sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Universidades nos EUA recrutam jovens formados pela educação escolar em casa

LifeSiteNews.com


GRAY, Tenn., EUA, 4 de janeiro de 2011 (Notícias Pró-Família) — À medida que o moderno movimento de educação escolar em casa avança sua marcha para a sua quarta década de existência nos EUA, as faculdades e universidades estão escancarando suas portas para dar as boas vindas em suas fileiras aos jovens maduros e preparados que se formaram nessa educação. Os estudantes que estudam somente em casa alcançam uma pontuação 37 percentil acima da média nacional nos testes padronizados de desempenho e tipicamente obtêm notas acima da média nos [testes americanos] SAT e ACT, estatísticas que aparentemente chamaram a atenção dos que são responsáveis pelas matrículas nas universidades. Desde 1999, o número de estudantes domésticos nos Estados Unidos aumentou em 74%, e hoje milhares de rapazes e moças estão se formando no colegial — em casa.

As faculdades estão empregando uma grande variedade de estratégias para recrutar alunos domésticos, inclusive forte representação em convenções de famílias envolvidas na educação escolar em casa, campanhas promocionais por correspondência e promoções em catálogos, em sites de educação doméstica e em publicações tais como a The Old Schoolhouse® Magazine, a mais popular revista impressa dos EUA para famílias que estão no movimento de educação escolar em casa. As faculdades estão patrocinando “Dias da Educação Doméstica na Faculdade” para estudantes do terceiro ano e último ano de faculdade, e na Faculdade Wheaton, onde aproximadamente 10% dos alunos de primeiro ano se formaram na educação escolar em casa, os candidatos podem até mesmo ser colocados em contato com atuais estudantes da Wheaton que estudaram em casa. O site da Universidade Regent anuncia a universidade como “a escolha certa para estudantes domésticos”, e o site da Academia da Força Aérea dos EUA inclui normas especificamente dirigidas para candidatos que estudaram somente em casa.

Muitas instituições estão nomeando “especialistas de recrutamento e contato com estudantes domésticos” para prestarem assistência aos estudantes que estão no primeiro ano da universidade e suas famílias. Em seu artigo de 2009 intitulado “‘We Love Homeschoolers!’ Prominent Colleges Jump on the Recruiting Bandwagon” (Adoramos os estudantes domésticos! Famosas faculdades seguem a maioria das instituições que os recrutam), a autora Claire Novak, que se formou como estudante doméstica, citou um desses especialistas, que disse: “À medida que o número de estudantes domésticos cresce, as faculdades estão descobrindo que eles são um mercado que não dá para se ignorar”.

Aproximadamente 30% dos atuais estudantes da Universidade Bob Jones (UBJ) foram educados em casa. O site da UBJ informa: “Como um grupo, nossos estudantes domésticos estão entre os melhores estudantes da universidade inteira. Eles acrescentaram uma dimensão nova à composição de estudantes que receberam educação convencional. Nós os consideramos de valor fundamental”. Numa reportagem, a revista Stanford disse que “entre as universidades de elite dos EUA, a Universidade de Stanford tem sido uma das mais ávidas por receber de braços abertos [os estudantes domésticos]… Os alunos que estudaram em casa trazem um misto de experiências raras, motivação especial e independência intelectual que os torna dignos de se apostar tudo para uma educação que alcance distinção. A Faculdade Savannah de Arte e Desenho “recebe de braços abertos estudantes que foram educados em casa e reconhece o talento e realizações notáveis desse grupo diversificado de indivíduos muito bem formados”. E esses são apenas um pequeno exemplo da reputação favorável que os estudantes domésticos conquistaram.

Recentes estudos confirmam o sucesso acadêmico de estudantes domésticos e depois cursam uma faculdade. Citando resultados de uma pesquisa de 2010, a Revista de Matrículas Universitárias informa que “os estudantes que foram educados em casa possuem uma pontuação ACT, notas médias e índices de graduação mais elevados quando comparados aos estudantes educados de modo tradicional”.

Seth Back, um estudante doméstico que realizou e passou nos testes de Desenvolvimento Educacional Geral aos 15 anos de idade e está atualmente matriculado na Universidade de Harvard, está confiante em que ele está “mais bem preparado para certas situações universitárias do que estudantes que passaram pelo sistema de escola pública ou particular”. Durante os cinco anos passados, Seth obteve um diploma de doutor em jurisprudência, passou no Exame da Ordem dos Advogados da Califórnia, obteve um mestrado em história da igreja e estudou na Universidade de Oxford — o tempo todo gerenciando sua própria firma de consultoria. Ele diz que a educação escolar em casa ativou nele uma grande paixão de aprender e o ensinou a assumir responsabilidade pessoal por sua educação, que incluía seguir uma grande variedade de oportunidades para seu enriquecimento pessoal. Mas ele é apenas um exemplo dos milhares de estudantes motivados, vitoriosos e visionários que se beneficiaram tremendamente de sua educação no lar.

As faculdades estão em busca de jovens como Seth. Elas estão muito entusiasmadas com o potencial excepcional que apresentam os jovens que se formaram no movimento de educação escolar em casa e estão vigorosamente procurando a atenção deles.

À medida que professores universitários estão recebendo a oportunidade de influenciar e equipar mais os jovens que se formaram na educação em casa, certamente eles se sentirão revigorados e incentivados com essa nova geração de “pensadores independentes” que estão enchendo suas salas de aula. Professores universitários sábios com muito cuidado aproveitarão o privilégio que estão tendo nessas salas — de edificar em cima do forte alicerce colocado pelos antigos professores desses estudantes: seus pais.

Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com/

Refutando Heresias Arminianas

A Regeneração Precede a Fé
por
R.C. Sproul


Um dos momentos mais dramáticos em minha vida, na formação de minha teologia, ocorreu em uma sala de aula de um seminário. Um de meus professores foi ao quadro negro e escreveu estas palavras em letras garrafais:

A REGENERAÇÃO PRECEDE A FÉ
Aquelas palavras foram um choque para o meu sistema. Eu tinha entrado no seminário crendo que a obra principal do homem para efetivar o novo nascimento era a fé. Eu pensava que nós tínhamos que primeiro crer em Cristo, para então nascermos de novo. Eu uso as palavras "para então" aqui por uma razão. Eu estava pensando em termos de passos que deviam ocorrer em uma certa seqüência. Eu colocava a fé no princípio. A ordem parecia algo mais ou menos assim:
"Fé - novo nascimento -justificação."
Eu não tinha pensado sobre esse assunto com muito cuidado. Nem tinha atentado cuidadosamente às palavras de Jesus a Nicodemus. Eu presumia que mesmo sendo um pecador, uma pessoa nascida da carne e vivendo na carne, eu ainda tinha uma pequena ilha de justiça, um pequeno depósito de poder espiritual remanescente em minha alma para me capacitar a responder ao Evangelho sozinho. Possivelmente eu tinha sido confundido pelo ensino da Igreja Católica Romana. Roma, e muitos outros ramos do Cristianismo, tem ensinado que a regeneração é graciosa; ela não pode acontecer aparte da ajuda de Deus.
Nenhum homem tem o poder para ressuscitar a si mesmo da morte espiritual. A divina assistência é necessária. Esta graça, de acordo com Roma, vem na forma do que é chamado graça preveniente. "Preveniente" significa que ela vem antes de outra coisa. Roma adiciona a esta graça preveniente o requerimento de que devemos "cooperar com ela e assentir diante dela", antes que ela possa atuar em nossos corações.
Esta concepção de cooperação é na melhor das hipóteses uma meia verdade. Sim, a fé que exercemos é nossa fé. Deus não crê por nós. Quando eu respondo a Cristo, é a minha resposta, minha fé, minha confiança que está sendo exercida. O assunto, contudo, se aprofunda. A questão ainda permanece: "Eu coopero com a graça de Deus antes de eu nascer de novo, ou a cooperação ocorre depois?" Outro modo de fazer esta pergunta é questionar se a regeneração é monergista ou sinergista. Ela é operativa ou cooperativa? É eficaz ou dependente? Algumas destas palavras são termos teológicos que requerer maior explanação.

MONERGISMO E SINERGISMO
Uma obra monergística é uma obra produzida por uma única pessoa. O prefixo mono significa um. A palavra erg refere-se a uma unidade de trabalho. Palavras como energia são construídas com base nessa raiz. Uma obra sinergística é uma que envolve cooperação entre duas ou mais pessoas ou coisas. O prefixo sun significa "juntamente com".
Eu faço esta distinção por um razão. O debate entre Roma e Lutero foi travado sobre este simples ponto. A questão era esta: A regeneração é uma obra monergística de Deus ou uma obra sinergística que requer cooperação entre homem e Deus? Quando meu professor escreveu "A regeneração precede a fé" no quadro negro, ele estava claramente tomando o lado da resposta monergística. Depois de uma pessoa ser regenerada, esta pessoa coopera pelo exercício de sua fé e confiança. Mas o primeiro passo é a obra de Deus e de Deus tão-somente.
A razão pela qual não cooperamos com a graça regeneradora antes dela agir sobre nós e em nós é que nós não podemos. Não podemos porque estamos mortos espiritualmente. Não podemos assistir o Espírito Santo na vivificação de nossas almas para a vida espiritual, da mesma forma que Lázaro não podia ajudar Jesus a ressuscitá-lo dos mortos.
Quando comecei a lutar com o argumento do Professor, fiquei surpreso ao descobrir que o estranho som de seu ensino não era novidade. Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, Jonathan Edwards, George Whitefield - até o grande teólogo medieval Tomás de Aquino ensinaram esta doutrina. Tomás de Aquino é o Doctor Angelicus da Igreja Católica Romana. Por séculos seu ensino teológico era aceito como dogma oficial pela maioria dos Católicos. Então, ele era a última pessoa que eu esperava sustentar tal visão da regeneração. Todavia Aquino insistiu que a graça regeneradora é uma graça operante, e não uma graça cooperativa. Aquino falou da graça preveniente, mas ele falou de uma graça que vem antes da fé, que é a regeneração.
Estes gigantes da história Cristã derivaram a visão deles das Sagradas Escrituras. A frase chave na Carta de Paulo aos Efésios é esta: "estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5). Aqui Paulo localiza o tempo em que a regeneração ocorre. Ela ocorreu "quando estávamos ainda mortos". Com um único raio de revelação apostólica foram esmagadas, total e completamente, todas as tentativas e entregar a iniciativa na regeneração aos homens. Novamente, homens mortos não cooperam com a graça. A menos que a regeneração ocorra primeiro, não há possibilidade de fé.
Isso não diz nada de diferente do que Jesus disse a Nicodemus. A menos que um homem nasça de novo primeiro, ele não pode ver ou entrar no reino de Deus. Se nós cremos que a fé precede a regeneração, então nós colocamos nossos pensamentos, e, portanto, nós mesmos, em direta oposição não só aos gigantes da história Cristã, mas também ao ensino de Paulo e do nosso próprio Senhor Jesus Cristo.
(do livro, O Mistério do Espírito Santo, Tyndale House, 1990)

Meu Comentário:

Outras passagens na Bíblia que claramente ensinam que a regeneração precede a fé:
1 João 5:1 - "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é o nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido.", João 1:13, Rom 9:16
João 6:63,65 "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido".
http://www.monergism.com/thethreshold/articles/onsite/sproul01.html


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto

O que é monergismo?

