terça-feira, 27 de dezembro de 2016

OS PONTOS DO CALVINISMO – EXPOSIÇÃO BÍBLICA (4)

Parte IV - Chamada Eficaz do Espírito ou Graça Irresistível

Cada membro da Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - participa e contribui para a salvação de pecadores. Como já foi mostrado, o Pai, antes da fundação do mundo, escolheu aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos - a eleição e a redenção - não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A doutrina da Graça Irresistível ou Eficaz está relacionada com essa fase da Salvação. Declarada de modo simples, esta doutrina afirma que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Ele aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que Ele tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos. O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso.

Conseqüentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem perdido. Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que, inevitavelmente, o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual. No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito cria nele um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha. Pelo fato de receber uma nova natureza que o habilita a amar a retidão, e porque sua mente é iluminada de .forma a habilitá-lo a entender e crer no evangelho, o pecador renovado (regenerado) volta-se para Cristo, livre e voluntariamente, como seu Senhor e Salvador. Assim, o pecador que antes estava morto, é atraído a Cristo pela chamada interna e sobrenatural do Espírito, a qual, através da regeneração, o vivifica e cria nele a fé e o arrependimento. Embora a chamada externa do evangelho possa ser, e freqüentemente é, rejeitada, a chamada interna e especial do Espírito nunca deixa de produzir a conversão daqueles a quem ela é feita.
Essa chamada especial não é feita a todos os pecadores, mas é estendida somente aos eleitos. O Espírito não depende em nenhuma maneira da ajuda ou cooperação do pecador para ter sucesso em Sua obra de trazê-lo a Cristo. É por essa razão que os calvinistas falam da chamada do Espírito e da graça de Deus em salvar pecadores como sendo "eficaz", "invencível" ou "irresistível". A graça que o Espírito Santo estende ao eleito não pode ser obstada, nem recusada; ela nunca falha em trazê-lo à verdadeira fé em Cristo. A doutrina da Graça Irresistível ou da Vocação Eficaz é apresentada em termos bem claros no capítulo X da Confissão de Fé de Westminster.

1. Declarações gerais mostrando que a salvação é tanto obra do Espírito como é do Pai e do Filho: (Rom. 8.14; 1Co. 2:10-14; 6:11; 12:3; 2Co. 3:6, 17-18; 1Pe. 1:2;);

2. Através da regeneração ou novo nascimento, os pecadores recebem a vida espiritual e são feitos filhos de Deus. A Bíblia descreve esse processo como uma ressurreição espiritual, uma criação, o recebimento de um novo coração, etc. A mudança interna, que é operada através do Espírito Santo, é fruto do poder e da graça de Deus e de forma nenhuma depende da ajuda do homem para a operação do Espírito ser bem sucedida:

a) Os pecadores, através da regeneração, são trazidos para o Reino de Deus e feitos Seus filhos. O autor desse "segundo" nascimento é o Espírito Santo: o instrumento que Ele usa é a Palavra de Deus: (Jo. 1:12-13; Jo. 3:3-8; Tt. 3:5; 1Pe. 1:3; 1Jo. 5:4);

b) Através da obra do Espírito o pecador morto recebe um novo coração (uma nova natureza) e é levado a andar na lei de Deus. Em Cristo ele torna-se uma nova criação: (Dt. 30.6; Ez. 36:26-27; Gál 6:15; Ef. 2:10; 2Co. 5:17-18);

c) O Espírito Santo ergue o pecador de seu estado de morte espiritual e o vivifica: (Jo 5.21; Ef. 2:1, 5; Col. 2:13);

3. Deus torna conhecidos aos Seus escolhidos os segredos do Reino através da revelação interna e pessoal dada pelo Espírito: (Mt. 11:25-27; Lc. 10:21; Mt. 16:15-17; Jo. 6:37, 44-45, 64-65 1Co. 2:14; Ef. 1:17;);

4. A Fé e o Arrependimento são dons divinos, os quais são operados na alma através da obra regeneradora do Espírito Santo: (At. 5.31; 11:18; 13:48; 16:14; 18:27; Ef. 2:8-9; Fl. 1:29; 2Tim. 2:25-26);

5. O apelo do evangelho estende uma chamada geral externa à salvação a todos que ouvem a mensagem. Em adição a essa chamada externa, o Espírito estende uma chamada especial interna aos eleitos e só a esses. A chamada geral do evangelho pode ser, e geralmente é, rejeitada, mas a chamada especial do Espírito não pode ser rejeitada. Ela sempre resulta na conversão daqueles a quem é feita: (Ro. 1:6-7; 8:30; :23-24; 1Co. 1:1-2, 9, 23-31; Gál. 1:15-16; Ef. 4:4; 2Tim. 1:9; Heb. 9:15; Jud. 1:1; 1Pe. 1:15; 2:9; 5:10; 2 Pe. 1:3; Ap. 17:14);

6. A aplicação da salvação é toda pela graça e só é realizada através do infinito poder de Deus: (Is. 55.11; Jo. 3:27; 17:2; Rom. 9:16; 1Co. 3:6-7; 4:7; Fil. 2:12-13; Tg. 1:18; 1Jo. 5:20).


Tradução Livre e adaptada do livro Os Cinco Pontos do Calvinismo - Definidos, Defendidos, Documentado, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, EUA.], Feito por João Alves dos Santos)

MANÁ DIÁRIO - O DIA DO JULGAMENTO VEM, VOCÊ ESTÁ PREPARADO?)

COLHEITA DO MANÁ: ATOS 17.31
 “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”.

O DIA DO JULGAMENTO VEM, VOCÊ ESTÁ PREPARADO (A)!
Há um comentário de um autor desconhecido sobre o dia do julgamento que diz o seguinte: “O julgamento final é o dia quando Deus julgará todas as pessoas do mundo. Cada pessoa será julgada por Deus de maneira justa e imparcial. Teremos que dar conta de tudo que fizermos em nossas vidas. Quem for condenado irá para o lago de fogo, a destruição eterna. Mas quem for salvo irá para o Céu, onde não haverá mais sofrimento nem dor. Deus será completamente justo e ninguém poderá o enganar.  Mas todos pecamos e estamos condenados ao inferno. A única forma de sermos salvos é através de Jesus. Jesus morreu para pagar o preço de todo pecado. Quem crê em Jesus e o aceita como seu salvador será salvo. Jesus levou toda a condenação! (Fonte: https://www.bibliaon.com/julgamento_final/)” Esta passagem de Atos trata sobre o discurso de Paulo em Atenas, o berço da filosofia e politeísmo, ele ficou revoltado por causa da idolatria daquela cidade (v.16), que tinha muitos altares de deuses e para não esquecer nenhum, estabeleceram um com o nome “Ao Deus Desconhecido”, Paulo usou esta figura para falar sobre o Deus verdadeiro que não é instrumento da arte e imaginação do homem (v.22-29), após esta explicação sobre como adorar a Deus, convida os homens ao arrependimento (v.30), para finalizar ele traz a razão pela qual as pessoas deveriam se arrepender, que é o julgamento futuro e final de Deus e para isto devemos estar alerta e prontos, sobre este tão glorioso assunto, e inspirados no tema acima mencionado iremos extrair algumas lições:

