terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Igreja Presbiteriana de Monteiro: Uma História de Lutas e Vitórias


17 de Março de 1932 – Inicia a Igreja Presbiteriana como Congregação da Mission Presbiterian Church (EUA)
31 de Janeiro de 1965 – É Concluído o Novo Templo e Organizada como Igreja. 

Graça e Paz!

Amados irmãos no ano 2006 estive cursando no Instituto Bíblico do Norte (IBN) o Curso de Preparação de Obreiros (CPO) e ali me foi exigido pela professora de missiologia Missª Cristina Tereza do Amaral um relato de uma igreja fruto de visão missionária, não pensei duas vezes para fazer o relato histórico da nossa amada Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro (IPBM), leia o relato nas linhas abaixo:
A cidade de Monteiro cravada nos cariris velhos da Paraíba e tinha à época sua população predominantemente católica romana. Seria inteiramente impossível que adeptos de chefes religiosos se sentissem bem com a chegada e implantação de um outro credo religioso destoante do princípio papal. O povo seguia uma religiosidade cega a tal ponto de soar por toda parte o som melodioso do misticismo, sincretismo e idolatria, realidade que demonstrava a necessidade de anunciar-lhes o simples e poderoso evangelho da Cruz. Foi em meio a tantas dificuldades, perseguições do romanismo que deu-se a chegada do missionário Rev. Dr. Jullio Salles na nossa terra, dando assim início a história do presbiterianismo na cidade de Monteiro.
No dia 17 de Março de 1932 este servo de Deus, aqui se apresentou como médico homeopata, que de fato o era, apesar de poucas pessoas saberem o significado daquele termo na época. Ele alugou um quarto no hotel do Sr. Manoel Joaquim da Silva onde atendia os pacientes com remédios naturais. Uma senhora chamada Belarmina Menezes (Belinha, hoje em saudosa memória) paralítica devido a uma vacina, por conselho do dono do hotel foi consultar-se com o médico Dr. Jullio, ali chegando, o homem de Deus vendo que para medicina da época não havia cura para sua paralisia, receitou-lhe paliativos para suportar os problemas; mas tratou-lhe da alma, apresentando-lhe Cristo através do texto que diz: O Justo viverá da fé” (Rom. 1.17; Gal. 3.11). Naquele dia (17 de Março de 1932) aquela mulher saiu dali convertida e surge em Monteiro a Igreja Presbiteriana. Outros foram sendo agregados a igreja pelo Senhor como: João Amaro, João Alexandrino, D. Filismina, Georgina (Geó), Chateaubriand Azevedo, Odilon Sá, José Gervásio e familiares, Otávia Azevedo e outros irmãos. A congregação funcionava a pleno vapor com a ajuda da Mission Presbiterian Church, que enviava pastores, missionários, evangelistas, seminaristas, para prestarem serviços relevantes a esta nova igreja.
Dentre os missionários americanos que visitaram o campo missionário dando assistência pastoral, destacaram-se pela sua permanência aqui os reverendos Langdon Handerlite e Dr. Donald Maxwell que vez por outra cortavam o céu azul da nossa cidade no seu teco-teco para resolver qualquer problema quando solicitado. As ondas de perseguições foram se avolumando e o Mons. Vicente Rodas proibiu os católicos de encomendar costuras a D. Belinha, que era ótima costureira, as pessoas da rua pediam suas peças de volta, pois foram proibidos de pisar na calçada daquela serva de Deus, até os comerciantes eram proibidos de vender aos protestantes sob pena de excomunhão para o que não seguisse as ordens do Padre. A irmã Belinha passou por muitas dificuldades e dona Geó que morava na mesma casa dela disse: “Bela, estás vendo o sofrimento. Deixa essa religião” e D. Belinha respondeu: “Cala-te Satanás, pois quem falou não foi tu não, foi ele”, foram lutas terríveis contra a Igreja de Cristo, mas como diz um corinho antigo: “Ninguém detém é obra santa/Não há diabo, carne e mundo para apagar este ardor/ Ninguém detém é obra santa/ Esta obra é do Senhor”. Deus sustentou sua serva Belinha à