Fonte: www.monergismo.org

Monergismo (regeneração monergística) é uma benção redentora adquirida por Cristo para aqueles que o Pai lhe deu (1Pe 1.3; Jo 6.37-39). Ela comunica aquele poder na alma caída pela qual a pessoa que deve ser salva é eficazmente capacitada a responder ao chamado do evangelho (Jo 1.13). Ela é aquele poder sobrenatural de Deus somente pelo qual nos é concedida a capacidade espiritual para cumprir as condições do pacto da graça; isto é, para apreender o Redentor por uma fé viva, para se achegar aos termos da salvação, se arrepender dos ídolos e amar a Deus e o Mediador supremamente. O Espírito Santo, ao vivificar a alma, misericordiosamente capacita e inclina o eleito de Deus ao exercício espiritual da fé em Jesus Cristo. Este processo é o meio pelo qual o Espírito nos traz à viva união com Ele.

Você Fala em Linguas Estranhas?

Porque Não Falamos em Línguas?

Dr. Jay E. Adams


A resposta? Simplesmente esta: Nós não falamos em línguas porque não é bíblico assim fazer.
"Mas, no Novo Testamento as pessoas não falavam em línguas? Isto não faz dela uma prática bíblica?"
Não. Algumas coisas na Bíblia pertencem a pessoas e tempos especiais; não a nós. Jesus ressuscitou dos mortos e os apóstolos manejaram miraculosamente serpentes mortais sem dano algum; mas nós não podemos fazer estas coisas hoje.

O Que as Línguas Eram?

A palavra línguas, na Bíblia, significa idiomas. Falar em outras línguas (note o plural; a Escritura não está falando de algum idioma celestial) é a capacidade de pregar em idiomas estrangeiros sem ter estudado ou aprendido os mesmos (Atos 2:8-11). Os dons miraculosos do Espírito Santo capacitaram os apóstolos, em seus dias, a ensinarem pessoas de muitas nações. Você pode ver, então, como Paulo claramente disse que as línguas tinham um propósito evangelístico: “as línguas são um sinal, não para aqueles que crêem, mas para os incrédulos” (1 Coríntios 14:22).
Porque isto é verdade, um idioma não deve ser usado numa congregação que fala outro idioma. Aparte da interpretação, o falar em línguas estrangeiras não edifica. E o propósito principal de Paulo nestes capítulos é enfatizar que todos as coisas devem ser feitas para edificar (ou fortalecer) os outros - 1 Coríntios 14:26b. Usá-las na igreja era inadequado e inconveniente, visto que elas deviam ser interpretadas.

Porque as Línguas Cessaram?

Deus nunca intentou que o falar em línguas continuasse indefinidamente. Paulo expressamente escreveu: “as línguas cessarão” (1 Coríntios 13:8). O esforço evangelístico que estabeleceu a igreja primitiva em todo o mundo Mediterrâneo foi realizado sob a liderança dos apóstolos. Os ofícios apostólicos e proféticos eram revelatórios (Efésios 3:5). Isto é o mesmo que dizer que, durante o período no qual o Novo Testamento estava sendo escrito, ambos recebiam a verdade diretamente de Deus. Os apóstolos foram enviados com o evangelho, enquanto os profetas pareciam ter sido assistentes apostólicos. A revelação que eles receberam foi registrada nos livros que chamamos o Novo Testamento.
Não somente os dons miraculosos capacitaram os apóstolos a pregarem em muitos idiomas que eles não conheciam, mas estes dons também atestaram sua comissão apostólica (2 Coríntios 12:12), assim como os feitos miraculosos atestaram a obra evangelística de Jesus (Atos 2:2). Além do mais, pelos dons extraordinários, Deus confirmou os escritos dos apóstolos (Hebreus 2:2-4). Quando a escrita das Escrituras se completou, sua autoria não necessitava de confirmação adicional.
Foi somente durante o lançamento dos fundamentos da igreja que os dons miraculosos eram necessários. Os ofícios de apóstolo e profeta, sobre quem Deus depositou estes dons, cessaram quando este fundamento foi lançado. Isto é claro a partir de Efésios 2:20. Um fundamento é lançado somente no princípio; ele não se estende até às paredes ou ao texto!
Quando Paulo disse que os dons especiais eram “os sinais de um verdadeiro apóstolo” (2 Coríntios 12:12), ele certamente implicou que nem todos os cristãos os possuem. Era somente os apóstolos, e aqueles a quem eles transmitiram (Atos 19:6,7; Romanos 1:11), que possuíram estes dons.
Suponha que eu dissesse “Nossa igreja se reúne numa casa, no bloco 200, da Avenida Central - você não pode deixar de encontrar; simplesmente olhe para o sinal”. Mas, quando você chega, cada casa parece semelhante e todas têm sinais similares! Este sinal seria inútil; ele não mais seria um sinal. Se após o pentecoste judeu e o pentecoste gentio (Atos 2:10), quando o Espírito Santo veio diretamente, os dons eram mediados somente pelos apóstolos (Atos 8:17,18; 19:6,7), então, eles deveriam ser deveras um sinal dos verdadeiros apóstolos (2 Coríntios 12:12). Mas somente assim. Se alguém pudesse, de si mesmo, obter dons de Deus, aparte dos apóstolos, então, as línguas seriam um sinal para ajudar a identificar um verdadeiro apóstolo, tanto quanto os sinais na Avenida Central.
Não, os sinais e maravilhas pertenceram ao período fundacional da igreja - um período, presumidamente, que aqueles que ensinam outra coisa parecem não reconhecer (embora o próprio Paulo faça alusão a isso em Efésios 2:20). Eles não têm mais lugar na igreja hoje do que a continuação da escrita da Bíblia. Você pode assumir, portanto, que não importa quão bem intencionadas as pessoas que reivindicam o dom de línguas possam ser, elas têm enganado a si mesmas sobre o assunto. Não importa a sinceridade delas ou o “balbuciar celestial” que elas possam parecer falar.
Não busque, ore ou espere dons miraculosos hoje. Não há garantia para assim o fazer. Foque sua atenção, ao invés disso, nas Escrituras e nAquele de Quem elas falam. Nele (Jesus Cristo) somente, está o majestoso poder de Deus, depositado e demonstrado.

____________________________
Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: www.igrejareformada.ca

Heresiologia

O Quarto Mandamento

Solano Portela

O dia de descanso foi instituído por Deus e não pelo homem. O mandamento tem grande importância na Palavra de Deus. Bênçãos ocorreram, por sua guarda, e castigos severos, por sua quebra. Isso deveria provocar a nossa reflexão sobre a aplicação dos princípios bíblicos relacionados com o quarto mandamento nos dias atuais, discernindo, em paralelo, a mudança para o domingo, na era cristã. O povo de Deus sempre foi muito rebelde e desobediente com relação a essa determinação, e necessita convencimento da importância do mandamento, bem como entendimento da visão neo-testamentária, para a conseqüente modificação do seu comportamento atual.
O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele assegurou para o seu povo (Dt 5.12-15). Os israelitas foram levados em cativeiro (Jr 17.19-27) por haver repetidamente desrespeitado este mandamento.
Gostaríamos de examinar as bases desse conceito de descanso e santificação e de ir até o Novo Testamento verificar como os cristãos primitivos guardavam o dia do Senhor.
Não podemos, simplesmente, ignorar esse mandamento. Como povo resgatado por Deus, temos a responsabilidade de discernir como aplicar essa diretriz divina nas nossas vidas e nas de nossas famílias. Por outro lado, nessa procura, não devemos buscar tais diretrizes nos detalhamentos das leis religiosas ou civis de Israel, que dizem respeito ao sábado. Essas leis eram temporais. Ao estudar o sábado, muitos têm se confundido com os preceitos da lei cerimonial e judicial e terminado com uma série de preceitos contemporâneos que se constituem apenas em um legalismo anacrônico, destrutivo e ditatorial. Devemos estudar este mandamento procurando discernir os princípios da lei moral de Deus. Com esse objetivo em mente, vamos realizar nosso estudo com a oração de que Deus seja glorificado em nossa vida e por nosso testemunho.