Primeira, Deus Julgará Todo o Mundo. Deus julgará todas as pessoas de todas as classes que existem na terra, não haverá como dar um jeitinho para escapar, pois seu julgamento e certo e todos hão de comparecer perante Ele naquele dia, sobre isto Paulo no seu discurso fala: “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo [...]” (v.17a). O mundo será julgado por causa do pecado que entrou nele e o corrompeu por completo, sobre este alastramento terrível a avassalador os calvinistas chamam de depravação total, que significa “a corrupção do pecado alcançando todas as partes da natureza humana e toda a raça humana, tratando sobre esta temática Paulo afirmou: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12), assim sendo ninguém pode dizer que tem qualquer mérito diante de Deus, pois todos são pecadores e só merecem de Deus a condenação eterna, quando Deus salva alguns o faz somente por sua graça. O mundo será julgado porque Deus enviou homens para pregassem o evangelho, a escuta da pregação é um critério do julgamento divino, sobre isto o evangelista Marcos narrou as palavras de Jesus quando Ele disse: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15), esta palavra traz a evidencia do julgamento divino tanto nos salvos como nos perdidos, uma mesma pregação traz salvação para alguns que crêem e condenação para os descrentes, Jesus, nosso mestre, falou: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.48), ainda sobre este resultado duplo da pregação Paulo também falou que: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (I Co 1.18), o julgamento de Deus será sobre todo o mundo e trará salvação para uns e condenação para outros, em qual grupo você está, nos salvos ou perdidos? Sobre este julgamento ainda continuaremos falando, a partir das próximas linhas, enfatizando a justiça de Deus.

Segunda, Deus Julgará de Maneira Justa. Deus julgará de maneira muito justa, podemos examinar isto nas palavras de Paulo quando disse: Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar [...] com justiça [...]” (v.17b), ninguém poderá dizer que o seu juízo foi injusto, Deus jamais poderia cometer injustiça porque seu caráter é justo e por Ele ama ser justo, atestando isto o salmista grafou sobre Jesus: “Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros” (Sl 45.7), ou seja, Jesus tem prazer em ser justo, em fazer tudo com base no seu caráter santo, no seu julgamento não haverá palavras para desmanchar a sua sentença, sobre isto o Rev. Hernandes Dias Lopes disse que: No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é a única a ter razão”(Lopes, Hernandes Dias. Estudos no Apocalipse, p.14). Deus tem a palavra final, no seu tribunal é proferida a sentença judicial de maneira perfeita, não cabe recurso nem apelação, Ele é o reto juiz e diante Dele tudo se cala.
As suas ações são justas, seus caminhos são justos e verdadeiros, todos temem o seu nome por causa dos seus atos justos, a apostolo João no Apocalipse disse que os salvos exaltavam a justiça de Deus disse que: entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos” (Ap 15.3-4). Todas as ações de Deus são justas, aquilo que ninguém sabe sobre você, Deus sabe, o seu julgamento é perfeito e justo, as aparências humanas não causam emoção em Deus, Ele conhece o coração do homem e seu julgamento virá de maneira justa. As pessoas podem até se dar bem aqui enganando, no juízo de Deus os conchavos não funcionam, pense nisso, mas, este julgamento além de ser para todo o mundo e de maneira justa, será feita apenas por meio de Jesus Cristo, isto será explicado a partir de agora.

Terceira, Deus Julgará por Meio de Jesus Cristo. O apostolo Paulo finaliza este discurso falando sobre o meio pelo qual Deus executa o seu julgamento que é Por meio de Jesus, sobre isto verifica-se as suas palavras dizendo que: “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar [...] por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (v.17c), Jesus é o Filho de Deus que foi enviado ao mundo para salvar a humanidade (I Jo 4.14), Ele é o único meio pelo qual podemos nos aproximar de Deus, comprovando isto, João narrou as palavras de Jesus: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Ele não é um caminho ou uma possibilidade, pelo contrário, é o único caminho que pode levar o homem a se aproximar de Deus, Jesus é a ligação perfeita, é a ponte que vai dar no céu, quem crê Nele não é condenado o que não crê já está condenado (Jo 3.18). Ele é o único mediador entre Deus e os homens, conforme Paulo Escreveu a Timóteo: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (I Tm 2.5), Paulo aqui trata sobre Cristo justamente como esta ligação que Deus fez para estar unido aos homens, podemos dizer então que Cristo é a única e verdadeira religião, pois religião vem do latim “religare” que significa religar o homem a Deus, somente Cristo pode fazer isto, não é a religião que faz isto, não são suas obras, somente Jesus pode fazer isto. O julgamento é este que as pessoas cheguem a Deus por Jesus, se tentarem chegar por outro meio estarão condenados. A Bíblia também trata de Jesus como o nosso único intercessor, conforme atesta Paulo na sua Carta aos Romanos: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Rm 8.34). Ele conforme Joao condenará todo o que rejeitar o seu Filho Jesus Cristo, vejamos as palavras do apostolo: Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.17-19). Se você estiver em Cristo você estará livre da condenação e naquele dia do julgamento estará salvo, porém se busca chegar a Deus por outros meios ou se divide a sua glória com anjos, santos ou outros seres, estará naquele julgamento com uma sentença condenatória sem direito à defesa. O que deseja para a sua vida? Lembre-se que Deus julgará todo o mundo de acordo com a aceitação ou rejeição do seu filho, pense nisto!

Concluindo, vimos nesta mensagem sobre a solenidade do julgamento divino e a nossa necessidade de estarmos preparados para este singular dia, foram extraídas as seguintes verdades: Primeira, Deus Julgará Todo o Mundo: Esse julgamento será por causa do pecado o afetou; do evangelho que escutou e da pregação que rejeitou. Segunda, Deus Julgará de Maneira Justa: Porque Deus ama a justiça e; age com justiça. Terceira, Deus Julgará por Meio de Jesus Cristo: Porque enviou o seu Filho como único meio do homem se  achegar a Ele e; Por, apesar Dele enviar seu Filho como Salvador da humanidade, os homens o rejeitaram. O julgamento de Deus é certo, Ele virá para julgar todo o mundo, Paulo falou como escapar deste julgamento chamado de ira vindoura de Deus, veja o que Ele disse: “E para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura”, assim sendo, a única maneira de nós escaparmos da condenação eterna é tendo Jesus como nosso advogado, você já o tem?


AUTOR: Veronilton Paz da Silva - Missionário Licenciado ao Sagrado Ministério (PRVP); Missionário Presbiteriano na Cidade de Sumé-PB; Bacharel em Teologia (IBHT); Licenciado em Letras - Língua Portuguesa (UEPB), Formação Presbiteriana de Evangelista/Missionário (CPO/IBN e CEIBEL); Pós - Graduando em Estudos Teológicos (CPAJ/Mackenzie).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

ATIVIDADES REALIZADAS NA IGREJA PRESBITERIANA DE SUMÉ (CAMPO MISSIONÁRIO)

 Culto Evangelístico no Bairro Carro Quebrado

 Culto de Estudo e Oração no Lar de Adenilma e Jonatã

Curso de Pregação Visando Preparar Irmãos para Continuar a Obra

OS PONTOS DO CALVINISMO – EXPOSIÇÃO BÍBLICA (3)

Parte III - Redenção Particular Ou Expiação Limitada

Como já foi observado, a eleição em si não salva ninguém; apenas destaca alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos pelo Pai e dados ao Filho precisam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-Se com o Seu povo e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada ao Seu povo ou creditada a ele no momento em que cada um é trazido à fé nEle. Através do que Ele fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os que constituem esse povo são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitucionário Ele sofreu a penalidade dos seus pecados e assim removeu sua culpa para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual fica livre da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente na base da obra redentora de Cristo.

