sexta-feira, 13 de abril de 2012

ALGUÉM FOI SALVO NA CRUZ?


Por James White

"Afirmamos que Cristo morreu para assegurar a salvação de uma tão grande quantidade de pessoas que ninguém é capaz de enumerar, pessoas que mediante a morte de Cristo não somente podem ser salvas, mas são salvas, têm de ser salvas; e não existe a possibilidade de, por meio de qualquer casualidade, elas serem outra coisa, exceto pessoas salvas” (Charles Haddon Spurgeon).


Houve um tempo em que eu me qualificava como um “calvinista de quatro pontos”. Existem muitos que utilizam essa expressão e, durante quase todo aquele tempo, o único ponto que eu rejeitava era o da “expiação limitada”. Existe algo nessas palavras que não soa corretamente. Como pode a expiação realizada por Cristo ser limitada? Isso é exatamente o que eu pensei quando comecei a meditar com seriedade sobre todo o assunto. A minha experiência é que muitos dos que rejeitam a expiação limitada ou específica de Cristo realmente não crêem na completa soberania de Deus, na total depravação do homem e na eleição incondicional da parte de Deus. Muitas das objeções apresentadas contra essa doutrina são objeções a algum dos assuntos que acabamos de mencionar, e não contra a própria expiação limitada. A “quebra” em minha maneira de pensar resultou da leitura do livro de Edwin Palmer, Os Cinco Pontos do Calvinismo (The Five Points of Calvinism; Grand Rapids, Baker Book House, 1980, pp. 41-55). Ao realizar uma transmissão de rádio a respeito da verdade da graça eletiva de Deus, um ouvinte desafiou-me em relação à morte de Cristo. “Por que Cristo morreu em favor de todo o mundo, se Deus não tencionava salvar todos?” Olhei para meu companheiro de programa, ele olhou para mim; fiz uma decisão mental de estudar mais sobre aquele assunto em particular. Logo que voltei para casa, peguei o livro de Edwin Palmer e comecei o capítulo que se referia à obra de expiação realizada por Cristo.

Tornei-me um calvinista de “cinco pontos”, ao ler a seguinte seção:

“A pergunta que necessita de uma resposta exata é esta: Cristo realmente fez ou não fez um sacrifício vicário pelos pecados? Se Ele o fez, não foi em favor de todo o mundo, pois, se assim fosse, todo o mundo seria salvo” (Palmer, Os cinco Pontos do Calvinismo, p. 47).

Fui confrontado com uma decisão. Se eu continuasse afirmando uma expiação “universal”, ou seja, se eu dissesse que Cristo morreu vicariamente no lugar de todo homem e toda mulher no mundo inteiro, seria obrigado a dizer: 1) que todos seriam salvos; 2) que a morte de Cristo não foi suficiente para salvar sem obras adicionais. Eu sabia que não estava disposto a crer que a morte de Cristo não podia salvar sem as obras humanas. Por conseguinte, eu tive de entender que a morte de Cristo foi realizada em favor dos eleitos de Deus e que ela realiza seu propósito: salva aqueles em favor dos quais ela aconteceu. Nesse ponto, compreendi que durante todo o tempo havia “limitado” a expiação. Na verdade, se você não crê na doutrina reformada da “expiação limitada”, você crê em alguma forma de expiação limitada! Como pode ser isso? A menos que você seja um universalista (ou seja, crê que todas as pessoas serão salvas), então, você crê que a expiação realizada por Cristo, se foi realizada em favor de todos os homens, é limitada em seus efeitos. Você crê que Cristo morreu em favor de alguém e, apesar disso, aquela pessoa pode ficar perdida por toda a eternidade. Você limita o poder e o efeito da expiação. Eu limito o escopo da expiação, enquanto afirmo que seu poder e efeito são ilimitados! Um escritor expressou isso muito bem, quando disse:

“Não deve haver qualquer mal-entendido quanto a este assunto. O arminiano limita a expiação assim como o faz o calvinista. Este limita a extensão da expiação quando afirma que ela não se aplica a todas as pessoas... o arminiano, por sua vez, limita o poder da expiação, pois ele afirma que ela não salva ninguém. O calvinista limita quantitativamente a expiação, mas não qualitativamente; o arminiano limita-a qualitativamente, mas não quantitativamente. Para o calvinista, a expiação é como uma ponte estreita que segue em todo o caminho por cima do rio; para o arminiano, a expiação é como uma ponte larga que vai somente até metade do caminho. Na realidade, o arminiano coloca mais limitações severas na obra de Cristo do que o faz o calvinista” (Lorraine Boettner, The Reformed Doctrine of Predestination [A Doutrina Reformada da Predes-tinação]; Philipsburg, New Jersey, Presbiterian and Reformed Publish-ing Company, 1932, p. 153).

Não estamos falando sobre apresentar alguma terrível limitação na obra de Cristo, quando nos referimos à “expiação limitada”. Na verdade, estamos realmente apresentando um ponto de vista mais elevado sobre a obra de Cristo no Calvário, quando dizemos que a morte de Cristo realiza alguma coisa na realidade e não apenas na teoria. A expiação, nós cremos, foi autêntica, vicária e substitutiva; ela não foi uma expiação possível e teórica que, para ser eficaz, depende da ação do homem. E, quando alguém compartilha o evangelho com pessoas envolvidas em falsas religiões, eu afirmo que a doutrina bíblica da expiação realizada por Cristo é uma verdade poderosa e a única mensagem capaz de causar verdadeiro impacto em lidar com os muitos ensinos heréticos sobre a pessoa de Cristo apresentados em nossos dias. Jesus Cristo morreu em favor daqueles que o Pai, desde a eternidade, decretou que salvaria. Existe absoluta unidade entre o Pai e o Filho na salvação do povo de Deus. O Pai decretou a salvação deles, o Filho morreu no lugar deles, e o Espírito os santifica e os conforma à imagem de Cristo. Esse é o testemunho coerente das Escrituras.

O Intento da Expiação

Por que Cristo veio ao mundo para morrer? Ele veio simplesmente para tornar a salvação possível? Ou Cristo veio para obter a eterna redenção (Hebreus 9.12)? Consideremos algumas passagens das Escrituras para responder essas perguntas.

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10).

Nesse versículo, o Senhor Jesus mesmo falou sobre a razão de sua vinda — buscar e salvar o perdido. Poucos vêem problema no vir de Jesus; muitos têm dificuldade com a idéia de que Ele realmente realizou toda a sua missão. No entanto, Jesus deixou claro que viera para salvar o perdido. Ele fez isso por intermédio de sua morte.

“Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Timóteo 1.15).

Paulo afirmou que salvar pecadores foi o propósito da vinda de Cristo ao mundo. Nada nas palavras do apóstolo Paulo nos leva à conclusão que é tão popular em nossos dias — a morte de Cristo simplesmente torna a salvação em uma possibilidade, ao invés de torná-la uma realidade. Cristo veio para salvar. Foi isso mesmo que Ele fez? Então, como Ele o fez? Não foi por intermédio de sua morte? Com toda a certeza. A morte expiatória de Cristo outorga perdão de pecados para todos aqueles em favor dos quais ela aconteceu. Essa é a razão por que Cristo veio ao mundo.

A Obra Intercessória de Cristo

“Este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus” (Hebreus 7.24-26).

O Novo Testamento relaciona de maneira íntima a obra de Cristo como nosso Sumo Sacerdote e Intercessor com a sua morte sobre a cruz. Nessa passagem de Hebreus, somos ensinados que o Senhor Jesus, devido ao fato de que Ele vive para sempre, possui um sacerdócio permanente e imutável. Ele não é semelhante aos antigos sacerdotes que morriam; o Senhor Jesus é um perfeito sacerdote, porque permanece para sempre. Por causa disso, Jesus é capaz de salvar totalmente os que por Ele se achegam a Deus. Por quê? Porque Ele vive sempre para interceder por eles.

Ora, antes de considerarmos a relação entre a morte de Cristo e a sua intercessão, desejo enfatizar o fato de que a Bíblia afirma a capacidade de Cristo para salvar totalmente o homem. Ele não está limitado a um papel secundário como o grande Auxiliador que torna possível o homem salvar a si mesmo. Aqueles que se achegam a Deus por intermédio de Cristo encontrarão nEle uma salvação abundante e completa. Além disso, temos de recordar que Cristo intercede por aqueles que se achegam a Deus. Sinto que é óbvio o fato de que Cristo não intercede por aqueles que não se aproximam de Deus por intermédio dEle. A intercessão de Cristo se realiza em favor do povo de Deus. Logo veremos o quanto isso é importante.

Sobre que fundamento Cristo intercede diante do Pai? Ele comparece na presença de Deus e Lhe suplica que esqueça sua santidade, sua justiça e simplesmente ignore os pecados dos homens? É claro que não. O Filho intercede diante do Pai fundamentado em sua própria morte. A inter- cessão de Cristo repousa sobre o fato de que Ele morreu como substituto do povo de Deus; e, visto que o Senhor Jesus levou sobre o seu corpo os pecados de seu povo, na cruz (1 Pedro 2.24), Ele pode apresentar sua oferta diante do Pai em lugar deles e, com base na sua morte, interceder em favor deles. O Filho não pede que o Pai comprometa a sua santidade ou simplesmente ignore o pecado. Cristo cuidou do pecado na cruz. Conforme lemos em Hebreus 9.11-12:

“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção”.

Quando Cristo entrou no Santo dos Santos, Ele o fez “pelo seu próprio sangue”. Ao realizar isso, somos informados que obteve “eterna redenção”. Novamente, essa não é uma afirmação teórica, e sim a declaração de um fato. Cristo não entrou no Santo dos Santos para tentar conseguir a redenção para seu povo! Ele entrou ali depois de já ter conseguido a redenção. Então, o que Ele está fazendo agora? A sua obra de intercessão é outra obra que se realiza independentemente de sua morte sacrificial? A morte de Cristo é ineficaz sem esta “outra” obra? A intercessão de Cristo não é uma segunda obra, independente de sua morte. Pelo contrário, Cristo está apresentando diante do Pai o seu perfeito e completo sacrifício. Ele é o nosso Sumo Sacerdote, e o sacrifício que Ele oferece em nosso lugar é o seu próprio sacrifício. Ele é o nosso Advogado, como disse o apóstolo João:

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 João 2.1-2). [Essa passagem freqüentemente é utilizada para negar a expiação específica de Cristo; mas, quando consultamos a passagem correspondente em João 11.51-52, se torna evidente que João tencionava que a palavra “mundo” fosse entendida no mesmo sentido em que é explicado para nós em Apocalipse 5.9-11, onde a morte de Cristo comprou homens de “toda tribo, língua, povo e nação”, ou seja, de todo o mundo.]

A expiação realizada pela morte de Cristo está claramente vinculada à sua advocacia diante do Pai. Por essa razão, podemos reconhecer as seguintes verdades:

1) É impossível que o Filho não interceda por alguém em favor de quem Ele morreu. Se Cristo morreu como Substituto deles, como não poderia Ele apresentar seu próprio sacrifício em lugar deles diante do Pai? Podemos crer que Cristo realmente morreu por alguém que Ele não tencionava salvar?

2) É impossível que alguém em favor de quem Cristo não morreu receba a intercessão dEle. Se Cristo não morreu em favor de determinado indivíduo, como poderia Ele interceder por esse indivíduo, visto que não tem bases sobre as quais Ele pode buscar a misericórdia do Pai?

3) É impossível que se perca alguém em favor de quem Cristo intercede. Podemos imaginar o Filho rogando ao Pai, apresentando sua perfeita expiação em favor de uma pessoa que Ele deseja salvar, e o Pai rejeitando a intercessão do Filho? O Pai sempre ouve o Filho (João 11.42). O Pai não ouvirá as súplicas do Filho em favor de todos os que o Filho deseja salvar? Além disso, se cremos que Cristo pode interceder por alguém que o Pai não salvará, temos de crer que: a) há divisão na Divindade — o Pai deseja uma coisa, e o Filho, outra; b) o Pai é incapaz de fazer o que o Filho deseja que Ele faça. Ambas as idéias são completamente impossíveis.

Na oração sacerdotal de Cristo (João 17), podemos ver claramente que Ele não age como Sumo Sacerdote em favor de todos os homens. O Senhor Jesus distinguiu claramente entre o “mundo” e aqueles que, em toda a oração, são mencionados como pertencentes a Ele mesmo. E o versículo 9 ressalta fortemente esse argumento:
“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.”

Quando Cristo ora ao Pai, Ele não ora em favor do “mundo”, e sim em favor daqueles que Lhe foram dados do mundo, pelo Pai (João 6.37).

Por quem Cristo morreu?

Existem muitas passagens bíblicas que nos ensinam que o escopo da morte de Cristo limitou-se aos eleitos. Em seguida, apresentamos algumas delas.
“Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).