1. Um dia de descanso

Em nossas bíblias o quarto mandamento está redigido assim – “Lembra-te do dia de sábado para o santificar…”. A palavra que foi traduzida “sábado”, é a palavra hebraica shabat, que quer dizer descanso. É correto, portanto, entendermos o mandamento como “… lembra-te do dia de descanso para o santificar”.
Esse “dia de descanso” era o sétimo dia no Antigo Testamento, ou seja, o nosso “sábado”. No Novo Testamento, logo na igreja primitiva, vemos o dia de ressurreição de Cristo marcando o dia de adoração e descanso. Isso é: o domingo passa a ser o nosso “dia de descanso”. Os apóstolos acataram esse dia como apropriado à celebração da vitória de Jesus sobre a morte (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10). A igreja fiel tem entendido a questão da mesma maneira, ou seja: não é a especificação “do sétimo”, que está envolvida no mandamento, mas o princípio do descanso e santificação.
Já enfatizamos que essa questão de um dia especial de descanso, de parada de nossas atividades diárias, de santificação ao Senhor, foi considerada tão importante por Deus que ele decidiu registrar esse requerimento em sua lei moral, nos dez mandamentos. Com certeza já ouvimos alguém dizer: “…não existe um dia especial, pois todo o dia é dia do Senhor…”. Essa afirmação é, num certo sentido, verdadeira – tudo é do Senhor. Mas sempre tudo foi do Senhor, desde a criação e mesmo tudo sendo dele, ele definiu designar um dia separado e santificado. Dizer que todos os dias são do Senhor, como argumento para não separar um dia especial e específico, pode parecer um argumento piedoso e religioso, mas não esclarece a questão nem auxilia a Igreja de Cristo na aplicação contemporânea do mandamento. Na realidade, isso confunde bastante os crentes e transforma o quarto mandamento, que é uma proposição clara e objetiva e que integra a Lei Moral de Deus, em um conceito nebuloso e subjetivo, dependente da interpretação individual de cada pessoa.
Não devemos procurar modificar e “melhorar” aquilo que o próprio Deus especifica para o nosso benefício e crescimento. Deus coloca objetivamente – da mesma forma que ele nos indica a sua pessoa como o objeto correto de adoração; da mesma forma que ele nos leva a honrar os nossos pais; da mesma forma que ele nos ensina o erro de roubar, o erro de matar, o erro de adulterar – que é seu desejo que venhamos a separar para ele um dia específico, dos demais (Is 58.3).

2. Um dia santificado

Devemos notar que o requerimento é que nós nos lembremos do dia de descanso, para o santificarmos. Santificar significa separar para um fim específico. Isso quer dizer que além do descanso e parada de nossa rotina diária, Deus quer a dedicação desse dia para si. Nessa separação, o envolvimento de nossas pessoas em atividades de adoração, ensino e aprendizado da Palavra de Deus, é legítimo e desejável. A freqüência aos trabalhos da igreja e às atividades de culto, nesse dia, não é uma questão opcional, mas obrigatória aos servos de Deus. O Salmo 92, que é de adoração a Deus, tem o título em hebraico – “para o dia de descanso”.

3. Uma instituição permanente

Uma expressão, do quarto mandamento, nos chama a atenção. É que ele inicia com “Lembra-te…”. Isso significa que a questão do dia de descanso transcende a lei mosaica, isto é: a instituição estava em evidência antes da lei de Moisés. Semelhantemente, estando enraizado na lei moral, permanece, como princípio, na Nova Aliança. Vemos isso, por exemplo, no incidente bíblico da dádiva do Maná. Deus requerendo o descanso e cessação de trabalho durante a peregrinação no deserto, quando ele alimentava o seu povo com o Maná, antes da dádiva dos dez mandamentos. Estes seriam recebidos somente por Moisés no monte Sinai (veja, especificamente, Ex 16.29, 30).

4. Paulo faz um culto de louvor e adoração, no domingo, em Trôade

Paulo nos deixou, além das prescrições de suas cartas, um exemplo pessoal – reuniu-se com os crentes no domingo (At 20.6-12), na cidade de Trôade, na Ásia Menor. O versículo 6 diz que a permanência, naquele lugar, foi de apenas uma semana. Lucas, o narrador que estava com Paulo, registra, no v. 7: “… no primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão…”. Ele nos deixa a nítida impressão de que aquela reunião não era esporádica, aleatória, mas sim a prática sistemática dos cristãos – reunião periódica no primeiro dia da semana, conjugada com a observância da santa ceia do Senhor. Estamos há apenas 15 a 20 anos da morte de Cristo, mas a guarda do domingo já estava enraizada no cristianismo.
Paulo pronunciou um longo discurso, naquela noite. À meia noite, um jovem, vencido pelo cansaço, adormece e cai de uma janela do terceiro andar, vindo a falecer (v. 9). Deus opera um milagre através de Paulo e o jovem volta à vida (v. 10). Paulo continuou pregando, naquele local até o alvorecer (v. 11).

5. O entendimento da Reforma sobre o dia de descanso

A Confissão de Fé de Westminster captura o entendimento da teologia reformada sobre o dia de descanso ordenado por Deus. Nela não encontramos desprezo pelas diretrizes divinas, nem uma visão diluída da lei de Deus, mas um intenso desejo de aplicar as diretrizes divinas às nossas situações. O quarto mandamento tem uma consideração semelhante aos demais registrados em Ex 20, todos aplicáveis aos nossos dias. Nas seções VII e VIII, do capítulo 21, sob o título – “Do Culto Religioso e do Domingo” lemos o seguinte:
Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também, em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último dia da semana; e desde a ressurreição de Cristo já foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado de domingo, ou Dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.
Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia.

6. O Quarto Mandamento Hoje – Qual o nosso conceito do domingo?

É necessário que tenhamos a convicção de que o chamado à adoração, o desejo de estar cultuando ao Senhor, e o descansar de nossas atividades diárias, por intermédio de um envolvimento com as atividades da igreja, encontra base e respaldo bíblico. É mais do que uma questão de costumes, do que uma posição opcional. É algo tão importante que faz parte da lei moral de Deus.
Normalmente nos perdemos em discussões inúteis sobre detalhes, procurando prescrever a outros uma postura de guarda do quarto mandamento conforme nossas convicções, ou falta delas. Assumimos uma atitude condenatória, procurando impor regras detalhadas e, muitas vezes, seguindo restrições da lei cerimonial, em vez do espírito da lei moral. Antes de nos perdermos no debate dos detalhes, estamos nos aprofundando no princípio? Temos a postura de tornar realmente o domingo um dia diferente, santificado, dedicado ao Senhor e à nossa restauração física?

Apêndice: Qual o dia de descanso – sábado ou domingo?

Sempre que estudamos o quarto mandamento surge a pergunta: quem está certo? São os Adventistas, que indicam o sábado como o dia que ainda deveríamos estar observando, ou a teologia da Reforma, apresentada na Confissão de Fé de Westminster, e em outras confissões, que encontra aprovação bíblica e histórica para a guarda do domingo? Alguns pontos podem nos ajudar a esclarecer a questão:
1. Os pontos centrais de cumprimento ao quarto mandamento são: o descanso, a questão da separação de um dia para Deus, e a sistematização, ou repetibilidade desse dia. O dia, em si, é uma questão temporal, principalmente por que depois de tantas e sucessivas modificações no calendário é impossível qualquer seita ou religião afirmar categoricamente que estamos observando exatamente o sétimo dia. Nós usamos o calendário Gregoriano, feito no século 16. Os judeus atuais usam o calendário ortodoxo, estabelecido no terceiro século, e assim por diante.
2. Os principais eventos da era cristã ocorreram no domingo:
  • Jesus ressuscitou (Jo 20.1)
  • Jesus apareceu aos dez discípulos (Jo 20.19)
  • Jesus apareceu aos onze discípulos (Jo 20.26)
  • O Espírito Santo desceu no dia de pentecostes, que era um domingo (Lv 23.15, 16 – o dia imediato ao sábado), e nesse mesmo domingo o primeiro sermão sobre a morte e ressurreição de Cristo foi pregado por Pedro (At 2.14) com 3000 novos convertidos.
  • Em Trôade os crentes se juntaram para adorar (At 20.7).
  • Paulo instruiu aos crentes para trazerem as suas contribuições (1 Cr 16.2).
  • Jesus apareceu e João, em Patmos (Ap 1.10).
3. Os escritos da igreja primitiva, desde a Epístola de Barnabé (ano 100 d.C.) até o historiador Eusébio (ano 324 d.C.) confirmam que a Igreja Cristã, inicialmente formada por Judeus e Gentios, guardavam conjuntamente o sábado e o domingo. Essa prática foi gradativamente mudando para a guarda específica do domingo, na medida em que se entendia que o domingo era dia de descanso apropriado, em substituição ao sábado. Semelhantemente, a circuncisão e o batismo foram conjuntamente inicialmente observados, existindo, depois, a preservação somente do batismo, na Igreja Cristã. O domingo não foi estabelecido pelo imperador Constantino, no 4º século, como afirmam os adventistas. Constantino apenas formalizou aquilo que já era a prática da igreja.
4. Cl 2.16-17 mostra que o aspecto do sétimo dia era uma sombra do que haveria de vir, não devendo ser ponto de julgamento de um cristão sobre outro.
Para um estudo mais detalhado do assunto, sugerimos o livro de J. K. VanBaalen, O Caos das Seitas.

_________________________
Fonte: monergismo.com

Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org
 

Você é Viciado em Internet?

De repente percebi que preciso voltar...
Ah, que saudade de quando eu tinha mais amigos reais do que virtuais...!!!
De quando eu visitava mais amigos reais que amigos virtuais... Não que alguns dos virtuais também não sejam reais... Mas sinto falta...

Acho pouco ter inúmeros amigos no orkut, mesmo que nunca tenha os visto pessoalmente; daí, descubro quais as outra redes sociais que existem e quero ter todos aqueles amigos em todas as redes sociais e ainda outros, e muitos mais... Mas estou sozinho aqui... Olho ao redor... Onde estão os meus amigos reais? Quanto tempo faz que fui à casa de um deles visitá-los e olhar em seus olhos e dizer: "Estou aqui, vim saber como você está... Você está verdadeiramente no meu coração"...?

Sinto saudade de quando me bastavam os problemas mais imediatos que me cercavam; hoje, já não cabem na minha mente os problemas do mundo todo, no mesmo minuto em que ocorrem...
Parece que quanto mais utilizo a internet, mais distante me sinto das pessoas reais...
Me sinto mais retraído para comunicar-me com o mundo real, mesmo que tenha adquirido maior desenvoltura utilizando os meus dedos no teclado do meu computador...
Parece até que este mundo virtual começa sugar-me para dentro dele como um ímã e cada vez mais me retira do meu mundo real... Todos os que conhecem o mundo virtual têm o mesmo jargão: "Sei equilibrar o uso dela"... Mas na vida real... Acabam reconhecendo, como eu: reconheci "Não quero isso, mas é como se fosse um ímã..."