O Calvinismo histórico tem mantido de modo consistente a convicção de que a obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização; isto é, foi intencionada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e que, de fato, assegurou a salvação a esses indivíduos e a ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-lo a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Cristo não morreu simplesmente para tornar possível a Deus perdoar pecadores. Nem deixa Deus aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.

Todos os calvinistas concordam que a obediência e o sofrimento de Cristo são de valor infinito, e que, se fosse o propósito de Deus, a satisfação rendida por Cristo teria salvado todos os membros da raça humana. Não seria requerido de Cristo mais obediência nem sofrimento maior para assegurar a salvação de todos os homens do que foi requerido para a salvação apenas dos eleitos. Mas Ele veio ao mundo para representar e salvar apenas aqueles que Lhe foram dados pelo Pai. Desta forma, a obra salvadora de Cristo foi limitada no sentido em que foi designada para salvar uns e não outros, mas não foi limitada em valor, pois seu valor é infinito. Ela teria assegurado a salvação de todos, se essa tivesse sido a intenção de Deus. Os arminianos também estabelecem uma limitação na obra expiatória de Cristo, mas de natureza inteiramente diferente. Eles acreditam que a obra salvadora de Cristo foi designada para tornar possível a salvação de todos os homens, desde que eles creiam, e de que a morte de Cristo, em si mesma, não assegura ou garante a salvação para ninguém. Desde que todos os homens serão salvos como resultado da obra redentora de Cristo, devese admitir que há uma limitação. Essa limitação consiste num desses dois pontos: ou a expiação foi designada para assegurar a salvação para certos pecadores e não para outros, ou ela foi limitada no sentido em que não foi intencionada para assegurar a salvação de ninguém, mas apenas para tornar possível a Deus perdoar os pecadores na condição da fé. Em outras palavras, a limitação deve ser colocada, em desígnio, na sua extensão, (não foi intencionada para todos), ou na sua eficácia (ela não assegura a salvação para ninguém). Como Boettner adequadamente observa, "para o calvinista a expiação é como uma ponte estreita que atravessa todo o rio; para o arminiano, é como uma grande e larga ponte que vai apenas até a metade do caminho" (The Reformed Doctrine of Predestination, p. 153). Desta forma, são os arminianos que impõem uma limitação maior à obra de Cristo.

1. As Escrituras descrevem o fim intencionado e realizado pela obra de Cristo como a salvação completa do Seu povo. (reconciliação, justificação e santificação).

a) As Escrituras declaram que Cristo veio, não para capacitar os homens a se salvarem a si mesmos, mas para salvar pecadores: (Mt. 1.21; Lc. 19:10; Gl. 1:3-4; Tt. 2:14; 1Pe. 3:18);

b) As Escrituras declaram que, como resultado do que Cristo fez e sofreu., Seu povo é reconciliado com Deus, justificado, e recebe o Espírito Santo que o regenera e santifica. Todas essas bênçãos foram asseguradas por Cristo mesmo, ao Seu povo.

l) Cristo, pela Sua obra redentora, assegurou a reconciliação ao Seu povo: (Rom. 5:10- 11; 2Co. 5:18-19; Ef. 2:15-16; Cl 1:21-22);

2) Cristo assegurou a justiça e o perdão que Seu povo necessita para a sua justificação. (Rom. 3:24-25; 5:8-9; 1Co. 1:30; Gál. 3:13; Col. 1:13-14; Heb. 9:12; 1Pe. 2:24);

3) Cristo assegurou o dom do Espírito, o qual inclui regeneração e santificação e tudo que está incluído nessas graças: Ef 1:3-4; Fil. 1:29; At. 5:31 Tt. 2:14; 3:5-6 Ef. 5:26; 1Co. 1:30; Heb. 9:14; 13:12 1Jo. 1:7).

2. Passagens que apresentam o Senhor Jesus Cristo, em tudo que Ele fez e sofreu pelo Seu povo, como cumprindo os termos de um pacto ou concerto gracioso no qual entrou com Seu Pai celestial antes da fundação do mundo:

a) Jesus foi enviado ao mundo pelo Pai para salvar o povo que o Pai Lhe deu. Os que o Pai Lhe deu vêm a Ele e nenhum deles se perderá: (Jo. 6:35-40);

b) Jesus, como o bom Pastor, dá a Sua vida pelas Suas ovelhas. Todos os que são Suas ovelhas são trazidos por Ele ao aprisco, levadas a ouvir a Sua voz e a seguí-lo. Notemos que o Pai tem dado as ovelhas a Cristo! (Jo. 10:11-29);

c) Jesus, em Sua oração sacerdotal, roga não pelo mundo mas por aqueles que o Pai lhe dera. Em cumprimento à tarefa dada pelo Pai, Jesus realizou a Sua obra. Essa obra era tornar Deus conhecido do Seu povo e dar-lhe a vida eterna: (Jo. 17.1-26);

d) Paulo declara que todas as "bênçãos espirituais" que os santos herdam, tais como filiação, redenção, perdão de pecados, etc., resultam do fato de estarem "em Cristo", e liga essas bênçãos à sua fonte última - o eterno conselho de Deus - onde repousa a grande bênção de terem sido escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para serem filhos de Deus, por meio dEle (Ef. 1:3-12).

e) O paralelo que Paulo estabelece entre a obra condenatória de Adão e a obra
salvadora de Jesus Cristo, o "segundo Adão", pode ser melhor explicado na base do princípio de que ambos figuravam numa relação pactual com o "seu povo". Adão figurava como o cabeça federal da raça e Cristo como o cabeça federal dos eleitos.
Assim como Adão envolveu o seu povo na morte e condenação pelo seu pecado, assim também Cristo trouxe justiça e vida ao Seu povo através de Sua justiça (retidão): Rom. 5.12-19).

3. Algumas passagens falam de Cristo morrendo por "todos" os homens e de Sua morte como salvando "o mundo"; todavia, outras falam de Sua morte como sendo definida em desígnio, isto é, para assegurar a salvação de um povo específico.

a) Há duas classes de textos que falam da obra salvadora de Cristo em termos
gerais:

(1) As que contém a palavra "mundo" (Jo. 1:9, 29;3:16,17; 4:42; 2Co 5:19; 1Jo. 2:1,2; 4:14 e;

(2) As que contêm a palavra "todos" (Rm 5:18; 2Co 5:14,15; 1Tm 2:4-6; Heb 2:9; 2Pe 3.9 ; Jo. 1:9; 29; 3:19; 3:16-17; 4:42; 2Co. 5:19; 1Jo. 2:1-2; 1Jo. 4:14; Rom. 5:18; 2 Co 5:14-15; 1Ti. 2:4-6; Heb. 2:9; 2Pe. 3:9).

Uma das razões para o uso dessas expressões era corrigir a noção falsa de que a salvação era apenas para os judeus. Frases como "o mundo", "todos os homens", "todas as nações", "toda criatura”, eram usadas para corrigir esse erro. Essas expressões eram usadas para mostrar que Cristo morreu para todos os homens sem distinção (i.e., Ele morreu tanto para judeus como para gentios), mas elas não pretendem indicar que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção (i.e., Ele não morreu com o propósito de salvar todo e qualquer pecador perdido).

b) Há outras passagens que falam de Sua obra salvadora em termos definidos e mostram que ela foi intencionada para salvar infalivelmente um determinado povo, a saber, aqueles que Lhe foram dados pelo Pai: (Mt. 1:21; 26:28; Jo. 10:11; Jo. 11:50-53; At. 20:28; Ef. 5:25-27; Rom. 8:32-34; Heb. 2:17; 3:1; 9:15, 18; Ap. 5:9


Tradução Livre e adaptada do livro Os Cinco Pontos do Calvinismo - Definidos, Defendidos, Documentado, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, EUA.], Feito por João Alves dos Santos)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

OS PONTOS DO CALVINISMO – EXPOSIÇÃO BÍBLICA (2)

Parte II - Eleição Incondicional

Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, eles não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Ele é santo, justo e bom, ao passo que eles são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, eles inevitavelmente seguem o deus deste século e fazem a vontade do seu pai, o diabo. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a doutrina da eleição.

