sexta-feira, 2 de março de 2012

A escola de onde nunca saímos

Enos Moura Filho

Os pais vivem um período no começo do ano que é, ao mesmo tempo, satisfatório e doloroso: a volta às aulas dos filhos.
Satisfatório pela alegria em saber que os filhos podem estudar, seja em instituições públicas ou privadas, e tem a oportunidade de aprender com profissionais preparados para isso. Claro, infelizmente, não é a realidade para 100% da população, mas já foi bem pior.
E doloroso em dois aspectos. O primeiro, mais subjetivo, que é uma nova separação da família após o tempo de férias, quando, teoricamente, a família passa mais tempo junta. O segundo aspecto, mais tangível, é a necessidade de investimento na educação, leia-se: matrícula, material escolar e uniformes. Notem que não usei a palavra “custo”, ou “gasto”. É um investimento, doloroso apenas pelo fato de ser alto, mas com retorno seguro, pois sempre se aprende algo, no mínimo têm-se a alfabetização da criança! Um dito popular diz que “se você acha cara a educação, experimente a ignorância!”
Pensando ainda por esse caminho, lembro que há uma placa na entrada da Universidade de Oxford que diz: “The more I study, the more I know, the more I know, the more I forget, the more I forget, the less I know, so why study?” Numa tradução livre significa: “Quanto mais eu estudo, mais eu sei, quanto mais eu sei, mais eu esqueço, quanto mais eu esqueço, menos eu sei, então pra que estudar?
Ora, estudar é mandamento bíblico:
“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Pv 22.6
Mas como sabermos qual é esse “caminho” citado no versículo de Provérbios 22.6?
A própria Bíblia, palavra de Deus, nos responde. Uma das respostas está lá segunda carta de Paulo a Timóteo:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça.” 2 Tm 3.6
Em boa parte das igrejas os pais costumam batizar os filhos ainda bem pequenos, e uma das coisas com a quais se comprometem perante Deus é proporcionar ensinamento bíblico à criança, levando-a a igreja e compartilhando a Palavra de Deus em casa também.
No Velho Testamento Deus já nos dava as diretrizes:
“E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” Dt 6.7
No início do sexto capítulo do livro de Deuteronômio Deus estava falando de Seus estatutos e também mais especificamente do que o próprio Jesus denominou de primeiro e grande mandamento (Mt 22.38):
“Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.”
Dt 6:5
Notem que a ordem para ensinar aos filhos é descrita sugerindo que haja uma continuidade.
Entendemos também que, como consequência de uma educação bíblica, os valores que fomentarão a educação secular também procurarão refletir, e não se opor aos ensinos das Escrituras Sagradas. Assim, quando ensinamos nossos filhos nesse caminho citado em Provérbios, garantimos que é uma via pavimentada por ensinos bíblicos, e por assuntos que construam o conhecimento e o caráter dos aprendizes em sintonia com os padrões esperados.
Podemos controlar tudo o que nossos filhos aprendem fora de casa e fora da igreja? Não! Infelizmente. Aqueles que são pais com certeza já foram surpreendidos por seus filhos falando algo não muito lisonjeiro, ou cantando uma ou outra musiquinha de gosto duvidoso!
Contudo, a base e o grosso do conhecimento devem ser de ótima qualidade moral, não só técnica. Isso renderá frutos nos anos vindouros.
A escola, com todos os seus níveis de ensino, depois a faculdade, os cursos profissionalizantes, enfim, a educação secular, são extremamente importantes na preparação para o mundo. Eles têm seus tempos, ciclos e prazos.
Mas o ensinamento Bíblico é contínuo, constante, ininterrupto, onde sempre será possível se aprofundar um pouco mais. Nele somos preparados, atualizados, reciclados, para viver no mundo de acordo com a vontade de Quem o criou.
Os dois são complementares e não excludentes. Exemplos: a Bíblia não me ensina como montar um balanço financeiro, mas me instrui a fazê-lo de forma honesta. Não me ensina como abrir o peito de um doente cardíaco e tratar seu coração, mas me ensina que tudo aquilo é criação de Deus, merece se tratado da melhor maneira que eu puder.
A escola bíblica é a escola de onde nunca saímos, seja a escola dominical, seja o estudo bíblico nos lares... Não há formatura nela nesse mundo terreno. A nossa graduação será na Glória eterna. Quando, então, estaremos com o Mestre dos mestres.
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(*) Enos Moura Filho é presbítero
na Primeira I.P. de Guarulhos-SP