Os “muitos” em favor dos quais Cristo morreu são os eleitos de Deus, como Isaías havia dito muito tempo antes:

“O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (Isaías 53.11).

O Senhor Jesus deixou claro que sua morte aconteceu em favor de seu povo, quando falou sobre o Pastor e as ovelhas.

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas... assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas” (João 10.11,15).

O Bom Pastor entregou a sua vida em favor das ovelhas. Todos os homens são ovelhas de Cristo? É claro que não, pois muitos homens não conhecem a Cristo, e Ele disse que as suas ovelhas O conhecem (Jo 10.14). Depois, Jesus falou especificamente aos judeus que não creram nEle: “Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas” (João 10.26). Devemos observar que, em contraste com a idéia de que, se cremos, nos tornamos ovelhas do Senhor Jesus, Ele disse que os judeus não creram porque não eram suas ovelhas. Se uma pessoa é uma ovelha de Cristo, esta é uma decisão do Pai (João 6.37; 8.47), e não da ovelha!

“Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave... Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5.2,25-27).

Cristo entregou-se a Si mesmo em favor de sua igreja, o seu corpo, com o propósito de purificá-la e torná-la seu corpo. Se este era seu propósito para com a igreja, por que Ele se entregaria por aqueles que não constituem a igreja? Ele não desejava santificar esses “outros” também? Mas, se Cristo morreu por todos os homens, há muitos, muitos, que permanecerão impuros durante toda a eternidade. A morte de Cristo foi insuficiente para purificá-los? É claro que não. Ele tinha outro objetivo em mente quando morreu por eles? [Não estou negando que a morte de Cristo teve efeitos para todos os homens e, na realidade, para toda a criação. Creio que a morte dEle é uma parte da “consumação de todas as coisas” em Cristo. Entretanto, estamos falando aqui apenas sobre o efeito salvífico da expiação vicária de Cristo. Alguém poderia argumentar que a morte de Cristo tem efeito sobre aqueles em favor de quem ela não tencionava ser um sacrifício expia-tório.] Não, o sacrifício de Cristo em favor da igreja resulta em sua purificação; isso era o que Cristo tencionava para todos em favor dos quais Ele morreu.

“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Romanos 8.32-34).

O Pai ofereceu seu Filho em nosso lugar. A quem se refere o pronome “nós” nesses versículos? O texto esclarece que são os eleitos do Pai, ou seja, “os eleitos de Deus”. Novamente, a obra intercessora de Cristo, à direita de Deus, é apresentada em perfeita harmonia com sua morte — aqueles em favor de quem Cristo morreu são os mesmos por quem Ele intercede. E, como essa passagem demonstra, se Cristo intercede por alguém, quem pode trazer acusação contra tal pessoa e esperar vê-la condenada? Portanto, reconhecemos o que já consideramos: Cristo morreu em lugar de alguém, Ele intercede por tais pessoas, que infalivelmente são salvas. A obra de Cristo é completa e perfeita. Ele é o Salvador poderoso, que jamais falha em realizar seu propósito.

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15.13).

Todos os homens são amigos de Cristo? Todos possuem o nome dEle? Todos se prostram diante dEle e O aceitam como Senhor? Todos obedecem os mandamentos de Cristo (João 15.14)? Isso não acontece, portanto, todos eles não são amigos de Cristo.

“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2.13-14).

Tanto o elemento de substituição da cruz (Cristo se entregou por nós) quanto o propósito (remir-nos... purificar) da crucificação foram vigorosamente apresentados a Tito. Se o propósito de Cristo era redimir e purificar aqueles em favor dos quais Ele morreu, porventura, isso não aconteceu?

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1.21).

Cristo salvará o seu povo dos pecados deles. Eu pergunto o que

Edwin Palmer me perguntou antes: Cristo realmente o fez? Cristo salvou ou não o seu povo?
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim;

e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.20).

Essa é a confissão peculiar de todo verdadeiro crente em Jesus. Nós morremos com Ele, nosso Substituto, Aquele que nos amou e se entregou em nosso lugar.

Temos visto que a Palavra de Deus nos ensina que Cristo morreu por muitos, por suas ovelhas, pela igreja, pelos eleitos de Deus, por seus amigos, por um povo zeloso de boas obras, por seu povo, por todos os crentes.

Purificados e Santificados

É provável que alguém poderia escrever muitos volumes com estudos sobre a expiação realizada por Cristo. Não é nosso propósito fazer isso neste artigo. Ao invés disso, concluiremos nosso breve exame das Escrituras com as palavras de Hebreus 10.10-14:

“Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”.

Ao mesmo tempo que consideramos algumas razões lógicas para crermos na expiação limitada e vimos várias referências sobre a morte de Cristo em favor de seu povo, essa passagem de Hebreus, acima de todas as outras, para mim, transforma essa doutrina em um imperativo. Ouça com atenção o que essa passagem nos diz. Primeiramente, qual é o efeito do único sacrifício do corpo de Jesus Cristo? O que nos diz o versículo 10? “Temos sido santificados.” A língua grega usa o tempo perfeito nesse versículo, indicando uma ação completa realizada no passado. A morte de Cristo realmente nos tornou santos. Cremos nisso? A morte de Cristo verdadeiramente santifica aqueles em favor dos quais ela foi realizada? Ou simplesmente torna possível que eles se tornem santos? Essas perguntas não podem ser negadas com facilidade. O autor de He- breus prossegue descrevendo como esse Sacerdote, Jesus, assentou-se à direita de Deus, de maneira diferente do que acontecia aos antigos sacerdotes, que tinham de permanecer fazendo sacrifícios continuamente. Ao contrário disso, a obra de Cristo é perfeita e completa. Ele pode descansar, pois seu único sacrifício se tornou perfeito para todos aqueles que em suas vidas estão experimentando a obra santificadora da parte do Espírito Santo. Cristo os tornou completos, perfeitos. Esse vocábulo se refere a um término, um fim. Cremos que a morte de Cristo fez isso? Se percebemos com clareza este ensino das Escrituras, estamos dispostos a alterar nossa crença e nossos métodos de proclamar o evangelho, para ajustar-se à verdade?

