sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ferias Pastorais

O Rev. Altino Leitor deste Blog está de férias com sua familia em Sousa-PB, deverá está de volta nestes 10 dias.

Comentario de Romanos

O s argumentos apresentados por Paulo na carta aos Romanos são complexos. O estudo exige bastante atenção para entender o que ele disse, e não o que gostaríamos de ouvir. Estudando assim, recebemos a grande recompensa de fortalecer a nossa fé e aumentar a nossa apreciação pela graça de Deus. Este é o primeiro de uma série de artigos sobre Romanos. É um estudo prático, em que procuraremos entender os pontos principais de cada trecho, e faremos aplicações para ajudar no nosso dia-a-dia.


Circunstância do Livro

Romanos (1)

Paulo nos dá algumas informações sobre a circunstância da carta. Ele fala de planos para visitar Roma depois de terminar a sua viagem (1:10-15). Estava se preparando para levar as ofertas das igrejas da Macedônia e da Acaia aos santos necessitados em Jerusalém. Depois de visitar Jerusalém, queria iniciar outra viagem para a Espanha, parando algum tempo na Itália no caminho (15:22-33). Concluímos que Paulo teria escrito essa carta durante o tempo citado em Atos 20:2-3, quando permaneceu na Grécia por três meses.

A Mensagem aos Romanos

Romanos é um livro de ensinamento profundo e rico. Nela Paulo mostra o problema de todos os homens: “Não há justo, nem um sequer” (3:10); “...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (3:23); “...o salário do pecado é a morte” (6:23); “...a morte passou a todos os homens, pois todos pecaram” (5:12).

Mas a mensagem é esperançosa, não pessimista. Paulo descreve o evangelho como “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (1:16). Pecadores são “justificados gratuitamente, por sua graça” (3:24). “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (5:8). “...o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (6:23).

A carta aos Romanos anima os santos nas suas batalhas diárias contra a tentação e outras provações: “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.... muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (5:9-10). “...muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de ... Jesus Cristo” (5:17).

Paulo afirma que todas as três pessoas divinas lutam para o nosso bem: “...o mesmo Espírito intercede por nós” (8:26-27). “...Cristo Jesus...também intercede por nós” (8:34). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (8:31). A participação ativa de Deus em nossa salvação leva a conclusão vitoriosa: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (8:37).

Mesmo tratando de alguns fatos complexos e difíceis de serem compreendidos pelos leitores (até hoje), Paulo comunica sua confiança total na sabedoria de Deus: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos” (11:33).

Como é o costume nas cartas de Paulo, os últimos capítulos de Romanos oferecem diversas aplicações práticas dos princípios apresentados. Reconhecendo a grandeza da graça salvadora de Deus, devemos nos conduzir como servos fiéis, mostrando reverência para com o Senhor, e bondade para com os outros homens.

– por Dennis Allan
Fonte: Teologia Reformada - Taciano Cassimiro

Cheung Vs. Carson: graça que perdoa e transforma!

"A graça nos salva, mas nos deixa inalterados, ou somos mudados pela graça que nos salva?"

Por Vincent Cheung

D. A. Carson diz: “Os cristãos jamais têm o direito de dizer ‘Sou mais inteligente do que você’, pois lá no fundo sabem que jamais podem ser mais do que tolos a quem se tem demonstrado perdão e graça” (The God Who Is There, p. 93).

Mas a Bíblia diz: “Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na inutilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento do seu coração. Tendo perdido toda a sensibilidade, eles se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza. Todavia, não foi isso que vocês aprenderam de Cristo. De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.17-24).

Não preciso ir lá “no fundo” para reconhecer que sem Cristo eu seria um tolo assim como qualquer não cristão. Mas não estou sem Cristo. Ele não me salvou para então deixar-me como tolo; ao contrário, por seu ato salvífico ele me fez mais sábio. Ele me deu conhecimento e uma mente que crê para entender a verdade. Não tenho o direito de dizer “Eu era mais inteligente do que você” a um não cristão, mas da mesma forma não tenho o direito de dizer “Ainda não sou mais inteligente do que você”. Antes, devo dizer “Agora sou infinitamente superior a você em sabedoria, pois a revelação de Deus é infinitamente superior a qualquer coisa que um não cristão possa crer. Mas Deus me fez assim como uma dádiva, uma dádiva que ele concede a todos aqueles a quem ele escolheu”.

D. A. Carson diz: “Nunca somos mais do que pobres pedintes dizendo a outros pobres pedintes onde há pão” (The God Who Is There, p.93).

Se isso é verdade, Cristo não fez nada por nós. Mas a Bíblia diz: “Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos” (2 Co 8.9).

O filho pródigo era pobre quando dividiu um lugar entre os porcos, mas dizer que ele permaneceu pobre após ter voltado para casa seria uma bofetada no rosto do pai. Ao invés disso, um cristão diz: “Eu era muito pobre, mas Jesus Cristo me fez rico. Não me tornei assim por causa de minha sabedoria ou força, mas somente por causa da bondade dele. Mas permanece o fato que agora sou rico”.

Certamente se os cristãos são superiores aos não cristãos, é por causa da graça de Deus por meio do evangelho de Jesus Cristo. Mas a graça e o efeito do evangelho realmente mudam aqueles que creem, de modo que não pode ser dito para sempre que o poder deles é diferente e externo. Uma graça que não é internalizada é uma graça desdenhada. Um evangelho que não é personalizado é um evangelho negado. Um cristão que não foi feito mais sábio e santo que um não cristão é um não cristão. Uma humildade que nega isso é uma humildade ingrata e indolente.

Vocês, pregadores e teólogos, que sua falsa humildade queime no inferno junto com o orgulho do diabo. Parem de envenenar as ovelhas de Cristo. Ensinem uma humildade que honre a obra de Cristo.

Publicado originalmente em Monergismo, visto em MCA, e divulgado aqui, no Olhar Reformado.

Como ajudar os afetados pelas enchentes no Rio de Janeiro

Amados leitores,


Segundo o blog O Tempora, O Mores, o Conselho de Ação Social da Igreja Presbiteriana do Brasil disse que o Presbitério de Magé (RJ) está recebendo doações para ajudar os afetados pelas chuvas no estado do Rio de Janeiro. Quem puder fazer doações por meio de transferência bancária:

Para doações em dinheiro - Presbitério de Magé, Banco Bradesco, Agência 1546-6, conta corrente, 7806-9.

Quem quiser doar alimentos ou roupas, pode levar as suas doações para o seguinte endereço: Avenida 02, No. 21, Jardim Novo Mundo, Magé. As necessidades são de roupas em perfeito estado; roupas íntimas novas; roupas de cama, mesa e banho; alimentos não perecíveis, velas, material de higiene pessoal, limpeza, entre outros.

Uma outra denominação, tradicional mas não reformada, a Igreja Cristã Evangélica do Brasil também está recebendo doações. A Igreja Cristã Evangélica de Queirós fica em São José do Vale do Rio Preto (RJ), uma das cidades mais atingidas. As doações em dinheiro podem ser feitas na seguinte conta:

SOS ICE Queirós - Banco Bradesco, agência 0240, c/c 59677-9, em nome da Igreja Cristã Evangélica do Brasil.

Que possamos nos mobilizar para ajudar os nossos irmãos em Cristo em dificuldade...e também ajudá-los a terem com o quê socorrer aos demais, em nome de Jesus.

Governo

Quem quiser também pode doar quantias em dinheiro para prefeituras e para a Defesa Civil. As informações abaixo foram obtidas no site do Estadão:

Prefeitura de Teresópolis - Banco do Brasil, agência 0741, C/C 110000-9

Prefeitura de Nova Friburgo - Banco do Brasil, agência 0335-2, C/C 120000-3

Defesa Civil - Caixa Econômica Federal, Agência 0199, C/C 2011-0 para a operação 006

Publique essas informações em seu blog e divulgue no Twitter, no Facebook, no Orkut, em sua igreja local, na sua escola, no trabalho e onde mais for possível.
Fonte: 5 Calvinistas

Jesus Alivia Todos Que Vem a Ele

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." Mateus 11:28






Nós, os que somos salvos, encontramos descanso em Jesus. Os que não são salvos, receberão alívio se forem a Ele, pois nessa parte o Senhor promete dar-lo. Nada pode ser mais gratuito que um dom - aceitemos com júbilo o que Ele dá com gozo. Não deverão comprar o descanso, nem pedir-lhe emprestado; mas antes, devem receber o descanso como um dom. Vocês que trabalham debaixo do chicote da ambição, da cobiça, da concupiscência ou da ansiedade - Ele os liberará dessa servidão de ferro, e lhes dará descanso. Vocês estão "cansados": sim, "cansadíssimos" com o pecado, o temor, os cuidados, os remorsos e o medo da morte- mas, se vocês vêm a Jesus, Ele os fará descansar. Ele carregou com o aplacante peso do nosso pecado, para que agora não tenhamos que carrega-lo. Ele converteu a si mesmo em um grande Carregador, para que toda pessoa que esteja muito sobrecarregada pare de arquear-se debaixo da enorme pressão.





Jesus dá descanso. Assim é. O crerão? O colocarão a prova? AGORA? Venham a Jesus abandonando qualquer outra esperança, pensando Nele, crendo no testemunho de Deus, e confiando tudo a Ele. Se vierem a Ele dessa forma, o descanso que Ele lhes proporcionará será profundo, seguro, santo e eterno. Ele dá um descanso que perdura até o céu, e o dá hoje a todos aqueles que vêm a Ele.





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FONTE: Talonário de Cheques do Banco da Fé

tradução. Projeto Spurgeon

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Esporte Cristão

Atletas de Cristo” brasileiros se espalham pela Europa
Kaká é um dos muitos jogadores evangélicos que atuam na Europa Fenômeno conhecido no Brasil há muito tempo, os Atletas de Cristo estão agora atraindo atenção na Europa. Usando o brasileiro Bordon, zagueiro do Schalke 04, como exemplo, o alemão Der Spiegel conta como a "Febre pentecostal invade os campos de futebol e se espalha entre brasileiros".

