terça-feira, 13 de março de 2012

A graça preveniente de Armínio

Depois que eu postei sobre o Calvinismo, fui acusado de ‘mentira, desinformação’ etc, etc. Pois me disseram que Armínio não ensinava que o homem não precisa da graça para crer.

Na verdade, acho que todos os calvinistas sabem disso. O Rev Onézio em um estudo sobre a Perseverança dos Santos diz que os Arminianos dizem quando confrontados com a morte: "Deus me deu a graça de crer e de aceitar Jesus Cristo, mas a salvação depende de meu esforço pessoal, de minha santificação, de minha fidelidade, de minha permanência na fé." E em uma observação diz: "Há muitos arminianos modernos. Para eles, sem a cooperação humana, a graça salvadora não tem eficácia. Deus oferece a salvação, e o homem aceita-a se quiser."

Por vezes nos esquecemos, outros não citam, pois, na verdade esse argumento é um subterfúgio para dar um solavanco no problema da depravação total. Que segundo alguns arminianos, não é total. Segundo outros, é.

Por exemplo, Laurence M. Vance diz que “A depravação do homem é uma doutrina bíblica, mas como vimos, a doutrina calvinista da Depravação Total não é.”

Ou seja, a natureza da depravação total não é bíblica!

Ao passo que Jerry Walls e J. R. Dongell dizem: “Na questão da depravação total, os calvinistas estão basicamente de acordo com os crentes de muitas outras tradições. As diferenças surgem quando alguém pergunta como Deus lida com pecadores nessa condição”
Ou seja, não existe então diferença na natureza da depravação total, mas na natureza do chamado!

Os arminianos dizem que os termos qualificativos acrescentado em expressões bíblicas, nos pontos do calvinismo, não são verdadeiros. Entretanto, eles precisam igualmente produzir termos aos pontos do arminianismo: A graça é resistível, a eleição é condicional, a depravação é parcial (aqui mora a confusão), a expiação é ilimitada, ...

Na verdade eu nem me interesso em termos. A Bíblia deve determinar, modelar, circunscrever, os ensinos doutrinários de qualquer religião. Ela diz o que é e acabou.

Agora pensemos como essa graça que capacita todos, segundo Armínio, processa o evangelho na mente e no coração do pecador. Segundo ele, a graça de Deus capacita todos os homens querer, entender, desejar, mover-se, crer, etc. no evangelho. Mas ainda assim eles podem dizer não, rejeitar, odiar, detestar, etc. o evangelho.
Note bem. Não é nada “objetivamente” diferente do que Pelágio ensinou. Semi ou inteiro, livre ou meio livre, todos acabam sendo capacitados e/ou capazes em crer no Evangelho. E se arrazoássemos, em favor de Pelágio, que o livre-arbítrio seria uma benção da graça comum? Por que os arminianos se zangam de serem confundidos e colocados no mesmo bojo dos pelagianos? Não estou dizendo que são, mas precisamos ser lógicos quando o assunto é o resultado prático da resposta do pecador ao chamado divino, conforme a interpretação arminiana ‘clássica’.

Se eles querem rotular essa graça, poderiam classificá-la de “graça incompleta”, ou se preferirem uma associação, é o chamado externo do evangelho que o calvinismo ensina. Não é a Graça que o calvinismo diz que é irresistível. Observe que essa Graça está associada com a Eleição:

“... sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça... Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos.” (Rm 11.5,6).

A ‘graça incompleta’ de Armínio, faz o que talvez a graça comum faz. Beneficia ordinariamente o homem, ilumina, melhora, ordena, mas não busca, não regenera, não arrasta e não transforma a alma. Porém, o ‘Calvinista’ Paulo, diz que Deus

“nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos...”
(2 Tm 1.9).



ELA PODE SER RESISTIDA?

Os arminianos dizem que Estevão afirmou que a graça é resistível quando disse “... Vós sempre resistis ao Espírito Santo...” (At 7.51).
Até aquele momento eles resistiram. A salvação tem dia e hora marcada para acontecer. Para ser aplicada objetivamente nos eleitos no tempo, embora tenha sido planejada na eternidade. Saulo estava ali (At 8.1. a), e a graça de Deus usou outros meios para salvá-lo em outro momento (At 9.1-30). Ele foi eleito e separado antes de estar ali. Mas naquele momento resistiu. Para estabelecermos isso de fato, leiamos o testemunho dele sobre esse assunto:

“Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava. E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu pregasse entre os gentios...” (Gl 1.13-16).


São palavras inspiradas que testemunham em favor de uma graça diferente da que Armínio defendeu. Foi QUANDO ARPROUVE a Deus chamar por determinação e graça; esse filho da ira, perseguidor da Noiva de Cristo, que efetivamente estava endurecido mesmo diante da graça (incompleta, ou comum, ou do chamado externo) na pregação de Estevão, conforme notamos em Atos 7.51,54. Somente no momento Soberano que o Pai trouxe Saulo aos pés do Filho (Jo 6.44).
Senhores arminianos tomem jeito de crentes!

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