Música e evangelização no sertão
Banda Sal da Terra
Nilza Valéria
O forró é dos bons. Ninguém consegue ouvir os ritmos sertanejos da Banda Sal da Terra sem ter vontade de sair sacolejando pelo salão. Triângulo, zabumba, sanfona, violão e pandeiro são usados pelo ministério para evangelizar o Nordeste brasileiro. Há oito anos fazendo musica regional, o Sal da Terra, que tem base em Garanhuns, no agreste pernambucano, caiu na estrada com a proposta de evangelizar os lugares aonde a igreja – e toda sua estrutura litúrgica – não chegava. “Tocávamos na periferia, nas favelas, no interior e nos povoados do agreste”, lembra Marcos André Fernandes, um dos fundadores do grupo.
Depois de conhecer o trabalho da Juvep – agência de missões que atua no semi-árido –, o grupo incluiu na agenda o sertão, e por meio dos Programas de Evangelização do Sertão (PES), o Sal da Terra toca e canta em pequenas localidades que possuem menos de 1% da população de evangélicos. “Queremos fortalecer igrejas, evangelizar o homem sertanejo”, explica Fernandes, afirmando que o grupo faz isso de maneira contextualizada, usando a cultura nordestina, suas inúmeras nuances, ritmos e poesias.
Carolina que o diga
Todo sertanejo conhece Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, um dos maiores representantes da cultura nordestina. Para Fernandes, o mais legítimo. “Utilizei o trabalho de Gonzagão como referência e em algumas composições tomei sua música como ponto de partida, para levar aos não-alcançados do Nordeste uma reflexão sobre o Evangelho.” Carolina foi um dos tantos personagens celebrizados na voz de Luiz Gonzaga, e o grupo decidiu gravar a “Conversão de Carolina” – “Meu camarada, tu não sabes da novidade: a Carolina, tão perdida, se converteu!” Assim que cantaram a música numa igreja tradicional, todos deram gargalhadas sonoras. “Tem nova vida, nasceu pra Cristo e pro pecado morreu. É uma mulher consagrada, Carolina. Tem virtude e é honrada. Inté mais bonita está!” Sem entender o motivo das risadas, o grupo continuou cantando. No fim do culto souberam a razão: Carolina era o nome da esposa do pastor.
Para Marcos Fernandes e a banda ficou a certeza de que música que fala da realidade das pessoas, cativa quem ouve. O carioca Francisco Correa, 25 anos, jornalista, ouviu o grupo durante o Congresso Brasileiro de Evangelização, o CBE2, realizado em Minas Gerais, em 2003. “Fique marcado por eles. A música, o louvor deles respeita as raízes brasileiras.”
Cultura, meio e fim
Mais de 60 pessoas fazem parte hoje do Ministério Sal da Terra. Com uma discografia que inclui seis CDs – o sétimo está sendo preparado –, Fernandes reconhece que no princípio houve surpresa com a música regional. “Muitos ainda hoje têm reserva, só que a Igreja tem compreendido que a cultura nordestina também vem de Deus. E ela, a cultura, para nós não é um fim, é um meio. O fim é a evangelização.” Quem quiser conferir o forró pé-de-serra pode entrar em contato com o grupo pelo telefone (87) 9988-2409.
Depois de conhecer o trabalho da Juvep – agência de missões que atua no semi-árido –, o grupo incluiu na agenda o sertão, e por meio dos Programas de Evangelização do Sertão (PES), o Sal da Terra toca e canta em pequenas localidades que possuem menos de 1% da população de evangélicos. “Queremos fortalecer igrejas, evangelizar o homem sertanejo”, explica Fernandes, afirmando que o grupo faz isso de maneira contextualizada, usando a cultura nordestina, suas inúmeras nuances, ritmos e poesias.
Carolina que o diga
Todo sertanejo conhece Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, um dos maiores representantes da cultura nordestina. Para Fernandes, o mais legítimo. “Utilizei o trabalho de Gonzagão como referência e em algumas composições tomei sua música como ponto de partida, para levar aos não-alcançados do Nordeste uma reflexão sobre o Evangelho.” Carolina foi um dos tantos personagens celebrizados na voz de Luiz Gonzaga, e o grupo decidiu gravar a “Conversão de Carolina” – “Meu camarada, tu não sabes da novidade: a Carolina, tão perdida, se converteu!” Assim que cantaram a música numa igreja tradicional, todos deram gargalhadas sonoras. “Tem nova vida, nasceu pra Cristo e pro pecado morreu. É uma mulher consagrada, Carolina. Tem virtude e é honrada. Inté mais bonita está!” Sem entender o motivo das risadas, o grupo continuou cantando. No fim do culto souberam a razão: Carolina era o nome da esposa do pastor.
Para Marcos Fernandes e a banda ficou a certeza de que música que fala da realidade das pessoas, cativa quem ouve. O carioca Francisco Correa, 25 anos, jornalista, ouviu o grupo durante o Congresso Brasileiro de Evangelização, o CBE2, realizado em Minas Gerais, em 2003. “Fique marcado por eles. A música, o louvor deles respeita as raízes brasileiras.”
Cultura, meio e fim
Mais de 60 pessoas fazem parte hoje do Ministério Sal da Terra. Com uma discografia que inclui seis CDs – o sétimo está sendo preparado –, Fernandes reconhece que no princípio houve surpresa com a música regional. “Muitos ainda hoje têm reserva, só que a Igreja tem compreendido que a cultura nordestina também vem de Deus. E ela, a cultura, para nós não é um fim, é um meio. O fim é a evangelização.” Quem quiser conferir o forró pé-de-serra pode entrar em contato com o grupo pelo telefone (87) 9988-2409.
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