A reportagem conta trechos simbólicos da vida de jogadores brasileiros que divulgam sua crença abertamente. Segundo Spiegel, por exemplo, Bordon teria brigado com um companheiro porque este teria aberto "o caminho para o diabo ter acesso ao time" ao não rezar. Segundo os alemães, "muitos brasileiros que jogam por clubes de futebol europeus são membros de congregações pentecostais e estão determinados a divulgar sua fé".



Notícias Cristãs e Esportes/Anastácio

Ossuário de irmão de Jesus é verdadeiro, diz universidade hebráica

Ela pesa 25 quilos. Tem 50 centímetros de comprimento por 25 centímetros de altura. E está, indiretamente, no banco dos réus de um tribunal de Jerusalém desde 2005. A discussão em torno de uma caixa mortuária com os dizeres “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” nasceu em 2002, quando o engenheiro judeu Oded Golan, um homem de negócios aficionado por antiguidades, revelou o misterioso objeto para o mundo. A possibilidade da existência de um depositário dos restos mortais de um parente próximo de Jesus Cristo agitou o circuito da arqueologia bíblica. Seria a primeira conexão física e arqueológica com o Jesus do Novo Testamento. Conhecido popularmente como o caixão de Tiago, a peça teve sua veracidade colocada em xeque pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). Em dezembro de 2004, Golan foi acusado de falsificador e a Justiça local entrou no imbróglio. No mês passado, porém, o juiz Aharon Far¬kash, responsável por julgar a suposta fraude cometida pelo antiquário judeu, encerrou o processo e acenou com um veredicto a favor da autenticidade do objeto. Também recomendou que o IAA abandonasse a defesa de falsificação da peça. “Vocês realmente provaram, além de uma dúvida razoável, que esses artefatos são falsos?”, questionou o magistrado. Nesses cinco anos, a ação se estendeu por 116 sessões. Foram ouvidas 133 testemunhas e produzidas 12 mil páginas de depoimentos.
Especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Rodrigo Pereira da Silva acredita que todas as provas de que o ossuário era falso caíram por terra. “A paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do primeiro século”, diz o professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). “A primeira e a segunda partes da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da pátina indica que tanto o caixão quanto a inscrição têm dois mil anos.” O professor teve a oportunidade de segurá-lo no ano passado, quando o objeto já se encontrava apreendido no Rockfeller Museum, em Jerusalém.
Durante o processo, peritos da IAA tentaram desqualificar o ossuário, primeiro ao justificar que a frase escrita nele em aramaico seria forjada. Depois, mudaram de ideia e se ativeram apenas ao trecho da relíquia em que estava impresso “irmão de Jesus” – apenas ele seria falso, afirmaram.

Inscrição: Tiago, irmão de Jesus
A justificativa é de que, naquele tempo, os ossuários ou continham o nome da pessoa morta ou, no máximo, também apresentavam a filiação dela. Nunca o nome do irmão. Professor de história das religiões, André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, levanta a questão que aponta para essa desconfiança. “A inscrição atribuiria a Tiago uma certa honra e diferenciação por ser irmão de Jesus. Como se Jesus já fosse um pop¬star naquela época”, diz ele. Discussões como essa pontuaram a exposição de cerca de 200 especialistas no julgamento. A participação de peritos em testes de carbono-14, arqueologia, história bíblica, paleografia (análise do estilo da escrita da época), geologia, biologia e microscopia transformou o tribunal israelense em um palco de seminário de doutorado. Golan foi acusado de criar uma falsa pátina (fina camada de material formada por microorganismos que envolvem os objetos antigos). Mas o próprio perito da IAA, Yuval Gorea, especializado em análise de materiais, admitiu que os testes microscópicos confirmavam que a pátina onde se lê “Jesus” é antiga. “Eles perderam o caso, não há dúvida”, comemorou Golan.
O ossuário de Tiago, que chegou a ser avaliado entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, é tão raro que cerca de 100 mil pessoas esperaram horas na fila para vê-lo no Royal Ontario Museum, no Canadá, onde foi exposto pela primeira vez, em 2002. Agora que a justiça dos homens não conseguiu provas contra sua autenticidade, e há chances de ele ser mesmo uma relíquia de um parente de Jesus, o fascínio só deve aumentar.
Fonte: O Verbo / Revista Istoé / ADIBERJ
A Fé Reformada e o Arminianismo

por
Dr. John Murray

O Arminianismo deriva seu nome de Tiago Armínio (Jacobus Arminius), um ministro da Igreja Reformada na Holanda, que viveu de 1560 a 1609. Ele se tornou Professor de Teologia na Universidade de Leyden, em 1603. Foi particularmente durante o período de sua atividade como professor em Leyden que ele deu expressão aos rompimentos com a Fé Reformada, os quais desde então têm sido associados ao seu nome. Armínio morreu em 1609, mas ele deixou discípulos que continuaram a ensinar e desenvolver suas doutrinas.
Em 1610, um documento conhecido como o “Remonstrance” [protesto, censura], e freqüentemente chamado de “Os Cinco Artigos Arminianos”, foi assinado por 46 ministros e apresentado às autoridades civis das Províncias Unidas. Esses artigos apresentam a doutrina dos “Remonstrantes” ou Aminianos, como eles vieram a ser chamados, nos assuntos da predestinação, a extensão da expiação, a causa da graça salvadora e a perseverança. Esses artigos eram tantos negativos como positivos - eles negavam uma doutrina e afirmavam outra.
Nos estágios iniciais da controvérsia, o significado e a implicação precisa de alguns dos pontos não se tornaram explícitos; mas, à medida que o conflito precipitado pelos Remonstrantes se desenvolveu, tornou-se evidente que os cinco pontos da Fé Reformada que os Arminianos estavam particularmente insistindo em negar eram: predestinação incondicional, expiação limitada, depravação total, graça irresistível e a perseverança dos santos. Os Calvinistas afirmavam estes e os Arminianos negavam.
Estes cinco pontos não definem para nós o que a Fé Reformada ou o Calvinismo é. A Fé Reformada é um sistema de verdade e é muito mais abrangente do que quaisquer cinco pontos que possam ser enumerados, embora os mesmos sejam importantes e essenciais nele. Contudo, nestes cinco pontos atacados pelos Arminianos, o sistema da verdade conhecido como Calvinismo pode-se dizer ser consolidado. Eles expressam o que este sistema é, em oposição ao sistema Arminiano ou qualquer outro sistema que, de forma similar, lhe for oposto. Eles sempre continuarão a ser pontos decisivos, nos quais o conflito é unido com qualquer sistema de pensamento, que é movido por uma inclinação Arminiana, e dirigida pelos mesmos princípios básicos.
Nenhum de nós pensará que o erro do Arminianismo está confinado a estes cinco pontos. O Arminianimo é uma teologia, e a diferença entre esta teologia e a teologia da Igreja Reformada se expressa em muitos outros pontos. O erro da teologia Arminiana é, contudo, resumido naqueles cinco pontos; e assim, a grande parte da controvérsia no passado está, de uma forma totalmente justificável, relacionada às doutrinas enunciadas neles. Que isto é verdade na realidade, tem sido demonstrado pela história.

