quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Importância dos Presbíteros
Dean Allen
A natureza deste ofício supõe a importância dos presbíteros



O presbiterato implica em liderança. A liderança deste ofício se manifesta: a) por meio de administração ou governo; b) por meio de instrução, ensino e pregação; c) por meio de exemplo. Vemos isto claramente em Hebreus 13.17: “Obedecei [esta é uma norma para a igreja] aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. Em seguida, considere o versículo 7 deste mesmo capítulo: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram”.



Nestes dois versículos, vemos aqueles três elementos da liderança. Primeiro, existem aqueles que governam sobre os crentes (“os vossos guias”); eles têm governado sobre os crentes e velado por estes. Segundo, eles têm pregado a Palavra de Deus para os crentes. Terceiro, considerando atentamente a maneira como eles vivem, os crentes têm de imitar a fé exercida por seus líderes. Portanto, o presbiterato bíblico é um ofício de autoridade que se expressa por meio de governo, instrução e exemplo.



O verdadeiro cristianismo depende de presbíteros bíblicos que agem de conformidade com as Escrituras, pregando todo o conselho de Deus e cuidando do rebanho. Este foi o exemplo de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso. Várias vezes, ele disse: “Jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (Atos 20.27); ou seja, “não me esquivei de ensinar-vos qualquer coisa proveitosa, fazendo-o publicamente e de casa em casa; eu vos ensinei e preguei o arrependimento para com Deus e a fé no Senhor Jesus Cristo”. O apóstolo Paulo pregou...pregou...pregou!



A função bíblica do presbítero não é somente pregar todo o conselho de Deus, mas também a indispensável supervisão do rebanho. Observe: “Pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas” (Hebreus 13.17); “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constitui bispos [supervisores], para pastoreardes a igreja de Deus” (Atos 20.28). Eles governam sobre vocês para o próprio bem de vocês. Quando é necessário, eles têm de se colocar no meio do caminho e dizer-lhes: “Parem! O que vocês estão fazendo?”, porque eles velam pela alma de vocês, como aqueles que prestarão contas delas no Dia do Juízo”.



A condição do homem exige o ofício de presbítero



Presbíteros, os líderes bíblicos da igreja, preservando a Palavra da Vida através de um exemplo santo, são extremamente essenciais em nossos dias, assim como sempre foram, por causa da condição dos homens. Em Atos 20.29, o apóstolo Paulo advertiu os crentes de Éfeso a respeito dos lobos que se introduziriam na igreja, não poupando o rebanho. O Espírito Santo havia constituído aqueles homens como presbíteros de um rebanho de ovelhas. O perigo: lobos vorazes sobreviriam ao rebanho para devorar as ovelhas. As ovelhas, por natureza, são errantes e vulneráveis aos lobos. Elas precisam de vigilância e proteção; elas necessitam de uma boa e sábia liderança de presbíteros fortes.



O apóstolo se mostrou urgente em sua última visita aos presbíteros de Éfeso, a fim de incutir em suas consciências o dever que agora estava sobre eles. Estes presbíteros não veriam mais o rosto do apóstolo. Eles não teriam mais consigo o apóstolo, para vir e resolver os problemas deles. Portanto, eles tinham de atentar por si mesmos, primeiramente, e depois por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os havia constituído presbíteros, por causa dos lobos perigosos que se introduziriam na igreja e não poupariam o rebanho. A existência de presbíteros é imprescindível. Eles têm de velar e alimentar as ovelhas. A condição do homem exige isto.



A ordenança de Cristo requer o ofício de presbítero



Efésios 4 diz que estes oficiais foram estabelecidos por Cristo, para que nós (os santos) não sejamos mais crianças levadas de um lado para o outro por todo vento de doutrina. Cristo sabia que necessitamos de presbíteros. Observe em Atos 20.28: “...o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos”. O presbítero bíblico não é presbítero apenas porque ele escolheu esta função como sua carreira; o presbítero bíblico é alguém colocado por Cristo neste ofício. O Espírito Santo o constituiu um supervisor do rebanho de Cristo. O presbítero tem de cuidar do rebanho e alimentá-lo (literalmente, fornecer pasto). Esta não é uma posição que você designa para si mesmo.



Somos mais sábios do que Deus? Ele, que designou tal ministério, haverá de rejeitá-lo com leviandade, porque decidimos que temos superado a necessidade de tal ministério? O ofício do presbítero que proclama a Palavra da Vida com regularidade, a cada semana, noite e dia, de casa em casa ou publicamente, é extremamente essencial. É uma ordenança de Cristo.



