sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Livres para pensar e fazer planos


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Desde que me entendo como evangélico já ouvi diversas posições sobre o livre arbítrio e hoje resolvi falar um pouco sobre assunto.
Sei que vai gerar polemicas e divergências, mas penso logo existo.
Todo ser humano é dotado de vontades e sempre precisa fazer escolhas desde que nasce.
O jovem em sua maioria deseja atingir a maioridade para ser “livre” dono de seu nariz, senhor de seus atos.
Fazer suas próprias escolhas sem a interferência de seus pais, achando que assim serão realmente livres para escolher o que para eles segundo eles é o melhor.
Quando nos casamos e deixamos o lar de nossos pais achamos que somos capazes de nos sustentar e sustentar nossa prole e partindo deste principio rumaremos a uma viagem de analogias simples, mas que me fez alcançar o  pensamento e visão que tenho.
Para começarmos vamos citar um versículo cheio de verdade e direção.
No livro poético de Provérbios capitulo 16 versículo 9.
9 – O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.
Somos livres para pensar e fazer planos, mas a bíblia nos ensina que é Deus quem nos dirige os passos logo a liberdade para agir não pode ser confundida com liberdade para executar.
Ter liberdade não significa poder fazer tudo que queremos, pois temos limites e regras em todo e qualquer ambiente que vivamos escolas, fóruns, igrejas e etc.
Nem tudo que planejamos executamos logo liberdade não pode ser entendida como realizações.
No Livro profético de Jeremias capitulo 20 no versículo 23 encontramos uma afirmação mais contundente ainda.
23
– Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos.
Eu posso tomar decisões nas esferas terrenas que complicarão a minha caminhada, posso até tomar o caminho errado, mas isso somente fará mais dificultosa à caminhada em direção ao propósito de Deus para minha vida em seus objetivos.
Nos podemos fazer vários planos, mas nossa vontade não é livre para realizar nada contrário à vontade de Deus.
Toda decisão que tomamos é influencia pela cultura, ensino e experiências de pessoas que viveram antes de nó s ou que nos deram exemplos como precursores de metas e objetivos, logo nossas decisões sempre são tomadas direcionadas a acertar, mas baseada em um conceito preexistente que uma mente idealizou ou realizou.
Não somos auto-suficientes e nem sabemos escolher a grande prova disso e a quantidade de pessoas que fazem análise, as pessoas que lotam os presídios manicômios e etc.
Para terminar queria que você formasse uma opinião e não se escorasse na ideologia de outrem.
Livre arbítrio – Vontade livre.
Livre do que? Para fazer o que?
Veja para onde o seu livre arbítrio te conduz.
Livro profético de Jeremias Capitulo 13 versículo 23.
23 pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? Então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal.
Analise a sua vida e veja as escolhas que já fez ou melhor pare em uma esquina de qualquer bairro e quando ver meninos e meninas usando crack e cheirando cocaína, mulheres jogando seus filhos nas lixeiras, outras menores se prostituindo e se pergunte por um momento onde está esse tal livre arbítrio.
Livre do que? Para fazer o que?

Perseguição faz bem

Por Daniel Alves Pena
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Atos 8
1 Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samária.
2 E uns homens piedosos sepultaram a Estêvão, e fizeram grande pranto sobre ele.
3 Saulo porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.
4 No entanto os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra.
5 E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo.
6 As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava;
7 pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados;
8 pelo que houve grande alegria naquela cidade.
O Deus maravilhoso usa a perseguição que para nós é muito difícil suportar como adubo para o crescimento do Evangelho, quanto mais perseguição mais o evangelho avança.
Posso citar como exemplo na minha própria vida nos dias de hoje.
Após perseguições e desconforto com alguns do meio evangélico fui impulsionado sem perceber a ampliar os trabalhos do Reino em uma congregação que não existia e hoje já alugamos uma loja e estamos felizes da vida.
Glorias a Deus pelas perseguições, almas estão sendo alcançadas e o evangelho genuíno está sendo pregado com o preço de sangue, suor e lagrimas confesso para você que está lendo que tem valido a pena.
Ver os sorrisos de pessoas libertas da opressão, do pecado, de vícios e do poderio de homens manipuladores tem-me edificado a alma e me introduzido em um cenário que antes era utópico e agora e a Canaã.
O Espírito Santo tem transformado as perseguições em exercício de fé nos auxiliando na caminhada.
Quando o perseguidor é eficiente e dedicado muitas das vezes o próprio Jesus Cristo intervêm ao nosso favor, cito como exemplo Saulo de Tarso que matava e perseguia os cristãos e foi arrebanhado para auxiliar a causa. (Atos 9)
Ninguém entendia mais de perseguição do que o Apostolo Paulo, por isso sua importância dentro e fora do evangelho.
Nenhum pastor, bispo, ou seja, que cargo ocupe da esfera evangélica ousaria pensar em pregar para Paulo ou se quer imaginá-lo sendo um auxiliar no evangelho, mas o Espírito Santo de Deus usou o perseguidor para difundir o evangelho.
Eu não conheço alguém mais apto a falar sobre o evangelho que Paulo afinal ele o conhece amplamente fazendo referencia as pessoas que ele olhou nos olhos e prendeu e mesmo assim elas continuavam a ser verdadeiramente Cristãs.
Aleluia.
Paulo conheceu primeiro os perseguidos para depois ser um,após o encontro com Jeus ele aprendeu na prática e sabia o que sofreria, mas quis, almejou, desejou, decidiu ser uma nova criatura.
Talvez falte isso em você, determinação e conhecimento de causa.
Se livre da mesmice de fazer coisas que te ensinaram sem você conhecer a essência delas, não seja um imitador, seja genuíno, impar.
Existe uma diferença enorme em ser evangélico e estar evangélico.
Quando você estar evangélico você o é por estilo, opção, achou legalzinho, agradou sua mãe, seu pai que é pastor.
Saiba que você precisa Ser evangélico, mergulhar de cabeça e saber  o que te faz estar no evangelho.
Se você está no evangelho por qualquer motivo que não seja Jesus Cristo você não foi ainda resgatado por Cristo e certamente ficara frustrado com qualquer problema que aconteça na igreja onde você congrega.
Se você tiver essência somente Cristo te importará não se importe com os que caem ou sobem.
Nosso maior exemplo veio da cruz e se chama Jesus.
ATOS 13
48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.

A Bíblia e as liberdades fundamentais ou Porque não voto no PT

Tendo, pois, Festo assumido o governo da província, três dias depois, subiu de Cesaréia para Jerusalém; e, logo, os principais sacerdotes e os maiorais dos judeus lhe apresentaram queixa contra Paulo e lhe solicitavam, pedindo como favor, em detrimento de Paulo, que o mandasse vir a Jerusalém, armando eles cilada para o matarem na estrada.

Festo, porém, respondeu achar-se Paulo detido em Cesaréia; e que ele mesmo, muito em breve, partiria para lá. Portanto, disse ele, os que dentre vós estiverem habilitados que desçam comigo; e, havendo contra este homem qualquer crime, acusem-no.

E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez dias, desceu para Cesaréia; e, no dia seguinte, assentando-se no tribunal, ordenou que Paulo fosse trazido. Comparecendo este, rodearam-no os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo muitas e graves acusações contra ele, as quais, entretanto, não podiam provar.

Paulo, porém, defendendo-se, proferiu as seguintes palavras: Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.

Então, Festo, querendo assegurar o apoio dos judeus, respondeu a Paulo: Queres tu subir a Jerusalém e ser ali julgado por mim a respeito destas coisas?

Disse-lhe Paulo: Estou perante o tribunal de César, onde convém seja eu julgado; nenhum agravo pratiquei contra os judeus, como tu muito bem sabes. Caso, pois, tenha eu praticado algum mal ou crime digno de morte, estou pronto para morrer; se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém, para lhes ser agradável, pode entregar-me a eles. Apelo para César.

