sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bem seguro.

Em 1992 aconteceu um acidente com um garotinho de 6 anos de idade no bairro de São Francisco, aqui em Manaus. Sua mãe conta que ele era muito "danado"; não parava. não andava, só corria. E certo dia em que foram visitar uns parentes, conversando e confraternizando-se desaperceberam-se do menino, por um momento, e ele foi até a casa da vizinha brincar com uns coleguinhas da casa ao lado. Quando sua mãe percebeu sua ausência e foi atrás do menino era tarde demais. Ouviu-se um grito. Ele fora atropelado, naquele instante, por um caminhão que vinha de ré a entrar na rua onde ele estava. Trágico. O motorista não o viu, sua mãe também não, e ele por ser muito "sapequinha" acabou sofrendo este terrível acidente.
O desespero assolou a todos que ali estavam ou chegaram ali. O motorista, inocente e desesperadamente o pegou no colo para levá-lo ao hospital, junto com sua mãe que ficou fora de si. Culpando-se na sua consciência pelo acidente, pelo descuido momentâneo.
Imagino-a, naquele instante perturbador, a falar:

- "Meu Deus!!! Meu filhinho... Meu Deus, não!!! Por quê!!!" e em lágrimas, desconsolada.

Nove meses na sua barriga, sendo bem cuidado e amado, todo limpinho e cheirosinho. Num ambiente familiar bem conservador, entretanto tudo aquilo, todo o cuidado e esforço pelo filhinho se desmoronou naquele momento.
Chegaram ao hospital com o menino, ainda vivo, e seu pai que estava trabalhando no momento do acidente chegou ao hospital desesperado, com o coração apertado, angustiado. "Onde está meu filho?" - E depois de esbravejar com a mãe do menino, sua esposa, chegaram a eles novas informações: que o estado do menino piorara. Agora ele está na UTI. É como se alguém no momento apertasse até estourar o coração dos dois. Que notícia triste. E agora, dizia a mãe. O pai tentando consolá-la, mas ele mesmo, estava desconsolado. Eles não conheciam o Senhor Deus.
E depois de tanto esforço dos familiares correndo atrás de recursos financeiros, atrás de bancos de sangue. Até atrás de médico, pois naquele momento não tinha médico de plantão, foram às pressas convocar um em outro hospital. Angústia. Depois de tanta angústia o menino, quase à  beira da morte, foi operado, porém o próprio médico não iludiu os pais. Não lhes garantiu a vida do menino. Muito menos sua recuperação.
Contudo, o menino resistiu, se recuperou, voltou à vida. E aos seus 13 anos de idade ele creu no Senhor e O serve até hoje. Junto com seus pais. O pai é presbítero na Igreja Presbiteriana.

Longa história, não é?! Interessante? Talvez. Para mim, pessoalmente, é uma experiência que jamais esquecerei, pois o menino sou eu.

Minha intenção é fazer uma série, simples, porém de sentido completo a respeito das contradições que a doutrina da predestinação e preterição causam. Como já disse a respeito dos dois assuntos AQUI e AQUI falarei sobre o fato de Deus não nos abandonar. Uma vez salvo, sempre salvo. Não há possibilidade de perdermos a salvação.

Gostaria de considerar esse assunto segundo as palavras de Jesus que encontram-se em João 6.37 que diz:

"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora."


1.Se Ele me der, então virá a mim.

Que belas palavras de vida!!! Não quero usar o exemplo de minha história pessoal acima descrita como parâmetro de que Deus usa esses meios para levar alguém a crer, a se submeter à sua vontade revelada, à fé. E, não quero dizer que usou comigo. Quero dizer, porém, que aquele que o Pai deu ao seu Filho Amado chegará às suas mãos. E, como que através de um milagre, Deus o Pai, me entregou ao Seu Filho. Apesar de toda incredulidade e deseperança, até dos meus próprios familiares.
E melhor que isso é saber que Deus o Filho não me lançará fora.

Será que as palavras de Jesus não tiveram sentido diante dos anseios da multidão que o seguia? Certamente tiveram sentido. No início deste capítulo 6 João nos revela que o Senhor Jesus realizara dois milagres: a multiplicação de pães e peixes e andou sobre o mar. No primeiro a multidão estava presente(6.2,5,10,14), no segundo milagre só os discípulos(6.16).

A multidão no dia seguinte procurou Jesus que fora para Cafarnaum e não o encontrou mais. E, tendo partido dali, foram para Cafarnaum e o encontaram ali. Porém, a recepção de Jesus não foi bem o que eles esperavam, talvez.
Por que disse acima que a recepção de Jesus não era bem aquilo que eles esperavam? Pelo simples fato de que o Senhor sabia qual era o verdadeiro interesse deles, a barriga.(interessante que esses aqui não estavam nem empolgados com milagres, mas com o efeito do milagre, muita comida).
No verso 26 Jesus diz que eles o procuravam não porque viram sinais, mas porque tinham se fartado com o alimento.


A ênfase de Jesus é clara em cima de sua palavra e sua obra:

  • A Obra de Deus: Jesus disse a eles que a obra de Deus que eles teriam de realizar era crer n'Ele.(6.29)(ênfase na palavra de Deus)
  • Sinal: Eles queriam um sinal para crer em Jesus(será que não foi suficiente a multiplicação de pães e peixes?!) e o Senhor Jesus disse que maior que a multiplicação de pães e peixes, maior que o maná do deserto, maior que tudo isso era Ele, pois Ele era o Pão da Vida(6.35).
Existe uma espécie de progressão no texto. Primeiro, eles queriam comida.(v.26), depois, realizar obras e ver Jesus realizá-las(28-30), mas o destaque de Cristo é em cima daquilo que é permanente. Não trabalhai pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, disse a eles. Não se enganem com os sinais, o verdadeiro sinal Sou Eu, eu sou o Pão da Vida. E, continuamente Jesus os ensinava, ensinava e ensinava. E, chega ao verso 36 e diz: eu já vos disse, porém, não me credes. Entre o verso 36 e 37 é como se ele fizesse uma pergunta que nós não ouvimos(não estou dizendo que Jesus disse isso), sabe por que vocês não creem?! E ele responde no verso 37: Porque todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e se vocês não vêm a mim é porque o Pai não me deu vocês. Mais uma vez percebemos a presença das doutrinas da predestinação e preterição. Depois de ter abordado de forma panorâmica o contexto da passagem em questão, gostaria de entrar no mérito do versículo, propriamente dito. Avaliando não só o versículo isolado, mas também os seguintes. Então vamos lá.

