sexta-feira, 5 de abril de 2013

TEMA: A IGREJA CONFESSIONAL


TEXTO: MATEUS 16.13-18
A confissão de Pedro
Mc.8.27-33. Lc.9.18-22. Jo.6.20-70  
13Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.
15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?
16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;

INTRODUÇÃO:
A tendência de ser indefinido, que muitos chamam de “pós-moderno, tem permeado o âmbito acadêmico.
Não estamos criticando as opiniões contrárias e conflitantes antes de se chegar à conclusão.
Falamos da danosa tendência  de considerar acadêmico tudo que é questionador. Como se diz por aí quebrar paradigmas, normas e tradições.
A Igreja emergente trouxe ao cenário eclesiástico esta tendência de Indefinido. Segundo os seus analistas é difícil defini-lo devido a grande diversidade dos seus proponentes. Uns teologicamente abertos e outros tentando preservar o cerne da fé evangélica.
A marca de igrejas pentecostais e neopentecostais é a ausência de confissões. Há igrejas evangélicas até no protestantismo tradicional que tem esquecido sua herança teológica e feito pouquíssimos usos de documentos confessionais. Precisamos resgatar o valor dos credos e confissões para que as igrejas sejam menos diversificadas no que é essencial. Estudaremos a Bíblia e a história da Igreja para entendermos  a necessidade da igreja ser confessional (é comprovado historicamente que os movimentos só duram 100 anos, depois disto, se não tiver uma firmeza doutrinária se esfacela).  Paulo explicita a necessidade de verbalizar nossa confissão (Rm 10.9,10).

1. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE CONFESSAR A FÉ.
Onde há fé é necessário que seja professada publicamente (Mt 10.32-33)
Esta confissão deve, se possível, acontecer até diante de autoridades (Lc 12.11-12)
Uma confissão de fé necessita ser precisa em suas afirmativas teológicas, como a afirmação de Pedro que foi uma afirmação completa e importante para salvação (Mt 16.16). Alguns afirmavam que Jesus seria João Batista, outros Elias, ainda alguns Jeremias ou um dos profetas (Mt 16.14), mas o apóstolo Pedro, que era um sujeito afoito disse que Ele era o Cristo, o Filho do Deus Vivo (Mt 16.16)
Esta confissão não foi Pedro pela sua mente brilhante, mas o Senhor revelou isto a Pedro (Mt 16.17) e ninguém pode confessar a Cristo como Senhor se não tiver a ajuda do Espírito Santo (I Co 12.3).
Outro fato que levou a igreja a definir seu corpo de doutrinas foi o legalismo judaizante (Gl 2.1-21), heresias de colossos (Cl 1.13-20) e gnosticismo (I Jo 4.1-3) 
Apenas ortodoxia não define uma boa confissão, além do conteúdo é preciso confiança, não é “crer que”, “mas crer em”. Jesus ensinou duras verdades a ponto de muitos se afastarem Dele, ele ainda desafiou os que ficaram com Ele a também o deixar, mas Pedro de novo faz outra bela confissão de fé: “Para quem iremos nós, só tu tens as palavras de vida eterna, nos temos crido e conhecido que tu és o santo de Deus (Jo 6.66-69). Pedro estava afirmando algo que foi dito mais tarde por Lutero na reforma “Solus Cristus”, Salvação, mediação e acesso ao Pai só por Jesus. “Em nenhum outro há salvação, só em Jesus (At 4.12). 

2. A CONFESSIONALIDADE NO DECORRER DA HISTÓRIA
A história atesta que os cristãos entenderam cedo a importância de estabelecer credos e fórmulas que resumissem a fé. Nos primeiros séculos  estavam apenas na mente dos cristãos por causa das perseguições, depois da tolerância no IV Século, passaram a redigir credos a fim de servir de espelho as futuras gerações sem acréscimos. No início da igreja eram de quatro maneiras:

 A) Formulas de profissão de fé para o batismo.

B) Visando a confissão batismal, instrução catequética batismal.

C) Devido ao surto de heresias, passaram a ser a medida da ortodoxia doutrinária.  Ortos é certa e doxa opinião.

D) Os credos ganharam caráter litúrgico, eram lidos no culto como expressão da fé comunitária.

