sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Uma Análise Dos Cânticos Nos Evangelhos: O Magnificat E O Benedictus


 

Por Isaltino Gomes Coelho Filho 

 

Introdução


Tem havido uma ênfase muito grande no Antigo Testamento, em nossas igrejas. Esta ênfase se verifica inclusive nas pregações e nos cânticos. Isto não é mau, em si. O autor deste trabalho é professor de Antigo Testamento e disciplinas correlatas, e autor de vários comentários exegéticos de livros do Antigo Testamento e se sente bem nesta porção da Bíblia. O problema é que alguns parecem esquecer que somos cristãos, somos regidos pelo Novo Testamento, que interpreta o Antigo, que somos filhos de nova aliança, prometida em Jeremias 31.31 e concretizada na instituição da ceia do Senhor, como lemos em Lucas 22.20. Muitas práticas e posições têm sido estabelecidas sem o parâmetro do Novo Testamento. Inclusive na área do louvor e de adoração. Isto se torna problemático para a igreja. Cristo tem sido empurrado para a periferia em muitas pregações e em muitas celebrações de louvor. E, em algumas ocasiões em que é lembrado, mais se assemelha a um Cristo da nova era, uma força ou uma energia, um emblema de uma espiritualidade vaga, do que a pessoa histórica em que Deus se encarnou e esteve entre nós.

Somos filhos de Novo Testamento, cuja teologia deve nos reger. Por isto que examinar seu ensino teológico sobre o conteúdo do louvor nos fará bem. Há hinos no Apocalipse, nas epístolas de Paulo e de Pedro, bem como nos evangelhos. Fiquemos por hora com dois dos cânticos mais conhecidos do Novo Testamento, e encontrados, ambos, no evangelho de Lucas. Um é o cântico de Maria (Lc 1.47-55), chamado de Magnificat, e o outro é o cântico de Zacarias (Lc 1.68-79), chamado de Benedictus. Como é a teologia deles? Que sinalizam para os cânticos contemporâneos, em termos de conteúdo?

 

Uma Pista Já Nos Títulos


O cântico de Maria é chamado de Magnificat por causa da primeira palavra em sua redação latina. "A minha alma engrandece ao Senhor" (Lc 1.46), diz-nos o texto em português. Masmagnificat é a expressão latina para "engrandece". É um cântico que exalta a grandeza de Deus, colocando o adorador como quem reconhece e exalta esta magnificência divina. A ênfase está na grandeza do Senhor. Nada de novo, pois o Salmo 139 é uma exultação plena sobre a majestade divina em vários aspectos. Mas guarde-se isto: a ênfase não está no adorador, mas na grandeza divina. A grandeza de Deus é o motivo central do cântico. Os cânticos são para engrandecer a Deus, e não para nos sentirmos bem, embora engrandecer a Deus não nos faça mal. Mas o foco deve ser Deus. Outros aspectos são secundários.

O cântico de Zacarias é chamado de Benedictus por causa da expressão latina para "Bendito", que é a primeira palavra do cântico (Lc 1.68). Ele segue uma estrutura comum nos cânticos de Israel. O cântico bendiz a Deus pelo agir divino no presente, que é a visitação divina na pessoa do menino, mas olha para o futuro, conforme se observa nos versículos 76-79. O cântico de Maria louva a Deus por aquilo que ele é. O cântico de Zacarias louva a Deus pelos seus atos na história, tanto no passado como no futuro. A ação de Deus na história é o motivo central do cântico do pai do Batista.

Os dois motivos centrais no dois cânticos são estes: Deus deve ser louvado pelo seu ser e pela sua obra. Pelo que é, pelo que fez e pelo que fará. Devemos adorar a Deus pelo seu caráter e por suas obras. Isto não traz nada de novo e todos concordaremos com isto, mas caminhemos mais um pouco em nossas observações.

 

Um Pouco Do Conteúdo Do Magnificat


Uma análise exaustiva do cântico de Maria nos tomaria muito espaço. Nosso propósito é uma visão geral que delineie o conteúdo do primeiro cântico de louvor a Deus no evangelho. Assim procedemos.