Uma crença comum precisa ser apresentada quando transmitimos a verdade. Muitos que acreditam em uma expiação “universal” ou não-específica afirmam que, enquanto Cristo morreu por todos, sua expiação é eficaz somente para aqueles que crêem. Em outra oportunidade falaremos sobre o fato de que a própria fé é um dom de Deus, dada somente aos seus eleitos. Agora, ao responder esse argumento, queremos apenas referir-nos ao grande puritano John Owen:

“Poderia acrescentar esse dilema aos universalistas: Deus impôs a sua devida ira, e Cristo suportou as dores do inferno por todos os pecados de todos os homens, ou por todos os pecados de alguns homens, ou por alguns pecados de todos os homens. Se este último for correto — alguns pecados de todos os homens, isso significa que todos os homens têm alguns pecados pelos quais têm de responder a Deus, e, portanto, nenhum homem será salvo; pois, se Deus entra em juízo conosco, embora Ele o fizesse com toda a humanidade por apenas um pecado, nenhuma carne seria justificada diante dEle. ‘Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?’ (Salmo 130.3). Se a segunda opção for correta (o que nós afirmamos), isso significa que Cristo sofreu por todos os pecados de todos os eleitos no mundo. Se a primeira é correta, por que, então, todos os homens não se encontram livres da punição de todos os seus pecados? Você dirá: ‘Por causa de sua incredulidade, eles não crêem’. Mas esta incredulidade é pecado ou não? Se não é, por que eles devem ser punidos por sua causa? Se esta incredulidade é pecado, Cristo sofreu a punição devida a ela, ou não? Se Ele sofreu, então, por que esse pecado os impede, mais do que quaisquer outros pecados pelos quais Cristo morreu, de participar dos benefícios da morte dEle? Se Cristo não sofreu por esse pecado, isto significa que Ele não morreu por todos os pecados deles. Eles devem escolher que posição têm de assumir” (John Owen, A Morte da Morte na Morte de Cristo; Londres, Banner of Truth, 1985, pp. 61-62.)

Conclusão

Alguns rejeitam a doutrina da expiação limitada utilizando fundamentos bastante pragmáticos. “Essa doutrina destrói o evangelismo, porque você não pode dizer às pessoas que Cristo morreu por elas, visto que você não sabe disso!” Mas, perguntamos, existe alguma vantagem em apresentar uma expiação teórica, um Salvador cuja obra é incompleta e um evangelho que é apenas uma possibilidade? Que tipo de proclamação Deus honrará com seu Espírito: uma proclamação elaborada tendo em vista o “sucesso” ou uma proclamação que está presa à verdade da Palavra de Deus? Quando os apóstolos pregavam o evangelho, eles não diziam: “Cristo morreu por todos os homens de todos os lugares; agora cumpre a vocês tornarem eficaz a obra dEle”. Os apóstolos ensinavam que Cristo morreu pelos pecadores e que o dever de todo homem é arrepender-se e converter-se. Eles sabiam que somente a graça de Deus podia produzir arrependimento e fé no coração do homem. E, ao invés de ser um obstáculo à obra de evangelização dos apóstolos, essa mensagem era o poder que estava por trás da evangelização que eles realizavam. Eles proclamavam um Salvador “poderoso”, cuja obra é todo-suficiente e que salva total e completamente os homens! Os apóstolos sabiam que Deus estava trazendo os homens para Si mesmo, e, visto que Ele é o soberano do universo, não há poder no mundo que seja capaz de parar a sua mão! Ora, existe um fundamento sólido para a evangelização! E o que poderia ser mais estimulante para um coração dilacerado por culpa do que saber que Cristo morreu em favor de pecadores e que a obra dEle não é apenas teórica, e sim real?

A igreja precisa desafiar novamente o mundo com a proclamação ousada de um evangelho que é ofensivo — ofensivo porque fala sobre Deus que salva a quem Ele quer; ofensivo porque proclama um Salvador soberano que redime o seu povo.

Fonte: editorafiel.com.br, adaptação para o blog: rev.Ronaldo P Mendes.

Sasl da Terra


"TENHO UM DESAFIO IMENSO: SER SAL E LUZ NESTE SERTÃO".

Neste feriadão fomos ao Distrito de Fátima - PE. Saímos do Rio Grande do Norte em uma Kombi com uma equipe de nove pessoas representando o SAL DA TERRA/RN. 
Quando chegamos naquele lugar percebemos claramente a alegria das pessoas em nos receber. O evangelho de Jesus foi pregado nas ruas, praças e de casa em casa.
Foi muito bom encontrar pessoas queridas, tais como: Bill Crente, Laércio Lins, Damião, Alda, Pr. Carlos (Pastor da Igreja em Fátima), Jorge do Louvor Rural, Nelito Sanfoneiro e ainda conhecer outras pessoas apaixonadas por Jesus e pela evangelização do Sertão nordestino. Foi Maravilhoso pregar na praça a noite do Sábado com a praça cheia de pessoas do projeto e da comunidade local. Como foi gratificante ver pessoas entregando a vida a Jesus. Tudo isto nos motiva a avançarmos ainda mais na evangelização de outros povoados, comunidade e distritos do Sertão. Somos desafiados a percorrer quilômetros e mais quilômetros, entre os milhares e milhares desta imensa região sertaneja, ou seja, a zona Rural que são: sítios, lugarejos e povoados, que ainda precisam ser alcançados pela mensagem do Evangelho. Como diz a música da Banda Sal da Terra: "Tenho um desafio imenso: ser sal e luz neste sertão".

No dia primeiro de Maio estaremos com o SAL DA TERRA/RN na comunidade MAXIXE na evangelização e implantação de mais uma igreja na ZONA RURAL NORDESTINA. Participe com a gente! Vamos conosco!
Silvany Luiz.
Contatos: (84) 9947 - 9818

Centro de Treinamento de Plantadores de Igrejas

Domingo da Igreja Perseguida

 
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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Marcas da Verdadeira Igreja

Quando falamos em “Marcas” da verdadeira Igreja estamos nos referindo aos sinais, ou melhor, ao que caracteriza uma igreja denominada verdadeiramente cristã quando comparada com outras. Entendemos portanto, que uma verdadeira igreja é aquela que está fundamentada nas Sagradas Escrituras e composta por homens pecadores que uma vez foram alcançados pela graça regeneradora de Deus.

1.1 As Marcas da Igreja na Teologia Reformada Apesar da teologia reformada apresentar essa necessidade de volta às Sagradas Escrituras, havia uma certa divergência quanto ao número das marcas da igreja. Enquanto alguns teólogos calvinistas defendiam a existência de apenas uma marca, no caso aqui, a pregação da sã doutrina do Evangelho, outros falavam de duas marcas: a sã pregação da Palavra e a correta administração dos sacramentos, e outros ainda incluíam o exercício da disciplina como sendo a terceira marca da Igreja de Cristo. A Confissão de Fé de Westminster por sua vez, além de abordar sobre a pureza doutrinária e a disciplina como excelentes qualidades da igreja, cita que a característica indispensável ao ser da igreja é a “profissão da religião verdadeira” [1].
Assim, compreendemos que a Fiel Pregação da Palavra de Deus e o seu reconhecimento como regra de fé e prática é a principal marca da verdadeira igreja de Cristo, sendo que as outras duas marcas (Correta Administração dos Sacramentos e o exercício da Disciplina), são provenientes desta. 