A doutrina da eleição declara que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça de Adão para ser o objeto de Seu imerecido amor. Esses, e somente esses, Ele propôs salvar. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez nem uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros.

Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus. Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más.

Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. É suficiente saber que o Juiz de toda a terra tem agido bem e justamente. Deve-se, contudo, ter em mente que se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo, e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo. O fato de Ele ter feito isto para alguns, à exclusão dos outros, não é de forma alguma injusto para os excluídos, a menos que se mantenha que Deus estava na obrigação de prover salvação a todos os pecadores - o que a Bíblia rejeita cabalmente.

A doutrina da eleição deve ser vista não apenas contra o pano de fundo da depravação e culpa do homem, mas também deve ser estudada em conexão com o Eterno Pacto ou acordo feito entre os membros da Trindade. Pois foi na execução deste pacto que o Pai escolheu desse mundo de pecadores perdidos um número definido de indivíduos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. O Filho, nos termos desse pacto, concordou em fazer tudo quanto era necessário para salvar esse povo escolhido e que lhe foi concedido pelo Pai. A parte do Espírito na execução desse pacto foi e é a de aplicar aos eleitos a salvação adquirida para eles pelo Filho.

A eleição, portanto, é apenas um aspecto (embora muito importante) do propósito salvador do Deus Triuno, e dessa forma não deve ser vista como salvação. O ato da eleição em si mesmo não salvou ninguém. O que ele fez foi destacar (marcar) alguns indivíduos para a salvação. Desta forma, a doutrina da eleição não deve ser divorciada das doutrinas da culpa do homem, da redenção e da regeneração, pois de outra forma ela será distorcida e deturpada. Em outras palavras, se quisermos manter em sua perspectiva bíblica, e corretamente entendido, o ato da eleição do Pai deve ser relacionado com a obra redentora do Filho, que Se deu a Si mesmo para salvar os eleitos e com a obra renovadora do Espírito, que traz o eleito à fé em Cristo.

1. Declarações gerais mostrando que Deus tem um povo eleito, que Ele predestinou esse povo para a salvação e, desta forma, para a vida eterna (Dt. 10.14-15; Sl. 33:12; Ag. 2:23; Mt. 11:27; 22:14 )

2. Antes da fundação do mundo, Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação. Sua escolha não foi baseada em qualquer resposta ou ato previsto, a ser cumprido pelos escolhidos. A fé e as boas obras são o resultado e não a causa da escolha divina.

a) Deus fez a escolha: (1Ts 1:4; 2:13);

b) A escolha divina foi feita antes da fundação do mundo: (Ef. 1:4; 2Ts. 2:13; 2Tim. 1:9; Ap. 13:8; 17:8);

c) Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação - seus nomes foram escritos no livro da vida antes da fundação do mundo: Ap 13:8;17:8.[acima];

d) A escolha divina não foi baseada em qualquer mérito previsto naqueles a quem Ele escolheu, nem foi baseada em quaisquer obras previstas, realizadas por eles: (Ro. 9.11-16; 10:20);

e) As boas obras são o resultado e não a base da predestinação: Ef. 1.12; 2:10; Jo. 15:16);

f) A escolha divina não foi baseada na fé prevista. A fé é o resultado e, portanto, a evidência da eleição divina, não a causa ou base de Sua escolha: (At. 13.48; 18:27 Fl.1:2; 2:12; 2:13; 1Ts. 1:4-5; 2Ts. 2:13-14);

g) É através da fé e das boas obras que alguém confirma sua chamada e eleição: (2Pe. 1.5-11);

3. A eleição não é a salvação, mas é para a salvação. Assim como o presidente eleito não se torna o presidente de fato até o dia da sua posse (instalação), assim aqueles que são eleitos para a salvação não são salvos até que sejam regenerados pelo Espírito e justificados pela fé em Cristo:(Em Efésios 1:4 Paulo mostra que os homens foram eleitos “em Cristo” antes que o mundo existisse. Em Rm 16:7 ele mostra que os homens não estão realmente “em Cristo” até que se convertam). (Ro. 11.7; 2Ti. 2:10; At. 13:48; 1Ts. 2:13-14)

4. A eleição foi baseada na misericórdia soberana e especial de Deus. Não foi a vontade do homem, mas a vontade de Deus que determinou que pecadores iriam ser alvos da misericórdia e ser salvos: (Ex. 33.19; Dt. 7:6-7; Rom. 9:11-24; 11:4-36 )

5. A doutrina da eleição é apenas uma parte da doutrina bíblica mais ampla da soberania de Deus. As Escrituras não apenas ensinam que Deus predestinou certos indivíduos para a vida eterna, mas que todos os eventos, grandes ou pequenos, acontecem como o resultado do eterno decreto de Deus. O Senhor Deus reina sobre os céus e a terra com absoluto controle. Nada acontece fora do Seu eterno propósito: (1Cr 29.10-12; Jó 42:1-2; Sl. 115:3; 135:6; Is. 14:24-27; 46:9-11; 55:11; Jer. 32:17; Dan. 4:35; Mt. 19:26)


Tradução Livre e adaptada do livro Os Cinco Pontos do Calvinismo - Definidos, Defendidos, Documentado, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, EUA.], Feito por João Alves dos Santos)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

OS PONTOS DO CALVINISMO – EXPOSIÇÃO BÍBLICA (1)


Parte I - Depravação Total Ou Inabilidade Total

O ponto de vista que alguém toma a respeito da salvação será determinado, em grande escala, pelo conceito que essa pessoa tem a respeito do pecado e de seus efeitos sobre a natureza humana. Por isso, o primeiro ponto tratado pelo sistema calvinista é a doutrina bíblica da depravação total ou inabilidade total. Quando o calvinista fala do homem como sendo totalmente depravado, quer dizer que sua natureza é corrupta, perversa e totalmente pecaminosa. O adjetivo “total” não significa que cada pecador está tão completamente corrompido em suas ações e pensamentos quanto lhe seja possível ser. O termo é usado para indicar que todo o ser do homem foi afetado pelo pecado.

A corrupção estende-se a todas as partes do homem, corpo e alma. O pecado afetou a totalidade das faculdades humanas - sua mente, sua vontade, etc. (Confissão de Fé, VI, 2). Também se pode usar o adjetivo “total” para incluir nele toda a raça humana, sem exceção. Como resultado dessa corrupção inata, o homem natural é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa espiritualmente boa. É o que se quer dizer por “inabilidade total”. A inabilidade referida nessa terminologia é a “inabilidade espiritual”. Significa que o pecador está tão espiritualmente falido que ele nada pode fazer com respeito à sua salvação.