Distorcendo a Missão da Igreja


Por John MacArthur

Em nossos dias, o mundanismo raramente é mencionado e, menos ainda, identificado com aquilo que ele realmente é. A própria palavra começa a soar como algo antiquado. Mundanismo é o pecado de permitir que os apetites, as ambições ou a conduta de alguém sejam moldados de acordo com os valores do mundo. "Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; mas aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente" (1 Jo 2.16,17).

Apesar disso, nos dias de hoje, presenciamos extraordinário espetáculo de programas de igreja elaborados explicitamente com o objetivo de satisfazer os desejos carnais, os apetites sensuais e o orgulho humano — "a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida". E, para satisfazerem esse apelo mundano, as atividades das igrejas vão além do que é meramente frívolo. Durante vários anos, um colega meu vem formando o que ele chamou de "arquivo de horror" — recortes falando de igrejas que estão lançando mão de inovações, a fim de evitar que seus cultos de adoração se tornem monótonos. Nos últimos cinco anos, algumas das maiores igrejas dos Estados Unidos têm se utilizado de recursos mundanos, tais como comédia "pastelão", peças cómicas entremeadas de música, exibições de luta livre e até mesmo imitações de strip-tease, para tornar um pouco mais atrativas suas reuniões dominicais. Nem um tipo de grosseria, ao que tudo indica, é ultrajante o suficiente para não ser trazida para dentro do santuário. O entretenimento está rapidamente se tornando a liturgia da igreja pragmática.

Além do mais, muitos na igreja crêem que essa é a única forma pela qual haveremos de alcançar o mundo. Por isso, dizem-nos que, se as multidões de pessoas que não frequentam as igrejas não querem ouvir pregações bíblicas, devemos dar-lhes aquilo que desejam. Centenas de igrejas têm seguido à risca essa teoria, chegando a pesquisar os incrédulos a fim de saber o que é preciso para que estes passem a frequentá-las.

Sutilmente, em vez de uma vida transformada, é a aceitação por parte do mundo e a quantidade de pessoas presentes aos cultos o que vem se tornando o alvo maior da igreja contemporânea. Pregar a Palavra e confrontar ousadamente o pecado são vistos como coisas antiquadas, meios ineficazes de se alcançar o mundo. Afinal de contas, não são essas coisas que afastam a maioria das pessoas? Por que não atraí-las para a igreja, oferecendo-lhes o que desejam, criando um ambiente confortável e amigável, nutrindo-lhes os desejos que constituem seus impulsos mais fortes? É como se, de alguma forma, conseguíssemos que elas aceitassem a Cristo, tornando-O, de algum modo, mais agradável ou tornando a mensagem dEle menos ofensiva.

Essa maneira de pensar distorce por completo a missão da igreja.

A Grande Comissão não é um manifesto de marketing. O evangelismo não requer vendedores, e, sim, profetas. É a Palavra de Deus, e não qualquer sedução mundana, que planta a semente que produz o novo nascimento (1 Pe 1.23). Nada ganharemos, senão o desprazer de Deus, se procurarmos remover o escândalo da cruz (Gl 5.ll).

