segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Meios de Graça

Evidências bíblicas para o batismo por aspersão

Heitor Alves

Há muita polêmica em torno da maneira como o batismo deve ser administrado. É por imersão (mergulhar em água) ou por aspersão (derramamento de água)? Como a Bíblia é silenciosa quanto a forma, gera-se não poucos debates entre os imersionistas e os aspersionistas.
Os imersionistas tentam provar que a imersão é a forma correta de se ministrar o batismo, mas as interpretações que eles fazem de alguns textos bíblicos para defender o batismo por imersão são superficiais, incongruentes e infundadas.
Ainda que ficasse provado que os apóstolos batizavam por imersão, que João Batista batizava por imersão ou que Jesus foi imerso, ainda assim poderíamos continuar batizando por aspersão, sem desobedecer a Bíblia, pois no batismo a água é um símbolo; com isso, não importa a quantidade de água utilizada no sacramento. A eficácia do batismo não está na quantidade de água utilizada, pois é apenas um ritual visível de uma Verdade invisível já presente na vida do crente. Jesus não definiu a quantidade de água que devia ser usada. Ele nem falou em “água” na instituição!
No entanto, apesar de reconhecer que a Bíblia não diz claramente como deve ser a forma, acredito que ela dá “pistas”, de como dever ser a maneira de ser administrado o batismo. Não há mandamentos do tipo “Batizai por aspersão” ou “Batizai por imersão”, mas encontramos algumas dicas de como o batismo deve ser administrado. Vamos a elas.

A Função da Água no Batismo

Se na instituição do batismo Jesus não mencionou “água”, por que temos de usar água no batismo?
A água faz parte do batismo porque ela é um símbolo de purificação. A água aparece tanto no AT como no NT. Veja:
Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas vestes... (Êx 19.10).
Moisés, tendo descido do monte ao povo, consagrou o povo; e lavaram as suas vestes. (Êx 19.14).
Note que o lavar as vestes fez parte da purificação do povo.
Quando Deus deu instruções para a edificação do tabernáculo, ordenou que fosse colocada uma bacia de bronze entre a tenda da congregação e o altar para que, nela, os sacerdotes lavassem as mãos e os pés antes de chegarem ao altar para ministrar os sacrifícios. Este lavar as mãos e pés fazia parte da purificação dos sacerdotes.
Agora veja o seguinte texto:
Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; assim lhes farás, para os purificar: asperge sobre eles a água da expiação... (Nm 8.6,7).
Note mais uma vez que a purificação dos levitas deveria ser com água.
Vemos também que todas as cerimônias de purificação registradas no livro de Levítico incluíam o uso da água (Lv 15-17).
Nas bodas em Caná da Galiléia, onde Jesus fez o seu primeiro milagre, havia “seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações” (Jo 2.6). Estas purificações eram cerimonias, seguindo os mesmos moldes das purificações do Antigo Testamento.
A água é usada porque é um agente universal de limpeza. É um símbolo de pureza espiritual.

A Aspersão no Antigo Testamento

A aspersão era uma prática comum nos rituais de purificação registrados no Antigo Testamento. A confirmação da aliança de Deus com Israel foi selada com a aspersão. Veja:
Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR e, tendo-se levantado pela manhã de madrugada, erigiu um altar ao pé do monte e doze colunas, segundo as doze tribos de Israel. E enviou alguns jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram ao SENHOR holocaustos e sacrifícios pacíficos de novilhos. Moisés tomou metade do sangue e o pôs em bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar. E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o SENHOR faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras. (Êx 24.4-8).
A celebração do Dia da Expiação, uma das festas mais importantes dos judeus, também era selada com a aspersão:
Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto. Arão trará o novilho da sua oferta pelo pecado e fará expiação por si e pela sua casa. (...) Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do propiciatório; e, diante do propiciatório, aspergirá sete vezes do sangue, com o dedo. Depois, imolará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho; aspergi-lo-á no propiciatório e também diante dele. (...) Do sangue aspergirá, com o dedo, sete vezes sobre o altar, e o purificará, e o santificará das impurezas dos filhos de Israel. (Lv 16.5,6,14,15,19).