1.2. As Marcas da Igreja A partir deste instante, observemos as Marcas da Verdadeira Igreja, contudo não as abordaremos aqui com muita profundidade devido a limitação de realizarmos uma monografia: 

A. Fiel Pregação da Palavra. Como já observamos antes, essa marca é mais preponderante diante das outras, pois desta dependem. Com essa marca podemos estabelecer o paradigma primordial através do qual reconhecemos ser uma igreja verdadeira. A fiel pregação da Palavra não implica em uma perfeição na pregação, mas sim num comprometimento em buscar sempre a pureza de uma doutrina sadia que não venha colocar em risco os principais fundamentos bíblicos. (Cl 1.8)

B. Correta Administração dos Sacramentos. Essa é uma marca que está inserida dentro da primeira marca, visto ser inconcebível praticar os ensinamentos da Palavra sem atentar para a correta administração dos Sacramentos. Como sabemos, são dois os Sacramentos: A Santa Ceia e o Batismo. Estes, de acordo com a instituição divina, só podem ser ministrados aos crentes e aos seus filhos, por pastores qualificados, contudo, a Santa Ceia, de acordo com o ponto de vista reformado e bíblico, só pode ser ministrada aos crentes que professaram a sua fé junto a igreja do Senhor. Já o Batismo é ministrado tanto aos crentes como também aos seus filhos. (Mt 28.18-20; I Co 11.17-34)

C.
Fiel Exercício da Disciplina. Essa marca é a que obtem mais proeminência em nosso trabalho e na qual nos aprofundamos mais, sendo ela também subordinada à fiel pregação da Palavra de Deus, pois é a Palavra de Deus que insiste na aplicação adequada da disciplina na Igreja de Cristo. O exercício da disciplina possui como alto objetivo a restauração do disciplinado, assim deve ser aplicada com muita sabedoria e muito amor. A aplicação da disciplina torna-se necessária pois o seu exercício contribui para a “pureza da doutrina e para salvaguardar a santidade dos sacramentos” [2]. (Mateus 18.15-20)

Essa é uma marca pouco vista nas igrejas nos dias atuais, Tendo em vista as muitas tendências mundanas que invadem o comportamento da igreja em nossos dias. Que nossa igreja seja sempre a verdadeira Igreja de Jesus!”

Rev. Rosther Guimarães(Igreja Presbiteriana de Guará

Mel na caveira de um leão morto


Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Sansão foi levantado por Deus num tempo de opressão. Seu nascimento foi um milagre. Foi consagrado a Deus como nazireu desde o ventre. Tornou-se um portento. Sua força era colossal. Era um jovem prodígio, um verdadeiro gigante, homem imbatível. Seu único problema é que não conseguia dominar seus impulsos. Um dia viu uma jovem filisteia e disse a seu pai: “Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; tomai-ma, pois por esposa [...] porque só desta me agrado” (Jz 14.2,3). Seu pai tentou demovê-lo, mas Sansão não o ouviu.

Certa feita, caminhando pelas vinhas de Timna, um leão novo, bramando, saiu ao seu encontro, mas Sansão rasgou esse leão como se rasga um cabrito. Depois de alguns dias passou pelo mesmo local e foi dar uma olhada no corpo do leão morto. Estava ali, na caveira do leão, um enxame de abelhas. Sansão pegou um favo de mel nas mãos e se foi andando e comendo dele (Jz 14.8,9). Sansão era nazireu e não podia tocar em cadáver. Ele quebrou, ali, o primeiro voto de sua consagração a Deus. Ele procurou doçura na podridão. Ele comeu mel da caveira de um leão morto. Muitos ainda hoje buscam prazer no pecado e procuram doçura naquilo que é impuro. Por isso, perdem a unção, a paz e a intimidade com Deus.

A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo. Porque Sansão quebrou o primeiro voto do nazireado, abriu a porta para outras quedas. Na festa de casamento, com vergonha de assumir sua posição de nazireu, Sansão fez ali um banquete; porque assim o costumavam fazer os moços (Jz 14.10). Sansão preferiu imitar os moços de sua época a posicionar-se como um ungido de Deus. Além de não tocar em cadáver, um nazireu não podia beber vinho. Mas, Sansão quebrou mais esse voto de consagração por não ter peito para ser diferente e fazer diferença. Daí para frente, sua vida foi de queda em queda. Coabitou com uma prostituta em Gaza (Jz 14.1) e afeiçoou-se a Dalila (Jz 14.4). Essa mulher astuta o seduziu e arrancou dele a confissão acerca da origem de sua força. Um nazireu não podia cortar o cabelo, mas a cabeça de Sansão foi raspada. Esse jovem prodígio perdeu sua força. O Espírito Santo retirou-se dele. Caiu nas mãos dos filisteus. Estes, lhe vazaram os olhos e escarneceram dele num templo pagão.

Sansão brincou com o pecado e o pecado o arruinou. Sansão não escutou conselhos e fez manobras erradas na vida. Sansão fez pouco caso de seus votos de consagração e perdeu o vigor de seu testemunho. Perdeu sua força e sua visão. Perdeu sua dignidade e sua própria vida. Vocacionado para ser o libertador do seu povo, tornou-se cativo. Porque desprezou os princípios de Deus, o nome de Deus foi insultado num templo pagão por sua causa.

A vida de Sansão é um brado de alerta para a nossa geração. Há muitos jovens, que à semelhança de Sansão, não escutam seus pais. Muitos jovens, mesmo sendo consagrados a Deus, filhos da promessa, vivem flertando com o mundo, amando o mundo, sendo amigos do mundo e conformando-se com o mundo, procurando mel na caveira de leão morto. Muitos crentes têm perdido a coragem de ser diferentes. Imitam o mundo em vez de serem luz nas trevas. Fazem suas festas como o costumam fazer aqueles que não conhecem a Deus. Transigem com os absolutos de Deus e entregam-se às aventuras, buscando uma satisfação imediata de seus desejos. Esse caminho, embora cheio de aventuras e prazeres, é um caminho de escuridão, escravidão e morte. O pecado é um embuste. Promete prazer e traz tormento. Promete liberdade e escraviza. Promete vida e mata. O pecado levará você mais longe do que gostaria de ir; reterá você mais tempo do que gostaria de ficar e, custará a você um preço mais do alto do que gostaria de pagar.
Fonte: Palavra da Verdade

O liberalismo teológico morreu?

Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Rev. Augustus Nicodemus Lopes
De vez em quando leio em algum lugar gente reclamando que eu fico ressuscitando defunto ao criticar os liberais. “O liberalismo teológico já morreu,” dizem eles, “não há mais liberais hoje”. A acusação implícita é que eu teimo em manter viva a polêmica entre o fundamentalismo e o liberalismo teológico do início do séc. XX nos Estados Unidos que já faz parte de uma história vencida e passada.
 Bom, para mim o liberalismo teológico está bem vivo, sim, em nossos dias e no Brasil. Deixe-me explicar.

 1. Como movimento acadêmico, teológico e filosófico, o liberalismo de fato já terminou historicamente – fato este nunca desconhecido e muito menos negado por mim. Já em 2007 eu escrevi um post, “O Retorno de Pé na Cova,” comentando o renascimento do velho liberalismo nas academias teológicas brasileiras.
 Vejam o que escrevi em outro post, desta feita sobre o barthianismo:
 “Após a Reforma, durante os séculos dezessete e dezoito, a Igreja protestante foi largamente influenciada por idéias originadas do Iluminismo. O racionalismo desejava submeter todas as coisas ao crivo da análise racional. Lentamente a razão humana começou a triunfar sobre a fé. O filósofo L. Feuerbach tentou transformar a teologia em antropologia, dizendo que tudo que se diz sobre Deus, na verdade, é dito sobre o homem. Ele influenciou grandemente K. Marx, S. Freud, R. Bultmann e F. Schleiermacher. Esse último desvinculou a fé cristã da história e da teologia, reduzindo a experiência religiosa ao sentimento de dependência de Deus. Somente depois ficaria evidente que era impossível construir uma teologia em cima de um terreno tão subjetivo, mas na época, e por mais de um século, Schleiermacher foi seguido por muitos e sua influência continua até hoje.
Na mesma época, surgiu o método histórico-crítico de interpretação da Bíblia, que negava a inspiração divina de seus livros e tratava-a como meros registros humanos falíveis e contraditórios da fé de Israel e dos primeiros cristãos. A confiança na Bíblia foi tremendamente abalada.
Esses desenvolvimentos dentro da Igreja e o movimento que surgiu associado a eles foi chamado de liberalismo. O liberalismo tinha uma perspectiva elevada do homem e acalentava a esperança de que o Reino de Deus poderia ser implantado nesse mundo mediante os novos conhecimentos científicos e tecnológicos trazidos pelo Iluminismo. Com isso, o Evangelho perdeu a sua exclusividade e força. A Igreja começou a secularizar-se, particularmente na Europa.
Então veio a I Guerra Mundial. As esperanças do liberalismo teológico e do humanismo em geral foram esmagadas. Perplexidade e confusão dominaram os cristãos da Europa. Surge a teologia da crise”.
Portanto, fica claro que faço a distinção entre o liberalismo teológico como movimento histórico – este, sim, já acabado – e o liberalismo teológico como conjunto de idéias, pressupostos e convicções sobre a Bíblia e a teologia. Este último está vivinho, sim...

2. Essas idéias do liberalismo teológico continuam presentes e sendo defendidas em sala de aula por pastores, professores e teólogos. Se não vejamos. Segue abaixo uma relação de algumas destas idéias:

  • O sobrenatural não invade a história. Milagres não acontecem como fatos no tempo e no espaço, mas são explicações ou projeções das pessoas na tentativa de descrever suas experiências ou entender Deus.
  • A história se desenrola numa relação natural de causas e efeitos.

  • Milagres como o nascimento virginal de Cristo, os milagres que o próprio Cristo realizou, sua ressurreição física dentre os mortos, os milagres do Antigo e Novo Testamentos nunca aconteceram na história. No máximo, na heilsgeschichte (história santa, ou história salvífica), diferente do mundo da história bruta, real, factível.

  • Temas como criação, Adão, queda, milagres, ressurreição, entre outros, pertencem à história salvífica e não à história real e bruta. Adão e Eva não foram pessoas reais.

  • Não interessa o que realmente aconteceu no túmulo de Jesus no primeiro dia da semana, mas, sim, a declaração dos discípulos de Jesus que diz que Jesus ressuscitou.

  • Os relatos bíblicos dos milagres são invenções piedosas do povo judeu e dos primeiros cristãos, mitos e lendas oriundos de uma época pré-científica, quando ainda não havia explicação racional e lógica para o sobrenatural.
  • A Escritura contém erros e contradições, lado a lado com aquelas palavras que provêm de Deus. Nossa tarefa é tentar separar as duas coisas.
  • Interpretar a Bíblia historicamente significa reconhecer que ela contém contradições. Qualquer abordagem hermenêutica deixa de ser histórica se não aceitar essas contradições.
  • A Igreja Cristã se perdeu na interpretação da Bíblia através dos séculos e somente com o advento do Iluminismo, do racionalismo e das filosofias resultantes é que se começou a analisar criticamente a Bíblia e a teologia cristã, expurgando-as dos alegados mitos, fábulas, lendas, acréscimos, como, por exemplo, os mitos da criação e do dilúvio e de personagens inventados como Adão e Moisés, etc.
  • O sentimento religioso é algo universal, isto é, cada ser humano é capaz de experimentá-lo. É esse sentimento que dá validade às experiências religiosas e que torna o ecumenismo possível.
Agora, eu gostaria de saber se os que dizem que o liberalismo teológico já morreu serão honestos o suficiente para responder a esta indagação, a saber, se estas idéias estão totalmente ausentes nos cursos de teologia em nosso país e se não existe nenhum professor de teologia ou de Bíblia ensinando estas coisas hoje nos seminários, institutos bíblicos, escolas de teologia ou universidades teológicas.