Fonte: Josemar Bessa
 

Um Espírito de Poder

 Vicent Cheung

Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus… (2 Timóteo 1.7-8)
Paulo lembra a Timóteo que “Deus não nos deu espírito de covardia”, ou espírito de timidez, “mas [um espírito] de poder”, de amor e de equilíbrio”, isto é, um espírito de sobriedade, autocontrole e autodisciplina. É comum inferir disso que Timóteo fosse uma pessoa tímida. O texto permite essa possibilidade, mas não sugere-a diretamente. Antes, a inferência é feita a partir do texto devido à suposição particular de que quando Paulo diz algo, isso significa que precisamente o oposto está sendo crido ou praticado entre os seus leitores.
Isto é, se Paulo admoesta os cristãos a viverem em paz uns com os outros, então isso deve significar que há discórdia entre eles. Repetindo, isso é possível, mas a menos que o texto declare que seus leitores têm esse problema, o intérprete não tem o direito de inferir que esse deve ser o contexto histórico por detrás da passagem. Como em outros casos, nenhum contexto histórico é requerido para entender apropriadamente a admoestação, e que os crentes deveriam viver em paz é um ensino geral que é sempre aplicável.
É um insulto ao apóstolo assumir que quando ele encoraja alguém, é somente porque o oposto está acontecendo. Se você encorajar alguém somente quando ele obviamente precisa disso, então você não é um cristão muito bom, ou mesmo um bom amigo. Você diz a alguém para ter coragem somente quando ele está temeroso? Onde você estava antes dele ficar com medo?
E mais, Paulo não contrasta apenas timidez com poder, mas diz que Deus nos deu um espírito de poder, de amor e de autocontrole. Assumir que o contexto histórico é sempre o oposto do que Paulo diz requer de nós crermos que Timóteo não era apenas uma pessoa tímida, mas que ele também era cheio de ódio e fora de controle. Não há nenhuma evidência que ele fosse tal pessoa, e parece que os comentaristas não ousam ir tão longe. A suposição ridícula é arbitrariamente aplicada, e abandonada quando a implicação se torna muito forçada pelo padrão do intérprete. A falta de validade lógica em fazer inferências e a falta de consistência em sua aplicação torna a suposição inútil como um princípio de interpretação bíblica.
É possível que Timóteo fosse muito tímido, mas não sabemos isso. O texto não nos diz. O que sabemos é que Paulo tinha sido aprisionado, que havia inimigos que se opunham ao evangelho, e que mesmo alguns que serviram a causa com o apóstolo tinham agora o abandonado. Sabemos tudo isso porque esta carta nos diz tudo isso. É mais apropriado associar isso com o encorajamento de Paulo para Timóteo permanecer firme. Face a esse ambiente cruel e tendências desfavoráveis, Paulo adverte Timóteo para não sucumbir à pressão. Quer Timóteo esteja em perigo de sucumbir à pressão ou não é inteiramente incerto, e isso é inteiramente sem importância para um entendimento correto da carta.
Paulo contrasta timidez com poder, amor e autocontrole, ou a capacidade de dominar ou possuir seus próprios pensamentos e emoções. O contraste sugere os tons de significados dados a essas palavras. Dessa forma, o “poder” não se refere ao poder de realizar milagres, mas à coragem espiritual e moral.