Predestinação Incondicional

O primeiro artigo do Remonstrance de 1610 concerne à predestinação. Todos os antigos Reformadores estavam substancialmente de acordo com a doutrina da predestinação. Foi somente na Igreja Reformada, contudo, que a doutrina da predestinação absoluta, sustentada tanto Lutero como por Calvino, continuou a ser sustentada e defendida. O que isto significa?
Não podemos responder melhor do que citando a Confissão de Fé de Westminster, capítulo III:
I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.
III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.
V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.
Esta declaração da doutrina foi formulada pelos teólogos de Westminster em 1645, mas ela é justamente a bem articulada expressão credal da doutrina sustentada pelos antigos Reformadores, conservada na Igreja Reformada, e atacada pelos Arminianos. O importante da primeira seção citada é justamente isto: que o curso completo da história universal, desde o princípio ao fim, em toda sua extensão e mínimos detalhes, está envolvido no plano e decreto de Deus; que tudo o que ocorre, grande ou pequeno, bom ou mal, Deus desde a eternidade imutavelmente determinou que aconteceria.
Não é, contudo, em relação à total abrangência do decreto de Deus que o conflito com o Armiano em primeira instância se relaciona. É em relação a como este decreto interfere sobre os destinos dos seres racionais, e mais particularmente sobre os destinos dos homens; em outras palavras, como o decreto se torna operativo na predestinação para a vida de alguns da humanidade e a pré-ordenação para a morte de outros. Mas, a doutrina dos decretos gerais interfere diretamente sobre a questão dos destinos dos homens. Se Deus livremente e imutavelmente ordena tudo quanto acontece, e se ocorre que alguns homens são salvos e outros perecem, então ele tem livremente e imutavelmente ordenado estes fatos, tão bem como os outros. Se o Arminiano nega o último, ele deve negar o primeiro.
A predestinação para a vida e a pré-ordenação para morte significa substancialmente que desde toda eternidade Deus, soberanamente, de acordo com o conselho de Sua vontade, escolheu ou elegeu um número definido de indivíduos da raça humana para a vida eterna, que Ele os elegeu individualmente, e que ao fazer esta eleição ele não estava condicionado pela sua previsão de fé ou boas obras ou perseverança em ambos, mas que a eleição foi determinada por aquele soberano beneplácito que encontra todo seu fundamento e explicação em si mesmo e em nada mais. Em outras palavras, Deus por um decreto absoluto, incondicional e imutável, determinou a salvação de certas pessoas como resultado da livre graça e amor, e que de acordo com este decreto ele executa o propósito de sua graça e amor. Aos outros não eleitos, pelo exercício do mesmo soberano beneplácito, ele decretou ignorá-los e ordená-los à destruição eterna, como recompensa pelos seus pecados.
É esta a doutrina que o Arminianismo nega. Nas palavras de Tiago Armínio: “Deus não predestinou absolutamente qualquer homem para a salvação; mas ele tem em seu decreto lhes considerado como crentes”. É peculiarmente importante que este fato seja apreciado. O princípio fundamental do Arminianismo neste artigo de fé é a negação da doutrina apresentada nos símbolos Reformados. Também, freqüentemente a significação e a importância disto são obscurecidas pelo apelo da parte dos Arminianos para o lado positivo de seu ensino. Nós não devemos permitir este obscurecimento. O Arminianismo começa com a negação, a recusa da doutrina da soberana eleição incondicional. Embora a elaboração positiva da posição Arminiana possa incorporar muita verdade, de maneira alguma o Arminianismo deixa de ser uma negação da eleição incondicional, porque este é o centro da questão. Todos que negam a eleição incondicional, negam um aspecto da verdade que é da essência da doutrina Reformada.
A posição Arminiana envolve, como temos já citado, mais do que negação. A Remonstrance diz assim: “Artigo I. Que Deus, por um eterno propósito imutável, em Jesus Cristo seu Filho, antes da fundação do mundo, tem determinado dentre a raça humana caída e pecaminosa, salvar, em Cristo, e por amor de Cristo, aqueles que, através da graça do Espírito Santo, crerem neste seu Filho Jesus, e perseverarem nesta fé e obediência da fé, através de sua graça, até o fim”.
Num exame superficial, pode parecer que não há diferença essencial entre isto e a posição apresentada pelos símbolos Reformados. Não fala ele de um eterno e imutável propósito de Deus, pelo qual ele determina salvar todos aqueles que crerem em seu Filho e perseverarem até o fim? Certamente fala, e ninguém nesta controvérsia negará que o dito é verdade. Deus eternamente e imutavelmente determinou salvar todos aqueles que crêem e perseveram na santidade até o fim. Mas há um abismo de diferença entre o que os Arminianos aqui afirmam e o que os Calvinistas afirmam.
A diferença é justamente esta. O Calvinista afirma que Deus eternamente e imutavelmente decretou a salvação de certas pessoas, as quais ele soberanamente distingue por este decreto, daquelas que não foram ordenadas para salvação. De acordo com este decreto de salvação, ele decreta os fins para sua realização, e assim decreta dar fé e perseverança à todos aqueles predestinados para salvação. O Arminiano nega a existência de tal decreto sobre a salvação de indivíduos, e o que ele afirma é que Deus decreta ou propõe salvar todos aqueles que crêem e perseveram na fé e obediência até o fim. No primeiro caso, há a eterna destinação à salvação de pessoas, que são os objetos da soberana eleição de Deus; no último caso, há o divino propósito de salvar a classe caracterizada pela fé e perseverança. Em última análise, a primeira é a eleição de pessoas, a última é a eleição de qualidades com a condição de que todos que exibam estas qualidades serão salvos.
Alguns Arminianos sob a tensão da discussão, e também em cima de fundamentos exegéticos, percebem a inadequabilidade da posição precedente, e assim, eles dizem que Deus não somente decretou salvar todos que crêem, mas que ele também elegeu todos que crêem. Há, portanto, eles dizem, uma eterna e imutável eleição de indivíduos, cujo número é certo, uma eleição de fato de todos aqueles que finalmente serão salvos. Alguns podem estar dispostos a dizer que isto é exatamente o ensino dos símbolos Reformados. Uma pequena investigação revelará a falácia disto.
A marca distintiva do Calvinismo é a eleição incondicional, e isto é exatamente o que este alto gênero de Arminianismo vigorosamente nega. Ele professa realmente uma eleição fixa e imutável de indivíduos. Mas o que isto significa é que, visto que Deus decreta salvar todos os que crêem e, visto que ele conhece perfeitamente de antemão e desde toda a eternidade quem irá crer, ele, com base nesta previsão, como fundamento e causa, elege estes indivíduos para a vida eterna. Deus elege todos que ele previu que creriam e perseverariam até o fim. Sua eleição então, é determinada por sua previsão de algumas diferenças que viriam a existir entre os homens, uma diferença que ele mesmo não causou, mas que em última análise é devida à soberana escolha por parte da vontade humana. O fator determinante neste tipo de eleição então, não é o soberano beneplácito incondicional de Deus, mas a decisão da vontade humana que Deus desde a eternidade previu. Eleição não é a origem, mas a fé prevista é feita a origem ou condição da eleição.
Em um exame minucioso será evidente que isto não é divina eleição de forma alguma. A soberana determinação de Deus é destronada em um ponto vital, porque a determinação final da discriminação que existe entre os homens é considerada como algo existente nos homens, e não no soberano beneplácito de Deus. Sem dúvida, este tipo de Arminianismo que inicialmente parece ser igual à posição Reformada, somente serve para mostrar claramente a total diferença entre os dois sistemas. A eleição ensinada na Igreja Reformada é a eleição para salvação e para vida eterna e, portanto, também para a fé e todas as outras graças como os meios ordenados por Deus para a realização do seu soberano decreto. A eleição não é, então, condicionada à fé, mas a fé é o fruto da eleição. Deus soberanamente opera fé nos homens porque ele tem em seu eterno conselho lhes ordenado para a salvação. A fé não é a lógica prévia da eleição, mas a eleição é a prévia e eterna origem da fé. O Arminianismo em sua melhor forma, nega todas estas proposições.
A negação da eleição incondicional ataca o coração da doutrina da graça de Deus. A graça de Deus é absolutamente soberana, e cada fracasso em reconhecer e apreciar a absoluta soberania de Deus em sua graça salvadora, é uma expressão do orgulho do coração humano. Esta negação baseia-se sob a demanda de que Deus pode tratar diferentemente com os homens, no assunto da salvação, somente porque eles, por si sós, se fazem diferentes. Em seus elementos finais, significa que o fator determinante na salvação é o que o homem por si só faz, e o que é justamente equivalente a dizer que não é Deus quem determina a salvação dos homens, mas os homens determinam sua própria salvação; não é Deus que salva, mas o próprio homem se salva. Este é precisamente o caso.

Fonte:
Extraído de uma série que apareceu na revista The Presbyterian Guardian em 1935-1936.
Sobre o autor :
O Professor John Murray nasceu na Escócia, em 1898, e era, no tempo desta escrita, um cidadão Inglês. Ele se graduou na Universidade de Glasgow (1923) e no Seminário Teológico de Princeton (1927), e estudou na Universidade de Edimburgo durante 1928 e 1929.
Em 1929-1930 ele serviu como professor no Seminário Teológico de Princeton. Posteriormente ele ensinou no Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia, onde ele serviu como Professor de Teologia Sistemática, de 1930-1966.
Ele foi um freqüente contribuidor de jornais teológicos e é o autor de: O Batismo Cristão (1952), Divórcio (1953), Redenção Consumada e Aplicada (1955), Princípios de Conduta (1957), A Imputação do Pecado de Adão (1960), Calvino sobre as Escrituras e a Soberania Divina (1960), A Epístola aos Romanos , Vol I, Capítulos I-VIII (1960) e A Expiação (1976 - publicado após a sua morte).
Em 8 de Março de 1975, o Professor John Murray entrou no descanso do seu Senhor.
Tradução de Felipe Sabino
Fonte: www.monergismo.com

Religião é o Ópio do Povo



Por Marcelo Lemos

 “... Hoje estou num estágio de questionamentos,  que já levaram muitos filósofos a perderem a fé. Falo de Marx, Buber, Tolstói, … com as agruras da vida, eles começam a questionar a existência de DEUS, por toda miséria e dores da vida. No meu caso não chega a tanto, mas agora eu não posso recriminar suas opiniões...  Concordo com Marx quando ele diz, e agora entendo, que a RELIGIÃO É O ÓPIO DO POVO, ” (Trechos de um longo, e justificado, desabafo

Meu querido Carlos, apesar de parte considerável de nossas conversas não estar disponível aos leitores do blog (mesmo já tendo publicado um artigo em resposta ao irmão), achei interessante lhe responder esta última mensagem em forma de artigo, haja vista suas palavras abordarem questões que podem interessar a todos, especialmente aos que se preocupam com a podridão espiritual e ética que assola boa parte da Igreja Brasileira.


Concernente a sua luta existencial, causada pelo despertamento da razão, que conduz a confrontos jurássicos com antigos conceitos religiosos arraigados na mente, minha oração é de esperança. A História, como se sabe, nos apresenta grandes ícones culturais que abriram mão da fé em lutas internas parecidas, mas a história desse conflito existencial não é escrito apenas por Marx, Tolstói, ou mesmo Nietzsche. Com efeito, não foi assim com Lutero, ou mesmo Francisco de Assis, apesar das vias opostas que escolheram (1). O mesmo conflito que levou alguns a apostasia, conduziu muitos outros para mais perto da Cruz, e isso os capacitou a revolucionarem a fé cristã de seus dias, marcando para sempre seus nomes na História. Alguns, deixaram seus nomes no mural da apostasia e da loucura, outros, no dos Heróis da fé.

Então, posso falar de esperança; não a esperança que vence o medo, como no bordão populista de eleições passadas. A esperança que suprime o medo é veneno político, tão ópio do povo quanto o religioso, sempre a conduzir os homens por cabrestos messianoides. Não, essa não é a esperança do Evangelho! A esperança cristã é uma expectativa escatológica, que conduz o crente a engajar-se de corpo e alma na luta cultural, munido da espada e do escudo da Verdade, na firme esperança de que o Bem sempre vence o Mal, mesmo que se conviva com a ameça e o medo de se perder a própria vida no embate (medo que muitas vezes se concretiza, como se pode ver nas páginas de Cristãos Secretos, que o irmão está a ler).