O mundo sem a internet parece que seguia um curso mais ameno; os dias demoravam mais a passar... As pessoas tinham mais tempo para passear e visitar velhos amigos para "jogar conversa fora"... Para momentos de contemplação da natureza; pois faz tanto bem admirar a criação de Deus, ainda mais se for na companhia de verdadeiros amigos reais... É muito melhor que ficar ingerindo todo o tipo de lixo virtual que nos assedia todo o tempo na tão amada "Net"...
Antes as pessoas tinham tempo de parar e lembrar que pessoas reais precisavam da presença delas e abriam mão dos seus afazeres com mais facilidade para se doarem ao próximo. Hoje... Mais sei o que as outras pessoas andam realizando pelo mundo a fora do que tenho realizado eu mesmo...
Hoje... Hoje as pessoas quase não têm tempo para si mesmas, porque todo o seu tempo está preso a uma pequena máquina conectada ao mundo todo, como se estivessem presas a um balão de oxigênio...

Claro que nem todos têm acesso à internet, mas com certeza, todos estão sofrendo a consequência, direta ou indiretamente, da influência que ela têm exercido em todo o mundo real.
Amizades desfeitas (pois deixam de aceitar sair ou visitar amigos para estar na Internet); casamentos abalados (pois há pessoas que levam o PC até para a cama); relacionamentos enfraquecidos (pois já não "sobra" tempo para o diálogo e o lazer em família)... Eu acordei! Não é esta vida que quero para mim e para a minha família! Preciso resgatar a minha vida real, que é tão preciosa, e, por sinal, é única! Só viverei aqui no mundo uma única vez; portanto, devo fazer valer a pena, marcando a vida das pessoas reais, as quais estão pertinho de mim; devo gastar, ou melhor "investir" tempo em companhia delas. Sei que é isto que Deus quer para mim!

Socorro, Deus, salve-me da Internet!... Salve-me de mim mesmo!




(Mensagem de Reflexão inspirada na situação em que vive a humanidade refém do mundo virtual, independente de seu credo, posição social ou etnia. O mundo precisa pôr os pés no chão e doar mais tempo para viver sua vida real . Precisamos ter mais tempo para Deus, para nós e para os nossos amigos reais, pois podemos estar deixando que eles se afastem e fiquem no esquecimento, enquanto enchemos as nossas redes sociais e as nossas sagradas 24 horas do dia com o mundo virtual. Amo a internet, utilizo com frequência, também sinto a grande necessidade de equilibrar melhor o meu tempo para que assim a minha vida real seja mais produtiva e seja uma vida de melhor qualidade. Creio que muitos se identificarão com o que diz o texto. Um abraço a todos!)

Você é viciado em Internet? Quer saber se é? Faça esse Teste e descubra!

Olhando Para as Coisas maiores de Deus

"Coisas maiores do que estas verás." João 1:50

Isso foi dito a um crente parecido com um nenê, que estava pronto a aceitar a Jesus como o Filho de Deus, o rei de Israel, baseado somente em um argumento convincente. Aqueles que estão dispostos a ver, verão: nos tornamos tão lamentavelmente cegos devido ao fato de tristemente fecharmos nossos olhos.

Temos visto muito. Coisas grandes e indescritíveis o Senhor nos mostrou, pelas quais louvamos Seu nome - porem, existe verdades maiores em sua palavra, maiores profundezas de experiência, maiores alturas de comunhão, maiores feitos de utilidade, maiores descobrimentos de pode, amor e sabedoria. Ainda veremos todas essas coisa veremos  se estivermos dispostos a crêr em nosso Senhor. A faculdade de inventar falsa doutrina é trágica, porem, o poder de ver a verdade é uma benção. O céu será aberto e o caminho até lá será aplanado para nós no Filho do homem, e o comércio angelical que acontece entre o reino superior e o inferior nos será manifestado. Mantenhamos nossos olhos abertos aos objetivos espirituais, e esperemos ver mais e mais. Deveremos crer que nossas vidas não se gastarão até tornarem-se nada, mas antes, sempre estaremos crescendo, vendo coisas maiores e maiores cada vez, até contemplar ao mesmo Grande Deus e não perder-lhe jamais de vista.

__________________
FONTE: Talonário de Cheques do Banco da Fé
tradução. Projeto Spurgeon

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Oração Pelos Cristãos

Jesus orando ao Pai pelos seus discípulos, disse:
"[...] Não te peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade. Assim como tu me enviastes ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da tua Palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. [...]" (Jo 17.15-21)

Jesus intercedeu pelos discípulos e por nós, os que ainda viriam a crer em seu Nome (v. 20) Ele não pediu ao Pai que nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal.

Observando a realidade do mundo com relação à visão que as pessoas tem tido do Evangelho e dos cristãos por causa de muitos outros "cristãos", levantei diante de Deus este clamor e convido você a orar comigo neste momento:

"Pai, reconheço a minha pequenez diante de Ti, e peço que perdoes todas os pecados que cometo contra ti, seja por pensamentos, palavras, gestos e/ou atitudes. Peço que tenhas misericórdia de mim e do teu povo, do teu remanescente que se encontra sobre a terra. Como tu, Deus-Filho, disseste, nós estamos no mundo, mas não somos do mundo. Glorifico a Ti porque venceste o mundo e nos garantes a tua presença conosco nos dando bom ânimo para vencermos também.
Peço perdão, Senhor, pelo que tantos por aí tem feito em teu Nome, e usado o Nome do teu Evangelho em função de seus próprios anseios materialistas em funçaõ de sua própria glória, e não da Tua.
Senhor, livra-nos de cair em tentação! Livra- nos a nós, os teus "pequeninos" (Mc 9.42) de sermos levados por quaisquer ventos de doutrina...
de nos deixarmos levar por guias cegos, por falsos líderes, que nos induzam a colocar a fé em coisas e não em Ti!
Pai, que vergonha, Pai! Que vergonha ver o que estão fazendo, jogando o teu Nome no chão para os homens blasfemos pisarem!
Que vergonha, Pai, constatar a aversão que as pessoas têm hoje ao Evangelho...
...Constatar a repulsa que eles sentem ao ouvir a tua Palavra, por causa dos que não testemunharam fielmente diante do mundo!
A começar em mim, Senhor, expurga do nosso meio o fermento (o pecado)!
Que voltemos ao Evangelho puro, simples, como o viviam os primeiros cristãos, os quais chegaram a entregar até mesmo as suas vidas, mas não aceitaram compactuar com aquilo que ia contra a tua santidade. Eles foram os "quadrados" daquela época, mas foram homens que buscaram te glorificar com suas vidas!
Quisera eu, Senhor, chegar ao menos aos pés daqueles teus servos da igreja primitiva, dos teus Apóstolos em questão de fidelidade, de testemunho cristão; aqui e agora, em meio a esta realidade onde muitos, para livrarem-se dos olhares e das críticas, têm amenizado, distorcido, enfeitado e/ou omitido a Tua Verdade em detrimento de seu bem-estar, em detrimento de manter uma imagem de alguém que é bem quisto por onde passa, nas igrejas onde prega, ou mesmo na igreja a qual dirigem.
Faz com que eu e todo o teu povo vivamos de maneira agradável a Ti, que nos enchamos do Deus-Espírito Santo, mas que façamos o uso adequado deste poder que nos dás, direcionando-o para o cumprimento da nossa Missão, a qual Tu designaste. Porque, entendo, Senhor, que do contrário, será um mero encher e estar vazando constantemente, sem utilizálo. Que deixemos o egoísmo que nos leva a estar encravados no conforto das nossas casas e dos nossos templos, e que sejamos autruístas, que sintamos compaixão pelas vidas que estão no lamaçal do pecado, que cumpramos com a responsabilidade de resgatá-las por intermédio da pregação do teu Evangelho puro, que prega a situação de morte do homem, e a reconciliação dele contigo por meio de Cristo.
Não peço que tenhas misericórdia de nós pela nossa negligência; mas clamo que nos perdoes este tão grande pecado!
Repreende aqueles que distorcem a tua Palavra, faz com que eles se arrependam e que passem a ser fiéis a Ti, pois tu dizes em tua Palavra: "Quem é o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem- aventurado aquele servo a quem o seu Senhor, quando vier, o achar servindo assim." (Mateus 24.45-46).
E cuida, Pai, dos teus pequeninos...
Em Nome de Jesus elevo esta minha oração diante de ti. Amém!

Entrevista no 5 Calvinistas

Entrevista com o Profº Gaspar de Souza

De férias em minha terra natal, Recife, tenho tido boas surpresas e ótimos encontros. E um deles foi com o Rev. Gaspar de Souza - pastor da Igreja Presbiteriana dos Guararapes e blogueiro do Eis Nosso Tempo. Como tempo é uma coisa que não podemos perder estando de férias, aproveitei a boa vontade do Gaspar para uma mini-entrevista, que aconteceu na igreja onde ele pastoreia, ao término da Escola Dominical. Pena que o áudio não saiu bom. Por isso, recomendo muitíssimo a utilização de um fone de ouvido! Pena também que o tempo foi mais curto que o esperado (tanto por mim quanto por ele). Mas espero que todos façam bom proveito.

Parte 1 - Diferença entre a perspectiva pressuposicionalista de Gordon Clark e Cornelius Van Til:



Parte 2 - Recomendação de literatura sobre apologética (e algumas dicas nessa área):



Parte 3 - Sobre a existência de paradoxos na Bíblia:



Soli Deo Gloria!

______________________________________
P.S.: Publicado com a devida autorização do Profº Gaspar.

O Senhor Ajuda os seus na Necessidade

porque eu sou teu Deus; eu ... te ajudo Isaías 41:10
A promessa de ontem nos garante força para aquilo que temos que fazer, mas essa promessa de hoje nos assegura ajuda nos casos em que não podemos atuar sozinhos. O Senhor disse: "Sempre te ajudarei." ( versão Reina Valera, N.T) A força interior é suplementada com ajuda externa. Deus poderia levantar aliados para nós em nossa guerra se lhe parecesse bom aos seus olhos – e ainda que não nos envie ajuda humana, Ele mesmo estará em nosso lado, e isso é ainda melhor. "Nosso augusto Aliado" é melhor que legiões de apoiadores mortais.
Sua ajuda é oportuna: é nosso auxilio nas tribulações. Sua ajuda é muito sábia - Ele sabe como dar a cada homem uma ajuda idônea e adequada para ele. Sua ajuda é grandemente eficaz; diferentemente, a ajuda do homem é vã. Sua ajuda é mais que ajuda, pois Ele suporta toda a carga, e ministra toda a ajuda: "O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem. (Hebreus 13:6)."
Devido que Ele já tem sido nossa ajuda, temos confiança Nele para o presente e para o futuro. Nossa oração é: "Jeová, tu és meu ajudador." Nossa experiência é: "o Espírito nos ajuda em nossas fraquezas." Nossa esperança é: "Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro." (Salmo121:1) E nosso cântico logo será: "Tu Jeová, me ajudaste."