Podemos até ser mais específicos que isso. O versículo 8 diz: “Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele”. Isso nos diz o que Paulo tinha em mente quando fala sobre timidez e poder. Ser tímido é ficar embaraçado em testificar sobre o Senhor Jesus, dizer às pessoas o que você sabe sobre ele, e o que elas precisam crer sobre ele. É ser muito receoso de dizer às pessoas quem ele é, o que veio fazer, e que embora tenha morrido, ele ressuscitou dentre os mortos, e que está agora vivo e detém todo poder, e julgará todos os homens.
Então, embora saibamos que somente Cristo mereça nosso culto e adoração, e que todos os seus ministros são apenas meros homens, Deus arranjou relações humanas entre o seu povo para que eles possam servir sua causa com sua força e talentos combinados, e um senso de solidariedade como companheiros que são servos de Cristo. Ser um covarde é ficar embaraçado demais para apoiar e se identificar com o povo de Deus, especialmente aqueles que são perseguidos por proclamar o evangelho de Jesus Cristo. É temer reconhecer nossa associação com os mestres da fé.
Os cristãos não têm nenhuma razão para ficar embaraçados. Não temos feito nada de errado em crer e pregar a Jesus Cristo. Nossa fé não nos torna inferiores, ou menos inteligentes ou éticos. De fato, é um insulto ao Senhor ficar embaraçado. Nossa fé está nele, não em nós mesmos. E nossa mensagem é sobre ele, não sobre nós mesmos. Jesus deveria se envergonhar dele mesmo? Ele deveria ficar embaraçado sobre o que disse e o que fez quando esteve sobre a Terra? Ele deveria pedir desculpar por sua posição e ministério atual? O que ele tem feito de errado?
Não, a fé cristã é o único sistema de crença verdadeiro e racional. Mesmo o zênite da inteligência e habilidade humana não podem se comparar a ela, visto que como a Escritura diz, até a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem (1 Coríntios 1.25). Para o cristão, essa sabedoria da parte de Deus não é ilusória, mas nos foi dada mediante o evangelho (1 Coríntios 1.18-24), de forma que inclusive temos “a mente de Cristo” (1 Coríntios 2.16). Dessa forma, os não cristãos estão na posição inferior. Eles são os tolos e ímpios. Eles são aqueles que deveriam ficar embaraçados. E quando o Espírito de Deus usa nossa pregação para abrir os seus olhos, isso é o que acontece – eles se envergonham de si mesmos. O Espírito traz convicção aos seus corações, de forma que eles podem finalmente ver a si mesmos pelo que são.
Certo comentarista diz que o Espírito não transforma uma pessoa tímida numa personalidade poderosa, mas que ele nos dá o suficiente para cada situação. Besteira! O mesmo comentarista não diz que Deus nos dá apenas o amor suficiente para cada situação, que ele fará de cada crente nada mais que uma pessoa muito pouco amável. Paulo diz que Deus nos dá um espírito de poder! Ele deu a você um espírito diferente daquele com o qual você nasceu, e trocou sua timidez natural por coragem e força. Talvez a observação desse comentarista seja mais autobiográfica que expositiva.
O Senhor não é um Deus do suficiente, mas um Deus de abundância. Quando Jesus alimentou cinco mil pessoas com cinco pãezinhos, quantos cestos com pedaços de pães sobraram? E quando ele alimentou quatro mil pessoas com sete pãezinhos, quantos cestos com pedaços de pães sobraram? Ainda não entendeu?
 
