"Não excluas
o pobre, porque é pobre, não oprimas o fraco à porta da cidade. (Provérbios
22:22)
A ploriferação da teologia da prosperidade tem tomado proporções cada vez mais catastróficas. Nesses últimos dias soubemos de novos dados acerca do crescimento do número de evangélicos em nosso País. Porém, os líderes católicos alegam que o número de católicos praticantes tem aumentado cada vez mais.
Contudo, glorificamos a Deus porque Ele tem arrebanhado as suas ovelhas.
Sim, porque bem sabemos que em meio a tantos, Deus tem suas ovelhas.
É triste, mas temos que reconhecer que grande parte deste crescimento
tem ocorrido em função de dois aspectos: o primeiro é o fato de que ser
"gospel" está na moda no Brasil; há alguns anos atrás, no Brasil, se
alguém dissesse que era crente, as pessoas arregalavam os olhos e o
ridicularizavam, os crentes eram até chamados de "os bodes". Hoje as
coisas estão bem diferentes. O segundo aspecto que tem favorecido este
crescimento é justamente a onda da Teologia da Prosperidade. E são
justamente estas igrejas que aparecem nos primeiros lugares de
crescimento.
O que deve nos preocupar é exatamente esta questão. Cristo está às
portas e vem buscar a sua igreja do meio das igrejas, porém, muitos
estão distraídos com outras coisas que não a convicção de salvação, que
não uma vida genuína de santidade e serviço ao Senhor. Muitos enchem a
boca e dizem: "Sou servo do Senhor", porém, a maneira que se dirigem a
Deus em suas orações negam que realmente se sintam servos em algum
momento, pelo contrário, sentem-se como senhores de um Deus que, segundo
eles, pode ser manipulado ao bel-prazer dos homens gananciosos por
fama, status social, dinheiro e bens que o façam ter destaque no meio em
que vivem.
Este é o grande perigo dos nossos dias; por isso Jesus disse: "Quão
dificilmente entrárá um rico no céu." (Lc 18.24), e ainda: " Quando o
Filho do homem vier, porventura achará fé na terra? (Lc 18.8) e que fé é
esta? A fé que salva, a fé que crê sem barganhas, a fé que reconhece o
senhorio de Deus e a pequenez e total dependência do homem, a fé
incondicional.
Chegamos a um ponto, onde alguns chamados "pastores, apóstolos, bispos,
etc" estão ridicularizando aqueles que são pobres; ser pobre agora é
doença, é algo inaceitável, ninguém mais aceita permanecer nesta
condição e ainda, fomentam a acepção de pessoas, quando dizem que o
pobre é aquele que está em pecado, e o que prospera materialmente é o
que está dentro da vontade de Deus, estão criando um padrão para o
crente, que , na visão deles, tem que ser próspero financeiramente, caso
contrário, algo está errado com ele. E ainda, um indivíduo como este
que prega neste vídeo, passa a humilhar publicamente os pobres. Penso
como se sentiram os irmãos que estavam ali ouvindo aquelas asneiras; se é
que ele já não espantou dos seus "cultos" todos os menos favorecidos
com esse tipo de sermão. Pessoas assim precisam ler a Bíblia e aprender
com Cristo. O nosso Senhor Jesus sempre estava entre os pobres, nasceu
entre eles, não se esquivou deles,antes os amou e pregou para eles
também, e ainda mostrou que os que tem fome e sede de justiça; ele diz
que os que não têm a justiça de Cristo em suas vidas são estes os mais
pobres dos homens; e não aqueles que sentem fome e sede físicas. Logo, a
pobreza material não é o pior dos males, mas a fome e sede de Deus por
toda a eternidade, mas estas pessoas hoje em dia estão buscando saciar
sua fome e sede e ganância pelas coisas terrenas, afêmeras, e estão se
esquecendo de buscar o reino do céu, e o que é o reino do céu em nós? É
amarmos sem acepção, nos sentirmos menores em honra em relação ao nosso
próximo, mesmo que ele seja o menos favorecido financeiramente; e não o
colocarmos em situação constrangedora, como faz este "pregador" do vídeo
abaixo. Para ele o pobre é um lixo. Mas o texto bíblico lido por ele,
nos mostra que o nosso Deus apenas enfatizou que não se esquecessem dos
pobres que havia dentre eles, que não fossem tão gananciosos a ponto de
não cuidar dos menos favorecidos; pois Deus sabe do quanto o ser humano é
mau e egoísta; foi, portanto, necessário que Deus ordenasse estas
práticas, para preservar os mais pobres; daí a prova de que era
interesse de Deus a existência deles, a preservação da vida e da
integridade deles, etc. E jamais o nosso Deus incentivou ninguém a
humilhar os outros pelo fato de serem pobres; Deus abomina a injustiça
social (Is 1), Nos ordena a socorrê-los, a Bíblia nos relata grandes
homens, profetas de Deus que morreram pobres e doentes, e nem por isso
deixaram de ser prósperos, que eram mais prósperos até do que estes que
hoje ostentam suas belas casas, seus belos carros de luxo, seu sucesso
financeiro; homens dos quais o mundo não era digno, segundo diz a
Bíblia, como o profeta Eliseu, por exemplo.
Peço a Deus que haja no Brasil o verdadeiro avivamento, pois o que há
por aí não pode ser avivamento, mesmo que alguns chamem por este nome
por causa de aumento numérico; pois entendemos biblicamente, que o
verdadeiro avivamento produz frutos dignos de arrependimento, e não
produz homens amantes de si mesmos, de seu próprio ventre, de seu
próprio umbigo; mas seu fruto serão homens rendidos aos pés do Senhor,
reconhecendo-o de fato como SENHOR e agindo como tal, e levando pessoas a
serem servas e não senhoras de Deus.
Deus, aviva a tua obra no meio dos anos! (Habacuque 3.2)
Nenhum comentário:
Postar um comentário