Um ponto importante a se destacar nesse conflito interno, diz respeito a diferenciação entre o que é preceito bíblico, e o que é mandamento humano. O irmão, por exemplo, fala de jamais ter se rebelado contra “preceitos bíblicos” e “denominacionais”. A diferenciação se faz necessária, do contrário, condenaremos a fé bíblica pelos erros dos falsos ensinadores – seria semelhante a condenar o Capitalismo, retratando todo empreendedor com a figura do velho Scrooge e afins, tática comum em vários escritos da esquerda (2). Arriscaria minha vida para lhe dizer que nenhum dos preceitos morais da Lei de Deus lhe poderia causar prejuízo; exceto, claro, se o “sucesso” almejado se pretenda por meios imorais, o que não seria, propriamente, “sucesso”.

Nunca é exagero tornar a lembrar um fato bíblico importante a essa discussão: a Escritura jamais ensina que Deus abençoe materialmente apenas os crentes, e muito menos que faça isso apenas em favor daqueles que entregam religiosamente o dizimo de toda sua renda, ou que plante “sementes” neste ou naquele ministério de televisão. Essa mentira foi inventada justamente por homens que pretendem controlar almas por meio da ameaça e do medo (o que não implica dizer que todo pastor que acredita na atualidade do Dizimo, seja,por isso, impostor ou charlatão). Quanto a prosperidade, a Bíblia diz que Deus envia sol e chuva tanto para justos, quanto para injustos: “porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus 5.45). Ademais, ensina também que nem sempre o sucesso material significa aprovação Divina, como se pode constatar da leitura atenta do Salmo 73, belíssima poesia onde Asafe relata sua própria luta existencial.

“Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração. Quanto a mim, os meu pés quase se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos; pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios” (vv 1-3, ss).

Nenhuma coisa admirável há, portanto, na prosperidade dos ímpios, ou mesmo dos falsos profetas. Essas realidades não depõem contra a veracidade da fé cristã, mas a seu favor. Sim, pois é ensino da fé cristã que tais coisas aconteceriam. O que não é cristão é a ideia de que o cristianismo seja um modo de se barganhar com Deus, uma Teologia da Retribuição, como vem sendo ensinado abertamente na maioria das Igrejas, cujo sucesso, revela o quanto a sociedade de nosso tempo está alheia a Deus.

Sou testemunha pessoal do estrago causado por mandamentos humanos, e por isso, jamais me canso de denunciá-los. Mandamentos humanos castram, corrompem, e destroem a alma. O legalismo nos faz ver um mundo dualista, convencendo-nos da existência de uma luta desleal entre o sagrado e o profano, na qual, invariavelmente, o cristão sem qualquer expectativa de vitória cultural, se vê impelido a fuga e ao recolhimento “seguro” sob as asas dos preceitos humanos. Buscando proteção, o homem abre mão de sua liberdade, aceitando de bom grado que escravizem seu ser. Há um paralelo muito interessante entre o que ocorre na política, e o que se dá na religião.

Dentro deste contexto, sou testemunha de outro fator interessante: quanto mais legalista é determinado grupo cristão, mais subdesenvolvido moral, cultural e economicamente também (3). As lentes do dualismo que usam para ver e interpretar o mundo, os impede de contemplar Cristo como o Senhor de toda a Terra, e com isso, falham em cumprir o Mandato Cultural que nos é dado em Gênesis. Por mais que falem em entronizar Jesus, Seu reino é sempre algo porvir, com pouca ou nada de relação com o agora, e nenhuma esperança de vitória cultural; o que transforma a escatologia numa versão evangelical do deus machine, que trazia finais felizes aos palcos greco-romanos.

A grande dificuldade nesse processo de emancipação intelectual é justamente  distinguir entre o que é, ou não, religião cristã. Um processo nem sempre tranquilo, pois até então, a mente não estava consciente de que fora enganada, o que a coloca, agora, sob a ameaça de condenar algo, sem que na verdade o faça, pois seu juízo se dá contra uma falsificação do real. Por isso que muitos filósofos, como o genial Mario Ferreira dos Santos, brasileiro, tendem a pensar que Nietzsche, ícone do ateísmo, jamais foi ateu como imaginava, pois sua rebelião foi contra aquilo que o cristianismo jamais foi realmente. Em outras palavras, segundo essa tese, Nietzsche ao condenar o “cristianismo”, teria desenvolvido um pensamento genuinamente cristão(4).

Então, apesar de admitir que há certa verdade na afirmação marxista, “religião é o ópio do povo”, não considero racional deixar de recriminar sua opção pelo ateísmo, bem como não posso deixar de recriminar o ateísmo de qualquer outro. No caso de Marx, ainda mais grave, ele optou pela destruição da religião, especialmente a cristã, pois descobriu que ela é o maior obstáculo no caminho para a construção do “homem novo”, idealizado pelos socialistas. Não é atoa que, ainda hoje, o socialismo permanece em sua cruzada mundial contra a tradição judaico-cristã(5)

Pouco mais de 80 anos de regimes orientados pela ideologia de Marx é suficiente para  nos mostrar onde o homem sem Deus foi capaz de chegar: mais de 100 milhões de mortos! É, sob qualquer aspecto, a maior tragédia já produzida pelas mãos humanas! Enquanto isso, sociedades edificadas sobre os valores do cristianismo, apesar dos percalços, permanecem ainda hoje como baluartes da prosperidade e da democracia – ainda que, infelizmente, pouco a pouco, os ideais de Karl Marx estejam minando a virilidade de tais povos. Permanecendo assim, a ruína de tais nações é certa.

Igualmente certa é a ruína do falso evangelho, por isso, precisamos escolher bem contra quem lutaremos, de um lado está a religião dos lobos, que oprime e cega, do outro, se apresenta  o Cristo, graça libertadora. O perigo é, no afã de fugir dos lobos, nos lançarmos nos abismos da morte.
_____________

(1) Francisco de Assis é, para muitos católicos, o que Lutero é para os protestantes: um reformador. Como Lutero, Assis também se afligiu com a corrupção da Igreja de seu tempo, e a denunciou, no entanto, manteve-se fiel ao Magistério da Igreja. Vale lembrar que Lutero, a princípio, também não pretendia separar-se de Roma, e em suas famosas teses, defendeu abertamente a autoridade do Papa; todavia, sua separação acabou sendo inevitável, pois a Reforma que pretendeu alcançava níveis mais profundos que a de Assis.

(2) Dentre infindáveis exemplos, lembro os desenhos de Miguel Resipo, no livro “Grasmci para principiantes”, que sempre retratam os empresários (bem como autoridades eclesiásticas e civis) na figura de porcos, com a indisfarçável intenção de despertar o ódio de classes;

(3) Sem qualquer intenção de ofender, ou “cuspir no prato” que comi, cito o pentecostalismo clássico, como o das Assembleias de Deus, como exemplo. É fato que, ao longo dos anos, eles tratam de modo diferente com o legalismo: igrejas mais afastadas, e compostas por pobres e iletrados, destacam-se pela rigidez nos usos e costumes; enquanto que nos grandes centros, sendo formada por gente de mais posses e maior cultura, as regras são muito mais flexíveis.

(4) Mario Ferreira dos Santos, “Antologia de Literatura Mundial”, Livraria e Editora Logos Ltda, pg 11. A tese em questão é, hoje, defendida por grandes e insuspeitos teólogos católicos, mas foi primeiramente proposta por esse genial brasileiro, infelizmente desconhecido do nosso grande público. O contraste entre o ateísmo militante de Nietzsche, e o seu verdadeiro eu, sintetiza-se nos dias finais de sua vida, quando, admiravelmente, chorava abraçado a um crucifixo partido, pedindo-lhe angustiosamente perdão.

(5) Nesse intento, os marxistas atuais, que preferem ser chamados apenas de  socialistas, elegeram Antônio Gramsci como sacerdote e profeta, pois lhes ensinou que a revolução nem sempre se dá num rompante, como na Rússia, mas necessita antes, ir minando as bases sociais estabelecidas, por meio da conquista lenta e programada de “posições” na sociedade. De modo que, a medida que o socialismo avança no Ocidente, a Religião Cristã se torna cada vez mais marginal. 
Fonte: www.olharreformado.blogspot.com

Conexão com Deus - A Revolução do relacionamento.

Profº Luiz Cavalcante

Jesus não Lança Fora o que Vem a Ele

 Spurgeon
"... e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." João 6:37

Há algum caso no que nosso Senhor houvesse deixado de fora a alguém que viesse a Ele? Se existira um caso assim, gostaríamos de conhecer-lo; mas não tem existido nenhum caso, e nunca haverá um. Entre as almas perdidas no inferno, não existe só uma que poderia falar:" eu fui a Jesus, e Ele me rejeitou." Não é possível que vocês ou eu fôssemos os primeiros aos quais Jesus não cumpra-lhes Sua palavra. Não abriguemos uma suspeita tão negra.

Suponham que acudíssemos a Jesus em relação aos nosso males de hoje. Disso podemos estar certos: Ele não nos negará uma audiência, nem nos lançará fora. Aqueles dentre nós que temos ido com frequência a Ele, e aqueles que jamais foram antes: vamos juntos, e comprovemos que Ele não fechará a cara a nenhum de nós junto a porta de Sua graça.

"Este recebe pecadores" (Lucas 15:2), mas a ninguém rejeita. Viemos a Ele em fragilidade e pecado, com temerosa fé, escasso conhecimento e tênue esperança; porem, Ele não nos deixa fora. Vimos por meio da oração, e essa oração é imperfeita; com confissão, e essa confissão é deficiente; com louvor, e esse louvor não têm muitos méritos - no entanto, Ele nos recebe. Vamos enfermos, contaminados, desgastados, e indignos; porem, Ele não nos deixa fora. Venhamos hoje de novo a Ele, pois jamais nos lança fora.

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trad. Projeto Spurgeon

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Governador Nomeia Diretor de Hospital e 5º Nucleo de Saude

O Diário Oficial do Estado trás na edição desta quarta-feira (12) a nomeação de Silvana Maria Gomes Targino para a Quinta Gerência Regional de Saúde, com sede em Monteiro, e a de Ranieri Felix Sena para a Direção Geral do Hospital Regional de Monteiro.