2. De modo nenhum o lançarei fora.

Neste momento, mais do que nunca, fica mais fácil de entender o porquê de minha história no início do post.
O Senhor Deus quis me preservar. Apesar de todas as dificuldades Ele foi abrindo portas que estavam trancadas e solucionou problemas que ninguém poderia resolver. Tudo isso para que um dia eu viesse a crer no Seu nome. Diametralmente oposto a isso, há aqueles que nascem num lar cristão, rodeado de princípios bíblicos e pessoas boas, mas que jamais conhecerão o Deus verdadeiro. Há também aqueles que buscam na religião algum tipo de contentamento físico, financeiro, familiar e até espiritual, porém nunca chegam a lugar nenhum, aliás, até chegam, contudo não é bem o que buscavam.

  • Uma certeza: O Senhor Jesus nos garante a certeza da salvação. 
O Senhor Jesus foi um servo obediente. Não julgou como usurpação o ser igual a Deus, se esvaziou e assumiu a forma humana. Nasceu numa manjedoura, veio de uma família humilde e cresceu num contexto de muita dificuldade. Começou seu ministério pregando o evangelho, curando os enfermos, libertando os cativos, restaurando a vista aos cegos e apregoando o ano aceitável do Senhor. Fazendo o bem o todos.
E o que isto lhe custou?
A morte.
Que morte?
A morte de Cruz.
Ele sofreu, foi escarnecido, foi humilhado, dele não fizeram caso. Torturaram o manso e humilde Senhor dos Céus e da Terra. E o crucuficaram e mataram o Autor e Consumador da vida.
Ele não sabia disso?
Sabia, sim.
Ele evitou todo esse sofrimento que o aguardava?
Não, Ele o enfrentou.
Por quê?
Porque Ele considerou a vontade do seu Pai superior a tudo.

A vontade do meu Pai é que nenhum eu perca de todos os que me deu.
Se Ele passou por tudo aquilo para obedecer a vontade do Pai, por que Ele falharia aqui?!
Ele não veio fazer sua própria vontade, mas a d'Aquele que o enviou.


Neste momento gostaria de citar a CFW* que diz:


"Ainda que os hipócritas e os demais não-regenerados possam iludir-se vãmente com falsas esperanças e carnal presunção de se acharem no favor de Deus e em estado de salvação, esperança essa que perecerá, contudo os que verdadeiramente crêem no Senhor Jesus e o amam com sinceridade, procurando andar diante dele em toda a boa consciência, podem, nesta vida, certificar-se de se acharem em estado de graça; e podem regozijar-se na esperança da glória de Deus, essa esperança que jamais os envergonhará."(a parte sublinhada não se encontra no texto, ênfase minha)

Fé e Boas Obras evideciam o verdadeiro cristão. O verdadeiro filho de Deus.
Não quero fugir ao assunto, que é o fato de Jesus nos garantir a salvação, porém o testemunho da mesma nos é dado pelo seu Espírito, o Penhor da nossa herança. O Selo da nossa Salvação.
Quando Deus, o Pai nos dá ao seu Filho Jesus nesse momento somos salvos. E essa salvação é uma garantia eterna que pocede de um Deus que é imutável e que não pode falhar. A salvação e muito menos sua preservação são realidades que o homem não pode interferir, que nada pode destruir. Deus está no controle.

Não nos enganemos, nem tudo que reluz é ouro!!!
Nem todos podem ser salvos. Existe um personagem bíblico que todos conhecemos, Judas Iscariotes.
Ele andou com o Senhor. Fez tudo o que era de caráter cristão, porém morreu sem Cristo.
Como muitos por aí que dizem: Senhor... Senhor... e o Senhor dirá: Nunca vos Conheci.
Ora, você está dizendo que o cristão pode perder a salvação, André?! Mas você não disse que a salvação é uma garantia eterna, que não falha?! A Salvação em Cristo nunca nos envergonhará.
O exemplo de Judas e tantos outros que há na história e no mundo são histórias daqueles que pensam estar em Cristo e não estão. Deus os entregou, entregou não a Cristo, mas às suas próprias cobiças, desejos, pecados; são reprovados, réprobos. O Senhor não os amou.

Encerro por aqui. Gostaria de deixar um texto para nossa meditação:

          "Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão." 1 Jo 3.7-10



Notas.

*Confissão de Fé de Westminster, Da Certeza da Graça e da Salvação, capítulo XVIII, inciso I.

O Evangelho e a Lei

Tullian Tchividjian (entrevistado por Justin Taylor)
Tullian Tchividjian
Pergunta: O evangelho é uma via média entre o legalismo e o total descaso para com a lei?
Tullian Tchividjian: Este parece ser um engano comum na igreja hoje. Eu ouço as pessoas dizerem que há dois perigos de igual risco que os cristãos precisam evitar: legalismo e antinomismo (ausência de lei). Legalismo, segundo eles, ocorre quando você focaliza demais na lei, ou em regras. Antinomismo, eles dizem, acontece quando você focaliza demais na graça. Então, para manter o equilíbrio espiritual, você tem que equilibrar lei e graça. Legalismo e antinomismo são apresentados tipicamente como dois fossos, um em cada lado do Evangelho, que nós devemos evitar. Se você começa recebendo muita lei, você precisa equilibrar isso com graça. Muita graça, você precisa equilibrar com lei. Mas eu passei a acreditar que este jeito "equilibrado" de moldar o assunto pode nos impedir inconscientemente de realmente entender o evangelho da graça em toda sua profundidade e beleza.
"Eu creio que é teologicamente mais preciso dizer que há um inimigo primário do evangelho - legalismo - mas ele vem em duas formas."

Pergunta: Como você abordaria o assunto, então?
Tullian Tchividjian: Eu creio que é teologicamente mais preciso dizer que há um inimigo primário do evangelho - legalismo - mas ele vem em duas formas.
Algumas pessoas evitam o evangelho e tentam "se salvar" mantendo regras, fazendo o que lhes disseram para fazer, mantendo os padrões, e assim por diante (você poderia chamar isso de "legalismo de linha de frente").
Outras pessoas evitam o evangelho e tentam "se salvar" quebrando as regras, fazendo tudo que elas querem, desenvolvendo seus próprios padrões autônomos, e assim por diante (você poderia chamar isso de "legalismo de retaguarda").

