sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A SALVAÇÃO É, SIM, PELAS OBRAS!


“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (Romanos 5.19).

Uma das grandes perguntas com a qual as pessoas se defrontarão cedo ou tarde é: “A salvação é pelas obras ou não?” Frequentemente respondemos a esta pergunta com um sonoro “NÃO! A SALVAÇÃO NÃO É PELAS OBRAS!” dizer isso não está errado, porém, deixa muita coisa ainda descoberta e inexplicada, de maneira que, a melhor resposta para a pergunta é: “Não, a salvação não é pelas obras. Porém, ela é, sim, pelas obras!” Parece confuso? Entendamos o que isto significa:

Em primeiro lugar, não, a salvação não é pelas obras. Ela não é resultado dos nossos esforços ou dos nossos supostos atos de justiça. Diz o apóstolo Paulo que, “ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20). Ele também afirma que, “o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16). Séculos antes, o profeta Isaías já havia confessado em profundo tom de tristeza e quebrantamento: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia” (64.6). Por tudo isso, é que a salvação não é obtida por meio das nossas obras. Ela vem pela graça, mediante a fé, como um dom, uma dádiva de Deus (Efésios 2.8). Não fazemos absolutamente nada. Nem mesmo a fé e o arrependimento são obras genuinamente nossas, visto que vêm de Deus (Efésios 2.8; Atos 5.31; 11.18; Romanos 2.4; 2Timóteo 2.25).

Segundo, sim, a salvação é pelas obras. Isto não é uma contradição do que foi dito anteriormente. A salvação se efetiva nas vidas dos eleitos de Deus em virtude das obras perfeitas de justiça praticadas pelo Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo afirma que a justificação dos eleitos é fruto “da obediência de um só” (Romanos 5.19), a saber, Jesus, o segundo Adão. A verdade da Escritura é que o Senhor Jesus tomou sobre si o pacto das obras, no qual o primeiro Adão falhou, e, voluntariamente, obedeceu a toda a lei, cumpriu todos os mandamentos. Além disso, recebeu a completa punição pela desobediência do homem. Chamamos a estes dois aspectos da obediência de Cristo de obediência ativa e obediência passiva. Cristo não nos substituiu apenas em sua morte. Ele também agiu como nosso substituto durante toda a sua vida, em todos os momentos nos quais ele esteve sujeito à lei (Gálatas 4.4). Por essa razão, a salvação é pelas obras.

Nossa Confissão de Fé de Westminster (VIII.5) expressa esta verdade de forma extraordinária: “O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que, pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça de seu Pai, e, para todos aqueles que o Pai lhe deu, adquiriu não só a reconciliação, como também uma herança perdurável no Reino dos Céus”.

Por esta razão, amados irmãos, não podemos fazer outra coisa a não ser bendizer a Deus por tão grandiosa salvação! Tão grandiosa que nossas obras se mostram ineficazes! Tão grandiosa que nos foi obtida por um grandioso Redentor! Aleluia!
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