Começando pela exaltação do ser de Deus, o cântico logo nos desvela o sentimento da adoradora. "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador" (vv. 46-47). Onde temos "engrandece", o correspondente em hebraico seria "Proclama as grandezas". "Minha alma" não deve ser entendida como a parte espiritual da pessoa, mas tem o sentido de todo o ser de Maria. Não é um ato mecânico, mas algo profundo, com todo o seu ser. O cântico traz o sentido de uma pessoa totalmente absorta em Deus, derramada diante dele, agradecida. O primeiro cântico de louvor do Novo Testamento nos mostra o sentimento do adorador. Não é uma catarse nem entretenimento, mas um profundo reconhecimento de quem é Deus e do se está fazendo. É um momento de contrição. A verdadeira adoração parte de um coração rendido e absorto em Deus. Não há estrelismo humano, mas uma glorificação de Deus.

Sem qualquer preocupação de desconstruir a figura de Maria, ressaltemos a expressão"Porque atentou na baixeza de sua serva" (v. 48). Não é um cântico de superioridade, mas de claro reconhecimento de sua humildade. O que Maria recebeu do Poderoso foi por causa de sua graça. Ele "atentou". O mérito é dele. É óbvio que nossos cânticos devem expressar nossa fé e nossos sentimentos, mas devem deixar claro que tudo que recebemos de Deus é por bondade sua e não mérito humano. Não reivindicamos nem declaramos, mas dizemos ter recebido manifestações da bondade divina. Nossos cânticos não devem exaltar o humano, mas sim o divino. Muitos "momentos de louvor" em nossas igrejas mostram que as pessoas estão usurpando o lugar de Deus no culto. Ou querendo aparecer mais que ele ou, ainda, tentando manipular as pessoas, produzindo-lhes emoções. Produzir emoções na vida do adorador é obra do Espírito Santo. E o evangelho de Jesus é tão poderoso que não precisa que pessoas sejam manipuladas para ele produzir efeitos. Basta centrar o foco em Deus. Ele faz o resto.

De uma perspectiva pessoal, o cântico se desloca. De Maria, passa a falar do próximo. Fala dos que temem a Deus (v. 50), e diz que ele agiu contra os soberbos e poderosos (vv. 51-52), elevou os humildes (v. 52), cuidou dos famintos e puniu os ricos (v. 53). Saiu da esfera do "eu" para a esfera do "eles". Um cântico que não olha apenas para si, mas inclui os demais. Louvamos a Deus pela sua bondade para conosco, mas devemos reconhecer sua bondade para com os demais. O culto não é apenas "eu e Deus". É "eu, Deus e os outros". Embora Maria parta de sua experiência muito particular, sua gravidez pelo Espírito Santo, seu louvor inclui os demais. Evitemos o intimismo e um tipo de culto que se restrinja a nós. Mesmo no momento mais pessoal de nosso louvor devemos lembrar que Deus é misericordioso para com todos os fiéis e carentes. Cânticos e culto não podem resvalar para o intimismo. Há uma mensagem para todos e não apenas para o adorador em particular. Em nossa gratidão lembremos dos irmãos. Deus não é propriedade um adorador em particular, mas é o Senhor de todos os que crêem em Jesus.

Mais uma vez o cântico se desloca. Sai do próximo para o povo na sua totalidade: "auxiliou a Israel" (v. 54). É lamentável que tantos cânticos e tantos cultos sejam excludentes de faixas etárias. "Culto jovem", por exemplo, enfatiza o adorador, não Deus, e restringe o culto a uma faixa etária. Faz triunfar o aspecto cultural sobre o aspecto teológico. O culto é um pecúlio espiritual de todo o povo de Deus, dirige-se a todo o povo de Deus, e em sua dimensão horizontal fala de todo o povo. Maria entoa um cântico que sai de sua pessoa, de sua gratidão pessoal para o reconhecimento da bondade de Deus para com todos. Um cântico que vê a totalidade do povo de Deus e não apenas os sentimentos da adoradora. Oportuna lembrança para nós! O culto público, principalmente, não pode primar pelo privatismo e pelo exclusivismo. O individualismo de um mundo sem Deus tem marcado até mesmo alguns de nossos cânticos, em que parecem existir apenas duas pessoas, o cantante e Deus. O culto é dos demais irmãos, repartimos as bênçãos com eles, e nos alegramos com eles.