Para o Hospital Regional de Monteiro ainda foram nomeados José Aldenor de Queiroga Sarmento para a Diretoria Técnica, Iraci Batista Guimarães para a Diretoria Administrativa, Carla Tarciana Leite de Sousa para a chefia do Núcleo Financeiro e Aliana Anastácio Fernandes para a chefia do Núcleo de Recursos Humanos.

Ainda no Diário Oficial desta quarta-feira o governador nomeia Lino Pereira Lima para a Diretoria Geral do Hospital Distrital de Taperoá e Jaira Peixoto de Araújo para chefia do Núcleo de Recursos Humanos.

Para a chefia a 7ª Ciretran, com sede em Monteiro, foi designado Emanoel Barreto Alves em substituição a Josias Bezerra de Sousa que assumiu a chefia de protocolo do órgão.

Vitrine do Cariri

Calamidade Pública no Rio de Janeiro

Teresópolis entra em estado de calamidade pública, com 57 mortos
Fonte: www.caririligado.com
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O prefeito de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, Jorge Mário, decretou nesta quarta-feira (12), estado de calamidade pública no município, um dos mais afetados pelas chuvas no estado. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, Flávio Luiz de Castro.
O prefeito sobrevoou nesta manhã e avalia com seus assessores se declara ou não situação de emergência. Um total de 800 homens da Defesa Civil e bombeiros tenta localizar desaparecidos na cidade.
A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas.
De acordo com informações da prefeitura, 48 pessoas já morreram na cidade. Cerca de mil pessoas estariam desabrigadas no município.
 Em nota oficial, a Secretaria estadual de Defesa Civil confirmou que os três bombeiros soterrados em Nova Friburgo nesta manhã durante um resgate morreram. No mesmo município da Região Serrana, outras quatro pessoas não resistiram, chegando a sete o número de mortes.
Em Petrópolis, um casal de idosos morreu na localidade de Brejal, segundo informações do Comitê de Ações Emergenciais da cidade.
Ao todo, o número de mortos em decorrência na Região Serrana chega a 57.

Esportes

Charge do dia...Fonte: www.caririligado.com
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Serviço Cristão

Imagine um relógio daqueles que funcionam com engrenagens, todas funcionando perfeitamente bem, cada uma delas movimentando-se no momento certo para a direção correta... Que maravilha não? Esta perfeita harmonia garante que aquele relógio não irá atrasar, nem adiantar, e muito menos parar.
Agora, imagine outro relógio, onde as suas engrenagens estão enferrujadas e desgastadas cuja ferrugem está fazendo com que elas não se movimentem de forma harmoniosa e perfeita, que desastre, não? Este segundo relógio passa a funcionar de forma irregular, atrasa, adianta, ou até mesmo pára de vez. O que fazer, então quando isto acontece? Imediatamente o seu dono o leva a um relojoeiro, o qual imediatamente o examina, descobre o problema, realiza uma limpeza, em seguida providencia o óleo e lubrifica cada peça, o que fará com que o atrito entre elas seja eliminado de maneira que passem a movimentar-se de forma harmoniosa, como em uma melodia, trazendo assim, a vida útil ao relógio, antes, parado.
Fazendo uma reflexão sobre a nossa própria vida espiritual, podemos nos comparar àquele relógio. Sim ou não? Claro que sim. Pois somos partes, “engrenagens” que formam um só corpo- o Corpo de Cristo, e precisamos nos movimentar de forma harmoniosa para que este Corpo possa “funcionar”; andar e agir, enfim, para que este corpo seja útil, direcionado pela Cabeça que é Cristo. E para que vivamos uma vida de comunhão com os nossos irmãos é necessário que tenhamos uma vida cheia da unção de Deus, do seu óleo (uma vida cheia do Espírito Santo), o qual ele providenciou para que funcionássemos perfeitamente como corpo, do qual Ele é a Cabeça.
Em meio à “ferrugem” (o ódio, as desavenças, as divisões, os partidarismos, o individualismo, as picuinhas, falta de perdão, etc.) que teima em afetar o nosso convívio com “as outras peças da engrenagem” (nossos irmãos), precisamos buscar de Deus o enchimento; devemos urgentemente clamar ao Deus-Espírito Santo para que venha nos encher constantemente, para que venha tornar aptos a viver o verdadeiro amor de Deus, o qual é o efeito do óleo sobre as “peças” (eu e você). Assim, será menos difícil conviver com nossos irmãos, e não iremos apenas tolerar, mas iremos amar a cada um deles. Precisamos ir muito além de um simples “suportar o irmão”; e esta tarefa é impossível a peças emperradas pela ferrugem do pecado, do ódio, do orgulho, da obstinação. Precisamos nos livrar da ferrugem, e só conseguiremos isso, se buscarmos ao Senhor de todo nosso coração, com todas as nossas forças e com todo nosso entendimento.
Se cada peça teimar em funcionar sozinha, cada uma por si mesma, o relógio permanecerá quebrado, portanto, inútil. Porém, quando nos colocarmos diante de Deus como vasos que estão rachados mas querem ser “moldados” consertados, pelo Oleiro, então Ele nos restaurará e nos tornará um novo relógio, pronto para a boa obra, prontos, portanto, para realizar o seu Serviço com amor, união e unidade de pensamento e visão; somente assim, o corpo se moverá avante, rumo ao propósito divino, o qual ele estabeleceu para “engrenagens ungidas” com o seu óleo.
Que Deus- o nosso “Relojoeiro por excelência” nos abençoe e escute quando clamarmos e conserte a nossa vida, para que, restaurados, estejamos aptos para toda a boa obra; pois Ele mesmo afirmou em sua Palavra: “Serei achado daqueles que me buscarem.” (Pv 8.17; Is 65.24).
Extraido de artigo da profª Ana Chagas (IEC João Pessoa)
www.conectandoabiblia.com 

Cadê Os Direitos Humanos?

A imprensa, os grupos de "direitos humanos" e o Estado Brasileiro, estão com medo de "denunciar, apurar e prender" os homossexuais que defendem a Pedofilia em sua filosofia e prática de vida!

Terra Magazine faz vista grossa à apologia homossexual à pedofilia


Comentário de Julio Severo

Já que a onda é ser a favor da agenda gay, todo mundo na mídia quer mostrar de que lado está, como se isso fosse grande novidade. Sem apurar as credenciais de sua fonte, o Terra Magazine publicou um artigo radical e ideológico sobre “assassinatos de homossexuais”, não querendo desagradar à ideologia reinante na cultura — da própria mídia liberal, é claro. Daí, tire uma ideia: Se o Portal Terra estivesse na União Soviética, ou não Alemanha nazista, estaria fazendo pela ideologia reinante exatamente o que já está fazendo nesta matéria.

Esses pretensos jornalistas têm alguma preocupação pela verdade e objetividade? Importantes ativistas homossexuais têm defendido publicamente a pedofilia, e a grande imprensa brasileira está calada. Uma imprensa moralmente obtusa deixa os “intelectuais” homossexuais pró-pedofilia à vontade. Veja aqui os exemplos verídicos de homossexuais brasileiros defendendo explicitamente a pedofilia enquanto o jornalismo sem vergonha faz vista grossa:

Pedofilia e homossexualismo

Luiz Mott: Pedofilia já!

Outra coincidência? Mais um defensor do homossexualismo e da pedofilia

O dia em que o sexo entre homens e meninos não mais chocar

Abaixo, a matéria completa do Terra Magazine:

http://juliosevero.blogspot.com/2011/01/terra-magazine-faz-vista-grossa.html

Etica Cristã

O ultrassom que mudou minha vida — a conversão pró-vida de Abby Johnson em suas próprias palavras

Abby Johnson


Nota: O seguinte é o primeiro capitulo do livro de Abby Johnson que está para ser publicado. Para mais informações sobre o livro, que será lançado em 11 de janeiro, clique aqui.

10 de janeiro de 2011 (Notícias Pró-Família) — CHERYL MOSTROU A CABEÇA NA ABERTURA DA PORTA DO MEU ESCRITÓRIO. “Abby, estão precisando de mais alguém lá na sala de exames. Você está disponível?”

Ergui os olhos da minha papelada toda, surpresa. “Certamente”.



Abby Johnson

Embora tivesse trabalhado na Federação de Planejamento Familiar* durante oito anos, eu nunca havia sido chamada para a sala de exames para ajudar a equipe médica durante um aborto, e eu não tinha ideia do motivo por que eu precisava agora. Quem auxiliava nos abortos eram as enfermeiras profissionais, não a equipe de funcionários da clínica. Como diretora desta clínica na cidade de Bryan, Texas, eu estava em condições de preencher qualquer posição se fosse absolutamente necessário, exceto, é claro, as posições dos médicos ou enfermeiras que realizavam procedimentos médicos. Eu tinha, em poucas ocasiões, concordado com o pedido de uma paciente de permanecer com ela e até segurar a mão dela durante uma operação, mas só quando eu havia sido a conselheira que havia trabalhado com ela durante a entrada e aconselhamento. Esse não foi o caso hoje. Então por que é que precisavam de mim?

O médico aborteiro em atendimento hoje tinha estado na clínica de Bryan apenas duas ou três vezes antes. Ele tinha um consultório particular de aborto a cerca de 160 km de distância. Quando eu havia conversado com ele sobre o emprego várias semanas antes, ele tinha explicado que em seu próprio consultório ele só fazia abortos guiados por ultrassom — a operação de aborto com o menor risco de complicações para a mulher. Pelo fato de que esse método permite que o médico veja exatamente o que está acontecendo dentro do útero, há menos chance de perfurar a parede uterina, um dos riscos do aborto. Eu respeitei isso acerca dele. No que se referia a mim, quanto mais se pudesse fazer para manter as mulheres saudáveis e seguras, melhor. Contudo, eu havia explicado para ele que essa prática não era o protocolo em nossa clínica. Ele compreendeu e disse que seguiria nosso padrão de operação, embora concordássemos em que ele estava livre para usar o ultrassom se sentisse que uma situação particular justificasse isso.