Pergunta: Assim a escolha fica entre submeter-se à regra de Cristo ou submeter-se à autonomia?
Tullian Tchividjian: Certo. Há duas "leis" pelas quais podemos escolher viver, diferentes de Cristo: a lei que diz que "posso achar liberdade e abundância de vida guardando regras" ou a lei que diz que " posso achar liberdade e abundância de vida quebrando as regras."
Ambas são legalistas neste sentido: uma "regra de vida" tem como sua meta guardar regras; a outra "regra de vida" tem como meta a quebra de regras. Mas ambas são uma regra de vida a qual você está se submetendo - uma regra de vida que está te dirigindo - que é definida por você e por sua habilidade de desempenho. O sucesso é determinado pela sua capacidade de quebrar ou manter as regras. De qualquer forma você ainda está tentando "salvar-se" a si mesmo, o que significa que ambas são legalistas porque ambas são projetos de auto-salvação.
Se a maioria das pessoas fora da igreja é culpada de legalismo "quebre as regras", a maioria das pessoas dentro da igreja é culpada de legalismo "cumpra as regras".

Pergunta: O que você diz para pessoas que pensam que nós precisamos "manter a graça sob controle" distribuindo alguma lei?
"Quanto mais Jesus é exaltado como sendo suficiente para nossa justificação e santificação, mais nós começamos a morrer para nós mesmos e viver para Deus."
Tullian Tchividjian: Fazer assim prova que nós não entendemos a graça e rompemos com o avanço do evangelho em nossas vidas e na igreja. Uma disposição do tipo "sim, graça... mas" é o tipo de postura que mantém o moralismo rondando a igreja. Alguns de nós achamos que o único modo de manter pessoas licenciosas sob controle é dando-lhes a lei. Mas o fato é que o único modo pelo qual pessoas licenciosas começam a obedecer é quando elas experimentam a aceitação radical de pecadores por parte de Deus. Quanto mais Jesus é exaltado como sendo suficiente para nossa justificação e santificação, mais nós começamos a morrer para nós mesmos e viver para Deus. Os que acabam obedecendo mais são aqueles que crescentemente entendem que a posição deles com Deus não está baseada na obediência deles, mas na de Cristo.

Pergunta: Mas os cristãos não precisam ser sacudidos para saírem de suas zonas de conforto?
Tullian Tchividjian: Sim. Mas você não faz isso dando-lhes lei; você faz isto dando-lhes o evangelho. O Apóstolo Paulo nunca usa a lei como uma forma de motivar a obediência; ele sempre usa o evangelho. Paulo sempre satura as obrigações do evangelho em declarações do evangelho porque Deus não está simplesmente preocupado com um tipo qualquer de obediência; Ele se preocupa com um certo tipo de obediência (como ilustrado pelos sacrifícios de Caim e Abel). A obediência que agrada a Deus é a obediência que flui da fé - fé naquilo que Deus já fez e confiança naquilo que ele fará no futuro. E embora nós devamos obedecer até mesmo quando não nos sentimos dispostos, obediência de longo prazo, contínua, sincera, ao evangelho só pode vir da fé e da graça; não do medo e da culpa. Conformidade de comportamento, sem a mudança de coração que só o evangelho pode fazer, será superficial e de curta duração. Ou, como eu gosto de dizer, imperativos menos indicativos é igual a impossibilidades.

Pergunta: Então você acha que a lei não tem - ou não deveria ter - mais nenhum papel na vida cristã?
"O poder para obedecer vem de ser movido e motivado pela obra completa de Jesus por nós. O combustível para fazer o bem vem daquilo que já foi feito."
Tullian Tchividjian: Não. Apesar da lei de Deus ser boa (Romanos 7), só tem o poder de revelar o pecado e mostrar o padrão e imagem do requisito de integridade, não de remover o pecado. A lei nos mostra o que Deus ordena (o que, evidentemente, é bom), mas a lei não possui o poder para nos permitir fazer o que ela diz. Você poderia colocar isso deste modo: a lei guia, mas não dá. Em outras palavras, a lei mostra para nós como é uma vida santificada, mas não tem poder santificador. A lei não pode mudar um coração humano. É o evangelho (o que o Jesus fez) que pode nos dar o ânimo a obedecer de uma forma que honra a Deus. O poder para obedecer vem de ser movido e motivado pela obra completa de Jesus por nós. O combustível para fazer o bem vem daquilo que já foi feito. Portanto, enquanto a lei nos guia, só o evangelho pode nos dirigir.

Pergunta: Você é mestre em pintar bons quadros com palavras. Tem algum para isto?
Tullian Tchividjian: Bem, alguém me falou recentemente que a lei é como um conjunto de trilhos de via férrea. Os trilhos não provêem nenhuma energia para o trem, mas o trem tem que ficar nos trilhos para funcionar. A lei nunca dá poder algum para fazer o que ela ordena. Só o evangelho tem poder para, por assim dizer, mover o trem.

Pergunta: Mas a Bíblia não nos motiva dizendo que se nós amamos Jesus nós guardaremos os seus mandamentos?
Tullian Tchividjian: Quando João (ou Jesus) fala sobre guardar os mandamentos de Deus como um meio para saber se você ama Jesus ou não, ele não está usando a lei como um meio para motivar. Ele está simplesmente declarando um fato. Aqueles que amam a Deus continuarão guardando os seus mandamentos. A pergunta é como guardamos os mandamentos de Deus? O que sustenta uma obediência prolongada na mesma direção? De onde vem o poder de fazer o que Deus ordena? Como todo pai e professor sabem, conformidade comportamental a regras sem mudança de coração será superficial e efêmera. Mas superficial e efêmero não é o que Deus quer (isso não é o que significa "guardar os mandamentos de Deus"). Deus quer uma obediência contínua do coração. Como isso é possível? Obediência motivada pelo evangelho, de longo prazo, contínua, só pode vir da fé naquilo que Jesus já fez, não do medo do que nós temos que fazer. Parafraseando Ray Ortlund, qualquer obediência não fundamentada no evangelho ou motivada pelo evangelho é insustentável.

