Neste mês de Março (17), a Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro completou setenta e nove anos de existencia em solo monteirense, corria o ano de 1932 e chegava a esta cidade o médico e pastor presbiteriano Rev. Dr. Jullio Salles, da Mission Presbiterian Church dos EUA, monitorado pelo Rev. Langon Henderlite (Chefe da missão no Nordeste, com sede em Recife-PE). Monteiro era controlada pelo catolicismo, até o poder público era subserviente ao clero romano, e nestas condições Dr. Jullio inicia seu trabalho como médico, atendendo pessoas no hotel do sr. Manoel Joaquim onde estava hospedado, vindo ali uma parenta de seu Manoel que sofria de uma paralisia nas pernas, acudiu-se do trabalho deste bom médico que vendo que seu caso não tinha jeito para medicina da época receitou-lhe aplicativos paliativos, mas na consulta ele lhe mostrou a cura para a pior das anomalias, o pecado, Dona Belarmina Menezes (Belinha) como era chamada, mulher muito bonita e cobiçada pelos homens da alta sociedade, rendeu-se ao Senhor Jesus e chegando em casa mandou embora um cangaceiro com quem vivia amasiada e passou agora a buscar ao Senhor e sua força.
Inauguramos dia 19 de março de 2011 o campo missionário de Sumé-PB, temos congregaçoes/ponto de pregação no Sítio Serrote, Cacimbinha e cidade de Prata-PB.
Iniciou-se a fé de Dona Belinha e as perseguições religiosas, o Pe. Vicente Rodas proibiu todos os católicos a manter qualquer ligação com dona Belinha, os comerciantes não vendiam a ela sob ameaça de excomunhão, clientes de costura dela (ela era costureira afamada na região) foram pedir suas peças de volta e a irmã viu-se em apuros financeiros que eram supridos pela Missão Americana ou por Manoel Joaoquim que embora ímpio, mas gostava de ajudar pessoas, indo pela madrugada, batia a porta e quando ela abria ele jogava carne de bode para saciar a fome da sua prima e corria para não ser visto pelos outros, as perseguições ao invés de fazê-la desistir a tornaram mais firme em Jesus e sua coragem foi testemunho para outros entregarem-se a Cristo a ex. de Manoel Joaquim, dona Georgina, José Gervazio, Paulo Alexandrino e dezenas de outros. Ano de 1940 Monteiro recebe a visita das "santas missões de Frei Damião", que de santas não tinham nada, era pecado sobre pecado. Eles fizeram uma procissão e a finalidade, pasmem! era dá fim a dona Belinha, no domingo de Ramos juntaram-se com Frei Damião a frente, ele perguntava: Como se mata cobra; os fiéis respondiam: Na cabeça, só não fizeram esta maldade porque o Tenente Chaves fez durante todos os dias destas missões, guarnição na casa da amada irmã, assim ela e todos os crentes (70) que se reuniam as escondidas na sua casa escaparam. No ano de 1960 outra perseguição desta vez chefiada pelo Mons. João Honório de Melo para impedir a construção do templo próprio da Igreja no Centro onde está hoje (antes funcionava onde hoje é padaria União de Seba, Raminho e Pelezinho) e este sacerdote procurou o prefeito da época Alexandre da Silva Brito que procurou os presbíteros Manoelç Joaquim e José Manú para dizer que a liberação outrora concedida estava suspensa. Passam-se dois anos e assume o prefeito Pedrinho Bezerra, concedendo nova liberação para igreja construir, o monsenhor procurou o prefeito e o ameaçou de excomunhão se não proibisse a construção da igreja presbiteriana, o prefeito Pedrinho retrucou: Assinei e está assinada, não volto atrás de jeito nenhum. Se em outras cidades tem igreja de crentes porque aqui não pode ter? O Padre não se dando por satisfeito, entrou na justiça, mentindo que o terreno pertencia a igreja papal e perderam na justiça local, pela provas de compra e venda apresentada pela igreja local defendida pelo advogado Azael Leitão (Pastor Batista em Caruaru-PE) e apelou ao TJ da Paraiba, perdendo lá de novo. A história não acabou aqui, os pedreiros construíam de dia e o Padre pagava meninos para derrubarem de noite até que irmãos ficavam de prontidão toda a noite para impedir a derrubada. A igreja foi concluida e no dia 29 de janeiro de 1965 aquele campo missionário passou a ser igreja e foi eleito o Rev. Helon da Rocha Gouveia como pastor efetivo, e contava com os presbiteros Eneas Mineiro, José Ferreira (José Manú) e Manoel Joaquim e os diaconos José e Joaquim Gervazio. Hoje a nossa igreja conta com média de 250 pessoas, Rev Altino Pastor Efetivo, Presbiteros Veronilton Paz, Antonio Braz, Antonio Mauricio e diaconos Junior Eneas, Sinval Pereira, Edmilson Vasconcelos, José Itelmo, Gladistone Feitosa, Vicente Sousa e Francisco Barbosa (Mimoso).