Fonte: Reflections on Second Timothy
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Igreja Presbiteriana de Monteiro: Uma História de Lutas e Vitórias


17 de Março de 1932 – Inicia a Igreja Presbiteriana como Congregação da Mission Presbiterian Church (EUA)
31 de Janeiro de 1965 – É Concluído o Novo Templo e Organizada como Igreja. 

Graça e Paz!

Amados irmãos no ano 2006 estive cursando no Instituto Bíblico do Norte (IBN) o Curso de Preparação de Obreiros (CPO) e ali me foi exigido pela professora de missiologia Missª Cristina Tereza do Amaral um relato de uma igreja fruto de visão missionária, não pensei duas vezes para fazer o relato histórico da nossa amada Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro (IPBM), leia o relato nas linhas abaixo:
A cidade de Monteiro cravada nos cariris velhos da Paraíba e tinha à época sua população predominantemente católica romana. Seria inteiramente impossível que adeptos de chefes religiosos se sentissem bem com a chegada e implantação de um outro credo religioso destoante do princípio papal. O povo seguia uma religiosidade cega a tal ponto de soar por toda parte o som melodioso do misticismo, sincretismo e idolatria, realidade que demonstrava a necessidade de anunciar-lhes o simples e poderoso evangelho da Cruz. Foi em meio a tantas dificuldades, perseguições do romanismo que deu-se a chegada do missionário Rev. Dr. Jullio Salles na nossa terra, dando assim início a história do presbiterianismo na cidade de Monteiro.
No dia 17 de Março de 1932 este servo de Deus, aqui se apresentou como médico homeopata, que de fato o era, apesar de poucas pessoas saberem o significado daquele termo na época. Ele alugou um quarto no hotel do Sr. Manoel Joaquim da Silva onde atendia os pacientes com remédios naturais. Uma senhora chamada Belarmina Menezes (Belinha, hoje em saudosa memória) paralítica devido a uma vacina, por conselho do dono do hotel foi consultar-se com o médico Dr. Jullio, ali chegando, o homem de Deus vendo que para medicina da época não havia cura para sua paralisia, receitou-lhe paliativos para suportar os problemas; mas tratou-lhe da alma, apresentando-lhe Cristo através do texto que diz: O Justo viverá da fé” (Rom. 1.17; Gal. 3.11). Naquele dia (17 de Março de 1932) aquela mulher saiu dali convertida e surge em Monteiro a Igreja Presbiteriana. Outros foram sendo agregados a igreja pelo Senhor como: João Amaro, João Alexandrino, D. Filismina, Georgina (Geó), Chateaubriand Azevedo, Odilon Sá, José Gervásio e familiares, Otávia Azevedo e outros irmãos. A congregação funcionava a pleno vapor com a ajuda da Mission Presbiterian Church, que enviava pastores, missionários, evangelistas, seminaristas, para prestarem serviços relevantes a esta nova igreja.
Dentre os missionários americanos que visitaram o campo missionário dando assistência pastoral, destacaram-se pela sua permanência aqui os reverendos Langdon Handerlite e Dr. Donald Maxwell que vez por outra cortavam o céu azul da nossa cidade no seu teco-teco para resolver qualquer problema quando solicitado. As ondas de perseguições foram se avolumando e o Mons. Vicente Rodas proibiu os católicos de encomendar costuras a D. Belinha, que era ótima costureira, as pessoas da rua pediam suas peças de volta, pois foram proibidos de pisar na calçada daquela serva de Deus, até os comerciantes eram proibidos de vender aos protestantes sob pena de excomunhão para o que não seguisse as ordens do Padre. A irmã Belinha passou por muitas dificuldades e dona Geó que morava na mesma casa dela disse: “Bela, estás vendo o sofrimento. Deixa essa religião” e D. Belinha respondeu: “Cala-te Satanás, pois quem falou não foi tu não, foi ele”, foram lutas terríveis contra a Igreja de Cristo, mas como diz um corinho antigo: “Ninguém detém é obra santa/Não há diabo, carne e mundo para apagar este ardor/ Ninguém detém é obra santa/ Esta obra é do Senhor”. Deus sustentou sua serva Belinha à época, Manoel Joaquim, depois convertido e presbítero da Igreja, levava alimentos às escondidas e jogava dentro da casa dela para não ser visto por ninguém. Outra grande perseguição foi efetuada pelo frade Frei Damião que já havia queimado várias igrejas protestantes na Paraíba, Pernambuco, ceará e Rio Grande do Norte, posteriormente em 1958 queimaria a Igreja Presbiteriana de Patos, ele juntou uma turba e no domingo de ramos quando veio realizar as “santas missões” que nada tinham de santas, com o aglomerado partiu para invadir a casa de D. Belinha perguntando como é que se matava cobra e o populacho respondia que era na cabeça, mas o tenente Chaves enfrentou a situação e impediu a concretização da atrocidade. A nova igreja ainda passaria por outra grande perseguição, desta feita pelo Mons. João Honório de Melo, o mesmo tentou impedir a construção do templo atual ameaçando o Pref. Alexandre da Silva Brito de excomunhão e o mesmo cancelou a licença de construção, quando o Pref. Pedrinho Bezerra assumiu concedeu nova licença de construção e ao ser ameaçado pelo sacerdote papal disse “assinei e está assinado”, se o Sr. acha que tem direito entre na justiça. O Padre entrou na justiça com o advogado João Minervino Dutra alegando que o terreno era da Igreja Católica, perdeu na 1ª entrância e apelou para TJ/PB sofrendo nova derrota sendo proferido o veredicto pelo Juiz Francisco Milanês “é inconcebível tentar usurpar o direito de expressão e culto por meios infundados, nega-se o provimento” e a obra teve continuidade. A Congregação desde seu inicio foi ligada a dois presbitérios o da Borborema e o Centro de Pernambuco, hoje conhecido como nosso querido Presbitério Vale do Pajeú. No dia 31 de Janeiro de 1965 foi inaugurado o novo templo quando trabalhava na congregação o Rev. Helon da Rocha Gouveia, neste ínterim a igreja foi organizada eclesiasticamente sendo eleito o primeiro Conselho com o Rev. Helon como pastor efetivo e os presbíteros Enéas Mineiro de Sousa e José Ferreira de Sousa “José Manú” (Ambos de saudosa memória), ainda foram eleitos os diáconos irmãos na fé e de sangue Joaquim e José Gervásio Moreira. Saíram desta igreja os pastores Saul Lafayete, Noé de Paula Ramos, e outros que foge a minha frágil memória.
Poucos irmãos restam do remanescente das primícias do evangelho aqui, podemos citar Mariene Azevedo, Francisca Leal, Maria José Ferreira de Sousa (esposa de José Manú). Queremos citar alguns irmãos que muito contribuíram com o trabalho desta igreja, foram: Georgina Oliveira (Geó), Pb. Odilon Sá, Pb. Paulino Mariano, Alzira Gervásio, Otávia Azevedo, Guiomar de Paula Ramos, Pb. José Ferreira Mendes “José Emídio”, Pb. Manoel Joaquim da Silva. Alguns dos pastores que trabalharam nesta igreja foram: Revs. José Martins, José Maria Passos, Cornélio Bezerra Gonzaga, Edson Dantas, Laudemiro Barros, José Maria Araújo, Fábio José Bernardo, este último por doze anos e meio. Hoje a igreja é pastoreada pelo Rev. Altino Firmino da Silva Junior, um jovem pastor que tem realizado um belíssimo trabalho mostrando a igreja sua responsabilidade de viver em paz e promover a paz de Cristo ao mundo em guerra e o Conselho atual formado ainda pelos Presbíteros Veronilton Paz, Antonio Mauricio e Antonio Braz compactua desta mesma visão e desejamos que toda a Igreja erga os olhos e veja que os campos estão prontos para colheita. Nossos olhos não devem está postos no passado, mas olharmos para o passado crendo em um agir futuro de Deus começando no presente. Estamos dispostos a continuar a obra dos nossos pais, dos irmãos do passado? Mãos à Obra!
O Campo é Vasto e precisa de trabalhadores dispostos a segurar o arado e semear a boa semente. “Pois quem no arado põe a mão tem trabalho certo e profissão” (Paulo César, LOGUS). 

