terça-feira, 24 de agosto de 2010

Na providência de Deus, estamos vendo um renovado interesse pela fé reformada e um conseqüente aumento do número de homens que têm sido impulsionados a pregar as doutrinas a graça. Mas qualquer novo progresso pode chegar a extremos; e sempre existe o perigo de um homem, no primeiro ímpeto de entusiasmo em favor daquilo que descobriu, se tornar, em seus esforços para ser completamente reformado, uma caricatura daquilo que ele admira.

É exatamente nisso que Richard Baxter pode ajudar-nos, pois, naquilo em que ele foi vigoroso, muitos são fracos em nossos dias. Consideraremos três características da pregação de Baxter que ala à nossa situação contemporânea.

A PREGAÇÃO DE BAXTER ERA CARACTERIZADA POR INSTRUÇÃO CLARA E NOTÁVEL.

Ele acreditava que um pregador deve argumentar com seus ouvintes. Devemos estar munidos com todo tipo de evidência, de modo que cheguemos com uma torrente ao entendimento de nossos ouvintes; e munidos com todos os argumentos e postulações, para que envergonhemos as suas objeções vãs e vençamos todas elas, para que eles sejam forçados a renderem-se ao poder da verdade.

Ainda que Baxter estava bem consciente das trevas da mente não regenerada, ele sempre se preocupou em esclarecer todos os mal-entendidos possíveis e em explicar aquilo que dizia. Os sermões de Baxter tinham uma estrutura lógica: primeiro, a introdução do texto bíblico; em seguida, a explicação das dificuldades; depois, as aplicações e a exortação.

Mesmo estando em meio à mais comovente argumentação, Baxter recorreria ao auxílio da razão. Após implorar com grande ternura e poder, com o propósito de fazer Cristo e a salvação resplandecerem, Baxter terminava enumerando nove falsos fundamentos da certeza de salvação, seguidos pelos oito testes pelos quais seus ouvintes poderiam comprovar sua própria sinceridade.

Um orador erudito consideraria um desperdício o não utilizar esse impacto emocional, mas Baxter se propunha em deixar que a verdade causasse seu próprio impacto; e ele pregava não primariamente para mover os homens, e sim para ensiná-los.

As verdades que ele proclamava eram fundamentais.

Durante todo o nosso ministério, temos de insistir principalmente sobre as verdades primordiais, as verdades mais seguras e as verdades mais necessárias; e temos de ser mais escassos e esparsos nas demais verdades.
Há muitas outras coisas que são desejáveis de conhecermos; algumas, porém, têm de ser conhecidas, pois, de outro modo, o nosso povo ficará despreparado para sempre.Isto é muitíssimo diferente da pregação que elabora um exame, superficial de algumas passagens muito usadas ou, mais habitualmente, um exame de alguns versículos das Escrituras e da pregação que descarta qualquer outra coisa como algo que não faz parte do evangelho.

Baxter fazia uma abordagem profunda e argumentava com um conhecimento íntimo do texto bíblico. Ele apresentava as verdades fundamentais em toda a plenitude de seu inter-relacionamento, bem como em toda a plenitude de sua aplicação. Todavia, ele acreditava que a pregação deve alcançar as necessidades das pessoas; que se comete um erro quando as grandes necessidades delas deixam de ser alcançadas; e que a .questão das necessidades deveria estar sempre à frente.

As grandes verdades fundamentais eram ensinadas em linguagem simples, pois .não existe maneira melhor de fazermos uma boa causa prevalecer do que por meio de torná-la bastante clara.

Visto que o propósito do pregador é ensinar, ele tem de falar de maneira que seja entendido. Naqueles dias em que havia os provadores de sermões, Baxter era criticado pela clareza de sua linguagem e teve de lutar contra o orgulho de seu coração, que o pressionava a utilizar um estilo mais polido de linguagem.

Deus nos mandou ser tão claros quanto pudermos, a fim de que os ignorantes sejam instruídos... mas o orgulho permanece ao nosso lado e contradiz tudo, produzindo suas trivialidades e suas brincadeiras. Ele nos persuade a pintar a janela, para que a luz se torne menos brilhante. Isto certamente nos desafia.

Nós temos como alvo o oferecer exposição argumentada da verdade para o nosso povo. No entanto, em nossa preparação, procuramos esclarecer qualquer dificuldade possível e fornecer argumentos que convencem as mentes de nossos ouvintes? Ou temos nos tornado negligentes por causa de sua aprovação sem críticas?

Nos sentimos tão receosos de ser rotulados como fundamentalistas que gastamos maior parte de nosso tempo nos cantinhos menos conhecidos das Escrituras? É possível um homem adquirir a reputação de administrador de um restaurante para gourmets reformados, produzindo raridades teológicas que são obtidas em algum lugar . enquanto muitas das ovelhas famintas de seu rebanho olham para elas e não são alimentadas.

É um erro trágico concentrar-se naquilo que desejamos conhecer e negligenciar aquilo que temos de conhecer . O nosso povo realmente entende as verdades centrais a respeito das alianças de Deus, da pessoa e obra de Cristo, do pecado, da regenera ção, do arrependimento e da fé?

Até que os fundamentos da fé dos membros de nossa igreja não estejam firmemente estabelecidos, faremos bem se atribuirmos menos ênfase sobre a imensa estrutura doutrinária das Escrituras. Pregamos em linguagem simples? Sem dúvida, procuramos evitar expressões superacadêmicas. É verdade que muitos dos vocábulos poderosos das Escrituras nunca podem ser omitidos de nosso vocabulário. Sem dúvida, eles têm de ser explicados e, depois, incorporados à mente e à conversa de nossos ouvintes. Apesar disso, fazemos conscientemente todo o esforço necessário para evitar os chavões hipnóticos e paralisadores do pensamento, a fim de apresentarmos a verdade com uma roupagem nova e contemporânea? Baxter nos convida a realizarmos um ministério de pregação no qual os fundamentos da fé são apresentados com atratividade e clareza.

A PREGAÇÃO DE RICHARD BAXTER ERA CARACTERIZADA POR UM ARDENTE APELO EVANGELÍSTICO.

A grande realidade que moldava seu ministério era o fato de que todos comparecerão diante do tribunal de Cristo. Sua extrema fraqueza física aumentava sua consciência de que havia apenas um passo entre ele mesmo e a morte, que Baxter chamava de sua vizinha. Todos os deveres tinham de ser cumpridos, todos os sermões deveriam ser pregados à luz daquele grande Dia. Todos os dias, eu sei e penso que está se aproximando a hora,dizia Baxter.

Sua congregação foi descrita como um grupo de pecadores carnais, miseráveis e ignorantes, que tinham de ser transformados ou condenados. Parece que posso vê-los entrando na condenação final! Parece que eu os escuto clamando por socorro, pelo socorro mais urgente!.

Essa consciência da eternidade tornou Baxter um pregador emocional.

Se você deseja conhecer a arte de apelar, leia Richard Baxter, disse Charles Spurgeon. Entretanto, a emotividade de Baxter não era indisciplinada; era motivada por uma compreensão da verdade, pois ele não tinha tempo para um .fervor simulado .Primeiramente, a luz; depois, o calor,este era seu moto: em primeiro lugar, a exposição da verdade; em seguida, as pungentes palavras de apelo, resultantes da verdade.

No final de seu livro :Uma Chamada ao Não-Convertido, Para que se Converta e Viva.

Baxter apelou aos seus ouvintes com uma seriedade tão amável que podemos quase ver as lágrimas em sua face. Meu coração está perturbado em pensar como deixarei vocês, para que eu não os deixe como os encontrei, até que acordem no inferno.... Hoje, entre vocês sou um pedinte tão ardoroso, por causa da salvação da alma de vocês, como se estivesse pedindo algo para satisfazer minha própria necessidade e estivesse obrigado a vir como um mendigo às portas das casas de vocês. Portanto, se vocês pretendem me ouvir, ouçam-me agora.

E, se vocês querem demonstrar piedade para comigo, suplico que nesse momento tenham piedade de vocês mesmos. Ó senhores, creiam: a morte e o julgamento, o céu e o inferno se tornam outra coisa quando nos aproximamos deles, diferentes daquilo que pensávamos quando deles estávamos distantes.

Quando deles se aproximarem, vocês ouvirão a mensagem que lhes estou apresentando, com corações mais despertos e atenciosos. O assunto central da pregação de Baxter era um urgente convite para que o ouvinte recebesse a Cristo.

Richard Baxter pregava esperando um veredicto; ele procurava levar os pecadores a perceberem que tinham de ser, inevitavelmente, convertidos ou condenados.

As palavras finais de Baxter em seu livro .Desprezando a Cristo e a Salvação são poderosas e pungentes: Quando Deus remover de seus corpos aquelas almas descuidadas, e você, leitor, tiver de responder, em seu próprio nome, por todos os seus pecados; então, o que você não daria por um Salvador? Quando você perceber que o mundo o abandonou, que seus companheiros de pecado iludiram a si mesmos e a você e que todos os seus dias de felicidade se acabaram; então, o que você não daria por Cristo e pela salvação que você agora não considera ser uma coisa digna de se esforçar por ela? Você que não menospreza uma pequena enfermidade, uma necessidade ou a morte natural, não, nem mesmo uma dor de dente, mas lamenta como se estivesse arruinado; como você despreza a fúria do Senhor, que arderá contra aqueles que condenam a sua graça?

Agora posso reconhecer qual será a sua determinação para os dias futuros. O que você tem a dizer? Você pretende continuar desprezando a Cristo e a salvação, como o tem feito até agora, e, apesar disso, ser o mesmo homem? Espero que não.

O gume afiado estava sempre presente nas mensagens de Baxter uma decisão tinha de ser tomada, um veredicto precisava ser dado, e uma oferta de misericórdia, aceitada ou rejeitada.

No entanto, isso está bem longe de corresponder ao decisionismo superficial.

