Sem dúvida, procuramos evitar expressões superacadêmicas. É verdade que muitos dos vocábulos poderosos das Escrituras nunca podem ser omitidos de nosso vocabulário. Sem dúvida, eles têm de ser explicados e, depois, incorporados à mente e à conversa de nossos ouvintes. Apesar disso, fazemos conscientemente todo o esforço necessário para evitar os chavões hipnóticos e paralisadores do pensamento, a fim de apresentarmos a verdade com uma roupagem nova e contemporânea? Baxter nos convida a realizarmos um ministério de pregação no qual os fundamentos da fé são apresentados com atratividade e clareza.

A PREGAÇÃO DE RICHARD BAXTER ERA CARACTERIZADA POR UM ARDENTE APELO EVANGELÍSTICO.

A grande realidade que moldava seu ministério era o fato de que todos comparecerão diante do tribunal de Cristo. Sua extrema fraqueza física aumentava sua consciência de que havia apenas um passo entre ele mesmo e a morte, que Baxter chamava de sua vizinha. Todos os deveres tinham de ser cumpridos, todos os sermões deveriam ser pregados à luz daquele grande Dia. Todos os dias, eu sei e penso que está se aproximando a hora,dizia Baxter.

Sua congregação foi descrita como um grupo de pecadores carnais, miseráveis e ignorantes, que tinham de ser transformados ou condenados. Parece que posso vê-los entrando na condenação final! Parece que eu os escuto clamando por socorro, pelo socorro mais urgente!.

Essa consciência da eternidade tornou Baxter um pregador emocional.

Se você deseja conhecer a arte de apelar, leia Richard Baxter, disse Charles Spurgeon. Entretanto, a emotividade de Baxter não era indisciplinada; era motivada por uma compreensão da verdade, pois ele não tinha tempo para um .fervor simulado .Primeiramente, a luz; depois, o calor,este era seu moto: em primeiro lugar, a exposição da verdade; em seguida, as pungentes palavras de apelo, resultantes da verdade.

No final de seu livro :Uma Chamada ao Não-Convertido, Para que se Converta e Viva.

Baxter apelou aos seus ouvintes com uma seriedade tão amável que podemos quase ver as lágrimas em sua face. Meu coração está perturbado em pensar como deixarei vocês, para que eu não os deixe como os encontrei, até que acordem no inferno.... Hoje, entre vocês sou um pedinte tão ardoroso, por causa da salvação da alma de vocês, como se estivesse pedindo algo para satisfazer minha própria necessidade e estivesse obrigado a vir como um mendigo às portas das casas de vocês. Portanto, se vocês pretendem me ouvir, ouçam-me agora.

E, se vocês querem demonstrar piedade para comigo, suplico que nesse momento tenham piedade de vocês mesmos. Ó senhores, creiam: a morte e o julgamento, o céu e o inferno se tornam outra coisa quando nos aproximamos deles, diferentes daquilo que pensávamos quando deles estávamos distantes.

Quando deles se aproximarem, vocês ouvirão a mensagem que lhes estou apresentando, com corações mais despertos e atenciosos. O assunto central da pregação de Baxter era um urgente convite para que o ouvinte recebesse a Cristo.

Richard Baxter pregava esperando um veredicto; ele procurava levar os pecadores a perceberem que tinham de ser, inevitavelmente, convertidos ou condenados.

As palavras finais de Baxter em seu livro .Desprezando a Cristo e a Salvação são poderosas e pungentes: Quando Deus remover de seus corpos aquelas almas descuidadas, e você, leitor, tiver de responder, em seu próprio nome, por todos os seus pecados; então, o que você não daria por um Salvador? Quando você perceber que o mundo o abandonou, que seus companheiros de pecado iludiram a si mesmos e a você e que todos os seus dias de felicidade se acabaram; então, o que você não daria por Cristo e pela salvação que você agora não considera ser uma coisa digna de se esforçar por ela? Você que não menospreza uma pequena enfermidade, uma necessidade ou a morte natural, não, nem mesmo uma dor de dente, mas lamenta como se estivesse arruinado; como você despreza a fúria do Senhor, que arderá contra aqueles que condenam a sua graça?

