Esboço Dominical do Missº Veronilton Paz

Veredas da Justiça: Sermões que Edificam

TEXTO: EZEQUIEL 47.1-12

EXÓRDIO:

Conta-se a história de um grande general chamado Alexandre. Muitos o conhecem por Alexandre da Macedônia, ou ainda Alexandre, o Grande. Este jovem militar conquistou terras da Macedônia até o Egito, chegando até a Índia, ele ainda dominou por certo tempo até partes do império romano. Este homem passou por uma situação bem engraçada, na qual um dos seus soldados desertou na guerra. O capitão o chamou e disse a ele o ocorrido. O general, que odiava pessoas covardes, chegou esbravejando e disse: “Você está louco soldado? Como ousa me afrontar fugindo da guerra? Perguntou mais ao soldado: “Qual é o teu nome infeliz?” O saldado respondeu: “Meu nome é Alexandre, senhor”. Alexandre da Macedônia transtornado se aproximou do soldado, o pegou pela gola da camisa e o jogou na parede, e Depois disse: Ou você muda de conduta ou muda de nome! Eu pergunto que zelo nós temos com o nome de Cristão que está sobre nós? Estamos vivendo de maneira agradável a Deus? Estamos zelando pelo nome de Cristo, nosso Senhor e Salvador?

NARRAÇÃO:

No comentário do Velho testamento de Willian Smith ele fala que Ezequiel significa “o Senhor fortalece”, era filho de um sacerdote, e com muitos outros judeus da alta camada da sociedade foi levado cativo para Tel-Abibe (3.15) perto de Nipur. Fala ainda que No quinto ano de cativeiro foi chamado para ser profeta (1), dirigiu suas profecias a Judá e Jerusalém sobre desgraças vindouras. Depois falou profecias confortadoras de salvação em termos de uma nova aliança e uma nova prática de vida. O livro foi dividido da seguinte maneira: 1. Predições de desgraças contra Judá e Jerusalém (1-24); 2. Profecias contra outros povos (25-32) e; 3. profecias de salvação (33-48). Este texto que vamos expor faz parte da última parte desta divisão na qual Deus nos alcança com sua graça soberana e agora nós temos a responsabilidade de andar de maneira diferente, não do antigo modo que vivíamos, mas agora como alguém que serve a Deus. Eu gostaria de falar um pouco sobre este assunto baseado no tema abaixo:

TEMA: COMO É A VIDA DE ALGUÉM QUE ESTÁ EM DEUS?

1.      ESTÁ SEMPRE SENDO TRANSFORMADO. V.1-5

1.1   Provando a água purificadora que vem de Deus. V.1-2

“[1] Depois disso me fez voltar à entrada do templo; e eis que saíam umas águas por debaixo do limiar do templo, para o oriente; pois a frente do templo dava para o oriente; e as águas desciam pelo lado meridional do templo ao sul do altar. [2] Então me levou para fora pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental; e eis que corriam umas águas pelo lado meridional”.

          A fonte das águas vivas que saíam templo, que simbolizava a presença de Deus. No Novo Testamento a fonte das águas vivas saem de uma pessoa, e esta pessoa não é outra senão Jesus. Jesus disse que se alguém tem sede venha a Ele e beba, quem crê em Jesus sairão dele uma fonte de água viva para a vida eterna (João 7.37-38). Quem quiser receber a água purificadora de Deus basta crê em Jesus e recebê-lo como seu único e suficiente salvador. Jesus é uma fonte inesgotável, não seca e nem fica entupida, está sempre acessível a nós.

1.2   Provando uma transformação progressiva na vida. V.3-5

“[3] Saindo o homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir, mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos. [4] De novo mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. [5] Ainda mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar; pois as águas tinham crescido, águas para nelas nadar, um rio pelo qual não se podia passar a vau”.

           Este rio que Ezequiel viu era um rio de água viva, ou seja, sempre em ascensão, aumentando a cada momento. Por exemplo, o São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais com apenas fontes que pingam, passando uns cinqüenta metros já são torneiras naturais derramando, passados três quilômetros são correntezas que inundam os vales pela frente, assim vai caminhando até se transformar no gigante rio que conhecemos. Assim a vida do crente precisa passar por uma transformação progressiva. Diz o Rev. José Martins que o homem é santo definitivamente quando crê em Jesus, será santo finalmente quando chegar na glória,  e está sendo santo progressivamente na vida presente até Jesus voltar. A evidencia de uma pessoa salva é uma vida progressiva de santidade.

