quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Qualificação de um Presbítero: Parte I

Francisco Martins da Silva

A qualificação de um titular é, imperativamen­te, da razão direta da dignidade do cargo. Quanto mais elevado, quanto mais prestante, tanto maior a exigência de títulos creditórios.
As considerações dos capítulos anteriores falam enfaticamente neste quarto capítulo. E crendo que o presbiterato é um ofício altamente digno, ou o preenchemos com homens altamente credenciados, ou desmentimos a premissa com a investidura de pessoas menos recomendáveis.
Essas ligeiras considerações cabem maravilho­samente no título da nossa tese, isto é, o presbítero funciona nas igrejas presbiterianas. É peça atuante em nossos concílios, é pessoa ativa em nossas organizações eclesiásticas. Não é figura de ornato na composição dos quadros administrativos da Igreja, nem é posto de honraria, apenas.
O presbiterato é uma oficina de trabalho, no qual se é iniciado pelo Espírito Santo. É uma função na qual se é investido pela vontade de Deus na qual se deve permanecer para a glória de Deus, no apascentamento dos rebanhos do Senhor.
A vitalidade de uma igreja local depende da operosidade dos presbíteros, como auxiliares dos ministros, mais do que do próprio pastor.
"A Igreja existe para servir e não para ser ser­vida", pondera James Moffat e "para governar e não para ser governada". Serviço e governo são atribuições para as quais Deus convoca homens que queiram trabalhar, e não homens que desejam receber honrarias do rebanho.
O presbítero é da igreja e não do pastor, assim como o pastor é da igreja e não de concílio. O presbítero é da igreja e para a igreja, daí o exato da escolha, em vez da nomeação. Daí, ainda mais, uma qualificação apropriada a garantir um fiel desempenho da função.
Sem ser honraria, como dissemos, o presbiterato é, no entanto, uma cargo dignificante. Assim o entendiam os escoceses, em cujos modelos se orienta o presbiterato moderno principalmente o das Igrejas brasileiras. Diziam eles:
"O desígnio originário do ofício de presbítero era ajudar o pastor no exercício da disciplina e do governo; portanto, e, em virtude disso, os titulares desses cargos chamavam-se presbíteros regentes. No desempenho dos numerosos e difíceis deveres do ofício ministerial, pareceu aos nossos ancestrais sábio e conveniente que o pastor recebesse a assistência do povo dentro dos limites das srias aptidões. Porisso, ficou deliberado que em cada paróquia ou congregação se escolhesse um certo número, de entre os membros mais judiciosos e respeitáveis dela, para ajudarem os ministros com os seus consensos e cooperarem com eles no gabinete local, devendo o pastor com eles se consultar e resolver os assuntos que afetarem os interesses da religião e da igreja"[1]
Ao pensar em qualificações para o cargo, convém dizer-se que a política presbiteriana é pela valorização, respeito, dignificação e produtividade do presbítero e pela elevação do ofício, considerado de origem divina. O campo de ação do presbítero é, pois, de grande amplitude e o homem que é investido no presbiterato precisa estar apto a desenvolver atividades fora do comum na congregação dos fiéis.
O  Livro de Ordem da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos declara, entre outras disposições relativas ao ofício de presbítero, o seguinte:
"Compete ao seu ofício, individual e coletivamente, vigiar diligentemente pelo rebanho entregue aos seus cuidados, de tal forma que nem a corrupção da doutrina nem a da moral penetre na igreja".
É inadmissível que a divina autoridade do cargo fosse conferida indiscriminadamente. Um Deus sábio, como é o nosso Deus, é um Deus, também, de ordem. Ao inspirar ao homem a instituição do presbiterato — que continuaria as tradições do ancianato, — só poderia ter feito obra completa sugerindo a forma em que se modelariam os ocupantes do cargo e normas de conduta que o dignificassem. Foi na inspiração divina que se verificou que o presbítero precisa reunir qualidades tais como:
1 — espiritualidade  para  promover  o   crescimento espiritual do rebanho; "quando nos sa  alma  progride, nossa  obra  progride" (183);
2 — conhecimento da Palavra   de   Deus para dar a razão de sua fé. Não seria ser um teólogo para discutir eruditamente, mas ser capaz de realizar a obra de Priscila e Áquila, com uma igreja em sua casa, nem sempre assistida pelo ministro; o presbítero deve ser um investigador da verdade;
3 — bom senso;   homens  cheios de  arestas e pugnacidade criam problemas para a igreja e para os concílios. O bom senso infunde espírito prático e realizador;
4 — bom trato e prestabilidade, condições necessárias a um contato benéfico com os crentes;
5 — experiência com os altos e baixos da vida para ser humano com os irmãos, ter simpatia, e regozijar-se com os que se regozijam e chorar com os que choram;
6 — ser   prudente;   não   alimentar "cochichos congregacionaís"; preocupar-se com as causas e não com os causadores de proble­mas;
7 — não fechar suas portas aos crentes; a casa do presbítero deve ser a de suas ovelhas; é esta uma boa maneira de ser útil ao rebanho.
Escrevendo ao presbítero Timóteo, (I Tim. 3) S, Paulo, naquele estilo positivo e franco, dã as medidas exatas da estatura de uma pessoa em condições de entrar no presbiterato; essas medidas, que parecem obedecer a uma escala crescente, são as seguintes:
  1. no plano comum, deve ter bom conceito individual — vers. 2
  2. no estado social, deve ser casado — vers. 2
  3. no meio em que vive, deve ter boa reputa­ção — vers. 2
  4. no desenvolvimento mental, deve ter preparo intelectual — vers. 2  ("ensinar")
  5. no modo de proceder, ser moderado e cordato — vers. 3
  6. no trato com o dinheiro, deve ser desprendido — vers. 3
  7. na influência sobre o seu meio, deve ter capacidade de comando — vers. 4 e 5
  8. na capacidade de comando alegada, deve ter experiência do lar — vers. 5
  9. na religião, deve ter experiência — vers. 6
Quem tem de impor as mãos, com os ministros, na ordenação, quem precisa influir na vida da comunidade, quem tem de enfrentar oportunidades e responsabilidades que determinam a condição de uma igreja, quem tem, muitas vezes, de "ir à frente dos ministros nas iniciativas e empreendimentos" precisa reunir uma certa soma de adjetivos que o próprio homem reconhece como necessários e Deus, muito mais.
Vistos os textos bíblicos, mais as observações que temos feito, podemos reunir as qualificações do candidato ao presbiterato-- em três grupos grandes, dividindo-se, cada um a seu turno, na seguinte chave:
  1. O presbítero precisa merecer o RESPEITO da comunidade; para isso precisa ter: a) santidade, compreendendo Fé e Vida; b) inteligência, constando de compreensão, apreensão e capacidade de transmissão.
  1. O presbítero precisa merecer e conquistar a ESTIMA do rebanho, com: a)  boa  reputação, compreendendo opinião  interna, da igreja e conceito público; b) bom senso, constando de capacidade de julgar interesse pelas almas, perseverança no cumprimento dos deveres e contato útil com as ovelhas.
  1. O presbítero precisa reunir  um   CABEDAL de dons e aptidões, ou sejam: a) experiência religiosa, administrativa, familiar e social.