Pergunta: Você acredita no assim chamado "terceiro uso da lei"?
Tullian Tchividjian: Sim. Eu sou um crente convicto nos três usos da lei (pedagógico, civil e didático). A lei nos remete a Cristo para justificação (o primeiro uso, que está correto), mas alguns também diriam que Cristo nos manda de volta para a lei para santificação (uma forma equivocada de entender o terceiro uso). Em outras palavras, há um engano comum na igreja que diz que enquanto a lei não pode justificar, ela pode nos santificar. Não é verdade. Em Romanos 7, Paulo está falando como um cristão justificado, salvo, regenerado e ele está dizendo: "A lei não tem o poder de me transformar. A lei guia mas não dá poder algum para fazer o que diz". Portanto, eu gostaria de prevenir as pessoas de concluir que o terceiro uso da lei insinua que ela tem poder para transformar. Dizer que a lei não tem nenhum poder para nos transformar, de forma alguma reduz seu papel contínuo na vida do cristão. E não minimiza em absoluto a importância do terceiro uso da lei. Nós só precisamos entender o papel preciso que ela exerce para nós hoje: a lei serve para nos tornar gratos por Jesus quando nós a quebramos e serve para nos mostrar como amar a Deus e aos outros.

Pergunta: Como você reduziria a sua preocupação a uma sentença?
Tullian Tchividjian: Nós somos justificados somente pela graça, mediante a fé somente, na obra acabada de Cristo somente, e Deus nos santifica trazendo-nos constantemente de volta à realidade da nossa justificação.


Fonte: Extraído do blog de Tullian Tchividjian no Gospel Coalition.
Extraído do site www.bomcaminho.com

quinta-feira, 5 de maio de 2011

ARTIGOS DE FÉ DA GERAÇÃO REFORMADA





 Geração Reformada é um projeto de Evangelização 
de Jovens e Adolescentes na cidade de Marabá-PA.
ARTIGO 1º

 1. A Geração Reformada afirma que a Escritura é a palavra de Deus, inerrante, infalível e autoritativa. Cremos que ela é a única fonte autorizada da revelação divina escrita, e é a única que deve constranger a consciência do Cristão.
2. Cremos definitivamente que a Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e que ela é o padrão pelo qual toda doutrina e comportamento humano deve ser avaliado.
3. Cremos que os únicos pregadores que devem ser ouvidos no seio da comunidade evangélica são aqueles comprometidos com a Verdade do Evangelho apostólico.
4. Cremos que os Apóstolos, conforme Gálatas 1.8 e 9[1], tinham um teste para se avaliar se a mensagem era confiável ou falsificada; este teste tem a ver com a procedência apostólica do evangelho. Ou seja, a Verdadeira mensagem do verdadeiro evangelho é aquela que está em harmonia com o evangelho que os apóstolos de Jesus Cristo pregaram. Assim, está estabelecido que toda pregação deve estar fundamentada neste crivo absoluto, caso contrário ela é falsa.
5. Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, pois confiamos apenas na Palavra da Verdade do Evangelho, à qual nossa consciência deve permanecer cativa, conforme nos ensinou o grande reformador do século XVI Martinho Lutero.
6. Negamos que o Espírito Santo fale independe ou contrário ao que já está exposto na Bíblia. Desta maneira estabelece-se que o crivo da verdade é a Palavra da Verdade do Evangelho e não a experiência pessoal de cada ser humano. Por esta razão, nenhum cristão da geração reformada deve ficar impressionado com aspectos exteriores de determinados pregadores. Se ele não abraça o sola scriptura dos apóstolos do Século I e dos reformadores do século XVI, então esse homem não tem palavra entre os santos e é um falso profeta. Seja ele teólogo formado em Marabá, Teresina, São Paulo, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Minas Gerais ou nas renomadas universidades americanas e européias; se nos trouxerem um evangelho diferente daquilo que foi pregado pelos santos apóstolos e que se encontra registrado na Bíblia Toda deve ser recusado e denunciado como abominação aos olhos do Deus Eterno.
7. Finalmente, reafirmamos juntamente com os reformadores do século XVI que o crivo do nosso julgamento não é o pastor, não é o bispo, não é o Papa e nem os falsos apóstolos de nossos dias. Nossa mente hoje, no século XXI, permanece cativa da Palavra. Nós não acreditamos nem no papa nem nos concílios exclusivamente, visto que está claro que os mesmos erraram muitas vezes e se contradisseram a si mesmos. A nossa convicção vem das Escrituras a que nos reportamos, e nossa consciência está presa à palavra da Verdade do Evangelho de Deus. Portanto, não podemos abrir mão deste artigo, porque é maléfico e perigoso agir contra a consciência”[2]. Portanto, nossa primeira tese é: Sola Scriptura!



[1] Gálatas 1.8-9: Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema”.
[2] Palavras ditas por Martinho Lutero na Assembléia de Worms. 
Fonte:  www.vancunha.blogspot.com

Pornografia infantil: ex-bispo se declara culpado

Um ex-bispo canadense de 70 anos acusado de importação e posse de pornografia infantil declarou-se culpado nesta quarta-feira em Ottawa, informou uma rede de TV pública do Canadá.
Raymond Lahey, que renunciou em setembro de 2009 ao seu cargo de bispo da diocese de Antigonish na Nova Escócia (no leste canadense), foi traído pelo material encontrado em seu computador.
Uma investigação detalhada permitiu descobrir na memória de seu computador pessoal e em outras unidades de armazenamento um grande número de fotografias de garotos, alguns dos quais teriam entre oito e dez anos, segundo estimativas da polícia.
Pouco antes de sua detenção no aeroporto, Lahey havia negociado um acordo amistoso de 15 milhões de dólares em perdas e danos para as vítimas de abuso sexual cometidos por seus sacerdotes. A Igreja Católica não cobriu seus gastos jurídicos.
O bispo também enfrenta acusações por abusar de um residente de um orfanato em princípios dos anos 80. O orfanato Mount Cashel em Saint John, Newfoundland (leste), foi fechado nos anos 90 assim que foi revelado que o então bispo abusou sistematicamente de cerca de 300 residentes ao longo de várias décadas.

Notícias Cristãs com informações da AFP

SOU ÉTICO! Cito as fontes. Copiado do Site Notícias Cristãs. Link Original: http://news.noticiascristas.com

