sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

IPBM Ano do 80º Aniversário (Cont.)

 Dando continuidade a comemoração antecipada do 80º aniversário da IP Monteiro, 1ª igreja de crente de Monteiro, a ir. Belinha foi a 1ª crente de Monteiro-PB. Veja mais um artigo sobre Igreja:

Igreja
Deus Estabelece seu povo em uma nova comunidade
“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” Efésios 2.19-22
A igreja (grego: ecclesia, significando “assembléia”) existe em, por meio de e por causa de Jesus Cristo. Neste sentido, é uma realidade distintiva do Novo Testamento. Todavia é, ao mesmo tempo, uma continuação_ por meio de uma nova fase da história redentiva_ de Israel, a semente de Abraão, povo da aliança com Deus nos tempos do Velho Testamento. As diferenças entre a igreja e Israel estão enraizadas na novidade da aliança, pela qual Deus e seu povo estão ligados em ao outro. A nova aliança sob a qual a igreja vive (1 Co 11.25; Hb 8.7-13) é uma nova forma de relação mediante a qual Deus diz a uma comunidade escolhida: “Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus”(Ex 6.7; Jr 31.33). Tanto a continuidade como a descontinuidade entre Israel e a igreja reflete esta mudança na forma da aliança, que teve lugar na vinda de Cristo.
As novas características da nova aliança são as seguintes: Primeiro, os sacerdotes, os sacrifícios e o santuário do Velho Testamento são substituídos pela mediação de Jesus, o Deus-homem crucificado, ressurgido e reinante (Hb 1-10), em quem os crentes encontram agora sua identidade como semente de Abraão e povo de Deus (Gl 3.29; 1 Pe 2.4-10).
Segundo, o exclusivismo étnico da velha aliança (Dt 7.6; Sl 147.19,20) é substituído pela inclusão em Cristo, em termos iguais, de todos os crentes de todas as nações (Ef 2-3; Ap 5.9,10).
Terceiro, o Espírito é derramado tanto sobre cada cristão como sobre a igreja, de modo que a comunhão com Cristo (1 Jo 1.3), ministério de Cristo (Jo 12.32; 14.18; Ef 2.17), antegozo do céu (2 Co 1.22; Ef 1.14) tornam-se realidades da experiência eclesiástica.
A descrença da maioria dos judeus (Rm 9-11) levou a uma situação explanada por Paulo como corte feito por Deus dos ramos naturais de sua oliveira (a comunidade histórica da aliança), substituídos por rebentos de oliveira brava (Rm 11.17-24). O caráter predominantemente gentio da igreja se deve não aos termos da nova aliança, mas à rejeição judaica deles, e Paulo ensinou que um dia isto será mudado (Rm 11.15,23-31).
O Novo Testamento define a igreja em termos do cumprimento das esperanças e modelos do Velho Testamento por meio de uma relação com todas as três Pessoas da Divindade, efetuada pelo ministério mediador de Jesus Cristo. A igreja é vista como a família e rebanho de Deus (Ef 2.18; 3.15; 4.6; Jo 10.16; 1 Pe 5.2-4); seu Israel (Gl 6.16); o corpo e noiva de Cristo (Ef 1.22,23; 5.25-28; Ap 19.7; 21.2,9-27); e o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16; cf. Ef 2.19-22). Os que estão na igreja são chamados “eleitos” (escolhidos), “santos”(consagrados, separados para Deus), e “irmãos” (filhos adotivos de Deus).
Essencialmente, a igreja era, é e sempre será uma comunidade adoradora única, reunida permanentemente no verdadeiro santuário, que é a Jerusalém celestial (Gl 4.26; Hb 12.22-24), o lugar da presença de Deus. Aqui, todos os que estão vivos em Cristo, os vivos fisicamente e os mortos fisicamente (isto é, a igreja militante com a igreja triunfante), adoram continuamente. No mundo, porém, esta igreja aparece na forma de congregações locais, cada qual chamada a exercer o papel de um microcosmo ( uma amostra representativa em pequena escala) da igreja como um todo. Isto explica como, para Paulo, a única igreja universal é o corpo de Cristo (1 Co 12.12-26); Ef 1.22,23; 3.6; 4.4)), e assim também a congregação local (1 Co 12.27).

É comum caracterizar a igreja na terra como “uma”(porque assim ela é em Cristo, como mostra Ef 4.3-6, a despeito do grande número de igrejas locais e agremiações denominacionais), “santa”(porque é consagrada a Deus corporativamente, como o é cada cristão individualmente, Ef 2.21), “católica”(porque é universal em extensão e procura deter a plenitude da fé), e “apostólica”(porque foi fundada sobre o ensino dos apóstolos, Ef 2.20). Todas as quatro qualidades estão ilustradas em Efésios 2.19-22.

Há uma distinção que deve ser estabelecida entre a igreja como nós, humanos, a vemos e como somente Deus a vê. É a distinção histórica entre a “igreja visível”e a “igreja invisível”. Invisível significa não que não possamos ver  o sinal de sua presença, mas que não podemos saber (como Deus, que lê os corações, sabe, 2 Tm 2.19) quais dos que são batizados, membros professos da igreja como instituição organizada, são interiormente regenerados e, assim, pertencem à igreja como comunidade espiritual de pecadores que amam seu Salvador. Jesus ensinou que na igreja organizada haveria sempre pessoas que pensariam ser cristãos e passariam por cristãos, alguns certamente tornando-se ministros, mas que não foram renovados no coração e, portanto, seriam expostos e rejeitados no Juízo (mt 7.15-27; 13.24-30,36-43,47-50; 25.1-46). A distinção “visível-invisíve” é traçada para que se tenha isto em consideração. Não porque haja duas igrejas, mas porque a comunidade visível comumente contém falsos cristãos, que Deus sabe não serem reais (e que podem saber isso por si mesmos, se o quiserem, 2 Co 13.5).
O Novo Testamento admite que todos os cristãos desejam ter comunhão na vida de uma igreja local, reunindo-se para adorar (Hb 10.25), aceitando sua orientação e correção (Mt 18.15-20); Gl 6.1), e  participando de seu trabalho de testemunhador. Os cristãos desobedecem a Deus  e se empobrecem ao se recusarem a unir-se a outros crentes, quando há uma congregação local à qual podem pertencer.