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Fonte:
Ofício de Presbítero – origens, história, evolução e funções, Francisco Martins da Silva, Casa Editora Presbiteriana


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org

Associações de advogados evangélicos visitam o presidente nacional da OAB

Brasília, 24/11/2010 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, recebeu hoje (24) a visita de cortesia de dirigentes de entidades de advogados evangélicos, que, na ocasião, apresentaram a ele ideias para desenvolvimento em sua gestão. Estiveram na visita a Ophir representantes da Associação dos Advogados Evangélicos do Pará, Mário Freitas Junior; da Associação dos Advogados Evangélicos do Rio de Janeiro, Manoel Peixinho, e do Instituto dos Juristas Cristãos do Brasil, Alberto Ribeiro dos Santos e David Teixeira de Azevedo.

Profº Luiz Cavalcante
O Pinheiros/Mackenzie atropelou o Sollys/Osasco na primeira partida da semifinal do Campeonato Paulista feminino de vôlei.
Osasco devolve passeio contra Pinheiros e leva semi do Paulista para 3º jogo

Do UOL Esporte

Em São Paulo

Um dos destaques da vitória do Osasco, Natália (e) encara o bloqueio do Pinheiros no triunfo por 3 a 0

O Pinheiros/Mackenzie atropelou o Sollys/Osasco na primeira partida da semifinal do Campeonato Paulista feminino de vôlei. Mais vibrante, as atuais campeãs da Superliga devolveram o passeio na noite desta quarta-feira. Jogando em casa, as comandadas de Luizomar de Moura fizeram 3 a 0 (25-19, 25-15 e 25-20) e empataram a série melhor de três em 1 a 1.

As duas equipes voltam a se enfrentar no sábado, às 12h (horário de Brasília) para definir o finalista, com mando de quadra do Pinheiros. Na outra semifinal, o Vôlei Futuro venceu o BMG/São Bernardo por 3 a 1 fora de casa e está a uma vitória em Araçatuba da decisão.

A partida começou equilibrada e dava sinais de que não repetiria o roteiro de segunda-feira. Mas na metade do primeiro set, o Osasco assumiu o controle da parcial e chegou ao segundo tempo técnico com ampla vantagem (16-10). O técnico Paulo Coco decidiu, então, colocar a vice-campeã Fabíola no lugar da titular Karine para tentar mudar o jogo para o Pinheiros.

O time da capital reagiu, mas não o suficiente para salvar o set, finalizado em 25-19, em ataque de Jaqueline na entrada de rede. Com postura completamente diferente da primeira partida, o Osasco dominou as ações na segunda parcial desde o início. Paulo Coco mexeu de novo e o Pinheiros novamente esboçou uma reação, mas sofreu com o excessivo número de erros e com bom saque rival.

E o set mais fácil foi finalizado em 25-15 com ação que simbolizou a atuação do Pinheiros: erro de ataque. Além de jogar abaixo do esperado, as visitantes enfrentaram um Osasco inspirado. Depois de ser frequentemente parada no último jogo, a oposta Natália se destacou e conduziu o time laranja à vitória.
“São duas grandes equipes dos dois lados. As jogadoras e a comissão técnica encontraram o melhor ritmo e jogo. Elas entraram focadas. Estamos administrando adaptar e treinar as jogadoras que voltaram da seleção. Agora, a gente deu uma crescida emocionalmente muito grande. Mas vai ser um jogo difícil, pela rivalidade, tem tudo para ser maravilhoso”, disse o técnico Luizomar de Moura, do Osasco.