Então, Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Para César apelaste, para César irás. (Atos 25:1-12)
Uma das maiores mentiras já contadas aos evangélicos é a de que todos os sistemas políticos são compatíveis com a Bíblia. Dizem os pregadores que não importa se estamos em uma democracia ou em uma ditadura, no socialismo ou no capitalismo...o Evangelho conviveria bem em qualquer forma ou regime de Governo. Bastaria que os cristãos sejam submissos ao Estado, porque a mensagem evangélica nada teria a dizer sobre política.

Contudo, o reino de Deus não é apenas a proclamação da libertação dos pecados. O objetivo de Deus é fazer com que todas as coisas sejam transformadas por Cristo e estejam subordinadas a Ele, o que certamente inclui os governos:
desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra...(Efésios 1:9-10)
A Bíblia não é um livro que fala apenas de salvação de pecados. Ela também trata de política, de economia, de sociedade...e os cristãos precisam aprender o que ela ensina sobre isso. E uma das pistas está no final do livro de Atos dos Apóstolos.

A lei protegendo o apóstolo
Por que será que Lucas gasta 6 capítulos de Atos narrando todos os fatos relativos à prisão de Paulo? A Bíblia não discorre apenas sobre os milagres ou discursos acontecidos nesta época, mas detalha as prisões, as emboscadas, os recursos judiciais, as audiências...ela mostra que os cristãos precisam de um Estado onde seja possível recorrer às arbitrariedades de um grupo organizado de pessoas.

Ou, dito de outra maneira, a Bíblia mostra que os cristãos devem contar com um Estado onde os cidadãos tenham o direito de se defenderem de ataques e de terem um julgamento justo.

Vejamos o contexto próximo de Atos 25. Paulo estava respondendo a uma falsa acusação dos judeus de ter profanado o templo. Sem um processo formal, Paulo foi espancado (Atos 21:29-32) e tentaram assassiná-lo duas vezes (Atos 21:31 e 23:12-35). Para escapar da morte e do abuso de autoridade de um comandante militar, Paulo apelou para seus direitos de cidadão romano (Atos 22:25-27) e contou com a lei para escapar de açoites (Atos 22:29). A proteção do Estado também foi necessária para garantir a integridade física do apóstolo (Atos 23:31-33).

Claro que nem tudo correu como o planejado. Mais de uma vez as autoridades romanas reconheceram que Paulo não cometeu nenhum delito contra Roma (Atos 23:28-29; 25:24-27; 26:30-32). Mesmo assim, a pressão dos judeus fez com que as autoridades romanas deixassem Paulo preso, como podemos ver no texto que abre este post.

No entanto, mesmo assim, sempre havia uma forma legal de recorrer dos abusos e garantir direitos. Foi o que Paulo fez quando viu que Festo queria agradar os judeus e que sua vida corria perigo. Ao reconhecer um juiz suspeito, Paulo recorreu ao tribunal superior. Apelou para César.

O ponto de vista bíblico sobre o Direito
Talvez muitos cristãos pensem que Paulo só agiu assim, apelando para a Lei, porque ele tinha esta opção. Imaginam que, na ausência de um Estado garantidor de direitos fundamentais, Paulo talvez apenas fugisse.

Contudo, não é isso o que o texto nos indica. Quando Festo tenta ferir o direito de Paulo, ele diz claramente ao governador o seu pensamento jurídico (e teológico):
Disse-lhe Paulo: Estou perante o tribunal de César, onde convém seja eu julgado; nenhum agravo pratiquei contra os judeus, como tu muito bem sabes. Caso, pois, tenha eu praticado algum mal ou crime digno de morte, estou pronto para morrer; se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém, para lhes ser agradável, pode entregar-me a eles. Apelo para César. (Atos 25:10-11)
Nesta fala fica claro que:

- Paulo reconhecia a legitimidade do Estado para julgar o caso;
- Paulo aceitaria até a pena de morte caso tivesse cometido um crime grave;
- Nenhum juiz tem o direito de torcer o seu julgamento;
- Ele iria lutar até o último recurso para garantir o seu direito.

Essa postura combina com o ensino que é dado pelo apóstolo em Romanos 13. O Estado deve premiar quem faz o bem e castigar quem faz o mal:
Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. (Romanos 13:3-4)
Paulo nunca buscou que o Estado romano chancelasse o cristianismo, assim como nunca procurou afrontar Roma. Não pediu a César que construísse templos ou praças da Bíblia nem articulou golpes de Estado. Mas, de modo bastante ativo, procurou sim, de todas as formas, garantir que o Estado cumprisse o seu dever bíblico.

E hoje?
Hoje a questão permanece atual. Em vários países, a Igreja não tem liberdade para pregar o Evangelho ou o Estado não garante a proteção aos cristãos. A situação é tão grave que há uma missão voltada especificamente para esta questão: a Portas Abertas. E, normalmente, essa perseguição acontece em Estados onde a democracia ainda não é consolidada.

E, onde os direitos fundamentais do cidadão estão ameaçados, a Igreja deve acordar. É nosso papel lutar ativamente para que o Estado seja usado para proteger os cidadãos da coação de grupos ou mesmo de agentes públicos. Mas, quando o Estado suas estruturas são usadas por grupos políticos para pressionar ou ameaçar a quem quer que seja, o dever da Igreja é protestar.

Nesta semana foi revelado que a Receita Federal do Brasil, ferindo a Constituição, quebrou o sigilo de Verônica Serra, filha do candidato a presidente da República, José Serra. Já é comprovado que um documento foi falsificado para a obtenção dos dados. O sigilo fiscal de outros quatro integrantes do PSDB também foi quebrado. O mesmo aconteceu com outras 130 pessoas. E já aconteceu antes com um caseiro. Tudo isso acontece e o Governo manobra para evitar dar explicações ao Congresso Nacional sobre o ocorrido. 

Junte a isso a tentativa de aprovar um programa de direitos humanos onde se dificulta que um cidadão se defenda de invasões à sua propriedade e com ameaças à plena liberdade de imprensa. Some-se a amizade com países onde a imprensa está sendo intimidada, como a Argentina e a Venezuela ou onde pessoas são condenadas à morte sem um julgamento justo, como o Irã. Isso sem falar na comparação feita pelo presidente Lula entre militantes da defesa das liberdades em Cuba e os bandidos do Brasil.

Diante de tudo isso, fica a pergunta. O Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo é compatível com a forma como o Governo brasileiro encara a questão das liberdades? A Igreja deve ficar apática diante de tudo isso ou deve erguer-se em protesto?