Nos séculos 16 e 17 um dos legados da reforma protestante foi a produção de confissões e catecismos (grego katécimos, ensino). O retorno à Bíblia no Sola Scripturas não fez os reformadores desprezarem as confissões escritas. Trouxeram benefícios ao movimento como: Primeiro, marcavam uma identidade de uma igreja que marcavam o rompimento com o catolicismo, eram iguais nos pontos essenciais da fé reformada e tinham diferenças noutros pontos (ex. A confissão de Londres, Batista era igual em todos os aspectos das confissões de Westminster, Helvética, Belga, apenas divergiam na forma de governo); em segundo lugar, tinham regra hermenêutica para interpretar o texto sagrado, pois católicos dizem crer na Bíblia, mas as tradições papais estão para eles acima dela. As confissões estão baseadas na Bíblia e interpretadas segundo rigorosas regras.

3. A CONFESSIONALIDADE EM NOSSOS DIAS
Já vimos que as confissões auxiliam na identidade de uma denominação, clareza para reconhecer um grupo, distinção com uns e comunhão com outros e delimita o ortodoxo na esfera da fé. Pode servir para orientar pessoas em meio a uma igreja evangélica tão confusa no Brasil. Algumas igrejas ouvem mais seus lideres do que os documentos norteadores da denominação. Gera diversidade. Há igrejas de uma mesma denominação bem diferentes. Isso mostra esvaziamento da identidade confessional. Diante de deturpações funciona como principio hermenêutico, definir a ortodoxia de uma doutrina. Nunca está acima da Bíblia, deve apontar para Bíblia, é uma sistematização de nossa doutrinas e crenças, ajuda alguns a não serem levados de um lado para outro por ventos de doutrina.
Podemos resumir sua necessidade em três palavras: Testemunho, unidade e pureza. As confissões e catecismos ajudam a resumir os pontos da fé. Eles também levam a unidade da igreja, doutrina não divide, serve para unir em torno de pontos comuns. Quando encontramos irmãos em outros lugares nos alegramos, e mais ainda quando tem a mesma fé (eu encontrei um irmão que foi fazer um serviço nos computadores da Escola que trabalho, ele era presbiteriano, eu me alegrei mais ainda).
Em terceiro lugar, as confissões contribuem para a pureza da igreja. Queremos ter comunhão com quem pensa igual e nos distinguirmos de quem pensa diferente, mas podemos ter comunhão com aqueles que pensam diferentes nas coisas não essenciais a fé. Agora, nós devemos zelar pela palavra que demos quando fizemos profissão de fé de zelar pela igreja que Deus nos plantou para ali dá frutos. A Bíblia diz que precisamos ser homens de verdade, o homem tem que ter palavra, prometeu, então cumpra. Quando eu evangelizo, primeiro eu falo sobre Cristo, depois eu discipulo, aí trago a pessoa à igreja presbiteriana, que é a igreja que Deus me plantou. Eu sei dos defeitos que temos: Muitos são preguiçosos para evangelizar, não vem aos trabalhos oficiais da igreja porque não querem, deixam de vir a Escola Bíblica Dominical, mas devo orar para que Deus desperte os que dormem e não ir falar mal da igreja para outros de fora. Nossa Confissão e Catecismos (ensinos) são extraídos da Bíblia, logo quem afirma que a Igreja Presbiteriana do Brasil crê que os seus símbolos de fé estão em pé de igualdade com a Bíblia está mentindo e não merece crédito.

4. QUE AUTORIDADE DEVEM TER AS CONFISSÕES
A autoridade de credos e confissões surge a partir do momento em que um grupo de crentes os subscreve. Para os protestantes históricos a autoridade destes é derivada da Bíblia e limitada ao diz a Bíblia, que tem autoridade final e absoluta. A Bíblia é norma normans (regra que regula), as confissões são norma normata (regra regulada). A Igreja romana diz que a autoridade é a Bíblia e a tradição, ou seja, A Bíblia é incompleta. Alguns evangélicos também tem suas manias como determinado profeta que passou toda a escola dominical casando uns, abrindo a cova de outros e entregando a chave do carro a alguns. Os protestantes históricos entendiam que sua fé precisava ser observada pelas Escrituras. O sinodo de Dort fez modificações na confissão Belga, a Igreja Presbiteriana dos EUA fez modificações na Confissão de Fé de Westminster. As confissões nem devem ser menosprezadas nem divinizadas, mas observadas com critérios hermenêuticos definidos: A Escritura explica a Escritura, o texto só tem um sentido, o pretendido pelo autor quando escreveu, observe o contexto do texto. 