Pb. Miss° Veronilton Paz da Silva (Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro)

Quantas bicicletas Deus tem?

Já é o segundo domingo consecutivo que estamos estudando sobre a doutrina da predestinação na escola dominical em nossa congregação. E, apesar de se tratar de uma congregação presbiteriana, as dificuldades em torno da doutrina ainda persistem nos corações e mentes de alguns – tanto a dificuldade em entendê-la quanto (principalmente!) em aceitá-la. Conversando sobre o assunto com minha esposa em casa, ela me lembrou de um ex-pastor nosso, o qual gostava de explicar a eleição da seguinte maneira: imagine que eu tenho uma bicicleta, e vejo dois garotos na rua. Resolvo, então, dar minha bicicleta a um deles. Alguém poderia me questionar por que eu dei a um e não ao outro, ao que eu responderia dizendo que a bicicleta é minha, e a dou a quem quiser. Não levei em conta quaisquer méritos ou deméritos nas crianças, simplesmente escolhi uma para ser agraciada. Assim, pois, é com a salvação: Deus a dá a quem Ele quer e ninguém pode reclamar disso, pois é algo que pertence a Ele. Fiz questão de levar a ilustração para a classe, mas com a seguinte pergunta: tudo bem, mas... teria Deus apenas uma bicicleta? Na realidade, levantei a questão como que me colocando no lugar de alguém que não aceita a doutrina da eleição incondicional tal como é explanada pela fé reformada. E, com isso, acabei aguçando ainda mais a polêmica que já estava sendo travada ali, mas com a intenção de dar uma resposta depois, obviamente.
Respostas? Há, se levarmos em conta, dentre outras coisas, a relação suficiência-eficiência. Encontramos um bom exemplo disso nos Cânones de Dort, no capítulo que trata sobre a morte de Cristo e a salvação do homem por meio dela:
Esta morte do Filho de Deus é o único e perfeito sacrifício pelos pecados, de valor e dignidade infinitos, abundantemente suficiente para expiar os pecados do mundo inteiro.
Cânones de Dort, II.3. Ênfase minha.
Ou seja, embora a morte de Cristo seja “abundantemente suficiente para expiar os pecados do mundo inteiro”, ela é eficiente apenas nos eleitos, como o próprio documento diz em seguida:
Pois este foi o soberano conselho, a vontade graciosa e o propósito de Deus o Pai, que a eficácia vivificante e salvífica da preciosíssima morte de seu Filho fosse estendida a todos os eleitos. Daria somente a eles a justificação pela fé e por conseguinte os traria infalivelmente à salvação. Isto quer dizer que foi da vontade de Deus que Cristo por meio do sangue na cruz (pelo qual Ele confirmou a nova aliança) redimisse efetivamente de todos os povos, tribos, línguas e nações, todos aqueles e somente aqueles que foram escolhidos desde a eternidade para serem salvos, e Lhe foram dado pelo Pai.
Idem, II.8. Ênfase minha.
Isto posto, podemos voltar à nossa ilustração da bicicleta: Deus até teria mais para dar, mas resolveu não fazê-lo. E por que não o fez, sendo Ele mesmo bom? Penso ser justamente aí que reside boa parte do problema quando falamos da exclusiva soberania de Deus na salvação do homem. Aliás, a própria pergunta em si já apresenta um grave problema de perspectiva. Já disse algumas vezes que todo e qualquer queixume contra a doutrina da eleição incondicional reside no fato de que o homem se acha bom por natureza e, por conseguinte, merecedor da graça (a “bicicleta”) de Deus. Na realidade, Cristo morreu por mim porque eu merecia ser salvo. É quando o homem passa, então, a confundir a justiça de Deus com a sua própria.
Minha resposta à pergunta por que Deus, mesmo sendo bom não quis Se valer da suficiência da Sua graça para alcançar a todos os que jazem nas trevas é justamente porque a Sua justiça seria ofuscada pelo seu amor, visto que não seria manifesta. Ora, o pecado não poderia passar impune. Se passasse, Deus, que odeia o pecado, deixaria de ser justo e santo. Assim sendo, o amor de Deus não pode ser dissociado do seu corolário, que é a Sua ira, a qual Paulo diz que "se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (Rm 1.18). E quando o amor sacrifica a justiça, o que temos não pode ser o amor bíblico e divino, mas um amor defeituoso e totalmente incapaz de redimir aquilo a que se propõe. Poderíamos afirmar, ainda com base nessa passagem paulina, que privar Deus de Sua ira santa é suprimir a verdade (justiça) para que a mentira (injustiça) prevaleça.
Acho que deveríamos pensar duas vezes antes de querermos sobrepor nossos "trapos de imundícia" (Is 64.6) à pureza do Senhor. E antes de reclamar qualquer "bicicleta" a Deus, que déssemos uma atenção especial às palavras do profeta Jeremias: "por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados" (Lm 3.39). Mas isso, quantos querem?
Soli Deo Gloria! 
Leonardo Bruno

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ESBOÇO DE SERMÃO DOMINICAL DO MISSº VERONILTON PAZ (Congregação Presbiteriana do Sítio Serrote)

Texto: João 5.39

Tema: Porque Devemos Examinar as Escrituras?

1. Por Causa da Sua Utilidade. II Tm 3.16,17

2. Por Causa da Sua Autoridade. Hb 1.1-3

3. Por Causa da Sua Finalidade. Jo 5.39; I Co 18.21; João 20.30,31.

Análise teológica dos dez mandamentos


Deuteronômio 6 -5 Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
No Século XVII Willian Harvey aumentou ainda mais a contenda, história da teologia com a religião com as ciências, ao explicar o funcionamento do coração como uma mera bomba de transporte sanguíneo, daí o coração passou a ser chamado de órgão das forças vitais.

 Alain Castaigne diz que: “Embora a Cardiologia tenha evoluído significativamente nas últimas sete décadas não se sabe exatamente o que é mesmo o coração” desta forma o debate prossegue apesar das inúmeras novidades na cardiologia neo-pós-moderna.

Deus não é apenas um ser emotivo ou um Deus cujas emoções deixem transparecer fácil, mas quando se trata de seu relacionamento com os eleitos, Ele é muito enfático quer exclusividade, não se pode dar metade de uma adoração ou de um culto, a oferta até pode ser completa, mas se não for oferecida com coração não será recebida. 
   
A palavra coração nesta súmula dos quatro primeiros mandamentos, tem um valor muito maior do que o que se atribui, ela é o demonstrativo da importância dada por Deus ao pacto e ao mesmo tempo o que Ele exige de nós, a súmula senhores aponta para o homem perfeito, infalível, impecável e aquele que seria capaz de vencer o pecado. 