A passividade da igreja evangélica brasileira diante de um Estado que fere os direitos dos cidadãos e faz companhia a países de tendências antidemocráticas é um pecado! Por várias razões:
1) Porque a Bíblia prega, para este mundo, um Estado onde essas liberdades (culto, pensamento, imprensa, opinião) e direitos (julgamento justo, devido processo legal) sejam respeitados;

2) Porque o aparelho do Estado está sendo usado para intimidar cidadãos, quando deveria ser usado para protegê-los de intimidações;

3) Porque a garantia destes direitos é fundamental para a proteção do próprio cristianismo em terras brasileiras;

4) Porque a aproximação do Brasil com as ditaduras acaba reforçando-as, e assim, contribui para uma perseguição maior da Igreja;

5) Porque o fato disso estar acontecendo com não-crentes não significa que eles não tenham o mesmo direito que nós diante de Deus.
Os servos de Deus devem parar de acreditar em mentiras. A Bíblia não é compatível com as ditaduras, nem com governos onde os cidadãos não possam se defender do Estado e onde ele é usado para intimidar quem deveria ser protegido. Precisamos reagir contra isso. Inclusive no voto, recusando-se a eleger políticos que não tenham compromisso com a democracia.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dos gênios que muito falam…

Meus chegados sabem que não curto o debate calvinismo x arminianismo. Não porque não seja importante, até porque a cosmovisão que se segue faz toda a diferença tanto ao pensar quanto ao viver, mas porque vejo que tudo não passa da escolha dos pressupostos. Assim, por eu não gostar do debate, pode parecer estranho que seja justo este o tema a me fazer quebrar o silêncio há muito eloquente neste blog. Mas é que anônimos, mesmo os que assinam, são muito divertidos![1]
O último deles nos mandou uma resposta ao 5 Calvinistas. Confesso que na minha seca de escrita tenho passado pela mesma seca na leitura. Não li o texto que gerou o comentário, portanto. Mas precisa? A piada tem a mesma graça sem nos inteirarmos do assunto! Pois vejam o comentário (sem os muitos “sics” que seriam necessários):
Cara pq vcs calvinistas em vez de estudarem a Bíblia como se deve estudar, ficam repetindo feito papagaios o q Calvino disse há séculos atrás ? Vc conhece os generos literários q os escritores usaram para escrever ? Vc conhece as línguas originais para compreender seus verdadeiros significados ?
Cara não existe predestinação! A doutrina da predestinação é uma das maiores heresias criadas pelo homem, além de colocar Deus como responsável pela maldade do homem e pelo caos do mundo. Sei q vc não entende isso pq nunca foi até as últimas consequências com este seu pensamento.
Bem, não adianta falar....se quiser saber q a predestinação é ilógico, sem nexo eu posso te mostrar em poucas palavras, basta apenas usar a cabeça.
Meu e-mail é f.matoso@globo.com
Abraços
Lehitraót
Poderíamos destrinchar o comentário até seu último suspiro, mas isso sempre é cansativo. Então farei breves considerações… Inicio pelo desconhecimento que diz sermos repetições de Calvino e, pasmem, que não lemos a Bíblia como convém. Bem, aqui basta dizer que seguimos Calvino… Onde Calvino é bíblico (sim, ele é bíblico!).
Ah, e esse papo de estilos e línguas… Sim, claro, nosso anônimo literato é conhecedor. Nós não! Sim, sim, entendo! Mas o divertido mesmo deste parágrafo é a referência a “séculos atrás”. Pois certo: somos antiquados apegados ao que foi dito há muito. Fico a pensar se a verdade depende de tempos e se a verdade de hoje é mais verdade que a verdade de ontem! Ah essas verdades mutantes!
E, para quem tem verdades tão do tempo dependentes, afirmações categóricas demais não caem bem: “não existe predestinação”. Mas o ápice da diversão é a pretensão de acabar “em poucas palavras” com um debate que há muito divide teólogos e outros estudiosos. Lembra-me um certo “sábio tanto ou mais que eu e o Clóvis” que disse o mesmo. Mas seu texto se revelou mais aniquilador de si mesmo que do debate. Este sábio, no entanto, esqueceu-se da lógica…
Ao nosso novo sábio, porém, que ainda parece saber que a lógica é intrínseca ao pensar, não adianta falar, ainda que se resolva a explicar o quanto a predestinação é ilógico (ops, mais um “sic”)… Mas ao invés de em privado, gostaria de tal prova irrefutável na arena pública em que se deu a provocação. Assim, caro sapientíssimo anônimo Lehitraót, use a cabeça para sua breve e irrefutável refutação em um único breve parágrafo. Estamos todos os calvinistas deveras curiosos com sua genialidade!
A Verdade é o Logos e a Sabedoria no Verbo se revela. Nos homens, entretanto, o silêncio casa melhor com a sabedoria (mas os homens falam…). Exceto se suas palavras repetem a Verdade da Palavra (mas desta os homens se esquecem de falar…).
Enquanto isso, que eu fale ou me cale na exata medida em que a Verdade é ou deixa de ser… Para a glória do Eterno!
TURMA DO CPO – CURSO DE PREPARAÇÃO DE OBREIROS DE 2010
Alunos do CPO de Várias partes do Brasil


Mais uma turma de alunos estudou no IBN – Instituto Bíblico do Norte no curso do CPO – Curso de Preparação de Obreiros. Mais de cinqüenta alunos das três turmas que ficaram sob os cuidados de excelentes professores e responsáveis que durante todo o mês de julho trabalharam para formar os nossos obreiros para os campos missionários. Do projeto Rumo ao Sertão foram sete alunos dos dez inscritos. Os alunos Alcimar, André e Flávio no primeiro ano, Hélio, Cláudio e Arcleudson no segundo ano e Ely terminou o curso sendo diplomado.
Quero destacar o grande trabalho realizado pelas Missionárias da JMN Léa e Cristina, os Reverendos Carlos Aranha e Ricardo, pelo empenho que eles têm com o CPO. Agradecer a Deus o IBN e os demais professores. 
Fonte: Rumo ao Sertão

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Somos Protestantes, Sim ou Não?

Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti -lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar -se, temendo os da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. (Gálatas 2:11-16)
A cada dia que passa, aumentam as minhas dificuldades em ligar as igrejas ditas "evangélicas" à teologia e a tradição da Reforma Protestante. Gradualmente, os evangélicos abandonam as bandeiras do protestantismo e abraçam posturas mais próprias do catolicismo ou do paganismo. E uma delas é exatamente a bandeira do "protesto".

A metáfora do cristão como "ovelha" parece ter entrado de modo tão forte na cabeça dos evangélicos que hoje não há mais questionamentos, atitudes de repúdio ou oposição às atitudes dos líderes. Qualquer crítica é apontada como pecado de desobediência, insubmissão ou "falta de companheirismo cristão". Aos membros (ovelhas) cabe apenas o papel de dar o amém (bééé) mesmo quando a ordem de comando é o rosnar de um lobo.

Na verdade, tanta passividade não é fruto de corações obedientes ao chamado de Cristo para o Seu rebanho. Lembra mais a figura de pessoas que tapam os olhos e ouvidos e calam a boca, dando assim o seu aval para que o pecado destrúa e dizime as igrejas.

O exemplo de Paulo
Mas, quando protestar? E como fazer isso? Creio que o relato de Paulo em Gálatas 2:11-16 nos ajuda a enxergar as respostas.

Em primeiro lugar, sempre que o Evangelho for colocado em perigo o dever dos cristãos é o protesto. A carta aos gálatas foi escrita pelo apóstolo Paulo com o objetivo de combater o ensino herético de que é preciso guardar a Lei de Moisés e se circuncidar para ser salvo. Caso essa heresia prevalecesse, o Evangelho perderia a sua razão de ser, pois o sacrifício de Jesus não seria 100% eficaz para produzir a salvação. Nestas situações, ser obediente a Deus é saber reconhecer o rosnar lupino e resistir.

Em segundo lugar, sempre que a conduta dos líderes puder trazer prejuízos ao Evangelho, o líder deve ser repreendido, independente de quem ele seja. A piedade ou o título eclesiástico de um líder não são imunidades contra as críticas da igreja. Ainda que seja o próprio apóstolo Pedro. Pedro não disse nada a favor do partido que era pró-circuncisão, mas suas atitudes davam a entender que ele os apoiava. Quando um grupo de judeus de Jerusalém chegou às igrejas da Galácia, Pedro afastou-se dos gentios. Parou de apoiar, publicamente, o grupo que tinha a razão, talvez até por motivos nobres, como preservar a unidade da Igreja ou evitar a criação de atritos. Mas, como o afastamento enfraquecia a defesa da verdade, Paulo repreendeu a Pedro. Publicamente! Sem conversas prévias! A paz, a unidade e até mesmo a hierarquia não estão acima da defesa do Evangelho.