Deus não prescreve para os cristãos a adoração segundo a forma minuciosa dos tempos do Velho Testamento, mas o Novo Testamento mostra claramente quais são os ingredientes da adoração cristã comunitária, a saber, louvor (“salmos, hinos e cânticos espirituais”, Ef 5.19), oração e pregação, com administração regular da Ceia do Senhor (At 20.7-11). Cantar louvores a Deus era evidentemente uma grande coisa na igreja apostólica, como tem sido em todos os movimentos de êxtase espiritual desde então: Paulo e Silas, ao lado de sua oração (em voz alta), cantaram hinos na prisão de Filipos (At 16.25), e o Novo Testamento contém um bom número do que parece ser fragmentos de hinos (Ef 5.14; Fp 2.6-11; 1 Tm 3.16; e outros), enquanto “novos cânticos”do Apocalipse são tanto numerosos como exuberantes, na verdade extáticos (Ap 4.8,11; 5.9,10,12,13; 7.10,12; 11.15,17,18; 12.10-12; 15.3,4; 19.1-8; 21.3,4). Qualquer igreja local que steja espiritualmente viva tomará, sem dúvida, muito seriamente seus cânticos, orações e pregações, e será zelosa destas três partes do culto.
Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br

LOUIS BERKHOF (1873-1957)







Escrito por J.D. Bratt

Teólogo reformado que nasceu na província holandesa de Drenthe. Os pais de Louis Berkhof pertenceram ao partido separatista pietista-ortodoxo (1834) da Igreja Reformada. (A teologia de Berkhof baseia-se mais em Herman Bavinck, do que compartilha deste grupo regional e religioso). A família emigrou para os Estados Unidos da América em 1882, estabelecendo-se em Grand Rapids, Michigan, onde Louis dedicou o restou de sua vida. Em 1900, ele graduou na Escola de Teologia da Igreja Cristã Reformada, em Grand Rapids, e entre os dois pastorados nesta denominação, fez em dois anos (1902-1904) um trabalho de pós-graduação em teologia no Seminário Teológico de Princeton. Em 1906, foi indicado para o Seminário Grand Rapids (posteriormente Seminário Teológico Calvin), onde serviu o restante de sua carreira como professor de teologia bíblica (1906-1914), de Novo Testamento (1914-1926) e teologia sistemática (1926-1944). De 1931 a 1944 ele serviu como presidente daquela instituição.[1]

Em seus anos iniciais no Seminário Calvin, Berkhof seguiu a linha do primeiro ministro holandês e teólogo reformado Abraham Kuyper, em sua veemente crítica do “individualismo revolucionário” e na afirmação da necessidade de se cumprir o mandato cultural. Berkhof publicou vários livros aplicando princípios calvinistas às questões sociais como o industrialismo e o impacto da redenção na sociedade e na cultura, ele também argumentou que isso precisava ser feito em separado, nas organizações distintamente cristãs.

Por volta de 1920, Berkhof ajudou a purificar a Igreja Cristã Reformada [CRC – Christian Reformed Church] da influência recebida do Dispensacionalismo fundamentalista e da alta crítica modernista. Este último combateu-o como sendo um erro mais grave. Conseqüentemente a segunda metade de sua carreira, ele devotou para articular um consenso na teologia reformada, e foi marcado por uma consistente agenda anti-modernista. Berkhof produziu a sua monumental obra no início dos anos 1930: Reformed Dogmatics[2] (1932; e posteriores edições com o nome de Systematic Theology[3]), e a sua versão popular simplificada com o nome de Manual of Reformed Doctrine[4] (1933). Estas obras refletem a influência do seu mentor de Princeton, Gerhardus Vos, e de Bavink e de sua Gereformeerde Dogmatiek[5] (1906-1911), Berkhof seguiu-a em formato, substância e muitos outros detalhes. Em todas as suas obras apresenta a sua extensa tradição teocêntrica. Toda a iniciativa, virtude e certeza residem em Deus; tudo o que é oposto, procede da humanidade. De acordo com isto, a tarefa da vida é obedecer à autoridade divina, que é apresentada ao ser humano, de modo apropriado na Escritura. Para a teologia, em particular, Berkhof insistiu que a Escritura é a única fonte e norma. A razão humana, a experiência ou a tradição da igreja não poderiam suplementá-la, nem afetar a sua leitura. Berkhof erigiu sobre este baluarte a sua teologia sistemática, inclinando-se para uma linha moderada sobre temas da controvérsia calvinista e, reprovando as propostas modernistas.

Berkhof rejeitou um rigoroso racionalismo sobre a Bíblia e a ortodoxia, mas apresentou uma estrutura racionalista da própria mente. Somente a fé poderia apropriar-se da verdade salvadora da revelação, mas a razão tem o trabalho de arranjar estas verdades numa unidade sistemática que é vital. Idéias ditam ação, e a verdadeira experiência cristã segue formulações doutrinárias. Assim, após 1920, Berkhof em grande parte desistiu de seu talento anterior de comentários sócio-culturais e, concentrou-se de vez na criação de uma fortaleza teológica voltada para o grupo que enfrentou em tempos conturbados. O alcance e rigor de sua obra, bem como o seu apelo vão além de sua audiência original (particularmente entre os evangélicos de uma persuasão geralmente reformada), apresenta a força de sua tradição e o talento com o qual ele a defendeu.

NOTAS:
[1] Isto significa que Louis Berkhof faleceu aos 83 anos. Pastoreou 2 igrejas locais, e posteriormente exerceu a docência durante 38 anos, chegando a escrever 22 livros. Nota do tradutor.
[2] Publicada originalmente em 2 volumes: o primeiro tomo era um manual de história da doutrina, e o segundo um manual de doutrina, que, posteriormente foi ampliado e publicado como volume autônomo com o nome de Teologia Sistemática. O volume de história da doutrina foi publicado, em 1992, pela Editora PES com o nome de A História das Doutrinas Cristãs, seguindo o modelo de edições inglesas anteriores. Nota do tradutor.
[3] Publicada inicialmente pela LPC em 1990, e atualmente pela Editora Cultura Cristã com o título de Teologia Sistemática.
[4] O CEIBEL publicou este livro com o nome de Manual de Doutrina Cristã, apelidado de “Berkhofinho”.
[5] Dogmática Reformada. Nota do tradutor.

Extraído de D.G. Hart & Mark A. Noll, eds., Dictionary of the Presbyterian & Reformed – Tradition in America (Phillipsburg, P&R Publishing, 2005), págs. 32-33

Tradução livre: Rev. Ewerton B. Tokashiki
Fonte: www.doutrinacalvinista.blogspot.com

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

IPBM Ano do 80º Aniversário

Graça e paz!
Estamos chegando ao 80º aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro-PB, quando em 17 de Março de 1932 o Rev. Dr. Julio Salles chegou em Monteiro para iniciar o trabalho evangélico e presbiteriano, em comemoração quero trazer alguns itens sobre IGREJA. Glórias a Deus pela lutas vencidas pela nossa IPB

A Igreja

A DOUTRINA DA IGREJA por Louis Berkhof
I. Nomes Bíblicos da Igreja e a Doutrina da Igreja na História:
 A.Nomes Bíblicos da Igreja
 B.A Doutrina da Igreja na História
II. Natureza da Igreja:
 A.A Essência da Igreja
 B.O Caráter Multiforme da Igreja
 C.Várias Definições da Igreja
 D.A Igreja e o Reino de Deus
 E.A Igreja e as Diferentes Dispensações
 F.Os Atributos da Igreja
 GAs marcas da Igreja
III. O Governo da Igreja:
 A.Diferentes Teorias e Respeito do Governo da Igreja
 B.Os Princípios Fundamentais do Sistema Reformado ou Presbiteriano
 C.Os Oficiais da Igreja
 D.As Assembléias Eclesiásticas
IV. O Poder da Igreja:
 A.A Fonte do Poder da Igreja
 B.A Natureza Deste Poder
 C.Diferentes Espécies de Poder Eclesiástico
DOUTRINA DA IGREJA de Louis Berkhof.
http://www.mediafire.com/?2mwmumgkqnw

