17
de Março de 1932 – Inicia a Igreja Presbiteriana como Congregação da Missão
Americana
31
de Janeiro de 1965 – É Concluído o Novo Templo e Organizada como Igreja.
Dezembro de 2012 - Ampliação do templo
Graça e Paz!
Amados irmãos no ano 2006 estive
cursando no Instituto Bíblico do Norte (IBN) o Curso de Preparação de Obreiros
(CPO) e ali me foi exigido pela professora de missiologia Missª Cristina Tereza
do Amaral um relato de uma igreja fruto de visão missionária, não pensei duas
vezes para fazer o relato histórico da nossa amada Igreja Presbiteriana do
Brasil em Monteiro (IPBM), leia o relato nas linhas abaixo:
A cidade de Monteiro cravada nos
cariris velhos da Paraíba e tinha à época sua população predominantemente
católica romana. Seria inteiramente impossível que adeptos de chefes religiosos
se sentissem bem com a chegada e implantação de um outro credo religioso
destoante do princípio papal. O povo seguia uma religiosidade cega a tal ponto
de soar por toda parte o som melodioso do misticismo, sincretismo e idolatria,
realidade que demonstrava a necessidade de anunciar-lhes o simples e poderoso
evangelho da Cruz. Foi em meio a tantas dificuldades, perseguições do romanismo
que deu-se a chegada do missionário Rev. Dr. Jullio Salles na nossa terra,
dando assim início a história do presbiterianismo na cidade de Monteiro.
No dia 17 de Março de 1932 este servo
de Deus, aqui se apresentou como médico homeopata, que de fato o era, apesar de
poucas pessoas saberem o significado daquele termo na época. Ele alugou um
quarto no hotel do Sr. Manoel Joaquim da Silva onde atendia os pacientes com
remédios naturais. Uma senhora chamada Belarmina Menezes (Belinha, hoje em
saudosa memória) paralítica devido a uma vacina, por conselho do dono do hotel foi
consultar-se com o médico Dr. Jullio, ali chegando, o homem de Deus vendo que
para medicina da época não havia cura para sua paralisia, receitou-lhe
paliativos para suportar os problemas; mas tratou-lhe da alma, apresentando-lhe
Cristo através do texto que diz: O Justo viverá da fé” (Rom. 1.17; Gal. 3.11).
Naquele dia (17 de Março de 1932) aquela mulher saiu dali convertida e surge em
Monteiro a Igreja Presbiteriana. Outros foram sendo agregados a igreja pelo
Senhor como: João Amaro, João Alexandrino, D. Filismina, Georgina (Geó),
Chateaubriand Azevedo, Odilon Sá, José Gervásio e familiares, Otávia Azevedo e
outros irmãos. A congregação funcionava a pleno vapor com a ajuda da Mission
Presbiterian Church, que enviava pastores, missionários, evangelistas,
seminaristas, para prestarem serviços relevantes a esta nova igreja.
Dentre os missionários americanos que
visitaram o campo missionário dando assistência pastoral, destacaram-se pela
sua permanência aqui os reverendos Langdon Handerlite e Dr. Donald Maxwell que
vez por outra cortavam o céu azul da nossa cidade no seu teco-teco para
resolver qualquer problema quando solicitado. As ondas de perseguições foram se
avolumando e o Mons. Vicente Rodas proibiu os católicos de encomendar costuras
a D. Belinha, que era ótima costureira, as pessoas da rua pediam suas peças de
volta, pois foram proibidos de pisar na calçada daquela serva de Deus, até os
comerciantes eram proibidos de vender aos protestantes sob pena de excomunhão
para o que não seguisse as ordens do Padre. A irmã Belinha passou por muitas
dificuldades e dona Geó que morava na mesma casa dela disse: “Bela, estás vendo
o sofrimento? Deixa essa religião” e D. Belinha respondeu: “Cala-te Satanás,
pois quem falou não foi tu não, foi ele”, foram lutas terríveis contra a Igreja
de Cristo, mas como diz um corinho antigo: “Ninguém detém é obra santa/Não há
diabo, carne e mundo para apagar este ardor/ Ninguém detém é obra santa/ Esta
obra é do Senhor”. Deus sustentou sua serva Belinha à época, seu cunhado Manoel
Joaquim, depois convertido e presbítero da Igreja, levava alimentos às
escondidas e jogava dentro da casa dela para não ser visto por ninguém. Outra
grande perseguição foi efetuada pelo frade Frei Damião que já havia queimado
várias igrejas protestantes na Paraíba, Pernambuco, ceará e Rio Grande do
Norte, posteriormente em 1958 queimaria a Igreja Presbiteriana de Patos, ele
juntou uma turba e no domingo de ramos quando veio realizar as “santas missões”
que nada tinham de santas, com o aglomerado partiu para invadir a casa de D.