 

Um Pouco Do Conteúdo Do Benedictus


Benedictus é introduzido pela declaração de que Zacarias "foi cheio do Espírito Santo, e profetizou" (v. 67). Vem com a força de ser uma declaração inspirada por Deus. Só por isto merece nossa especial atenção. "Bendito" (Benedictus) é o grego eulógetos, o mesmo termo que introduz o hino trinitariano de Efésios 1.3-14. Só é usado para Deus. Geralmente o termo está sempre celebrando um benefício especial que Deus concedeu a alguém. É um cântico que celebra uma bênção recebida.

A bênção é comunitária. Zacarias entende quem é o menino e louva a Deus pelo seu significado na história de Israel. O centro teológico do cântico é o versículo 72: "Para manifestar misericórdia a nossos pais, E lembrar-se da sua santa aliança". Esta idéia de misericórdia, que é central, se repete no versículo 78: "Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus...". As idéias principais, além da misericórdia, o hesed (amor imutável e eterno, o amor do pacto), são: salvação, liberdade, justiça e serviço. O cântico de Zacarias tem um profundo senso de história da salvação, o que é notável, sendo tão curto. A salvação não é um evento esotérico nem subjetivo. Está enraizada na história. E o Deus da história age movido pela sua misericórdia. Nossos cânticos não podem perder a historicidade da fé cristã de vista. E esta fé cristã não pode ser reduzida a meras sensações, como alguns de nossos cânticos têm feito. Isto é um empobrecimento de nosso credo.

A ação de Deus Pai na história desemboca no menino (v. 76 - "E tu, ó menino..."). É um hino cristológico. Isto se reveste de grande valor para nós. Cristo tem sido esquecido em muitos dos cânticos atuais. Somos cristãos e nosso louvor deve ser cristológico. A igreja celebra a Cristo e deve mostrar isto em seus cânticos. Precisamos cantar Cristo e a misericórdia do Pai. Porque Cristo é a maior manifestação da misericórdia do Pai. Podemos notar, sem muito esforço, que o cântico de Zacarias apresenta, na parte que trata do Pai, três divisões, no modelo de um sermão clássico: 1) Deus intervém (vv. 68-69); 2) Deus cumpre o prometido (v. 70); 3) Deus salva (vv. 71-74). A seguir, ocupa-se do menino, em quem Deus interveio, cumpriu o prometido e salva. Não é demais enfatizar isto: o cântico tem uma culminância na pessoa de Jesus. Cuidado para com nosso louvor nunca nos esquecermos de Jesus. E ele não pode ser uma vaga referência, mas o ponto culminante de nosso culto. Precisamos colocar Cristo no centro do púlpito e no centro do que cantamos.

 

À Guisa De Conclusão - A Visitação De Deus


Maria foi visitada pelo Senhor, através de seu anjo (Lc 1.26). Em seu cântico mencionou esta visitação (Lc 1.49). A idéia é expressa de maneira mais acentuada por Zacarias, em Lucas 1.68: "visitou e remiu o seu povo" e "nos há de visitar a aurora lá do alto" (Lc 1.79). A idéia de uma visitação de Deus está associada a sua entrada na história e na experiência dos homens, para libertá-los (Gn 50.24 e 26Rt 1.6). Os dois primeiros cânticos de louvor do Novo Testamento celebram a visitação de Deus. Isto deve estar presente em nossos cânticos e cultos. Nós cantamos a visitação divina. Nós cantamos a entrada de Deus na história. Nós cantamos uma fé que se enraíza na história e cuja objetividade histórica é reconhecida. Não a reduzamos a sensações e ao sentimentalismo. O nascimento virginal, o ministério de Jesus, a cruz, a ressurreição, a ascensão, todos eles são temas históricos que devem ser cantados. Os corinhos atuais (ou qualquer que seja a nomenclatura que lhes dêem) se centram mais em sentimentos do adorador e apregoam uma religiosidade vaga, a-histórica. Isto não é a fé cristã. Nosso Deus age na história. Nós cantamos a entrada de Deus na história e o fato de que ele dirige a história.