Em terceiro lugar, o erro público de um líder deve sim ser questionado publicamente. De fato, o cristão não deve expor, desnecessariamente, a vida de ninguém. Por isso os erros privados devem, sempre que possível, serem tratados reservadamente. Contudo, o erro público precisa ser punido publicamente. Principalmente quando ele é cometido por um líder, porque a sua conduta influencia a outros. Ao repreender a Pedro, Paulo apenas cumpriu o que ele mesmo ensinou depois, em 1 Timóteo 5:19-20.
Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam.
Por causa de sua posição, o erro de um líder é mais danoso sim que o erro de um fiel. Por que então o fiel, quando disciplinado, é punido com rigor e o erro dos líderes não pode sequer ser apontado?

Ignorantes da própria história
Além de ser antibíblico, o silêncio dos fiéis diante dos erros de seus líderes é uma prova de amnésia evangelica. Os protestantes foram assim chamados exatamente porque lutaram contra a corrupção teológica e moral do catolicismo romano de seus dias. Os reformadores não "guardaram para si" a sua opinião nem buscaram audiências papais antes de questionarem, publicamente, o que viam. O amor pela verdade bíblica foi maior que o respeito à hierarquia clerical. Uma hierarquia que não é bíblica, diga-se de passagem.

Se o erro do pastor, do bispo, do apóstolo não pode ser apontado, se não há confrontação pública de posicionamentos errôneos, então estamos apenas reproduzindo o clericalismo católico-romano. Se os fiéis não podem protestar quando suas lideranças erram, nem questionar suas posturas e decisões, se não há debate entre ovelhas e pastores, se é uma ofensa se opor ao pastor...então, não temos moral para, por exemplo, censurarmos os católicos quando protegem padres pedófilos. Na prática, estamos fazendo o mesmo, protegendo líderes que erram.

E, se essa mensagem parece um libelo à desobediência eclesiástica, então, pare de identificar-se com Lutero, Calvino e os reformadores. Sem protesto, não haveria Reforma. Sem protesto, a Reforma não se mantém. E, sem "profecia", o povo se corrompe (Provérbios 29:18).

OS PATRÍSTICOS PÓS-NICENOS

 
A influência dos pais sobre a Igreja posterior até a reforma é determinativa. As grandes catedrais quando não faziam outro ensino teológico, tiveram suas cópias, feitas à mão, dos escritos patrísticos. Estes foram lido, estudados e até pregados. Naturalmente uns tiveram mais influência que outros. Para alguns a influência teológica maior foi a de Agostinho, mas parece que é possível que a influência de Jerônimo tenha sido mais duradoura do que a de Agostinho. Jerônimo não foi um pensador como Agostinho, mas sua presença se tornou onipresente no oeste por duas obras dele: a tradução vulgata da Bíblia e a introdução do monaquismo.


1.Os Historiadores da Igreja

Eusébio de Cesaréia (260-340). Escreveu sua História Eclesiástica onde apresenta a história da Igreja desde seu início até 324. A sua Crônica começa com Abraão e vai a 323. Deu estrutura cronológica para toda a história medieval. Escreveu a Vida de Constantino onde louva o imperador. Foi acusado de ser semi-ariano.

Socrates. Nasce em Constantinopla e escreveu a história da Igreja de 305 até 439. É um autor não crítico, ignorava a Igreja no oeste. Ele apresenta uma coleção inestimável de dados e documentos.

Sozomen. Foi criado em Gaza mas viveu em Constantinopla após 406. Apresenta a história de 323 a 439. Foi educado para ser monge. Dá destaque ao monaquismo em detrimento de outros dados como a verdadeira filosofia cristã. A biografia é a principal força de sua história.

2. Os "Teólogos" da Igreja

Atanásio (298-373) Assistiu o Concílio de Nicéia, mas aparentemente não foi um grande luminário lá. Após a morte de Cirilo, Atanásio foi eleito bispo de Alexandria em 328. Durante seu bispado foi exilado 5 vezes por Constantino e seus sucessores. Sua força se tornou tão grande, que os últimos dois mandatos do exílio não podiam ser cumpridos. Nesse período a ortodoxia nicena já havia triunfado sobre o arianismo. Sua vida pode ser dividida em 3 etapas: Antes de Nicéia até 325; luta contra o arianismo 325-361 e período de vitória da ortodoxia, 361-373

João Crisóstomo (345-407). foi um grande expositor e orador. Ao princípio advogou segundo seu treino em direito. Após seu batismo em 368 se tronou monge. Com a morte da sua mãe em 374 seguiu uma vida extremamente ascética até 380. foi ordenado em 386 e se tornou patriarca de Constantinopla em 398. Foi banido em 404 por ter denunciado as vestimenta extravagantes da imperatriz, bem como a colocação de uma estatueta dela em prata na Igreja ao lado de Santa Sofia. Morreu no exílio em 407. Ainda existem 604 dos seus sermões. A leitura destes sermões mostra a força da sua pregação sem o acréscimo da personalidade de seu autor. A grande maioria destes sermões versam sobre as epístolas de Paulo. Procurava levar em consideração o contexto e aplicar aos dias dele o sentido literal do texto.

Teodoro de Mopsuéstia (350-428). Foi príncipe dos exegetas da antiguidade. em contraste com os alexandrinos, ele com Crisóstomo procuravam proclamar o sentido natural do texto. Foi defensor, pelo menos em parte, de Nestório. Defendeu insistentemente a integridade da humanidade de Cristo.

Basílio de Cesaréia (329-379) foi instalado na sé de Cesareia em 370. Logo em seguida começou uma série de negociações teológicas, primeiro com Atanásio e depois com o papa Dâmaso para promover a reunião das igrejas cismadas pela controvérsia sobre a Trindade. Graças a sua obra de organizador e legislador criou uma nova concepção da instituição monástica. Colocou como ideal o quadro dos cristãos em Jerusalém (At:2-4) e destacou daí a obediência ao superior.

Gregório de Nissa (331-395). Irmão mais novo de Basílio, foi um estudante da Bíblia e de Orígenes. Foi eleito bispo em 371. Tornou-se o defensor mais avançado do credo de Nicéia. Foi o primeiro a procurar estabelecer por considerações racionais a totalidade das doutrinas ortodoxas. A filosofia se tornou uma auxiliadora da teologia. Embora divergiu de Orígenes, especialmente em cosmologia, na maior parte aceitou o ensino deste no que podia acomodá-lo à fé explícita da Igreja.

Gregório de Nazianso (330-390). Foi eleito bispo em 372, junto com os dois anteriores, procurou reconciliar as 2 proposições de Atanásio: a identidade de essência entre Pai e Filho com a distinção de pessoalidade entre Pai e Filho. Os 2 Gregório também procuravam salvar a reputação de Orígenes para a ortodoxia. Assim adotaram a doutrina de Orígenes que rezava que o Logos uniu-se com a natureza sensível pela mediação de uma alma humana racional. Acrescentaram que o Logos tomou todas as partes da natureza humana em comunhão consigo e as permeava.

Jerônimo (347-419). Foi o autor da Vulgata que ele insistiu traduzir do grego (NT) e hebraico (AT), salvo os Salmos que já foram traduzidos da Setuaginta (LXX). Jerônimo introduziu dois outros elementos à Igreja ocidental que tiveram grandes repercussões lá. Introduziu a vida ascética a Europa ocidental. A importância disto só pode ser avaliada à luz da forma que a Igreja toma na Europa medieval. Introduziu também Orígenes ao Oeste. Por causa de uma tradução tendenciosa por parte de Rufino, Jerônimo fez uma tradução ao pé da letra de Orígenes. Mais tarde ficou embaraçado de ter seu nome ligado a Orígenes. Condenou a doutrina deste, mas sempre admirou seu estilo de escritor. Além de suas traduções da Bíblia e de Orígenes, Jerônimo é famoso por seus comentários nas Escrituras. Seu primeiro (388) comentário foi sobre Eclesiástes, seguido no mesmo ano por Gálatas, Efésios e Tito. Três anos depois publicou um sobre 5 dos profetas menores. De 397 até 419 completou os profetas menores, bem como Jonas, Daniel, Isaias, Ezequiel e Jeremias. E do NT apenas Mateus.