CONCLUSÃO:
O protestante precisa valorizar suas tradições, quando combinam com as Escrituras, valorizar suas raízes históricas, isto nos distinguirá de muitos que se dizem “evangélicos” no Brasil, ignorantes quanto à tradição cristã. Precisamos nos posicionar quanto ao período de indefinição teológica e privatização das convicções.

APLICAÇÃO:
As igrejas que possuem alguma confissão precisam estudar e divulgar para seus membros, doutriná-los na EBD ou colocando no boletim da Igreja e lendo em alguns momentos.
As igrejas que não têm nenhuma confissão, deveriam estudar as confissões produzidas pelos protestantes nos séculos 16 e 17, esses documentos possuem uma riqueza e profundidade bíblica, teológica e podem ajudar uma igreja a definir-se (Conheço um pastor chamado Daniel Pena que ao estudar as confissões de fé reformadas chegou à conclusão que estas eram suas convicções reais).  

Estudo Baseado na Revista Nossa Fé da Casa Editora Cultura Cristã.
Ministrado pelo Presbítero Veronilton Paz da Silva, Missionário na Congregação Presbiteriana do Sítio Serrote; Bacharel em Teologia pelo ITG de Belo Jardim; Evangelista pelo CEIBEL de Patrocínio - MG e pelo CPO/IBN de Garanhuns - PE) Contato: (83) 9971 - 3627 e-mail: cristaoreformado@gmail.com
 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Expiação Limitada


Muçulmanos invadem igreja e casa de cristão para destruir Bíblias e livros cristãos


Márcio Melânia



No final de março, um grupo formado por muçulmanos invadiu propriedades cristãs na Ásia. Os extremistas religiosos, além da invasão, destruíram material com conteúdo cristão. Para que os policiais investigassem o caso, a Portas Abertas internacional precisou entrar em contato. Segundo informações da Portas Abertas, o grupo era formado por sete muçulmanos. Eles invadiram uma pequena igreja e a casa de um cristão, que é ex-muçulmano. O caso aconteceu em Pirganj, ao norte de Bangladesh. Os extremistas rasgaram Bíblias e outros livros cristãos que pertenciam à igreja. Ao procurar auxíl... mais »

Cristão morre após ter tratamento médico negado em País Mulçumano


Márcio Melânia



Para ser atendido era necessário assinar uma declaração negando sua fé em Jesus. Um homem morreu na Eritreia por falta de tratamento médico. Diagnosticado com leucemia, Belay Gebrezgi Tekabo não foi atendido pelo hospital da cidade Dekemshare por ser cristão. O homem de 30 anos estava preso por orar e ler a Bíblia, quando a doença foi diagnosticada a condição para que ele recebesse o tratamento era assinar uma declaração se retratando e negando sua fé em Jesus. Tekabo é apenas um dos mais de 45 cristãos que são mantidos em circunstâncias terríveis na Eritreia por conta da fé cristã.... mais »

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Glorificando a Deus com o Dinheiro

Pr. Silas Figueira


Por John Piper   


Lucas 12:32–34   Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em vos dar o reino. Vendei vossos bens e dai esmola; fazei para vós bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, aonde não chega o ladrão, nem a traça o consome, porque onde está o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.   A essência interior da adoração é apreciar ... Continuar leitura em MINISTÉRIO BERÉIA

A apologética nos Símbolos de Westminster é pressuposicionalista?


Luciano Sena



Acho que toda defesa da fé cristã é útil, *e para alguns contextos algumas são mais eficazes do que outras*. A apologética evidencialista, apresenta 'provas materiais', ou observáveis, em favor do cristianismo. *Porém, 'a atualização de dados pode ser difícil para uma manutenção argumentativa'.* Uma apologética racionalista também apela constantemente para pressupostos filosóficos, razão e confronto intelectual. *Mas a razão está ofuscados pelo pecado, impossibilitando um uso adequado dela por parte de pessoas não regeneradas* (Veja minha opinião sobre a *razão *AQUI). A apolog... mais »

terça-feira, 2 de abril de 2013

Lembrando da Emancipação da IPB de São José de Belmonte - PE



Carta do dr. Julius Mantey à Watchtower Bible & Tract Society


Luciano Sena


[Nota do Tradutor: o dr. Julius Mantey é um respeitado estudioso de grego e escreveu junto com H. E. Dana o *A Manual Grammar of the Greek New Testament * (Toronto: The MacMillan Company, 1957). Ele escreveu a sede da Watchtower pedindo que eles parassem de citar de seu livro fora de contexto e que deixassem de distorcer suas idéias. Aqui, em primeira mão no Brasil pelo LOGOS, a carta na íntegra que ele enviou]* * 11 de julho de 1974 Prezados senhores: Eu tenho uma cópia de sua carta dirigida a *Caris* em Santa Ana, Califórnia, e estou escrevendo para expressar minha discordância com... mais »