No paganismo grego, as pseudas-divindades entravam na história para se divertir e afligir os homens. No cristianismo, Deus entrou na história para salvar os homens, para dar-lhes esperança e um sentido para suas vidas. Nossos cânticos e nossos cultos devem celebrar a esperança que Jesus nos trouxe. Devem expressar nossa salvação por causa da obra de Cristo, devem celebrar o rumo de vida que a igreja tem, devem proclamar nossa esperança. Somos o povo que Deus visitou e tomou para si, e devemos celebrar isto em nossa adoração.

Com tudo isto, podemos afirmar convictamente: o culto não é uma catarse para externar emoções, nem é um momento de entretenimento espiritual para nos sentirmos bem. Cânticos e cultos devem celebrar os atos de Deus por nós e expressar nossa gratidão pela sua obra por nossas vidas. E o referencial que nunca pode ser perdido é isto: cânticos e cultos da igreja devem ser cristológicos, exaltando a pessoa de Jesus Cristo, chamando a atenção para ele, exaltando sua pessoa e seu significado na história e na nossa vida. Se perdermos Cristo de vista, nosso culto será tudo, menos culto cristão. Maria e Zacarias nos ajudam a compreender isto um pouco mais.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O BATISMO DO SALVADOR


“E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, 
também o foi Jesus; e, estando ele a orar, o céu se abriu.” 
Lc 3.21

Jesus iniciou seu ministério aos trinta anos, depois que foi batizado no rio Jordão. Por que Jesus, sendo imaculado, foi batizado, se o batismo de João era batismo de arrependimento? Por três razões, pelo menos. Primeiro, identificação. Jesus foi batizado para identificar-se conosco. O Salvador do mundo veio não apenas para estar ao nosso lado, mas em nosso lugar. Ele foi nosso representante, fiador e substituto.
Ele se fez pecado por nós. Ele carregou no madeiro os nossos pecados. Segundo, capacitação. Ao ser batizado, Jesus orou e estando ele a orar, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba. Jesus foi revestido com o Espírito Santo antes de iniciar seu ministério. Jesus foi concebido pelo Espírito, revestido com o Espírito e depois que retornou ao céu, derramou o Espírito sobre a igreja. Terceiro, confirmação. Logo que Jesus foi batizado e o Espírito desceu sobre ele, o Pai falou do céu: “Este é o meu Filho amado, em ti me comprazo”. Jesus veio do Pai, era o deleite do Pai e retornou ao Pai.

ORE

Senhor Deus, não há qualquer forma de eu ser aceitável aos teus olhos senão unicamente pelo sangue purificador de Jesus. Por isso louvado sejas pela tua obra salvadora! Em Cristo.

Fonte: LPC
 
 