A súmula aponta para uma vida de perfeição para um tipo único de ser humano, este só será visto quando o que é perfeito chegar, então quando Jesus Chega a Lei é cumprida, porque todas as exigências de Deus são cumpridas por Ele, que se pede amor incondicional ao Deus único, amor condicional ao próximo.

“É possível que Herman Hoeksema esteja absolutamente correto ao afirmar estas questões”. É então evidente que o pacto de Deus não pode ser apresentado como um mero caminho de salvação, ou como um caminho para a vida, mas como a forma mais alta possível de toda vida e bem-aventurança.

 Por essa razão o pacto de Deus é um pacto eterno. Se falarmos de um pactum salutis ou conselho de paz, é certamente necessário que não percamos de vista essa idéia essencial do pacto. No pacto de redenção ou conselho de paz, o pacto não pode ser apresentado como algo incidental, mas como o mais alto propósito da revelação de Deus ao redor do qual todas as coisas no conselho de Deus se concentram e para o qual todas elas são adaptadas.”.
 
Deus não pactua apenas para se mostrar Deus, ele o faz por motivos ainda maiores e isto fica demonstrado na Cruz de Cristo, o coração de Deus estava naquela Cruz, a súmula dos dez mandamentos é uma breve descrição do caráter Cristão e só Cristo poderia ter tal tipo de Santidade, Justiça e Piedade. 

Soli Deo Gloria.

A Igreja neo-pós-moderna o culto a Deus e o fogo estranho dos pastores neo- fariseus.

 Levítico 10:1- E OS filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara.              
 É fácil apontar o pecado dos outros, é fácil condenar o erro dos outros, mas como ministro do Santo Evangelho, me pergunto sempre: será que não estou fazendo como Nadabe e Abiú oferecendo fogo estranho no altar do Senhor?.

 Ou ásvezes me pego pensando sobre o ato de II Samuel 6-6-8:  E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e pegou nela; porque os bois a deixavam pender. Então a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus.  E Davi se contristou, porque o SENHOR abrira rotura em Uzá; e chamou àquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje.

 Uns morrem por oferecer fogo estranho, outros são consumidos por não estarem qualificados a fazer a obra de Deus e si meter naquilo que não é de sua competência; então reflito que ainda estou vivo e sendo chamado para fazer cotidianamente a Obra do Senhor, Ele ainda continua me capacitando; mas tenho visto e ouvido coisas como pastores que roubam, discriminam pessoas.
È isto que o Mundo pensa quando,não dizemos a verdade. 
Pastores que se associam ao crime organizado e outros piores que querem fazer da casa de Deus um lugar de comércio de votos, por a mão na arca do Senhor de forma relada é maldição diz:  
 Jeremias 48:10 - Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulosamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue. Mais o que Deus diz em Ezequiel 34:2- Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?

Alguns pastores pensam que só as ovelhas pecam, alguns pensam que caluniar, difamar e injuriar alguém só e pecado se for feito por ovelhas, depois sobem no púlpito como se nada tivessem feito ao próximo, me pergunto: Deus está mesmo recebendo certos cultos? certa feita   ouvi de certo pastor em um brado de cima do  púlpito “Fulano é safado mesmo irmãos, vamos chamar ele de Safado “ me pergunto que culto é este?o pior é que este pastor estava a serviço de um Psicopata.

Os que recebem subornos contra o inocente, acham que Deus vai lhes deixar impunes por causa do titulo pastoral ou serviço prestado, mais o denegrir a imagem de outro não é iniquidade? Pois medite no que diz   Jeremias 23:1
 AI dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR.

Charlatanismo e Simonia andam juntos Atualmente.
Que Deus nos guarde de estarmos fazendo sua obra relaxadamente, Deus nos livre  do neo-farisaismo de homens corruptos que se auto afirmam mensageriros de Deus mais suas vidas é trabalhar para satanás e os Psicopatas ladrões e assassinos deste mundo tenebroso, aparência  de piedade não é virtude e sim fingimento, mas Deus conhece os que nele confiam e o que estão O buscando realmente e os que se dizem obreiros do Senhor .
Soli Deo Gloria.