terça-feira, 3 de maio de 2011

ESTUDOS CALVINISTAS - João Calvino Falando Português

João Calvino Falando Português

Valter Graciano Martins

Sem a menor sombra de dúvida, este é o tempo em que João Calvino se põe a falar nosso idioma, através da tradução de suas obras. Após um século e meio de fé evangélica no Brasil, em apenas duas décadas suas obras proliferam de modo inusitado, quando antes pouquíssimos criam na validade de tal empreendimento.
Duas versões evangélicas das Institutas, uma versão secular delas, dezenas e mais dezenas de comentários e tratados, já traduzidos e em preparação, e um volume de suas correspondências. Certamente, se os vários tradutores de suas obras escrevessem sobre a experiência que tiveram enquanto mergulhados no pensamento do Reformador, todos teriam muito a nos contar.
No que me diz respeito, em particular, o que tenho a dizer sobre a minha experiência, enquanto traduzo os comentários e tratados de Calvino, encheria um volume massudo.
Como conto com pouco espaço, tentarei sintetizar ao máximo as minhas impressões, visando à edificação dos leitores.
Durante todo o tempo em que estou traduzindo suas obras, minhas emoções correm a mil. Vale dizer que só o contato com esse homem já deixa o leitor em sobressalto. A beleza de seu estilo, a profundidade de seu pensamento, a sinceridade com que aborda os grandes temas do cristianismo, a preocupação com o bom preparo de ministros e do povo, bem como com a evangelização mundial, sua austeridade em confrontar o erro com a verdade, seu raciocínio lógico em desbaratar o erro doutrinário, a abrangência de seu pensamento teológico, seu cuidado meticuloso em não ultrapassar os limites da revelação divina – tudo isso causa uma profunda impressão naquele que se põe a perscrutar os meandros da interpretação bíblica de Calvino. A impressão que se tem é que seu conhecimento era ilimitado.
Por exemplo, um dos pontos que mais me causaram impacto no enfoque teológico do Reformador foi a sua profunda reverência pela Bíblia. É uma reverência tal que já quase nem vemos hoje. Ele abraçou a Bíblia de modo incondicional. Ele a via como a Palavra do Deus eterno, que no-la deu como padrão, para nela haurirmos a verdade que ele quis que conhecêssemos sobre seu eterno plano para todo o universo, especialmente para sua Igreja. Toda a vida de Calvino consistiu em extrair da Palavra de Deus tudo que o Espírito gravou nela pela pena dos patriarcas, profetas e apóstolos. Ele nutria o receio de escorregar para a direita ou para a esquerda, inventando o que o Espírito não queria revelar; também temia deixar de fora algo importante que o Espírito quis que sua Igreja soubesse.
Outro ponto que me tem causado profunda impressão é a reverência de Calvino para com o Deus trino.
A força da teologia de Calvino estava no fato de que ele via a Deus como absolutamente soberano. Seu direito é absoluto. Sua reivindicação é absoluta. Sua liberdade é absoluta, nada carecendo de tudo que criou.
Ele é completamente Outro. A salvação que ele nos deu em Cristo é também absoluta, isto é, sua competência é inteiramente dele e não do homem. O que cumpre ao homem é abraçar seu Ser absoluto e, nele, sua salvação plena, vivendo nesta a sua vida prática; e mesmo esse abraçar é dado por graça. O grande "problema" de Calvino, para o homem moderno, em relação ao sinergismo humano, é que ele não deixava nada ao homem, senão o dever de abraçar toda a revelação divina sem questionar nem especular. Estudar, sim, porém não questionar o decreto eterno de Deus. Além de pecaminoso, nada vale questionar a sua verdade.
Perscrutar os escritos de Calvino causa espanto e pasmo, porque, embora, logicamente, ele não fosse infalível, falhando em detalhes periféricos, isso nada detrai de seu valor como teólogo e pensador. Porque a grandeza do todo nos causa profunda admiração: como foi possível que um homem ainda tão jovem e inserido na problemática social, política, econômica e cultural de seu próprio tempo, com uma atividade múltipla e envolto de tanta controvérsia, achasse tempo para caminhar pelas gloriosas avenidas da santa Bíblia, expondo-a teologicamente, confrontando-a polemicamente, usando-a para plasmar os problemas sociais e políticos de seus dias, com tanta perseverança e persistência? Caminhando com ele por todo o Novo Testamento (menos Apocalipse e 3 João), todos os Salmos, Daniel e vários tratados, espanta-me que ele confrontasse todo o seu conteúdo com os problemas reais de seus dias, não superficialmente, e sim com a máxima profundidade que um ser humano pode alcançar.
Sou grato ao Senhor da Igreja por me haver dado o privilégio da companhia de João Calvino através de suas obras. Eu sei que muitos me vêem como um amante de obras antigas, ou porque não se dão ao trabalho de lê-las, ou porque desprezam-nas, preconceituosa e negligentemente, crendo que o antigo já está ultrapassado, ou porque acreditam que nosso mundo moderno é superior ao mundo de então. O fato é que quem faz como eu, passando a ter santa convivência com o Reformador, chega à conclusão de que o Senhor da Igreja predestinou e abençoou aquele homem para uma obra ímpar e perene na Igreja, depois dos apóstolos. Ele continua desafiando a todos: ou a permanecer do lado esquerdo do supremo Juiz, ou a aceitar o desafio do reino de Cristo e pagar o preço de abraçar a pura verdade revelada na santa Bíblia. Creio que João Calvino ainda fala hoje e influencia milhares de cristãos à pureza da doutrina e da Igreja e que a partir de hoje surgirá uma grande multidão que se voltará às páginas da Bíblia pela ótica de João Calvino e dará sua contribuição para mudar os rumos ora desnorteados da Igreja, para a glória do Senhor que vem!

Extraído do Blog da Editora Fiel, disponível em   http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=30

Referendo do Dia 23 de Outubro. Votei "NÃO"

Solano Portela

Muitos evangélicos votaram "sim" no referendo do desarmamento. Considero esta posição equivocada, principalmente quando proclamada como procedente das Escrituras e como a única alternativa aplicável aos cristãos. Antes do dia 23 de outubro, expressei minha opinião em alguns e-mails, que cito aqui.
Só para citar um único texto (são vários, que poderíamos explorar), Lucas 22.36-37 deixa claro a validade de legítima defesa pela utilização de uma arma. Cristo dá uma exortação de preparo para a continuada jornada na vida que os discípulos haveriam de empreender após a sucessão dos fatos que ocorreriam com Jesus.

Nesse sentido ele indica que deve haver preocupação com provisões e com meios de auto-defesa. O versículo seguinte (37) expressa, de forma explícita, que tais recomendações não diziam respeito aos incidentes que haveriam de acontecer com a prisão de Jesus. Ou seja: não deveria haver resistência armada à prisão e contra os soldados, pois nEle importava que se cumprisse o que já estava predeterminado, conforme Is 53.12 e tantos outros versos que falam da morte do Messias entre malfeitores - uma necessidade à nossa redenção. Mas aos discípulos, não lhes foi tirado o direito de auto-defesa, como agora o estado autoritário e messiânica humanista quer fazer (contando com isso com o coro subserviente de muitos evangélicos).