Ambrósio de Milão (340-397). Foi um grande administrador eclesiástico; pregador e teólogo. Foi a pregação de Ambrósio que trouxe Agostinho ao evangelho. Era governador imperial da área ao redor de Milão quando o bispo da cidade morreu em 374. O povo unanimemente queria que Ambrósio aceitasse ser bispo. Crendo ser isto a vontade de Deus, renunciou ao seu cargo político, distribuiu seus bens aos pobres e, após sua eleição, iniciou um estudo intensivo das Escrituras. Foi um grande pregador apesar de sua exposição ser desfigurada pela interpretação alegórica das Escrituras. Resistiu ao imperador Teodósio, não permitindo-o participar da Ceia até que humilde e publicamente se arrependesse do massacre dos tessalonicenses. Aparentemente foi Ambrósio que introduziu o cantar de hinos na Igreja Ocidental.

O que se pode dizer em relação ao período patrístico, é que foi extremamente frutífero em termos de pensadores que analisara, a fundo a fé cristã. Foi seguido este período, pela escuridão intelectual denominada a Idade Média. Antes de cair a cortina, a fé cristã foi iluminada por estes grandes homens a quem tanto devemos.


Recomendamos a Leitura de: Cairns, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. p.113-121. Gonzales, Justo. A Era dos Gigantes. p.113-162

OS PAIS APOLOGÉTICOS ORIENTAIS (GREGOS) E OCIDENTAIS (LATINOS)


No II e início do III século a Igreja cresceu tanto que chama a atenção dos pensadores pagãos que começam a atacá-la. Surgem dentro da própria Igreja elementos treinados em filosofia que conseguem responder a estes ataques e apresentar uma declaração positiva do que a Igreja é e o que ensina. Estes autores mostram um conhecimento de cultura e dialética que faltava aos pais apostólicos. Assim os primeiros apologistas procuravam defender o direito do cristão existir como cristão. Este intelectuais procuram defender o cristianismo contra 4 acusações básicas: Ateísmo, foram acusados de ateísmo por não adorar os deuses pagãos, coisa que os politeístas não podiam compreender. Paixão lasciva e incestuosa: suas reuniões nocturnas e secretas foram interpretadas como para dar oportunidade à carne. Canibalismo: ou malícia ou mal-entendido quanto ao comer o corpo e beber o sangue do Senhor. Ignorância: os mestres cristãos eram incultos.

Ao invés de aceitar que o cristianismo seja uma religião nova, os apologistas baseiam sua antiguidade sobre o próprio AT. O cristianismo é apresentado como sendo o cumprimento das profecias mosaicas. Como Filo, eles procuram mostrar que Socrátes e Platão tomaram suas idéias do Deus de Moisés. Para os apologistas Cristo veio para cumprir as profecias do AT. Eles põem grande ênfases sobre a profecia como a principal evidência da verdade do cristianismo. Ao mesmo tempo a pureza da vida e dos ensinos de Jesus, bem como o poder transformador do cristianismo são constantemente destacados.

As primeiras Apologias (Apologistas gregos)

Aristides
Eloquente filósofo em Atenas, dirigiu sua apologia ao imperador Adriano (antes de 138). Faz uma pequena introdução quanto à natureza de Deus (primeiro motor) e do mundo. Divide a humanidade entre bárbaros, gregos, judeus e cristãos. Mostra que os primeiros três, partiram da religião da reta razão. Só os cristãos acharam a verdade. Distinguem-se como povo que participa da divindade e pelo amor uns pelos outros. O mundo será julgado por Jesus.

Flávio Justino
Foi o mais importante destes do II século. Filósofo por vocação, foi o primeiro dos pais que pode ser chamado de "teólogo". Tentou mostrar que o cristianismo é a verdadeira filosofia. Foi martirizado em Roma em 166. Seu Diálogo com Trifon discute as relações entre o AT e o NT (em seus 142 capítulos). É uma vindicaçào do cristianismo a partir de Moisés e os profetas contra as objeções dos judeus. Nas 2 apologias: a primeira (com 68 capítulos) argumenta que é razoável abandonar as tradições que são más e seguir a verdade. Daí passa a fazer uma exposição da relação dos cristãos ao império e contrastar seus bons costumes com os maus dos pagãos.. A segunda (com 25 caps.) continua o argumento, dando atenção especial as relações entre o cristianismo e a filosofia pagã. Justino forma a transição entre os pais apostólicos e os patrísticos propriamente dito.

Taciano
Vindo do oriente (talvez da Assíria), converteu-se em Roma sob a influência de Justino. Posteriormente fundo uma escola herética na Síria. Escreveu um Discurso aos Gregos e o Diatesseron, este último sendo uma harmonia dos 4 evangelhos. O Discurso... é uma ataque à civilização e a religião helênica em que Taciano expõe o cristianismo.

Atenágoras
Contemporâneo de Taciano, deixou 2 escritos: Súplica a Favor dos Cristãos e Sobre a Ressurreição dos Mortos. A súplica, escrito em 177, procura rebater as acusações principais ao cristianismo: ateísmo, incesto e antropofagismo. A Ressurreição... procura mostrar que a ressurreição é necessária para ter uma ideia adequada de Deus e da natureza humana.

Teofilo
Bispo de Antioquia. Escreveu Três Livros a Autólico (180) para mostra a este seu amigo a verdade do cristianismo. O primeiro trata de Deus, o segundo contrasta os poetas e o AT., e o terceiro mostra a excelência moral do cristianismo.

Clemente (150-220)
Escreveu o Protreptikos, onde exorta o leitor a abandonar seus costumes pagãos e tomar o caminho da salvação. Seus 12 capítulos atacam os erros pagãos sem negar os valores da cultura helenista. O Pedagogo é uma obra que se propõe guiar o crente na conduta cristã. O Stromateis, é uma série de apontamentos onde expõe o mais profundo do pensamento de Clemente. Procura desenvolver a relação entre a filosofia e a teologia. A filosofia foi dada aos gregos com o mesmo intúito da lei aos judeus: ser um aio a Cristo.

Orígenes (185-253)
A obra literária foi imensa, embora a grande parte foi perdida. Há 800 títulos conhecidos das suas obras. Contra Celso, é uma obra apologética, foi escrito para refutar, argumento por argumento, um livro deste filósofo pagão contra os cristãos. Embora Orígenes cria firmemente na inspiração da Bíblia sua interpretação foi "espiritual"e não ao pé-da-letra. Falou que qualquer texto bíblico tem 3 sentidos: um literal ou corporal, um moral ou psíquico e um intelectual ou espiritual. Este último pode ser alegórico ou tipológico.