A Igreja
1 Co 12.12-14; Ef 2.19-22; 4.1-6; Cl 1.18; Ap 7.9,10
"Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos." 1 Co 12.12-14
A Igreja refere-se a todas as pessoas que pertencem ao Senhor, aquelas que foram compradas pelo sangue de Cristo. Várias outras imagens e expressões são também usadas para definir ou descrever a Igreja. Ela é chamada o Corpo de Cristo, a família de Deus, o povo de Deus, os eleitos, a noiva de Cristo, a comunidade dos remidos, a comunhão dos santos, o novo Israel, entre outros.
A palavra do Novo Testamento para igreja, da qual extraímos nossa palavra eclesiástico significa "os chamados para fora". A igreja é vista como uma assembléia ou reunião dos eleitos, aqueles a quem Deus chama do mundo, separando-os do pecado, para um estado de graça.
A igreja na terra é sempre aquilo que Agostinho chamou de "um corpo misto"; por isso temos de fazer uma distinção entre a igreja visível e igreja invisível. Na igreja visível (que consiste dos que fazem profissão de fé, são batizados e arrolados como membros da igreja institucional), Jesus indicou que haveria joio crescendo junto com o trigo. Embora a igreja seja "santa", sempre há uma mistura profana nela nesta dispensação. Nem todos os que honram a Cristo com seus lábios o honram também com seu coração. Visto que só Deus pode lê o coração humano, os verdadeiros eleitos lhe são visíveis, mas em certa medida nos são invisíveis. A igreja invisível é transparente, mas completamente visível a Deus. È tarefa dos eleitos tornar visível a igreja invisível.
A igreja  é una, santa, católico e apostólica. A igreja é uma só. Embora fragmentados em denominações, os eleitos são unidos por um só Senhor, uma só fé e um só batismo. A igreja é santa porque é santificada por Deus e habitada no sentido em que seus membros estão espalhados por toda a terra, incluindo pessoas de todas as nações. A igreja é apostólica no sentido em que o ensino dos apóstolos, com o contido na Sagradas Escrituras, é o fundamento da igreja e a autoridade pela qual é governada.
É tarefa e privilégio de cada cristão viver unido à igreja de Cristo. É nossa responsabilidade solene não negligenciar a assembléia dos santos quando se reúnem em culto, viver sob a liderança e a disciplina da igreja e estar ativamente envolvidos como testemunhas em sua missão.
A igreja se caracteriza mais como um organismo do que como uma organização. Ela é formada por partes vivas. É chamada o Corpo de Cristo. Assim como o corpo humano é organizado para funcionar em unidade, pela cooperação e interdependência das muitas partes, assim também a Igreja, como  um corpo, revela a unidade e diversidade. Embora governado por uma "cabeça" - Cristo -, o corpo tem muitos membros, cada um deles dotados e investidos por Deus a fim de contribuir para a obra de todo o corpo.
Sumário
1. A Igreja é formada por aqueles que pertencem ao Senhor.
2. A palavra bíblica para igreja significa "aqueles que são chamados para fora".
3. A igreja na terra é sempre um corpo misto de crentes e não crentes.
4. A igreja invisível só é visível para Deus.
5. A igreja é una católica e apostólica.
6. A igreja é um organismo análogo ao corpo humano.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 3º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Divididos pela “questão gay”, presbiterianos americanos iniciam nova Igreja Presbiteriana nos EUA

Divididos pela “questão gay”, presbiterianos iniciam nova denominação.
Os presbiterianos conservadores dos Estados Unidos lançaram uma nova denominação na quinta-feira (19/1), alegando que a Igreja Presbiteriana está muito consumida por seus conflitos internos para conseguir gerar congregações saudáveis.
A nova denominação reformada “destina-se a fomentar um novo modo de ser da igreja, do mesmo modo que as principais denominações tradicionais fizeram quando começaram”, esclareceram os líderes da Aliança Evangélica Ordem dos Presbiterianos (ECO, na sigla em inglês).
Líderes da ECO explicaram durante a conferência de lançamento, que têm várias queixas contra a Igreja Presbiteriana. Além do excesso de burocracia, existe a questão do constante declínio no número membros e a tendência para se tornar um “grande tenda religiosa”, que deseja acomodar todos, comprometendo sua interpretação das Escrituras.
“Sua tenda tornou-se tão ampla que está caindo, pois não tem um mastro no centro”, disse John Crosby, presidente da ordem de pastores da ECO. “O mastro central (necessário) é a autoridade bíblica, conforme é entendida pela comunidade ortodoxa e que tem implicações sobre a sexualidade”. O pastor Crosby, esclarece que o novo movimento foi uma reação à decisão dos 2.300.000 membros da Igreja Presbiteriana (PCUSA) de permitir pastores gays.
Mark Hawke, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana em Olathe, Kansas, disse que “a questão fundamental é a maneira como você interpreta as Escrituras”.
“O problema é que as pessoas estão indo para o inferno”, disse John Ortberg, líder do grupo dissidente e pastor da Menlo Park Presbyterian Church, na Califórnia, durante seu sermão no lançamento da ECO.
Mais de 2.000 pessoas, oriundas de 500 igrejas, participaram do culto de lançamento da ECO, em Orlando, Flórida. Segundo a Presbyterian Outlook, uma revista independente, uma enquete indicou que a maioria ainda não decidiu se vai deixar de vez a sua antiga denominação (PCUSA).
A criação da ECO surge após a votação em nível mundial feita pelos presbiterianos no ano passado sobre acabar com a antiga proibição de ordenar pastores gays. Embora a homossexualidade não seja mencionada nos documentos de fundação da ECO, seu compromisso declarado com a teologia conservadora e a inerrância da Bíblia indica que o clero gay não será aceito.
Centenas de igrejas presbiterianas já optaram nos últimos anos em deixar as denominações presbiterianas liberais, optando por se aliar outra denominação conservadora, a Igreja Presbiteriana Evangélica. Ao contrário dessa denominação, a ECO diz que está “totalmente empenhada” em permitir a ordenação de pastoras.
Em uma declaração conjunta, várias igrejas conservadores afirmaram que não deixarão sua denominação, mesmo reconhecendo que existem tensões sobre a ordenação de pastores gays.
Essa é uma tendência que tem atingido outras denominações no mundo todo. A “questão gay” já dividiu igrejas anglicanas na Inglaterra e em diferentes países da África e Ásia. Outras denominações, como a Igreja Unida de Cristo e a Igreja Evangélica Luterana na América também está dividida sobre o assunto. A questão fez parte dos comentários recentes do Papa Bento XVI, chefe de mais de 1 bilhão de católicos romanos, que descreveu a questão gay como uma das várias ameaças ao casamento tradicional, que comprometem “o futuro da humanidade.”