O pregador arminiano tem receio do que a mente pode dizer ao coração, depois que terminar o culto; por isso, ele tenta compelir os ouvintes a uma decisão da vontade, antes que pensamentos posteriores deles os afastem de Cristo. Baxter não somente se mostrava corajoso em lidar com os pensamentos posteriores, mas também contava com tais pensamentos, esperando que seus ouvintes refletiriam profundamente sobre aquilo que havia sido pregado. Assim, vemos Baxter plantando bombas-relógios nas mentes de seus ouvintes, aplicações que continuariam a falar, depois que a voz de Baxter silenciasse. Não posso acompanhá-los até suas casas, para aplicar a Palavra às necessidades diárias de vocês. Oh! que eu possa transformar a consciência de vocês em um pregador, e que ela pregue para vocês mesmos, pois está sempre acompanhando-os! Da próxima vez que forem deitar-se ou dirigirem-se ao trabalho, sem haver orado, que a consciência de vocês grite bem alto:

Você não se preocupa mais com Cristo e com a salvação de sua alma? Da próxima vez que se apressarem para a prática de um pecado conhecido, que a consciência de vocês clame: A salvação e Cristo não são mais dignos, para que você os despreze ou os arrisque por causa de suas concupiscências? Da próxima vez que vocês passarem o dia do Senhor em ociosidade ou esportes vãos, que a consciência lhes diga o que estão fazendo.

Baxter tomava cada um dos aspectos da vida e os arregimentava como um pregador, de modo que os pecadores ficassem cercados por um ambiente em que cada parte declarasse as reivindicações divinas.

Quer com justiça, quer não, em muitos lugares os pregadores reformados têm uma reputação de serem restritos e impessoais em suas mensagens.

Isso pode ser uma reação contra os excessos de nossa época, contra o zelo sem discernimento, o calor sem a luz, a sã doutrina sem o bom senso. Não tem sido esta uma reação excessiva? Nós, que vemos Deus em todos os aspectos de nossa vida, poderíamos ser mais profundamente impressionados pela realidade das coisas eternas.

Compreendendo a miséria da depravação humana e a maravilha da graça soberana, deveríamos nos sentir profundamente comovidos, quando essa verdade nos envolvesse. A evolução de nossa mente atrofiou de tal modo nosso coração, que nos leva a suspeitar das emoções autênticas?

Hesitamos em pregar com insistência o evangelho aos homens, por medo de sermos considerados arminianos? Um pregador reformado pode considerar os cinco pontos do calvinismo como um campo minado pelo qual ele anda na ponta dos pés; e isto pode levá-lo a sentir-se tão temeroso de explodir em meio a uma expressão mal-utilizada, que ele não chega a almejar a conversão de seus ouvintes.

O poder e o impacto de um sermão se perdem no emprego de milhares de termos qualificativos utilizados na mensagem.

Nossa pregação será uma caricatura, se faltar um apelo sincero para que os homens recebam o Cristo todo suficiente, que se oferece livremente a todos os que vierem a Ele. As verdades do calvinismo não são barreiras que têm de ser ultrapassadas, antes que o evangelho seja pregado; antes, elas são uma plataforma da qual pregamos com mais poder. É exatamente porque a graça é soberana e livre, que podemos proclamá-la com mais paixão; porque a redenção adquirida por Cristo é completa e certa, podemos recomendá-la com muito brilho; porque Deus, de acordo com sua própria vontade, escolheu alguns homens para a salvação, podemos pregar confiantemente.

Se os pastores reformados têm de permanecer em harmonia com as Escrituras, temos de gravar esse elemento da pregação de Baxter.

A PREGAÇÃO DE BAXTER ERA ACOMPANHADA POR ACONSELHAMENTO PASTORAL SISTEMÁTICO.

Ele não fazia qualquer divisão, como a que existe hoje, entre pregação e trabalho pastoral, pois ele entendeu o que Paulo quis dizer, quando recordou aos crentes de Éfeso, que lhes havia ensinado publicamente e de casa em casa. A tarefa do pastor é uma só a mesma verdade comunicada ao mesmo povo, tendo o mesmo propósito: a glória de Deus, por meio da salvação ou da condenação.

Talvez nisto Baxter se mostre mais útil aos pastores de nossos dias em estabelecer uma forte ligação entre o púlpito e o pastorado.

Baxter esperava que conversões resultassem de sua pregação. Ele aconselhou seus colegas de ministério: Se vocês não desejam ardentemente ver a conversão e a edificação de seus ouvintes, se não pregam nem estudam com esta esperança, provavelmente vocês não obterão muito sucesso.

Baxter dependia completamente do Senhor para obter sucesso em sua pregação; ele atacava com todo o vigor a abominável atitude de um pregador utilizar a soberania de Deus, em conceder ou não a salvação, como uma desculpa para a negligência. O pregador tem de desejar muito a conversão de seus ouvintes e encher-se de tristeza se eles não responderem ao convite do evangelho.

Sei que um pastor fiel pode consolar-se, quando lhe falta sucesso... mas o pastor que não empenha-se por ser bem sucedido em seu trabalho não pode ter qualquer consolo, porque não é um trabalhador fiel.

Esse desejo intenso por resultados levou Baxter a visitar as casas de seus ouvintes e fazer a obra de catequização pessoal. Ele procurava descobrir quanto os seus ouvintes haviam entendido da pregação, que efeito a pregação tivera sobre eles e se haviam ou não recebido a oferta de misericórdia por meio do evangelho.
A semente que ele havia plantado precisava de cultivo posterior? As ervas daninhas precisavam ser arrancadas daquele solo? Essas perguntas poderiam ser respondidas somente através da conversa pessoal.

A princípio, Baxter esquivou-se da obra. Muitos de nós temos uma vergonha tola que nos faz recuar, em começar a obra com os ouvintes e conversar claramente com eles.. Mas, à medida que ele ganhou experiência, esse aconselhamento pastoral se tornou a obra mais confortável, exceto a pregação pública, na qual eu já coloquei minhas mãos a realizarem.

Devemos ressaltar que foi a seriedade de Baxter como pregador que o tornou um pastor tão diligente. Sua visitação aos lares serviu-lhe de instrumento para explicar e aplicar posteriormente aquilo que havia dito no púlpito.

Na verdade, ele descobriu que as pessoas não receberiam a sua pregação com a devida seriedade, a menos que ela fosse reforçada por uma abordagem pessoal e achegada.

Em uma passagem clássica de seu livro O Pastor Aprovado, Baxter disse:

Os seus ouvintes lhe darão oportunidade de pregar contra os pecados que eles cometem, assim como clamar do púlpito em favor da piedade, se você não os confrontar depois, ou em contato pessoal posterior for favorável ou demasiadamente amigável com eles... Eles consideram o púlpito como um palco, um lugar onde os pregadores têm de apresentar-se e realizar o seu papel; onde você tem a liberdade de falar, durante quase uma hora, sobre o que você escreveu em seu esboço; e o que você pregou eles não levam em consideração, se não lhes mostrar, por falar-lhes face a face, que você estava pregando com seriedade e realmente pretendia dizer o que pregou em sua mensagem.. A obra pastoral de Baxter não somente reforçava o que ele havia pregado, mas também o ajudava a pregar com mais pungência e relevância no futuro. Conversar uma hora ou mais com um pecador ignorante e obstinado lhe fornecer á, tão bem quanto uma hora de estudo no escritório, assuntos úteis a serem apresentados em seus sermões; pois você saberá sobre que assunto precisa insistir e quais objeções desses pecadores você terá de repelir.

Baxter conheceu o seu povo . a personalidade, os problemas, as tentações, a maneira de viver deles. Ele se assentava onde eles se assentavam; assim foi capacitado a pregar sermões elaborados para as necessidades particulares deles. Para um homem ser um verdadeiro pregador, ele tem de ser um verdadeiro pastor. Temos de reconhecer a centralidade da pregação, mas será que não utilizamos isso como desculpa para a covardia e a indiferença pastoral? O fato de que pregamos publicamente contra os pecados dos homens nos absolve da responsabilidade de confrontá-los, em seus lares, a respeito dos mesmos pecados? Somos chamados para ser estudantes diligentes, para trabalhar na Palavra, para estar em nosso lugar secreto.

No entanto, o estudo pode se tornar um refúgio conveniente para fugirmos da realidade, e podemos facilmente por meio da leitura de mais um livro tranqüilizar nossa consciência no que diz respeito a uma visita não realizada. Muitos de nós temos descoberto, para nossa vergonha, que a coragem com que temos pregado pode evaporar-se durante o trajeto até à porta da casa da pessoa para a qual estamos nos dirigindo, a fim de visitá-la. Havendo trovejado, com ousadia, contra o pecado, nos encontramos procurando conciliar-nos, por meio de um sorriso e de um aperto de mãos, com aquelas mesmas pessoas cujas consciências estávamos procurando ferir; estamos procurando ser amigos e nos alegrarmos com eles.; estamos preferindo que Deus fique irado com eles, ao invés de eles ficarem irados conosco.

Na tentativa de ressaltarmos a importância da pregação, é possível reagirmos de maneira errônea, por minimizarmos a obra pessoal.

O aconselhamento pessoal não pode ser um substituto para a Palavra pregada, mas, como um instrumento de reforçar e aplicar a Palavra à consciência do indivíduo, o aconselhamento pastoral cumpre uma função singular.

Além disso, serve também para nos tornar pregadores melhores, e não piores. Quando visitamos de casa em casa, a neblina de nosso estudo será desfeita e voltaremos a fim de preparar sermões de acordo com a vida e na linguagem do povo.

Este foi Richard Bartex de Kidderminster, um pregador que trabalhou muito para tornar clara a verdade de Deus, que falava com um coração ardente, enquanto apelava ao seu povo que se aproximasse de Cristo; um pastor que conhecia suas ovelhas por nome, que falava com elas pessoalmente a respeito das grandes preocupações de sua alma.

Richard Baxter não é simplesmente uma curiosidade histórica, um fóssil para ser admirado; ele é um estímulo, uma reprovação, um encorajamento.