sexta-feira, 25 de março de 2011
Neoevangélicos lançam candidatura à vice-presidência da
Managua - O Grupo de Liderança Evangélica, conhecido como “neoevangélicos”, aninhou-se no Partido da Aliança pela República (Apre) e emplacou a candidatura da líder da Assembléia de Deus, Elizabeth Dávila, para a vice-presidência da República da Nicaragua.
A Aliança formalizou sua chapa no dia 18 de março, que apresentou a Miguel Ángel García, ex-ministro da Educação no governo Enrique Bolaños, como aspirante à presidência da República. A campanha dele tem por slogan “Treme Daniel (Ortega) porque chegou Miguel”.
Dávila disse que resolveu aceitar a oferta do Apre porque estavam difíceis as negociações com o Partido da Aliança Liberal Nicaraguense.
Também o pastor pentecostal Miguel Ángel Casco decidiu deixar o Partido Liberal Constitucionalista (PLC), em protesto pela suspensão das eleições primárias, em que ele aparecia como candidato à Assembléia Legislativa pelo departamento de Manágua, e ingressou no Partido Liberal Independente (PLI). Casco é ex-militante sandinista.
Notícias Cristãs com informações da ALC
A Aliança formalizou sua chapa no dia 18 de março, que apresentou a Miguel Ángel García, ex-ministro da Educação no governo Enrique Bolaños, como aspirante à presidência da República. A campanha dele tem por slogan “Treme Daniel (Ortega) porque chegou Miguel”.
Dávila disse que resolveu aceitar a oferta do Apre porque estavam difíceis as negociações com o Partido da Aliança Liberal Nicaraguense.
Também o pastor pentecostal Miguel Ángel Casco decidiu deixar o Partido Liberal Constitucionalista (PLC), em protesto pela suspensão das eleições primárias, em que ele aparecia como candidato à Assembléia Legislativa pelo departamento de Manágua, e ingressou no Partido Liberal Independente (PLI). Casco é ex-militante sandinista.
Notícias Cristãs com informações da ALC
SOU ÉTICO! Cito as fontes. Copiado do Site Notícias Cristãs. Link Original: http://news.noticiascristas.com
quinta-feira, 24 de março de 2011
A tristeza no Japão e o deus de Gondim!
Por Wilson Porte Jr.
Será que Deus sabe o que acontecerá nas próximas horas? Por mais absurdo que seja, há gente no Twitter dizendo que não, que Deus não sabe o que acontecerá nas próximas horas, que Ele também será pego de surpresa!
Há um provérbio chinês que diz: “Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos”. Gondim, pastor famoso em nosso país, tem semeado palavras ao longo deste dia que têm me feito sofrer, quase tanto quanto pelo desastre no Japão.
O deus do teísmo aberto |
Não bastasse toda aquela tragédia, vem Gondim ainda expor suas ideais sobre um deus que não sabe de nada, que não vê nada, que não ouve nada, que não pode fazer nada e, o que é mais absurdo ainda, que faz tudo isso por amor (:-P) . Gente, depois de ruminar por alguns instantes algumas ideias propostas por ele no twitter, gostaria de tecer alguns comentários sobre as tais (não estou aqui criticando sua pessoa, pois não o conheço - suas ideias, entretanto, são públicas - e são a elas que critico).