Notícias Cristãs com informações do Urban Christian News e Huffington Post com tradução e adaptação do Gospel Prime

Se for republicar, informe autores, tradutores, editora, links de retorno e fontes. Não é autorizado o uso comercial deste conteúdo. Não edite nem modifique o conteúdo. Extraído do site NOTÍCIAS CRISTÃS: http://news.noticiascristas.com/2012/01/divididos-pela-questao-gay.html#ixzz1kTs09S1U

Os falsos mestres e o verdadeiro julgamento

"Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. Após o SENHOR vosso Deus andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis. E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o SENHOR vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o SENHOR teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti" (Deuteronômio 13.1-5).

                É bem verdade que passamos por tempos difíceis e fica até difícil lembrar-se de todas as invencionices e aberrações gospeis do nosso Brasil. Não precisa procurar muito para ler uma noticia daquelas de sentir um amargo na boca ou uma dor no coração. Dentre as mais lembradas invencionices está a famosa “rosa ungida” (dê de presente a sua consagrada namorada) , “ troca do anjo da guarda” (se o atual estiver próximo do prazo de validade vencer), “meia ungida de 150,00 R$” ( essa não encarde!), “unção do celular” (nunca mais toca com cobrança, só pra pagamento) e etc. Uma clara e preocupante parcela da realidade evangélica brasileira. Talvez o Pastor Renato Vargens  em seu blog seja o que mais nos deixa atualizado sobre tais temas.

                Por certo, você já ouvir falar de alguma aberração que te fez ficar de queixo caído. Confesso que a criatividade é grande, mas confesso também a minha grande preocupação com isto tudo. Cada um que não concorde com algo na igreja que saia e abra uma nova igreja e cada um que abra nova igreja que pregue aquilo que bem entender, basta colocar no banner que a congregação é “igreja evangélica”, daí em diante é deitar e rolar (sem exagero). Esse ponto é a chave para todo inicio de heresia. Contudo, há que se fazer uma ressalva quanto a não concordar com alguma prática de certa igreja, pois existem casos que o melhor a se fazer é exatamente as deixar e procurar uma denominação séria de doutrina comprometida somente com a bíblia. Porém, a minha preocupação não é somente com os falsos mestres que estão por aí em numero cada vez maior, mas é também com os muitos freqüentadores das igrejas contemporâneas.

A orientação do texto de Deuteronômio 13:1-5 é esta: Mesmo que alguém se mostre com sinais e prodígios, analisar a veracidade da teologia envolvida ainda é essencial !  Não importando quem seja o que fala, é indispensável que se avalie a veracidade dos fundamentos de sua filosofia mediante o crivo das Escrituras, mesmo que as credenciais parecerem incontestáveis. Assim, se a base doutrinária deste tal não estiver de acordo com as Escrituras, então estamos diante de um FALSO MESTRE, FALSO PROFETA, DE UM ENGANADOR.

Em todo o tempo, Deus pôs à prova o amor de seu povo para com Ele de diversas formas. O texto de Deuteronômio capitulo 8, versículo 2 diz que  “ Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardais ou não os meus mandamentos”. Ou seja, Deus claramente testou o coração do povo. Provar e conhecer o amor dos que dizem seguir a Deus não é prática somente de tempos remotos, pois no evangelho de João capitulo 6, versículo 22 ao 27 narra uma história em que Jesus provou que os que o seguiam, assim faziam não por sua palavra libertadora mas por estarem comendo e se fartando. Nesse tempo, Deus está nos provando como no passado! Ele conhece tanto a motivação dos ensinos quanto a motivação do seu coração. Creio que a multidão destes falsos profetas têm sido permissão de Deus, não para as conhecer (pois isto Ele já o sabe), mas para que seja exposto se as pessoas estão ligadas as Escrituras  Sagradas e sua genuína teologia ou vão segundo qualquer um que apareça com sinais. Eu até me arrisco a dizer que sendo permissão de Deus, prodígios podem até realmente acontecer, logicamente considerando que existem as falcatruas gospeis.

Quem temos seguido? No que temos crido? Em quem temos depositado nossa fé? Espero que você tenha seguido a Jesus pela motivação da vida eterna, não com barganhas. Espero que você não negocie sua fé, crendo em um Gezuiz diferente. Do contrário, há uma negligencia de sua parte em não estar buscando autenticar, segundo a Escritura, tudo o que tem surgido no meio evangélico nos nossos dias.

E não esqueça que Jesus, em Mateus capítulo 7, condena o julgamento temerário e hipócrita, ou seja, condenar os outros pelos mesmos pecados que comete. Então que se julgue o que é heresia como tal, claro sendo um bom imitador de Cristo, conhecedor da verdade. Como Paulo, que por ser imitador de Cristo, em Atos 13:10, chama Barjesus ( que significa Filho de Jesus, ou ainda chamado de Elimas o mágico, pois fazia grandes prodígios ) de filho do diabo. Paulo não fez um julgamento hipócrita nem muito menos descompromissado com a palavra, pelo contrário, Paulo o fez por ser conhecedor da palavra e não negligente a ela. Paulo não considerou o seu nome ou seus feitos, mas ele sabia que aquilo não carregava o genuíno evangelho como principio regulador.

É dever do povo de Deus alertar quem são os falsos profetas, do contrário, estaremos prestando um desserviço ao Reino de Deus. Não tenha medo de chamar de filhos do diabo os que se dizem apóstolos, ou patriarcas modernos, ou os mercenários do evangelho que vendem seu artefatos de simpatias gospeis. Esteja fundamentado na bíblia para isto, pois os dias são maus.

Soli Deo Gloria


Felipe Medeiros
@felipe_ipb
Fonte: www.umpdaquarta.blogspot.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Pregando a Cristo

Por R.C.Sproul
A igreja do século XXI enfrenta muitas crises. Uma das mais sérias é a crise de pregação. Filosofias de pregação amplamente diversas competem por aceitação no clero contemporâneo. Alguns veem o sermão como um discurso informal; outros, como um estímulo para saúde psicológica; outros, como um comentário sobre política contemporânea. Mas alguns ainda veem a exposição da Escritura Sagrada como um ingrediente necessário ao ofício de pregar.

À luz desses pontos de vista, sempre é proveitoso ir ao Novo Testamento para procurar ou determinar o método e a mensagem da pregação apostólica apresentados no relato bíblico.

Em primeira instância, temos de distinguir entre dois tipos de pregação. A primeira tem sido chamada kerygma; a segunda, didache. Esta distinção se refere à diferença entre proclamação (kerygma) e ensino ou instrução (didache).