Agora posso reconhecer qual será a sua determinação para os dias futuros. O que você tem a dizer? Você pretende continuar desprezando a Cristo e a salvação, como o tem feito até agora, e, apesar disso, ser o mesmo homem? Espero que não.

O gume afiado estava sempre presente nas mensagens de Baxter uma decisão tinha de ser tomada, um veredicto precisava ser dado, e uma oferta de misericórdia, aceitada ou rejeitada.

No entanto, isso está bem longe de corresponder ao decisionismo superficial.

O pregador arminiano tem receio do que a mente pode dizer ao coração, depois que terminar o culto; por isso, ele tenta compelir os ouvintes a uma decisão da vontade, antes que pensamentos posteriores deles os afastem de Cristo. Baxter não somente se mostrava corajoso em lidar com os pensamentos posteriores, mas também contava com tais pensamentos, esperando que seus ouvintes refletiriam profundamente sobre aquilo que havia sido pregado. Assim, vemos Baxter plantando bombas-relógios nas mentes de seus ouvintes, aplicações que continuariam a falar, depois que a voz de Baxter silenciasse. Não posso acompanhá-los até suas casas, para aplicar a Palavra às necessidades diárias de vocês. Oh! que eu possa transformar a consciência de vocês em um pregador, e que ela pregue para vocês mesmos, pois está sempre acompanhando-os! Da próxima vez que forem deitar-se ou dirigirem-se ao trabalho, sem haver orado, que a consciência de vocês grite bem alto:

Você não se preocupa mais com Cristo e com a salvação de sua alma? Da próxima vez que se apressarem para a prática de um pecado conhecido, que a consciência de vocês clame: A salvação e Cristo não são mais dignos, para que você os despreze ou os arrisque por causa de suas concupiscências? Da próxima vez que vocês passarem o dia do Senhor em ociosidade ou esportes vãos, que a consciência lhes diga o que estão fazendo.

Baxter tomava cada um dos aspectos da vida e os arregimentava como um pregador, de modo que os pecadores ficassem cercados por um ambiente em que cada parte declarasse as reivindicações divinas.

Quer com justiça, quer não, em muitos lugares os pregadores reformados têm uma reputação de serem restritos e impessoais em suas mensagens.

Isso pode ser uma reação contra os excessos de nossa época, contra o zelo sem discernimento, o calor sem a luz, a sã doutrina sem o bom senso. Não tem sido esta uma reação excessiva? Nós, que vemos Deus em todos os aspectos de nossa vida, poderíamos ser mais profundamente impressionados pela realidade das coisas eternas.

Compreendendo a miséria da depravação humana e a maravilha da graça soberana, deveríamos nos sentir profundamente comovidos, quando essa verdade nos envolvesse. A evolução de nossa mente atrofiou de tal modo nosso coração, que nos leva a suspeitar das emoções autênticas?

Hesitamos em pregar com insistência o evangelho aos homens, por medo de sermos considerados arminianos? Um pregador reformado pode considerar os cinco pontos do calvinismo como um campo minado pelo qual ele anda na ponta dos pés; e isto pode levá-lo a sentir-se tão temeroso de explodir em meio a uma expressão mal-utilizada, que ele não chega a almejar a conversão de seus ouvintes.

O poder e o impacto de um sermão se perdem no emprego de milhares de termos qualificativos utilizados na mensagem.

Nossa pregação será uma caricatura, se faltar um apelo sincero para que os homens recebam o Cristo todo suficiente, que se oferece livremente a todos os que vierem a Ele. As verdades do calvinismo não são barreiras que têm de ser ultrapassadas, antes que o evangelho seja pregado; antes, elas são uma plataforma da qual pregamos com mais poder. É exatamente porque a graça é soberana e livre, que podemos proclamá-la com mais paixão; porque a redenção adquirida por Cristo é completa e certa, podemos recomendá-la com muito brilho; porque Deus, de acordo com sua própria vontade, escolheu alguns homens para a salvação, podemos pregar confiantemente.

Se os pastores reformados têm de permanecer em harmonia com as Escrituras, temos de gravar esse elemento da pregação de Baxter.

A PREGAÇÃO DE BAXTER ERA ACOMPANHADA POR ACONSELHAMENTO PASTORAL SISTEMÁTICO.