3. Eles dizem que o liberalismo foi suplantado pela neo-ortodoxia, movimento que veio em seguida. Todavia, estou convencido de que a neo-ortodoxia, preservou, perpetuou e continuou algumas das principais ênfases do liberalismo teológico, especialmente o entendimento liberal quanto às Escrituras. Tratei deste assunto neste post: “A Voz é de Jacó, mas as Mãos são de Esaú”.
Num outro post, intitulado “Carta a Bultman,”eu escrevi o seguinte, dirigindo-me numa carta hipotética ao falecido liberal:
“Eu gostaria de poder lhe dizer que suas idéias morreram e que hoje praticamente não tem mais ninguém que seriamente as defenda. Mas, não, não posso dizer isto. Lembra do Karl Barth, que viveu na sua época, e com quem você trocou correspondências por mais de 30 anos? Vocês dois tinham muita coisa em comum, embora também diferenças. Pois é, acho que ele acabou levando a melhor, pois muitos de teus discípulos acabaram virando bartianos ou neo-ortodoxos – é assim que os chamamos – e embora falem a língua dos ortodoxos (daí o nome neo-ortodoxia) ainda conservam em grande parte aquele seu ceticismo radical para com a veracidade e historicidade do Novo Testamento. Estes neo-ortodoxos detestam ser identificados como liberais, mas ao final, não sendo realmente uma nova ortodoxia, o melhor nome para eles deveria ser neo-liberais mesmo.”
Portanto, não acho que estou ressuscitando defunto quando critico os liberais. Se liberal é quem defende aqueles pontos acima e fundamentalista é quem os contesta, então, a polêmica continua, sim. Não creio que o cerne da controvérsia entre fundamentalistas e liberais já tenha se encerrado historicamente, como querem alguns.
O curioso, entretanto, é que eles se esquecem deste argumento quanto me chamam de fundamentalista... a rigor, também não deveriam mais existir fundamentalistas hoje...
*Extraído do blog O Tempora, O Mores. http://tempora-mores.blogspot.com

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O que acontece com crianças que morrem na infância?

O destino eterno dos que morrem na infância suscita debate sempre que a questão é levantada. Porém, as diferenças de opinião não são assim tão grandes. Deixando de lado os pelagianos, os demais cristãos diferem mais em nuanças. Alguns dizem que todos os que morrem na infância serão salvos. O restante diz que não podemos ter certeza de que todos os infantes que morrem na infância serão salvos. Quase ninguém, se é que há alguém, defende com certeza que alguns bebês serão condenados se falecerem nessa idade. E diante da escassez da dados bíblicos sobre o tema, não é prudente causarmos divisão por causa disso. O que não impede de assumirmos uma posição e defende-la. 

A discussão começa com o estado das crianças
. Os pelagianos negavam o pecado original, logo, todas as crianças nascem puras e se morrem na infância vão para o céu. Para os arminianos todas as crianças, ainda que herdem o pecado original, nascem em estado de graça e se morrerem vão para o céu, mas perderão esse estado na idade de discrição. Os romanistas (e os luteranos e anglicanos, com modificações) creem que todas as crianças nascem condenadas, permanecendo assim até o batismo. Se morrem batizadas, vão para o céu. Se não forem batizadas, não vão. Os reformados creem que todas as crianças nascem contaminadas pelo pecado, e se forem eleitas, são regeneradas e salvas. Mas se dividem em dois grupos. Um deles, acho que a maioria, acredita que não há diferença entre filhos de pais crentes e descrentes, e outro que os filhos de pais crentes gozam de uma posição privilegiada. Esta última é a minha posição e será fra(n)camente defendida neste artigo.

Minha posição pode ser expressa em três afirmações, feitas e explicadas, sem pretensão de serem absolutas.
 

1. As crianças que morrem na infância, se forem eleitas, serão salvas
. Esta minha convicção decorre da relação que a Bíblia estabelece entre eleição e salvação. O decreto da eleição é de tal forma infalível que nenhum eleito jamais irá perecer, mas será levado inevitavelmente à salvação em Cristo. E ninguém que venha a se salvar está fora do grupo dos eleitos. Por isso, todos os bebês que morrem e são salvos haviam sido eleitos na eternidade. 

2. Não sei se todas as crianças que morrem na infância são eleitas
. Creio que há um silêncio escriturístico a respeito dessa questão, sendo que as posições assumidas geralmente partem de inferências feitas de textos indiretos. O máximo que chego neste ponto é ter esperança de que todos os infantes que morrem sejam salvos. Mas não tenho base bíblica para fazer afirmações categóricas. 

3. Os filhos de pais crentes serão salvos, se forem chamados pelo Senhor antes de uma decisão pessoal.
E este ponto pede uma fundamentação um pouco melhor, pois creio que temos elementos bíblicos para isso. Quando Deus estabeleceu sua aliança com Abraão, incluiu seus filhos nela. “Estabelecerei a minha aliança como aliança eterna entre mim e você e os seus futuros descendentes, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descendentes” (Gn 17:7). E complementa com a promessa, referindo-se aos seus filhos, “e serei o Deus deles” (Gn 17:8). No Novo Testamento temos a promessa “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa” (At 16:31). Por isso, os filhos dos crentes são chamados de “descendência santa” (Ed 9:2), “semente consagrada” (Ml 2:15), “semente santa” (Is 6:13), “povo abençoado” (Is 61:9; 65:23) e “santos” (1Co 7:14). 

Não é o caso de se dizer, nem que os filhos de crentes não precisam ser regenerados
, ou que são automaticamente salvos. O meio ordinário de Deus salvar é a pregação do evangelho. No caso de Abraão, lemos de Deus considerando “Pois eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do Senhor, fazendo o que é justo e direito, para que o Senhor faça vir a Abraão o que lhe havia prometido" (Gn 18:19). A promessa realiza-se pela pregação do evangelho. Daí a ordem “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (Dt 6:6-7). O mesmo padrão se observa na casa do Centurião, de onde lemos “E pregaram a palavra de Deus, a ele e a todos os de sua casa” (At 16:32).

Porém, havendo a promessa e faltando a oportunidade de se pregar para que os filhos creiam, nada deve levar a pensarmos que os pequeninos filhos de crentes não sejam salvos se morrerem. E isso se dá pela regeneração, pois a eles se aplica igualmente as palavras de Davi:
“Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51:5). Alguém talvez pergunte, como pode ser regenerado sem fé? Para o arminiano talvez essa seja uma pergunta embaraçosa. Mas para o calvinista, que crê que a regeneração precede a fé, não há dificuldade alguma em que uma criança seja regenerada sem crer.

Concluindo, reafirmo que creio que somente os eleitos que morrem na infância serão salvos, que não sei se todos os infantes que morrem são eleitos mas, que tenho convicção de que todos os bebês filhos de crentes que morrem são eleitos, portanto, salvos.