Parece que a estratégia da igreja apostólica era ganhar convertidos por meio da proclamação do evangelho. Uma vez que as pessoas respondiam ao evangelho, eram batizadas e recebidas na igreja visível. Elas se colocavam sob uma exposição regular e sistemática do ensino do apóstolos, por meio de pregação regular (homilias) e em grupos específicos de instrução catequética.

Na evangelização inicial da comunidade gentílica, os apóstolos não entraram em grandes detalhes sobre a história redentora no Antigo Testamento. Tal conhecimento era pressuposto entre os ouvintes judeus, mas não era argumentado entre os gentios. No entanto, mesmo para os ouvintes judeus, a ênfase central da pregação evangelística estava no anúncio de que o Messias já viera e inaugurara o reino de Deus.

Se tomássemos tempo para examinar os sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos dos Apóstolos, veríamos neles uma estrutura comum e familiar. Nesta análise, podemos discernir a kerygma apostólica, a proclamação básica do evangelho. Nesta kerygma, o foco da pregação era a pessoa e a obra de Jesus. O próprio evangelho era chamado o evangelho de Jesus Cristo. O evangelho é sobre Jesus. Envolve a proclamação e a declaração do que Cristo realizou em sua vida, em sua morte e em sua ressurreição. Depois de serem pregados os detalhes da morte, da ressurreição e da ascensão de Jesus para a direita do Pai, os apóstolos chamavam as pessoas a se convertem a Cristo - a se arrependerem de seus pecados e receberem a Cristo, pela fé.

Quando procuramos inferir destes exemplos como a igreja apostólica realizou a evangelização, temos de perguntar: o que é apropriado para transferirmos os princípios da pregação apostólica para a igreja contemporânea? Algumas igrejas acreditam que é imprescindível o pastor pregar o evangelho ou comunicar a kerygma em todo sermão que ele pregar. Essa opinião vê a ênfase da pregação no domingo de manhã como uma ênfase de evangelização, de proclamação do evangelho. Hoje, muitos pregadores dizem que estão pregando o evangelho com regularidade, quando em alguns casos nunca pregaram o evangelho, de modo algum. O que eles chamam de evangelho não é a mensagem a respeito da pessoa e da obra de Cristo e de como sua obra consumada e seus benefícios podem ser apropriados pela pessoa, por meio da fé. Em vez disso, o evangelho de Cristo é substituído por promessas terapêuticas de uma vida de propósitos ou de ter realização pessoal por vir a Cristo. Em mensagens como essas, o foco está em nós, e não em Jesus.

Por outro lado, examinando o padrão de adoração da igreja primitiva, vemos que a assembleia semanal dos santos envolvia reunirem-se para adoração, comunhão, oração, celebração da Ceia do Senhor e dedicação ao ensino dos apóstolos. Se estivéssemos lá, veríamos que a pregação apostólica abrangia toda a história redentora e os principais assuntos da revelação divina, não se restringindo apenas à kerygma evangelística.

Portanto, a kerygma é a proclamação essencial da vida, morte, ressurreição, ascensão e governo de Jesus Cristo, bem como uma chamada à conversão e ao arrependimento. É esta kerygma que o Novo Testamento indica ser o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16). Não pode haver nenhum substituto aceitável para ela. Quando a igreja perde sua kerygma, ela perde sua identidade.

Fonte: Site da editora fiel

A respeito da Certeza de Salvação

Por Marcelo Lemos



Pergunta enviada por leitora do blog: "Reverendo, como posso ter certeza se estou salva realmente, e posso não ter sido eleita?". Publico, então, um artigo que já foi postado em nosso blog há uns dois anos. Creio que ele responde com bastante propriedade a esta questão.

Cristo derramou seu sangue em favor da humanidade. Essa afirmação é central em todas as confissões de fé da religião crista ortodoxa. Mas, sabemos dar a ela sua real importância?

Ao escutar os pregadores e seus ouvintes falando sobre o sacrifício redentor de Cristo, somos, muitas vezes, surpreendidos por um inquietante questionamento: sabem eles das implicações lógicas (e bíblicas) daquilo que dizem crer? Uma coisa é dizer crer em Cristo Redentor, outra coisa é assumir as consequências de tal doutrina. Não se trata de uma pergunta inútil, afinal, a Idade Média já demonstrou a possibilidade de haver muita gente cristã e, ainda assim, muitos não serem capazes de discernir a Obra da Cruz. Estaria a cristandade hoje em situação melhor?


Em melhor situação ou não, depende para qual lado olhamos. Em alguns lugares, encontramos um cristianismo simples: alegre e confiante, baseado apenas na fé, e que produz frutos de gratidão às benesses de Cristo. Em outros lugares, porém, nos deparamos com assassinos. Não, não estão armados com facas e fuzis. Sua arma é a salvação meritória. Sim, a salvação meritória é a arma letal mais poderosa que existe, milhares de pessoas se deixam escravizar por uma religiosidade cheia de regras e obrigações, baseadas não na Lei de Deus, mas em tradições meramente humanas.
Os estragos produzidos por estes poderosos assassinos estão por todos os lados. Na paranoia apocalíptica de gente que não toma  Coca-Cola, por motivos de ‘santificação’; nas ‘danças proféticas’ de outros que, de outra forma, considerariam pecaminoso se expressar por meio do corpo; nos malabarismos extravagantes, tidos como adoração, daqueles que já não se sentem agradando a Deus na simplicidade do “com ordem e decência”; na sexualidade frígida, e castradora, daqueles que não conseguem assumir o significado obvio de expressões como “o seu fruto é doce ao meu paladar” (Cantares 2.3), enfim. O coração humano deseja se fazer “aceitável”. Todos nós gostamos do que diz uma famosa propaganda de automóvel: “quem tem, fez por merecer”. E nesse desespero, desejosos de nos sentirmos merecedores da salvação, nos afundamos em regras,  tradições humanas, e, o que é pior, em insegurança. Por mais estranho pareça, o fato é que muitos cristãos vivem com medo, especialmente se alguém lhes diz, por exemplo, “Cristo está voltando”. Elas tem medo, mesmo a Bíblia dizendo que aqueles que creem em Cristo já passaram da morte para a vida. Mas, se Cristo já as salvou, elas tem medo de que? Elas tem medo porque, lamento dizer, não compreenderam completamente a mensagem simples e emancipadora do Evangelho.

A salvação meritória é um problema de teologia; no entanto, já não consigo mais ver tal problema apenas como o clássico conflito: arminianos vs. calvinistas. Tenho a impressão de que os dois grupos correm riscos semelhantes, apesar do primeiro já começar o debate lutando na areia movediça. O sentimento de “mérito” é tão forte em nós, que é virtualmente impossível nos livrarmos dele. Ele está presente quando o arminiano diz que é possível perder a salvação. Ele está presente também quando o calvinista pretende encontrar, no homem, provas objetivas da eleição, sua ou de outrem.