“Estes jogos apresentaram grande irregularidade. Hoje foi do nosso lado. O saque delas desestabilizou e não conseguimos jogar ofensivamente. A gente caiu na estratégia delas e não conseguiu sair. A gente sabia que seria equilibrado. Foi uma surpresa estes dois 3 a 0. Temos que ter tranquilidade para a próxima partida”, afirmou o técnico Paulo Coco, do Pinheiros.

Fonte: UOL
 

Conta-gotas: Como escolher pastores (Spurgeon) 

Por Marcelo Lemos

 

Conta-gosta de sabedoria
Como escolher nossos pastores

Nós não podemos escolher nossos pastores simplesmente por causa de seus talentos e intelectualidade, precisamos considerar sua unção, devemos olhar para seu chamado, e ver se o Espírito de Deus está com eles; do contrário, transformaremos a intelectualidade em nossa serpente de bronze, e ela precisará ser desfeita em pedaços!


- Charles H. Spurgeon, no sermão "Icoboclast", traduzido livremente para Olhar Reformado.

- Visto em Pyromaniacs.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Prefeita anuncia calçamento de várias ruas em Monteiro Imprimir E-mail
Edna Henrique anuncia calçamento de várias ruas em Monteiro.
A prefeita Edna Henrique confirmou na tarde desta segunda-feira (29) que ainda na primeira quinzena do mês de dezembro próximo estará iniciando a pavimentação com calçamento em 9 ruas da cidade, utilizando recursos que estão sendo liberados pelo governo federal, através do Ministério do Turismo.
Serão calçadas: Rua Maria Ferreira Leite, Rua Luis Barbosa de Oliveira, Travessa Luis Enfermeiro, Rua Projetada que dá acesso à Rua do Arame, Rua Professora Antonia Rodrigues de Oliveira, Rua Antonio de Souza Leal, Rua Abelardo Jose da Silva, Rua Elionaldo Pereira e a Travessa entre as ruas Antonio de Souza Leal e Abelardo Jose da Silva.
A prefeita informou ainda que, para o próximo ano está trabalhando a liberação de recursos através de emenda do deputado federal Wellington Roberto para calçamento de outras ruas, beneficiando o Conjunto Residencial Dr. Bernardino Lemos (Vila Popular).
Midia10
www.vitrinedocariri.com.br
Conta-gotas de sabedoria
Você ama a Cristo?


Vocês podem saber se de fato são cristãos verdadeiros pelo teste do seu amor por Jesus Cristo. Portanto, examinem-se a si mesmos, se de fato amam a Jesus Cristo a quem nunca viram. A maioria das pessoas no mundo amam verdadeiramente apenas as pessoas e coisas que viram, mas podem vocês dizer que sinceramente e sobretudo amam a Jesus Cristo, a quem não viram? O amor da maioria resulta do conhecimento que o olho fornece do objeto amado, mas resulta o seu amor do conhecimento que os ouvidos têm fornecido pela palavra da amabilidade que há em Cristo?


- Thomas Vincent (1634-1678), no sermão "Você ama a Cristo?", visto em Biblioteca Reformada Online, e divulgado por Olhar Reformado.
www.projetospurgeon.com.br
Características da Espiritualidade Litúrgica


Atenção: Este texto foi extraído de um blog católico romano, todavia, eliminando-se um ou outro elemento que fogem a nossa espiritualidade reformada (o termo "Missa" , por exemplo), é um valioso subsídio sobre Liturgia. Boa Leitura!

A Igreja manifesta na liturgia uma espiritualidade própria e as características peculiares desta espiritualidade pertencem ao tesouro da vida espiritual cristã. Examinemos quais são as características principais desta espiritualidade:

1- Espiritualidade bíblica

A espiritualidade litúrgica é fundamentalmente bíblica. A liturgia não somente se serve constantemente da Sagrada Escritura, mas não pode prescindir dela, porque é a Palavra de Deus que prepara e explica a ação litúrgica no seu sentido e no seu valor eminentemente salvífico. O que é anunciado pela Palavra é levado a termo no ato sacramental. A Palavra de Deus na liturgia deixa de ser uma 'palavra escrita', morta, para assumir sempre mais a função de anúncio-proclamação de um acontecimento salvífico. Em outras palavras, o acontecimento que 'se lê' na Escritura é o mesmo que 'se realiza' na liturgia. Portanto, o Lecionário da Missa e o da Liturgia das Horas, além de serem os principais livros de meditação e de oração propostos à comunidade dos fiéis, são o anúncio permanente da salvação presente e atuante no mistério litúrgico.



Precisamente porque bíblica, a espiritualidade litúrgica é histórica e profética. Ela é sensível ao sentido salvífico dos acontecimentos da história do povo de Deus, especialmente da vida de Cristo, na qual continua a atuar o mistério divino da salvação (cf. Ef 3, 3-11). De fato, a liturgia repropõe o acontecimento salvífico, que tem como centro o Cristo morto e ressuscitado, com as suas leis objetivas de preparação, de crescimento na vida do homem, de remate e de projeção para o Reino. O fato histórico proposto não está fechado em si mesmo e proposto como tal, mas é oferecido em vista do seu envolvimento na situação existencial do crente; isto é, o acontecimento histórico tem a sua especificidade soteriológica , sua finalidade histórica.