Em suas Meditações Sobre a Morte, Baxter revela o coração do pregador: Meu Senhor, não tenho nada a fazer neste mundo, exceto buscar-Te e servir-Te; não tenho nada a fazer com o coração e suas afeições, exceto amar-Te intimamente; não tenho nada a fazer com os lábios e com a caneta, exceto falar sobre Ti, a favor de Ti, e publicar a tua glória e a tua vontade.
Edward Donnely
Jeremias 28 - 


Pr. Elso Venema

Leitura:  Jeremias 28
Texto:  Jeremias 28


Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo,
O SENHOR Deus chamou Jeremias para ser um poderoso profeta perante as nações. Quando Deus o chamou, Jeremias era um jovem tímido. Mas Deus lhe disse: "Eu te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares, e também para edificares e para plantares" (Jeremias 1:10). Porém, no capítulo 28 não enxergamos nada disso. Nesse capítulo Jeremias parece mais um coitado. O SENHOR Deus tinha dito a ele: "Faça correias e uma canga e coloque-as ao pescoço. E envia também correias e cangas aos reis de Edom, ao rei de Moabe, e a outros reis, anunciando-lhes que todos aqueles povos irão ficar debaixo do jugo do rei da Babilônia" (Jeremias 27:1-7).
Jeremias cumpriu esta ordem do SENHOR Deus. Ele pôs uma canga ao seu pescoço, mostrando ao povo de Deus que este continuaria servindo ao rei da Babilônia, o qual foi enviado por Deus para castigar seu povo. Ele também avisou aos diplomatas de Edom, Moabe e outros povos, que vieram à Jerusalém para fechar uma aliança política com o rei Zedequias contra o rei da Babilônia, que todos aqueles povos permaneceriam debaixo do jugo do rei da Babilônia. Assim Jeremias cumpriu a ordem do SENHOR, dirigindo-se às nações e reinos, confirmando a supremacia do rei da Babilônia, ao mesmo tempo confirmando o castigo de Deus sobre os pecados de seu povo.
Mas o que aconteceu? Outro profeta, chamado Hananias, se levantou e desafiou o profeta Jeremias! Esse profeta, Hananias, quebrou a canga que estava sobre o pescoço de Jeremias e falou, na presença de todo o povo: "Assim diz o SENHOR: Deste modo, dentro de dois anos, quebrarei o jugo do rei da Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações" (Jeremias 28:12). Ou seja, o profeta Hananias falou, em nome do SENHOR, uma mensagem totalmente contrária à mensagem de Jeremias. Jeremias disse: "Vocês continuarão servindo ao rei da Babilônia". Hananias disse: "Isso não vai acontecer de modo algum! Dentro de dois anos vocês estarão libertos do domínio do rei da Babilônia". Além do mais, o profeta Hananias deu uma demonstração de determinação e força. Ele falou em nome do SENHOR, na presença de todos e sem nenhuma hesitação. Ele contrariou e desmanchou abertamente as palavras do profeta Jeremias, e até mesmo arrancou a canga do pescoço dele e a quebrou.
Como foi a reação de Jeremias, diante da demonstração de força e determinação de Hananias? A Bíblia relata que "Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho" (Jeremias 28:11). Parece que Jeremias sentiu muito, e aceitou a derrota, calado. Parece que ele saiu abalado, cabisbaixo, machucado. O profeta que foi chamado pelo SENHOR Deus para ser um poderoso profeta, um profeta que abalaria nações e reinos, ficou de boca fechada. Ele não disse mais nada. Ele se retirou e parecia um coitado, um fracassado. Diante do show dado pelo profeta Hananias, que falou com a maior autoconfiança, profetizando um futuro glorioso para o povo de Deus, Jeremias parecia um palhaço.
Para compreendermos essa história melhor, precisamos saber um pouquinho mais sobre a situação em que o povo de Deus se encontrava. Naqueles dias, o poderoso rei da Babilônia tinha levado muitos cidadãos do povo de Deus cativos para a Babilônia. Em suas pregações, o profeta Jeremias tinha deixado bem claro que isso aconteceu em decorrência dos pecados do povo de Deus. Eles pecaram tanto, que o próprio SENHOR Deus entregou uma parte de seu povo para ser levada cativa para um país distante. Outra parte ficava para trás, em Judá. Então, a nação estava dividida: uma parte da população foi deportada, e outra parte ficou para trás. Era uma época de grandes tensões e incertezas. O país estava quebrado, arruinado. A economia estava parada.
Naquela situação tão lamentável, Jeremias pregou a Palavra do SENHOR, e anunciou que o povo de Israel, como também os povos vizinhos (que tentavam fazer uma aliança contra o rei da Babilônia), ficariam debaixo do jugo do rei da Babilônia. Ou seja, Jeremias deixou bem claro que, por enquanto, nada mudaria. Esta pregação que Jeremias fez, em nome do SENHOR, deixou o povo como também os líderes espirituais do povo revoltados! Jeremias teve a ousadia de pregar uma mensagem ruim numa época ruim. Ele falou em pecado e castigo, como se a miséria enfrentada pelo povo não fosse suficiente. Todo o mundo ficou irritado com Jeremias. Todo o povo se ajuntou contra ele (Jeremias 26:9). Os líderes espirituais até queriam tirar-lhe a vida (Jeremias 26:16).
Foi nessa situação, onde todos já estavam revoltados com o profeta Jeremias, que outro profeta, chamado Hananias, se aproveitou e bateu de frente com o profeta Jeremias. Isto aconteceu na Casa do SENHOR (Jeremias28:1). Ou seja, o profeta Hananias atropelou o profeta Jeremias na presença de Deus! E não só isso! Hananias falou "em nome do SENHOR"! Ele disse: "Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel"! Reparem só, irmãos! Jeremias tinha falado e agido em nome do SENHOR. Mas outro profeta se levanta e fala "em nome do SENHOR" para desmanchar a mensagem falada por Jeremias. Como é que pode? Quem desses dois tinha razão? Jeremias falou em nome do SENHOR. Todo o mundo ficou revoltado com ele, pois a mensagem não agradou. Depois veio outro profeta, Hananias, que também falou em nome do SENHOR. A mensagem de Hananias agradou muito, pois ele só falava em paz e futuro. Ele afirmou: Deus vai resgatar seu povo! A santa Casa de Deus e a santa Cidade de Deus, jamais serão destruídas! Hananias falou estas palavras na Casa do SENHOR, na presença do povo e dos sacerdotes. Para reforçar as suas palavras, Hananias arrancou a canga do pescoço de Jeremias e a quebrou.
Como foi a reação de Jeremias? Será que ele reagiu com força e determinação, dizendo: "Mentiroso! Não digas: assim diz o SENHOR, pois o que o SENHOR diz é o seguinte"? Será que Jeremias, que era um homem de Deus, respondeu com convicção e determinação? Reagir assim não era o dever dele? Observamos que Jeremias não fez nada disso. Ele reagiu, quando Hananias o atropelou, mas quando reagiu, ele nem falou em nome do SENHOR. Ele falou por conta própria, ironizando, dizendo as seguintes palavras: "Amém! Faça o SENHOR tudo que você está profetizando! Seria muito bom se acontecesse! Mas digo-lhe uma coisa: Todos os profetas anteriores, desde a antiguidade, profetizaram guerra, mal e peste. As palavras deles foram cumpridas, pois vejam como boa parte do povo foi levada cativa para um país distante.
Agora, o profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do SENHOR" (Jeremias 28:8-10). Então, Jeremias respondeu a Hananias, quando este pregou que dentro de dois anos o povo será libertado do rei da Babilônia: Quero ver! É ver para crer! Essa foi a reação pessoal do profeta Jeremias. Ele não falou essas palavras em nome do SENHOR. O profeta Hananias falou em nome do SENHOR! Jeremias reagiu por conta própria. Foi naquele momento que Hananias deu uma demonstração de brutalidade e força. Ele arrancou a canga do pescoço de Jeremias e a quebrou. Jeremias se retirou, chorando por dentro, cabisbaixo, machucado.
O que devemos pensar dessa história, onde um profeta do SENHOR, que falou a Palavra do Senhor e cumpriu as suas ordens, passa vergonha e parece um coitado, um fracassado, um palhaço? O que devemos pensar de um pregador do SENHOR, que sai da cena, vaiado por todos? Tocamos neste momento num problema muito sério. É o problema que muitos que falam a verdadeira Palavra do SENHOR, que anunciam ao povo as suas transgressões, não recebem crédito algum. Outros, que gritam alto, que prometem curas, riquezas, prosperidade, paz e salvação para todo o mundo, são aplaudidos de pé. Qualquer pregador que fala com determinação em nome do SENHOR, falando em tom imperativo, ordenando a Deus que este faça sair caroços e tumores, recebe louvores. Todos acreditam, pois ele não falou "em nome do SENHOR"? Ele não falou com muita força e fé? Ele não falou coisas que precisávamos ouvir?
Notamos que os verdadeiros profetas do SENHOR, homens como Moisés, Elias, Isaías, Jeremias e Ezequiel e tantos outros foram ameaçados, perseguidos e mortos. Quem acreditou neles? O mesmo aconteceu inclusive com o próprio Senhor Jesus, nosso maior Profeta e Mestre. Ele nunca gritou (Mateus 12:19). Ele ensinou e pregou a Palavra de Deus, de uma forma simples, honesta e direta (Mateus 5-7). Ele fez isso sem fazer show. Muitos ficaram impressionados, mas a grande maioria não acreditou nele. Todos sabem o que aconteceu com Jesus Cristo. Ele foi ameaçado, perseguido, e morto.
Precisamos distinguir entre duas coisas. Precisamos distinguir entre o pregador e a Palavra que ele prega. O pregador é uma coisa. A palavra pregada por ele é outra. O pregador pode ser muito poderoso e impressionante. Ele pode ser igual a Hananias, que bateu forte e deu um show de autoconfiança e determinação. Parece que a personalidade de Hananias era muito mais forte que a personalidade de Jeremias, que era uma pessoa sensível e até tímida (Jeremias 1:6). Porém, ter uma personalidade forte, não significa ser o dono da verdade! Reparem só o que Hananias falou. Ele falou que dentro de dois anos, o jugo do rei da Babilônia seria quebrado. Hananias falou isto com toda convicção "em nome do SENHOR". Mas isto aconteceu? De jeito nenhum! O jugo do rei da Babilônia somente foi quebrado depois de setenta anos (Jeremias 29:10)! Então, é possível alguém ser um pregador muito empolgado, um pregador que fala poderosamente, fazendo promessas lindas, um pregador que arranca aplausos. Mas isto não quer dizer que ele é um pregador que fala a Palavra do SENHOR.
Olhem o caso do profeta Jeremias. Ele era odiado, pois falava palavras que o povo não queria ouvir. Ele era um coitado, pois ele foi humilhado por Hananias. Ele se retirou, ferido e calado. Jeremias foi um fraco. Mas reparem! Observemos as palavras do profeta Jeremias. Ele recebeu a seguinte mensagem do SENHOR: "Vai e fala ao profeta Hananias: Assim diz o SENHOR: vocês continuarão servindo ao rei da Babilônia. Eu dei uma canga de madeira, mas agora vai ser uma canga de ferro. E você, Hananias, é mentiroso e enganou o povo: dentro de um ano morrerás". O que aconteceu? Nem passaram dois meses, e Hananias caiu e morreu.
Tenhamos cautela, e não sejamos ignorantes. Os nossos olhos podem ver o pregador mais poderoso do mundo, mas isto não significa nada. Ninguém deve ficar impressionado com qualquer show, seja um show de gritaria, ou um show de milagres ou um show de lágrimas ou um show de mentiras. Também não devemos ficar impressionados quando o pregador só fala o que o povo quer ouvir: promessas de paz, promessas de bênção e promessas de milagres, curas e riquezas. Numa época de crise e desemprego, muitos se aproveitam, pregando prosperidade e bênçãos, enganando até multidões. A nossa época é também uma época muito propícia a isso. Os problemas financeiros, de saúde, de educação são extremamente graves para grande parte da população. Existe um clima de insegurança muito forte. Mas que o povo de Deus não se engane! Que o povo de Deus não seja ignorante, mas conheça a santa Bíblia! Importa ouvirmos a pura e verdadeira Palavra de Deus, a qual nos orienta sobre os nossos pecados e sobre as nossas transgressões.
Importa ouvirmos a Palavra de Deus, que é soberano sobre as nações e os reis da terra. Importa ouvirmos a Palavra de Deus sobre a salvação que temos em Cristo Jesus, mediante a fé. Esta pregação da verdadeira Palavra de Deus é para aqueles que conhecem os seus pecados e as suas transgressões. Esta pregação da Palavra é para aqueles que amam Aquele que foi vaiado, expulso, torturado e morto na cruz e hoje vivo está. Ele, somente ele, e ninguém mais, veio para consertar a nossa vida. Por isso pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios.

