O
Cristianismo reformado foi e permanece fator determinante para o
desenvolvimento econômico, democrático e cultural dos povos, importa
sublinhar que ele só pode desempenhar esse papel se os crentes, nutridos
da forte Palavra de Deus para regeneração do mundo, mantiverem, diante
dos sistemas econômicos e políticos, a distância crítica que lhes
prescreve o evangelho. E isso é válido para os crentes de todas as
confissões cristãs. Se os protestantes têm, a tal respeito,
responsabilidade particular em virtude de sua história, não possuem por
si mesmos qualquer predisposição especial de que possam prevalecer-se.
Ora,
tal missão crítica é sempre difícil de exercer, e por vezes perigosa.
Quando é fielmente realizada, defronta oposições, porque questiona os
interesses egoístas dos indivíduos e dos grupos sociais, seja qual for a
classe da população a que pertençam. Já se observou o fato no âmbito
político. E é ainda mais verdadeiro no campo econômico, onde se jogam
mais diretamente ainda os interesses de cada indivíduo.
Foi
exatamente essa experiência que adquiriram, depois da igreja primitiva
e, desde o inicio da história, os cristãos reformados, e especialmente
os pastores quando mantinham a indispensável independência da prédica
que lhes ordena o Evangelho.
[...]
Na política, libertado dos crivos ideológicos habituais, o crente, de
fato, não se situa à esquerda, nem á direita, nem ao centro, de modo
incondicional, porque seus critérios de julgamento têm outra origem.
Está, destarte, equipado para engajar-se temporariamente na cidade, a
fim de realizar, com outros irmãos de facção diversa da sua, o programa
que lhe parece momentaneamente mais justo e urgente para construir uma
sociedade viável e duradoura, na precariedade da nossa situação.
BIÉLER,
André. In: A Força Oculta dos Protestantes. Traduzido por Paulo Manoel
Protasio. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 1999. Capítulo IV: A
Ética Cristã em luta com as ideologias contemporâneas, pp. 143 e 164.
Fonte: www.ump-da-quarta.blogspot.com
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