quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

EU SOU A LENDA



Descobri que sou uma lenda. Na verdade não existo mais, sou uma estranha memória encarnada do passado. Eu e alguns milhões que andam por todo o mundo. Deixem que eu explique melhor...

Meu jovem primo aprendeu na sala de aula (do colégio Darwin, de ensino fundamental) que não existem mais calvinistas, e que os calvinistas acreditavam que quem se salvavam eram os ricos. Tal ensinamento foi ministrado por uma ignorante professora de história. Ao tentar rebater a "sábia" afirmação para corrigir a professora, obviamente ele (meu primo) foi ignorado.

Ele também é uma lenda! Na verdade uma grande parcela de presbiterianos e uma parcela menor de batistas e membros de outras confissões não passam de lendas então. Somos seres do além que nos misturamos às pessoas de carne e osso; as pessoas reais que sabem que nós não existimos!

A burrice de nossos professores (não todos, somente a maioria) é sofrível. É natural escutar uma asneira vinda de alguém não comprometido com o ensino, mas escutar isso de alguém que deveria primar pela verdade histórica! Decepcionante, e olha que a escola Darwin afirma ser uma das melhores aqui do Espírito Santo!

Vejo o governo movendo campanhas para ensinar aos jovens mais da cultura negra e indígena. Na prática ensinam ideologizações porcas e românticas de um passado distorcido para se encaixar numa visão de mundo pré-estabelecida. E além de ensinarem mal a cultura de minorias, simplesmente não sabem nada da cultura da maioria!

Quais professores estudaram a fundo a cultura cristã ocidental, que embasa toda nossa sociedade, e depois de dominarem uma carga de conhecimentos adequados de tal civilização, finalmente podem se declarar aptos a estudarem outras culturas de influência quantitativamente (e qualitativamente) menor? O Brasil é Católico e Evangélico em sua enorme maioria, e professores e educadores burros querem que nossas crianças engulam um ensino porco a respeito de sua cultura real?

E quem leu as Institutas de Calvino e estudou biografias fidedignas do mesmo e vários volumes de história eclesiástica (católica, ortodoxa e protestante) para falar com autoridade sobre o assunto? Se professores se contentam em passar opiniões e achismos baratos aos nossos filhos, onde chegaremos? Que ciência de meia-tigela é essa?

Será que essa professora sabe do conflito teológico entre calvinistas (ou reformados, de maneira geral) e arminianos que corre no meio protestante histórico? Será que ela ao menos sabe que existem tais pontos de vista? Será que ela entende a diferença entre os ramos conservadores (ou históricos) e os pentecostais, e entre esses e os neopentecostais? E as diferenças entre todos esses e os católicos? E dentro da Igreja Católica? 

No fim, quanto maior a ignorância, mais fácil fica ensinar alguém. Para o azar da professora do Darwin, eu, meu primo e milhares de brasileiros somos de carne e osso. E antes que eu esqueça, calvinistas não acham que os ricos somente vão para o céu, ou que riqueza é sinal da eleição de Deus. Quem afirma tal barbaridade é só mais um ignorante mesmo, que andou fugindo dos livros e das aulas de lógica.

E não, eu não sou um argumento ou um capítulo de livro. Eu sou um ser real e concreto, muito mais presente e concreto do que a inteligência da professora de meu primo.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário