segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Maria de Nazaré: mãe de Jesus

“As mulheres contemporâneas devem ser incentivadas pelas mulheres que, nas Escrituras, contribuíram para disseminar a mensagem do reino… Ambos, homens e mulheres, foram criados à imagem de Deus, e ambos têm sido poderosamente usados por Ele.” – Thomas R. Schreiner, (citação do livro Homem e Mulher)
“Embora essas mulheres tenham vivido em tempos bem diferentes dos nossos, encararam os mesmos desafios que encaramos; eram filhas, esposas e mães; jovens, adultas e idosas; tiveram de lidar com mistérios como vida e morte, fé e dúvida, alegria e tristeza. Ao estudarmos seus exemplos, somos instruídas nos caminhos de Deus e descobrimos o padrão para o nosso viver hoje. – Nancy DeMoss Wolgemuth (citação do livro Mulher Cristã)
De fato, o Senhor tem graciosamente nos provido de muitos exemplos de mulheres que foram usadas por Ele, nas épocas e circunstâncias mais diversas, deixando para nós, mulheres contemporâneas, marcas distintivas que nos ajudam a viver vidas que glorificam a Deus, e testemunham de Cristo. Em tempos em que as credenciais e conquistas pessoais são tão valorizadas, precisamos voltar para as Escrituras e aprender com aquelas mulheres que depositaram toda sua confiança no Senhor, e dependeram completamente dele, reconhecendo que a graça de Deus nos salva, nos capacita para toda boa obra, e opera maravilhas através de nós, e apesar de nós.

Maria, uma mulher usada por Deus

Uma dessas mulheres foi Maria de Nazaré, mãe de Jesus, e aqui gostaria de trazer algumas situações e reflexões.
A primeira está em Lucas 1.28, na saudação feita pelo anjo: “Salve, muito favorecida! O Senhor é contigo”. Não seremos verdadeiramente usadas por Deus, se Ele não estiver conosco, se sua graça – favor imerecido – não for derramada sobre nossas vidas. E foi exatamente o que o anjo afirmou:
Maria recebeu graça de Deus – esta é a primeira coisa que devemos buscar, antes de se quer pensar em realizar qualquer coisa.
Moisés mesmo afirma isso, em Êxodo 33.16: “Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra?
Temos buscado a graça e a presença de Deus em nossas vidas, de maneira que somos separados dos povos?
Maria se dispôs a fazer a vontade de Deus e, mesmo sabendo das lutas que viriam e com todas as incertezas que experimentava, mesmo quando seus planos e expectativas foram interrompidos (ela estava desposada) e seu mundo virou de ponta cabeça, ela ainda assim foi capaz de entoar um canto de louvor ao Senhor (Lucas 1.46-56). Ela prostrou-se como serva, pronta para cumprir a vontade de seu Senhor, reconheceu a mão poderosa do Senhor que opera maravilhas, e exaltou o Deus de sua salvação.
Temos colocado nossa vida ao serviço do Senhor, com tamanha disposição e contentamento? Com júbilo e ações de graças, “porque o poderoso nos tem feito grandes coisas”?
Maria foi uma mulher humilde, que recebeu com gratidão o favor do Senhor, sabendo que estaria na “penumbra” de Jesus (“Ele será grande” – Lc 1.32), e reconhecendo que não era merecedora do favor de Deus (“Porque deu atenção à condição humilde de sua serva” – Lc 1.48).
Ela também usou sua influência para direcionar outros a Cristo, encorajando-os a segui-lo e obedecê-lo, como vemos nas bodas de Caná (“Fazei tudo o que ele vos disser” – João 2.5). Nos versículos 1 e 2, vemos que Maria já estava em Caná da Galileia, e Jesus foi também convidado para o casamento. Isto, e o fato de que os empregados ouviram e acataram sua instrução de obedecer a Jesus, nos apontam que ela não estava ali apenas como convidada, mas tinha alguma importância e influência no evento. Mas mesmo assim, ela apontou para Jesus e disse: não olhem para mim, olhem para ele! Ele pode lhes dar algo muito melhor do que eu jamais poderia. (Eu creio assim!)
E nós, será que temos buscado apontar para Cristo, para aqueles sobre os quais temos exercido alguma influência? E temos recebido conselho daqueles que apontam para Cristo? Ou estamos confortáveis com o protagonismo e tentado resolver as coisas ao nosso próprio modo?
Por fim, Maria tinha uma fé sólida, atuante e perseverante. Por todo relato dos evangelhos, vemos Maria seguindo fielmente a Jesus em cada etapa do seu ministério, meditando sobre tudo quanto acontecia, em comunhão com os discípulos e servindo a Jesus e seus discípulos, “juntamente com as outras mulheres que o acompanhavam”. Mesmo após o sepultamento de Jesus, momento em que experimentou grande tristeza e desalento, ela se manteve em comunhão com os demais. Maria teve a grande alegria de receber em primeira mão a notícia de que Jesus havia ressuscitado, e a incumbência de anunciar aos discípulos (Mc 16.6-7).
Mesmo depois da ascensão de Cristo, ela não descansou. Uniu-se aos demais, perseverando em oração, anunciando o evangelho de Cristo (At 1.14).
Quanto temos exercitado nossa fé, perseverado em oração e testemunho? Quanto temos nos esforçado por seguir a Cristo, especialmente nos momentos mais difíceis, de tristeza e desalento? E quanto temos nos esforçado por estar com nossos irmãos, em comunhão, para que sejamos fortalecidos em nossa fé e edificados mutuamente (Rm 1.27; Hb 3.13; Cl 3.16; Sl 133)?
O Senhor tem sido rico em graça e nos tem abençoado com exemplos tão cheios de ensino, como estes que vimos. Que Ele opere em nós tanto o querer, como o efetuar, para seguirmos a Jesus, e refletir a imagem de Cristo, nosso Salvador.

Autoria: Elaine Santos