Já faz tempo que Gondim vem semeando palavras absurdas a respeito de Deus. Há um tempo atrás, discuti de modo educado com ele no Twitter. Infelizmente, por eu ser coisa nenhuma, ele me ignorou, quase me mandando cuidar da minha vida que a dele estava muito bem, obrigado. Tudo o que quis foi saber de sua fonte para dizer o que diz acerca de Deus e os desastres. Veja o que Gondim tem escrito em seu Twitter (@gondimricardo):
Ricardo Gondim |
“Os imbecis me perguntam sobre o Teismo Aberto. Ué, toda teologia não deveria ser aberta? Bin Laden gosta de teologia fechada”; “Ou Deus tem tudo sob seu controle ou Ele ama. Prefiro acreditar que Deus ama”; “O amor não controla. Amor e controle são como água é óleo, não combinam. Deus é amor. Repita depois de mim: Deus é amor”; “Um Deus que tem proposito na miséria humana, na violência, na dor, é na verdade um diabo!”; “E eu ainda sou criticado? Dá um tempo. Sou contra um Deus que chacina, que tem o mal sob controle e suja as mãos para conseguir o que quer”; “A teologia que coloca todos os mínimos eventos "sob controle" precisa de seres humanos marionetados. Simples assim!”; “Toda a lógica retributiva acorrenta a gratuidade. Acreditar em um Deus que tudo controla, desumaniza e anula a criatividade”; “Deus cria o homem como o mar forma os continentes, retirando-se. Retira-se porque nos quer livres”; “@jungmosung Você me ensinou a sair da reflexão individualista; despertou-me a pensar a partir do pobre e, por isso, sou grato, muito grato.”; “Um deus q tem propósito pra tudo, inclusive pra o mal, é réu confesso! E a pena deveria ser a morte!”
Percebam que, em todas essas afirmações, não há a citação de nenhum texto bíblico. Gondim deixa claro que não acredita que Deus está no controle de todas as coisas. Justifica-se com o papo da contingência, que, pra mim, é conversa pra boi dormir (e pra derrubar muito crente que quer dar uma de intelectual e não sabe que está cavando um buraco debaixo dos próprios pés).
“Deus não está no controle” - “Deus não sabe do que irá acontecer nas próximas horas”
Apesar de parecem absurdas tais declarações, sinceramente, eu entendo o coração de quem a escreveu. Ele não conhece o Deus da Bíblia. Tem um deus que ele mesmo criou em sua mente, cuja soberania e bondade não se encaixam ao desastre deste dia. Ele criou um deus em sua mente. Talvez por não conhecer o que as Escrituras dizem sobre o Deus trino que rege o universo com justiça e graça.
Pergunto a vocês: o que deveríamos (e o que não deveríamos) estar discutindo numa hora triste como essa?
O que NÃO deveríamos ficar discutindo é se Deus sabia ou não, se Ele poderia evitar ou não... Isso é papo de menino, de criança mimada, de gente que não se submete à Instrução Eterna e que, por isso, nunca sai da mesmice na vida e no discurso.
O que DEVERÍAMOS estar discutindo (e refletindo) é:
- Que deveríamos chorar com os que choram;
- Que deveríamos orar pela vida dos que sobreviveram e, também, pelos, agora, órfãos, viúvas, etc.;
- Que deveríamos orar pelos países ainda em vista de serem atingidos pela tsunami;
- E, por fim, e MAIS IMPORTANTE DE TUDO, deveríamos pensar no fato de que, todas as pessoas mortas na tragédia, estão vivas! Sim. Todas as pessoas mortas na tragédia, estão nas mãos de Deus que os separará em breve, como o trabalhador do campo separa o trigo do joio. Eles estão vivos, na eternidade. Estão todos conscientes, aguardando o juízo do Justo Juíz. E, certamente, seu maior problema não será a infelicidade do desastre pelo qual passaram, mas seu arrependimento ou não de pecados diante da graça de Deus revelada na cruz de Cristo. A realidade desta vida é que, um dia, todos morreremos. Alguns, de um modo trágico. Outros, de um modo não tão trágico. A morte sempre trará tristezas, dúvidas, lamentações, e medos.
Deus está no controle de tudo! As pessoas que morreram estão nas mãos dEle. As que ainda morrerão, também não fogem de Sua soberania. Se Deus não controla o universo, quem então o faz? Se Deus não controla tudo, quem é responsável pelo mal? Seria o Diabo, Gondim? O acaso, a contingência? Se Deus não é Soberano, logo, não faz sentido esperar uma vitória sobre o mal. Se todo o futuro é uma possibilidade aberta, poderá acontecer de o mal, no final, vencer. Para mim, o nome disso é ARROGÂNCIA! Alguém que larga a Bíblia e passa a dissertar num suposto tom intelectual além de arrogante, deixa de ser cristão.