É evidente que muitas pessoas não salvas, quando julgadas pelos padrões humanos, possuem qualidades admiráveis e realizam atos virtuosos. Porém, no campo espiritual, quando julgadas pelos padrões divinos, são incapazes de fazer o bem (Confissão de Fé, XVI, 1 e 7). O homem natural está escravizado pelo pecado: é filho de Satanás, rebelde para com Deus, cego para com a verdade, corrompido e incapaz de salvar-se a si mesmo ou de preparar-se para a salvação. Em resumo, o não regenerado está morto em pecado e sua vontade está escravizada à sua natureza má. O homem não veio das mãos do seu Criador nessa condição depravada. Deus fez a Adão perfeito, sem qualquer maldade em sua natureza. Originalmente, a vontade de Adão estava livre do domínio do pecado. Ele não estava sujeito a qualquer compulsão natural para escolher o mal; porém, por sua queda, trouxe a morte espiritual sobre si mesmo e sobre toda a sua posteridade. Desse modo, lançou a si mesmo e a toda a raça na ruína espiritual e perdeu para si e para os seus descendentes a habilidade de fazer escolhas certas no campo espiritual. Seus descendentes ainda são livres para escolher - todo homem faz escolhas em sua vida - mas, visto que a geração de Adão nasce com natureza pecaminosa, não tem a habilidade para escolher o bem ao invés do mal. Por conseguinte, a vontade do homem não é mais livre (i.e., livre do domínio do pecado) como era livre a vontade de Adão, antes da queda. Em vez disso, a vontade do homem, como resultado da depravação herdada, está escravizada à sua natureza pecaminosa.

A Confissão de Fé de Westminster nos dá uma declaração clara e concisa dessa doutrina: “O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso” (IX, 3). 1. Como resultado da transgressão de Adão, os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos; portanto, para se tornarem filhos de Deus e entrarem no Seu reino precisam nascer de novo, do Espírito.

1. Como resultado da transgressão de Adão, os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos; portanto, para se tornarem filhos de Deus e entrarem no Seu reino precisam nascer de novo, do Espírito.

a) Quando Adão foi colocado no jardim do Éden, foi advertido para não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, sob pena de imediata morte espiritual;

b) Adão desobedeceu e comeu do fruto proibido (Gn 3:1-7); por conseguinte, trouxe morte espiritual sobre si mesmo e sobre a raça;

c) Davi confessou que tanto ele, como os demais homens, foram nascidos em pecado (Sal. 51).

d) Porque os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos. Jesus ensinou que, para alguém entrar no reino de Deus, é preciso nascer de novo. (Jo. 3.5-7)

2. Como resultado da queda, os homens estão cegos e surdos para a verdade espiritual. Suas mentes estão entenebrecidas pelo pecado; seus corações são corruptos e malignos (Gen. 6:5; 8:21; Ec. 9:3; Jr. 17:9; Mc. 7:21-23; Jo. 3:19; Ro. 8:7-8; 1Co. 2:14; Ef. 4:17-19, 5:8; Tt. 1:15) ):

3. Antes dos pecadores nascerem no reino de Deus pelo poder regenerador do Espírito, são filhos do diabo e estão debaixo de seu controle. São escravos do pecado (Jo. 8:34, 44; Rom. 6:20; Ef. 2:12; 2Tim. 2:25-26; Tt. 3:3; 1Jo. 3:10);

4. O domínio do pecado é universal: todos os homens estão debaixo do seu poder; por conseguinte, ninguém é justo, nem um só (Rom. 3:9-18).

5. Os homens, sendo deixados em seu estado de morte, são incapazes, por si mesmos, de se arrepender, de crer no evangelho ou de vir a Cristo. Não têm poder, em si mesmos, para mudar sua natureza ou preparar-se para a salvação (Jer. 13:23; Mt. 7:18; Jo. 6:37, 44, 65 Rom. 11:35; 1Co. 2:14; 2Co. 3:5).


Tradução Livre e adaptada do livro Os Cinco Pontos do Calvinismo - Definidos, Defendidos, Documentado, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, EUA.], Feito por João Alves dos Santos)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

MANÁ DIÁRIO – GÊNESIS 50.19-20

MANÁ DIÁRIO – GÊNESIS 50.19-20
 “[19] Respondeu-lhes José: Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? [20] Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida”.

A SOBERANIA DE DEUS E O PECADO NA HISTÓRIA
Eu estava lendo uma reflexão do Rev. Hernandes Dias Lopes, na qual ele afirma que: “A história não é como um carrossel que gira enlouquecidamente sem alvo ou destino nem é como uma nave lançada ao espaço monitorada pelos homens. A história não é cíclica como pensavam os gregos nem está sujeita a um determinismo cego como pregavam os estóicos. A história não é dirigida pelo acaso nem avança para o caos como pregam os patronos do pessimismo. A história tem um timoneiro. Deus está assentado sobre um alto e sublime trono e ele tem as rédeas da história em suas mãos”. Os versículos acima tratam sobre os acontecimentos depois da morte de Jacó quando os irmãos de José ficaram com medo dele os perseguir e se vingar do mal que lhe causaram (v.15), eles até tentaram fazer um teatrinho contando uma historieta, na qual disseram que Jacó os havia mandado perdoá-los (v.16-17), depois eles se dispuseram a ser seus servos (v.18), porém, a crença de José era em um Deus que é soberano que faz todas as coisas sem manchar sua perfeição, levando o universo a caminhar para o cumprimento do seu plano soberano que se realiza na história, sobre isto iremos extrair três lições importantes, descritas a seguir.

Primeiro, Deus Criou o Homem sem Resquício de Mal. As Escrituras afirmam que quando Deus criou o homem e tudo mais, viu que era tudo muito bom (Gn 1.31), ou seja Ele não fez Adão manchado pelo pecado, Adão e Eva pecaram porque quiseram, eles não foram forçados nem por Deus e nem pela serpente, houve um convite ao pecado pelo inimigo, Eva aceitou e depois deu ao seu esposo e ele igualmente quis aquele fruto proibido (Gn 3.1-6), aqui nesta passagem José faz uma pergunta retórica que já sabia a resposta: “Acaso, estou eu em lugar de Deus?”(v.19), a resposta obvia é não, pois somente Deus poderia fazer com que Ele chegasse a um tão elevado posto em uma terra estranha. Também José sabia que somente Deus poderia se vingar justamente (Dt 32.35), ele não poderia fazer justiça com as suas próprias mãos, pois esta pergunta veio antecedida pela conversa que os irmãos de José tiveram com Ele dizendo que Jacó tinha mandado perdoá-los, além disse eles se prostraram e se declararam seus servos, eles entendiam que José iria se vingar de tudo que lhe haviam feito (v.15-18), mas José estava bem à frente deles e já vislumbrava este Deus que não pode ser identificado com o mal, isto ele atesta quando afirma que foram os seus irmãos que intentaram o mal contra ele (v.20a), muitas pessoas querem usar a soberania de Deus para justificar o seu pecado, aprenda uma coisa, Deus é soberano sobre todas as coisas, mas Ele não criou o pecado, o pecado quem causou foi o homem, muito pelo contrario, Deus criou o homem bom, mas ele se meteu em muitas astúcias (Ec 7.29), assim cabe ao homem arrepender-se dos seus pecados (At 3.19) e não ficar justificando suas lambanças com a soberania de Deus. Deus não causou o pecado, Ele permitiu a entrada do pecado no mundo, porém, o causador do pecado foi o homem e não Deus, o mesmo afirmou que maldita ficou a terra por causa do homem (Gn 3.17). O seu pecado nem é causado pela soberania de Deus, nem pelo diabo, muito menos pelas circunstâncias, você é o único responsável pelo seu pecado. Arrependa-se dos seus pecados e Deus te perdoará.