Ele não fazia qualquer divisão, como a que existe hoje, entre pregação e trabalho pastoral, pois ele entendeu o que Paulo quis dizer, quando recordou aos crentes de Éfeso, que lhes havia ensinado publicamente e de casa em casa. A tarefa do pastor é uma só a mesma verdade comunicada ao mesmo povo, tendo o mesmo propósito: a glória de Deus, por meio da salvação ou da condenação.

Talvez nisto Baxter se mostre mais útil aos pastores de nossos dias em estabelecer uma forte ligação entre o púlpito e o pastorado.

Baxter esperava que conversões resultassem de sua pregação. Ele aconselhou seus colegas de ministério: Se vocês não desejam ardentemente ver a conversão e a edificação de seus ouvintes, se não pregam nem estudam com esta esperança, provavelmente vocês não obterão muito sucesso.

Baxter dependia completamente do Senhor para obter sucesso em sua pregação; ele atacava com todo o vigor a abominável atitude de um pregador utilizar a soberania de Deus, em conceder ou não a salvação, como uma desculpa para a negligência. O pregador tem de desejar muito a conversão de seus ouvintes e encher-se de tristeza se eles não responderem ao convite do evangelho.

Sei que um pastor fiel pode consolar-se, quando lhe falta sucesso... mas o pastor que não empenha-se por ser bem sucedido em seu trabalho não pode ter qualquer consolo, porque não é um trabalhador fiel.

Esse desejo intenso por resultados levou Baxter a visitar as casas de seus ouvintes e fazer a obra de catequização pessoal. Ele procurava descobrir quanto os seus ouvintes haviam entendido da pregação, que efeito a pregação tivera sobre eles e se haviam ou não recebido a oferta de misericórdia por meio do evangelho.
A semente que ele havia plantado precisava de cultivo posterior? As ervas daninhas precisavam ser arrancadas daquele solo? Essas perguntas poderiam ser respondidas somente através da conversa pessoal.

A princípio, Baxter esquivou-se da obra. Muitos de nós temos uma vergonha tola que nos faz recuar, em começar a obra com os ouvintes e conversar claramente com eles.. Mas, à medida que ele ganhou experiência, esse aconselhamento pastoral se tornou a obra mais confortável, exceto a pregação pública, na qual eu já coloquei minhas mãos a realizarem.

Devemos ressaltar que foi a seriedade de Baxter como pregador que o tornou um pastor tão diligente. Sua visitação aos lares serviu-lhe de instrumento para explicar e aplicar posteriormente aquilo que havia dito no púlpito.

Na verdade, ele descobriu que as pessoas não receberiam a sua pregação com a devida seriedade, a menos que ela fosse reforçada por uma abordagem pessoal e achegada.

Em uma passagem clássica de seu livro O Pastor Aprovado, Baxter disse:

Os seus ouvintes lhe darão oportunidade de pregar contra os pecados que eles cometem, assim como clamar do púlpito em favor da piedade, se você não os confrontar depois, ou em contato pessoal posterior for favorável ou demasiadamente amigável com eles... Eles consideram o púlpito como um palco, um lugar onde os pregadores têm de apresentar-se e realizar o seu papel; onde você tem a liberdade de falar, durante quase uma hora, sobre o que você escreveu em seu esboço; e o que você pregou eles não levam em consideração, se não lhes mostrar, por falar-lhes face a face, que você estava pregando com seriedade e realmente pretendia dizer o que pregou em sua mensagem.. A obra pastoral de Baxter não somente reforçava o que ele havia pregado, mas também o ajudava a pregar com mais pungência e relevância no futuro. Conversar uma hora ou mais com um pecador ignorante e obstinado lhe fornecer á, tão bem quanto uma hora de estudo no escritório, assuntos úteis a serem apresentados em seus sermões; pois você saberá sobre que assunto precisa insistir e quais objeções desses pecadores você terá de repelir.

Baxter conheceu o seu povo . a personalidade, os problemas, as tentações, a maneira de viver deles. Ele se assentava onde eles se assentavam; assim foi capacitado a pregar sermões elaborados para as necessidades particulares deles. Para um homem ser um verdadeiro pregador, ele tem de ser um verdadeiro pastor. Temos de reconhecer a centralidade da pregação, mas será que não utilizamos isso como desculpa para a covardia e a indiferença pastoral? O fato de que pregamos publicamente contra os pecados dos homens nos absolve da responsabilidade de confrontá-los, em seus lares, a respeito dos mesmos pecados? Somos chamados para ser estudantes diligentes, para trabalhar na Palavra, para estar em nosso lugar secreto.