O profeta Ezequiel, profetizando sobre a restauração de Israel, disse: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados” (Ez 36.25). O profeta Isaías, quando profetizou que o Senhor derramaria o seu Espírito, disse: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3). A linguagem profética destes dois textos é simbólica mas a forma utilizada é a aspersão. Isso evidencia que a aspersão de água é o modo escolhido por Deus para purificar seu povo.
A purificação dos levitas era por aspersão:
Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; assim lhes farás, para os purificar: asperge sobre eles a água da expiação; e sobre todo o seu corpo farão passar a navalha, lavarão as suas vestes e se purificarão (Nm 8.6,7).
Deus não estava dando uma “idéia” a Moisés de como ele deveria proceder com a purificação. Era um mandamento explícito. Deveria ser por aspersão porque o próprio Deus assim falou. É o que chamamos de Princípio regulador do Culto. Assim como Deus ordenou que a Arca deveria ser levada nos ombros, ou que Moisés deveria falar à pedra para que jorrasse água, ou que não colocasse fogo estranho no tabernáculo, da mesma forma, Deus ordenou que a purificação deveria ser aspergindo água nos levitas.
Supor que se purificavam por imersão é supor que agiam sem mandamento; é supor que agiam contra as mais claras instruções positivas a respeito da purificação. Seus batismos e purificações estavam estabelecidos pela lei.
Vejam outro exemplo de purificações por aspersão:
Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do SENHOR; essa pessoa será eliminada de Israel; porque a água purificadora não foi aspergida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia. (...) O limpo aspergirá sobre o imundo ao terceiro e sétimo dias; purificá-lo-á ao sétimo dia; e aquele que era imundo lavará as suas vestes, e se banhará na água, e à tarde será limpo. No entanto, quem estiver imundo e não se purificar, esse será eliminado do meio da congregação, porquanto contaminou o santuário do SENHOR; água purificadora sobre ele não foi aspergida; é imundo. (Nm 19.13,19,20).

Primeiro eu citei a Bíblia, agora vou citar um documento que visa apenas ser uma referência histórica das purificações dos judeus. É o livro de Eclesiástico. Mesmo que o livro de Eclesiástico não faça parte do Cânon Sagrado, e por conseguinte, não ser regra de fé e de prática, ainda assim ele poder nos ser útil apenas para informações históricas. Veja o que diz o capítulo 34.25: “Aquele que se batiza depois de haver tocado num corpo morto, e torna a tocá-lo, de que lhe valerá o ter-se lavado?”. O texto histórico está em plena concordância com o que diz o texto sagrado de Números.

A Idéia do Batismo no Novo Testamento

Dois textos são suficientes para concluirmos que o Novo Testamento não faz nenhuma ligação entre o batismo e a forma imersionista.
Paulo diz:
“... tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.” (1Co 10.2).

Ora, como é possível um batismo na nuvem por imersão? Mesmo que seja uma afirmativa figurada, ainda assim a idéia fica meio sem lógica. O método da aspersão estaria mais adequada para o texto em questão, pois a nuvem esteve sempre acima do povo judeu durante o dia, e a passagem do mar foi a pés enxutos. As águas do mar sempre estiveram dos lados e acima formando uma grande parede enquanto o povo ia passando. Não tem o que discutir aqui: o povo não foi imergido no mar durante a travessia.
Outro texto:
...os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água, a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo (1Pe 3.20,21).

As Escrituras nos dizem que o episódio do dilúvio e da arca de Noé é figura, ou seja, um tipo do batismo cristão. Simboliza tanto o julgamento sobre os ímpios como salvação para a família de Noé. Se olharmos em Gênesis 7.13-24, veremos que a arca com os justos (que são os que devem receber o batismo) não foi imersa em água, ao contrário a água foi derramada, isto é aspergida do céu em forma de chuva e a arca flutuou sobre as águas da grande enchente, trazendo salvação sobre os tripulantes da arca. Já os ímpios foram submersos (imersão) em água, trazendo perdição para suas vidas. O batismo dos ímpios, que foi por imersão, mostra o julgamento contra eles. Qual dos batismos com suas respectivas formas você prefere?
A Bíblia Shedd, que tem como seu editor o dr. Russell P. Shedd (pastor batista), faz o seguinte comentário no texto de 1Pedro 3.21:
3.21 Figurando (lit. “antítipo”) batismo. O tipo são os acontecimentos no tempo de Noé. Compare-se a água do dilúvio (que tanto destruiu os pecadores como sustentou a arca da salvação) com a água do batismo que testifica o julgamento de Deus tomado por Cristo e a salvação providenciada nele, nossa arca.
Até mesmo o batista Shedd concorda que o batismo dos ímpios, que ficaram do lado de fora da arca, foi um batismo de destruição. Os ímpios foram submergidos, imersos em um batismo que condenou todos eles.