2.Os Apologéticos Latinos

Irineu
Nasceu entre 130-135. Foi discípulo de Policarpo. Foi muito estudioso. Citou quase todos os clássicos gregos, conhecia bem tanto o AT, e o NT, citou quase todos os escritores cristãos de que temos conhecimento e conhecia bem a literatura herética de seu tempo e dos tempos anteriores. Homem piedoso e zeloso pela fé, foi missionário na região de Leão. Quando Potino, o pastor da igreja de Leão, foi martirizado em 177, Ireneu aceitou este posto perigoso. No período de seu pastorado a perseguição diminuiu sensivelmente. No seu lugar surgiu uma expansão rápida do gnosticismo e outras heresias. Irineu escreveu seus cinco livros Contra Heresias (Adv.Haer.) em torno de 185. Nestes 5 livros Adv. Haer. (Contra as Heresias) temos: no primeiro livro dá um relato histórico das seitas gnósticas e apresenta como contrapeso a declaração de fé da Igreja Católica, talvez a primeira em forma de proposições. No segundo livro, é uma ataque filosófico as doutrinas gnósticas. Rejeita a espiritualização do texto sagrado. O terceiro livro procurou refutar o gnosticismo apartir das Escrituras. O quarto livro, apartir das palavras de Cristo; e o quinto, procurou vindicar a doutrina da ressurreição. No último manteve a vera humanidade e a vera divindade de Cristo, para depois demonstrar que o corpo é passível de salvação. Também escreveu : Exposição da pregação Apostólica. Tem caráter catequético, edificatório e indiretamente polêmico. A primeira parte é teológica (monarquia, trindade, batismo); a segunda cristológica (Jesus, o Senhor, o Filho de Davi, o esplendor da cruz, o reino de Deus). Irineu, concebeu a Igreja como uma unidade orgânica transmitida através duma sucessão de presbíteros. Deus ênfase à liberdade e autonomia de cada igreja como princípio básico da constituição eclesiástica.

Hipólito
Escritor grego em Roma em princípios do III século. Possivelmente discípulo de Ireneu, foi homem ambicioso e rigorista. Escreveu sua Refutação de Todas as Heresias, em 222. Consiste de 10 livros. A primeira parte (I-IV) procura mostrar que os hereges haviam tomado sua doutrina da ciência dos pagãos e não da revelação cristã. A segunda parte (V-IX) contêm uma exposição de 33 sistemas gnósticos.

Tertuliano
Natural de Cartago, foi educado em direito romano e retórica. Alcançou iminência antes de se converter. Estudou grego e escreveu umas obras nesta língua. Foi grandemente influenciado pelo estoicismo posterior. A influência do direito romano e da filosofia estóica são claramente visíveis nos seus escritos. Seus escritos latinos são volumosos e hábeis. Deitaram os alicerces para a teologia latina, inclusive a toda a terminologia teológica. Os seus livros podem ser divididos em: Apologéticos: (Contra Naçòes, Apologeticum, Adv. Judaeos); Dogmáticos e Polêmicos (De Praescriptions Haereticorum, Adv. Marcionem, De Carnis Ressurretione, De Baptismo, De Anima) e Ascético e Prático (17 livros)

Cipriano (200-258)
Foi um brilhante professor de retórica antes de sua conversão. Pouco depois da sua conversão se tornou bispo da igreja de Cartago em 248. Seu episcopado durou 9 anos. O ataque de Décio em meados do III século foi dirigido especialmente aos líderes das igrejas. Sendo assim Cipriano fugiu e se escondeu para não deixar a igreja de Cartago acéfala. Este ato foi muito criticado e, por uns, foi considerado apostasia. Escreveu dois livros para tornar conhecida sua posição quanto à eclesiologia e o tratamento dos "caídos" (lapsi): Dos caídos e o outro Da unidade da Igreja. Na questão dos lapsi, tomou uma posição medianeira: mais rigoroso do que Roma, mas não tanto quanto os novacianos. Realizou um concílio em 255 que tomou uma posição mais rigorosa quanto à validade do batismo herético. Foi Cipriano que mais fez nesse período para o desenvolvimento de pontos de vista e princípios hierárquicos. Estabelece distinção nítida entre bispos e presbíteros, bem como a supremacia da igreja de Roma como cátedra de Pedro e centro de unidade da Igreja Universal. Para Cipriano a Igreja é a arca (como a de Noé) da salvação. Ele cunho a frase: "fora da Igreja não há salvação". Acrescentou outra: "quem não tem a Igreja por mãe, não pode ter Deus por Pai". Para ele a unidade da igreja está no episcopado sobre o qual ela é constituida.

Recomendamos a leitura: Gonzáles, J. A Era dos Mártires. p.79-132; Cairns Earle; O Cristianismo Através dos Séculos, p.85-98

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ex-padre já prega na Assembléia de Deus como evangélico

A cidade de Sousa viveu um reboliço com a notícia, que tomou conta das principais rádios da cidade, dando conta de que um padre havia se tornado evangélico. Trata-se do ex-padre Lourival Luiz de Sousa, ele que reside no Núcleo II, recebeu a ordenação ao sacerdócio católico (padre) em 18/06/2000 e exercia o sacerdócio há quase 10 anos, ao longo desse período ele foi o pároco das cidades de Aguiar/PB, Igaraci/PB, Diamante/PB, Boa Ventura/PB, Curral Velho/PB e Belém do Brejo do Cruz/PB, tendo visitas marcantes em igrejas de outras cidades, e, ainda era auxiliar nas igrejas de Sousa e Cajazeiras.
Ocorre que o mesmo, estudando a Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – percebeu, quando ainda exercia o sacerdócio na cidade de Diamente/PB em 2003 que estava ensinando uma doutrina que contraria a Bíblia Sagrada e, naquela cidade, começou a ensinar às pessoas que a Bíblia reprova a adoração às imagens de escultura (Sabedoria 15.15-18 – livro apócrifo; Êxodo 20.4,5; Isaías 45.20; Deuteronômio 4.15-19; ) e que o único Salvador é Jesus Cristo (João 4.23; Atos 4.12; I Timóteo 2.5) e nãos as tradições das igrejas. E prosseguiu ensinando que a Bíblia é o caminho para conduzir as pessoas a fazerem a vontade de Deus e se aproximarem de Deus (Tiago 4.8), devendo servi-lo de toda alma e de todo o coração (Marcos 12.30-33) e não apenas com obras de caridade, visto que a salvação é obtida pela graça de Deus, por meio da fé, sendo um dom de Deus e não vem das obras (caridades e coisas semelhantes) para que ninguém se glorie (Efésios 2.8,9).
Após, as reiteradas leituras da Bíblia integralmente o ex-padre Lourival passou a sentir forte desejo de ser evangélico e congregar numa igreja onde se adorasse a Deus verdadeiramente, onde os verdadeiros adoradores adoram ao Pai em espírito e em verdade (João 4.23). Baseado em João 8.32 (E conhecereis a verdade e a verdade – Jesus – vos libertará) e em João 8.36 (Se, pois, o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres).
Havia mais de um ano que o ex-padre era ouvinte cativo do Programa A Bíblia no Ar, programa radiofônico da AD-Sousa, levado ao ar pela Rádio Progresso de Sousa – AM 610, das 21 as 22 horas, de segunda a sexta-feira, e, no domingo, das 13 as 14 horas. O que chamava a atenção dele é que em tais programas nunca se falava contra a Igreja Católica, apenas se pregava a Palavra de Deus, e o genuíno e verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e, aos poucos ele foi entendendo que Deus o queria na Assembleia de Deus, congregando com os irmãos da AD-Sousa.
E na última quarta-feira, dia 28/abril/2010, o ex-padre compareceu à Igreja Católica do Núcleo II, onde ele celebrava missas, para se despedir das pessoas e dizer em público que não mais seria celebraria missas, nem seria mais sacerdote, pois estaria assumindo Jesus como único salvador e governador de sua vida.
Na quarta-feira (2804/2010), às 19 horas, ao chegar na Igreja Católica, que estava lotada, ele pediu para abrirem a Bíblia em I Timóteo 2.5, onde diz que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” e disse: “Na Primeira Carta de Timóteo, capítulo 2 e versículo 5, está escrito que só há um Mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo, e a partir de hoje eu tomei a decisão de não mais ser católico e nem sacerdote e a partir de hoje eu sou evangélico da Igreja Assembleia de Deus”. As pessoas escandalizadas não acreditavam no que ouviam, uns choravam, outros diziam que o padre estava louco/doido, outros choravam… os parentes, pais e irmãos e irmãs tomaram um choque muito grande e estão chateados e escandalizados, inclusive uma sobrinha do mesmo disse que estava com raiva do mesmo e ele simplesmente disse que a perdoava, pois Deus é amor e nele havia agora o verdadeiro amor de Deus em seu coração.
Muito enfático, o ex-padre Lourival Luiz de Sousa disse que nem de longe passou pela cabeça de titubear, embora estivesse vendo muita gente chorando na igreja e muitos escandalizados, mas eles estava convicto da decisão de aceitar a Jesus como Salvador, pois a Bíblia diz que “quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e o quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10.37).
Já na sexta-feira, dia 30/abril/2010, o irmão Lourival participou de um grande culto na AD-Sousa, onde foi bem acolhido, com a presença do Pastor Alexandre Duarte da Costa, com a igreja superlotada, onde o mesmo adorou a Deus e testemunhou sobre a decisão de aceitar a Jesus, pedindo aos irmãos que orassem por ele, pois tem sido alvo de rejeição e de perseguição na sociedade sousense, sofrendo inclusive forte pressão da Igreja Católica para desistir da decisão de ser crente.
O Pastor Alexandre Duarte da Costa, juntamente com a Assembleia de Deus em Sousa/PB, acolheu muito bem o irmão Lourival e está prestando toda a assistência necessária ao novo irmão na fé, fornecendo apoio espiritual, social e material necessários ao fortalecimento da fé do novo irmão.
A Carta de Renúncia ao Sacerdócio Católico, preparada de próprio punho pelo ex-padre Lourival Luiz de Sousa, foi entregue, na manhã do sábado, dia 01/maio/2010, pessoalmente ao Bispo Diocesano D. José González na Diocese da Igreja Católica em Cajazeiras/PB, diocese a qual o ex-padre estava vinculado.
Fonte: Gazeta da Paraíba / Folha do Sertão