No entanto, o estudo pode se tornar um refúgio conveniente para fugirmos da realidade, e podemos facilmente por meio da leitura de mais um livro tranqüilizar nossa consciência no que diz respeito a uma visita não realizada. Muitos de nós temos descoberto, para nossa vergonha, que a coragem com que temos pregado pode evaporar-se durante o trajeto até à porta da casa da pessoa para a qual estamos nos dirigindo, a fim de visitá-la. Havendo trovejado, com ousadia, contra o pecado, nos encontramos procurando conciliar-nos, por meio de um sorriso e de um aperto de mãos, com aquelas mesmas pessoas cujas consciências estávamos procurando ferir; estamos procurando ser amigos e nos alegrarmos com eles.; estamos preferindo que Deus fique irado com eles, ao invés de eles ficarem irados conosco.

Na tentativa de ressaltarmos a importância da pregação, é possível reagirmos de maneira errônea, por minimizarmos a obra pessoal.

O aconselhamento pessoal não pode ser um substituto para a Palavra pregada, mas, como um instrumento de reforçar e aplicar a Palavra à consciência do indivíduo, o aconselhamento pastoral cumpre uma função singular.

Além disso, serve também para nos tornar pregadores melhores, e não piores. Quando visitamos de casa em casa, a neblina de nosso estudo será desfeita e voltaremos a fim de preparar sermões de acordo com a vida e na linguagem do povo.

Este foi Richard Bartex de Kidderminster, um pregador que trabalhou muito para tornar clara a verdade de Deus, que falava com um coração ardente, enquanto apelava ao seu povo que se aproximasse de Cristo; um pastor que conhecia suas ovelhas por nome, que falava com elas pessoalmente a respeito das grandes preocupações de sua alma.

Richard Baxter não é simplesmente uma curiosidade histórica, um fóssil para ser admirado; ele é um estímulo, uma reprovação, um encorajamento.

Em suas Meditações Sobre a Morte, Baxter revela o coração do pregador: Meu Senhor, não tenho nada a fazer neste mundo, exceto buscar-Te e servir-Te; não tenho nada a fazer com o coração e suas afeições, exceto amar-Te intimamente; não tenho nada a fazer com os lábios e com a caneta, exceto falar sobre Ti, a favor de Ti, e publicar a tua glória e a tua vontade.
Edward Donnely
Jeremias 28 - 