O Evangelho é Jesus

  Por Ronaldo Lidório

Devido a uma influência secularista, liberal e reducionista na missiologia das últimas décadas, houve uma humanização de conceitos que necessitam de revisão bíblica. Talvez o principal seja o próprio Evangelho. Não é incomum lermos que “o Evangelho está sendo atacado no Egito” ou que “o Evangelho está entrando nos lugares distantes da Amazônia”. O que se quer dizer é que a Igreja está sendo atacada e entrando na Amazônia, manifestando que, em nossos dias, passamos a crer que a Igreja é o Evangelho. Essa equivocada compreensão cristã que iguala o Evangelho à Igreja – a nós mesmos – é ampla e popular, mas tem suas raízes em distorções bíblicas e teológicas que podem nos levar a caminhos erráticos na vida e prática cristã.
Paulo escreve aos Romanos no capítulo 1 sobre o “Evangelho de Deus” (v.1) que Deus havia prometido “pelos seus profetas nas Sagradas Escrituras” (v.2), o qual, quanto ao conteúdo, é “acerca do Seu Filho” (v.3), que é “declarado Filho de Deus em poder… Jesus Cristo, nosso Senhor” (v.4). Portanto fica claro: Jesus é o Evangelho.
Assim, se nos envergonharmos do Evangelho, estamos nos envergonhando de Jesus. Se deixarmos de pregar o Evangelho, deixamos de pregar Jesus. Se não crermos no Evangelho, não cremos em Jesus. Se passarmos a questionar o Evangelho, seus efeitos perante outras culturas e sua relevância hoje, nós não estamos questionando uma doutrina, um movimento ou a Igreja, estamos questionando Jesus.
O que Paulo expressa nesse primeiro capítulo é que, apesar do pecado, do diabo, da carne e do mundo, não estamos perdidos no universo. Há um plano de redenção e Ele se chama Jesus. O poder de Deus se convergiu nEle e Ele está entre nós.
Quando compreendemos mal o Evangelho, e o igualamos à Igreja, corremos o risco de proclamarmos denominações, igrejas locais, logomarcas e pregadores, pensando que com isso estamos evangelizando. Não há verdadeira evangelização sem a apresentação de Jesus Cristo, Sua vida, morte, ressurreição e paixão por nos salvar.
Um dos textos que mais sintética e profundamente expõe o Evangelho foi escrito por Paulo quando afirmou: “Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”. (Rm 1.16).
Em primeiro lugar, esta afirmação deixa bem claro que o Evangelho jamais será derrotado, pois o Evangelho é Cristo. Sofrerá oposição e seus pregadores serão perseguidos. Será questionado e deixarão de crer nEle. Porém, nunca será vencido, pois o Evangelho vivo, que é Cristo, é o poder de Deus.
Em segundo lugar, o Evangelho não é o plano da Igreja para a salvação do mundo, mas o plano de Deus para a salvação da Igreja. O que valida a Igreja é o Evangelho, não o contrário. Se a Igreja deixa de seguir o Evangelho, de seguir a Cristo, deixa de ser Igreja, ou Igreja de Cristo.
Em terceiro lugar, o Evangelho não deve ser apenas compreendido e vivido. Ele se manifestou entre nós para ser pregado pelo povo de Deus. Paulo usa essa expressão diversas vezes. Aos Romanos, ele diz que se esforça para pregar o Evangelho (Rm 15.20). Aos Coríntios, ele diz que não foi chamado para batizar, mas para pregar o Evangelho (1 Co 1.17). Diz também que pregar o Evangelho é sua obrigação (1 Co 9.16).
Devemos proclamar o Evangelho – lançar as sementes – a tempo e fora de tempo. Provérbios 11 nos encoraja a lançar todas as nossas sementes, “… pela manhã, e ainda à tarde não repouses a sua mão”. Essa expressão de intensidade e constância nos ensina que devemos trabalhar logo cedinho – quando animados e dispostos – e quando a noite se aproximar, o cansaço e as limitações chegarem, ainda assim não deixar de semear. Fala-nos sobre a perseverança na caminhada e no serviço. É preciso obedecer mesmo quando o sol se põe.
Jim Elliot, missionário entre os Auca do Equador na década de 50, afirmou que “ao chegar o dia da nossa morte, nada mais devemos ter a fazer, a não ser morrer”. Observemos nossa vida e lancemos a semente, cumprindo a missão.
Não importa mais o que façamos em nossas iniciativas missionárias, é preciso pregar o Evangelho. A pregação abundante do Evangelho, portanto, não é apenas o cumprimento de uma ordem ou uma estratégia missionária, mas o reconhecimento do poder de Deus.
Somos lembrados por Paulo a jamais nos envergonharmos do Evangelho que um dia no abraçou, pois não é uma ideia ou um movimento, mas uma Pessoa, o Evangelho é Jesus.
Fonte: Teologando

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Deus Escolhe Seu Povo!

