Artigo de Carlos António da Rocha
19 de junho de 1834 • Nasce Charles Haddon Spurgeon, o Príncipe dos Pregadores
Charles Haddon Spurgeon, comummente referido como C. H. Spurgeon foi um ministro batista influente na Inglaterra. Spurgeon nasceu em Kelvedon, Essex, em 19 de junho de 1834, e participou da tradição não-conformista desde a sua mais tenra infância. O seu avô, James, e o seu pai, John, foram ministros de congregações independentes. Passou os anos da meninice no lar do seu avô, tendo frequentado as escolas de Colchester e de Newmarket.
Ainda que tivesse sido criado como independente, converteu-se em 6 de janeiro de 1850, aos quinze anos de idade, numa primitiva capela metodista, foi batizado e afiliou-se a uma igreja Batista em maio de 1850. Em 1850, matriculou-se numa escola perto de Cambridge e tornou-se membro ativo duma igreja Baptista. Com dezasseis anos de idade, pregou o seu primeiro sermão numa casa de campo em Teversham, perto de Cambridge. Em 1851 já estava pregando regularmente numa congregação Batista em Waterbeach, uma aldeia perto de Cambridge.
Em abril de 1854, aceitou um convite da capela Batista situada na Rua New Park, em Londres, iniciando um frutuoso ministério que durou trinta e oito anos. De início, recebeu alguma publicidade desfavorável, por causa da sua falta de escolaridade formal e das suas origens rurais. Porém, a congregação começou a crescer, e logo ele estava pregando em Exeter Hall enquanto o edifício da igreja era aumentado. Depois, alguns membros da igreja alugaram o Auditório Musical de Surrey Gardens, e, com vinte e dois anos de idade, Spurgeon era, talvez, o pregador mais popular e famoso dos seus dias.
Em 1861, foi edificado o Tabernáculo Metropolitano nas Ruas Elephant e Castle, uma igreja com assentos para seis mil pessoas. O prédio já tinha sido totalmente pago quando a congregação ocupou o local, e Spurgeon ministrou ali ininterruptamente até à sua morte. O tabernáculo tornou-se um centro para a vida religiosa da área e abrigava um seminário para pastores e uma sociedade de colportagem que enfatizava a distribuição de literatura religiosa. A congregação crescia anualmente, e calcula-se que catorze mil novos membros tenham sido acrescentados durante o ministério de Spurgeon.
Spurgeon casou-se com Susannah Thompson em 1856, e tiveram dois filhos, Charles e Thomas. Na política, Spurgeon era um liberal, e apoiava o Partido Liberal-Unionista que se opunha a um governo independente para a Irlanda. Rejeitou o título de "reverendo" por questões de princípios e recusou-se a ser ordenado. Tinha uma vida abastada, mas era generoso com os necessitados e foi responsável pela fundação de um orfanato em 1867. Morreu em Menton, na França, em 31 de janeiro de 1892, depois de uma enfermidade prolongada.
Spurgeon foi produto da sua criação calvinista, e o Tabernáculo Metropolitano era o centro da atividade não-conformista durante as décadas de 1870 e 1880. Orgulhava-se do facto da sua teologia calvinista não ter mudado durante os seus anos de ministério, e dizia que suas raízes remontavam até Paulo, Agostinho, Calvino e João Knox. Um dos seus muitos biógrafos descreveu-o como um herdeiro dos puritanos.
Foi envolvido em controvérsias doutrinárias em pelo menos duas ocasiões. Em 1864 pregou um sermão contra o batismo das crianças, e ofendeu um grande grupo de evangélicos que antes o apoiavam. Travou-se uma guerra de panfletos e, em seguida, Spurgeon retirou-se da Aliança Evangélica, um grupo apoiado pelo partido do baixo conceito da igreja, na Igreja Anglicana. Em 26 de outubro de 1887, retirou-se da Convenção Baptista, apontando aquilo que considerava aberrações doutrinárias. Estava especialmente preocupado com os desenvolvimentos na crítica bíblica moderna, e com a falta de ênfase na divindade de Cristo. Essa controvérsia do declínio, como era chamada, ocorreu perto do fim do seu ministério e levou-o a escrever muitos panfletos, um dilúvio de artigos de notícia, e à redação de uma infinidade de cartas.
Um escritor prolífico, Spurgeon publicou aproximadamente 2241 dos seus sermões durante a sua vida, e, ao todo, foram publicados 3800. A partir de 1865, editou uma revista mensal chamada ‘The Sword and the Trowel’ ("A Espada e a Pá"). A sua ênfase primária sempre se focalizou na evangelização. Ainda que fosse criticado frequentemente por não ter recebido treinamento formal numa faculdade, os seus sermões revelavam que ele era um leitor inveterado, e a sua biblioteca pessoal continha mais de dez mil volumes.
Bibliografia :
A. R. Mereciith, "The Social and Politicai Views of Charles Haddon Spurgeon" (Diss., Michigan State University);
C. H,Spurgeon'sAutobiography, 4vols;
G. H. Pike, The Life and Work of Charles Haddon Spurgeon, 6 vols.;
W. Smith, The Best of C. H. Spurgeon, 9-19.
Várias enciclopédias e artigos de internet.
FONTE:
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