Pr. Elso Venema

Leitura:  Jeremias 28
Texto:  Jeremias 28


Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo,
O SENHOR Deus chamou Jeremias para ser um poderoso profeta perante as nações. Quando Deus o chamou, Jeremias era um jovem tímido. Mas Deus lhe disse: "Eu te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares, e também para edificares e para plantares" (Jeremias 1:10). Porém, no capítulo 28 não enxergamos nada disso. Nesse capítulo Jeremias parece mais um coitado. O SENHOR Deus tinha dito a ele: "Faça correias e uma canga e coloque-as ao pescoço. E envia também correias e cangas aos reis de Edom, ao rei de Moabe, e a outros reis, anunciando-lhes que todos aqueles povos irão ficar debaixo do jugo do rei da Babilônia" (Jeremias 27:1-7).
Jeremias cumpriu esta ordem do SENHOR Deus. Ele pôs uma canga ao seu pescoço, mostrando ao povo de Deus que este continuaria servindo ao rei da Babilônia, o qual foi enviado por Deus para castigar seu povo. Ele também avisou aos diplomatas de Edom, Moabe e outros povos, que vieram à Jerusalém para fechar uma aliança política com o rei Zedequias contra o rei da Babilônia, que todos aqueles povos permaneceriam debaixo do jugo do rei da Babilônia. Assim Jeremias cumpriu a ordem do SENHOR, dirigindo-se às nações e reinos, confirmando a supremacia do rei da Babilônia, ao mesmo tempo confirmando o castigo de Deus sobre os pecados de seu povo.
Mas o que aconteceu? Outro profeta, chamado Hananias, se levantou e desafiou o profeta Jeremias! Esse profeta, Hananias, quebrou a canga que estava sobre o pescoço de Jeremias e falou, na presença de todo o povo: "Assim diz o SENHOR: Deste modo, dentro de dois anos, quebrarei o jugo do rei da Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações" (Jeremias 28:12). Ou seja, o profeta Hananias falou, em nome do SENHOR, uma mensagem totalmente contrária à mensagem de Jeremias. Jeremias disse: "Vocês continuarão servindo ao rei da Babilônia". Hananias disse: "Isso não vai acontecer de modo algum! Dentro de dois anos vocês estarão libertos do domínio do rei da Babilônia". Além do mais, o profeta Hananias deu uma demonstração de determinação e força. Ele falou em nome do SENHOR, na presença de todos e sem nenhuma hesitação. Ele contrariou e desmanchou abertamente as palavras do profeta Jeremias, e até mesmo arrancou a canga do pescoço dele e a quebrou.
Como foi a reação de Jeremias, diante da demonstração de força e determinação de Hananias? A Bíblia relata que "Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho" (Jeremias 28:11). Parece que Jeremias sentiu muito, e aceitou a derrota, calado. Parece que ele saiu abalado, cabisbaixo, machucado. O profeta que foi chamado pelo SENHOR Deus para ser um poderoso profeta, um profeta que abalaria nações e reinos, ficou de boca fechada. Ele não disse mais nada. Ele se retirou e parecia um coitado, um fracassado. Diante do show dado pelo profeta Hananias, que falou com a maior autoconfiança, profetizando um futuro glorioso para o povo de Deus, Jeremias parecia um palhaço.
Para compreendermos essa história melhor, precisamos saber um pouquinho mais sobre a situação em que o povo de Deus se encontrava. Naqueles dias, o poderoso rei da Babilônia tinha levado muitos cidadãos do povo de Deus cativos para a Babilônia. Em suas pregações, o profeta Jeremias tinha deixado bem claro que isso aconteceu em decorrência dos pecados do povo de Deus. Eles pecaram tanto, que o próprio SENHOR Deus entregou uma parte de seu povo para ser levada cativa para um país distante. Outra parte ficava para trás, em Judá. Então, a nação estava dividida: uma parte da população foi deportada, e outra parte ficou para trás. Era uma época de grandes tensões e incertezas. O país estava quebrado, arruinado. A economia estava parada.
Naquela situação tão lamentável, Jeremias pregou a Palavra do SENHOR, e anunciou que o povo de Israel, como também os povos vizinhos (que tentavam fazer uma aliança contra o rei da Babilônia), ficariam debaixo do jugo do rei da Babilônia. Ou seja, Jeremias deixou bem claro que, por enquanto, nada mudaria. Esta pregação que Jeremias fez, em nome do SENHOR, deixou o povo como também os líderes espirituais do povo revoltados! Jeremias teve a ousadia de pregar uma mensagem ruim numa época ruim. Ele falou em pecado e castigo, como se a miséria enfrentada pelo povo não fosse suficiente. Todo o mundo ficou irritado com Jeremias. Todo o povo se ajuntou contra ele (Jeremias 26:9). Os líderes espirituais até queriam tirar-lhe a vida (Jeremias 26:16).
Foi nessa situação, onde todos já estavam revoltados com o profeta Jeremias, que outro profeta, chamado Hananias, se aproveitou e bateu de frente com o profeta Jeremias. Isto aconteceu na Casa do SENHOR (Jeremias28:1). Ou seja, o profeta Hananias atropelou o profeta Jeremias na presença de Deus! E não só isso! Hananias falou "em nome do SENHOR"! Ele disse: "Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel"! Reparem só, irmãos! Jeremias tinha falado e agido em nome do SENHOR. Mas outro profeta se levanta e fala "em nome do SENHOR" para desmanchar a mensagem falada por Jeremias. Como é que pode? Quem desses dois tinha razão? Jeremias falou em nome do SENHOR. Todo o mundo ficou revoltado com ele, pois a mensagem não agradou. Depois veio outro profeta, Hananias, que também falou em nome do SENHOR. A mensagem de Hananias agradou muito, pois ele só falava em paz e futuro. Ele afirmou: Deus vai resgatar seu povo! A santa Casa de Deus e a santa Cidade de Deus, jamais serão destruídas! Hananias falou estas palavras na Casa do SENHOR, na presença do povo e dos sacerdotes. Para reforçar as suas palavras, Hananias arrancou a canga do pescoço de Jeremias e a quebrou.