 
FONTE: Talonário de Cheques do Banco da Fé
trad. Projeto Spurgeon

Pais, muito cuidado com os seus filhos na Escola!


Foto: Leitora Fernanda Silva


Rio - O quadro de avisos do Colégio Estadual Professor Antônio Maria Teixeira Filho, na Av. Bartolomeu Mitre, Leblon, mostra que a unidade teve, em 2010, um ano escolar “inovador”. Até ‘sexo, drogas e rock’n roll’ apareceu listado no quadro de atividades, como mostra flagrante de Fernanda Silva.




Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2011/1/click_do_leitor_um_ano_escolar_inovador_134834.html

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Qual é o seu grupo?


      Por Edson Pereira (Sta. Cruz do Capibaribe-PE)

      A teologia como ciência se destina a interpretar e dar provas concretas acerca da nossa fé, tendo como fundamento as Escrituras. Porém a Teologia Cristã deste o seu nascedouro com os Pais da Igreja, Idade média, Reforma Protestante e em nossos dias, embora tenha a Bíblia como seu princípio norteador, nela reside uma diversidade de interpretes que usam a Bíblia como sua fonte de interpretação teológica. E aqui eu quero dividir com base na História do Pensamento Cristão essa diversidade de interpretes em dois grupos.

     O primeiro grupo se destina a interpretar as Escrituras a partir da exegese, que extrai da Bíblia os princípios que darão norte a sua teologia. O segundo grupo é aqueles que interpretam as Escrituras a partir da eisegese, enxertam na Bíblia aquilo que eles pensam e com isso estabelecem sua teologia. Com isso acredito que estas duas maneiras de se fazer teologia tem sido determinante na construção teológica do pensamento cristão.

    Estes dois grupos estiveram deste o princípio caminhando sempre de lados opostos e com certeza nós fazemos parte de um destes dois grupos, com isso convido a todos para refletir em que grupo nós estamos inseridos. Que Deus nos ajude.

SOLUS CHRISTUS.

O Senhor Fortalece os Seus na Adversidade


 Spurgeon
 
"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço," Isaías 41:10

Quando somos chamados a servir e sofrer, fazemos um inventário de nossas forças, e descobrimos que são menores do que pensávamos, e mais inferiores do que necessitávamos. Porem, nosso coração não deverá se abater em nosso intimo, já que contamos com uma palavra com essa, na que podemos nos apoiar, pois garante-nos tudo aquilo que possamos necessitar. Deus tem uma força onipotente, e Ele pode comunicar-nos essa força, e promete que assim fará. Ele será o alimento para nossa alma, e a saúde de nossos corações - e , assim, Ele nos dará força. Não se pode saber quanto poder Deus colocará em um homem. Quando a fortaleza divina vêm, a debilidade humana já não é mais um obstáculo. 

Não recordamos de épocas de labores e provas nas que recebemos tal fortaleza especial que nos espantamos com nós mesmo? Em meio do perigo, conservamos a calma, diante da perda se seres queridos, estivemos resignados; em frente à calúnia, possuímos domínio próprio, e na enfermidade estávamos pacientes. O fato é que Deus provê uma força inesperada quando provas inusitadas nos sobrevém. Nos levantamos por cima de nossas frágeis constituições. Os covardes fazem o papel de homens, os insensatos recebem sabedoria, e aos quietos lhes é dado no preciso instante o que haverão de falar. Minha própria debilidade faz com que eu me acovarde, porem, a promessa de Deus converte-me em valente. Senhor, fortalece-me "conforme Tu disseste."

____________________
trad. Projeto Spurgeon

Vida Cristã


Por Marcelo Lemos



O irmão C. F. nos envia dois importantes questionamentos: “Estou vendo que o Calvinismo tem mais há ver com minhas perguntas existencias. Mas como o espaço é curto a minha pergunta e dúvida são: (a) Como cristão eu devo aceitar o divórcio, nesse caso eu não tenho como evitar, como fica minha situação, perante de Deus ? (b)  Segundo se eu adotar o Calvinismo estarei pecando?”.

Querido irmão, o seu segundo questionamento é mais simples, já que, a principio, não há qualquer possibilidade de pecar pelo simples fato de abraçar o Calvinismo. A segurança de tal afirmação reside na convicção pessoal que temos de ser o Calvinismo a expressão mais fiel da Mensagem do Evangelho. Vejo muitos líderes pentecostais com medo do Calvinismo pelos motivos mais infundados, por exemplo, a idéia de que a Fé Reformada seria um incentivo ao pecado. Recentemente recebemos, aqui no Doutor Bíblia, o relato de um irmão assembleiano que foi excluído por causa do Calvinismo.

Ainda assim, há a possibilidade de se abraçar o calvinismo sem lhe compreender adequadamente o ensino, o que poderá levar ao pecado. Conheço pessoa que teima em justificar seus pecados com a invocação da “Soberania de Deus”. Ela está certa, tudo se deve a Soberania de Deus, no entanto, isso não exclui o Juízo de Deus contra o pecado; de modo que aquela pessoa que vive em pecado contumaz, e acha que não vai ser julgado, pois Deus é sobre todos soberano,  está caminhando a passos largos para o Inferno. Recentemente publicamos um texto que fala sobre os motivos corretos para abraçar a Doutrina Calvinista; vale a pena conferir.

O Calvinismo, devidamente compreendido, é simplesmente irrefutável, e completamente bíblico; atrevo-me a dizer que, mesmo do ponto de vista filosófico, é a único sistema do pensamento humano que apresenta uma cosmovisão completamente racional e imbatível.

O seu primeiro questionamento diz respeito ao Divórcio, lugar onde as coisas podem se complicar mais, devido ao fato de que há uma corrente muito forte dentro da tradição reformada (calvinista), segundo a qual, havendo divórcio, mesmo em caso de adultério, jamais poderá haver novo casamento. De acordo com essa corrente, qualquer pessoa que se divorcia, independentemente do motivo, e casa-se com outra pessoa, vive num estado eterno de adultério. É uma posição bem semelhante ao entendimento encontrado no
Direito Canônico da Igreja Católica Romana. Faço a comparação não visando desmerecer tal posição, mas com finalidade ilustrativa – visto ser o posicionamento romano do conhecimento da maioria.

Para conhecer adequadamente a posição acima, recomendo muitíssimo a leitura dos artigos publicados no excelente portal Monergismo.

Meu posicionamento tem tentado caminhar pela via pastoral, uma vez me parecer ser este o contexto geral das palavras de Cristo, registradas em Mateus 5:31-32; Mateus 19:1-9; Marcos 10:2-12 e Lucas 16:18. De olho no contexto, descobre-se que a prática do divorcio era pratica absolutamente comum em Israel, e constantemente uma arma que os homens utilizavam contra as mulheres. Isso acontecia, dado que a mulher, nas leis civis do Antigo Testamento, era vista como propriedade do homem.

Sendo a mulher propriedade do homem, apenas o homem tinha o direito de pedir o divórcio. Ou seja, mesmo que o homem se deitasse com uma prostituta, os Israelitas jamais permitiam a mulher solicitar o divórcio. O homem, ao adulterar, não temia a reação legal da sua própria esposa, mas sim, a reação legal que teria o homem, ou homens, que possuísse o direito de posse sobre a mulher com quem cometeu o pecado. Se a mulher do seu pecado fosse casada, ele ofendia a honra do marido dela, e provada sua culpa, poderia morrer apedrejado juntamente com ela. Mas, se mulher fosse solteira, ele ofendia a honra do pai, ou do mais próximo parente masculino que ela tivesse.

Podemos ilustrar este ponto com as leis civis que regulavam o estupro. Era prescrito que o homem que violentasse uma mulher estaria sujeito a duas possíveis penalidades (cf. Deut. 22.25-30):

a) fosse a mulher casada (ou desposada, noiva), ele violava a honra do marido (ou do noivo), e era apedrejado;

b) fosse a mulher jovem, ele violava a honra do pai, e era obrigado a pagar o dote exigido pela moça, e por tê-la humilhado, era obrigado a casar-se com ela, sendo lhe negado o direito de divorcio.

Compreender que até o Decálogo incluía a mulher entre as “posses” do homem ( não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”; Êxodo 20.17), me parece de crucial importancia para um correto entendimento das palavras de Cristo sobre o Divórcio e o Re-casamento.

Alguns tentem a ver nas palavras de Jesus uma revogação da lei do divórcio, escrita por Moisés. Apesar de já ter sido adepto de tal pensamento, acabei vendo o quanto ele é temerário, visto que o próprio Deus ordenou e agradou-se de divórcios praticados no Antigo Testamento: “Então, se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tende transgredido, e casastes com mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de Israel. Agora, pois, fazei confissão ao SENHOR Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade; e apartai-vos dos povos da terra, e das mulheres estrangeiras!” (Esdras 10.10-11).

Certamente é correto afirmar que Deus “odeia o divórcio” (Malaquias 2.16), mas é irracional dizer que ele odeia aquilo que o agradou no caso de Esdras – agradou tanto, que desviou sua Ira do povo! Por isso, o contexto de Malaquias revela que o ódio de Deus contra o Divórcio tem haver com o homem que age de modo traiçoeiro ou violento (vv. 15.16) contra a “mulher de sua mocidade”.

O que Cristo certamente faz é igualar os direitos da relação homem e mulher. Para os judeus, numa interpretação machista da Lei do Divórcio, apenas o homem poderia solicitar o divórcio, e a mulher divorciada que carregasse o estigma social de ter sido repudiada. Jesus, em sua resposta, estabelece a preocupação com a dignidade da mulher. Em Mateus 5.31,32, por exemplo, ele alerta para o fato de que maridos que abandonavam suas mulheres por qualquer motivo, obrigavam suas mulheres a viverem com o estigma de serem adulteras, já que fatalmente iriam se casar novamente (até para que pudessem sobreviver!).