Segundo, Deus não é Surpreendido pelo Pecado. Uma segunda verdade é que Deus já sabe antecipadamente todas as coisas, inclusive o pecado, nada surpreende a Deus, Ele não é pego de calças curtas. Deus não foi apanhado de surpresa pela Queda de Adão, pois o Cordeiro, no plano soberano de Deus, já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8), também não foi surpreendido pelo pecado dos irmãos de José, já dava indicações do que aconteceria, dando relances por meio dos sonhos de José: Primeiro, sonhou que ia com os seus irmãos ao campo e os feixes dos onze irmãos se dobravam ante o seu (Gn 37.5-8), depois sonhou que o sol, a lua e onze estrelas se dobravam ante ele (Gn 37.9-10); Segundo, os seus irmãos o venderam (Gn 37.25-28), ele chegou lá como escravo e depois chegou a ser governador do Egito, no Egito eles tiveram que se dobrar diante dele e os seus sonhos se cumpriram (Gn 42.9), lá eles lembraram do que haviam feito a José, porém, antes deles fazer Deus já sabia. Semelhantemente aconteceu conosco, Deus já sabendo que iríamos pecar deixou ferramentas para que pudéssemos ter o nosso pecado perdoado, tais como: Pregação fiel da Escritura, Exercicio fiel da disciplina, Ministração fiel dos sacramentos, eu não sei como você se sente, mas, saiba que nada acontece fora do controle de Deus, até uma folha de uma árvore ou um fio de cabelo só cai ou muda de cor com a sue permissão. Talvez você pergunte: Se Deus sabia que Adão iria pecar, porque permitiu? A resposta é simples, Deus criou o homem como um ser moral responsável, aqui é a parte tensa da teologia: Deus é soberano e o homem é responsável por tudo que faz, as duas doutrinas andam juntas sem que uma anule a outra. Há uma teologia fajuta no mercado afirmando que Deus não sabia do pecado de Adão, nem do genocídio de Hitller na Alemanha, muito menos do tsunami na Ásia, esta teologia cria um “deus” sem onisciência e sem poder, nós cristãos cremos que nada surpreende a Deus nem o pecado, até existem pessoas que já foram pronunciados para a condenação, porque Deus já sabia que iriam viver pecando, antes mesmo que pecassem, antes mesmo de pronunciarmos uma palavra, Deus já sabia que iríamos dizê-la (Sl 139.1-4). Diz a Confissão de Fé de Westminster que: “Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória”. Deus conhece o passado, presente e futuro. Ele é soberano e nos surpreende, porém, jamais podemos pegar Ele de surpresa.

Terceiro, Deus Transforma o Mal pretendido em bem realizado
O pecado é uma transgressão contra a Lei de Deus (I Jo 3.4), Ele não deixará o culpado passar por inocente (Na 1.3), Deus é justo e pedirá contas de todas as obras dos seres humanos. A justiça de Deus possui uma lógica, ou seja, Ele julga com justiça os que pecam contra Ele, porém, o seu poder é infinito e ilógico, pois Ele pega uma atitude errada e a transforma para a sua glória, como fez com a atitude dos irmãos de José, eles venderam José por inveja e ódio (Gn 37.4), mas Deus usou este mal que fizeram e o transformou em bem, conservando todos os seus algozes e suas famílias com vida (v.20-21). Que poder é este meu irmão! ALELUIA! Talvez você esteja desanimado com as lutas e decepções que as pessoas te fazem passar, Deus pode transformar este mal em bem, Ele pode usar tudo isto para te aproximar de Cristo. Caso semelhante foi a morte de Cristo, pois homens mataram Ele por inveja (Mt 27.18), eles cometeram um grande mal, porém, Deus já havia decretado que pela morte do seu filho salvaria o pecador, os homens pensavam que estavam que estavam acabando com Cristo, porém, Deus transformou aquele mal em um bem eterno para a humanidade que é a salvação (Jo 11.49-52). O império romano prendeu Paulo e naquela prisão ficava em turnos de doze horas soldados algemados no apóstolo, o resultado é que toda a guarda pretoriana ouviu o evangelho de Cristo, ao ponto de depois Paulo enviar uma saudação aos irmãos da casa de César (Fp 4.22). Deus transforma o mal em bem! Ele faz que a face carrancuda das circunstâncias em uma face sorridente da sua providência! Outro personagem que experimentou a bondade de Deus em meio ao caos foi João, o apóstolo, o imperador Domiciano, querendo calar a última voz dos apóstolos de Cristo, o exilou na ilha do Mar Egeu chamada Patmos, parecia que tudo era sombrio, cheio de negras nuvens e de maneira irremediável, o fim do cristianismo, mas lá na ilha da prisão, Deus revelou a vitória da Igreja (Ap 22.14). Deus transforma mal em bem! O mal que pensam fazer contra você, Deus pode transformar em bem. Creia nisso!

Concluindo, gostaria de falar que Deus na sua onisciência e poder já sabia do pecado dos irmãos de José contra ele, mas Deus já havia ordenado transformar a situação para a sua glória e para preservar o seu povo. O senhor de maneira muito sabia, justa e santa, Deus preordenou todos os acontecimentos da história, mas Ele não é autor do pecado, não criou o homem com nódoa, mas com seu coração limpo e com a sua vontade livre para fazer o bem ou o mal; porém, este homem por seu próprio querer decidiu fazer o que Deus havia proibido. Um grande mistério é que Deus já sabia que o homem iria pecar, mas mesmo assim o criou, Deus permite o pecado no mundo porque ele quer que, para sua glória, vidas sejam restauradas, lembre-se que onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm 12.20), não há pecado maior que a graça de Deus. Se você estiver vivendo em pecado, Ele pode hoje mesmo transformar a tua vida e o que parecia morte, vai estar cheia de vida

AUTOR: Veronilton Paz da Silva – Presbítero Licenciado pelo PRVP; Missionário Presbiteriano na Cidade de Sumé-PB; Bacharel em Teologia, Licenciatura Plena em Língua Portuguesa pela UEPB; Formação Presbiteriana de Evangelista/Missionário pelo CPO/IBN e CEIBEL; Pós – Graduando em Estudos Teológicos pelo CPAJ/Mackenzie.


terça-feira, 29 de novembro de 2016

MANÁ DIÁRIO (JO 3.3-8) - LIC. VERONILTON PAZ DA SILVA

TEXTO: JOÃO 3.3-8
[3] A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. [4] Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? [5] Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. [6] O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. [7] Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. [8] O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.

VOCÊ JÁ NASCEU DE NOVO?
Metamorfose significa mudança, é a transformação de um ser em outro, como no caso da lagarta que entra em um casulo e depois do processo se torna em borboleta, de uma forma em outra. No sentido figurado metamorfose é a mudança considerável que ocorre no caráter, no estado ou na aparência de uma pessoa. É a transmutação física ou moral. Esta metamorfose na vida cristã se chama novo nascimento ou regeneração, o desafio para todos nós é se de fato já passamos por esta experiência, para isto expomos o tema acima e dele extrairemos algumas lições, que serão exauridas abaixo.

