Ao
longo da história sempre houve uma considerável oposição às doutrinas da graça
pelo fato de que estas apresentam um Deus Soberano que escolhe alguns pecadores
para a salvação. Muitos simplesmente não aceitam a ideia de que Deus, o
Criador, poderia escolher um povo para fazer parte de uma nova aliança em
Cristo Jesus, excluindo o restante do mundo. Alguns até compreendem que estas
doutrinas estão na bíblia, mas não conseguem aceita-las. Mas uma questão
bastante interessante é: as críticas à doutrina da eleição são sempre
direcionadas à nova aliança, e a maioria se abstém de comentar o fato de que na
antiga aliança também houve eleição divina.
Esta
escolha tem inicio com o patriarca Abrahão, homem que vivia na terra de Ur,
imerso em meio à adoração pagã e na idolatria, sem sequer conhecer o nome de
Jeová. Mas Deus, por razões insondáveis, foi ao encontro deste homem, e a
partir Dele originou o seu povo, a nação de Israel. (Gênesis 12.1-3). Em outro
patriarca, notamos a eleição de forma mais contundente, que é o caso de Jacó,
escolhido em detrimento de seu irmão Esaú ainda no ventre de sua mãe (Gênesis
25.23). Deus, livremente, em oposição à os costumes dos homens, elegeu o irmão
menor e sua descendência. Posteriormente, este fato foi arguido por Paulo (Rm
9.9-13, 18-23).
Aos
olhos humanos, o povo de Israel não tinha nada de especial, pois eram menores
que os cananeus, menos sábios que os egípcios e suas culturas, não eram tão
antigos como os caldeus, e também não tinham uma superioridade moral, visto que
apesar de todos os favores divinos, constantemente enveredavam pelo caminho da
idolatria e da ingratidão. Não há explicações racionais ou lógicas para a
escolha deste povo, mas somente a eleição incondicional de Deus, que os
considerou seu tesouro pessoal, ainda que não houvesse mérito nenhum naquele
povo pecador. (Deuteronômio 7-8a).
Deus
os libertou da opressão do Egito, os conduziu miraculosamente no deserto, os
deu Sua Lei, institui os sacrifícios como forma de afastar a ira Dele contra o
pecado, deu-lhes vitórias sobre povos inimigos, fez diversas promessas Aquele
povo, e os amou, ainda que não merecessem tal afeto divino. A eleição de Deus
não foi algo frio e impessoal, o Criador Soberano, de fato, os amou.
(Deuteronômio 10.14-15).
Não
resta dúvida que Deus escolheu um povo para fazer parte da antiga aliança. Os
que se opõem às doutrinas da graça não negam este fato. Deste modo, se Deus já
procedeu desta maneira, agindo de acordo com sua vontade soberana e insondável
ao eleger um povo, o que o impediria de fazer novamente na nova aliança? Nada!
A soberania de Deus em salvar pecadores, está patente em todas as Escrituras.
Nenhum de nós, assim como Israel, merecia tão grande misericórdia, mas ainda
assim Ele nos amou de forma inexplicável. Que possamos nos deleitar nessa
verdade maravilhosa, percebendo que o Deus Santo ama pecadores, os escolhe para
ser seu povo, e os redime através do sangue precioso de Seu Filho Jesus.
Rodrigo
Ribeiro
@rodrigolgd
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