2.      FAZ A DIFERENÇA POR ONDE PASSA. V.6-11

2.1   Leva a vida que há em Deus para outras pessoas. V.6-9

“[6] E me perguntou: Viste, filho do homem? Então me levou, e me fez voltar à margem do rio. [7] Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia árvores em grande número, de uma e de outra banda. [8] Então me disse: Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá, entrarão no Mar Morto, e ao entrarem nas águas salgadas, estas se tornarão saudáveis. [9] E por onde quer que entrar o rio viverá todo ser vivente que vive em enxames, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas, para que as águas do mar se tornem doces, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio”.

         Este rio que Ezequiel viu trazia vida. Jesus quando chega a um lugar ele traz vida, se eu o sirvo, devo transmitir vida. Jesus chama a igreja de laodiceia de Morna, que não era fria nem quente (Ap 3.15). Alguns dizem este texto se refere a igreja fria se referia a igreja que não é avivada, mas vivia buscando avivamento; a igreja morna não era avivada nem buscava, a igreja quente seria uma igreja avivada e que espalhava o avivamento, isto pode ser bonito, mas não tem base bíblica. Laodiceia fica entre duas cidades: Hierapólis, que tinha uma fonte de águas quentes medicinais; Colossos, que tinha uma fonte de água fria, as pessoas iam se refrescar no calor. A exortação era que a igreja fosse fria e quente, terapêutica e que trouxesse refrigério, paz para as pessoas. Ou seja, trouxesse a vida de Jesus para as pessoas. O Mar Morto não tinha vida, quando fala nas águas do mar morto se tornar saudáveis está se referindo ao agir de Deus, que quando entra em lugar que parecia perdido faz nascer uma nova vida. João fala que “o Vento sopra onde quer” (João 3.8), referindo-se ao agir soberano do Espirito Santo, que age onde quer, como quer e onde quer. Há lugares que parece que Deus não agirá jamais, mas quando Deus cisma em agir, ele faz e ninguém pode impedir o seu agir. Ele faz a diferença em nossa vida

2.2   Abençoa os que se chegam a ele (ela). V.10

“Os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua espécie, como o peixe do Mar Grande, em multidão excessiva”

          Este rio abençoava os que nele se achegavam. Jesus é o nosso rio de prazer, pois é doador da benção para as pessoas. Na pesca maravilhosa, foram tantos que tanto o barco de Pedro como os outros foram cheios de peixes (Lc 5.7). Se você deseja ser abençoado, se aproxime de Jesus. Ele te dará a benção mais preciosa, a salvação. Nós precisamos abençoar as pessoas, orar por elas, repartir com elas. A teologia da prosperidade diz: Eu tinha uma casa, agora tenho duas mansões; o evangelho de Jesus diz: O que tiver duas túnicas, reparta uma com o que não tem.

2.3   Reconhece as suas falhas. V.11

“Os seus charcos e os seus pântanos não sararão; serão deixados para sal”

          Este rio tinha sua parte que não estava sã. Dizia Calvino que o homem é incapaz de fazer o bem de maneira perfeita, pois por mais que tente não consegue deixar de ser pecador (Ef 2.1; Rm 3.23; 6.23; Ec 7.20). Pedro reconheceu seu pecado (Lc 5.8), Isaias reconheceu sua impureza (Isaias 6.4-5). Nós temos reconhecido nossas imperfeições? Lutero no seu livro “O Escravo Arbítrio“ disse que se três homens jogassem cada um uma pedra e, o primeiro jogasse com 50 metros, o segundo com 100 metros e o terceiro com 200 metros, nenhum dos três há que atire uma pedra com a força de atravessar o mar. Trazendo para Escritura, disse que o homem pode errar mais aqui, outro acolá e ainda outro ali. Entretanto nenhum homem fica sem pecar e nasce pecador (Sl 51.4,5; Rm 3.23). Livre arbítrio é poder escolher em ser perfeito ou imperfeito, podemos escolher pecar, mas não ser perfeitos, só Adão tinha esta capacidade, mas perdeu quando pecou (João 8.34). Todo homem é totalmente pecador e não consegue apresentar um sacrifício perfeito a Deus. Só Jesus consegue fazê-lo, sendo assim só por meio de Jesus o sacrifício é perfeito (Hb 13.15). LUTERO, Martinho. Apud. “O Escravo Arbítrio: Uma Resposta a Erasmo de Roterdã”, Alemanha, 1517.

3.      DÁ FRUTOS NA SUA VIDA PARA DEUS. V.12

3.1   Seus frutos são bons. V.12a

“E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer [...]”

3.2   Seus frutos são permanentes. V.12b

“[...] Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário [...]”.

3.3   Seus frutos levam alimento e curam a alma das pessoas. V.12c

“[...] O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio”.

CONCLUSÃO:

Nós vimos nesta mensagem que: A vida de quem serve a Cristo está sempre sendo transformado; faz a diferença por onde passa e; dá frutos na sua vida para Deus. Como temos vivido?