Primeira, só faz parte do reino de Deus quem experimenta o novo nascimento. O apostolo João aqui trata sobre o novo nascimento, sobre este tema escreveu: “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”(v.3), este termo equivale a um outro chamado de “regeneração”, sem que um homem passe por esta ação em seu coração, ele não pode fazer parte do reino de Deus, ou seja, alguém que ainda não foi regenerado não é salvo e não vai morar no céu com Jesus. Você já tem certeza de que vai morar no céu com Jesus? Se você ainda não tem esta certeza, precisa urgentemente “nascer de novo, ou seja, ser regenerado. Este processo da regeneração é do mesmo tipo da metamorfose que acontece com a lagarta, antes um animal não muito atrativo, depois que entra no casulo passa um período de transformação, saindo agora é uma linda borboleta como citado acima. Isto é o que Deus faz na vida do ser humano, transforma o seu interior e lhe torna apto para entrar no reino dos céus. O homem que nasce de novo não Irá mais viver longe de Deus, pelo contrário, seu prazer estará em se aproximar de Deus e buscá-lo sempre. Agora ele irá ter um desejo ardente pelas coisas de Deus como meditar na sua Palavra (Sl 1.2), viver uma vida intensa de oração (I Ts 5.17), afastar-se daquilo que pode separá-lo de Deus – pecado (Is 59-1-2) e procurar uma igreja séria para congregar (Hb 10.25). Você tem prazer pelas coisas de Deus? Ou será que o seu desejo é pelos prazeres que o mundo oferece. Lembre-se que somente pode entrar no reino de Deus aquele que experimentar o novo nascimento, ou seja, aquele que o seu prazer está em Deus e não nas praticas pecaminosas. A mente humana não compreende esta ação de Deus e por vezes confunde-a com ações humanas, veremos isto no intervalo abaixo.

Segunda, Só entende das coisas de Deus quem experimenta o novo nascimento. Depois de ouvir esta verdade sobre a necessidade do novo nascimento, um mestre de teologia em Israel chamado Nicodemus não entendeu nada e achou que Cristo estava falando em novo nascimento físico, vejamos suas palavras: Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?”(v.4), aquele homem estava imaginando um nascimento físico, Cristo falava de um nascimento espiritual, a ação de Cristo é de dentro para fora, muitas pessoas mudam as vestes e o coração continua podre, pregam um evangelho fajuto baseado em ordenanças, Cristo não está falando em questões físicas, mas espirituais. Há um ensinamento errôneo que afirma ser este novo nascimento uma reencarnação, porém, aqui já é refutada pela resposta seguinte esta doutrina falsa, Jesus estava falando de novo nascimento em vivos e não em mortos, afinal, o apostolo Pedro fala: “Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (I Pe 1.23), se estivesse tratando de varias reencarnações ele não poderia usar o termo no pretérito perfeito pelo fato de ser um fato consumado, ele teria que dizer “estais sendo regenerados”, mas não foi isso que ele falou, porque regeneração não é nascimento físico, mas espiritual em pessoas vivas que foram alcançadas pela graça de Deus. O ser humano de alguma forma tenta adequar a Palavra de Deus à sua mente, mas a mente humana é que deve se adequar à Santa Lei de Deus. Nicodemus estava errado ao pensar que novo nascimento (regeneração) seria nascimento físico, pois os que nascem de novo não dependem da vontade do homem, da carne, mas somente da vontade de Deus, conforme João mesmo responde: “Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.13), o novo nascimento não é algo físico realizado pelo homem, mas espiritual e realizado por Deus, por meio da operação do Espírito Santo, em pessoas vivas, sobre isto falaremos mais um pouco abaixo.

Terceira, só aquele que é trabalhado pelo Espírito Santo experimenta o novo nascimento. O Espírito Santo tem um papel importante na regeneração, conforme João Calvino, o teólogo do Espírito Santo, depende da ação da Terceira Pessoa da Trindade esta ação regeneradora no ser humano, o apostolo João tratando sobre esta ação do Espirito Santo disse: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (v.5); aqui Ele está dizendo como o Espírito santo realiza esta ação, que é por meio da água, há concepções errôneas de alguns, os que são reencarnacionistas  dizem que esta água é o fluido do ventre materno ao nascer, os romanistas dizem que seria a água batismal; porém as Escrituras afirmam o contrário, esta água seria a ação do Espírito Santo por meio da Palavra de Deus (Ef 5.26), trazendo perdão (Sl 51.7), salvação (Tt 3.3-5) e transformação (Ez 36.25-27); além disso, é o Espírito Santo quem convence de pecado (Jo 16.8), testifica em nosso coração que somos de fato filhos de Deus e intercede por nós (Rm 8.26). João também traz este novo nascimento como uma ação do Espírito Santo que nos ajuda a vencer a carne, sobre isto disse que: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo” (v.6-7), outro apostolo que também falou sobre a diferença entre carne e Espírito foi Paulo ao afirmar que a lei do Espirito da vida, nos livra do pecado e da morte (Rm 8.2), para vencer as lutas da carne, as tentações que surgem precisamos da ação do Espírito Santo, ou seja, que o Espírito Santo faça uma obra em nosso coração, não é um pastor que impõe as mãos, ou regras estabelecidas pela denominação, mas é o Espírito de Deus que nos faz odiar o pecado, fugir da carne e correr para perto de Jesus, somente quem é nascido de novo vence a carne. O apostolo João agora fala de algo que choca o ser humano, a regeneração não é provocada pela vontade humana, mas pelo desejo soberano do Espirito Santo, observemos as suas palavras: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (v.8), a Terceira Pessoa da Divindade não está presa à minha, nem a sua vontade, Ele faz como quer e age da forma que bem quiser. Dizer que “o vento sopra onde quer” é apontar para a soberania do Espírito Santo, ele sopra muitas vezes onde você acha que nada pode sair, as pessoas achavam que de Nazaré não podia sair nada de bom, de lá saiu Jesus (Jo 1.46), muitos acham que de um bairro violento não pode sair nada, mas de vários lugares inóspitos ou mesmo estigmatizados pela sociedade, O Espírito Santo pode fazer algo novo acontecer. Quando se afirma “ouves a sua voz”, se está dizendo que o Espírito Santo fala conosco, Ele é uma pessoa Divina, só uma pessoa pode falar, mas Ele fala conosco pela Verdade das Escrituras (Jo 16.13), Ele é quem faz o homem nascer de novo para que este observe as Escrituras. João ainda relatou os seguintes dizeres: “mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”, a pessoa que de fato nasceu de novo vive na dependência do Espírito Santo, não quer fazer sua própria vontade, mas está sempre querendo fazer a vontade de Deus, ou seja, alguém que foi regenerado tem o desejo agradar a Deus, por isso que as igrejas devem pregar o evangelho para todos, pois não sabemos onde o Espírito Santo agiu ou agirá, dependemos Dele falando do evangelho para todos. Se você estiver neste instante sentindo seu coração arder de paixão por Jesus, é o Espírito santo te chamando para andar com Deus. Venha e dependa Dele.

Para concluir, gostaria de convidar você que já se declara de Cristo a que dependa inteiramente do Espírito Santo, pois uma evidência de alguém regenerado é justamente querer fazer a vontade de Deus. Você que ainda não fez uma aliança com Cristo, ainda não tem certeza de salvação, saiba que só pode ter salvação aquele que de fato nasceu de novo, ou seja, foi regenerado. Você já nasceu de novo? Já tem certeza que tem um lugar lá no céu? Se ainda não, entrega tua vida a Cristo neste instante e terás uma vida de paz e alegria, no porvir a vida eterna.

Oração: Senhor Deus! Gostaria de ter a vida dependente de ti, que meu viver imite o teu, que o teu Espírito habite em mim! Faz com que eu experimente a benção do novo nascimento e viva para sempre ao teu lado, em Nome de Jesus. Amém!

Autor: Autor: Veronilton Paz da Silva – Licenciado ao Ministério da Palavra pelo PRVP; Missionário Presbiteriano na Cidade de Sumé - PB; Bacharel em Teologia pelo IBHT; Licenciatura Plena em Letras – Língua Portuguesa pela UEPB; Formação Presbiteriana de Evangelista/Missionário pelo CPO/IBN e CEIBEL. Contato: cristaoreformado@gmail.com CEL: (083) 999713627


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

DEVOCIONAL MANÁ DIÁRIO - Lic. Veronilton Paz da Silva


TEXTO: MATEUS 12.20
“Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo”.