2- Espiritualidade cristológica

A liturgia abrange todas as dimensões da história salvífica reunidas e centradas em Cristo. Todo o acontecimento Cristo é levado em consideração, da Encarnação até a sua volta gloriosa, no fim da história. O mistério de Jesus não pode ficar reduzido aos acontecimentos da sua vida terrestre. Jesus está vivo na glória do Pai. Cristo está presente na Igreja que Ele vivifica e conserva no Espírito Santo. A Liturgia cristã é, portanto, uma cristologia 'extensiva', que recapitula em si toda a história humana e cósmica. A liturgia, manifestando fielmente essa visão do Mistério de Cristo, revela, anuncia e torna presente no tempo e no espaço a sua força salvífica.



Parte-se de Cristo, mas atinge-se necessariamente a Trindade inteira. O Pai de quem Cristo é Revelador; o Espírito que Ele promete e envia. A espiritualidade litúrgica manisfesta continuamente, desta forma, a dimensão trinitária do Mistério da Salvação. Por conseguinte, a liturgia é uma escola na qual se aprende o Plano de Salvação que existe desde a eternidade em Deus e o modo da sua atuação, antes em Cristo e depois, por meio do Espírito, em nós.

3- Espiritualidade eclesial e sacramental



Na assembléia litúrgica a Igreja encontra a sua forma concreta de localização, pela qual nós, batizados, reunidos em assembléia, tomamos consciência e nos realizamos como Igreja que existe em determinado lugar e que aí tem o dever do testemunho e da missão. A Igreja destaca a dimensão comunitária da experiência cristã com a frequente referência a uma multiplicidade de imagens: povo, rebanho, família, etc. Além disso, os textos litúrgicos nos introduzem no caráter 'mistérico' da Igreja, já definida por Pio XII comoCorpo Místico de Cristo. Ela é também Esposa de Cristo, nossa Mãe, nova Eva, Cidade Santa, Jerusalém Celeste, Reino de Deus, Casa de Deus, etc. A dimensão eclesiológica da liturgia torna-se evidente, especialmente na celebração dos sacramentos, dos quais a Igreja é depositária e dispensadora.



Os sacramentos da Igreja, que constituem a liturgia, são meios de participação direta e eficaz (ex opere operato) nos atos redentores de Cristo, especialmente pela sua morte e ressurreição. Deles nasce uma assimilação com a pessoa de Cristo, ou 'imitação' na própria vida dos mistérios celebrados na liturgia. É um assunto que aparece em muitas orações: imitar ou testemunhar nas obras o que é celebrado no sacramento. Assim, por exemplo, a oração da Coleta da sexta-feira na Oitava da Páscoa: "Concede-nos testemunhar na vida o mistério que celebramos na fé". Neste sentido, a espiritualidade litúrgica se transforma num estímulo permanente para o fiel tornar conforme à sua vida aquilo que está celebrando. Esta verdade é assimilada corretamente somente se considerarmos o sacramento como um encontro objetivo e eficaz de salvação com Cristo, encontro que transforma e renova o cristão. De fato, o cristão pode completar a Paixão de Cristo (ação moral) porque ela já existe inicialmente nele como realidade sacramental (ser cristão). O sacramento, portanto, não deve ser considerado principalmente como um meio para realizar um contato, de qualquer modo, com a pessoa de Cristo, especialmente com o objetivo de estabelecer um 'colóquio' interior com ele, dimensão procurada em certa espécie de espiritualidade; mas, é considerado como o ponto de inserção, que, ao mesmo tempo, é a comunicação do Mistério e razão de assimilação a Cristo justamente na perspectiva do Mistério comunicado.

4- A espiritualidade pascal

A espiritualidade litúrgica se baseia no Mistério Pascal enquanto ele é a síntese de toda a revelação-salvação. De fato, sob o denominador comum de "Páscoa" na Sagrada Escritura, praticamente, aparece, toda a revelação-atuação, tanto profética quanto definitiva, do plano da salvação humana, existente no desígnio de Deus desde toda a eternidade. A História da Salvação, que se concretizou no Mistério de Cristo, encontra o seu acabamento, a sua realização e o seu centro na Páscoa. Esta visão unitária do mistério salvífico, que tem como centro a Páscoa, não existe somente na Bíblia e na história salvífica por ela narrada, mas está presente na liturgia, que sempre é celebração do Mistério Pascal.


Segundo o Novo Testamento e a mistagogia dos Padres da Igreja, a vida cristã consiste na realização da vivência cotidiana da morte e ressureição de Cristo, que se realizou em nós, sacramentalmente na imersão e na emersão batismal e da qual nos nutrimos no banquete pascal, renunciando cada dia ao pecado para viver em novidade de liberdade (cf. Rm 6, 3-11). A liturgia, portanto, na sua essência, nos transmite a tendência para fazer-nos viver a salvação-mistério pascal em cada um dos seus momentos e consegue isso realizando em nós mesmo Mistério Pascal reproduzido no seu momento culminante: morte e ressurreição de Cristo.
O dinamismo pascal projeta, por sua vez, a nossa vida para o completo aperfeiçoamento da obra redentora. Daqui, origina-se também a dimensão escatológica da espiritualidade litúrgica.