Como foi a reação de Jeremias? Será que ele reagiu com força e determinação, dizendo: "Mentiroso! Não digas: assim diz o SENHOR, pois o que o SENHOR diz é o seguinte"? Será que Jeremias, que era um homem de Deus, respondeu com convicção e determinação? Reagir assim não era o dever dele? Observamos que Jeremias não fez nada disso. Ele reagiu, quando Hananias o atropelou, mas quando reagiu, ele nem falou em nome do SENHOR. Ele falou por conta própria, ironizando, dizendo as seguintes palavras: "Amém! Faça o SENHOR tudo que você está profetizando! Seria muito bom se acontecesse! Mas digo-lhe uma coisa: Todos os profetas anteriores, desde a antiguidade, profetizaram guerra, mal e peste. As palavras deles foram cumpridas, pois vejam como boa parte do povo foi levada cativa para um país distante.
Agora, o profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do SENHOR" (Jeremias 28:8-10). Então, Jeremias respondeu a Hananias, quando este pregou que dentro de dois anos o povo será libertado do rei da Babilônia: Quero ver! É ver para crer! Essa foi a reação pessoal do profeta Jeremias. Ele não falou essas palavras em nome do SENHOR. O profeta Hananias falou em nome do SENHOR! Jeremias reagiu por conta própria. Foi naquele momento que Hananias deu uma demonstração de brutalidade e força. Ele arrancou a canga do pescoço de Jeremias e a quebrou. Jeremias se retirou, chorando por dentro, cabisbaixo, machucado.
O que devemos pensar dessa história, onde um profeta do SENHOR, que falou a Palavra do Senhor e cumpriu as suas ordens, passa vergonha e parece um coitado, um fracassado, um palhaço? O que devemos pensar de um pregador do SENHOR, que sai da cena, vaiado por todos? Tocamos neste momento num problema muito sério. É o problema que muitos que falam a verdadeira Palavra do SENHOR, que anunciam ao povo as suas transgressões, não recebem crédito algum. Outros, que gritam alto, que prometem curas, riquezas, prosperidade, paz e salvação para todo o mundo, são aplaudidos de pé. Qualquer pregador que fala com determinação em nome do SENHOR, falando em tom imperativo, ordenando a Deus que este faça sair caroços e tumores, recebe louvores. Todos acreditam, pois ele não falou "em nome do SENHOR"? Ele não falou com muita força e fé? Ele não falou coisas que precisávamos ouvir?
Notamos que os verdadeiros profetas do SENHOR, homens como Moisés, Elias, Isaías, Jeremias e Ezequiel e tantos outros foram ameaçados, perseguidos e mortos. Quem acreditou neles? O mesmo aconteceu inclusive com o próprio Senhor Jesus, nosso maior Profeta e Mestre. Ele nunca gritou (Mateus 12:19). Ele ensinou e pregou a Palavra de Deus, de uma forma simples, honesta e direta (Mateus 5-7). Ele fez isso sem fazer show. Muitos ficaram impressionados, mas a grande maioria não acreditou nele. Todos sabem o que aconteceu com Jesus Cristo. Ele foi ameaçado, perseguido, e morto.
Precisamos distinguir entre duas coisas. Precisamos distinguir entre o pregador e a Palavra que ele prega. O pregador é uma coisa. A palavra pregada por ele é outra. O pregador pode ser muito poderoso e impressionante. Ele pode ser igual a Hananias, que bateu forte e deu um show de autoconfiança e determinação. Parece que a personalidade de Hananias era muito mais forte que a personalidade de Jeremias, que era uma pessoa sensível e até tímida (Jeremias 1:6). Porém, ter uma personalidade forte, não significa ser o dono da verdade! Reparem só o que Hananias falou. Ele falou que dentro de dois anos, o jugo do rei da Babilônia seria quebrado. Hananias falou isto com toda convicção "em nome do SENHOR". Mas isto aconteceu? De jeito nenhum! O jugo do rei da Babilônia somente foi quebrado depois de setenta anos (Jeremias 29:10)! Então, é possível alguém ser um pregador muito empolgado, um pregador que fala poderosamente, fazendo promessas lindas, um pregador que arranca aplausos. Mas isto não quer dizer que ele é um pregador que fala a Palavra do SENHOR.
Olhem o caso do profeta Jeremias. Ele era odiado, pois falava palavras que o povo não queria ouvir. Ele era um coitado, pois ele foi humilhado por Hananias. Ele se retirou, ferido e calado. Jeremias foi um fraco. Mas reparem! Observemos as palavras do profeta Jeremias. Ele recebeu a seguinte mensagem do SENHOR: "Vai e fala ao profeta Hananias: Assim diz o SENHOR: vocês continuarão servindo ao rei da Babilônia. Eu dei uma canga de madeira, mas agora vai ser uma canga de ferro. E você, Hananias, é mentiroso e enganou o povo: dentro de um ano morrerás". O que aconteceu? Nem passaram dois meses, e Hananias caiu e morreu.
Tenhamos cautela, e não sejamos ignorantes. Os nossos olhos podem ver o pregador mais poderoso do mundo, mas isto não significa nada. Ninguém deve ficar impressionado com qualquer show, seja um show de gritaria, ou um show de milagres ou um show de lágrimas ou um show de mentiras. Também não devemos ficar impressionados quando o pregador só fala o que o povo quer ouvir: promessas de paz, promessas de bênção e promessas de milagres, curas e riquezas. Numa época de crise e desemprego, muitos se aproveitam, pregando prosperidade e bênçãos, enganando até multidões. A nossa época é também uma época muito propícia a isso. Os problemas financeiros, de saúde, de educação são extremamente graves para grande parte da população. Existe um clima de insegurança muito forte. Mas que o povo de Deus não se engane! Que o povo de Deus não seja ignorante, mas conheça a santa Bíblia! Importa ouvirmos a pura e verdadeira Palavra de Deus, a qual nos orienta sobre os nossos pecados e sobre as nossas transgressões.
Importa ouvirmos a Palavra de Deus, que é soberano sobre as nações e os reis da terra. Importa ouvirmos a Palavra de Deus sobre a salvação que temos em Cristo Jesus, mediante a fé. Esta pregação da verdadeira Palavra de Deus é para aqueles que conhecem os seus pecados e as suas transgressões. Esta pregação da Palavra é para aqueles que amam Aquele que foi vaiado, expulso, torturado e morto na cruz e hoje vivo está. Ele, somente ele, e ninguém mais, veio para consertar a nossa vida. Por isso pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios.