época, Manoel Joaquim, depois convertido e presbítero da Igreja, levava alimentos às escondidas e jogava dentro da casa dela para não ser visto por ninguém. Outra grande perseguição foi efetuada pelo frade Frei Damião que já havia queimado várias igrejas protestantes na Paraíba, Pernambuco, ceará e Rio Grande do Norte, posteriormente em 1958 queimaria a Igreja Presbiteriana de Patos, ele juntou uma turba e no domingo de ramos quando veio realizar as “santas missões” que nada tinham de santas, com o aglomerado partiu para invadir a casa de D. Belinha perguntando como é que se matava cobra e o populacho respondia que era na cabeça, mas o tenente Chaves enfrentou a situação e impediu a concretização da atrocidade. A nova igreja ainda passaria por outra grande perseguição, desta feita pelo Mons. João Honório de Melo, o mesmo tentou impedir a construção do templo atual ameaçando o Pref. Alexandre da Silva Brito de excomunhão e o mesmo cancelou a licença de construção, quando o Pref. Pedrinho Bezerra assumiu concedeu nova licença de construção e ao ser ameaçado pelo sacerdote papal disse “assinei e está assinado”, se o Sr. acha que tem direito entre na justiça. O Padre entrou na justiça com o advogado João Minervino Dutra alegando que o terreno era da Igreja Católica, perdeu na 1ª entrância e apelou para TJ/PB sofrendo nova derrota sendo proferido o veredicto pelo Juiz Francisco Milanês “é inconcebível tentar usurpar o direito de expressão e culto por meios infundados, nega-se o provimento” e a obra teve continuidade. A Congregação desde seu inicio foi ligada a dois presbitérios o da Borborema e o Centro de Pernambuco, hoje conhecido como nosso querido Presbitério Vale do Pajeú. No dia 31 de Janeiro de 1965 foi inaugurado o novo templo quando trabalhava na congregação o Rev. Helon da Rocha Gouveia, neste ínterim a igreja foi organizada eclesiasticamente sendo eleito o primeiro Conselho com o Rev. Helon como pastor efetivo e os presbíteros Enéas Mineiro de Sousa e José Ferreira de Sousa “José Manú” (Ambos de saudosa memória), ainda foram eleitos os diáconos irmãos na fé e de sangue Joaquim e José Gervásio Moreira. Saíram desta igreja os pastores Saul Lafayete, Noé de Paula Ramos, e outros que foge a minha frágil memória.
Poucos irmãos restam do remanescente das primícias do evangelho aqui, podemos citar Mariene Azevedo, Francisca Leal, Maria José Ferreira de Sousa (esposa de José Manú). Queremos citar alguns irmãos que muito contribuíram com o trabalho desta igreja, foram: Georgina Oliveira (Geó), Pb. Odilon Sá, Pb. Paulino Mariano, Alzira Gervásio, Otávia Azevedo, Guiomar de Paula Ramos, Pb. José Ferreira Mendes “José Emídio”, Pb. Manoel Joaquim da Silva. Alguns dos pastores que trabalharam nesta igreja foram: Revs. José Martins, José Maria Passos, Cornélio Bezerra Gonzaga, Edson Dantas, Laudemiro Barros, José Maria Araújo, Fábio José Bernardo, este último por doze anos e meio. Hoje a igreja é pastoreada pelo Rev. Altino Firmino da Silva Junior, um jovem pastor que tem realizado um belíssimo trabalho mostrando a igreja sua responsabilidade de viver em paz e promover a paz de Cristo ao mundo em guerra e o Conselho atual formado ainda pelos Presbíteros Veronilton Paz, Antonio Mauricio e Antonio Braz compactua desta mesma visão e desejamos que toda a Igreja erga os olhos e veja que os campos estão prontos para colheita. Nossos olhos não devem está postos no passado, mas olharmos para o passado crendo em um agir futuro de Deus começando no presente. Estamos dispostos a continuar a obra dos nossos pais, dos irmãos do passado? Mãos à Obra!
O Campo é Vasto e precisa de trabalhadores dispostos a segurar o arado e semear a boa semente. “Pois quem no arado põe a mão tem trabalho certo e profissão” (Paulo César, LOGUS). 

Pb. Miss° Veronilton Paz da Silva (Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro)

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