5- A espiritualidade mistagógica

A liturgia não é a ocasião para apresentar uma idéia para despertar a atenção dos participantes ou para oferecer a eles um exemplo moral a ser imitado, mas é o momento indicado para entrar em contato com o 'mysterium salutis' de Deus, o Mistério de Cristo, chamado a tranformar nossa vida. Neste sentido, afirmamos que a liturgia é mistagogia. De fato, para os Padres da Igreja, a mistagogia é "um ensinamento destinado a provocar a compreensão do que os sacramentos significam para a vida, mas que pressupõe a iluminação da fé, que brota dos próprios sacramentos; é o que se aprende na celebração ritual dos sacramentos e o que se aprende vivendo conforme aquilo que os sacramentos significam para a vida". O método mistagógico usado pelos Padres da Igreja, identifica, portanto, três elementos: a valorização dos sinais na liturgia; a interpretação dos ritos à luz da Sagrada Escritura, na perspectiva da história da salvação; a abertura para o compromisso cristão e eclesial, expressão da vida nova em Cristo.

As celebrações litúrgicas que sucedem ao longo do ano litúrgico objetivam permitir-nos compreender e viver sempre em mais profunda plenitude o mistério de Cristo, atualizado pelos sacramentos. Daqui resulta a dimensão mística da espiritualidade litúrgica no sentido mais autêntico da palavra, isto é, como atualização do mistério celebrado na vida do cristão. O mistério que celebramos na liturgia é o dom da vida , escondido nos séculos em Deus, que ele quis manifestar e comunicar aos homens no seu Filho, morto e ressuscitado, com a efusão do Espírito Santo.
Assassinatos contra gays: dados manipulados
Júlio Lins
Segundo reportagem da Agência Câmara, "pesquisas registram mais de 200 assassinatos a homossexuais em todo o país". Sim, mas assassinados por quê? Pelo fato de serem homossexuais? Pelo fato de estarem em ambientes marcados pela violência? Pelo consumo de drogas? Pela libertinagem? Por latrocínios? Pelo fato de estarem de madrugada em ruas e bairros perigosos? Não se cita. Assim sendo, parece que, se um homossexual estiver andando de madrugada na Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro e calhar de ele ser assassinado, engrossará as estatísticas de "assassinatos contra homossexuais".
Não bastasse a ausência de detalhes em tais pesquisas, todos os veículos de imprensa falham em mencionar que, no Brasil, no ano de 2007, ocorreram 47.707 assassinatos. Logo, se cerca de 200 são contra homossexuais, então o número de assassinatos contra homossexuais é 0,42% do total.
Homossexuais representam 0,42% da população? Certamente não. Não há pesquisas isentas sobre o número de homossexuais no Brasil, embora os grupos gays mais radicais dizem chegar a 9% da população. No entanto, na Europa, onde a aceitação ao homossexualismo é maior que no Brasil, a porcentagem de gays não chega a passar de 2%.
No Reino Unido, segundo pesquisa da ONS (Office for National Statistics), feita com quase 250.000 pessoas, chegou-se à conclusão que 1,3% dos homens são gays, 0,6% das mulheres são lésbicas e 0,5% são bissexuais. No total, 1,5% das pessoas são gays ou bissexuais.
Na Espanha, pesquisa da INE, baseada em 10.838 entrevistas praticadas no último semestre de 2003, assinalou que somente 1% da população mantém relações exclusivamente homossexuais. A população que reconhece ter tido em alguma ocasião este tipo de relação ao longo de sua vida é de 3%, 3,7% entre os homens e 2,7% entre as mulheres.
No Canadá, pesquisas feitas em 2003 com 121.000 adultos canadenses mostrou que somente 1,4% se consideravam homossexuais.
O fato é que, de uma forma ou de outra, se o número de assassinatos contra gays é de cerca de 200, os gays estão subrepresentados quanto ao total de assassinatos, ou seja, os gays são menos propensos a sofrer violência e assassinatos que o resto da população, ao contrário do que a grande mídia propala.
Alguém poderia dizer: e a agressão contra um homossexual ocorrida recentemente em São Paulo? Eu responderia: Sim, é um caso deplorável, mas se a pessoa agrediu o homossexual, o Código Penal já prevê punição para ela; o que não pode acontecer é o crime se tornar maior pelo fato de o agredido ser homossexual, pois isso configuraria uma discriminação contra todos os não-homossexuais.
Quantas pessoas morrem por ano em filas de hospitais? Seriam menos de 200? E o número de mendigos mortos queimados, principalmente no Nordeste? Seriam menos de 200 por ano? Quantas pessoas inocentes morrem por dia na violência das grandes cidades? Seriam menos de 200 por ano? Quantos policiais morrem vítimas da violência? Quantas pessoas morrem por ano vítimas das drogas? Quantas pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito? Seriam menos de 200?
Logo, não faz sentido nenhum as polícias e o Poder Judiciário desviarem a atenção dos 99,58% de assassinados no Brasil (uma vez que a segurança pública brasileira é insuficiente para atender as pessoas que mais precisam dela) para dar tratamento especial a uma minoria de 0,42% que, aliás, está subrepresentada nas estatísticas de assassinatos.
Divulgação: www.juliosevero.com
Homolatria: As vítimas VIP da violência no Brasil

Via Alabastro
Site www.conectandoabiblia.com.br  Profª Ana Chagas

Uma sobrevivente da visão celular de Rene Terra Nova conta TUDO!

Roselaine Perez


Eu tive que digerir depressa demais o amontoado de quesitos que a Visão Celular possuía, parecia que tinha mudado de planeta e precisava aprender o novo dialeto local, e urgente, para conseguir me adaptar.