Estes versos de Lucas ensinam:
1. Que é apropriado às pessoas se prepararem adequadamente às suas necessidades. Ou seja, por mais que saibamos que Deus é Soberano, não é correto tentarmos a Deus colocando a nós próprios desnecessariamente sob a sua providência milagrosa.
2. Que a auto-defesa é recurso legítimo tanto quanto o alimentar e o vestir, principalmente em situações e regiões onde impera o desgoverno e as autoridades não cumprem essa finalidade essencial de suas responsabilidades perante Deus. O texto não ensina a legitimidade de armar-se para atacar ou agredir - nem a indivíduos, nem a nações.

A regra é submissão ao estado. Auto-defesa armada é exceção, mas é exceção legitimada, quando o estado está ausente e não cumpre suas responsabilidades perante o doador da autoridade que recebem - Deus.

Não carrego armas e nem peixeira, mas minha compreensão é a expressa na Confissão de Fé de Westminster (Catecismo Maior), que transcrevo, abaixo (ênfases em maiúsculas):
Pergunta 134. Qual é o sexto mandamento?
R: O sexto mandamento é: "não matarás."

Pergunta 135. Quais são os deveres exigidos no sexto mandamento?
R: Os deveres exigidos no sexto mandamento são todo empenho cuidadoso e todos os esforços legítimos para a preservação de nossa vida e a de outros, resistindo a todos os pensamentos e propósitos, subjugando todas as paixões e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de alguém por meio de justa defesa dela contra a violência; por paciência em suportar a mão de Deus; sossego mental, alegria de espírito e uso sóbrio da comida, bebida, remédios, sono, trabalho e recreios; por pensamentos caridosos, amor, compaixão, mansidão, benignidade, bondade, comportamento e palavras pacíficos, brandos e corteses, a longanimidade e prontidão para se reconciliar, suportando pacientemente e perdoando as injúrias, dando bem por mal, CONFORTANDO E SOCORRENDO OS AFLITOS, E PROTEGENDO OS INOCENTES.

Pergunta 136. Quais são os pecados proibidos no sexto mandamento?
R: Os pecados proibidos no sexto mandamento são: o tirar a nossa vida ou a de outrem, EXCETO NO CASO justiça pública, guerra legítima, ou DEFESA NECESSÁRIA; A NEGLIGÊNCIA OU RETIRADA DOS MEIOS LÍCITOS OU NECESSÁRIOS PARA A PRESERVAÇÃO DA VIDA; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança; todas as paixões excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e recreios; as palavras provocadoras, a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém.
Sob esse entendimento, e verificando que o programa governamental e dos humanistas inconseqüentes de desarmamento da população NÃO retirará a arma da mão do meliante (esses pouco se importam com as leis - pois são, por atividade precípua, contraventores), o desarmamento contribui EXATAMENTE CONTRA a preservação da vida e leva os demais cidadãos a ficarem incapacitados de SOCORREREM OS AFLITOS E PROTEGEREM OS INOCENTES. A aprovação do pseudo "desarmamento" levará, portanto, o governo a ir CONTRA o que a interpretação da Confissão de Fé preconiza.

Agora, se o "desarmamento" vier a ser aprovado, não terei arma em minha residência. Interpretarei como uma medida, da parte de Deus, de que devo - nessa questão, por imposição da autoridade constituída, estar única e exclusivamente confiante na proteção divina, sem meios humanos próximos.

Eu poderia ir contra o governo e esconder a minha arma, mas se eu vier a fazer isso é porque eu estou baseando a minha desobediência ao governo em uma CONJETURA de que poderei (ou meus familiares) ser atacado e que eu tenha que me defender. Eu não acredito que o crente deva viver por CONJETURAS, mas sim por princípios, e o princípio a ser obedecido será o de submissão à autoridade. Tenho consciência que existe uma ocasião em que é NECESSÁRIO obedecer a Deus, e não aos homens, mas isso se dá APENAS quando a determinação governamental vem explícita e diretamente CONTRA uma obrigação que eu tenha para com o meu Deus (como, por exemplo, deixar de proclamar o evangelho). Ter uma arma em casa não se enquadra, no meu entendimento, numa obrigação para com o meu Deus, mas em um direito e privilégio que ele pode me conceder, sob certas circunstâncias.

Continuarei achando, caso venha a aprovação, que a política governamental é equivocada, mas o apóstolo Pedro manda que obedeçamos não somente às autoridades justas, mas também às injustas. (1 Pe 2.18). Só para cristalizar um pouco mais este pensamento, se houver um plebiscito e o governo, em função dele, vier a determinar que temos que aceitar homossexuais como membros das igrejas, deveríamos desobedecer civilmente, mesmo correndo o risco de termos nossas igrejas perseguidas e fechadas - mas esse não é o caso com as armas.

Resumindo, mesmo não andando armado, vou votar contra o suposto "desarmamento" dos cidadãos de bem, uma vez que os criminosos continuarão armados. Espero que não cheguemos a implantar mais essa situação de desestabilidade e insegurança em nosso país, já tão marcado pela violência das pessoas sem lei.

Artigo extraído do site do Rev. Solano Portela, disponível em http://www.solanoportela.net/artigos/referendo.htm

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Utilidade do Culto Cristão


Por Marcelo Lemos

A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Colossenses 3.16).

Estou lendo um livro bem interessante, Worship Whithot Dumbing-Down, de Peter Toon, cujo subtítulo poderia ser traduzido como “Conhecendo Deus através da Liturgia”. Uma obra deliciosa, bem escrita, e com um grande embasamento teológico. Estritamente falando é um livro voltado para os cristãos anglicanos dos Estados Unidos. Trata-se de uma critica bem embasada a respeito dos desmandos litúrgicos da hoje chamada The Episcopal Churc (TEC), marcada em anos recentes pelo liberalismo teológico, anglo-catolicismo e uma nova ética “cristã” sobre a sexualidade humana (no que, infelizmente, tem sido seguida bem de perto pela mais tradicional denominação anglicana brasileira). No entanto, o coração das reflexões do livro pode ser aplicado não apenas a nós, anglicanos, como a todos os cristãos comprometidos com um culto centralizado em Cristo.

Falta Cristo em nossos cultos. Acredito que uma parte dos meus leitores, seja qual for a agremiação cristã, concordará com essa afirmação. ‘Conhecendo Deus através da liturgia’ é uma sinopse que raramente pode ser aplicada aos nossos serviços dominicais de adoração. Daí o livro de Peter Toon conseguir me encantar. Apesar de ele falar sobre uma realidade denominacional bem definida, sua mensagem parece ter sido escrita para a Igreja Brasileira.  Logo no primeiro capítulo ele diz que a nova geração de crentes não pode fazer que há um “declínio” na adoração cristã – pois nunca chegou a conhecer algo melhor. Em outras palavras, eles entendem que tudo está bem, não diferenciam entre o “bom” e o “ruim”, pois o “bom” nunca lhes foi realmente apresentado.