APLICAÇÃO:

Musica: Quando Encontrei Jesus (Afonso Augusto)

Desafio: Crentes: Viver de modo que agrade a Deus; Não crentes: Entrega pessoal a Cristo por meio da fé.

Oração: Por crentes e não crentes

 Autor: Veronilton Paz: Presbítero, Missionário; Formação no CPO/IBN Garanhuns-PE, CEIBEL Patrocínio-MG, Bacharel em Teologia ITG Belo Jardim-PE, Graduando em Letras - Lingua Portuguesa na UEPB. Contato: cristaoreformado@gmail.com, 083 9971 3627. 

Sofrimento e glória

A vida cristã é temperada com sofrimento, mas caminha para a glória. Cruzamos vales profundos, mas também subimos montes alcantilados. Vertemos lágrimas amargas, mas também experimentamos alegria indizível. Em Romanos 8.18-27 Paulo fala sobre o problema do sofrimento e da dor. Ele contrasta o sofrimento presente com a glória futura. Paulo menciona três gemidos. Fala do gemido das duas criações: a antiga (a natureza) e a nova (a igreja). Elas sofrem juntas e juntas serão glorificadas no final. Vejamos esses três gemidos. 

Em primeiro lugar, os gemidos da criação (Rm 8.18-22). Quando Deus terminou a obra da criação, viu que tudo era muito bom. Mas hoje a criação está gemendo. Há sofrimento e morte. Há dor e gemidos. Há sofrimento (v. 18), vaidade (v. 20), escravidão (v. 21), corrupção (v. 21) e angústia (v. 22). Mas esse gemido da criação não é o gemido de alguém que está morrendo, mas é como o gemido de uma mulher que sofre as dores de parto. Depois do gemido, vem a alegria. A criação geme aguardando a revelação dos filhos de Deus, a gloriosa segunda vinda de Cristo. Nós vamos participar da glória de Cristo e a natureza vai participar da nossa glória. Aqui pisamos uma estrada juncada de espinhos. Aqui, as pedras ferem nossos pés. Aqui a natureza sujeita ao pecado conspira contra nós. Aqui a dor fuzila nosso corpo e a angústia oprime a nossa alma. Aqui as lágrimas inundam nossos olhos e a tristeza entrincheira a nossa vida. Porém, em breve, essa mesma criação que geme, será restaurada e participará da glória dos filhos de Deus, quando Cristo vier em sua glória. 

Em segundo lugar, os gemidos da igreja (Rm 8.23-25). Nós gememos por causa da fraqueza do nosso corpo e por causa da presença do pecado em nosso ser. Nós gememos porque embora já fomos libertos da condenação do pecado (na justificação), e estamos sendo libertos do poder do pecado (na santificação) ainda não fomos libertos da presença do pecado (na glorificação). Nós gememos porque já experimentamos as primícias do Espírito e já sentimos o gosto da glória por vir. O Espírito em nós é mais do que uma garantia da glória, é antegozo dela. Nós gememos porque antevemos o gozo do céu e desejamos ardentemente ser revestidos de um corpo de glória e chegar logo em nossa Pátria, em nosso lar, o céu. Nós gememos, porque o melhor está ainda por vir. Nós gememos aguardando esse dia. Os gemidos da igreja também não são gemidos de desespero ou pavor, mas gemidos de expectativa. Aguardamos na ponta dos pés esse glorioso dia, quando Jesus virá com grande poder e glória para estarmos para sempre com ele. 

Em terceiro lugar, os gemidos do Espírito Santo (Rm 8.26,27). Não apenas a criação e a igreja estão gemendo, mas também o Espírito Santo está gemendo. Isso significa que a despeito das nossas fraquezas, o Espírito Santo não nos escorraça. Ao contrário, nos assiste. O Espírito Santo é o Deus que habita em nós e intercede por nós, em nós, ao Deus que está sobre nós. E intercede de três formas: Primeiro, intensamente (v. 26). Ele intercede por nós "sobremaneira". O Espírito Santo emprega todos os seus atributos nessa oração intercessória. Segundo, agonicamente (v. 26), ou seja, com gemidos inexprimíveis. Mesmo sendo Deus e conhecendo todas as línguas dos homens e dos anjos, não encontra sequer uma língua para articular a sua intensa e agônica oração, então geme. Terceiro, eficazmente (v. 27), ou seja, ele intercede segundo a vontade de Deus. Toda a intercessão do Espírito Santo em nós, por nós, ao Deus que está sobre nós, está alinhada com a vontade de Deus. Ele não desperdiça sequer uma intercessão em nosso favor. Por isso, temos a garantia de que mesmo cruzando aqui os vales mais escuros, estamos a caminho do céu, pois aqueles que foram salvos pela graça, desfrutarão da glória eterna!

Rev. Hernandes Dias Lopes