Ganhar / consolidar / discipular / enviar, almas / células/ famílias, Peniel, Iaweh Shamá, honra, conquista, ser modelo, unção apostólica, atos proféticos, mãe de multidões, pai de multidões, conquista da nação, mover celular, riquezas, nobreza, encontro, reencontro, encontros de níveis, resgatão, Israel, festas bíblicas, atos proféticos, congressos, redes, evento de colheita, prosperidade, recompensa, multidão, confronto, primeira geração dos 12, segunda geração dos 12, toque do shofar, cobertura espiritual, resultado, resultado, resultado, etc...

Era início do ano de 2002 quando fomos a Manaus, eu e meu marido, para recebermos legitimidade, enquanto segunda geração dos 12 do Apóstolo Renê Terranova no estado de São Paulo.As exigências eram muitas e muito caras:

  • Compra do boton sacerdotal num valor absurdo. 

  • Hospedagem obrigatória no Tropical Manaus, luxuoso resort ecológico, às margens do Rio Negro, não um dos mais caros, mas “O” mais caro de Manaus (conheci Pastores que venderam as calças para pagar 2 diárias no tal resort e outros que deixaram a família sem alimentos para entrar na fila dos zumbis apostólicos, num Thriller nada profético).
  •  Trajes de gala Hollywoodianos.
  •  Participação obrigatória num jantar caro da preula após a cerimônia, tendo como ilustre batedor de bóia nada menos que o Apóstolo Renê e seus cupinchas.
  • Tudo isso para ter a suprema dádiva de receber a imposição de mãos do homem, com direito a empurradinha na oração de legitimação e tudo ( uhuu!).

Nem mesmo em festa de socialite se vê exageros tão grandes em termos de exibição de jóias, carros, roupas de grife e todo tipo de ostentação escandalosa.

Hoje, sem a cachaça da massificação na cabeça, sinto vergonha e fico imaginando como Jesus seria tratado no meio daquela pastorada.

Ele chegaria com sandálias de couro, roupa comum, jeito simples, não lhe chamariam para ser honrado, nem tampouco perguntariam quem é o dono a cobertura dele porque deduziriam que certamente dali ele não era.

Estive envolvida até a cabeça – porém não até a alma – na Visão Celular durante quase 5 anos, em todas as menores exigências fui a melhor e na inspiração do que disse Paulo "...segundo a justiça que há na lei dos Terra Nova, irrepreensível."


 Entreguei submissão cega às sempre inquestionáveis colocações e desafios do líder, sob pena de ser rebelde e fui emburrecendo espiritualmente.

Me pergunto sempre por que entrei nisso tudo e depois que este artigo terminar talvez você me pergunte o mesmo, mas minha resposta tem sempre as mesmas certezas:

-->  Todos nós precisamos amadurecer e, enquanto isso não acontece, muitas propostas vêm de encontro às fraquezas que possuímos e que ainda não foram resolvidas dentro de nós.

A partir da minha experiência pude enxergar as três principais molas propulsoras que fazem funcionar toda essa engrenagem:

1) A lavagem cerebral

A definição mais simples para lavagem cerebral é “conjunto de técnicas que levam ao controle da mente; doutrinação em massa”.

Em todas as etapas da Visão Celular se pode ver nitidamente vários mecanismos de indução, meios de trabalhar fortemente as emoções onde o resultado progressivo desta condição mental é prejudicar o julgamento e aumentar a sugestibilidade.

 Os métodos coercivos de convencimento, os treinamentos intensos e cansativos que minam a autonomia do indivíduo, os discursos inflamados, as músicas repetitivas e a oratória cuidadosamente persuasiva são recursos que hoje reconheço como técnicas de lavagem cerebral, onde há mudanças comportamentais gradativas e por vezes irreversíveis.

2) Grandezas diretamente proporcionais

O Silvio Santos manauara é uma incógnita.Se em por um lado ele é duro e autoritário, noutro ele é engraçado, carismático e charmoso. Num dos Congressos em Manaus, me levantei da cadeira para tirar uma foto dele, que imediatamente parou a ministração e me chamou lá na frente. Atravessei o enorme salão com o rosto queimando, certa de que iria passar a maior vergonha de toda a minha vida, que o “ralo” seria na presença de milhares de pessoas e até televisionado.Quando me aproximei não sabia se o chamava de Pastor, Apóstolo, Doutor, Sua Santidade ou Alteza, mas para minha surpresa ele abriu um sorriso de orelha a orelha e fez pose, dizendo que a foto sairia bem melhor de perto.A reunião veio abaixo, claro, todos riam e aplaudiam aquele ser tão acessível e encantador. 



Acontecimentos assim, somados à esperta e poderosa estratégia de marketing que Terra Nova usa para transmitir suas idéias, atraem para ele quatro tipos de pessoas:

  • As carentes de uma figura forte (o povo simples que chora ao chamá-lo de pai).
  •  As que desejam aprender o modelo para utiliza-los em seus próprios ministérios falidos.
  • Aquelas que desejam viver uma espécie de comensalismo espiritual, que vivem de abrir e fechar notebooks para ele pregar, ganhando transporte e restos alimentares em troca, as rêmoras da Visão.
  • As sadomasoquistas espirituais. É tanta punição, tanto sacrifício, tanta submissão, que fica óbvio que muita gente se adapta a esse modelo porque gosta de sofrer. As interpretações enfermas do tipo “hoje eu levei um peniel do meu discipulador, então me agüentem que lá vou eu ensinar o que aprendi.”, eram a tônica das ministrações.
Pode acreditar que essas quatro classes de pessoas representam a grande maioria neste planeta.