Não se aplica isso a nossa realidade? Por acaso um adorador “extravagante” aceita a acusação de não existir Cristo em sua adoração?  Aceitam os místicos com suas garrafas de água consagrada sob o braço, que sua religiosidade é paganismo travestido de fé cristã? Pelo que temos visto a resposta é um sonoro “não”. De fato, eles acham que tudo está bem, são incapazes de identificar o erro por nunca terem tido contado com algo melhor.

Não estou dizendo que algo melhor não exista hoje. Existe. No entanto, a maior parte dos cristãos atuais não o conhece, seja por terem sido cristãos meramente professos, seja por já terem ingressado na Igreja pela porta dos modismos teológicos e litúrgicos. Para eles tudo é normal, e se sabem algo sobre o que é mais elevado, tomaram o “mal por bem” e o “bem por mal”; isso tamanha sua incapacidade de fazer tal julgamento. E, o pior, onde ainda vemos um culto cristocêntrico e bíblico, a invasão dos modismos é tão violenta, que provavelmente a próxima geração conhecerá menos ainda o assunto que estamos discutindo nesse texto...


“Pode-se dizer que eles estão envolvidos no que podemos chamar de atividades de lazer religioso. Eles não vêm primeiramente para alargar seus horizontes, para cultivar uma mentalidade espiritual e celestial, para ser contestados pela Palavra do Deus vivo, para ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus para eles, ou para serem chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor. Ao contrário, estão ali para satisfazer algum tipo de curiosidade espiritual ou moral... Estão ali para se auto afirmarem, para serem aceitos, para sentirem e descobrirem a autoestima, e aceitarem que são filhos de Deus!” (Peter Toon, adaptado do texto inglês).

O novo culto não se parece muito com o antigo? A mensagem não está muito bem camuflada? Tão perfeito é o disfarce que muitos não se dão conta do perigo. Faz-nos pensar na melhor forma de cozinhar um sapo vivo: aquecendo a frigideira lentamente, até cozinha-lo por completo.  “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (I Coríntios 5.6).

Se fatiarmos o pensamento de Tonn iremos descobrir o que, na opinião dele, deve ser o culto cristão, no qual, por meio da liturgia, podemos ter um encontro com Cristo.

1) O culto cristão deve “alargar horizontes”. Em outras palavras o culto cristão dever visar sempre a edificação do corpo de Cristo, com aprendizado intelectual e espiritual. Na verdade não sei se podemos separar essas duas coisas. A cada culto devemos aprender mais sobre Cristo, o Pecado, a Redenção, e assim por diante. Têm nossos pastores a mesma preocupação de “anunciar todo o conselho de Deus” (Atos 20.27) que havia no coração do apóstolo S. Paulo? Tem no coração das nossas ovelhas a mesma disposição que havia em Beréia (Atos 17.11)?

2) O culto cristão deve cultiva a vida espiritual. Ou, “cultivar uma mentalidade espiritual e celestial”, nas palavras do autor. Infelizmente não temos uma noção muito precisa do que é ser espiritual. Quase sempre imaginamos o homem espiritual como sendo um ser místico, dotado de poderes extraordinários ou qualquer coisa inatingível aos demais. Ao contrário, a Bíblia nos apresenta a vida espiritual como sendo aquela guiada pelo Espírito Santo, ou seja, que produza as qualidades do Fruto do Espírito Santo. Definindo numa frase, o homem espiritual é aquele que obedece aos mandamentos do Senhor. Obedecer a Cristo é o lema central daquele que vive no Espírito.

“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamento do Senhor!” (I Coríntios 14.37). “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e inteligência espiritualpara que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus!” (Colossenses 1.9,10). “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (I Pedro 2.5).

Temos sendo instruídos em nossos serviços de adoração a sermos “casa espiritual” e “sacerdócio Santo”? Ou, ao contrário, temos nos deixado convencer que “vida espiritual” é “romper em fé, andar sobre as águas e dar um grito de júbilo”? O que realmente sabemos sobre o que é se um homem [ou mulher] espiritual?

3. O culto cristão deve confrontar o homem com a Palavra de Deus. Nas palavras do autor, “contestados pela Palavra”. Não temos a impressão que em lugar de confronto nos deparamos com bandeiras brancas em muitos de nossos cultos? Não nos parece que no lugar de Voz Profética temos ouvido “palavras proféticas”, de profetas autoproclamados? Onde esconderam a Cruz e sua Mensagem? Onde esconderam o Cristo e Sua Cruz? Quando dissociaram o Espírito dos Frutos? Onde se declarou guerra entre a Fé e a Razão?

De fato, não temos a impressão de ser cada vez mais raro encontramos um Púlpito onde sejamos confrontados com as grandes verdades da Religião Cristã? Como diz Peter Toon, não estamos ali, no culto, a fim de “ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus, ou para seremos chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor”.   Para que, então? Domingo após Domingo, nos colocamos sobre bancos a fim de alimentarmos nosso ego com mensagens que poderia ser encontradas, a preço bem menor, em qualquer livro de Paulo Coelho.

Talvez nossa geração considere o culto do “passado” – prefiro dizer, “de sempre” – algo maçante e antiquado. Contudo, ele nos livra da maior de todas as desgraças que já se abateu sobre o Cristianismo: a ausência do Evangelho.

“Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma” (Jeremias 6.16).

Assista sábados a partir das 08:15h na Rede TV o programa "Verdade e Vida" com o Rev. Hernandes Dias Lopes e Pb. Daniel Sacramento. Não Perca!

Não troque Jesus por João Paulo II

Publicado originalmente em Reforma e Carisma.

Muitas pessoas não sabem, mas o meu nome (Helder) foi dado por causa de uma visita do Papa João Paulo II ao Brasil. Era o ano de 1980 quando ele veio e os meus pais, que eram católicos, resolveram homenagear um dos sacerdotes brasileiros que se destacaram na visita, o arcebispo Dom Hélder Câmara. A minha identificação com a Igreja Católica foi tão forte que passei minha infância desejando ser padre.