JESUS, O ESPECIALISTA EM CONSERTAR PESSOAS
Todos nós já precisamos fazer conserto em alguma coisa, seja roupas, panelas, ou outro objeto qualquer. Para isto há os especialistas em fazer tais consertos, alguns deles trabalham de maneira tal que o objeto consertado parece novo. Na questão espiritual há uma pessoa que é especialista em transformar pessoas que pareciam imprestáveis, sem valor em vasos novos e de valor, aquele que só fazia vergonha para a família, agora traz luz e alegria, Só Jesus pode fazer isto, por isso que evidenciamos o tema acima e com base neste iremos extrair algumas lições mui amabilíssimas para as nossas vidas.

Primeira, Jesus não acaba de destruir o que está quebrado, pelo contrário, Ele restaura. Jesus não veio para esmagar aquele que já está esmagado como nos diz aqui Mateus: “Não esmagará a cana quebrada [...]” (v.20a), no qual Ele atesta que Jesus na sua missão não estava destruir as pessoas, mas trazer vida e vida abundante (Jo 10.10). A figura aqui utilizada e de uma cana que está rachada que poderia ser jogada fora, mas que o dono dela decide que iria consertá-la para utilizá-la novamente, talvez seja este o seu caso meu dileto amigo, quem sabe hoje, você está se achando inútil, Jesus quer te consertar para te usar para sua glória. Algumas canas rachadas que foram jogadas fora pela sociedade, se não tivessem encontrado Jesus, estariam destruídos, como a mulher adultera que iria ser apedrejada, mas Cristo ao encontrá-la, ao invés de condenar Ele a perdoou e lhe deu uma nova chance (Jo 8.1-11). Outra cana rachada que Cristo consertou foi o homem que foi crucificado ao seu lado na cruz, aquele homem foi colocado ali por causa dos seus feitos errados, passou sua vida pecando, mas Cristo, que é fera em consertar canas quebradas, disse a Ele que naquele mesmo dia estaria com Ele no paraíso (Lc 23.39-43). Você é uma cana quebrada? Está destruído? Jesus pode te consertar hoje ainda. Creia nisto! Jesus não somente conserta, mas ele também traz animo novo ao ser humano, isto será visto nas próximas linhas

Segunda, Jesus não acaba a esperança de quem está desesperado, pelo contrário, Ele traz animo novo. Cristo traz esperança, mesmo que parece tudo perdido, você pode ver isso nas palavras de Mateus: “[...] nem apagará a torcida que fumega [...]” (v.20b), neste intervalo ele diz que Jesus não desanima quem já está desanimado, Ele anima, levanta e renova as forças. Você está desanimado, clame agora por Jesus, Ele é especialista em pegar pavios que estão se apagando, consertar e voltar a gerar luz. Talvez tudo esteja conspirando contra você, parece que está tudo escuro, parece que você está em uma tempestade que não vai passar, meu amigo e minha amiga, Jesus traz animo novo. Por traz de toda tempestade escura há uma calmaria que está por vir, por traz da face carrancuda dos acontecimentos, há a boa mão da providencia de Deus em seu favor. Levanta-te desta tua queda! Deus quer falar contigo! Ele não te esqueceu! Ele tem coisas novas e melhores para você! Algumas pessoas que eram este “pavio fumaçando apenas”, Jesus chegou para eles e eles nunca mais foram os mesmos: Bartimeu, cego mendigo se não tivesse encontrado de Jesus continuaria cego, mas Jesus o chamou e lhe devolveu a vista (Mc 10.46-52); A mulher que tinha o fluxo de sangue passou doze anos padecendo a mão de vários médicos, mas tocou no vestido de Jesus e foi curada (Mc 5.25-34), Jairo, teve sua filha morta, foi em busca de Jesus, apesar de todos não crerem no milagre, Jesus animou Jairo para que cresse e sua filha voltou à vida (Mc 5.35-43), Jesus não acaba com a esperança das pessoas, Ele renova, traz novo animo. Jesus é a nossa esperança (I Tm 1.1). Ele tem um tempo novo para você! Além de trazer conserto e animo novo, Ele veio para trazer a salvação e se alguém rejeitar esta salvação, um dia trará juízo, isto será visto no intervalo abaixo.

Terceira, Jesus não veio para julgar as pecadores caídos, pelo contrário, Ele traz salvação, seu juízo só será realizado no tempo próprio. Aqui Mateus que o seu julgamento não será agora, vejamos o trecho: “[...] até que faça vencedor o juízo” (v.20c), pois como Jesus veio aqui para salvar o mundo e não para julgar (Jo 3.17), o seu julgamento será no dia próprio, no grande dia (Jud. v.5-6), agora Jesus está em busca de salvar o pecador, como o pastor que foi em busca da ovelha perdida e não voltou da busca até que a encontrou (Lc 15.3-7), da mulher que perdeu a moeda (dracma) e não parou de procurar até que ela estava em sua mão (Lc 15.8-10), do pai que esperou o filho prodigo e só parou quando este retornou, ao invés de rejeitá-lo, o recebeu com festa (Lc 15.11-24). Jesus pode salvar todos os que se chegam a Deus por Ele e intercede sempre por eles (Hb 7.25). Se você ainda não tem certeza da sua salvação, saiba que Jesus pode te dar esta certeza hoje, pois o dia da salvação não é para amanhã, mas para hoje, hoje é o dia que você pode ser salvo (II Co 6.1-3), Ele pode consertar o teu viver e te dar a vida eterna. Porém, é nosso dever dizer que como hoje Cristo vem como teu salvador, um dia virá como Juiz para te julgar e será tarde demais para você. Você deseja receber a Cristo agora para salvação ou vai esperar Ele como Juiz para condenação? Lembre-se do que diz a bela canção “hoje cristo te quer libertar”, entretanto, se você rejeita esta salvação você será condenado. Hoje a sua salvação está perto de você, Jesus te oferece gratuitamente o acesso às moradas celestiais. O que você vai querer salvação agora ou juízo no futuro? Pare, pense e reflita.

Para concluir gostaria de dizer para você que Jesus continua sendo aquele que conserta pessoas que estão quebradas , traz novo animo e , hoje pode salvar. Você que está se sentindo quebrado sem valor, desanimado, busque a Cristo hoje e receberás do coração misericordioso, toda a força para a vida e ainda passarás a gozar a vida eterna já partir de agora, faça uma oração ao Senhor neste instante reconhecendo Ele na tua vida e lembre que “Ele não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo”.

Oração:
“Senhor Deus! Reconheço que as minhas forças não são suficientes para vencer as lutas destas vidas! Também reconheço que só o Senhor pode trazer animo para minha vida e que somente por ti posso receber a salvação. Neste momento te peço que anime a minha alma a te buscar e viver somente para ti. Peço-te tudo isto em Nome de Jesus. Amém!”  

Autor: Veronilton Paz da Silva – Licenciado ao Ministério da Palavra pelo PRVP; Missionário Presbiteriano na Cidade de Sumé - PB; Bacharel em Teologia pelo IBHT; Licenciatura Plena em Letras – Língua Portuguesa pela UEPB; Formação Presbiteriana de Evangelista/Missionário pelo CPO/IBN e CEIBEL. Contato: cristaoreformado@gmail.com CEL: (083) 999713627