Soli Deo Gloria
 
Por Clóvis Gonçalves 

Ecumenismo religioso: uma armadilha de Satanás

Por Pr. Ciro Sanches Zibordi


Houve um tempo em que o ecumenismo religioso era considerado um grande perigo para as igrejas cristãs. Pastores verberavam contra ele. E qualquer comunhão ecumênica entre evangélicos, católicos romanos e espíritas era inimaginável. Mas os tempos mudaram. Hoje, o relacionamento entre padres galãs e celebridades gospel é tão bom que estas até fornecem suas composições àqueles. Certa cantora gospel, inclusive, fez uma canção dedicada a Maria. Juntos, romanistas e evangélicos participam de shows ecumênicos e programas de auditório. “O que nos une é muito maior do que o que nos divide”, argumentam.

O ecumenismo — gr. oikoumenikós, “aberto para o mundo inteiro” — prega a tolerância à diversidade religiosa e a oposição a quem defende uma verdade exclusiva. Trata-se de uma armadilha de Satanás, com o objetivo de calar os pregadores da Palavra de Deus. Ele se baseia no princípio “democrático” de que cada pessoa possui a sua verdade. Mas o Senhor asseverou que não existe unidade motivada pelo amor divorciada da verdade da Palavra: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. [...] Se alguém me ama, guardará a minha palavra” (Jo 14.15-24).

Causa estranheza o fato de uma parte do evangelicalismo moderno considerar o ecumenismo religioso biblicamente aceitável. Já ouço pastores dizendo: “A doutrina bíblica divide. É o amor que nos une. A igreja deve ser inclusiva”. A despeito de o Senhor Jesus ter afirmado: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6), está crescendo no meio evangélico a simpatia pelo movimento ecumênico. Nos Estados Unidos, pastores renomados deixaram de falar de Jesus com clareza. Pregam sobre Deus de maneira generalizante, a fim de não ofenderem romanistas, muçulmanos, budistas etc. E, no Brasil, alguns acontecimentos têm preocupado aqueles que ainda preservam a sã doutrina.

Recentemente, um conhecido pastor realizou — dentro de um templo evangélico! — um culto ecumênico juntamente com a liderança da Igreja da Unificação, do “reverendo” coreano Sun Myung Moon. “Qual é o problema de um pastor de renome ter amizade com o líder de uma seita? Afinal, todos devem se unir pela paz mundial”, alguém poderá dizer. Não devemos, de fato, odiar o “reverendo” Moon. Mas, como ter comunhão com alguém que, de modo blasfemo, desdenha do sangue derramado pelo Cordeiro de Deus, considerando-o insuficiente para nos purificar de todo o pecado? Moon também se considera um novo Messias que precisou vir ao mundo para concluir a obra que o Senhor não conseguiu realizar. Que blasfêmia! A Palavra de Deus não aprova esse tipo de aliança (2Co 6.14-18).

Outro exemplo de ecumenismo religioso é o envolvimento de pastores com o unicismo, uma seita que diz ter a “voz da verdade” e vem tendo livre acesso, através de suas celebridades, às igrejas evangélicas. O pentecostalismo da unicidade é herético, visto que se opõe à doutrina da Trindade, a base das principais doutrinas cristãs. Quem se opõe à tripessoalidade divina (confundindo-a com o triteísmo) nega não apenas a teologia, mas também a própria Bíblia (Gn 1.26 e Jo 14.23), o cristianismo (Mt 28.19 e 2Co 13.13), a deidade do Espírito Santo (Jo 14.16-17 e 16.7-10), a clara distinção entre o Pai e o Filho (Jo 5.19-47 e 14.1-16) e o plano da redenção da humanidade (Jo 3.16 e 17.4-5). Atentemos para a verdadeira voz da verdade, a do Bom Pastor: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz” (Jo 10.17).

Pastores e cantores, por falta de vigilância ou movidos por interesses pessoais, estão se prendendo a jugos desiguais com os infiéis, deixando-se enganar pelo ecumenismo religioso. A maior emissora de televisão do Brasil — que sempre estereotipou e ridicularizou os evangélicos — descobriu que nem todos os cristãos são “extremistas” e “fanáticos”. Há um grupo de celebridades gospel que não tem coragem de dizer clara e objetivamente que o Senhor Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5 e At 4.12).

Em um programa dominical, certa “pastora” resolveu tripudiar sobre os seus “inimigos”, rodopiando com baianas e cantando com sambistas no ritmo das religiões afro-brasileiras. Enquanto ela dançava, a apresentadora, seus convidados e a plateia riam sem parar, numa grande celebração. Que tipo de evangelho “agradável” e “inclusivo” é esse? Lembrei-me imediatamente do que o Senhor Jesus disse, em Mateus 5.11-12: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas por minha causa”.

Há poucos dias, uma conhecida cantora gospel admitiu, de modo tácito, que o sincretismo religioso é aceitável. Ao concordar com a seguinte frase, dita por um famoso apresentador: “O Caldeirão é uma mistura de religiões”, ela respondeu: “Tem espaço pra todo mundo”. E o pior: depois, escreveu nas redes sociais que se sentiu como Paulo no Areópago... Ora, esse apóstolo não pregou a convivência ecumênica nem apresentou uma mensagem que os atenienses queriam ouvir. Ele disse o que todos precisavam ouvir. Ao chegar a Atenas, “o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria” (At 17.16). Já a aludida celebridade, deslumbrada, estava sorridente e saltitante.

Tenho visto muitos incautos felizes pelo fato de celebridades gospel estarem aparecendo na televisão. Mas não nos iludamos, pois a porta não foi aberta para o Evangelho. O que existe, na verdade, é um projeto ecumênico em andamento, o qual visa a enfraquecer a pregação de que o Senhor Jesus é o único Salvador. Tais celebridades — certamente, orientadas a não falar claramente da salvação em Cristo — têm empregado bordões antropocêntricos, que massageiam o ego das pessoas. Elas não têm a coragem de confrontar o pecado. E apresentam um evangelho light, agradável, apaziguador, simpático, suave, aberto ao ecumenismo.

O que está escrito em 1Coríntios 16.9? “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu, e há muitos adversários”. Quando Deus verdadeiramente abre-nos a porta da pregação do Evangelho, como a abriu para o apóstolo Paulo, os adversários — Satanás, os demônios e todos os seus emissários — se voltam contra nós. Mas a mídia está aplaudindo de pé esse “outro evangelho” aberto à convivência ecumênica. Preguemos, pois, como Paulo, nesse mundo, que é um grande caldeirão religioso: “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30).

Fonte: Ciro Zibordi
 
Extraido de www.ministeriobbereia.blogspot.com/