Para o mundo tal pregação é uma demonstração de fraqueza. Para o mundo tal pregação não vai mudar nada na sociedade. O que o mundo quer é outra coisa: todos querem ouvir promessas lindas, seja de políticos, seja de pastores. Todos querem pregação de riquezas, pregação de milagres, pregação de curas. Qualquer engano é bem vindo, desde que seja doce. A nossa pregação é diferente. Nós não prometemos milagres. Nós não pregamos prosperidade e riquezas. A nossa pregação é a mesma do profeta Jeremias, que foi humilhado e perseguido. A nossa pregação é a mesma do apóstolo Paulo, que pregou com fraqueza, temor e muito tremor (1Coríntios 2:3). Pregamos a Cristo. Pregamos aquele que morreu por todos nós. É a pregação mais fraca que existe. É a mensagem mais difícil de entender. É a mensagem mais difícil de aceitar. Mas esta mensagem é verdadeira. Ela nos traz Cristo, o poder de Deus. Ela nos leva ao arrependimento para o perdão dos nossos muitos pecados. Esta mensagem é desprezada por muitos. Esta mensagem é um osso duro de roer. Pois quem quer ouvir alguém anunciando os seus pecados? Quem quer ouvir de pecados numa época em que muitos vivem estressados por causa de milhares e milhares de dificuldades e incertezas?
Mas esta é a mensagem que pregamos. É a mensagem da Palavra de Deus. Esta mensagem mostra todas as nossas fraquezas e falhas. Mas é a mensagem da salvação, pois ela nos leva à cruz de Cristo, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, mas poder de Deus para todos que foram chamados para a eterna glória.
Amém.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Predestinação

Martin Bucer (1491-1551)

A palavra grega proorismos significa literalmente "predeterminação”¹, mas a tradução comum é 'predestinação'. São Paulo, de fato, usa o verbo proorizein para significar duas coisas: primeiro, a eleição dos santos e sua separação do restante da massa poluída ² da humanidade perdida (o que a Escritura designa pela palava hibdîl, que é usada pelo Senhor quando ele fala da eleição do seu próprio povo para fora do resto das nações),³ e, em segundo lugar, a eleição dos santos antes mesmo deles terem nascido.4 Agora o objetivo do apóstolo nesta passagem (em Romanos 8), é nos ensinar que Deus nos destinou à salvação antes de nascermos, e muito menos antes que tivéssemos feito qualquer boa obra.


A partir deste fato, ele procede a demonstrar que este propósito de Deus para nossa salvação é fixo e imutável e não pode ser frustrado por qualquer uma de suas criaturas, porque Deus nos adotou por sua própria iniciativa e por sua própria bondade, a qual não pode mudar, e sem qualquer consideração por nosso mérito, que sempre oscila de forma desastrosa.




Por isso presciência, predeterminação e eleição 5 são neste momento, por assim dizer, uma e a mesma coisa, porque Deus nos escolheu em Cristo antes que a fundação do mundo estivesse estabelecida, tendo predeterminado pré-definido (proorisas) nos adotar como filhos.6


Predeterminação (proorismos), então, que chamamos vulgarmente de "predestinação", é aquele ato de designação da parte de Deus, segundo a qual em seu secreto conselho ele designa e realmente seleciona e separa do resto da humanidade, aqueles a quem Ele vai atrair para seu Filho, Jesus, nosso Senhor, e enxertar neles (tendo os trazido a esta vida a seu próprio tempo) [410], e a quem, quando assim atraídos e enxertados, Ele regenerará através de Cristo e santificará para cumprir seus propósitos. Isso, então, como eu disse, é a predestinação dos santos.


Há em adição uma predestinação geral. Proorismos significa simplesmente "pré-determinação", e Deus faz todas as coisas pelo seu predeterminado conselho, 7 atribuindo cada e toda coisa a seu próprio uso, e assim separando elas das outras coisas na medida em que seu uso é definido. Se você requisitar uma definição desta predeterminação geral, ela é a atribuição de cada coisa a seu próprio propósito, segundo a qual Deus, antes de as criar, destinou todas as coisas solidariamente da eternidade para algum uso fixo. Neste sentido, há ainda uma predestinação dos ímpios, pois assim como Deus os formou também a partir do nada, assim Ele também os formou para um fim definido.


Deus faz tudo com sabedoria, sem excetuar o predeterminado e bom uso dos maus 8, porque até mesmo os ímpios são skeuē ferramentas e instrumentos de Deus, e “Deus fez todas as coisas para seu próprio propósito, até mesmo o ímpio para o dia do mal”.9 Os teólogos, entretanto, recusam-se a chamar isso de “predestinação”, preferindo, ao invés, “reprovação”. 10 No entanto, Deus faz todas as coisas bem e sabiamente, e assim não faz nada exceto pelo desígnio escolhido. Ele deu a Faraó uma mente depravada e levantou ele com o propósito de demonstrar o seu poder ao puni-lo. E também odiou Esaú antes que ele tivesse feito qualquer coisa má.11


A Escritura fala em termos tão simples como estes. Na verdade, quem negará que quando Deus formou estes e todos os ímpios ele sabia de antemão, antes que os tivesse feito, o propósito para o qual pretendia usá-los, e que Ele os ordenou e os destinou para esses fins? Então, o que nos impede de chamar de "predestinação" também esses casos? De qualquer forma, Deus não falha em colocar nenhum dos ímpios para um bom uso, e em cada ato de pecado de nossa parte há uma boa obra de Deus. Mas tanto na presente passagem e em Efésios 1, o apóstolo usa a palavra proorizein quando lida com a certeza da boa vontade de Deus para com seus santos, e, portanto, a predestinação divina da qual ele está falando aqui é a marcação dos santos para a participação na salvação .


Essa, porém, não é a razão pela qual muitos afirmam a predestinação somente dos santos, e a reprovação dos ímpios, mas sim porque lhes parece indigno de Deus dizer que Ele tem pré-determinado alguém para a perdição. No entanto, a Escritura não se inibe de afirmar que Deus abandona certos homens a uma mente depravada e trabalha neles para sua ruína, 12 por que, então, é indigno de Deus dizer que ele também decidiu anteriormente abandoná-los a uma mente depravada e trabalhar neles a sua ruína? Mas é intolerável para a razão humana que alguns homens devam, por Deus, ser endurecidos, cegados e entregues a uma mente depravada, e isso é porque é um pensamento ímpio atribuir a Deus a predeterminação e a destinação de qualquer um desses destinos.


Porque o intelecto reconhece que entre os homens, uma pessoa que cegou seu servo e exigiu dele algum serviço que ele não poderia cumprir exceto com o uso da sua visão, e, em seguida, o castigou pelo não cumprimento das suas ordens, seria condenado como absolutamente injusto e cruel. Pelo mesmo critério o homem passa também a julgar a Deus, e decreta que é injusto da parte Dele exigir daqueles a quem Ele endurece, cega e abandona a um espírito de depravação, o tipo de obediência que nenhum homem pode ter, a não ser que para esse mesmo propósito o próprio Deus os regenere, ilumine e conceda um novo e reto espírito, e que é cruel da parte Dele punir esses homens por cometer o tipo de ofensa que é produzida por sua dureza, cegueira e depravação de mente.