Neste período, João Paulo II tornou-se um referencial de espiritualidade para mim. Aos meus olhos ele era um homem bom, "o mais próximo de Deus", destinado a ser santo, afável, gentil e cordial. E ele representou o mesmo para muitos. Com certeza, ele é o rosto do catolicismo no século XX.

Um rosto que agora também está disponível para a veneração. Ontem, dia 1º de maio, o papa João Paulo II foi beatificado. Um milhão de fiéis compareceram à cerimônia e veneram o cadáver papal.  Segundo a Igreja Católica, a freira francesa Marie Simon-Pierre Normand foi curada do mal de Parkinson após orar ao papa. Com a beatificação, agora suas imagens podem ser cultuadas.

Orar a santos e beatos é pecado
No entanto, embora João Paulo II tenha despertado o respeito e a devoção de católicos em todo o mundo, este tipo de culto é um pecado aos olhos do Senhor. Não importa o que nós pensamos sobre o papa: o nosso culto e as nossas orações devem ser dirigidas somente a Deus. Quando oramos aos santos, nós quebramos as duas primeiras ordenanças dos Dez Mandamentos:
Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.

Não terás outros deuses diante de mim.

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. (Êxodo 20:3-6)
A primeira ordem de Deus é a de que não aceita dividir o espaço com outros deuses. Este mandamento impede que sirvamos, ao mesmo tempo, a Deus e a Allah, mas não apenas isso. Ele também proíbe que coloquemos qualquer pessoa ou coisa no mesmo nível de Deus. Ele é Único.

A segunda ordem vai na mesma direção. Nós não somos proibidos de fazer esculturas, mas se as fizermos com o objetivo de "adorar" ou "dar culto", irritamos ao Senhor. E o que os católicos fazem com as imagens de santos? Cultuam-nas. Oram ajoelhados diante delas. Pedem curas, milagres e bênçãos. E se não podemos fazer isso com imagens, a implicação é óbvia: não podemos cultuar a ninguém que não seja Deus. Não importa se é Maria, João Paulo II ou a Madre Teresa de Calcutá.

Há um outro problema também. Os santos e beatos são mortos. Se nós aceitarmos a ideia de que podemos orar a eles e sermos ouvidos, então nós estamos praticando necromancia, a comunicação com os mortos. Biblicamente, o termo não se aplica apenas à adivinhação, mas também à consulta aos mortos, como aquela que Saul tentou fazer em 1 Samuel 28. E esse tipo de prática é condenado por Deus.
Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros, para se prostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo. (Levítico 20:6)

Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti. (Deuteronômio 18:10-12)
Além disso, Deus é Único. As autoridades humanas delegam o seu poder a outros, mas o Senhor não dá a Sua glória a ninguém. O culto (o que inclui as orações) é uma prerrogativa exclusiva de Deus, e que não é dada a mais ninguém, muito menos às imagens dos santos.
Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura. (Isaías 42:8)
Orar a santos e beatos é inútil
Todavia, há uma outra razão pela qual não devemos orar ou venerar ao papa João Paulo II. Os católicos romanos ensinam que os santos são uma espécie de "facilitadores" entre nós e Deus. Ao invés de levarmos os nossos pedidos diretamente ao Pai, podemos usar os santos, como eles se fossem um tipo de despachante espiritual. Como os santos são mais justos do que nós, Deus os ouviria de boa vontade. Além disso, eles seriam mais compreensivos, já que são "gente como a gente".

A ideia até parece boa, se não fosse por um detalhe: não combinaram com o Senhor. Os católicos enxergam nos santos pessoas que são mediadoras entre nós e Ele. Contudo, quem determina os rumos deste diálogo é Deus, e não a Igreja Católica. E já foi determinado que apenas um Mediador estará entre os homens e Deus:
Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. (1 Timóteo 2:5-6)
Eu lamento informar, mas é a verdade. Quando milhões de pessoas buscam chegar até Deus por meio de Maria, João Paulo II e dos outros santos e beatos, eles estão rejeitando o Mediador escolhido por Deus: Cristo! E se podemos fazer isso por meio de Jesus, não há vantagem alguma em escolher outros canais. Jesus é mais santo do que todos os outros, logo, o Pai o ouve mais do que a qualquer um. E Ele foi homem como eu e você, portanto, sabe muito bem como é viver neste mundo e está próximo de nós.

Jesus conseguiu este direito não porque fez milagres, mas sim porque pagou na cruz por nossos pecados. O que Jesus faz por nós é muito mais do que nos curar de uma doença ou dar um emprego. Por causa do pecado, a justa sentença de Deus para toda a humanidade é o inferno. Afinal, como diz a Bíblia:
Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (Romanos 3:9-12)
Esta afirmação inclui todos os seres humanos, inclusive Maria, a mãe de Jesus. Todos nós somos maus e pecadores aos olhos do Pai. Se somos salvos é porque Jesus Cristo se entregou no lugar dos que creem n'Ele. Ele morreu no lugar dessas pessoas, e elas são salvas e santificadas por Cristo, não tendo mais que temer o juízo do inferno. Pode não parecer, mas essa graça supera, em muito, todos os relatos de bênçãos alcançadas pela busca dos santos. E é por esta razão que Jesus é o nosso Único Mediador.
Na cruz, Jesus Cristo morreu, não para te curar do mal de Parkinson,
mas para te dar a vida eterna.

Há algo melhor do que santos e beatos
Eu não quero, com isso, dizer que as pessoas que receberam "milagres" de santos são charlatãs. Elas podem sim ter recebido curas e outras dádivas. Mas essas bênçãos não foram recebidas e pedidas da maneira correta. São fruto de um pecado. Podem até trazer alegrias terrenas, mas não contam com a aprovação de Deus.

Se os católicos são mesmo cristãos, então devem reconhecer que a beatificação de João Paulo II e o culto a santos e beatos é um erro condenado pela Bíblia. Eu não consigo entender como é possível se dizer um santo de Jesus ao mesmo tempo em que negamos o livro onde Deus deixou registrada a Sua história. E essa é uma das razões pelas quais eu e os meus pais não somos mais católicos.

Hoje eu convido você a fazer a mesma troca que eu fiz. Deixe os santos para trás e escolha Jesus como seu Mediador diante do Pai. Pare de buscar as curas dos santos e vá atrás da nova vida que Cristo tem pra você. Deixe de confiar na palavra dos padres e nas tradições e deposite a sua fé na Bíblia, a Palavra do Deus Vivo.

Que o Senhor abençoe a você nesta escolha. Não troque Jesus por João Paulo II, Maria ou qualquer outra criatura.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Fonte: 5calvinistas.blogspot.com