Belinha perguntando como é que se matava cobra e o populacho respondia que era
na cabeça, mas o tenente Chaves enfrentou a situação e impediu a concretização
da atrocidade. A nova igreja ainda passaria por outra grande perseguição, desta
feita pelo Mons. João Honório de Melo, o mesmo tentou impedir a construção do
templo atual ameaçando o Pref. Alexandre da Silva Brito de excomunhão e o mesmo
cancelou a licença de construção, quando o Pref. Pedrinho Bezerra assumiu
concedeu nova licença de construção e ao ser ameaçado pelo sacerdote papal
disse “assinei e está assinado”, se o Sr. acha que tem direito entre na
justiça. O Padre entrou na justiça com o advogado João Minervino Dutra alegando
que o terreno era da Igreja Católica, perdeu na 1ª entrância e apelou para
TJ/PB sofrendo nova derrota sendo proferido o veredicto pelo Juiz Francisco
Milanês “é inconcebível tentar usurpar o
direito de expressão e culto por meios infundados, nega-se o provimento” e
a obra teve continuidade. A Congregação desde seu inicio foi ligada a dois
presbitérios o da Borborema e o Centro de Pernambuco, hoje conhecido como Vale
do Pajeú. No dia 31 de Janeiro de 1965 foi inaugurado o novo templo quando
trabalhava na congregação o Rev. Helon da Rocha Gouveia, neste ínterim a igreja
foi organizada eclesiasticamente sendo eleito o primeiro Conselho com o Rev.
Helon como pastor efetivo e os presbíteros Enéas Mineiro de Sousa e José
Ferreira de Sousa “José Manú” (Ambos de saudosa memória), ainda foram eleitos
os diáconos irmãos na fé e de sangue Joaquim e José Gervásio Moreira. Saíram
desta igreja os pastores Saul Lafayete, Noé de Paula Ramos, e outros que foge a
minha frágil memória.
Poucos irmãos restam do remanescente das
primícias do evangelho aqui, podemos citar: Francisca Leal,
Maria José Ferreira de Sousa (esposa de José Manú). Queremos citar alguns
irmãos que muito contribuíram com o trabalho desta igreja, foram: Georgina
Oliveira (Geó), Pb. Odilon Sá, Pb. Paulino Mariano, Alzira Gervásio, Otávia
Azevedo, Guiomar de Paula Ramos, Pb. José Ferreira Mendes “José Emídio”, Pb.
Manoel Joaquim da Silva, Pb. José Ferreira de Sousa, Pb. João Mendes Ferreira. Alguns dos pastores que trabalharam nesta igreja
foram: Revs. José Martins, José Maria Passos, Cornélio Bezerra Gonzaga, Edson
Dantas, Laudemiro Barros, José Maria Araújo, Edjair Silva, Fábio José Bernardo, este último
por doze anos e meio com um relevante trabalho desde a evangelização até o inicio da construção do Prédio de Educação Cristã da Igreja local. Hoje a igreja é pastoreada pelo Rev. Altino Firmino da
Silva Junior, um jovem pastor que tem realizado um belíssimo trabalho mostrando
a igreja sua responsabilidade de viver em paz e promover a paz de Cristo ao
mundo em guerra e o Conselho atual formado ainda pelos Presbíteros Veronilton
Paz, Antonio Mauricio e Antonio Braz compactua desta mesma visão e desejamos
que toda a Igreja erga os olhos e veja que os campos estão prontos para
colheita, no ano de 2012 a igreja realizou outro sonho antigo que foi a conclusão do prédio de educação cristã e a ampliação do templo que já não cabia os irmãos; além da implantação da Congregação Presbiteriana de Sumé-PB em Parceria com a Junta de Missões Nacionais. Nossos olhos não devem está postos no passado, mas olharmos para o
passado crendo em um agir futuro de Deus começando no presente. Estamos
dispostos a continuar a obra dos nossos pais, dos irmãos do passado? Mãos à
Obra!
O Campo é Vasto e
precisa de trabalhadores dispostos a segurar o arado e semear a boa semente.
“Pois quem no arado põe a mão tem trabalho certo e profissão” (Paulo César,
LOGUS).
Autor:
Presbítero e Missionário Veronilton Paz da Silva (Bacharel em Teologia pelo ITG de Belo Jardim - PE; Curso de Evangelista pelo CEIBEL de patrocínio - MG; Curso de Preparação de Obreiros no IBN de garanhuns - PE; Graduando em Letras na UEPB Campus VI Monteiro - PB)
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