A agitação ocasionada por este veredicto de nossa razão tem levado alguns a se desviarem e afirmar, contrariando inúmeras declarações explícitas das Escrituras Sagradas, que Deus iluminará e, no fim, salvará todos os ímpios.13 Outros, no entanto, têm mantido uma honesta e universal crença nas Sagradas Escrituras tem começado a interpretar “endurecido, cegado, entregues à depravação” em termos de “retirou seu Espírito de, permitindo que fossem endurecidos e cegados”. Mas nenhum curso pode satisfazer o intelecto humano, pois é incapaz de reconhecer a justiça com que Deus, mesmo que temporariamente, cega, endurece e entrega a uma disposição depravada os homens de quem ele demanda que seja em todas as suas partes reta e justa. Também não pode deixar de julgar desumano que Deus ainda permita que os homens caiam quando só ele pode salvá-los da queda, e cruel, que castigue os caídos quando, despojados de Sua ajuda, eles não poderiam levantar de seu estado.


Devemos, portanto, rejeitar o juízo da razão nesta área, e confessar que os juízos de Deus são "um abismo grande e inescrutável, mas justo”. Porque Deus é justo em todos os seus caminhos, mesmo quando diante de nossa razão, Ele pareça de outra forma.14 Portanto, devemos confessar que Deus justamente exige de nós uma vida santa, adornada com todas as virtudes, e justamente também endurece, cega e abandona [411] a um espírito da depravação quem ele quer, e ao final, justamente, os condena e pune, enquanto a nós é atribuída toda a culpa de nossa perdição.15


Conseqüentemente, uma vez que esta assentado que diz respeito a glória de Deus declarar que Ele endurece, cega e entrega a uma razão depravada quem Ele escolhe, será óbvio que pode também ser dito que Deus previu e ordenou todas essas pessoas para esse destino, antes de criá-los, pois ele faz todas as coisas de acordo com um plano pré-determinado e imutável. No entanto, deve ser observado neste ponto que para Deus o objetivo final, no caso daqueles que ele endurece e cega, não é a sua perdição. É para seu próprio fim e para sua glória que Deus faz todas as coisas, até mesmo “o ímpio para o dia do mal "e, portanto, as palavras do Senhor para o Faraó foram “Eu levantei você com o propósito de demonstrar meu poder em ti, para que meu nome seja anunciado em toda a terra”.16


De fato, em toda parte nas Escrituras a glória do Senhor, é declarada ser o objetivo de sua vingança dos ímpios. Portanto, ao proclamar a expulsão de todas as nações com terrível vingança, Isaías repete várias vezes a frase "só o Senhor será exaltado naquele dia" 17 Apesar disso, no entanto, o próprio Senhor alardeia o fato de que a perdição dos ímpios é para ele o objetivo imediato, quando os cega e endurece, 18 porque quando Ele está falando em Isaías 6 do endurecimento e da cegueira dos ímpios, acrescenta esta razão, “para que não se arrependam e sejam curados”. Assim também, no capítulo 9 da epístola aos Romanos, os ímpios são chamados “instrumentos da ira, formados e prontos (katērtismena) para a destruição" .19


A natureza da predestinação, então, deve estar clara agora. Em geral, é a divina atribuição de cada coisa a seu próprio propósito, mas a predestinação dos santos, que é o assunto do apóstolo aqui, é a eleição e destinação dos santos para a salvação eterna.


Agora a segunda parte de nossa investigação: por que nós deveríamos considerar a predestinação? O ensino de Philip Melanchthon responde a essa questão de forma muito fiel e devota: é somente a fim de que você possa estar mais certo da sua salvação e poder se agarrar mais firmemente às promessas de Deus.20 A primeira demanda que Deus faz a nós é crer que ele é Deus, isto é, o Salvador, de modo que quando nós o ouvimos convocando para si todos os que estão aflitos e angustiados, 21 nós nos apressamos ansiosamente para ele. Agora, se aqueles a quem Deus chama prestam atenção ao seu apelo, Ele certamente os tem predestinado e conhecido de antemão, e também os justificará e glorificará.


Portanto, o primeiro dever que você deve a Deus é crer que você foi predestinado por ele, porque a menos que você creia nisso, você representá-lo como fazendo uma brincadeira com você quando Ele te chama para a salvação através do evangelho. Porque pelo evangelho Ele convoca você à justificação e à compartilhar da Sua glória, mas essas coisas só podem ser experimentadas por aqueles que foram predestinados, conhecidos de antemão e eleitos para fazê-lo. Todas as obras de Deus são feitas em sabedoria e, portanto, pelo seu desígnio predeterminado. Conseqüentemente, se você duvida que você está predestinado, você também está obrigado a duvidar que você tenha sido chamado para a salvação, que você é justificado, e que, no final, será glorificado: o que significa que você é obrigado a duvidar de todas as promessas relativas à sua salvação e a duvidar do próprio evangelho, isto é, crer que Deus não te dará nada do que Ele oferece no evangelho. Porque é verdade que os crentes tem a vida eterna, e eles não podem duvidar que eles a tem mais do que duvidar da promessa do Senhor que "Aquele que crê em mim tem a vida eterna" .22


Desses comentários, então, será evidente que a razão pela qual nós e os outros devem refletir sobre a predestinação de Deus é que assim a nossa fé na promessa de Deus pode ser reforçada pelo reconhecimento de que, como o apóstolo aqui afirma, os santos podem ter certeza absoluta que aqueles a quem Deus predestinou, ele também chamará, justificará e glorificará, e aqueles a quem já chamou Ele tem, sem dúvida, também conhecido de antemão e predeterminado. Esse é o propósito por trás de cada menção feita pelo apóstolo sobre eleição e predestinação, onde quer que ocorra. Se nós ponderarmos cuidadosamente nisso no que diz respeito a nós mesmos, nossa confiança em Deus será aumentada e com ela o nosso amor por Ele e por todas as coisas boas, assim como, ao entretermos dúvidas quanto à nossa predestinação, juntamente com desprezo e inimizade para com Deus todo tipo de mal encontra uma entrada.


Portanto, devemos rejeitar como a fonte de todas as tentações nocivas à pergunta “nós somos predestinados?” Porque, como já dissemos, a pessoa que tem dúvidas sobre este ponto será incapaz de crer que foi chamado e justificado, o que significa que ele não pode ser um cristão. Nós devemos seguramente confiar, portanto, como fundamento da fé, que todos nós fomos conhecidos de antemão, predeterminados, separados do resto e escolhidos por Deus para este fim, para que possamos desfrutar a salvação eterna, e este é o propósito imutável de Deus. Portanto, devemos dirigir toda nossa atenção e preocupação [412] a nossa resposta a essa predestinação e chamado de Deus, para que possamos trabalhar juntos com Deus para a vida eterna, de acordo com a força que o Senhor já tem nos fornecido e para cujo aumento devemos orar sem cessar.


Mas talvez você esteja se perguntando sobre palavras tais como “Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”, e “Nem todo mundo que me diz: 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a minha vontade” .23 A primeira expressão que diz “Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”, refere-se ao fato de que muitos dos que são chamados através do evangelho, no entanto, não vêm a Cristo, porque não são eleitos. Quanto a ti, portanto, creia no evangelho e venha a Cristo.24 Então, doravante, não haverá nenhuma possibilidade de dúvida, no seu caso, de que você é conhecido de antemão, chamado segundo o Seu propósito, predestinado e eleito.


A outra expressão que diz, entretanto, “Nem todo que me diz: 'Senhor, Senhor'”, destina-se a estimulá-lo a um fortalecimento de zelo pela vontade de Deus, porque é por isso que o Senhor disse isso, e não a fim de gerar dúvidas sobre a sua vocação e eleição. Certamente, é verdade que por mais forte que seja o seu zelo por justiça, mais forte será para você e para os outros se tiver convicção de sua vocação e eleição, 25 porque um zelo ardente de justiça é assim o sinal de um dom de Deus a ser concedido apenas aos predestinados e eleitos. Assim, uma devoção séria à justiça é prova completa de que um homem é predestinado e eleito. Mas, como todas as nossas justiças são tão aleijadas e mutiladas, nós nunca poderíamos ter a certeza de nossa salvação apenas pelos nossos méritos (por não satisfazer a lei de Deus), a garantia da nossa predestinação e eleição deve ser procurada apenas na promessa e no chamado de Deus, e nossa atenção deve ser sempre dirigida para longe de nossa própria justiça, que por si só, é permanentemente uma abominação aos olhos de Deus, e dirigida para a promessa divina.


Por isso o versículo na Segunda Epístola atribuída a São Pedro- “Portanto, irmãos, sejam mais zelosos para confirmar a vossa vocação e eleição, pois se vocês fizerem isso isso vocês nunca cairão” - não deve ser entendido como se a estabilidade da nossa eleição e vocação dependesse em qualquer grau de nossas obras. Em vez disso, por sermos zelosos por boas obras nós cumprimos o propósito para o qual fomos chamados e eleitos, ou, melhor ainda, nos dedicamos a trabalhar juntamente com o Senhor para a sua realização. Por “vocação e eleição” aqui se entende a vida para a qual nós somos escolhidos e chamados, e assim as palavras seguintes “se vocês fizerem isso isso vocês nunca cairão”, equivale a estas palavras “Do caminho do Senhor, que é sua vocação e eleição, você nunca vai cair ", embora, naturalmente, devamos evitar isso pela busca sincera da piedade com a ajuda do Senhor.


Algumas passagens das Escrituras a fim de expor a hipocrisia e estimular o zelo por pureza nos convidam a examinarmos nossas próprias obras e testificam que sem um zelo genuíno para viver de forma a agradar ao Senhor, nós o invocamos em vão. Cada uma dessas passagens devem ser entendidas e consideradas por nós de tal forma que, abandonando a auto-confiança e contando todas as nossas justiças como nada, nós venhamos a, antes de tudo, reforçar nossa confiança na bondade divina e, em seguida, com os gravetos, assim, de uma sólida esperança em Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, ardentemente desejar nos tornar aceitáveis a Ele. Como resultado nós devemos prontamente ser estimulados a aspirar a um zelo inabalável em mortificar a nossa carne e buscar a justiça. Até o presente estas observações devem ser suficientes como as razões pelas quais devemos refletir sobre a predestinação de Deus.


