“Porque,
como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim
também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (Romanos
5.19).
Uma das grandes
perguntas com a qual as pessoas se defrontarão cedo ou tarde é: “A salvação é
pelas obras ou não?” Frequentemente respondemos a esta pergunta com um sonoro
“NÃO! A SALVAÇÃO NÃO É PELAS OBRAS!” dizer isso não está errado, porém, deixa
muita coisa ainda descoberta e inexplicada, de maneira que, a melhor resposta
para a pergunta é: “Não, a salvação não é pelas obras. Porém, ela é, sim, pelas
obras!” Parece confuso? Entendamos o que isto significa:
Em primeiro lugar, não, a salvação não é pelas obras. Ela
não é resultado dos nossos esforços ou dos nossos supostos atos de justiça. Diz
o apóstolo Paulo que, “ninguém será
justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno
conhecimento do pecado” (Romanos 3.20). Ele também afirma que, “o homem não é justificado por obras da lei,
e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para
que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por
obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16). Séculos antes, o
profeta Isaías já havia confessado em profundo tom de tristeza e
quebrantamento: “Mas todos nós somos como
o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia” (64.6). Por
tudo isso, é que a salvação não é obtida por meio das nossas obras. Ela vem
pela graça, mediante a fé, como um dom, uma dádiva de Deus (Efésios 2.8). Não
fazemos absolutamente nada. Nem mesmo a fé e o arrependimento são obras
genuinamente nossas, visto que vêm de Deus (Efésios 2.8; Atos 5.31; 11.18;
Romanos 2.4; 2Timóteo 2.25).
Segundo, sim, a salvação é pelas obras. Isto não
é uma contradição do que foi dito anteriormente. A salvação se efetiva nas
vidas dos eleitos de Deus em virtude das obras perfeitas de justiça praticadas
pelo Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo afirma que a justificação dos
eleitos é fruto “da obediência de um só”
(Romanos 5.19), a saber, Jesus, o segundo Adão. A verdade da Escritura é que o
Senhor Jesus tomou sobre si o pacto das obras, no qual o primeiro Adão falhou,
e, voluntariamente, obedeceu a toda a lei, cumpriu todos os mandamentos. Além
disso, recebeu a completa punição pela desobediência do homem. Chamamos a estes
dois aspectos da obediência de Cristo de obediência
ativa e obediência passiva. Cristo
não nos substituiu apenas em sua morte. Ele também agiu como nosso substituto durante
toda a sua vida, em todos os momentos nos quais ele esteve sujeito à lei
(Gálatas 4.4). Por essa razão, a salvação é pelas obras.
Nossa Confissão de Fé de Westminster (VIII.5)
expressa esta verdade de forma extraordinária: “O Senhor Jesus, pela sua
perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que, pelo Eterno
Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça de seu
Pai, e, para todos aqueles que o Pai lhe deu, adquiriu não só a reconciliação,
como também uma herança perdurável no Reino dos Céus”.
Por esta razão, amados irmãos, não podemos fazer
outra coisa a não ser bendizer a Deus por tão grandiosa salvação! Tão grandiosa
que nossas obras se mostram ineficazes! Tão grandiosa que nos foi obtida por um
grandioso Redentor! Aleluia!
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