O QUE É SER PRESBITERIANO

               O QUE É SER PRESBITERIANO DE FATO NO PRESBITERIANISMO
                                             Prof. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: o que é o presbiterianismo? O que é uma Igreja Presbiteriana? Por que sou presbiteriano? Será que sou presbiteriano? O que é ser presbiteriano? Estas são as perguntas que precisamos responder para começarmos a entender a nossa igreja, a nossa doutrina e a nossa liturgia.
            É triste notar que muitos membros de nossas igrejas não conhecem o tesouro que possuem; e assim, acham que o cobre reluz mais que o ouro. O presbiterianismo é um ramo do cristianismo que tem muito a nos oferecer no entendimento correto das Escrituras. O presbiterianismo é “uma forma diferenciada de cristianismo”[1], esta é uma declaração inegável a ponto de um pastor tecer palavras similares ao dizer: “Quem conhece o presbiterianismo, não sai dele”[2].
            Conheço muitas pessoas que são presbiterianas desde a sua infância - são presbiterianos por tradição. Conheço outras que se tornaram presbiterianas - saíram de suas igrejas e vieram para a Igreja Presbiteriana; o curioso é que muitas vieram por questões de doutrina, outros por afinidade, outros por julgarem ser esta  a igreja dos intelectuais e coisas do tipo. Todavia, existe um terceiro grupo de pessoas que são presbiterianas que são aquelas que foram convertidas através da pregação de algum pastor presbiteriano e decidiram fazer parte desta igreja. Em qual tipo de pessoa você se encaixa? Deixe-me ajudá-lo a saber que tipo de presbiteriano você é!
I - O QUE SIGNIFICA SER PRESBITERIANO:
            Depois de olharmos negativamente a questão, vejamos ela de forma positiva, ou seja, o que de fato significa ser presbiteriano?
2.1 - Compreender e aceitar o governo da Igreja.
            Você já se perguntou por que a Igreja se chama presbiteriana? A resposta está ligada a quem dirige e governa a Igreja. Alguém já deve ter perguntado a você “quem manda na sua igreja?” E talvez a resposta que tenha saído de sua boca tenha sido “o pastor”, mas esta resposta não toda a verdade. A questão que lidamos é quem deve governar a Igreja. Três propostas são oferecidas pela história da Igreja:
1 - O Bispo = o Sistema Episcopal diz que o bispo que não é eleito pela igreja deve ter a primazia nas decisões referentes à Igreja.
1        - O povo = O sistema Congregacional ou Independente, todo o povo governa e manda na igreja.
2        -  Os Presbíteros = O sistema presbiteriano diz que alguns governam sobre todos.
O sistema episcopal diz que o bispo e maior que o presbítero, todavia, a Escritura nos ensina que essa distinção não é verdadeira: Atos. 20.17,28.
Note: De mileto mandou chamar os “Presbíteros de Éfeso” (vs.17) - observem o termo plural na Igreja local deve haver mais de um presbítero; esses presbíteros são chamados de bispos (supervisores) e que possuem a função de pastorear o rebanho de Deus (vs.28).
A)    A Igreja do Novo Testamento era governada por presbíteros (Atos 11.30).
B)    A Igreja do Novo Testamento promovia eleição de vários presbíteros para uma mesma igreja (Atos 14.23)
C)    Problemas em uma igreja local deveriam ser resolvidom em concílio de presbíteros (Atos 15.2,4,6,22,23)
D)    As decisões destes presbíteros devem ser acatadas (Atos.16.4).
E)     Existem dois tipos de presbíteros: 1) os regentes; 2) os docentes (1 Timóteo 5.17).
2.2 - Compreender e aceitar a doutrina da Igreja.
            A nossa doutrina é um dos pontos que mais nos cativam dentro da igreja presbiteriana. O nosso sistema de doutrinas é conhecido na história como sistema reformado de doutrinas ou Calvinismo.
            A igreja presbiteriana é uma igreja reformada que nasceu na reforma protestante na cidade genebra e na Escócia. Em Genebra o seu líder foi João Calvino e na Escócia o seu líder foi João Knox. Posteriormente a doutrina da Igreja Presbiteriana ficou conhecida como Teologia Reformada  ou Teologia Calvinista.  Que podem ser estruturadas em cinco pontos. Nós iremos ver um após o outro.
II - O PRESBITERIANISMO E TOTAL DEPREVAÇÃO DO HOMEM - O PRIMEIRO PONTO DO CALVINISMO.
2.1  - o que significa a depravação total do homem?
A nossa Confissão de Fé declara o seguinte:
“II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma.  IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. ”[3]
Esta depravação inclui todo  o ser humano seu coração tornou-se maligno, perverso e incapaz de fazer o bem para a sua salvação.
2.2  - A Depravação Total segundo a Bíblia:
Nós como crentes bíblicos ensinamos que o homem não possui livre-arbítrio. Há igrejas que defendem que o homem é livre para escolher ir para o céu; todavia, a Bíblia nos ensina algo totalmente contrário a isso. Vejamos:
1)      Desde a queda de Adão no Éden o homem possui uma natureza pecaminosa e morreu em seus pecados, por isso, é incapaz de fazer o que é bom. A Bíblia ensina de forma clara: Gn.2.17 - “no dia em comerdes certamente morrerás” um morto tem vontade livre? Pode escolher alguma coisa?. Agora observe o texto de Efésios 2.1-3: este texto nos mostra que o pecador  está “morto em delitos e pecados”, sendo “objeto da ira de Deus”  que precisa ser  vivificado por Deus, e isso só ocorre pela graça soberana do Senhor (vs.8-10). Seguindo para o salmo 51.5 e 58.3 vemos o que é o homem desde o ventre materno; o homem precisa ser nascido do alto - dos céus (João 3.1,3) porque encontra-se morto em seus pecados.
2)      Sendo decaídos, o coração e a mente  do homem são pecaminosos: O profeta Jeremias declara isso de forma clara no capítulo 17.9. Aqui vemos que o coração do homem é “desesperadamente corrupto” é enganoso e completamente corrompido pelo pecado. Ninguém pode sondar a si mesmo, a menos que Deus o faça soberanamente (vs.10). Em Efésios 4.17-19  somos introduzidos ao conceito de que a queda e o pecado afetaram todas as constituições do homem sua mente e seu coração estão entenebrecidos.
3)      Esta depravação torna o homem em escravo do pecado: Jesus declarou isso de forma categórica em Jo.8.34,44; em 2 Timóteo  2.25-26 temos uma descrição desta prisão que homem tem em pecado, ele não possui nenhum livre-arbítrio para se libertar do pecado que sempre está em sua natureza.
4)      Os homens em pecados entregues a si mesmos são incapazes de fazer o bem, logo a  livre vontade é uma ilusão: O profeta Jeremias diz exatamente isso em 13.23 e Mateus ensina que homem não pode mudar sua própria natureza no capítulo 7.16-18.