3) A concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida

O conceito da Visão Celular mexe demais com o ego, é sedutor, encantador, promissor, põe a imaginação lá no topo, puro glamour. A ganância que existe dentro do ser humano é o tapete vermelho por onde a desgraça caminha. Essa tem sido uma das causas pela queda de tantos e tantos pastores, por causa das promessas de sucesso rápido e infalível.

Renê não sabe com quem está lidando, mas é com gente!

 Ele talvez ignore (não que ele seja ignorante) que cada ser humano é um universo e que as informações vão reproduzir respostas completamente inesperadas em cada um.

EU ASSISTI, na terra do Terra Nova, o “tristemunho” de uma discipuladora que, para confrontar e educar uma discípula, havia chegado à loucura de bater nela, para que a mesma parasse de falar em morrer. Esse é o argumento dos incapazes, dos que não conseguem levar cada triste, cada suicida ou deprimido às garras da graça de Cristo, mas que querem se fazer os solucionadores das misérias do povo.

Eu tenho até hoje péssimas colheitas dessa péssima semeadura, assumo meus erros e me arrependo profundamente de cada um deles:

  •  Quase perdi Jesus de vista
  • Minha família ficou relegada ao que sobrava de mim.
  • Minha filha mais velha, hoje com 23 anos, demorou um bom tempo para me perdoar por eu ter repartido a maternidade com tantas sanguessugas que me usavam para satisfazer sua sede de poder.
  • Minha mãe teve dificuldade para se abrir comigo durante muito tempo porque, segundo ela, só conseguia me ver como a Pastora dura e ditadora. Tenho lutado diariamente para que ela me veja somente como filha.
  • Fui responsável por manter minha Igreja em regime escravo (mesmo que isso estivesse numa embalagem maravilhosa), por ajudar a alimentar a ganância de muitos, por não guardá-los dessa loucura.
  • Colaborei com a neurotização da fé de muitos, por causa da perseguição desenfreada pela perfeição e por uma santidade inalcançável.
  • Fiquei neurótica eu mesma, precisando lançar mão de ajuda psicológica devido a crises interiores inenarráveis, ao passo que desenvolvia uma doença psíquica de esgotamento chamada Síndrome de Burnout*, hoje sob controle.
  • Vendi a idéia da aliança incondicional do discípulo com o discipulador, afastando sutilmente as pessoas da dependência de Deus.
  • Invadi a vida de muitos a título de discipulado, cuidando até de quantas relações sexuais as discípulas tinham por semana, sem que isso causasse ofensa ou espanto.
  • Opinei sobre o que o discípulo deveria comprar ou não, tendo “direito” de vetar o que não achasse conveniente. A menor sombra de discordância por parte do discípulo era imediatamente reprimida, sem qualquer respeito. Quando isso acontecia os demais tomavam como exemplo e evitavam contrariar o líder.
  • Aceitei que fosse tirada do povo a única diretriz eficaz contra as ciladas do diabo: a Bíblia. Não que ela não fosse utilizada, mas isso era feito de forma direcionada, para fortalecer os conceitos da Visão. Paramos de estudar assuntos que traziam crescimento para nos tornarmos robôs de uma linha de montagem, manipuláveis, dogmatizados.
  • Fomentei a disputa de poder entre os irmãos ignorando os sentimentos dos que iam ficando para trás.
  • Perdi amigos amados e sofri demais com estas perdas. Alguns criaram um abismo de medo, que é o de quem nunca sabe se vai ganhar um carinho ou um tapa, um elogio ou um peniel, mas sei que esse estigma está indo embora cada vez mais rápido. Outros me abandonaram porque não aceitaram uma Pastora normal, falível e frágil. Eles queriam a outra, a deusa, aquela que alimentava neles a fome por ídolos particulares.
Dentro da Visão, nossa Igreja esteve entre as que mais cresceram e deram certo na região, mas desistimos porque, acima de todo homem e todo método, somos escravos de Cristo.

Talvez o mais difícil tenha sido a transição do meu eu, a briga daquilo que eu era com o que sou hoje até que se estabelecesse Cristo em mim, esperança da glória.

Prossigo, perdoada pelo meu Senhor, tomando minhas doses diárias de Graçamicina, recriando meu jeito de me relacionar e compreender mais as falhas alheias e as minhas próprias.

Prossigo, reaprendendo a orar e adorar em silêncio, livre dos condicionamentos, admitindo meus cansaços, me permitindo não ser infalível, sendo apenas gente...Pastoragente!

Roselaine Perez, a pastoragente para o Genizah

* SÍNDROME DE BURNOUT:Distúrbio psíquico, de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso.Se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional). Resultado de um esforço extremo, um desgaste onde o paciente se consome física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e intolerante, com predileção para aqueles que mantêm uma relação constante e direta com atividades de ajuda. Ocorre geralmente em pessoas altamente motivadas, que sentem uma discrepância entre aquilo que investem e aquilo que recebem.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quanto custa a cabeça de um presidente de Supremo Concílio de uma denominação evangélica? E quanto custa a de um Chanceler de Universidade?