A má-compreensão dos Santos Pais, por vezes, tem dado origem à idéia errônea de que nossas boas obras são em algum sentido, a causa da nossa predestinação, alegando que Deus prevê que seu povo abraçará a oferta da sua graça e fará uso digno de sua dádiva, e por esta razão os predestina e predetermina para a salvação. Mas isso é um erro que até mesmo São Tomás corretamente refuta, dizendo que nada de bom em nós é a causa da predestinação.26 O que, entretanto, Deus pode prever em nós, que venha a existir do nada, exceto aquilo que Ele determinou em sua bondade nos dar? Não há absolutamente nada em nós, portanto, que Deus poderia levar em conta ao nos predeterminar à salvação futura; Seu próprio prazer decide tudo o que Ele faz e nos dá.


Naturalmente, um efeito da predestinação se torna a causa de outra: a inspiração do Espírito Santo cria a solidez do juízo, um sólido juízo gera retidão de vontade, uma vontade reta produz santidade de conduta, e conduta santa obtém a recompensa que o Senhor, com sua bondade sem limites, concede. Mas todos esses são apenas o resultado da bondade imerecida de Deus. É estabelecido, portanto, que a nossa confiança de salvação deve ser reforçada pela consideração da predestinação, mas que a segurança da predestinação não deve estar depositada nas nossas próprias obras, mas na promessa divina. E assim [413], com o objetivo de confirmar nossa fé, a predestinação deve ser mantida continuamente em mente, mas nunca devemos permitir que dúvidas sejam lançadas sobre ela a partir de qualquer fonte.


A terceira parte de nossa investigação é saber se a predestinação anula a liberdade da vontade. Estaremos a falar mais longamente sobre o assunto em um capítulo posterior, 27, mas a reflexão sobre a natureza da liberdade da vontade e um firme domínio sobre os resultados da nossa presente discussão da predestinação deve deixar-nos sem qualquer dúvida sobre esta questão. Agora, a liberdade da vontade é a faculdade de agir segundo a própria escolha e decisão sem qualquer compulsão. Repare que eu digo “sem compulsão” e não “sem necessidade”, pois Deus de necessidade quer o que é certo e não pode querer de outro modo, e ainda assim Ele tem a maior liberdade de vontade.28 Nós também, ao final, desfrutaremos plena liberdade quando nós já não formos capazes de querer o que é mau e, necessariamente, querer o que é bom.


Liberdade de vontade, portanto, e livre vontade (isto é, autexousion) é a capacidade de agir de acordo com sua própria decisão, de modo que você age por sua própria iniciativa e não age de forma contrário a sua vontade de assim agir, e isso exclui qualquer poder que venha a compelir ou restringir você contra a sua vontade, mas não o dom de Deus de invariavelmente e necessariamente fazer o que é certo. Predestinação, como essa discussão terá deixado claro, é a divina assinalação dos santos para serem participantes da salvação eterna através de Cristo, o Senhor, Salvação, que por sua vez, significa o gozo, pela inspiração do Espírito de Deus, de discernimento perfeito e de se sólido juízo no que diz respeito ao que é verdadeiramente bom, e a busca dessas coisas com zelo incansável e persistente. Na verdade, na consumação da nossa salvação, quando cada erro e cada corrupção de nossa natureza for dissipada, seremos capazes de aprovar e depois procurar nada, a não ser o que é verdadeiramente bom.


Disso, portanto, se segue que, longe de destruir a liberdade da vontade, a predestinação só realmente a estabelece. Porque o Espírito da verdadeira liberdade que lhe capacita aprovar o bom por si mesmo e buscá-lo de sua própria escolha, por sua própria iniciativa, não sendo compelida por nada contra sua vontade, torna-se sua somente porque Deus tem conhecido de antemão e predeterminado você a ser inspirado e dirigido por este Espírito. Ela é dificilmente livre, de qualquer modo, para abraçar o mal ao invés do bem; ela é antes o erro e a escravidão de Satanás. A verdadeira liberdade, como Santo Agostinho escreveu sagazmente, é "fazer o que quiser e querer o que resulta por salvação” .29 


Estar na pressão de um espírito depravado e de um vergonhoso e eternamente ruinoso desejo para o mal é mais verdadeiramente cativeiro do que servidão, como ensina o apóstolo no capítulo 7 da Epístola. Na nossa loucura supomos que a liberdade implica a habilidade de aceitar ou rejeitar a vida de Deus, quando na realidade a sua rejeição é obra da miserável escravidão e cativeiro do pecado. A verdadeira liberdade da vontade consiste em viver de acordo com os mandamentos de Deus, de sua própria espontânea decisão e volição, e ainda com o mais vivo amor e zelo. Predestinação não pode destruir isso, uma vez que apenas a estabelece.


E assim isso também é agora claro, que a certeza da salvação, que é baseada na predestinação, em nenhum grau prejudica a liberdade da vontade, mas na verdade a aperfeiçoa. Como Santo Agostinho escreveu de forma tão verdadeira “Como Deus não pode cometer um erro, assim nenhum dos predestinados podem falhar em ser salvos" 30


Nossa discussão de um tema tão fértil foi muito breve. mas quem reverentemente ponderar sobre estas observações estará prontamente equipado sobre o assunto da predestinação tão bem que nada será escondido dele do que podemos saber sobre a predestinação para a promoção da piedade. Ao comentar sobre o próximo capítulo da Epístola, trataremos da inocência de Deus em relação a culpa de nossa perdição quando ele não nos predestina para a salvação, mas nos rejeita e endurece.31


Martin Bucer, “Predestination,” in Common Places of Martin Bucer, trans., and ed., D.F. Wright (England: Sutton Courtenay Press, 1972), 96-105. [Some reformatting; footnotes and values original; bracketed inserts original; some spelling modified; and underlining mine.]
___________________________
1Bucer’s word here is praefinitio, In view of the undertone of meaning attaching to predetermnation’, ‘foreordination’ might have seemed a preferable rendering, However, ‘predetmination’ preserves the mot meaning of the Greek which Bucer is anxious to bring out in hi Latin, and so we have used it consistently in this extract. The verb proorizein occurs in Rom. 8. 29 f.
2‘polluted mass’–colluvies.
3Bucer refers to Lev. 20. 24 ff. and Numb. 16.9.
4It is not completely clear whether Bucer ascribe to Paul two different meanings of proorizein or is speaking. of two aspects of one meaning. If rte former seems more likely, it is then difficult to imagine how he would have divided Paul’s uses of the verb (Rom. 8. 29 f.; Eph. 1.
5praescire, praefinire, praeeligere.
6Eph. 1.4 f.
7Cf. Acts 2, 23; Eph. 1. 11.
8. . . omnia, nihil non ad malorum, praefinitum, et bonum usum (?).
9Rom. 9. 22, Provo 16.4.
10Cf., for instance, Peter Lombard, Sentences 1. 40. 1, 4 (PL 192, 631 f.), Aquinas, Summa Theol. 1. 23. 3, Summa contra Gentiles 3. 163. This was also true of Duns Scotus and William of Occam, and of Gabriel Biel; see H. A. Oberman, The Harvest af Medieval Theology: Gabriel Bid and Late Medieval Nominalism, 2nd edit., Grand Rapids, 1967, pp. 187 f.
11Cf. Rom. 1. 28, 9.17,13, Mal. 1. 2 f.
12Cf. Rom. 1. 24, 26, 28, and perhaps also Rom. 9.22, 11. 7 ff., 1 Pet. 2. 8, Jude 4.
13Several of the leading figures in the ‘Radical Reformation’ believed in at least the possibility of the ultimate salvation ‘Of all men, and even of demonic beings as well (cf. G. H. Williams, The Radical Reformation, London, 1962, pp. 843 f.). Conspicuous among these were Hans Denck (who was opposed by Bucer over his belief inter alia in universal salvation when he took refuge in Strasbourg for a short period late in 1526 (ibid., pp. 159 f., 252, with literature noted there; Eells, p. 581; the universalist tendency in Denck’s thought can be observed in convenient translation of his Whether God is the Cause of Evil by Willams in LCC 25, 86-111), Sebastian Franck, Melchior Hofmann and Balthasar Hubmaier. Such Anabaptist exponents of the doctrine of apocatastasis were not above appealing to the speculations of Origen in the same direction. Further documentation of this aspect of the confrontation with the Radicals in Strasbourg can be consulted in Krebs-Rott, of. Index s.v. ‘Wiederbringung’, 2, p. 541.
14Cf. Ps. 36. 6, Rom. 11. 33, Ps. 145. 17.
15At this point Bucer refers to his discussions of this subject above on pp. 70-3 of the Commentary (on Rom. 1. 24), and below on pp, 455-60 (On Rom. 9. 18).
16Rom. 9.17, quoting Exod. 9.16.
171sa. 2.11,17; cf. 19, 21.
18At proximum tamen finem, perditionem malorum sibi esse, dum excaecat et indurat eos, Dominus ipse gloriatur. Cf. Isa. 6. 10.
19Rom. 9. 22.
20Cf. Melanchthon, Loci Communes, 1535, soo. ‘On Predestination’ (CR 21, 451 ff.).
21Cf. Matt. 11. 28.
22John 3. 15.
23Matt. 22. 14, 7. 21.
24Tu ergo crede Evangelio et venisti. Cf. Augustine, credendo venisti; crede et venis; crede et manducasti, etc. (Sermon 30.10, CCL 41, 389; Sermon 131. 2, PL 38, 730; Homiles on John’s Gospel 25. 12, CCL 36,254). Similar formulae are frequent in Luther.
25Cf. 2 Pet. 1. 10.
26Aquinas, Summa Theol. 1. 23. 2, 5.
27I.e., pp. 460-5 Of the Commentary, on chapter 9. 14-21 on the Epistle, translated in this volume, ch. 5.
28The same distinction between sinning of necessity and sinning by compulsion was made by Luther (The Enslaved Will, W A 18, 634) and Calvin (Institutes 2. 3. 5, LCC 20, 294 ff.)
29These words do not appear to be a direct quotation from Augustine. For statements that are more or less close to Bucer’s words of. Homiles an John’s Gospel 41. 8, 10 (CCL 36, 362 f.), The Grace of Christ and Original Sin 1. 14 (CSEL 42, 137), Grace and Free Will 7 (PL 44, 886), The Perfection of Man’s Righteousness 4 (9) (PL 44, 295 f.), Unfinished Work Against Julian 1. 86, 93, 3. 120 (PL 45, 1105, 1110, 1298).
30 ‘words which we cited a short while ago from his work Rebuke and Grace‘, i.e., Rebuke and Grace 14 (PL 44, 924), quoted by Bucer on p. 405 of the Commentary an Romans (1562 edition).
31See n. 15 above.