Segundo sei, nunca tínhamos realizado abortos guiados por ultrassom em nossa clínica. Fazíamos abortos no sábado, a cada quinze dias, e a meta incumbida de nossa filial da Federação de Planejamento Familiar era realizar entre 25 e 35 operações naqueles dias. Gostávamos de terminá-los por volta das 14h. Nossas operações típicas levavam cerca de 10 minutos, mas um ultrassom aumentava para cinco minutos, e quando se está tentando agendar 35 abortos num só dia, esses minutos a mais contam.

Senti a relutância de um momento fora da sala de exames. Nunca gostei de entrar nessa sala durante uma operação de aborto — nunca vi com agrado o que acontecia por trás dessa porta. Mas já que todos tínhamos de estar prontos a qualquer momento para ajudar e realizar a tarefa, empurrei a porta para abrir e entrei.

A paciente já estava sedada, ainda consciente, mas grogue, a brilhante luz do médico iluminando sobre ela. Ela estava em posição, os instrumentos estavam colocados em ordem na bandeja ao lado do médico, e a enfermeira profissional estava posicionando a máquina de ultrassom perto da mesa de operação.

“Vou realizar um aborto guiado por ultrassom nesta paciente. Preciso que você segure a sonda do ultrassom”, explicou o médico.

Ao pegar a sonda do ultrassom na mão e ajustar as configurações da máquina, argumentei comigo mesma: “Não quero estar aqui. Não quero ter parte num aborto”. Não, atitude errada — eu precisava me preparar mentalmente para essa tarefa. Respirei profundamente e tentei me sintonizar com a música do rádio que estava tocando suavemente no fundo. “É uma boa experiência de aprendizado — nunca vi um aborto guiado por ultrassom antes”, eu disse para mim mesma. “Talvez isso me ajude quando eu aconselhar mulheres. Aprenderei de primeira mão sobre esse procedimento mais seguro. Além disso, tudo estará terminado em questão de poucos minutos”.

Eu não poderia ter imaginado como os próximos 10 minutos abalariam os alicerces dos meus valores e mudariam o curso da minha vida.

Eu tinha ocasionalmente realizado ultrassons de diagnóstico para clientes antes. Era um dos serviços que oferecíamos para confirmar as gravidezes e avaliar quanto estavam avançadas. A familiaridade de se preparar para um ultrassom aquietou meu desconforto de estar nessa sala. Apliquei o lubrificante na barriga da paciente, então manobrei a sonda do ultrassom até que o útero dela foi mostrado na tela e ajustei a posição da sonda para capturar a imagem do feto.

Eu estava esperando ver o que eu tinha visto em ultrassons passados. Geralmente, dependendo do avanço da gravidez e da posição do feto, eu veria primeiro uma perna, ou a cabeça, ou alguma imagem parcial do tronco, e precisaria manobrar um pouco para obter a melhor imagem possível. Mas desta vez, a imagem estava completa. Eu conseguia ver o perfil inteiro e perfeito de um bebê.

“Parece-se com Grace aos três meses”, pensei, surpresa, recordando da minha própria experiência de ver minha filha, três anos antes, aninhada em segurança dentro do meu útero. A imagem agora diante de mim parecia a mesma, só que mais clara e nítida. Os detalhes me deixaram perplexa. Eu conseguia ver claramente o perfil da cabeça, os braços, as pernas e até os dedinhos dos pés e das mãos. Tudo perfeito.

Mas muito rapidamente, a vibração com a memória emocionante de Grace foi substituída por uma onda de ansiedade: “O que estou para ver?” Meu estômago começou a ficar apertado. “Não quero assistir ao que está para acontecer”.

Suponho que isso parece esquisito vindo de uma profissional que vinha administrando uma clínica da Federação de Planejamento Familiar durante dois anos, aconselhando mulheres em crise, agendando abortos, revisando os relatórios mensais de orçamentos da clínica e treinando as funcionárias. Mas esquisito ou não, o fato simples é, nunca tive interesse em promover o aborto. Eu tinha me envolvido com a Federação de Planejamento Familiar oito anos antes, crendo que seu propósito era principalmente impedir gravidezes indesejadas, reduzindo assim o número de abortos. Essa tinha sido minha meta. E eu cria que a Federação de Planejamento Familiar salvava vidas — as vidas das mulheres que, sem os serviços fornecidos por essa organização, poderiam recorrer a algum açougueiro de fundo de quintal. Tudo isso passou rápido pela minha mente enquanto eu estava cuidadosamente segurando a sonda no lugar.

“Treze semanas”, ouvi a enfermeira dizer depois de tomar as medidas para apurar a idade do feto.

“Certo”, disse o médico, olhando para mim, “apenas segure a sonda no lugar durante a operação de modo que eu consiga ver o que estou fazendo”.

O ar levemente frio da sala de exame me deu uma sensação de calafrio. Meus olhos estavam ainda fixos na imagem desse bebê perfeitamente formado. Eu estava assistindo à medida que uma nova imagem entrava na tela do vídeo. A cânula — um instrumento em forma de canudo ligado à extremidade do tubo de sucção — havia sido inserida no útero e estava se aproximando do lado do bebê. Parecia um invasor na tela, fora de lugar. Errado. Parecia simplesmente errado.

Meu coração estava batendo aceleradamente. O tempo estava andando devagar. Eu não queria olhar, mas não queria parar de olhar também. Eu não conseguia assistir. Fiquei horrorizada, mas fascinada ao mesmo tempo, como alguém acanhado que diminui a velocidade enquanto passa de carro por algum horrível acidente de carro — não querendo ver um corpo mutilado, mas apesar de tudo olhando.

Meus olhos voaram para a face da paciente; lágrimas escorriam dos cantos dos olhos dela. Eu podia ver que ela estava sofrendo. A enfermeira tocou levemente a face da mulher com um lenço.

“Apenas respire”, a enfermeira gentilmente a instruiu. “Respire”.

O ultrassom que mudou minha vida — a conversão pró-vida de Abby Johnson em suas próprias palavras

Abby Johnson


Nota: O seguinte é o primeiro capitulo do livro de Abby Johnson que está para ser publicado. Para mais informações sobre o livro, que será lançado em 11 de janeiro, clique aqui.

10 de janeiro de 2011 (Notícias Pró-Família) — CHERYL MOSTROU A CABEÇA NA ABERTURA DA PORTA DO MEU ESCRITÓRIO. “Abby, estão precisando de mais alguém lá na sala de exames. Você está disponível?”

Ergui os olhos da minha papelada toda, surpresa. “Certamente”.



Abby Johnson

Embora tivesse trabalhado na Federação de Planejamento Familiar* durante oito anos, eu nunca havia sido chamada para a sala de exames para ajudar a equipe médica durante um aborto, e eu não tinha ideia do motivo por que eu precisava agora. Quem auxiliava nos abortos eram as enfermeiras profissionais, não a equipe de funcionários da clínica. Como diretora desta clínica na cidade de Bryan, Texas, eu estava em condições de preencher qualquer posição se fosse absolutamente necessário, exceto, é claro, as posições dos médicos ou enfermeiras que realizavam procedimentos médicos. Eu tinha, em poucas ocasiões, concordado com o pedido de uma paciente de permanecer com ela e até segurar a mão dela durante uma operação, mas só quando eu havia sido a conselheira que havia trabalhado com ela durante a entrada e aconselhamento. Esse não foi o caso hoje. Então por que é que precisavam de mim?

O médico aborteiro em atendimento hoje tinha estado na clínica de Bryan apenas duas ou três vezes antes. Ele tinha um consultório particular de aborto a cerca de 160 km de distância. Quando eu havia conversado com ele sobre o emprego várias semanas antes, ele tinha explicado que em seu próprio consultório ele só fazia abortos guiados por ultrassom — a operação de aborto com o menor risco de complicações para a mulher. Pelo fato de que esse método permite que o médico veja exatamente o que está acontecendo dentro do útero, há menos chance de perfurar a parede uterina, um dos riscos do aborto. Eu respeitei isso acerca dele. No que se referia a mim, quanto mais se pudesse fazer para manter as mulheres saudáveis e seguras, melhor. Contudo, eu havia explicado para ele que essa prática não era o protocolo em nossa clínica. Ele compreendeu e disse que seguiria nosso padrão de operação, embora concordássemos em que ele estava livre para usar o ultrassom se sentisse que uma situação particular justificasse isso.

Segundo sei, nunca tínhamos realizado abortos guiados por ultrassom em nossa clínica. Fazíamos abortos no sábado, a cada quinze dias, e a meta incumbida de nossa filial da Federação de Planejamento Familiar era realizar entre 25 e 35 operações naqueles dias. Gostávamos de terminá-los por volta das 14h. Nossas operações típicas levavam cerca de 10 minutos, mas um ultrassom aumentava para cinco minutos, e quando se está tentando agendar 35 abortos num só dia, esses minutos a mais contam.

Senti a relutância de um momento fora da sala de exames. Nunca gostei de entrar nessa sala durante uma operação de aborto — nunca vi com agrado o que acontecia por trás dessa porta. Mas já que todos tínhamos de estar prontos a qualquer momento para ajudar e realizar a tarefa, empurrei a porta para abrir e entrei.

A paciente já estava sedada, ainda consciente, mas grogue, a brilhante luz do médico iluminando sobre ela. Ela estava em posição, os instrumentos estavam colocados em ordem na bandeja ao lado do médico, e a enfermeira profissional estava posicionando a máquina de ultrassom perto da mesa de operação.

“Vou realizar um aborto guiado por ultrassom nesta paciente. Preciso que você segure a sonda do ultrassom”, explicou o médico.