Antes que alguém me pergunte, não confundamos o tsunami com uma possível disciplina. Longe de nós tal pensamento.
Só o Senhor reina! Só Ele sabe o por quê de tudo! Só Ele determina o que é e o que há de ser! Só Ele decide conhecer nosso futuro e apagar nosso passado (ao invés do contrário)!
“Faz subir as nuvens dos confins da terra, faz os relâmpagos para a chuva, faz sair o vento dos seus reservatórios.” Salmo 135.7
“Por isso, te anunciei desde aquele tempo e te dei a conhecer antes que acontecesse, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas; ou: A minha imagem de escultura e a fundição as ordenaram”. Isaías 48.5
Que Deus tenha misericórdia de nós.
SINDICATO EM AÇÃO
PROFESSORES DE SÃO JOÃO DO TIGRE IRÃO RECEBER O PISO DE R$1187,00 ,EM MARÇO.
Professores de São João do Tigre se reuniram na Câmara de Vereadores,com a Presença do Presidente Lucélio e do Vereador Valdírio,logo depois fomos a Secretaria de Educação onde foi debatido o Plano do Magistério, ficando certo que no pagamento de março, os Profissionais da Educação receberão o Piso de R$ 1.187,00 prporcional para 25 horas já neste mês, e o retroativo dividido em duas parcelas.
EU SOU O VERDADEIRO PROFETA DA NAÇÃO
Por Missº Taciano Cassimiro
Eu sou o profeta, pra ficar mais claro, EU SOU O VERDADEIRO PROFETA DA NAÇÃO. Eu prego o verdadeiro evangelho, o resto é conversa furada. Eu coloco sobre você a minha unção, você penteará seus cabelos com meu pente ungido e abençoado, que elimina caspa e mata até piolhos e outras coisas do gênero. Eu dou a você a garrafa com a minha unção. Você colocará todos os seus problemas dentro do caldeirão da benção, e cada vez que EU mexer, seus problemas começarão a ser extirpados, destruidos e lançados no inferno. E caso sobre algum problema, EU tenho a marreta de fogo, e dela não há mal que resista, pois, ela esmaga tudo, venha e prove a marreta de fogo. E caso queira receber mais bençãos passe pelo tapetão de fogo, pela nuvem de fumaça da benção. Você não nasceu para ser pobre, ficar doente, não possuir carro, pois você é filho (a) do rei, se tiver sede venha a mim e beba da água ungida. EU SOU O PROFETA DA NAÇÃO e prego o verdadeiro evangelho, qualquer duvida me procure!
Eu sou o profeta, pra ficar mais claro, EU SOU O VERDADEIRO PROFETA DA NAÇÃO. Eu prego o verdadeiro evangelho, o resto é conversa furada. Eu coloco sobre você a minha unção, você penteará seus cabelos com meu pente ungido e abençoado, que elimina caspa e mata até piolhos e outras coisas do gênero. Eu dou a você a garrafa com a minha unção. Você colocará todos os seus problemas dentro do caldeirão da benção, e cada vez que EU mexer, seus problemas começarão a ser extirpados, destruidos e lançados no inferno. E caso sobre algum problema, EU tenho a marreta de fogo, e dela não há mal que resista, pois, ela esmaga tudo, venha e prove a marreta de fogo. E caso queira receber mais bençãos passe pelo tapetão de fogo, pela nuvem de fumaça da benção. Você não nasceu para ser pobre, ficar doente, não possuir carro, pois você é filho (a) do rei, se tiver sede venha a mim e beba da água ungida. EU SOU O PROFETA DA NAÇÃO e prego o verdadeiro evangelho, qualquer duvida me procure!
Bom, antes que você pense que eu sou o " TAL ", que fique bem claro, que, " EU NÃO SOU ". Pois bem, é lamentavel saber que as afirmativas acima são apresentadas como sendo o EVANGELHO DE JESUS CRISTO.
Em seu sermão " O Sistema da Graça " sobre Jeremias 6:14 ( Curam Superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: paz, paz , quando não há paz), George Whitefield disse:
" Do mesmo modo que Deus não pode conceder maior benção a uma nação ou a um povo do que dar-lhe ministros fieis, sinceros e retos, a maior maldição que Deus poderia mandar para um povo seria dar-lhe guias cegos, impenitentes, carnais, mornos e incapazes. Todavia, em todas as épocas, tem havido muitos lobos em vestes de carneiros...que profetizaram palavras mais suaves do que as permitidas por Deus."