EM BUSCA DE NOVAS ALMAS PARA CRISTO JESUS


Missionário Márcio A. G. de Brito

Atualmente sou missionário da Igreja Presbiteriana do planalto em Garanhuns estado de Pernambuco e dou assistência a congregação de Serra grande, município de lagoa do ouro, congregação essa da I. P. do Planalto que tem como Pastor efetivo o Rev, José Ernando Pereira de Vasconcelos.
Este Blog tem como objetivo mostrar um pouco mais sobre missões e o que estar acontecendo no mundo missionário. As dificuldades, sofrimentos, as vitórias e principalmente as alegrias.
Sempre busco mostrar um pouco do que acontece nas igrejas e campos missionários, caso tenha algo que queira divulgar entre em contato conosco.
Nossa idéia é que este Blog seja inteiramente dedicado a missões.
Agradeço e louvo a DEUS pela sua imensurável misericórdia e a todos os que fazem missões, sem nunca deixar a lembrança de cada um dos meus mestre do Curso de Preparação de Obreiros – CPO - IBN-NE.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO PAPADO


A autoridade monárquica do papa, hoje muito patente sobre a Igreja Católica Romana, é fruto de um longo processo. De um bispo igual aos outros, o de Roma passa a ser o primeiro entre os demais e finalmente cabeça incontestável da Igreja. Sem dúvidas que uma série de elementos contribuiram para este desenvolvimento. Para citar alguns dos mais óbvios temos: Uma linha contínua de bispos ortodoxos, com poucas excessões, nos séculos de formação e expansão e poder. Vários papas de grande envergadura, dos quais devemos citar: Inocêncio (402-417); Celestino (422-432); Leão I (440-461); e Gregório I (590-604). Também ajudou a situação caótica da administração do Império no oeste, dando oportunidade aos papas não só escaparem da tutela do imperador, como também serem elevados ao nível de representantes deste. Ajudou também o uso, devido ou não, dos escritos de Irineu e Cipriano que destacavam a primazia de Roma. Mais tarde seriam acrescentados os documentos falso, tais como a "Doação de Constantino"e os "Decretos de Isidoro". Ao mesmo tempo construiram sobre o conceito agostiniano da Cidade de Deus, sendo esta dirigida da nova Jerusalém, Roma. E por último, a conversão do povos quer posteriormente formariam a Inglaterra, França, Alemanha e o norte da Italia foi estritamente ligada ao apostolado da Igreja de Roma.

1.Até Constantino

Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma foi fundada por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde então. Oscar Cullmann, teólogo protestante, examina detalhadamente a questão de Pedro ter estado em Roma. Conclui que estava lá e lá foi martirizado. Nega entretanto que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subsequentes.. Também temos que Inácio, em princípios do II século, escreveu aos cristãos em Roma. Endereçou a carta à Igreja e não a seu bispo. Todas as outras cartas de Inácio são endereçadas aos bispos das Igrejas. A diferença é significativa.

A lista dos primeiros bispos consta destes nomes: Lino, Cleto ou Anacleto, Clemente (91-100), Evaristo, Alexandre(109-119), Sixto I (119-127), Telesforo (127-138), Higino (139-142), Pio I (142-157), Aniceto (157-168), Soter (168-177), Eleutero (177-193). Estas datas são aproximadas e temos poucas informações do seu pontificado.

Vitor (193--202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além das fronteira de sua igreja.

Cipriano. Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão, contribuiu bastante para fortalecer a autoridade do bispo de Roma. Defendeu as reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto colocar o papa sobre os demais bispos.

Estevão (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano quanto ao cálculo da data da páscoa.

Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste período foi a crescente prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou incorporadas num sistema diocesano. Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário das igrejas mães.

2.De Constantino a Gregório Magno

A oficialização da Igreja trouxe em seu bojo rápido desenvolvimento hierárquico. O declínio do Império e sua queda no oeste acelerou ainda mais este processo, particularmente em relação as igrejas ocidentais. Constantino se considerava bispo e até bispo dos bispos em coisas formais e até doutrinárias. Sem sua permissão não se pode reunir um sínodo. sua atuação preparou o caminho para o bispo de Roma se tornar "a episcoporum", como o foi a remoção do governo à Constantinopla.

Roma surge como árbitro entre as igrejas. No conflito entre os arianos e Atanásio, este contribuiu para fortalecer Júlio por ter recorrido ao bispo de Roma, pedindo que convocasse um concílio. Esta e outras questões entre as igrejas do leste e da África foram exploradas pelos papas para fortalecer suas próprias posições. Logo que Damasso foi eleito papa (366), Valentinian e Gratian promulgaram um edito que versava que o bispo de Roma deve ouvir e resolver disputas entre outros bispos. Assim questões religiosas seriam resolvidas pelo "sumo-pontífice"de religião e não pelos magistrados civis.

Siricius (354-398). Conseguiu que um concílio realizado em Roma decretasse que nenhum bispo deve ser consagrado sem o conhecimento e consentimento do bispo de Roma. Mesmo que seja um decreto falso, é muito antigo e exerceu grande influência.

Inocêncio I (402-417). Demonstrou grande ousadia em explorar as reivindicações de Roma, exigindo submissão universal a sua autoridade. Nomeou Rufo bispo de Tessalônica. É a primeira vez que um bispo de Roma nomeia bispo para Iliricum. Insistia que era a obrigação de todas as igrejas ocidentais se conformarem aos costumes de Roma. Afirmava que todas as questões eclesiásticas no mundo devem ser, por direito divino, remetidas à sé apostólica para lá serem decididas. Esta nova reivindicação foi imediatamente rejeitada pelas igrejas da África. Mesmo assim , é a Inocêncio I que a eventual grandeza da Sé de Roma é devida.

Celestino (422-432). durante o exercício do seu papado foi resolvido a mui agitada questão do direito de apelar a Roma decisões nas províncias. Celestino manipulou as questões de uma maneira que sempre saia ganhando o prestígio de Roma, até o ponto de dispensar os cânones de um concílio geral (questão da transferência de bispos de uma sé a outra).

Leão I (440)-461). Homem humilde, insistia que era sucessor de Pedro e que não se pode infringir a autoridade deste. Conseguiu do jovem e fraco imperador Valentino III um edito em que este reconhece a primazia da sé de Pedro e insiste que ninguém pode agir sem a permissão desta sé. No Concilio de Calcedônia (451) os delegados de Leão condenaram um bispo em nome dele, como se fosse por autoridade dele. A este mesmo concílio Leão reclamou bastante porque em um dos seus cânone Constantinopla é elevada ao nível de Roma em direitos e privilégios. A estatura de Leão foi bastante fortificada quando conseguiu interceder com o inimigo e assim salvar Roma em 455 de ser destruída pelos vândalos.

Gregório I (589-604). Possivelmente o maior papa deste período. filho de um senador, adotou o costume monástico. Pretendia ser missionário aos ingleses quando foi consagrado papa aos 49 anos de idade. Reclamou que Máximo foi eleito patriarca de Constantinopla no lugar de seu candidato e suspendeu todos os bispos que o consagraram sob pena de anátema de Deus e do apóstolo Pedro. Repreendeu o patriarca de Constantinopla por ter assumido o título de bispo ecumênico. Eventualmente Máximo foi humilhado pela pressão de Gregório e teve que submeter-se a Gregório.
Fonte: Blog presbiterianos calvinistas

Recomendamos a leitura de: Cairns, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. p.127-136

Por que o homem não é capaz de voltar para Deus?