Ao longo da história sempre houve uma considerável oposição às doutrinas da graça pelo fato de que estas apresentam um Deus Soberano que escolhe alguns pecadores para a salvação. Muitos simplesmente não aceitam a ideia de que Deus, o Criador, poderia escolher um povo para fazer parte de uma nova aliança em Cristo Jesus, excluindo o restante do mundo. Alguns até compreendem que estas doutrinas estão na bíblia, mas não conseguem aceita-las. Mas uma questão bastante interessante é: as críticas à doutrina da eleição são sempre direcionadas à nova aliança, e a maioria se abstém de comentar o fato de que na antiga aliança também houve eleição divina.
Esta escolha tem inicio com o patriarca Abrahão, homem que vivia na terra de Ur, imerso em meio à adoração pagã e na idolatria, sem sequer conhecer o nome de Jeová. Mas Deus, por razões insondáveis, foi ao encontro deste homem, e a partir Dele originou o seu povo, a nação de Israel. (Gênesis 12.1-3). Em outro patriarca, notamos a eleição de forma mais contundente, que é o caso de Jacó, escolhido em detrimento de seu irmão Esaú ainda no ventre de sua mãe (Gênesis 25.23). Deus, livremente, em oposição à os costumes dos homens, elegeu o irmão menor e sua descendência. Posteriormente, este fato foi arguido por Paulo (Rm 9.9-13, 18-23).
Aos olhos humanos, o povo de Israel não tinha nada de especial, pois eram menores que os cananeus, menos sábios que os egípcios e suas culturas, não eram tão antigos como os caldeus, e também não tinham uma superioridade moral, visto que apesar de todos os favores divinos, constantemente enveredavam pelo caminho da idolatria e da ingratidão. Não há explicações racionais ou lógicas para a escolha deste povo, mas somente a eleição incondicional de Deus, que os considerou seu tesouro pessoal, ainda que não houvesse mérito nenhum naquele povo pecador. (Deuteronômio 7-8a).
Deus os libertou da opressão do Egito, os conduziu miraculosamente no deserto, os deu Sua Lei, institui os sacrifícios como forma de afastar a ira Dele contra o pecado, deu-lhes vitórias sobre povos inimigos, fez diversas promessas Aquele povo, e os amou, ainda que não merecessem tal afeto divino. A eleição de Deus não foi algo frio e impessoal, o Criador Soberano, de fato, os amou. (Deuteronômio 10.14-15).
Não resta dúvida que Deus escolheu um povo para fazer parte da antiga aliança. Os que se opõem às doutrinas da graça não negam este fato. Deste modo, se Deus já procedeu desta maneira, agindo de acordo com sua vontade soberana e insondável ao eleger um povo, o que o impediria de fazer novamente na nova aliança? Nada! A soberania de Deus em salvar pecadores, está patente em todas as Escrituras. Nenhum de nós, assim como Israel, merecia tão grande misericórdia, mas ainda assim Ele nos amou de forma inexplicável. Que possamos nos deleitar nessa verdade maravilhosa, percebendo que o Deus Santo ama pecadores, os escolhe para ser seu povo, e os redime através do sangue precioso de Seu Filho Jesus.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd









ISCARIOTES DA ATUALIDADE


Por Ricardo Luiz Ferreira
“e (Judas) lhes perguntou: ‘O que me darão se eu o entregar a vocês? ’ E lhe fixaram o preço: trinta moedas de prata.” (Mateus 26.15 - NVI)
“Enquanto ele ainda falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá-lo com um beijo.” (Lucas 22.47 - NVI)
“Os homens agarraram Jesus e o prenderam” (Marcos 14.46 - NVI)
O objetivo de todo seguidor de Cristo é conduzir pessoas ao Mestre. Judas levou uma multidão até Jesus, só que com segundas intenções, visando o dinheiro que iria ganhar com tal atitude. Ele barganhou Cristo com aquela multidão; a mesma multidão que crucificou a Jesus.

Vemos na atualidade “pregadores”, “pastores”, “líderes” que, assim como Judas, conduzem multidões a Jesus, só que visando o lucro que obterão com isso. Ensinam o povo a barganhar com Cristo, ou seja, de que “quanto mais ofertarem e dizimarem, maior será a benção recebida” ou “mais rápido a vitória chegará”; ainda mais, que podem “exigir que o Senhor lhes dê”, afinal, eles fizeram a parte deles no “negócio”. E dessa forma, esses que foram levados (com um discurso charlatão) até o Bom Mestre, vão (no sentido figurado) crucificá-lo, pois "Ele os enganou", fez com que dessem o melhor de si, tanto financeiramente como emocionalmente, deixando-os frustrados e desiludidos quanto ao Evangelho.