Jesus quebrou a “posse” que os antigos achavam ter sobre a mulher; de modo que os discípulos exclamam: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar” (Mateus 19.10). Ora, o machismo realmente se deu mal, mas as mulheres, certamente puderam respirar melhor. E também deixaram de ser vistas como propriedade do homem, em Marcos 5, por exemplo, Cristo diz que o homem que deixa sua mulher e une-se a outra, comete adultério contra... sua mulher. Isso é totalmente novo! Ele não ofendia o ‘dono’ da mulher do seu pecado, mas ofendia a mulher a quem jurou fidelidade. Claro, também ofende o homem, ou a família da mulher do seu pecado, mas Cristo revela uma preocupação inovadora naquele contexto: a dignidade da esposa!

De modo algum a Igreja deve incentivar o divórcio, e estamos convencidos de que tal incentivo, tão grandemente praticado na sociedade moderna, faz parte de uma engenharia social que visa claramente minar as bases da civilização judaico-cristã. Todavia, levando em consideração todo o ensino bíblico sobre o assunto, penso que é uma área onde deve haver acompanhamento pastoral, e não dogmatismos frios, que pretenda cumprir a cartilha de alguém. Se a Bíblia tratou exemplos de divórcios como casos singulares, por qual razão nós nos apegaríamos a uma fórmula?

Dito disto, trago de volta a sua questão: “Se eu divorciar, estou pecando?”. Parece-me que sim, pois a justificativa não é aquela estabelecida por Cristo (adultério). Então, não havendo aquela justificativa, vocês dois estarão pecando ao se divorciarem; no entanto, isso não implica a negação de outro fato bíblico: o divorcio coloca termo ao casamento, e não apenas a morte (como pretende alguns teólogos). Isso está bem claro em Deuteronômio 24.1-4.
Fonte: www.olharreformado.blogspot.com
"Não temas, ó bichinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel." (Isaías 41.14)

Por Profª Ana Chagas

Vivemos dias em que a igreja de modo geral encontra-se apática e infrutífera, o esfriamento espiritual já predito pelo Senhor Jesus quando este se referia ao começo das dores, o começo do fim já pode ser claramente sentido no meio dela. O maior fator que contribui para este esfriamento, não diferente do fator que afetou também o povo de Israel, é o pecado, e não há como negar esta verdade. Muitos, infelizmente têm se apoiado no fato de que Deus é amor, e de que sempre perdoa para apoiar os seus próprios erros e desejos de pecar, e suas frequentes "quedas" (não que exista super crentes que não pecam; mas devemos viver em temor e sabermos que com Deus não se brinca). Ele nos chamou para sermos santos, separados para o louvor da sua glória, mas temos nos desviado constantemente dos seus preceitos, deixando a vida cristã prática, quando deveríamos lutar para deixarmos de ser cristãos meramente nominais, dos quais as igrejas estão abarrotadas, infelizmente. Deus é misericórdia e amor, certo? Certo! Mas Deus também é, não em menor proporção ou em uma ordem posterior de intensidade, mas na mesma medida e ao mesmo tempo, Justiça! Ele ama a retidão, e deseja que aqueles que se chamam por seu nome, andem de modo digno de alguém que leva este nome; como um arauto que leva um decreto do Rei, selado com o seu anel real, o qual deve representá-lo diante do povo e transmitir com fidelidade a sua vontade, sem tirar nem pôr. A igreja de nossos dias tem perdido a visão do alvo, tem fixado o seu olhar em outros objetivos, como por exemplo, a ênfase na prosperidade a todo o custo (ou você prospera ou das duas uma: Ou você está em pecado ou Deus não é Deus). Muitos crentes estão vivendo e achando que são miseráveis porque não prosperam, achando que não são verdadeiros cristãos porque nem tudo sai como planejaram lá na sua empresa, ou lá no seu trabalho. Outros procuram ostentar templos monumentais, ou ainda uma roupagem patriarcal, dizendo-se superiores e dignos de honras; líderes famosos começam a se degladiarem para ver quem conquista mais investidores para as suas igrejas-empresas, que são mais instituições com fins lucrativos do que meramente igrejas. As pessoas estão muito ocupadas com o seu próprio umbigo para se preocuparem umas com as outras. Já é coisa rara encontrar igrejas que seguem o exemplo da igreja primitiva, a qual caia na graça de todo o povo, e que recebia mais e mais convertidos que buscavam juntar-se a ela para adorar simplesmente ao Messias ressurreto, e não para buscar o seu sucesso financeiro. As pessoas quase não oram mais, pouco lêem a Bíblia, mas um objetivo continua de pé: querem ter vitória! Cantam, choram, se ajoelham, outras até se descabelam, pulam, rodopiam, mas suas vidas estão vazias da presença de Deus. Pois não se vêem frutos viçosos e permanentes a partir de suas pregações, mas apenas plantas sem raíz, sem vida, exceto algumas raridades. Fomos alcançados por Deus, mas estamos vivendo para nós mesmos, não para Ele. Tudo isso são sintomas de derrota e humilhação; não porque não temos riquezas e sucesso, mas porque os nossos olhos estão fitos nessas metas; sintomas de humilhação porque estamos tão ocupados que não temos tido tempo para evangelizar; sintomas de humilhação porque estamos despercebidos quanto a uma vida de constante oração e leitura e meditação na Palavra de Deus; sintomas de humilhação porque temos sido derrotados muitas vezes pelo pecado, pela carne, pelo mundo, pelo diabo. Mas Deus nos mostra em sua Palavra, não poucas vezes, que é o maior interessado em que sejamos restaurados. O povo de Israel quase foi reduzido a nada, por causa da sua própria desobediência, mas o remanescente que restou, buscou ao Senhor, e o Senhor os ouviu, e os restaurou e os abençoou; e ainda, prometeu que estaria com eles e que os ajudaria. É importante lembrarmos de que a restauração sempre é precedida pelo arrependimento e pela busca do perdão de Deus, lemos isso na história de Israel.


Israel tinha o privilégio de ser o povo escolhido por Deus para ser santo e testemunhar do Deus único, vivo e Senhor Todo-Poderoso diante das Nações pagãs, porém, em muitos momentos da sua história podemos perceber Israel indo por outro caminho, indo após ídolos, abandonando o Senhor e afastando-se da comunhão com Ele. Observamos também o profundo amor e a fidelidade de Deus para consigo mesmo e para com a Aliança que havia firmado com Abraão, Isaque e Jacó. Especialmente no livro de Isaías, onde este é levantado como Profeta em meio a um período crítico, quando aquele povo estava totalmente corrompido mas insistia em continuar se apresentando diante do Senhor como se nada estivesse acontecendo.
Deus mostra ao seu povo que ele estava pecando e desagradando de tal forma o seu coração , que chega a compará-lo a Sodoma e Gomorra (Is 1.10)- cidades que foram totalmente extirpadas pelo fogo do juízo de Deus por causa de suas abominações (Gn 18.16-19.29). Sodoma e Gomorra, em sua época, não foram dignos de receber outra chance; e Israel não estava em situação muito diferente; Deus deixou isto bem claro através do Profeta, quando profere uma palavra de juízo para o seu povo, o qual, conhecendo ao Deus vivo, não foi fiel, não foi verdadeiramente Servo do Senhor (Isaías 1.10-17). Por causa de seu próprio pecado, Israel passou por muitas situações de humilhação diante de outras Nações, especialmente neste período, diante do Império babilônico, onde permaneceu em cativeiro durante setenta anos a fio. Porém, Deus permitiu que tais coisas sucedessem ao seu Povo para que ali ele pudesse ser tratado. Dez tribos desapareceram no ano de 722 a.C., e Judá foi quase destruída em 587 a. C., deixando apenas um resto inexpressivo, que mais tarde voltou da Babilônia para reconstruir Jerusalém. O remanescente foi aquele que permaneceu no Senhor, mesmo distante do seu lugar, sofreu, mas perseverou, o braço do Senhor os trouxe de volta a restaurar aquilo que havia ficado para trás. O amor e a misericórdia de Deus proporcionou esta bênção para o seu povo que agora estava em número bem reduzido. Israel que havia servido de "peteca" entre os Impérios rivais do oriente, agora ouvia da boca do Senhor a frase: "Não temas, ó, bichinho, ó, vermezinho de Israel; eu te ajudo!" O povo estava reduzido? Estava! Estava em aparente desvantagem diante daqueles que olhavam para ele? Com certeza! Mas aquele remanescente tinha ao seu lado o Deus Todo- Poderoso, que apesar dos erros do seu Povo, quis dar-lhe novamente a oportunidade de voltar a seu lugar e restaurá-lo para a glória Daquele que já o havia determinado. A Fidelidade de Deus a si mesmo e aos seus decretos fez com que estendesse a Israel uma segunda oportunidade.