A essência da obra necessita do ofício de presbítero



Em Romanos 10.14, Paulo nos apresenta a razão (o objetivo ou propósito) fundamental por que Cristo estabeleceu os presbíteros – “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” Observe a pergunta de Paulo, a pergunta do Novo Testamento: como é que Cristo falará à sua alma, para a sua salvação, se não houver um pregador?



Quando Paulo esteve entre os efésios durante aqueles muitos meses, a essência de sua mensagem foi o arrependimento e a fé para a salvação. Em essência, o propósito de todo o trabalho de Paulo foi pregar o arrependimento para com Deus e a fé em Jesus, para a salvação dos pecadores e a edificação do corpo de Cristo.



Em 1 Timóteo 4.16, o apóstolo Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”. O coração de Paulo vibrava com a salvação daqueles que ouviam a pregação do evangelho. O alvo, o objetivo e a própria essência de nossa obra é a salvação da alma daqueles que se encontram sob o nosso ministério.



Paulo não partiu de Creta sem deixar ali alguém para completar a obra iniciada. O apóstolo disse a Tito: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade constituísses presbíteros” (Tito 1.5). Isto era vital! Os apóstolos sabiam que era melhor não deixar a obra apenas em seu estágio inicial. O objetivo do presbiterato não termina quando pessoas se convertem ou você pensa que elas estão convertidas. É por isso que temos de ir de casa em casa, com lágrimas e labores; é por isso que temos de permanecer de joelhos e temos de perscrutar as consciências. O objetivo do presbiterato é a salvação de pessoas e nada menos do que isto.



A tarefa do presbítero consiste em edificar as muralhas de Sião, em meio a inimigos violentos. Nas Escrituras somos chamados de cooperadores de Deus – “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (I Coríntios 3.9). Somos cooperadores de Deus no edificar a igreja. Você lembra de Neemias quando ele trabalhava na reconstrução das muralhas de Jerusalém? As pessoas se mostraram dispostas para fazer a obra. Em uma das mãos, elas tinham uma colher de pedreiro e na outra mão, uma espada. Enquanto edificavam a muralha com os materiais de construção, os judeus tinham necessidade de defender-se contra os inimigos que desejavam destruir a muralha. Houve zombaria, blasfêmias, resistência, táticas e artifícios políticos que visavam arruinar a obra – tudo que os inimigos podiam fazer para destruir aquela muralha, a cidade e a sua proteção. Quando Sambalate desejou que Neemias descesse para conversar com ele sobre a obra, Neemias, respondeu-lhe: “Não posso descer. Tenho de construir uma muralha e não posso desperdiçar meu tempo conversando com você”.



Cristo estabeleceu o ofício de presbítero para a construção das muralhas de Sião em meio aos inimigos. Pessoas que se passam por ovelhas freqüentemente deixam rastros de lobos. O pastor corre o risco de ter todo o seu rebanho devorado, enquanto ele próprio se assenta e dorme, na vã esperança de que seu rebanho está se alimentando sozinho.



Conclusões



É dever da igreja fortalecer, e não enfraquecer, as mãos dos ministros de Deus. Irmãos, vocês não sabem que, às vezes, também somos sensíveis. Uma das coisas que nos qualifica para o presbiterato é que nos preocupamos com as pessoas. Uma das razões por que somos tardios em repreender é que desejamos ser gentis. Queremos ter certeza de que pensamos de maneira completa no assunto, de que procuramos conselho e de que não sobrecarregamos, não ferimos, nem machucamos vocês, que são nossas ovelhas. Somos sensíveis. Quando sentimos que vocês não nos amam, não nos apreciam nem gostam de nós e que prefeririam que deixássemos a igreja, isto nos magoa. Entendam que os presbíteros precisam da ajuda de vocês. O diabo está cochichando, em todo o tempo, no ouvido dos presbíteros, os pecados, os erros, as fraquezas deles mesmos. Suportem e sustentem os presbíteros.



Honrem o ofício dos supervisores designados por Deus. Obedeçam-nos, como aqueles que têm de prestar contas da alma de vocês, para que cumpram seu ministério com alegria e sem tristeza. Ouçam-nos. Orem por eles. Trabalhem para a edificação deles. Preparem os filhos de vocês para este ofício, visto que Deus os auxiliará a fazê-lo. Sustentem esse ofício. E que Deus conceda graça àqueles que, dentre nós, exercem o ofício de presbítero, para que o façamos com fidelidade, por amor à alma de vocês.Ajuda-nos, ó Pai. Ajuda-nos a entender a crucial necessidade dos meios de graça escolhidos por Ti e depositados nos dons que tens dado à igreja, em seus homens que estão no ministério.
Mensagem enviada pelo Rev. Altino Jr. (Igreja Presbiteriana do Brasil em Monteiro).

Fonte: Fé para Hoje

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