Enquanto isso, do outro lado desse “circo religioso”, estão pastores, líderes, pregadores e cantores, que ostentam uma vida de luxo e pompa. Falam sobre liberalidade, mas vivem na ganância. Sufocam o rebanho exigindo mais dízimos e ofertas, ou cobrando cachês altíssimos para ministrarem nas igrejas. Assemelhando-se mais a “mercadores da fé” do que a ministros de Cristo. Tornam a Igreja um “negócio lucrativo”. Conduzem multidões a Cristo, através de palavras ludibriadoras, objetivando o dinheiro que ganharão em troca; multidões que na primeira decepção irão crucificar ao Senhor.

É tempo de o povo cristão refletir, é tempo de pensar, é tempo de voltar-se para a Palavra de Deus, pois só Nela encontraremos as respostas para esse momento de crise de identidade que a Igreja passa. Leia a Bíblia.

Fonte: Sigo o Caminho

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sermão Dominical do Missº Veronilton Paz (Sítio Serrote)


TEXTO: I JOÃO 5.1-5

EXÓRDIO:
A fé bíblica é conhecida como fé cristã, fé evangélica, fé dos mártires e fé universal, teologicamente chama-se de fé salvadora, ou seja, a entrega confiante em Cristo para salvação, Cristo é suficiente para a salvação do pecador, mas salva somente os pecadores que arrependidos se entregam a Ele, ainda existe a fé doutrinária que se define como o corpo de doutrinas apostólicas essenciais para os seguidores de Jesus em todas as épocas. Doutrina vem do grego Didaquê, e significa professar, ensinar, daí vem o nome professor, ou seja, alguém que preparava pessoas para professar e defender uma doutrina ou ensino.

NARRAÇÃO:
Esta carta foi escrita pelo apóstolo João, que também escreveu o evangelho de mesmo nome e ainda mais duas cartas para uma congregação pastoreada pelo mesmo e o livro da revelação (Apocalipse). O local onde foi escrita possivelmente e muito bem provável teria sido na cidade de Éfeso, com o propósito de combater a heresia gnóstica, um perigoso ensino que negava a encarnação de Cristo e dizia que “o espírito seria bom e a carne má”, os cristão poderiam amar a Deus sem importar o que praticassem por meio do corpo, afinal de contas a carne é má mesmo! O apóstolo do amor nega isso mostrando a necessidade da obediência, amor ao próximo e crença em Jesus como filho de Deus, que o tornava igual a Deus (João 5.18). Vamos trabalhar um pouco do assunto fé bíblica sob o tema proposto abaixo:

TEMA: CARACTERÍSTICAS DA FÉ VERDADEIRAMENTE BÍBLICA

  1. É PRATICADA POR ALGUÉM QUE AMA DE VERDADE. V.1-3

    1. Só ama de verdade quem é nascido de Deus. V.1a
Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é o nascido de Deus [...]”.

    1. O Objeto do nosso amor é Deus e o próximo. V.1b-2
[...] e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido”.
Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos”.

    1. Só amamos a Deus se obedecemos os seus mandamentos. V.3
Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos”.

  1. A FÉ VERDADEIRAMENTE BÍBLICA É VITORIOSA. V.4-5

    1. Esta fé vence o mundo e suas ofertas. V.4
Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”.

    1. Só tem esta fé vitoriosa aquele que crê verdadeiramente em Cristo. V.5
Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”

CONCLUSÃO:
Ao meditarmos nesta mensagem me veio uma preocupação muito grande e ficou a pergunta martelando na minha mente: Será que eu estou vivendo a fé bíblica como deveria? Orei ao Senhor que me falou pelo seu Espírito: Clama a Mim e te responderei (Jr 33.3), ao clamar me veio a resposta: Eu preciso vivenciar mais intensamente a fé bíblica. Se nós queremos vivenciar mais a fé apostólica, precisamos fazer cair as máscaras da religiosidade, e fazer como Jacó fez, disse meu nome é Jacó (enganador, trapaceiro, mentiroso), não digamos que somos os melhores, faça como Paulo que disse ser o principal dos pecadores e o menor dos apóstolos. Nesta passagem das Santas Escrituras vimos e ouvimos que a fé verdadeiramente bíblica tem algumas características que são: Só é praticada por alguem que ama de verdade, mas só ama de verdade quem é nascido de Deus, nosso amor não deve ser dirigido somente a Deus mas ao próximo, só amamos se obedecermos os mandamentos do Senhor; ainda vimos que a fé bíblica é vitoriosa, vence o mundo e suas ofertas, mas só possui esta fé vitoriosa aquele que crê verdadeiramente em Cristo. Temos de fato esta fé bíblica vitoriosa em nós? Se há dúvida, precisa ser retirada, pois a dúvida traz condenação (Romanos 14.23).Creia somente!