O Batismo de João Batista

O batismo de João Batista, muito provavelmente era por aspersão. Porque eu digo isso? Há algum texto que indique que o batismo de João Batista era por aspersão? Não. Contudo, tenho convicções de que ele batizava por aspersão seguindo o mesmo modelo de purificações apresentados no Antigo Testamento. Veja:
  1. O profeta Malaquias escreveu o seguinte: “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim...” (Ml 3.1).
  2. Jesus afirmou que esta profecia se refere a João Batista: “Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti” (Mt 11.10).
  3. A mesma profecia diz que o mensageiro “purificará os filhos de Levi” (Ml 3.3).
  4. Esta purificação, como todas as purificações do Antigo Testamento, era feita aspergindo águas sobre eles: “Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; assim lhes farás, para os purificar: asperge sobre eles a água da expiação...” (Nm 8.6,7).
Está difícil concluir que o batismo de João Batista era feita por aspersão? A linguagem da profecia é simbólica, mas a forma que deveria ser usada é a aspersão. Muitos sacerdotes, filhos de Levi, foram batizados por João Batista. E o mais provável é que tenham sido batizados por aspersão, conforma a dá a entender a profecia de Malaquias. Disso não tenho dúvidas.

“Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?”

Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. (...) E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? (Jo 1.19-21,25).
Aqui temos um detalhe que vai determinar a forma ou a maneira que era realizada o batismo de João Batista. Os judeus perguntaram se ele era Cristo, Elias ou Profeta. Mas, o que o batismo tem a ver com Cristo, Elias ou um dos Profetas? Tudo. Vejamos.
1) Porque batizas, se não és o Cristo? A pergunta envolve o seguinte pensamento: os judeus viram João Batista fazer o que o Messias (Cristo) iria fazer. E o que o Messias iria fazer?
Os judeus sabiam que Moisés, “segundo a lei”, “aspergiu todo o povo”. Sabiam que isso era típico, e que o tipo e a coisa tipificada hão de ter semelhança; e estavam bem familiarizados com os “diversos batismos” do Antigo Testamento, que eram todos feitos por aspersão (ver Hb 9.10,19,20; Nm 19.18-21).
Além disso, esses judeus sabiam o que disseram os profetas. Conheciam as Escrituras que prediziam a vinda do Messias. Ezequiel, evidentemente, indicando as bênçãos do reinado do Messias, havia dito:
Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.  E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. (Ez 36.25,26)
Isaías também, falando sobre a vinda do Messias, escreveu: “Assim borrifará muitas nações” (Is 52.15).
Deste modo, pode-se ver que, no tocante ao uso da água como ordenança religiosa a lei dizia: “aspergirá o povo” (Hb 9.19; Nm 19.18,20); os profetas diziam: “aspergirá o povo” (Is 44.3; Ez 36.25-27. Com tudo isso em mente, era de se esperar que o Cristo viesse para cumprir a lei e os profetas (Mt 5.17).
Esses judeus tiraram a conclusão de que João Batista seria o Cristo porque ele, João Batista, estava fazendo exatamente aquilo que a lei e os profetas diziam que Cristo iria fazer. Ora, a lei nunca mandou imergir. Nenhum dos profetas disse que o Cristo imergiria. É claríssimo, pois, que esses judeus não teriam concluído que João Batista seria o Cristo, se o tivessem visto a mergulhar gente na água do Jordão.
2) Porque batizas, se não és Elias? O profeta Malaquias declarou que Elias haveria de vir para preparar o caminho do Messias (Ml 3.1; 4.5). “Eis que eu vos envio o profeta Elias”. Em conexão com a vinda de Elias e de nosso Senhor, faz o referido profeta a seguinte declaração: “E purificará os filhos de Levi” (Ml 3.3).
E desde que João Batista se apresentou como o mensageiro, era natural que esses judeus, conhecedores das Escrituras, lhe perguntassem: “És tu Elias?” E o motivo da pergunta é que o próprio Messias ou o seu mensageiro havia de “purificar os filhos de Levi”. Ora, João Batista estava fazendo exatamente isso, pelo que devia ser Elias e, em certo ponto o era, no sentido de exercerem missões semelhantes, embora em épocas diferentes. “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir” (ver Mt 11.14). Isso mostra como esses judeus compreendiam, neste ponto, as Escrituras do Antigo Testamento. Eles tinham investigado o caso de João Batista à luz das Escrituras e tinham concluído: ele era Elias!
Ora, se João era Elias e havia de purificar os filhos de Levi: De que modo os filhos de Levi deveriam ser purificados? Em Números 8.6,7, somos informados como os filhos de Levi deviam ser purificados: “asperge sobre eles a água”.
As profecias afirmam que Deus derramaria água ou aspergiria água sobre o seu povo. Não existe nenhum texto, nem no Antigo Testamento nem no Novo Testamento, que afirme que Deus imergiria o seu povo em água.
Como seria possível, então, que os judeus chegassem à conclusão de que João Batista era Elias, se ele estivesse a imergir, em vez de aspergir os filhos de Levi, como o Senhor havia ordenado? Mais uma vez concordam a lei e os profetas, mas nunca em favor da imersão, pois é claro que Elias devia aspergir os filhos de Levi, e João Batista era, segundo a interpretação deles, o Elias.
3) Porque batizas, se não és o Profeta? Que tipo de Profeta esperavam os judeus, e baseados em quê?
Aguardavam um profeta semelhante a Moisés. Em Deuteronômio 18.15, Moisés havia dito:
O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás...
Isto significava que o profeta prometido havia de agir à semelhança de Moisés. E o que tinha feito Moisés a todo o povo? Hebreus 9.19 responde:
porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo...