Ao pegar a sonda do ultrassom na mão e ajustar as configurações da máquina, argumentei comigo mesma: “Não quero estar aqui. Não quero ter parte num aborto”. Não, atitude errada — eu precisava me preparar mentalmente para essa tarefa. Respirei profundamente e tentei me sintonizar com a música do rádio que estava tocando suavemente no fundo. “É uma boa experiência de aprendizado — nunca vi um aborto guiado por ultrassom antes”, eu disse para mim mesma. “Talvez isso me ajude quando eu aconselhar mulheres. Aprenderei de primeira mão sobre esse procedimento mais seguro. Além disso, tudo estará terminado em questão de poucos minutos”.

Eu não poderia ter imaginado como os próximos 10 minutos abalariam os alicerces dos meus valores e mudariam o curso da minha vida.

Eu tinha ocasionalmente realizado ultrassons de diagnóstico para clientes antes. Era um dos serviços que oferecíamos para confirmar as gravidezes e avaliar quanto estavam avançadas. A familiaridade de se preparar para um ultrassom aquietou meu desconforto de estar nessa sala. Apliquei o lubrificante na barriga da paciente, então manobrei a sonda do ultrassom até que o útero dela foi mostrado na tela e ajustei a posição da sonda para capturar a imagem do feto.

Eu estava esperando ver o que eu tinha visto em ultrassons passados. Geralmente, dependendo do avanço da gravidez e da posição do feto, eu veria primeiro uma perna, ou a cabeça, ou alguma imagem parcial do tronco, e precisaria manobrar um pouco para obter a melhor imagem possível. Mas desta vez, a imagem estava completa. Eu conseguia ver o perfil inteiro e perfeito de um bebê.

“Parece-se com Grace aos três meses”, pensei, surpresa, recordando da minha própria experiência de ver minha filha, três anos antes, aninhada em segurança dentro do meu útero. A imagem agora diante de mim parecia a mesma, só que mais clara e nítida. Os detalhes me deixaram perplexa. Eu conseguia ver claramente o perfil da cabeça, os braços, as pernas e até os dedinhos dos pés e das mãos. Tudo perfeito.

Mas muito rapidamente, a vibração com a memória emocionante de Grace foi substituída por uma onda de ansiedade: “O que estou para ver?” Meu estômago começou a ficar apertado. “Não quero assistir ao que está para acontecer”.

Suponho que isso parece esquisito vindo de uma profissional que vinha administrando uma clínica da Federação de Planejamento Familiar durante dois anos, aconselhando mulheres em crise, agendando abortos, revisando os relatórios mensais de orçamentos da clínica e treinando as funcionárias. Mas esquisito ou não, o fato simples é, nunca tive interesse em promover o aborto. Eu tinha me envolvido com a Federação de Planejamento Familiar oito anos antes, crendo que seu propósito era principalmente impedir gravidezes indesejadas, reduzindo assim o número de abortos. Essa tinha sido minha meta. E eu cria que a Federação de Planejamento Familiar salvava vidas — as vidas das mulheres que, sem os serviços fornecidos por essa organização, poderiam recorrer a algum açougueiro de fundo de quintal. Tudo isso passou rápido pela minha mente enquanto eu estava cuidadosamente segurando a sonda no lugar.

“Treze semanas”, ouvi a enfermeira dizer depois de tomar as medidas para apurar a idade do feto.

“Certo”, disse o médico, olhando para mim, “apenas segure a sonda no lugar durante a operação de modo que eu consiga ver o que estou fazendo”.

O ar levemente frio da sala de exame me deu uma sensação de calafrio. Meus olhos estavam ainda fixos na imagem desse bebê perfeitamente formado. Eu estava assistindo à medida que uma nova imagem entrava na tela do vídeo. A cânula — um instrumento em forma de canudo ligado à extremidade do tubo de sucção — havia sido inserida no útero e estava se aproximando do lado do bebê. Parecia um invasor na tela, fora de lugar. Errado. Parecia simplesmente errado.

Meu coração estava batendo aceleradamente. O tempo estava andando devagar. Eu não queria olhar, mas não queria parar de olhar também. Eu não conseguia assistir. Fiquei horrorizada, mas fascinada ao mesmo tempo, como alguém acanhado que diminui a velocidade enquanto passa de carro por algum horrível acidente de carro — não querendo ver um corpo mutilado, mas apesar de tudo olhando.

Meus olhos voaram para a face da paciente; lágrimas escorriam dos cantos dos olhos dela. Eu podia ver que ela estava sofrendo. A enfermeira tocou levemente a face da mulher com um lenço.

“Apenas respire”, a enfermeira gentilmente a instruiu. “Respire”.

“Já está quase no fim”, sussurrei. Eu queria ficar focada nela, mas meus olhos rapidamente voltaram para a imagem na tela.

No começo, o bebê não estava consciente da cânula, que gentilmente examinou o lado dele, e por um rápido segundo senti alívio. “É claro”, pensei. O feto não sente dor. Eu tinha assegurado a inúmeras mulheres disso conforme a Federação de Planejamento Familiar havia me ensinado. “A massa fetal nada sente quando é removida. Por isso, controle-se, Abby. Essa é uma operação simples e rápida”. Minha cabeça estava trabalhando muito para controlar minhas reações, mas eu não estava conseguindo abalar uma inquietação interior que estava rapidamente se transformando em terror enquanto eu assistia à tela.

O próximo movimento foi o súbito puxão de um pezinho enquanto o bebê começou a dar chutes, como se estivesse tentando se afastar do invasor examinador. À medida que a cânula pressionava o lado dele, o bebê começou a lutar para virar e escapar. Parecia claro para mim que ele estava conseguindo sentir a cânula, e ele não estava gostando do que estava sentindo. E então a voz do médico cortou o ar, me espantando.

“Mais luz aqui, Scotty”, ele disse despreocupadamente para a enfermeira. Ele estava dizendo a ela que ligasse a sucção — numa operação de aborto a sucção não é ligada até o médico sentir que tem a cânula exatamente no lugar certo.

Tive um impulso súbito de gritar “Parem!” para abalar a mulher e dizer: “Olhe para o que está acontecendo com o seu bebê! Acorde! Rápido! Impeça-os!”

Mas ao mesmo tempo em que pensei nessas palavras, olhei para a minha mão segurando a sonda. Eu era um “deles” realizando esse ato. Meus olhos rapidamente voltaram para a tela de novo. A cânula já estava sendo girada pelo médico, e agora eu conseguia ver o corpinho sendo violentamente torcido pela cânula. Nesse momento brevíssimo parecia como se o bebê estivesse sendo torcido como um pano de prato, torcido e espremido. E então começou a desaparecer dentro da cânula diante dos meus olhos. A última coisa que vi foi a espinha dorsal, pequenina e perfeitamente formada, sendo sugada pelo tubo, e então se foi. E o útero estava vazio. Totalmente vazio.

Fiquei petrificada, sem poder acreditar. Sem perceber, larguei a sonda, que deslizou pela barriga da paciente e foi parar numa das pernas dela. Eu estava conseguindo sentir meu coração batendo muito — batendo tão forte que meu pescoço palpitava. Tentei respirar fundo, mas parecia que eu não estava conseguindo respirar. Meus olhos ainda estavam parados na tela, ainda que estivesse escura agora porque eu tinha perdido a imagem. Mas eu estava longe de tudo o que estava acontecendo ao meu redor. Eu me sentia chocada e abalada demais para me mover. Eu estava consciente do médico e da enfermeira tendo um bate-papo causal enquanto trabalhavam, mas tudo parecia distante, como vago barulho no fundo, difícil de ouvir com todo o som da pulsação do meu próprio sangue em meus ouvidos.

A imagem do corpinho, mutilado e sugado, estava rodando de novo na minha mente, e com ela a imagem do primeiro ultrassom de Grace — como ela tinha aproximadamente o mesmo tamanho. E eu podia ouvir em minha memória um dos muitos argumentos que eu tive com meu marido, Doug, acerca do aborto.

“Quando você estava grávida de Grace, não era um feto; era um bebê”, Doug havia dito. E agora isso me atingiu como um raio. “Ele estava certo! O que estava no útero dessa mulher a apenas um momento atrás estava vivo. Não era apenas massa, apenas células. Era um bebê humano. E estava lutando por sua vida! Uma batalha que ele perdeu numa fração de segundos. O que eu disse para as pessoas durante anos, o que tenho crido, ensinado e defendido, é mentira”.

De repente senti os olhos do médico e da enfermeira em mim. Fiquei abalada e sem saber o que pensar. Notei a sonda caída na perna da mulher e tateei para colocá-la de volta no lugar. Mas minhas mãos estavam tremendo agora.

“Abby, está tudo bem com você?” o médico perguntou. Os olhos da enfermeira sondaram a minha face com preocupação.

“Sim, estou bem”. Eu ainda não tinha conseguido colocar a sonda na posição correta, e agora eu estava preocupada porque o médico não estava conseguindo ver o interior do útero. Minha mão direita segurava a sonda, e minha mão esquerda descansava timidamente na barriga quente da mulher. Dei uma espiada rápida na face dela — mais lágrimas e uma expressão facial de sofrimento. Movi a sonda até recapturar a imagem do útero dela agora vazio. Meus olhos voltaram a olhar minhas mãos. Olhei para elas como se nem fossem minhas.

Quantos estragos essas mãos fizeram durante os oito anos passados? Quantas vidas foram tiradas por causa delas? Não só por causa das minhas mãos, mas também por causa das minhas palavras. E se eu tivesse conhecido a verdade, e se eu tivesse contado a todos aquelas mulheres?

E se?

Eu havia acreditado numa mentira! Eu havia cegamente promovido o “programa da empresa” por muito tempo. Por quê? Por que eu não tinha feito pesquisas para descobrir a verdade por mim mesma? Por que eu fechei os ouvidos para os argumentos que eu havia ouvido? Oh, Deus, o que eu havia feito?

Minha mão ainda estava na barriga da paciente, e eu estava tendo a sensação de que eu tinha acabado de arrancar dela algo com essa mão. Eu a tinha roubado. E minha mão tinha começado a doer — eu estava sentindo uma real dor física. E bem ali, quando eu estava em pé ao lado da mesa, com a mão na barriga da mulher em choro, este pensamento veio do fundo de dentro de mim:

“Nunca mais! Nunca mais”.