Em ambos os casos, tanto arminianos quanto “calvinistas”, pretendem encontrar alguma base objetiva para a segurança da salvação. Eles desejam caminhar por vista, e não por fé. Nisto, arminianos e calvinistas parecem estar longe da pregação de Lutero e Calvino. Do lado arminiano, tal distanciamento é premeditado, tendo nascido exatamente para se opor a doutrina da Eleição Gratuita. Do lado “calvinista”, tal distanciamento aparenta ser fruto de uma interpretação errônea do pensamento puritano. E por isso coloco o termo (calvinista) entre “aspas”.

Aqui cabe um questionamento: será que os puritanos originais eram moralistas frios e severos? Se o foram, modificaram a teologia reformada. Se não o foram, alguns que se dizer puritanos na atualidade estão mudando a teologia deles. Ainda não sei qual conclusão é a melhor, mas sinto-me atraído pela alcançada pelo anglicano C.S. Lewis. O autor de Crônicas de Narnia, citado por Douglas Wilson, afirma:

Devemos imaginar estes puritanos como o extremo oposto daqueles que de dizem puritanos hoje; imaginemo-los jovens, intensamente fortes, intelectuais, progressistas e muito atuais. Eles não eram avessos a bebidas com álcool; mesmo a cerveja, mas os bispos eram sua aversão – C.S. Lewis; citado por Douglas Wilson.

E Douglas Wilson acrescenta: “os puritanos fumavam (na época não se sabia dos efeitos danosos do fumo), bebiam (com moderação), caçavam, praticavam esportes, usavam roupas coloridas, faziam amor com suas esposas; tudo isso para a glória de Deus, o qual os colocou em posição de liberdade”.

Seja como for, toda vez que a teologia procura bases objetivas, no homem, para a segurança da salvação, estabelece algum tipo de salvação por mérito. O grande pregador Spurgeon, num texto que estamos publicando aqui no Olhar Reformado, comenta sobre isso. Ele conta que soube de uma jovem que sua alma atribulava-se pela incerteza da salvação. Seu comentário é de muito valor para nosso tema:

Há algum tempo, uma jovem mulher encontrava-se em meio a grande tribulação em sua alma. Ela se aproximou de um cristão muito piedoso, que lhe disse: “Minha querida amiga, deves ir para a casa orar!”. Eu pensei comigo mesmo: nada disso é bíblico. A Bíblia não diz: “Vai para a casa e ora”. A pobre jovem foi para sua casa e continuou sofrendo sua tribulação. O homem lhe disse: “Deves ter paciência, deves ler as Escrituras e estudá-las”. Isso também não é bíblico; isso não é exaltar a Cristo.

Descubro que muitos pregadores estão pregando essa classe de doutrina. Eles dizem ao pobre pecador convencido: “Precisar ir para a casa orar, ler as Escrituras, assistir aos cultos, etc”. Obras e obras. Ao invés disso deviam dizer: “Por graças sois salvos, por meio da fé!”. Minha resposta aquela jovem mulher seria esta: “Creia no nome do Senhor Jesus Cristo!”. Não diria a ninguém, que está em dúvida sobre sua salvação, que ore ou que leia as Escrituras, ou que assista ao culto. Eu lhe apresentaria a fé, a fé simples no Evangelho de Deus. Não que menospreze a oração; isso deve vir depois da fé. Não que diga uma única palavra contra o estudo das Escrituras; este é um sinal infalível de ser um filho de Deus. Não que tenha objeções contra ir ao templo para se ouvir a Palavra de Deus; que Deus não me permita tal coisa! Alegro-me vendo as pessoas no templo! Porém, nenhuma destas coisas é o caminho da salvação. Em parte alguma está escrito: “O que assiste ao culto será salvo!”, ou “O que lê a Bíblia será salvo!”. Não li em qualquer lugar: “O que ora e é batizado será salvo!”; mas sim, está escrito: “Aquele que crer será salvo!” – o que tem uma fé sincera no ‘Homem Cristo Jesus’; em sua divindade e em sua humilhação, está livre do pecado!

Pregar que somente a fé salva, é pregar a verdade de Deus. Igualmente, jamais reconhecerei como ministro do Evangelho, alguém que prega qualquer outra coisa como plano de salvação, que não seja a fé em Jesus Cristo. A fé, a fé, e somente a fé em seu nome! Porém, a maioria das pessoas se encontra envolta em suas próprias idéias. Temos impregnado em nosso cérebro tão alto conceito de mérito, que nos é quase impossível pregar de maneira clara e completa a justificação pela fé; e se conseguimos fazê-lo, então as pessoas não conseguem receber tal pregação. Dizemos-lhes: “Creia no Senhor Jesus e serás salvo!” – Trecho do sermão “Pregar o Evangelho”; pregado em 05 de Agosto de 1855, em NEW PARK STREET CHAPEL. Este trecho está sendo publicado aqui no blog com o título “O que é Pregar o Evangelho?”.

Não que o cristão não possa ver, em sua vida, provas objetivas da obra interna realizada pelo Espírito Santo. No trecho acima, o próprio Spurgeon afirma que o amor pelo Estudo das Escrituras seria “um sinal infalível de ser um filho de Deus”. Porém, estes sinais não são a base da nossa segurança – tal segurança encontra-se apenas em Cristo! Afinal, tais “sinais” ‘vem e vão’, aumentam e diminuem! Se olharmos para tais “sinais” como forma de obter segurança, jamais a alcançaremos. De modo que um “calvinista” que se vale de tal método de verificação pouco difere, neste aspecto, do pregador arminiano.
A única base segura da salvação eterna é a fé. Não existe nada em nós que possa promover tal segurança. Este é, como veremos abaixo, o ensino da Sagrada Escritura (por algum motivo, negligenciado pelos pregadores modernos). A Bíblia jamais ensina uma salvação por mérito, mas uma salvação baseada na GRAÇA de Deus por nós:

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam. (Isaías 64:6)

Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. (Gálatas 2:16)

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; (Efésios 2:8-9)

Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. (Tiago 2:10)

Quem nEle crê não é condenado; ... (João 3:18)

E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai. (João 10:28-29)

... os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. (Rom 8:28-30)

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? ...  Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem nenhuma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Rom 8:35, 38-39)

... Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. (1Cor 5:3-5)

E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. (Efé 4:30)

“Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2Tm 2:13)

Que a Bíblia ensina? Que somos pecadores, pecadores, pecadores. Mas também ensina que Deus, por amor e graça, através de Cristo nos concedeu plena salvação. Cantamos hinos e mais hinos sobre o amor de Cristo; pregamos aos incrédulos que eles devem vir a Cristo para serem salvos, no entanto, contradição das contradições, nós mesmos não temos certeza da salvação?