Segundo a lei, ele havia aspergido todo o povo (Nm 19.18-20). E o que esses judeus teriam visto João Batista fazer que os levou a concluir que ele era o profeta semelhante a Moisés? É claro que o viram aspergir o povo, exatamente como Moisés havia feito. Seria possível tirar tal conclusão se João Batista, em vez de aspergir o povo, como Moisés havia feito, o mergulhasse sob as águas do Jordão, coisa que Moisés nunca fez, que a lei nunca ordenou, que nenhum profeta jamais predisse e que, conseqüentemente, nenhum judeu esperava que o Messias praticasse?
Podemos concluir então:
  1. Se os judeus foram levados a crer que João Batista era o Cristo, foi porque a lei tipificava e os profetas proclamaram que ele haveria de aspergir água sobre o povo; e o Cristo vinha cumprir a lei e os profetas;
  2. Se eles perguntaram a João Batista se ele era Elias, foi porque este (Elias) haveria de preparar o caminho, aspergindo os filhos de Levi a fim de que estes prestassem ao Senhor um culto aceitável;
  3. Eles indagaram a João Batista se ele era o profeta semelhante a Moisés, porque ele estava aspergindo o povo, exatamente como Moisés tinha feito.

O Derramamento do Espírito e a Aspersão

Outra forte evidência de que João Batista batizava por aspersão está na forma como Jesus anunciou o batismo com o Espírito Santo. Ele disse:
Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo (At 1.5).
No dia de Pentecostes eles receberam este batismo:
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar... Todos ficaram cheios do Espírito Santo... (At 2.1,4).
Este era o cumprimento da profecia de Joel:
E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. (Jl 2.28,29).
Jesus usou a mesma construção gramatical para batismo com água e batismo com o Espírito Santo. E, segundo a profecia de Joel, O Espírito Santo seria derramado sobre as pessoas. Pedro testemunhou que o Espírito Santo foi derramado sobre eles: “Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 11.15,16). Percebam que Pedro associou o derramamento do Espírito com o batismo com água.
Se no batismo com o Espírito Santo o Espírito caiu, ou foi derramado, sobre as pessoas, então batismo com água significa que a água é derramada sobre as pessoas. A idéia é a mesma.

Conclusão

A partir do que vimos, não há evidências de que a imersão era praticada pelos apóstolos e nem pelos profetas. Os imersionistas insistem em se apegar na ocasião em que quase três mil pessoas foram batizadas no dia de Pentecostes (At 2.37-41) para defenderem sua forma batismal.
Mas o que eles esquecem é que em Jerusalém não havia rio, mas apenas reservatórios de água para uso da população beber e para preparar alimentos. Veja nos mapas das terras bíblicas a cidade de Jerusalém, e verão que há o tanque de Betesda e o tanque de Siloé, além de mais uns dois tanques. É claro que as autoridades locais não permitiriam que os apóstolos imergissem quase três mil pessoas nesses reservatórios. Haveria o risco de contaminar a água e o perigo de proliferação de doenças, e sem contra que raramente chovia no deserto para que o tanque enchesse novamente com água limpa.
Imagine o constrangimento e a dificuldade de se batizar por imersão pessoas enfermas, idosas ou deficientes físicos? Além destas dificuldades, é claro a discriminação que o batismo por imersão faz a pessoas com dificuldades de locomoção.
Além de tudo isso, há um altíssimo risco de morte por afogamento. Estou exagerando? Um garoto de 14 anos morreu afogado em Sergipe quando participava de um batismo evangélico na Praia da Coroa do Meio. Já em Minas Gerais, Marlon Mila Barcelo, de 13 anos morreu afogado durante a celebração de um batismo por uma igreja evangélica de Governador Valadares.
Nós usamos a aspersão porque ela é a forma de batismo que tem mais evidência bíblica, é a mais prática, não discriminaliza ninguém e não mata ninguém por afogamento.
Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org

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