Oh, como é maravilhoso sentirmos o amor de Deus sobre as nossas vidas! Como nós, não poucas vezes temos sido infiéis, assim como Israel e entristecido ao nosso Pai amoroso! Muitas vezes estamos vivendo em uma situação de humilhação, digo isto, não em se tratando de finanças, pois não é este o meu foco aqui, mas digo em questão espiritual mesmo. Quantas vezes estamos caídos, fracos, feridos e cheios de ódio e falta de perdão, ou temos buscado glórias humanas ao invés de buscarmos direcionar toda a glória para aquele que é digno (Deus); quantas vezes estamos cheios de orgulho e de soberba, cheios de nossa intransigência e inflexibilidade diante do agir do nosso oleiro, querendo muitas vezes, até indagar o que é isto que Ele está fazendo, quando nada somos, a não ser um caco entre outros cacos. Quando deveríamos nos dobrar e nos quebrantarmos ao seu moldar, muitas vezes estamos murmurando, pecando contra Deus e exaltando ao diabo. Nós mesmos nos colocamos nesta situação, pois Deus diz através do Profeta Jeremias: "De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um de seus próprios pecados." (Lm 3.39)
Nós somos os culpados da nossa situação de miserabilidade. Às vezes, mesmo sendo cristãos, nos esquecemos de viver a Palavra de Deus e aí a fé esmaece, e as tentações encontram abrigo em nós, o assédio do pecado já não precisa ser tão forte, pois estamos mais vulneráveis e assim, cedemos mais facilmente a ele. Por isso, muitos deixam de evangelizar, deixam de testemunhar acerca de Cristo, deixam de perdoar e assim, as igrejas ficam abarrotadas de crentes nominais, doentes e infrutíferos, que não sentem sequer compaixão pelas almas que estão perecendo no mundo. E é isso que alegra o diabo. Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja, é verdade. Mas esse texto muitas vezes não tem sido bem interpretado, Jesus quis dizer: "Quando a minha igreja avançar contra o inferno, as portas dele não prevalecerão." Mas, se permanecermos enfermos não teremos força nem poder para avançar. É necesário que haja em nós um despertamento e avivamento, primeiro pessoal, e a partir deste, o mesmo acontecerá de forma geral, para que possamos agir mediante o que Deus já nos garantiu. Não somos dignos, mas aprouve a Ele nos escolher para ser o Israel de Deus, o Israel espiritual, circuncidados no coração, como disse o Apóstolo Paulo em Fp 3.3. e isto traz sobre nós a grande responsabilidade de testemunharmos dEle diante do mundo.
O Deus Todo-Poderoso é Fiel aos seus decretos, e disse a Abraão que nele seriam benditas todas as Nações, todas as famílias da terra, ele falou através dos seus profetas que iria atrair com amor eterno muitas nações, aqueles que não o conheciam, que nunca ouviram falar dele. Aleluia! Eu e você, gentios (não-judeus) fomos escolhidos pelo Senhor também, Ele quis ter misericórdia de nós, mesmo quando éramos seus inimigos, e mesmo não havendo nada de bom em nós. Ele nos tirou do lamaçal do pecado, nos lavou no sangue do Cordeiro, morto antes da fundação do mundo em nosso lugar, nos selou com o Seu Santo Espírito para a salvação, o que nos garante estarmos com Ele para sempre; bênção esta que nada e nem ninguém pode nos arrancar jamais.
Mesmo quando estamos nos sentindo um resto, um povinho tão pequeno, tão incapaz, tão impotente, Deus nos diz: "Não temas, ó, bichinho de Jacó, eu te ajudo." Ele está comigo. Ele está contigo, meu irmão! Não temas! O Deus que restaura e usa o seu povo e que venceu os midianitas com os trezentos de Gideão, é o mesmo que está conosco. Com Ele somos a maioria. O inferno não é pário para nós. Ele é astuto, é sagaz, é sutil, é atrevido, mas em Cristo somos mais que vencedores! Basta nos fortalecermos em Deus, orarmos e jejuarmos, a vitória é do povo de Deus. Não há demônio que suporte o poder de Deus na minha e na tua vida! Não podemos recuar, precisamos avançar, como Cristo ordenou. O tempo está próximo. O nosso Senhor está às portas, não devemos nos apresentar diante dEle de mãos vazias. Somos poucos e pequenos? Temos à nossa frente e ao nosso lado o Todo- Poderoso! Sozinhos realmente não faremos nada, mas em Deus faremos proezas! Ele nos faz cavalgar sobre as nossas alturas, Nele somos capazes de combater e resistir a todo o mal que se levante contra nós. Como diz esta reflexão, deixemos todo embaraço do pecado e nos acheguemos a Deus, busquemos o seu perdão e restauração, sejamos sarados pelo Senhor; e só então, estaremos novamente aptos para a obra que Ele tem a realizar através de nós. Não há outra forma de o povo cristão marchar em vitória, a não ser de joelhos em humilhação e adoração ao seu Deus e Mestre! Ele, o nosso Redentor continuará falando ao nosso ouvido em suave murmurar: "Não temas, ó, bichinho, ó, vermezinho de Israel, eu te ajudo!"
Fonte: www.conectandoabiblia.com 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

As funções dos presbíteros

Ewerton Barcelos Tokashiki

As funções atribuídas aos presbíteros aqui descritas não são exaustivas. Elas mencionam o que o presbítero deve ser e fazer, mas ele não pode se limitar a elas. Todos os presbíteros devem exercer o seu ofício em conformidade com a diversidade dos dons de cada um, e discernindo segundo a necessidade da Igreja. A vitalidade da igreja muito depende da operosidade dos presbíteros.
Uma palavra grega usada para se referir ao ofício de presbítero é episcopos. Sabemos que “o uso no N.T., em referência aos líderes, parece ser menos técnica do que uma tradução como ‘bispo’ sugeriria; daí, superintendente, ou supervisor At 20:28; Fp 1:1; 1 Tm 3:2; Tt 1:7.”[1] O presbítero tem a responsabilidade de supervisionar a igreja que o escolheu para ser o seu líder. Louis Berkhof afirma que “claramente se vê que estes oficiais detinham a superintendência do rebanho que fora entregue aos seus cuidados. Eles tinham que abastecê-lo, governá-lo e protegê-lo, como sendo a própria família de Deus.”[2]
A responsabilidade dos presbíteros de supervisão não se limita aos membros da igreja. Os presbíteros devem supervisionar o seu pastor. R.B. Kuiper observa que "um dos seus mais solenes deveres é vigiar a vida e o trabalho do pastor. Se o pastor não leva uma vida exemplar os presbíteros regentes da igreja devem chamar-lhe a atenção, e corrigi-lo. Se não é tão diligente em sua obra pastoral como deveria sê-lo, devem estimulá-lo para que tenha maior zelo. Se a falta de paixão que deve caracterizar a pregação da Palavra de Deus, os presbíteros regentes devem dar os passos necessários para ajudá-lo a superar tal defeito. E, se a pregação do pastor, em qualquer assunto de maior ou menor importância, não está de acordo com a Escritura, os presbíteros não devem descansar até que o mal tenha sido resolvido."[3] Entretanto, os presbíteros devem oferecer liberdade e recursos para que o seu pastor desenvolva-se e possa oferecer mais ao rebanho.

A autoridade do presbítero

A autoridade dos governadores é puramente ministerial e declarativa. Cada função do Conselho, como o ensino, a admoestação, governo e o exercício da disciplina, devem fundamentar-se na Palavra de Deus. Os presbíteros não possuem autoridade inerente. Não possuem o direito de impor as suas opiniões pessoais, preferências, filosofias sobre o culto, a doutrina, ou o governo da igreja, antes, devem examinar e extrair das Escrituras os padrões e princípios estabelecidos por Deus.

A autoridade do presbítero procede de:

1. A autoridade de Cristo como cabeça da Igreja.
2. Submissão à Cristo como o Senhor da Igreja.
3. A obediência e fidelidade à Escritura Sagrada como única regra de fé e prática.
4. Uma vida de santidade pessoal e familiar.
5. O exercício responsável da sua vocação e dos seus dons segundo o seu chamado.

As funções pastorais

1. Visitar os membros menos assíduos às reuniões da igreja;
2. Resolver os desentendimentos entre os membros;
3. Instar os disciplinados ao sincero arrependimento;
4. Orar por/com todas as famílias da igreja;
5. Consolar os aflitos e necessitados;
6. Supervisionar o bom andamento das atividades da igreja;
7. Exortar aos pais que tragam os seus filhos ao batismo;
8. Ser um pacificador em assuntos controversos;
9. Lembrar aos membros da sua fidelidade com os dízimos e ofertas;
10. Dar assistência e/ou liderar as congregações (quando houver);
11. Auxiliar na distribuição da Ceia do Senhor.

As funções doutrinárias

Os presbíteros em nosso sistema de governo têm a responsabilidade de guardarem a doutrina da corrupção. (1 Tm 3:16; Tt 2:7-8). Entretanto, para isto é necessário:
1. Conhecer o sistema e doutrinas presbiterianas;
2. Zelar pela fidelidade e pureza doutrinária da igreja;
3. Avaliar a qualificação doutrinária do pastor;
4. Examinar os candidatos ao rol de membros da igreja;
5. Discernir os novos “movimentos” que os membros estejam se envolvendo;

As funções administrativas (indivíduo)

1. Representar as necessidades dos membros nas reuniões do Conselho;
2. Zelar para que as decisões do Conselho sejam cumpridas pela igreja;
3. Lembrar os membros dos seus deveres e privilégios;
4. Acompanhar o funcionamento das sociedades e ministérios da igreja;
5. Elaborar propostas e projetos para a edificação da igreja.

As funções administrativas (concílio)

1. Reunir periodicamente para decidir sobre o bem estar da igreja;
2. Divulgar na igreja local as decisões dos concílios superiores (presbitérios, sínodo, SC);
3. Avaliar candidatos ao batismo e profissão de fé;
4. Participar na aplicação da disciplina bíblica para que atinja a sua finalidade;
5. Analisar se a Junta Diaconal está realizando as suas atribuições;
6. Acompanhar o bom andamento das sociedades internas e ministérios da igreja;
7. Avaliar para o envio ao presbitério os candidatos ao sagrado ministério pastoral;
8. Participar da ordenação e instalação de novos pastores e presbíteros;
9. Representar a igreja local nos concílios superiores.

_________________________
Sobre o autor:
Ewerton Barcelos Tokashiki é ministro presbiteriano e professor no Seminário Presbiteriano Brasil Central-Ji-Paraná e na Faculdade Metodista de Porto Velho.
Fonte: doutrinacalvinista.blogspot.com

Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org

Heresiologia

O Quarto Mandamento

Solano Portela

O dia de descanso foi instituído por Deus e não pelo homem. O mandamento tem grande importância na Palavra de Deus. Bênçãos ocorreram, por sua guarda, e castigos severos, por sua quebra. Isso deveria provocar a nossa reflexão sobre a aplicação dos princípios bíblicos relacionados com o quarto mandamento nos dias atuais, discernindo, em paralelo, a mudança para o domingo, na era cristã. O povo de Deus sempre foi muito rebelde e desobediente com relação a essa determinação, e necessita convencimento da importância do mandamento, bem como entendimento da visão neo-testamentária, para a conseqüente modificação do seu comportamento atual.
O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele assegurou para o seu povo (Dt 5.12-15). Os israelitas foram levados em cativeiro (Jr 17.19-27) por haver repetidamente desrespeitado este mandamento.
Gostaríamos de examinar as bases desse conceito de descanso e santificação e de ir até o Novo Testamento verificar como os cristãos primitivos guardavam o dia do Senhor.
Não podemos, simplesmente, ignorar esse mandamento. Como povo resgatado por Deus, temos a responsabilidade de discernir como aplicar essa diretriz divina nas nossas vidas e nas de nossas famílias. Por outro lado, nessa procura, não devemos buscar tais diretrizes nos detalhamentos das leis religiosas ou civis de Israel, que dizem respeito ao sábado. Essas leis eram temporais. Ao estudar o sábado, muitos têm se confundido com os preceitos da lei cerimonial e judicial e terminado com uma série de preceitos contemporâneos que se constituem apenas em um legalismo anacrônico, destrutivo e ditatorial. Devemos estudar este mandamento procurando discernir os princípios da lei moral de Deus. Com esse objetivo em mente, vamos realizar nosso estudo com a oração de que Deus seja glorificado em nossa vida e por nosso testemunho.