 
"Suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus. Um espírito de prostituição está no coração deles; não reconhecem o Senhor”. Os 5:4
As duras palavras ditas por Deus através do profeta era dirigida aos religiosos, ao povo em geral e à família real, sem deixar ninguém de fora: “Ouçam isto, sacerdotes! Atenção, israelitas! Escute, ó família real! Esta sentença é contra vocês” (Os 5:1). As terríveis consequências da Queda não desviam de nenhum filho de Adão. “Todos pecaram e separados estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Mas o texto nos mostra que o problema com o pecado não é apenas sua extensão, atingindo a todos os homens, mas também a profundidade em que penetra em cada ser humano, afetando todas as suas faculdades.
As obras impedem de voltar para Deus, Is 59:2
O proceder do homem natural é corrompido de tal forma que ele só faz pecar e pecar. Nem mesmo uma reforma exterior ele pode apresentar de forma consistente, pois “suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus” (Os 5:4a). A prática do pecado se torna um hábito tão natural que o homem quase nunca percebe que sua natureza está dominada pelo pecado. Não raro as pessoas consideram seus pecados como sendo falhas desculpáveis, e as vezes os defendem como uma virtude. Na verdade, estão tão acostumados aos seus pecados quanto se acostumaram à cor da pele. “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal” Jr 13:23.
Contrariando os profetas citados, os homens acreditam que é tudo uma questão de escolha, que basta ao homem preferir o bem que é capaz de fazê-lo. Chamam a essa capacidade de livre-arbítrio. Porém, a Escritura não oferece nenhum respaldo a essa filosofia humanista, quando diz que “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3:12). Isto é corroborado pela observação e a experiência de cada um, que não consegue encontrar um só homem na história que tenha superado sua inclinação para o mal e vivido sem pecar. E quando olhamos para nós, temos que confessar que o “porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19).
O coração é dominado pelo pecado, Mc 7:21-23
Num nível mais profundo, o pecado domina o coração das pessoas, “um espírito de prostituição está no coração deles” (Os 5:4b), diz o mensageiro do Senhor. No Gênesis o diagnóstico divino sobre o coração humano era de que “toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6:5) e que tal condição não exclui nem as crianças, pois “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8:21). As palavras de Salomão sobre o ímpio de que “há no seu coração perversidade, todo o tempo maquina mal” (Pv 6:14) não se aplica apenas a Hitler e a quem esquarteja namoradas, mas também a pais de famílias honestos, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso” (Jr 17:9).
Não é o homem que determina como seu coração deve ser, mas o coração é que determina como o homem é, “porque, como imaginou no seu coração, assim é ele” (Pv 23:7). Um homem sempre procederá de acordo com a natureza de seu coração. Se este for endurecido e mau, então tal pessoa resistirá ao Espírito e procederá de forma contrária à lei de Deus. Por isso que as pessoas dos dias de Oséias não podiam voltar para Deus, pois seus coração estavam dominados por um espírito de prostituição e dominavam o comportamento deles. E é por isso que o homem moderno não pode converter-se a Deus, pois a natureza de seu coração é má e o incapacita para o bem.
O pecado cega o entendimento, 1Co 2:14
O pecado afeta também a mente do homem, cegando-o para as coisas de Deus. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Ao invés de se voltar para Deus “o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição” (Os 4:14), ainda mais que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1:28). Outro profeta descreve a cegueira do povo como sendo pior que a dos animais, pois “o boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1:3).
Como “tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:5), não são capazes de compreender a mensagem do evangelho. Precisam, antes, ter “iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1:18), do contrário sua mente irá das trevas presente para as trevas exteriores, sem conhecer a luz do Senhor.
Conclusão
O livre-arbítrio como capacidade do homem se voltar para Deus é uma mentira de Satanás, que assim perverte o evangelho, levando homens a torná-lo persuasivo a defuntos. Pois os pecadores não experimentam outra realidade senão o pecar, tornando a rebelião a Deus um hábito que não podem mudar. Além disso, seu coração que determina suas ações é fonte de toda sorte de males, sendo enganoso e perverso, portanto desinclinado às coisas de Deus. E sua mente é corrompida de tal forma pelo pecado que o evangelho lhe parece loucura indigna de crédito, só aceitando naturalmente se a mensagem for modificada de tal maneira que não se pareça em nada com o evangelho da glória de Deus. Diante disso, eles até “voltam, mas não para o Altíssimo” (Os 7:16). Igrejas lotam, mas corações continuam vazios de Deus, ocupados somente com a prostituição espiritual “porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus” (Os 4:12).
Soli Deo Gloria
Extraído do blog 5 calvinistas
Clóvis Gonçalves é blogueiro do Cinco Solas e escreve no 5 Calvinistas às segundas-feiras.

PES – PROGRAMA DE EVANGELIZAÇÃO DO SERTÃO


O ministério Sal da Terra realizou mais um PES – Programa de Evangelização do Sertão. O projeto missionário de férias aconteceu no período de 04 a 10 de Julho no Sertão do Rio Grande do Norte nas localidades seguintes: Nas cidades de Acarí e Jardim do Seridó. Alcançamos também as comunidades Viração, Currais Novos e Caatinga Grande. O projeto contou com a participação de pessoas vindas de diversas cidades do RN e um grupo de pessoas vindas do estado do Pernambuco.
A abertura aconteceu no domingo, na cidade de Acari com o culto de apresentação e boas vindas aos missionários voluntários. No primeiro dia de atividade alcançamos um bairro da periferia de Acari. Fizemos pesquisa religiosa e evangelizamos de casa em casa; no final da tarde foi realizado o trabalho com as crianças. À noite houve o culto de louvor para a comunidade visitada e apresentamos o filme “socorro” da ame evangelizar. Da terça-feira ao sábado pela manhã realizamos as atividades em Jardim do Seridó e nos Povoados já mencionados. Além das atividades relatadas, apresentamos o Filme “Socorro”, em escolas, nos povoados e em bairros das cidades. Apresentamos peças teatrais em cultos ao ar livre e na feira para diversas pessoas. Neste período houve várias decisões, mas as decisões mais convictas foram no Povoado Caatinga Grande.
Estatísticas:
1 - Casas visitadas, pesquisadas e evangelizadas. 290
2 - Apresentação do filme “socorro”.
O filme “Socorro” foi exibido nove vezes, quatro em escolas, uma em um Bairro de Jardim do Seridó, uma vez no povoado em Caatinga, uma no povoada Currais Novos e uma vez em Acarí. No total quase mil pessoas assistiram ao filme.
3 – Programações com Crianças.
Foram feitas programações com crianças quase todos os dias em todas as localidades em que o projeto foi realizado e destacamos que fizemos programações em uma creche com a participação de muitas crianças e professores.
4 – Cultos ao ar livre.
Muitos cultos foram realizados com a participação de diversos visitantes de todas as idades, homens e mulheres.
5 – Novas visitas e decisões.
Muitas pessoas aceitaram receber novas visitas, estudos bíblicos e ainda outras fizeram decisões que estão sendo acompanhadas pelos missionários e crentes das congregações parceiras do projeto.
No Sábado a noite do dia 10 foi o encerramento do projeto com uma grande festa em Acarí. Muita comunhão, louvor e celebração a Deus.Contamos com a presença de várias pessoas da cidade de Acari, caravanas de Igrejas da região, pessoas de Natal, pastores, missionários e líderes de muitos lugares e denominações diferentes.
O evento contou também a participação da banda Candeeiro Santo de Natal, dos cantores Chaguinha, Laércio Lins, Renatinho de Jesus, Marcos Fernandes e da banda Sal da Terra. A palavra foi ministrada por Marcos sal da Terra.
Agradecemos a cada um que esteve de forma direta e indireta contribuindo e ajudando para que mais um projeto missionário de férias fosse possível acontecer. A todos a nossa gratidão e a Deus toda honra e GLÓRIA!
Vejas fotos no nosso blog:
www.saldaterrarn.blogspot.com
Pela redenção do Sertão
Pr. Silvany Luiz da Silva

CONHEÇA MAIS ESSE TRABALHO NA COMUNIDADE "SAL DA TERRA" NO ORKUT
Banda Sal da Terra de músicas evangélicas e ritmos nordestinos. De belíssimas letras.
Garanhuns-Pernambuco.

E vejam abaixo o NOVO cd (7o.)

Site: www.bluenet.com.br/saldaterra
Vejam um clip da música "Coração Nordestino" no site:

http://www.ajudeosertao.com.br/
REGRAS PARA COMUNIDADE:

*Data e local de eventos, favor colocar em Eventos.
E passado a data do evento apagar-se-á o anúncio.

*Propagandas e endereços de outras comunidades serão apagadas se nada tiverem similar com os objetivos da comunidade.

* Envio de mensagens para todos os usuários da lista está desabilitado

*Tópicos anônimos não serão mais aceitos. Os que haviam foram feitos novos tópicos e colocadas as participações já feitas desde 2005.

Abraços amigomanos e participem com as atualizações de nossa comunidade.

Amigamana Ellis.

Josué 1:8

A IGREJA PRESBITERIANA DO PLANALTO COMEMORA O DIA DO PRESBITERIANISMO NACIUONAL E DAS MISSÕES


A I. P. do planalto comemorou o dia do Presbiterianismo Nacional e de missões com culto festivo. Estiveram presentes alunos do Instituto Bíblico do Norte – IBN, onde os mesmo apresentaram um jogral sobre missões, seguido de louvor e muita adoração ao Rei dos Reis; teve sua continuidade com o Miss. Márcio Brito fazendo um rápido e detalhado relatório sobre a Congregação de Serra Grande, logo após o Rev. José Ernando pastor efetivo deixou sua palavra sobre missões, a igreja e aos alunos do referido Instituto. Onde o deixou claro que missões começa após o amém, se começa com nosso vizinho, colega de trabalho e se estende aos mais diversos lugares da terra...
Para finalizar além dos comes e bebes, foi comemorado o aniversário da Miss. Iale Brito.


O missionário Márcio Brito faz um rápido relatório da Congregação de Serra Grande, e deixa uma palavras aos presente.







Nas comemorações no salão anexo da Igreja não poderia de faltar a presença deste tão nobre e ilustre funcionário do IBN o tão amado "Tio Neno" como é chamado a muito tempo por vários alunos, esteve presente.
Deus abençoe a vida do irmão Neno!



As mulheres como sempre fizeram gostosos lanches e não poderiam deixar de serem mostradas.







A turminha animada e futuros plantadores de Igrejas do IBN fazem foto para lembrança da amada irmã Iale que é amada por eles. Parabéns Miss. Iale...





Iale recebe o bolo de seu aniversário de sua enteada Amanda, que segura para sua "Boadastra" como assim a chama crariosamente, para ela soprar as velhinhas.





Não podia deixar passar este momento.
"A mim, só tenho que agradecer a imensurável misericordia de DEUS sobre nossas vidas, ela faz aniversário e quem guanha sou eu. Parabens amada esposa!" Márcio Brito




É motivo de muita alegria em saber que somos uma igreja que ainda pensa em missões, mesmo leigo mais já vi muitos serem formados no IBN e sinto falta de muitos que estão hoje longe, mais felizes porque fazem a obra de DEUS, então vamos comemorar!
Tio Neno,




É festa e a comunhão contia... Aleluia!!!







O Rev. Ernando sempre com sua simpatia, sem falar em sua constante presenças em todas as atividades da igreja e sempre trazendo alegria a todos.