APLICAÇÃO:
Hino NC 93
Desafio: Viver a Fé cristã intensamente
Oração: Crescimento na Fé dos crentes e surgimento da fé nos que ainda não são.

AS BOAS NOVAS DO EVANGELHO DE JOÃO

  ESTUDO 04


A SOLUÇÃO DIVINA PARA O PECADO
 
No estudo 02 aprendemos que Deus nos ama.
No estudo 03 aprendemos que o homem é pecador e por isso está separado de Deus.
Neste estudo veremos a solução que Deus tem para o pecado, e que esta solução é Cristo.

01- O que Jesus afirmou sobre si mesmo em (14.6)?



02- Como as palavras de Jesus são diferentes das palavras de outros homens? (6.63)





03- De onde Jesus disse que veio? (16.28)





04- Cite quatro testemunhas a respeito de Cristo afirmando serem verdadeiras suas palavras.





a) 5.32,33





b) 5.37,38





c) 5.36





d) 5.39





05- Qual a grande realização de Cristo? (1.29)





06- Como Jesus morreu? (19.17,18)





07- Se Jesus não quisesse morrer na cruz, Ele poderia ter rejeitado? (10.17,18). Explique:





08- Por que Jesus estava disposto a morrer em nosso lugar? (15.12-13)





09- Qual o significado das palavras de Jesus em (19.30), ao morrer pelos pecados dos homens?

10- Se um homem rejeitar a Cristo e Suas Palavras, que essas Palavras vão fazer no último dia? (12.48)







Pense um pouco em como você tem vivido; reveja a afirmação que Cristo faz em 14.6, onde Ele diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”.





Chave de Correção


    1. João 14.6 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Ele afirmou ser o caminho a verdade e a vida, o único meio do homem chegar-se a Deus).
    2. João 6.63 “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (As palavras de Jesus falam no espírito, no coração dos homens e traz vida ao pecador, as palavras dos homens só chegam no ouvido e não mudam a vida das pessoas).
    3. João 16.28 “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai” (Veio do Pai, e vai voltar para o pai, ou seja, antes de nascer Jesus já existia no céu).
    4. a) João 5.32, 33 “[32] Outro é quem dá testemunho de mim; e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. [33] Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade” (João Batista testemunhou que as palavras de Jesus eram verdadeiras); b) João 5.37, 38 “ [37] E o Pai que me enviou, ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma; [38] e a sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou” (O pai testemunha que as palavras de Jesus, seu Filho eram verdadeiras); c) João 5.36 “Mas o testemunho que eu tenho é maior do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho de mim que o Pai me enviou” (Jesus testemunha não apenas com suas palavras, mas com suas ações que suas palavras são verdadeiras); d) João 5.39 “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim” (As Escrituras (Bíblia testemunha que as palavras de Jesus são verdadeiras).
    5. João 1.29 “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jesus é o único que tira o pecado do mundo).
    6. João 19.17,18 “[17] Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, [18] onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio” (Jesus morreu crucificado, depois de andar de Jerusalém levando a cruz até o monte Gólgota ou calvário, foi crucificado no meio de dois ladrões).
    7. João 10.17,18 “[17] Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. [18] Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (Jesus se quisesse poderia rejeitar a cruz, mas Ele morreu por nós de livre e espontânea vontade).
    8. João 15.12-13 “[12] O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. [13] Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jesus morreu por nós porque nos ama com um amor que não tem fim).
    9. João 19.30 “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Quando Jesus disse “está consumado” ele usou um termo que era usado na época quando um preso pagava a pena e era liberto, ou seja, Jesus pagou o pecado do homem e o libertou, só precisa entregar-se a Cristo).
    10. João 12.48 “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia” (A Palavra de Jesus o julgará no último dia, ou seja, aquele que o rejeita será condenado).


Ministrante: Presbítero e Missionário Veronilton Paz da Silva (83) 96790574