sexta-feira, 29 de abril de 2011

R. K. McGregor Wright - Pergunta-Teste: Quem vém antes: Regeneração ou fé?


    Encontrei calvinistas sérios pela primeira vez enquanto estava no London Bible College durante 1965-1966. Um domingo pela manha, eu voltava de uma prática de evangelismo do Highgate Baptist Chapel quando ouvi uma discussão que se desenrolava no pódio do prédio dos estudantes da escola que eu freqüentava. Sentei-me para ouvir. Era um debate concentrado entre estudantes arminianos e um estudante veterano, Michael Buss, que mais tarde veio a ser pastor da Igreja Batista Lansdown, em Portsmouth. De repente, ele voltou-se para mim e perguntou: "O que você pensa sobre esse assunto, Wright? Você é um calvinista. Diga a essas pessoas O que vem primeiro: a regeneração ou o exercício da fé salvadora?" Eu refleti alguns instantes sobre a pergunta, sem perceber o rumo que a discussão havia tomado. Eu disse: "Bem, eu suponho que a ordem seria que, quando o evangelho nos é apresentado, e Deus nos da luz suficiente para entendermos o que ele significa, nós colocamos a nossa confiança em Jesus, e, então, Deus nos da a vida eterna. Assim, eu penso que a fé salvadora vem antes e a regeneração, assim como o novo nascimento, vem imediatamente depois".

    Michael disse: "Eu entendo. O que você quer dizer, então, é que, quando você ouviu o evangelho, contrariamente a todos os seus hábitos passados, revertendo a tendência de sua personalidade caída, morta em delitos e pecados, em inimizade contra Deus, com o entendimento obscurecido e pensando ser o evangelho uma tolice, você ainda foi capaz de reconstruir sua total consciência espiritual ao redor de um novo centro, de maneira a perceber que o evangelho é a sua melhor aposta e, assim, você aceitou Cristo como seu salvador. Como conseqüência disso, Deus recompensou você pelo seu esforço maravilhoso nessa realização espiritual, dando-lhe vida eterna. É isso o que você quis dizer na sua resposta?”.
   
    Totalmente pego de surpresa, eu gaguejei que não, que não era realmente aquilo que eu havia pretendido dizer.
   
    Michael simplesmente respondeu: "Bem, foi isso exatamente o que você disse. Pense a respeito disso".

Texto extraído do livro: "A Soberania banida"

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