Infelizmente, é isso o que o povo deseja.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.
Mt 7.21-23
Que Deus nos conceda misericórdia e graça, para não sermos seduzidos pela tentação de ser o " EU SOU O VERDADEIRO PROFETA DA NAÇÃO."
segunda-feira, 21 de março de 2011
Valorizando a Literatura Cristã
João Ricardo
“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos” (2 Timóteo 4.13).
Introdução
Hoje estamos comemorando o 47° aniversário da biblioteca Francisca de Paula, e penso que precisamos sempre valorizá-la. Tenho percebido que a cristandade moderna tem negligenciado a leitura de bons livros, e especialmente, tem negligenciado a leitura da Bíblia. Existe algum benefício em ler livros e especialmente aqueles que se destinam à matéria cristã? A resposta é positiva.Infelizmente os livros teológicos e devocionais não estão mais nas listas de requisitos prioritários na vida cristã. Isso ocorre sob o pretexto, falso pretexto, de que “temos a Bíblia” e “não precisamos de outros livros”. Algumas seitas chegam ao absurdo de impedirem os seus adeptos de estudarem a Bíblia, pois, segundo eles, a Bíblia não nos foi dada para ser estudada, mas para ser apenas lida. Tal perspectiva tem gerado graves erros doutrinários em nossa época, e em nossas igrejas.
O nosso tipo de cristianismo que temos visto nos púlpitos é totalmente desprovido de conhecimento, e quando considero o texto que citamos acima vemos o valor dos livros para o ministério do apóstolo Paulo. O curioso é que esse apóstolo estava próximo da morte, e ainda assim, queria estudar – como ele era diferente de muitos de nós que estamos no conforto! -; nós crentes reformados (calvinistas) devemos valorizar a leitura de bons livros; a nossa fé nos exige isso – o cristianismo histórico é intelectual.
Por que falar sobre isso? Porque a Reforma foi a maior produtora de conhecimento por meio da literatura, os grandes expositores da Bíblia foram grandes escritores, os puritanos são exemplos titânicos desta verdade, o dr.J.I.Packer, em seu livro “Entre os Gigantes de Deus” diz que “os pregadores puritanos às vezes se demoravam sobre uma única passagem durante meses ou mesmo anos” e continua dizendo que
O método analítico dos puritanos justifica a extensão de suas obras e exposições – seis mil páginas de pregação em formato de bolso sobre o livro de Jó (Joseph Caryl); duas mil páginas de pregação em formato maior sobre Hebreus (John Owen); cento e cinqüenta e dois sermões sobre o Salmo 51.1-7 (Hildersam)[1].Tudo isso nos indica que precisamos ler. Por que precisamos ler? Por que precisamos valorizar a literatura cristã de qualidade? Vejamos algumas proposições que quero analisar com vocês nesta manhã
I – Em primeiro lugar é porque os livros podem nos tornar inculcadores da verdade de Deus
Enquanto não compreendermos esta verdade jamais pegaremos um bom comentário bíblico para ler. Considere o apóstolo Paulo. Você já se perguntou por que ele foi um grande mestre na igreja cristã? Por que ele conseguiu inculcar a Palavra de Deus na mente dos crentes? A resposta está aqui neste texto: “Timóteo quando você vier me visitar na prisão, traga-me os livros especialmente os pergaminhos” aqui, pelo exemplo do apóstolo, somos ensinados que devemos sempre Ter uma atitude de estudo constante da Palavra de Deus, ele consultava outros livros, e desta forma, usava o que aprendia neles para melhor transmitir a Palavra de Deus aos homens.Todo o conhecimento adquirido ele usava sabiamente em benefício da fé cristã. Temos feito quando lemos um bom comentário? O apóstolo lia escritos dos pagãos para confrontá-los com as verdades de Deus e mostra-lhes que a graça comum fazia com que tais homens tinham um centelha da verdade de Deus, este é o caso em Atos 17.26-28).Vemos como o apóstolo usou escritos pagãos para pregar a Cristo e a Deus naquela cidade de Atenas.
Os livros podem nos tornam em inculcadores das verdades de Deus. Somos chamados para realizar essa inculcação da Lei de Deus aos nossos filhos (Dt.6.6-7) e por isso, existe a necessidade dos livros em nossos dias. Os livros nos tornam exatamente naquilo que Deus ordena que sejamos – Inculcadores de sua palavra.