Acho que poucas pessoas conseguiram falar sobre a segurança da salvação como David Cloud. O trecho que reproduziremos a seguir é parte de uma carta que enviou como resposta a uma senhora que não conseguir ter certeza da vida eterna e, portanto, já havia feito profissão de fé várias vezes, numa tentativa desesperada de ser “sentir salva”. Cloud, que nem calvinista é, lhe escreveu:

A Salvação é um presente. Treze vezes no Novo Testamento é chamada de um presente.  Jesus Cristo pagou um alto preço por isto. Ele oferece isto a todo pecador. Salvação é recebida através da fé. Fé é "a mão do coração" que salta para fora para receber o presente maravilhoso de Deus. Um presente significa que é absolutamente grátis e nunca será tirado de volta. Se você tivesse de ganhá-lo por merecimento, então ele não seria um presente. Se o doador pudesse tomá-lo de volta, ele não seria um presente. Eu sei que Henry Ford costumava dar automóveis a empregados quando eles o agradavam, mas ele tomava de volta os automóveis se os empregados não o agradassem mais. Isso não é um presente e nós podemos glorificar a Deus porque Ele não é assim. Não há nenhuma "corda presa" ao Seu presente santificado.

(...) Mais uma coisa. É suposto que um presente é desfrutado. Deixe de se preocupar e se irritar e olhar para si mesma, ao invés disso, olhe para seu Salvador e desfrute do Seu presente. Você pode descansar em Cristo. O Senhor sabe tudo sobre você e sua situação e Ele quer que você desfrute de sua salvação. Você é uma jovem esposa e mãe e tem um filho pequeno. Isso significa que você está debaixo de muita pressão na vida. Deus não espera mais de você do que você pode dar. Ele não é um cruel e insensível feitor de escravos. Ele é um Pai terno e amoroso. Você não se sentirá sempre salva quando as crianças estiverem chorando, e seus hormônios femininos trabalhando além da conta e você não se entende, e quando seu marido jovem não for muito compreensivo, e o dinheiro está faltando e talvez outra criança está a caminho quando você nem mesmo superou o último nascimento, e você está morando num espaço limitado, e o jantar queimou, e você sente como se estivesse adoecendo, e o carro está quebrado, e o secador aquece demais, e a sogra está se queixando de algo, e uma pessoa querida há pouco foi diagnosticada com câncer, e você está correndo atrasada para a igreja, e você não aparenta saber arrumar nada, etc. etc. etc.

Isso é vida. Como eles dizem: "vida acontece" e sentimentos fazem parte de tudo. Eles vêm e vão. Você pode se sentir salva hoje e não salva amanhã, sentir que Deus a ama hoje e que Ele a odeia amanhã, sentir que a oração e leitura da Bíblia são as coisas mais maravilhosas em todo o mundo hoje, e amanhã sentir que isso é um trabalho penoso e entediante. O sentimento em si mesmo não significa nada.
Salvação é fé do começo até o fim. Ela é “de fé em fé” (Rom. 1:17). E fé não é ver. “Porque andamos por fé, e não por vista”.  (2 Cor 5:7). “Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.” (Rom 8:24-25).  Salvação não é ver ou sentimento; ela é crer na promessa de Deus em Jesus Cristo. Romanos 8:18-25 descreve a vida cristã em termos de sofrimento. A experiência cristã nesta vida nem sempre é agradável. Na realidade pode ser, às vezes, extremamente difícil. Nós estamos nos arrastando ao redor de um corpo morto (Rom 7:24). Isso não é muito agradável. Nós estamos esperando e estamos ansiando pela abundância de nossa salvação prometida, mas nós ainda não temos isto e esperar é difícil. Nós temos o Espírito Santo, o penhor de nossa herança (Efé 1:14), e nós temos benefícios maravilhosos nesta vida; mas nós ainda não experimentamos a nossa salvação completa. Nós somos os filhos de Deus, mas nós ainda não desfrutamos todo o benefício que isso significa. Nós somos os filhos do grande Rei, mas nós ainda não nos deleitamos naquele reino glorioso. Nós olhamos adiante para o glorioso amanhã do amanhã, mas estamos vivendo dentro do imundo agora e agora. – ‘Sobre Duvidar da Salvação’; extraído do portal solascriptura-tt.org.

No segundo artigo da série ‘Eleitos por Deus’; publicada aqui no projeto ‘Olhar Reformado’, escrevi algo que passarei a reproduzir a seguir. Trata-se de um exemplo de como Lutero tratava a certeza da salvação. Nos dias de Lutero, viveu uma senhora por nome Bárbara Lisskirchen. Quando ela, assolada pela dúvida sobre sua salvação, recorreu a Lutero a procura de conselhos, descobriu, na prática, o grande diferencial entre a doutrina do grande Reformador e a doutrina da Igreja de Roma.

Certamente, a senhora Bárbara Lisskirchen conhecia qual era a resposta do Catolicismo Romano para os temores que assaltavam o seu coração. Certamente, ela seria exortada a fazer uma série de orações; seria intimada a comprar algumas indulgências ou constrangida a algum voto de castidade depois da confissão auricular. Enfim, o certo é que como toda religião farisaica, o Catolicismo Romano tinha pronta uma grande lista do que ela deveria fazer para acalmar sua consciência e agradar a Deus. Infelizmente, a maior parte dos ‘evangélicos’ estão mudando de lado, pregando hoje uma salvação baseada no merecimento, e não na Graça...

Qual não deve ter sido sua surpresa daquela senhora ao ouvir o conselho de Lutero, e creio que os ‘evangélicos’ de hoje também irão se surpreender:

Quando tais pensamentos a assaltam, você deve aprender a perguntar a si mesma: “Por favor, em que mandamento está escrito que eu deva pensar sobre esse assunto e lidar com ele?”. Quando descobrir que não há tal mandamento, aprenda a dizer: “Saia daqui, maldito diabo! Você está tentando fazer com que eu me preocupe comigo mesma. Meu Deus declara em todos os lugares que eu devo deixá-lo tomar conta de mim [...]”

A mais sublime de todas as ordens de Deus é esta, que mantenhamos diante de nossos olhos a imagem de seu Filho querido, nosso Senhor Jesus Cristo. Todos os dias ele deve ser nosso excelente espelho, no qual contemplamos o quanto Deus nos ama e quão bem, em sua infinita bondade, ele cuidou de nós ao dar seu Filho amado por nós. Desse modo, eu digo, e de nenhum outro, um homem aprende a lidar adequadamente com a questão da predestinação. Será evidente que você crê em Cristo. Se você crê, então será chamada. E, se é chamada, então muito certamente está predestinada. Não deixe que esse espelho e trono de graça seja quebrado diante de seus olhos [...] Contemple o Cristo dado por nós. Então, se Deus desejar, você se sentirá melhor.

O que Lutero está querendo ensinar à senhora Lisskirchen é o seguinte: “Filha, quando o maldito diabo vir lhe dizer que você não pode ser salva; diga-lhe apenas o seguinte: Claro que sou salva! Como posso não ser salva se Deus, na Bíblia, me diz que sou salva pela fé?”. Bárbara Lisskirchen pode até ter ficado surpresa com este conselho, mas, provavelmente muitos teólogos ditos ‘evangélicos’ dos nossos dias, excluiriam Lutero de seu quadro de membros...