Muito embora eu ainda não tenha escrito nada até agora sobre a recente polêmica envolvendo a Universidade Presbiteriana Mackenzie (na pessoa do seu chanceler, o Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes) e os ativistas anti-“homofóbicos” por conta de um manifesto que a referida instituição publicou em seu site (em 2007!) contra o Projeto de Lei que pretende criminalizar a já famigerada homofobia, tenho dado alguns palpites avulsos por aí. E um deles foi recentemente, em meu Google Buzz (ferramenta parecida com o Twitter), onde postei a seguinte frase, por ocasião do manifesto que cerca de quinhentos ativistas anti-“homofóbicos” fizeram em frente à Mackenzie na última quarta-feira dia 24/11/10:

Os manifestantes querem a cabeça do Rev. Augustus Nicodemus a todo custo. E aí, diretoria, vai dar uma de Herodes?

A comparação com Herodes* foi meio forçada e teve a intenção de justamente provocar à reflexão a quem a carapuça servisse – seja à diretoria da Mackenzie, à liderança da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) ou aos evangélicos de modo geral. Mas devo, aqui, dizer que foi uma comparação não apenas forçada, mas injusta. E demais, eu diria. O responsável por me trazer esse “pesar” foi o André Venâncio, blogueiro do Retratos por Escrito. Abaixo, o comentário imediato dele lá no Buzz:

Até onde sei, a cabeça do pr. Augustus está mais grudada no pescoço do que jamais esteve antes da reunião do Supremo Concílio. Ou há algo pós-reunião que eu não estou sabendo?

Minha resposta foi:

André,

Só cutuquei mesmo. Também não sei de nada, mas sei que os manifestantes querem a cabeça do Augustus. Acho que a Mackenzie, ou até mesmo a IPB, deveriam nos tranquilizar emitindo nem que seja uma notinha de imprensa, não achas? Mas até agora não se pronunciaram, pelo menos até onde sei...

Na realidade, como já sabemos, foi o Rev. Roberto Brasileiro quem escreveu aquele manifesto lá, não o Augustus (veja aqui: http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808 ). Mas, como presidente de Supremo Concílio da IPB não tem o mesmo status quo de um Chanceler de uma das mais tradicionais universidades brasileiras, digo igual aos "canibais de cabeça" da música Metrô Linha 743, do Raul Seixas: "eu avalio o preço me baseando no nível mental que você anda por aí usando. Aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando" (hehe!). Sendo assim, quanto custa a cabeça de um presidente de Supremo Concílio? E quanto custa a de um Chanceler de universidade? Minha bronca toda é essa. E nem a IPB nem a Mackenzie passam pra dar sequer um "oi". Essa é minha outra bronca.

Vamos por partes. Primeiro, quanto a essa tal reunião. Depois, quanto ao título desta postagem.

Segundo informações do André, ainda via Buzz, houve uma reunião, nesta semana, em que a IPB deu pleno apoio ao Augustus. Não só como presbiteriano, mas acima de tudo como cristão, fiquei muito feliz e tranquilizado com isso, mas só em parte. Por que? Porque ainda não houve uma resolução pública dessa reunião. Mas já que faz tão pouco tempo que ela ocorreu, vamos esperar para ver se vai haver publicação disso. Do contrário, ficarei muito decepcionado (o que não invalidará a injustiça que cometi com a comparação a Herodes, lógico!).

E quanto ao título desta postagem (somente para justificá-lo e dar mais algumas alfinetadas), é aquilo lá mesmo que comentei (logo acima) com o André. Para efeito de repercussão, a cabeça do Presidente do Supremo Concílio da IPB não vale nada, uma vez que é exatamente nessas horas (estranho, não?) que as pessoas batem no peito e dizem que “vivemos num Estado laico”. Elas dizem: “É só um líder de uma das trocentas denominações evangélicas que existem por aí. Não vale a pena queimar munição num cara desses”. Mas em se tratando de um chanceler de uma tradicional instituição de ensino, quanto vale sua cabeça? E ninguém está dando a mínima se a crítica ao texto que gerou toda a polêmica é burra – só querem ver o circo pegar fogo mesmo. É bem mais confortável colocar uma nação inteira contra uma instituição de ensino (daí estão pouco se lixando se ela é confessional ou não) do que contra um grupo de idiotas religiosos, não é mesmo? A isto tudo eu chamaria de “terrorismo ideológico”, sem nenhuma ressalva! Ou será que estou exagerando?!

Espero que tanto a Mackenzie quanto a IPB se manifestem logo, para a tranquilização dos justos e frustração dos ímpios. E que toda essa tribulação prove o ponto de Jesus em Mateus 5.11,12: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Que Deus continue fortalecendo a sua Igreja!

Soli Deo Gloria!

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*Todos conhecem a história envolvendo Herodes e João Batista. João Batista foi metido no cárcere por Herodes quando disse a este que sua situação conjugal era ilícita, já que sua esposa era também esposa de seu irmão Filipe, que ainda vivia. João estava simplesmente pregando o que a Escritura prescrevia (Lv 18.16,20). Herodes temia matá-lo por conta da fama que João tinha de profeta, mas encontrou em sua mulher, Herodias, o mais perfeito capataz. Foi bem simples: a filha dela dançou, Herodes gostou e disse “pede-me o que quiseres e eu te darei”, a moça consultou sua mãe, que por sua vez pediu a cabeça de João Batista num prato, e Herodes concedeu-a (Mc 6.14-29). Interessantemente, o assunto envolvia a sexualidade.

Fonte: Sociedade Calvinista