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pastoral
Páscoa, o livramento da morte


A Páscoa ocupa um lugar central nas Escrituras. No Antigo Testamento a Páscoa fala da libertação do povo de Israel do terrível cativeiro do Egito. Esta bela e dramática história está registrada em Êxodo 12. No Novo Testamento a Páscoa refere-se à morte e ressurreição de Jesus Cristo. Deus tirou o seu povo do Egito com mão forte e poderosa através do sangue do Cordeiro. Deus nos tirou do cativeiro do pecado pelo sangue de Jesus. A morte do cordeiro na páscoa judaica era um tipo da morte de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Algumas lições podem ser destacadas para o nosso ensino:

1. O livramento da morte depende da morte do Cordeiro (Ex 12.4-6) – Quando a Páscoa foi instituída, Deus ordenou a Moisés que cada família se reunisse para matar o cordeiro e aspergir as ombreiras da porta com o sangue. O anjo do Senhor passaria naquela noite e vendo o sangue passaria por alto e não feriria de morte o primogênito. Todos os primogênitos do Egito morreram naquela noite, exceto aqueles que estavam debaixo do abrigo do sangue do Cordeiro. Não foi a vida do cordeiro, mas sua morte que trouxe livramento para os israelitas. Assim, também, somos libertos da morte pela morte de Cristo. Ele morreu a nossa morte. Ele é o nosso cordeiro pascal.

2. O livramento da morte depende de estar debaixo do abrigo do sangue (Ex 12.7,13,14) – A libertação da morte dependeu não apenas da morte do cordeiro, mas também, do seu sangue aspergido nas ombreiras das portas. Precisamos estar debaixo do sangue de Cristo para sermos salvos. Não há remissão de pecados sem derramamento de sangue. Não é o sangue de um cordeiro que pode nos purificar do pecado, mas apenas o sangue do Cordeiro sem defeito, o sangue de Cristo. Por ele somos remidos, comprados, purificados e justificados. 
3. Os que foram libertos pelo sangue precisam se alimentar do Cordeiro (Ex 12.8-12) – Aqueles que foram salvos pelo sangue alimentaram-se do cordeiro. Reunidos em famílias os israelitas se fortaleceram para a caminhada, comendo a carne do cordeiro com ervas amargas. Aqueles que são salvos pelo sangue de Cristo, precisam se alimentar de Cristo. Ele é o pão vivo que desceu do céu. Ele é o alimento para a nossa alma. A Páscoa judaica foi substituída pela Ceia do Senhor. O pão simboliza o corpo de Cristo e o vinho o seu sangue. Devemos nos alimentar do corpo e do sangue do Senhor. O pão e o vinho não se transubstanciam em corpo de Cristo como ensina o dogma romano nem Cristo está presente fisicamente neles, como pensava Lutero. Cristo está presente na Ceia espiritualmente e dele nos alimentamos espiritualmente. 

4. Os que celebram a Páscoa do Senhor precisam lançar fora todo o fermento da maldade (Ex 12.15-20) – Durante a celebração da Páscoa judaica, os israelitas não podiam ter nenhuma espécie de fermento em casa nem comer pão levedado. O fermento é um símbolo da contaminação do pecado. Precisamos examinar a nós mesmos antes de comermos o pão e bebermos o cálice. O propósito do auto-exame não é para fugirmos da Ceia por causa do pecado, mas fugirmos do pecado por causa da Ceia. Não podemos participar dignamente da Ceia do Senhor agasalhando pecado no coração. Não podemos participar da Ceia dignamente hospedando no coração qualquer sentimento de hostilidade ou rancor pelos irmãos. A igreja precisa ser uma comunidade de santidade, amor e perdão, antes de ser uma comunidade de celebração.

Rev. Hernandes Dias Lopes