II – Em segundo lugar, os livros podem nos tornar expositores à consciência dos homens
Aqueles que labutam no ministério pastoral sabem que precisamos expor a Palavra de Deus aos homens, precisamos falar a cada um dos nossos ouvintes de uma maneira clara e expositora, por isso, sou defensor de que o melhor sermão que se enquadra a tal realidade é o expositivo.Os homens precisam ser confrontados em nossas exposições do evangelho. Os livros nos ajudam a cumprir essa missão singular. Eles nos ajudam a expor a Palavra da Verdade com mais acuidade, os bons comentários e livros sobre a exposição bíblica devem ser consultados para empreendermos essa grandiosa tarefa, os que negligenciam este conselho ficarão totalmente desprovidos de conhecimento sólido e eficaz para responder as necessidades vitais do rebanho de Deus.
O nosso Evangelismo deve ser uma exposição clara das Escrituras e quando compreendemos isso de forma evidente podemos, sem sombra de dúvidas, nos tornar expositores à consciência dos homens. Muitos de nós não estamos desafiando os ouvintes através de nossas exposições, apenas estamos entretendo os bodes e esquecendo-se de alimentar as ovelhas. Precisamos falar à consciência dos homens através das nossas exposições bíblicas que podem ser auxiliadas pela boa e saudável leitura!
É precisamente aqui onde precisamos aprender com os puritanos – aqueles grandes leitores e escritores do passado – como nos diz J.I.Packer: “O método expositivo dos puritanos consistia em primeiro apresentar as doutrinas – os princípios concernentes ao relacionamento entre Deus e os homens – presentes nos textos escolhidos, e depois, em aplicar esses princípios... Suas aplicações eram dirigidas à consciência dos homens, isto é, às razões práticas de auto-julgamento, em que a mente pesava as questões do dever, do merecimento e do relacionamento com Deus a cada momento da vida”.
Expor a palavra de Deus aos homens e falar-lhes à consciência é nossa tarefa, e certamente é uma tarefa laboriosa, mas é algo necessário. A doutrina da suficiência das Escrituras não invalida o uso de bons comentários e recursos hermenêuticos para o melhor entendimento das verdades que se encontram nas páginas sagradas. A doutrina da suficiência consiste no eixo para as nossas exposições (2 Timóteo 3.15-17). A grande questão suscitada é como posso expositor à consciência dos homens se negligencio a leitura, o estudo e a compreensão daquilo que a Bíblia ensina? A busca do conhecimento é o meio pelo qual de fato conseguimos realizar uma exposição do evangelho de Deus.
III – Em Terceiro Lugar, os livros podem nos tornar em educadores da mente
Educação é uma palavra muito forte para cada um de nós, esta palavra na língua grega é “paidian” de onde vem a palavra “pedagogo”, “pedagogia”, ou seja, somos educadores. Somos chamados para sermos educadores da mente humana.Educar a mente dos homens é nossa tarefa, o apóstolo Paulo sabia muito bem sobre isso, e por esta razão rogou a Timóteo que lhe trouxesse os “livros e os pergaminhos”, pois, ele era um educador no cárcere. Foi das prisões que ele produziu muitas de suas cartas. O seu estudo no cárcere não podia terminar, pois, o apóstolo disse que foi chamado por Deus para ser “apóstolo e mestre do evangelho”. Esse mestre deveria educar os homens no caminho que eles deviam seguir.
O crente só pode oferecer algum norte a quem lhe cerca se tiver de fato conhecimento sobre o que a Bíblia ensina sobre determinadas áreas. Precisamos ser pedagógicos em nossas exposições, em nossos ensinos e conversas sobre o evangelho de Deus, mas tudo isso é possível quando nos esmeramos no estudo de bons livros; precisamos ter em nossa mente as sábias palavras de um grande puritano: “a ignorância é quase todo o erro” (Richard Baxter). Precisamos ser educadores neste mundo. Precisamos nos dedicar à leitura de livros que nos ajudem nesta tarefa. Note o que Paulo ordena ao jovem pastor Timóteo: “Até à minha chegada, aplica-te à leitura, a exortação e ao ensino”(1 Timóteo 4.13). Notamos a relação existente entre a leitura e o ensino – a leitura nos torna capazes de ensinar – então, devemos nos dedicar à leitura de uma forma tal a ponto de sermos capazes de ensinar.