Diversas vezes sou questionado: “Mas isso não é o mesmo que dar à pessoa uma licença para pecar?”. Não compreendo como um cristão possa levantar uma objeção como essa. Primeiramente, ela esconde o desejo de obter uma salvação meritória. Ela esconde o desejo de ganhar a vida eterna na base da pontuação: ‘Bem, crente, vamos somar seus pontos positivos e os seus pontos negativos!’. É Assim que muita gente imagina Cristo: um Deus que soma nossos ponto para ver se seremos ou não salvos. Isso é blasfêmia, pois Cristo morreu para PAGAR os nossos pecados, todos eles!  Além disso, tal objeção ignora a natureza humana, pois, desde quanto o homem precisa de licença para pecar? Isso é absurdo – nós simplesmente pecamos!

De fato, pecamos, pecamos e pecamos! Nenhum terror imposto pela religião nos faria deixar de pecar. A falta de ética no evangelicalismo brasileiro, arminiano e legalista até os ossos, é um triste testemunho desta realidade. A maioria das Igrejas de nossos dias coloca medo nas pessoas, e nem por isso elas deixam de pecar. Ou seja, o medo não faz o homem ser melhor.  Israel, apostata mesmo sob as duras penas do Antigo Pacto, também nos aponta para o mesmo fato. E mesmo os heróis da fé, e os grandes cristãos da história, comprovam a mesma coisa. A graça, e apenas a graça, é o caminho válido para a santificação: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gálatas 5.13). Em outras palavras, o cristão deve se santificar, sim, mas não por medo, mas por amor e gratidão a Deus, movido pelo Espírito Santo.

Será que é por isso que a maioria dos evangélicos brasileiros é analfabeta em Gálatas? 

Será que é por isso que tanto se esbaldam em ‘votos’ e ‘sacrifícios’ do Antigo Testamento? Ah, como lhes deve assustar a simples idéia de que não precisam de cobertura espiritual; e tão pouco pagar por ela! Que não precisam plantar ‘sementes’ que patrocinam a megalomania de meia dúzia. Como devem temer ouvir “tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11.29). A salvação não se baseia em deixar de fumar, em dar ofertas, em fazer campanhas e jejus, mas sim, na Graça maravilhosa de Deus!

Paulo, o grande defensor da salvação exclusivamente pela fé, costumava receber a seguinte objeção: “Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” (Romanos 6.1). Alguém escreveu que este deveria ser o teste de todo pregador. Em outras palavras, se a sua pregação não te faz correr o risco de ser mal interpretada, como a de Paulo foi, então você provavelmente não está pregando o Evangelho da Graça. Cristo morreu para salvar os pecadores, está é a única mensagem do Evangelho; o resto, é blasfêmia.
Paz e bem

Autor: Marcelo Lemos Gonçalves; bacharel em Teologia, editor do blog Olhar Reformado, e líder da Comunidade Anglicana Carisma, em São Mateus, Zona Leste de São Paulo.

Aos Domingos, após as 22:00, Marcelo Lemos apresenta, ao vivo, o programa OLHAR REFORMADO ONLIVE, pela TVBasileia!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pastoral

Alegre-se e exulte pois você foi destinado para a glória
O povo de Deus não tem apenas expectativa da glória, tem garantia dela. A glória não é uma conquista das obras, mas uma oferta da graça. O apóstolo Pedro trata deste momentoso assunto em sua Primeira Carta e nos ensina quatro grandiosas lições.

1. O crente é nascido para a glória (1Pe 1.3,4) – Nós fomos regenerados para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Nascemos para uma herança incorruptível, sem mácula, e imarcescível, que está reservada nos céus para nós. Nascemos de novo, de cima, do alto, de Deus, para buscarmos as coisas lá do alto, onde Cristo vive. Não nascemos para o fracasso. Não nascemos para o cativeiro. Não nascemos para amar o mundo nem as coisas que há no mundo. Não nascemos para fazer a vontade da carne nem para andar segundo o príncipe da potestade do ar. Nascemos para as coisas mais elevadas. Nascemos para a glória!

2. O crente é guardado para a glória (1Pe 1.5) – Neste mundo cruzamos vales profundos, atravessamos pinguelas estreitas, palmilhamos desertos tórridos, enfrentamos inimigos cruéis. Essa caminhada rumo à glória não é amena. A vida cristã não se assemelha a um parque de diversões. Ao contrário, é luta sem pausa contra as trevas; é luta titânica contra o mal. Nessa caminhada rumo à glória pisamos estradas juncadas de espinhos e suportamos muitas aflições. Porém, Deus nunca nos desampara. Ele nunca nos abandona à nossa própria sorte. O apóstolo Pedro escreve: “vós sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1Pe 1.5). Louvado seja Deus, pois nascemos para a glória e somos guardados para ela. Vamos caminhando em sua direção de força em força, de fé em fé, sendo transformados de glória em glória.

3. O crente está sendo preparado para a glória (1Pe 1.6,7) – O crente exulta com a certeza da glória, mesmo sabendo que no caminho para ela é contristado por várias provações (1Pe 1.6). Nossa fé é um dom gratuito de Deus a nós, mas não é uma fé barata. Ela é mais preciosa do que ouro depurado pelo fogo (1Pe 1.7). Deus não apenas nos destinou para a glória, mas também nos prepara para ela. Nessa jornada bendita despojamo-nos continuamente dos trajos inconvenientes do pecado e nos revestimos das virtudes de Cristo. Deus não apenas nos destinou para a glória, mas também está nos transformando à imagem do Rei da glória (Rm 8.29). Estamos sendo preparados para sermos apresentados ao Noivo, como uma noiva pura, imaculada, santa e sem defeito. Isso redundará em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.

4. O crente já se regozija na glória desde agora (1Pe 1.8,9) –
Agora vivemos por fé e não pelo que vemos. Agora caminhamos sustentados pelo bordão da esperança de que Aquele que fez a promessa é fiel. É preciso dizer em alto e bom som que essa caminhada rumo à glória não é feita com gemidos e lamentos. Não cruzamos esse deserto rumo à terra prometida murmurando, assaltados por avassaladora tristeza. Ao contrário, há um cântico de júbilo em nosso peito. Há um grito de triunfo em nossos lábios. Há uma alegria indizível e cheia de glória transbordando do nosso coração. Assim escreve o apóstolo Pedro: “A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais, com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1Pe 1.8,9). A alegria indizível e cheia de glória não é apenas uma promessa para a vida futura, mas um legado para o tempo presente. O evangelho que abraçamos é boa nova de grande alegria. O Reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. O fruto do Espírito é alegria e a ordem de Deus para a igreja é: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4). Que Deus inunde nossa alma dessa bendita alegria. Que as glórias inefáveis da Glória por vir já sejam desfrutadas por nós, aqui e agora, enquanto marchamos rumo à posse definitiva dessa mui linda herança.

Rev. Hernandes Dias Lopes