[1] NASCIMENTO, Adão Carlos & MATOS, Alderi Souza. O que Todo Presbiteriano Inteligente deve saber. São Paulo: Socep, 2001, p.8.
[2] Idem.
[3] Confissão de Fé de Westminster , Capítulo 6, seções 2 e 4.
Fonte: Presbiterianos Calvinistas

A ignorância mata, mas o conhecimento vivifica

Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações. E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.

E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito! Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça. Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobreexcelente glória. Porque, se o que se desvanecia teve sua glória, muito mais glória tem o que é permanente. (2 Coríntios 3:1-11)
A educação nunca foi tão valorizada no mundo como em nosso tempo. É praticamente um consenso universal que o caminho para a construção de uma sociedade desenvolvida é o estudo. A informação é considerada um bem mais valioso do que várias mercadorias, a ponto de vivermos a chamada "sociedade do conhecimento".

Mas, enquanto todo o mundo se esforça para crescer em conhecimento, as igrejas evangélicas brasileiras se tornam pregadoras da ignorância, especialmente as influenciadas pelo neopentecostalismo ou por um tipo arcaico e legalista de pentecostalismo. "A letra mata", dizem eles para se referirem à Bíblia ou à teologia. O estudo teológico e a busca pelo sentido literal e histórico das Escrituras são vistos como inimigos da santidade, uma espécie de veneno que mata a fé dos crentes e os leva para longe de Deus. O segredo é "o Espírito", normalmente entendido como a prática de jejuns, orações e até mantras, buscando dons, experiências, visões, arrebatamentos e outras experiências, no mínimo, "extravagantes".

Contudo, o que a Bíblia ensina quando fala que "a letra mata"?

A letra não pode ser a Bíblia
A primeira coisa que devemos ter em mente é que é impossível que a letra seja a própria Bíblia. Se for, existem duas conseqüências desagradáveis que precisam ser respondidas:

1) A Bíblia é um livro que veio matar as pessoas?
2) A Bíblia e o Espírito Santo são opostos?

A resposta a essas duas perguntas é dada pelo próprio Jesus Cristo:
O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. (João 6:63)
Se entendemos que Jesus é Deus e que a Bíblia é a Sua Palavra, então vemos que Jesus coloca a Bíblia em harmonia com o Espírito e como fonte de vida, e não de morte. Na verdade, Jesus diz claramente que as palavras do Pai (a Bíblia) se opõem ao mundo, e não ao Espírito, e que são a forma pela qual os discípulos são santificados:
Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. (João 17:14-17)
Estudar a Bíblia não é ruim. Pelo contrário, a pregação e o ensino fiel das Escrituras são o caminho para salvar vidas e ser aperfeiçoado por Deus.
Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes. (1 Timóteo 4:16)

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16-17)
A letra é a Lei de Moisés
Se a letra de 2 Coríntios 3:6 não é a Bíblia, o que é então? Uma leitura atenta do contexto mostra que a referência é feita à Lei de Moisés, ao texto da antiga aliança feita entre Deus e os israelitas.

Paulo começa o capítulo dizendo que os coríntios são a carta viva de seu ministério, a prova evidente de que a obra dele era de Deus. Uma carta que foi escrita pelo Espírito Santo nos corações e que era fruto do ministério da nova aliança, do Espírito. No versículo 7, Paulo fala que a letra está ligada ao "ministério da morte, gravado com letras em pedras", cuja glória se manifestou no brilho do rosto de Moisés. É só ler o livro de Êxodo que fica claro que a referência é a lei de Moisés.

O que significa "mata"?
Mas, como assim? A Lei é parte da Bíblia. Como pode a Lei matar e ser chamada de "ministério da morte" e de "ministério da condenação"? A Lei é ruim?

Não. A Lei é boa. Todas essas perguntas foram respondidas por Jesus e por Paulo:
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. (Mateus 5:17-19)

Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno. (Romanos 7:12-13)
Contudo, a Lei não é o meio usado por Deus para salvar as pessoas. A Lei indica as pessoas qual a vontade de Deus e o que Ele deseja, mas, por si só, ela não dá o poder necessário para vencer o pecado. Por isso, a letra da Lei não vivifica.

Na verdade, a Lei tinha dois objetivos: dar aos homens o conhecimento do que é pecado...e tornar todos condenáveis aos olhos de Deus.
Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. (Romanos 3:19-20)
Deus não quer que ninguém seja salvo por esforço pessoal, Ele quer que a salvação seja algo que venha somente d'Ele e de Sua graça. Mas, para que isso aconteça, era preciso que os homens conhecessem o real tamanho de seus pecados...e que eles também pudessem ser objetivamente condenados por sua maldade. Isso é feito pela Lei. Por isso que a Lei, sozinha, escrita em tábuas de pedra, "mata" as pessoas...porque ela veio trazer condenação.

Como o Espírito "vivifica"
No texto de 2 Coríntios 3 a vida é a salvação, a nova aliança, que é chamada de "ministério da justiça", porque é por meio dela que os homens são justificados diante de Deus. E um dos sinais dessa aliança é a presença do Espírito Santo no mundo.
Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. (Atos 2:16-21)
E qual o trabalho do Espírito? Gravar a lei (a Palavra) de Deus no coração das pessoas.
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. (Jeremias 31:33)

Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações. (2 Coríntios 3:2-3)
O Espírito "vivifica" quando leva os homens à salvação. E Ele faz isso quando escreve a Palavra de Deus na mente e no coração dos fiéis.

O conhecimento vivifica
Quando lemos 2 Coríntios 3 com atenção, vemos que, na verdade, a leitura e o estudo bíblicos não são nocivos ou mortíferos. Ao contrário, o caminho da vivificação no Espírito é exatamente ter a Bíblia escrita no coração e na mente. Não é uma leitura espiritualista ou alegórica, como querem alguns. A Palavra é escrita na mente e no coração (na Bíblia, coração é sede dos pensamentos e crenças, e não só das emoções).

E, se pensarmos bem, quanto mais lermos e estudarmos a Bíblia, mais o Espírito Santo a grava em nossos corações. Quanto mais Palavra, "mais salvos" seremos, como disse Paulo a Timóteo. Não adianta só cuidar de si mesmo, é preciso cuidar também da doutrina.

Logo, quanto mais ignorantes formos e fugirmos do estudo bíblico, mais fugimos do Espírito e nos tornamos alvo das condenações da Lei de Moisés. Mas, quanto mais buscarmos o conhecimento da Bíblia, mais o Espírito nos vivificará.

A ignorância mata, mas o conhecimento vivifica.