IV – Os livros não substituem a obra do Espírito Santo
Neste momento desejo fazer um alerta para cada um de nós nesta manhã. Tenho conhecimento de muitas pessoas que se dedicaram tanto ao estudo de livros que não sabem mais o que é uma leitura devocional com a Bíblia sagrada. Isso significa que estamos invertendo os valores – estamos dizendo que a opinião de grandes homens valem mais que as ordens de Deus – tal perspectiva tem prejudicado a igreja.Precisamos ter em nossa mente que os livros não substituem a obra do Espírito Santo, e quando um crente ou um ministro esquece isso está fadado ao fracasso espiritual.
A Bíblia é a palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo e apenas ele nos faz de fato compreender determinadas coisas que nem os melhores exegetas conseguem, por isso, precisamos ter uma grande consideração pela Palavra de Deus, deve existir em nós uma profunda necessidade de lê-las com o auxilio do Espírito Santo, assim, como no estudo de bons livros sobre a Bíblia precisamos do Espírito Santo, de igual modo deve existir quando estudamos o livro de Deus. Erudição e piedade não devem ser separadas. Isso é um fato que tem sido negligenciado. Um grande teólogo disse:
Há certamente algo errado com a vida espiritual de um estudante de teologia que não estuda. Mas isto não quer dizer exatamente que tudo está certo com a sua vida religiosa, se ele estuda. É possível se estudar – mesmo teologia – inteiramente com um espírito secular. Eu disse, ainda há pouco, que o que a religião faz é enviar um homem ao seu trabalho com uma devoção de maior qualidade. Ao dizer isto, eu quis expressar a palavra ‘devoção’ em seus dois sentidos - no sentido de ‘aplicação zelosa’ e no sentido de ‘exercício religioso’, as duas definições que se encontram no dicionário. Um homem religioso estudará, qualquer coisa que se torne dever seu estudar, com ‘devoção’ em ambos sentidos. Isso é o que a religião faz por ele: falo-á cumprir seus deveres, crumpri-los rigorosamente, cumpri-los ‘no Senhor’...a teologia tem como seu único fim fazer Deus conhecido: o estudante de teologia é levado em sua tarefa diária à presença de Deus, e ali é conservado.[2]Você pode perceber as palavras de Warfield? Ele está nos alertando sobre um grande risco que corremos – o estudar a teologia por meio dos livros com um espírito puramente secular – precisamos entender que a obra do Espírito Santo deve ser superior as nossas percepções humanas e conhecimentos que não visam glorificar a Deus, mas que visam a nos glorificar – tomemos cuidado com isso!
Ler um bom comentário com olhos de Calvino, Beza, Knox, Zwínglio, Owen é muito bom, todavia, ler as Escrituras com as lentes do Espírito Santo e espírito submisso à revelação de Deus na Bíblia é infinitamente melhor.
Devemos lembrar que não é a autoridade ou testemunho humano que validará a Palavra de Deus. Os livros nos ajudam a entender, mas não servem para autenticar a mensagem da Bíblia, pois,
A autoridade da Sagrada Escritura, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a Palavra de Deus[3].Então, como o Espírito age nesta relação de Leitura e exposição da Palavra de Deus?
Primeiro, o Espírito Santo ilumina os olhos e entendimentos dos pecadores para compreenderem as verdades de Deus; os livros nos servem como moletas para compreendermos coisas que não entendemos, mas até aquilo que a melhor exegese não consegue explicar o Espírito Santo o faz.
Segundo, o Espírito Santo nos mostra a majestade e a pureza da palavra muito mais que os comentários que lemos. Apenas o Espírito pode nos convencer da autoridade da Bíblia.
Terceiro, o Espírito Santo fala através das Escrituras Sagradas. Alguns têm sustentado que há novas revelações, mas todos os que se dedicam ao Estudo da Bíblia sabem que apenas por meio dela o Espírito Santo fala-nos.
Que Deus possa nos dá grande apreensão pela literatura cristã que nos foi legada por grandes homens do passado e do presente, então, não tenha medo estude os livros que lhe chega às mãos. Amem!
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O autor é formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) em Recife/PE, atualmente lidera a Igreja Presbiteriana do Brasil em São Raimundo Nonato/PI. Esta palestra foi proferida na Igreja Congregacional Reformada do Brasil em Porto da Madeira (Recife/PE) nos 47 anos da biblioteca da própria igreja, a Biblioteca Francisca de Paula, em 2002.