Para o mundo tal pregação é uma demonstração de fraqueza. Para o mundo tal pregação não vai mudar nada na sociedade. O que o mundo quer é outra coisa: todos querem ouvir promessas lindas, seja de políticos, seja de pastores. Todos querem pregação de riquezas, pregação de milagres, pregação de curas. Qualquer engano é bem vindo, desde que seja doce. A nossa pregação é diferente. Nós não prometemos milagres. Nós não pregamos prosperidade e riquezas. A nossa pregação é a mesma do profeta Jeremias, que foi humilhado e perseguido. A nossa pregação é a mesma do apóstolo Paulo, que pregou com fraqueza, temor e muito tremor (1Coríntios 2:3). Pregamos a Cristo. Pregamos aquele que morreu por todos nós. É a pregação mais fraca que existe. É a mensagem mais difícil de entender. É a mensagem mais difícil de aceitar. Mas esta mensagem é verdadeira. Ela nos traz Cristo, o poder de Deus. Ela nos leva ao arrependimento para o perdão dos nossos muitos pecados. Esta mensagem é desprezada por muitos. Esta mensagem é um osso duro de roer. Pois quem quer ouvir alguém anunciando os seus pecados? Quem quer ouvir de pecados numa época em que muitos vivem estressados por causa de milhares e milhares de dificuldades e incertezas?
Mas esta é a mensagem que pregamos. É a mensagem da Palavra de Deus. Esta mensagem mostra todas as nossas fraquezas e falhas. Mas é a mensagem da salvação, pois ela nos leva à cruz de Cristo, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, mas poder de Deus para todos que foram chamados para a eterna glória.
Amém.