1. Um dia de descanso

Em nossas bíblias o quarto mandamento está redigido assim – “Lembra-te do dia de sábado para o santificar…”. A palavra que foi traduzida “sábado”, é a palavra hebraica shabat, que quer dizer descanso. É correto, portanto, entendermos o mandamento como “… lembra-te do dia de descanso para o santificar”.
Esse “dia de descanso” era o sétimo dia no Antigo Testamento, ou seja, o nosso “sábado”. No Novo Testamento, logo na igreja primitiva, vemos o dia de ressurreição de Cristo marcando o dia de adoração e descanso. Isso é: o domingo passa a ser o nosso “dia de descanso”. Os apóstolos acataram esse dia como apropriado à celebração da vitória de Jesus sobre a morte (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10). A igreja fiel tem entendido a questão da mesma maneira, ou seja: não é a especificação “do sétimo”, que está envolvida no mandamento, mas o princípio do descanso e santificação.
Já enfatizamos que essa questão de um dia especial de descanso, de parada de nossas atividades diárias, de santificação ao Senhor, foi considerada tão importante por Deus que ele decidiu registrar esse requerimento em sua lei moral, nos dez mandamentos. Com certeza já ouvimos alguém dizer: “…não existe um dia especial, pois todo o dia é dia do Senhor…”. Essa afirmação é, num certo sentido, verdadeira – tudo é do Senhor. Mas sempre tudo foi do Senhor, desde a criação e mesmo tudo sendo dele, ele definiu designar um dia separado e santificado. Dizer que todos os dias são do Senhor, como argumento para não separar um dia especial e específico, pode parecer um argumento piedoso e religioso, mas não esclarece a questão nem auxilia a Igreja de Cristo na aplicação contemporânea do mandamento. Na realidade, isso confunde bastante os crentes e transforma o quarto mandamento, que é uma proposição clara e objetiva e que integra a Lei Moral de Deus, em um conceito nebuloso e subjetivo, dependente da interpretação individual de cada pessoa.
Não devemos procurar modificar e “melhorar” aquilo que o próprio Deus especifica para o nosso benefício e crescimento. Deus coloca objetivamente – da mesma forma que ele nos indica a sua pessoa como o objeto correto de adoração; da mesma forma que ele nos leva a honrar os nossos pais; da mesma forma que ele nos ensina o erro de roubar, o erro de matar, o erro de adulterar – que é seu desejo que venhamos a separar para ele um dia específico, dos demais (Is 58.3).

2. Um dia santificado

Devemos notar que o requerimento é que nós nos lembremos do dia de descanso, para o santificarmos. Santificar significa separar para um fim específico. Isso quer dizer que além do descanso e parada de nossa rotina diária, Deus quer a dedicação desse dia para si. Nessa separação, o envolvimento de nossas pessoas em atividades de adoração, ensino e aprendizado da Palavra de Deus, é legítimo e desejável. A freqüência aos trabalhos da igreja e às atividades de culto, nesse dia, não é uma questão opcional, mas obrigatória aos servos de Deus. O Salmo 92, que é de adoração a Deus, tem o título em hebraico – “para o dia de descanso”.

3. Uma instituição permanente

Uma expressão, do quarto mandamento, nos chama a atenção. É que ele inicia com “Lembra-te…”. Isso significa que a questão do dia de descanso transcende a lei mosaica, isto é: a instituição estava em evidência antes da lei de Moisés. Semelhantemente, estando enraizado na lei moral, permanece, como princípio, na Nova Aliança. Vemos isso, por exemplo, no incidente bíblico da dádiva do Maná. Deus requerendo o descanso e cessação de trabalho durante a peregrinação no deserto, quando ele alimentava o seu povo com o Maná, antes da dádiva dos dez mandamentos. Estes seriam recebidos somente por Moisés no monte Sinai (veja, especificamente, Ex 16.29, 30).

4. Paulo faz um culto de louvor e adoração, no domingo, em Trôade

Paulo nos deixou, além das prescrições de suas cartas, um exemplo pessoal – reuniu-se com os crentes no domingo (At 20.6-12), na cidade de Trôade, na Ásia Menor. O versículo 6 diz que a permanência, naquele lugar, foi de apenas uma semana. Lucas, o narrador que estava com Paulo, registra, no v. 7: “… no primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão…”. Ele nos deixa a nítida impressão de que aquela reunião não era esporádica, aleatória, mas sim a prática sistemática dos cristãos – reunião periódica no primeiro dia da semana, conjugada com a observância da santa ceia do Senhor. Estamos há apenas 15 a 20 anos da morte de Cristo, mas a guarda do domingo já estava enraizada no cristianismo.
Paulo pronunciou um longo discurso, naquela noite. À meia noite, um jovem, vencido pelo cansaço, adormece e cai de uma janela do terceiro andar, vindo a falecer (v. 9). Deus opera um milagre através de Paulo e o jovem volta à vida (v. 10). Paulo continuou pregando, naquele local até o alvorecer (v. 11).

5. O entendimento da Reforma sobre o dia de descanso

A Confissão de Fé de Westminster captura o entendimento da teologia reformada sobre o dia de descanso ordenado por Deus. Nela não encontramos desprezo pelas diretrizes divinas, nem uma visão diluída da lei de Deus, mas um intenso desejo de aplicar as diretrizes divinas às nossas situações. O quarto mandamento tem uma consideração semelhante aos demais registrados em Ex 20, todos aplicáveis aos nossos dias. Nas seções VII e VIII, do capítulo 21, sob o título – “Do Culto Religioso e do Domingo” lemos o seguinte:
Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também, em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último dia da semana; e desde a ressurreição de Cristo já foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado de domingo, ou Dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.
Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia.

6. O Quarto Mandamento Hoje – Qual o nosso conceito do domingo?

É necessário que tenhamos a convicção de que o chamado à adoração, o desejo de estar cultuando ao Senhor, e o descansar de nossas atividades diárias, por intermédio de um envolvimento com as atividades da igreja, encontra base e respaldo bíblico. É mais do que uma questão de costumes, do que uma posição opcional. É algo tão importante que faz parte da lei moral de Deus.
Normalmente nos perdemos em discussões inúteis sobre detalhes, procurando prescrever a outros uma postura de guarda do quarto mandamento conforme nossas convicções, ou falta delas. Assumimos uma atitude condenatória, procurando impor regras detalhadas e, muitas vezes, seguindo restrições da lei cerimonial, em vez do espírito da lei moral. Antes de nos perdermos no debate dos detalhes, estamos nos aprofundando no princípio? Temos a postura de tornar realmente o domingo um dia diferente, santificado, dedicado ao Senhor e à nossa restauração física?

Apêndice: Qual o dia de descanso – sábado ou domingo?

Sempre que estudamos o quarto mandamento surge a pergunta: quem está certo? São os Adventistas, que indicam o sábado como o dia que ainda deveríamos estar observando, ou a teologia da Reforma, apresentada na Confissão de Fé de Westminster, e em outras confissões, que encontra aprovação bíblica e histórica para a guarda do domingo? Alguns pontos podem nos ajudar a esclarecer a questão:
1. Os pontos centrais de cumprimento ao quarto mandamento são: o descanso, a questão da separação de um dia para Deus, e a sistematização, ou repetibilidade desse dia. O dia, em si, é uma questão temporal, principalmente por que depois de tantas e sucessivas modificações no calendário é impossível qualquer seita ou religião afirmar categoricamente que estamos observando exatamente o sétimo dia. Nós usamos o calendário Gregoriano, feito no século 16. Os judeus atuais usam o calendário ortodoxo, estabelecido no terceiro século, e assim por diante.
2. Os principais eventos da era cristã ocorreram no domingo:
  • Jesus ressuscitou (Jo 20.1)
  • Jesus apareceu aos dez discípulos (Jo 20.19)
  • Jesus apareceu aos onze discípulos (Jo 20.26)
  • O Espírito Santo desceu no dia de pentecostes, que era um domingo (Lv 23.15, 16 – o dia imediato ao sábado), e nesse mesmo domingo o primeiro sermão sobre a morte e ressurreição de Cristo foi pregado por Pedro (At 2.14) com 3000 novos convertidos.
  • Em Trôade os crentes se juntaram para adorar (At 20.7).
  • Paulo instruiu aos crentes para trazerem as suas contribuições (1 Cr 16.2).
  • Jesus apareceu e João, em Patmos (Ap 1.10).
3. Os escritos da igreja primitiva, desde a Epístola de Barnabé (ano 100 d.C.) até o historiador Eusébio (ano 324 d.C.) confirmam que a Igreja Cristã, inicialmente formada por Judeus e Gentios, guardavam conjuntamente o sábado e o domingo. Essa prática foi gradativamente mudando para a guarda específica do domingo, na medida em que se entendia que o domingo era dia de descanso apropriado, em substituição ao sábado. Semelhantemente, a circuncisão e o batismo foram conjuntamente inicialmente observados, existindo, depois, a preservação somente do batismo, na Igreja Cristã. O domingo não foi estabelecido pelo imperador Constantino, no 4º século, como afirmam os adventistas. Constantino apenas formalizou aquilo que já era a prática da igreja.
4. Cl 2.16-17 mostra que o aspecto do sétimo dia era uma sombra do que haveria de vir, não devendo ser ponto de julgamento de um cristão sobre outro.
Para um estudo mais detalhado do assunto, sugerimos o livro de J. K. VanBaalen, O Caos das Seitas.
 _________________________
Fonte: monergismo.com

Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org