Entrei num estado automático, agindo como um robô. Enquanto a enfermeira limpava a mulher, eu afastava a máquina de ultrassom. Então, gentilmente despertei a paciente, que estava mancando e grogue. Eu a ajudei a se sentar, convenci-a a usar uma cadeira de rodas, e levei-a à sala de recuperação. Envolvi-a num cobertor leve. Como tantas pacientes que eu tinha visto antes, ela continuou a chorar, em óbvio sofrimento emocional e físico. Fiz tudo o que pude para deixá-la com mais conforto.

Dez minutos, talvez 15 no máximo, haviam passado desde que Cheryl tinha pedido para eu ajudá-la na sala de exames. E nesses poucos minutos, tudo mudou. Drasticamente. A imagem daquele bebezinho se torcendo e lutando ficou rodando de novo na minha mente. E a paciente. Senti-me tão culpada. Eu havia tirado algo precioso dela, e ela nem mesmo sabia disso.

Como é que isso tinha vindo a ocorrer? Como é que deixei isso acontecer? Eu havia investido a mim mesma, meu coração, minha carreira na Federação de Planejamento Familiar porque eu me importava com as mulheres que estavam em crise. E agora eu mesma estava enfrentando uma crise que era só minha.

Recordando agora aquele dia no final de setembro de 2009, compreendo como Deus é sábio por não revelar nosso futuro para nós. Se eu tivesse sabido então a tormenta que eu estava para sofrer, talvez eu nunca tivesse a coragem de ir em frente. De qualquer forma, já que eu não sabia, eu não estava ainda buscando coragem. Contudo, eu estava buscando compreender como me encontrei nesse lugar — vivendo mentiras, espalhando mentiras e trazendo sofrimento para as próprias mulheres que eu tanto queria ajudar.

E eu precisava desesperadamente saber o que fazer em seguida.

Esta é a minha história.

Para ler o restante do livro, clique aqui.

* Nota do tradutor: A Federação de Planejamento Familiar é a maior rede de clínicas de aborto dos EUA.

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Federação de Planejamento Familiar promove aborto por lucro

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Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/

“Já está quase no fim”, sussurrei. Eu queria ficar focada nela, mas meus olhos rapidamente voltaram para a imagem na tela.

No começo, o bebê não estava consciente da cânula, que gentilmente examinou o lado dele, e por um rápido segundo senti alívio. “É claro”, pensei. O feto não sente dor. Eu tinha assegurado a inúmeras mulheres disso conforme a Federação de Planejamento Familiar havia me ensinado. “A massa fetal nada sente quando é removida. Por isso, controle-se, Abby. Essa é uma operação simples e rápida”. Minha cabeça estava trabalhando muito para controlar minhas reações, mas eu não estava conseguindo abalar uma inquietação interior que estava rapidamente se transformando em terror enquanto eu assistia à tela.

O próximo movimento foi o súbito puxão de um pezinho enquanto o bebê começou a dar chutes, como se estivesse tentando se afastar do invasor examinador. À medida que a cânula pressionava o lado dele, o bebê começou a lutar para virar e escapar. Parecia claro para mim que ele estava conseguindo sentir a cânula, e ele não estava gostando do que estava sentindo. E então a voz do médico cortou o ar, me espantando.

“Mais luz aqui, Scotty”, ele disse despreocupadamente para a enfermeira. Ele estava dizendo a ela que ligasse a sucção — numa operação de aborto a sucção não é ligada até o médico sentir que tem a cânula exatamente no lugar certo.

Tive um impulso súbito de gritar “Parem!” para abalar a mulher e dizer: “Olhe para o que está acontecendo com o seu bebê! Acorde! Rápido! Impeça-os!”

Mas ao mesmo tempo em que pensei nessas palavras, olhei para a minha mão segurando a sonda. Eu era um “deles” realizando esse ato. Meus olhos rapidamente voltaram para a tela de novo. A cânula já estava sendo girada pelo médico, e agora eu conseguia ver o corpinho sendo violentamente torcido pela cânula. Nesse momento brevíssimo parecia como se o bebê estivesse sendo torcido como um pano de prato, torcido e espremido. E então começou a desaparecer dentro da cânula diante dos meus olhos. A última coisa que vi foi a espinha dorsal, pequenina e perfeitamente formada, sendo sugada pelo tubo, e então se foi. E o útero estava vazio. Totalmente vazio.

Fiquei petrificada, sem poder acreditar. Sem perceber, larguei a sonda, que deslizou pela barriga da paciente e foi parar numa das pernas dela. Eu estava conseguindo sentir meu coração batendo muito — batendo tão forte que meu pescoço palpitava. Tentei respirar fundo, mas parecia que eu não estava conseguindo respirar. Meus olhos ainda estavam parados na tela, ainda que estivesse escura agora porque eu tinha perdido a imagem. Mas eu estava longe de tudo o que estava acontecendo ao meu redor. Eu me sentia chocada e abalada demais para me mover. Eu estava consciente do médico e da enfermeira tendo um bate-papo causal enquanto trabalhavam, mas tudo parecia distante, como vago barulho no fundo, difícil de ouvir com todo o som da pulsação do meu próprio sangue em meus ouvidos.

A imagem do corpinho, mutilado e sugado, estava rodando de novo na minha mente, e com ela a imagem do primeiro ultrassom de Grace — como ela tinha aproximadamente o mesmo tamanho. E eu podia ouvir em minha memória um dos muitos argumentos que eu tive com meu marido, Doug, acerca do aborto.

“Quando você estava grávida de Grace, não era um feto; era um bebê”, Doug havia dito. E agora isso me atingiu como um raio. “Ele estava certo! O que estava no útero dessa mulher a apenas um momento atrás estava vivo. Não era apenas massa, apenas células. Era um bebê humano. E estava lutando por sua vida! Uma batalha que ele perdeu numa fração de segundos. O que eu disse para as pessoas durante anos, o que tenho crido, ensinado e defendido, é mentira”.

De repente senti os olhos do médico e da enfermeira em mim. Fiquei abalada e sem saber o que pensar. Notei a sonda caída na perna da mulher e tateei para colocá-la de volta no lugar. Mas minhas mãos estavam tremendo agora.

“Abby, está tudo bem com você?” o médico perguntou. Os olhos da enfermeira sondaram a minha face com preocupação.

“Sim, estou bem”. Eu ainda não tinha conseguido colocar a sonda na posição correta, e agora eu estava preocupada porque o médico não estava conseguindo ver o interior do útero. Minha mão direita segurava a sonda, e minha mão esquerda descansava timidamente na barriga quente da mulher. Dei uma espiada rápida na face dela — mais lágrimas e uma expressão facial de sofrimento. Movi a sonda até recapturar a imagem do útero dela agora vazio. Meus olhos voltaram a olhar minhas mãos. Olhei para elas como se nem fossem minhas.

Quantos estragos essas mãos fizeram durante os oito anos passados? Quantas vidas foram tiradas por causa delas? Não só por causa das minhas mãos, mas também por causa das minhas palavras. E se eu tivesse conhecido a verdade, e se eu tivesse contado a todos aquelas mulheres?

E se?

Eu havia acreditado numa mentira! Eu havia cegamente promovido o “programa da empresa” por muito tempo. Por quê? Por que eu não tinha feito pesquisas para descobrir a verdade por mim mesma? Por que eu fechei os ouvidos para os argumentos que eu havia ouvido? Oh, Deus, o que eu havia feito?

Minha mão ainda estava na barriga da paciente, e eu estava tendo a sensação de que eu tinha acabado de arrancar dela algo com essa mão. Eu a tinha roubado. E minha mão tinha começado a doer — eu estava sentindo uma real dor física. E bem ali, quando eu estava em pé ao lado da mesa, com a mão na barriga da mulher em choro, este pensamento veio do fundo de dentro de mim:

“Nunca mais! Nunca mais”.

Entrei num estado automático, agindo como um robô. Enquanto a enfermeira limpava a mulher, eu afastava a máquina de ultrassom. Então, gentilmente despertei a paciente, que estava mancando e grogue. Eu a ajudei a se sentar, convenci-a a usar uma cadeira de rodas, e levei-a à sala de recuperação. Envolvi-a num cobertor leve. Como tantas pacientes que eu tinha visto antes, ela continuou a chorar, em óbvio sofrimento emocional e físico. Fiz tudo o que pude para deixá-la com mais conforto.

Dez minutos, talvez 15 no máximo, haviam passado desde que Cheryl tinha pedido para eu ajudá-la na sala de exames. E nesses poucos minutos, tudo mudou. Drasticamente. A imagem daquele bebezinho se torcendo e lutando ficou rodando de novo na minha mente. E a paciente. Senti-me tão culpada. Eu havia tirado algo precioso dela, e ela nem mesmo sabia disso.

Como é que isso tinha vindo a ocorrer? Como é que deixei isso acontecer? Eu havia investido a mim mesma, meu coração, minha carreira na Federação de Planejamento Familiar porque eu me importava com as mulheres que estavam em crise. E agora eu mesma estava enfrentando uma crise que era só minha.

Recordando agora aquele dia no final de setembro de 2009, compreendo como Deus é sábio por não revelar nosso futuro para nós. Se eu tivesse sabido então a tormenta que eu estava para sofrer, talvez eu nunca tivesse a coragem de ir em frente. De qualquer forma, já que eu não sabia, eu não estava ainda buscando coragem. Contudo, eu estava buscando compreender como me encontrei nesse lugar — vivendo mentiras, espalhando mentiras e trazendo sofrimento para as próprias mulheres que eu tanto queria ajudar.

E eu precisava desesperadamente saber o que fazer em seguida.

Esta é a minha história.

Para ler o restante do livro, clique aqui.

* Nota do tradutor: A Federação de Planejamento Familiar é a maior rede de clínicas de aborto dos EUA.

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Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/