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Notas:
Notas:
[1] J.I.Packer, Entre os Gigantes de Deus (Editora Fiel, Primeira edição 1996,São Paulo), p.78,79.
[2] B.B.Warfield, A vida Religiosa dos Estudantes de Teologia (Editora: Os Puritanos, Primeira edição 1999), p.15,16
[3] Confissão de Fé de Westminster, Capítulo 1 e Seção 4.
Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/vida-crista/valorizando-a-literatura-crista-joao-ricardo.html#ixzz1HEP460L8
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Justificados completamente
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Rm 8:29-30
A justificação somente pela fé é considerada a doutrina mais importante do Novo Testamento, é o coração da igreja. Para Lutero, essa é a doutrina pela qual a igreja cai ou permanece em pé. É triste que poucos tenham uma compreensão clara e um entendimento correto dessa verdade bíblica. Devido a isso, ao mesmo tempo que ressalto o fato de que os que foram previamente conhecidos, predestinados e chamados também foram justificados, aproveito para tentar esclarecer este importante aspecto de nossa salvação.
Justificação é o ato pelo qual Deus declara o crente justo diante dele. Dessa afirmação decorre alguns fatos. Primeiramente, a justificação é um ato e não um processo. Deus não nos torna progressivamente justos e então nos aceita, mas num único ato nos considera justos diante Dele para sempre (não confundir aqui justificação e santificação). O segundo ponto é que a justificação é uma declaração e não uma operação de Deus. A justificação é forense, no sentido de que um culpado é declarado inocente diante de um tribunal. Terceiro, a justificação é pela fé somente, pelo que se diz que Deus declara justo aquele que crê. E o que crê é justificado sem nada além da fé, o que não crê não é justificado não importa o que mais faça. E, finalmente, o crente é declarado justo diante de Deus. Embora pecadores, somos justos perante o Senhor.
Um entendimento incorreto da doutrina é a que pensa que Deus simplesmente releva, põe de lado o pecado humano, deixando de atender os requerimentos de Sua santidade e justiça. De fato, a justificação é pela graça, ou seja, não custa nada para nós, pois somos "justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3:24). O texto mostra que a justificação, ainda que gratuita para nós, custou um alto preço para Deus, pois a Seu Filho "Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente" (Rm 3:25-26a). Dessa forma, punindo o pecado em Jesus, Deus torna-se "justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3:26a).
A justificação é, pois, pela graça mediante a fé em Jesus. A fé não é apenas suficiente, mas também necessária. Não fosse pela fé, teria que ser pelas obras da lei. Em verdade, Paulo declara que "os que praticam a lei hão de ser justificados" (Rm 2:13). Apesar de em tese a justificação pelas obras ser possível, na prática "ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3:20) e "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:23), assim, a única justificação possível é "a que decorre da fé" (Rm 9:30).
O apóstolo apresenta Abraão como exemplo da justificação pela fé somente. "Se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus" (Rm 4:2), contudo "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça" (Rm 4:3), a conclusão é que "ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (Rm 4:5). A aceitação de Abraão por Deus se deu antes de sua circuncisão, portanto, esta não lhe serviu de base para justificação, da mesma forma que as obras que os crentes realizam não é a base pela qual Deus os declara justos diante Dele. "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3:28).
Voltando ao texto que encabeça esta série de artigos, pergunto, quem é justificado? Justificados são os que são chamados de forma eficaz. Nessa chamada está incluso o dom da fé, necessária para a justificação. Ocorre, contudo, que somente são chamados de forma eficaz aqueles que foram anteriormente conhecidos e predestinados. Em resumo, apenas "os eleitos de Deus" (Rm 8:33) chegam a ser justificados.
Sendo a justificação forense, não pensemos que ela não tem implicações práticas ou que existe apenas para teologizarmos sobre. Romanos diz que "veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida" (Rm 5:18). A justificação declara que somos reconciliados com Deus "justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:1) e por isso "sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5:9). Há uma íntima relação entre a doutrina da justificação e a segurança eterna do crente. Não importa se nesta vida ou no juízo, "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm 8:33). Tendo sido justificados quando cremos em Jesus "agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1). Todos os nossos pecados passados, os atuais e até mesmos os futuros, foram punidos em Jesus e todos eles foram levados em conta quando Deus nos declarou justos diante Dele. Aleluia!
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