SESQUICENTENÁRIO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
Uma Igreja que completa seu Centésimo Quinquagésimo Aniversário em nosso País é um marco em nossa nação que merece ser comemorado por grandiosos benefícios feitos por ela, a esta terra abençoada por Deus. Seguindo a linha básica do pensamento do grande reformador João Calvino (1509-1564), em seu bojo doutrinário a Igreja Presbiteriana do Brasil é herdeira da Reforma Protestante que se deu no Século XVI, pouco depois que o protestantismo começou na Alemanha na liderança de Martinho Lutero, surgiu através de uma segunda manifestação que eclodiu na Suíça sob a direção de outro ex-sacerdote, Ulrico Zuínglio (1484-1531). Distinguindo-se da reforma alemã, esse segundo Movimento ficou conhecido como segunda Reforma ou Reforma Suíça.
No entendimento de aprofundarem-se mais em seu rompimento com a igreja medieval e em seu retorno às escrituras fez com que recebesse o nome de movimento reformado e seus simpatizantes ficassem conhecidos simplesmente como “reformados”. Ao morrer em 1531, Zuínglio, teve um hábil sucessor na pessoa de João Henrique Bullinger (1504-1575). Poucos anos mais tarde surgiu um líder que se destacou de todos os outros por sua inteligência, dotes literários, capacidade de organização e profundidade teológica. O francês João Calvino (1509-1564) foi esse líder, que concentrou seus esforços na cidade Suíça de Genebra, residindo ali durante 25 anos. À luz das escrituras, Calvino traçou os contornos básicos do Presbiterianismo, através da sua obra magna a Instituição da Religião Cristã ou Institutas, comentários bíblicos, tratados e outros escritos, tantos em termos teológicos quanto organizacionais.
Estando presente em todos os Estados da Federação a Igreja Presbiteriana do Brasil que neste dia 12 de agosto faz aniversário, teve seu início em 1859, com a chegada ao Brasil do Missionário norte americano Rev. Ashbel Green Simonton, enviado que foi pela Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, sendo, portanto, o fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Para dirimir dúvida quando ao início da obra missionária por parte do chamado “Protestantismo de Missão” é conveniente esclarecer que antes da chegada de Simonton ao Brasil, o médico escocês Robert Reid Kalley, tendo sido o primeiro protestante a atuar com êxito em várias regiões de língua portuguesa dos dois lados do Atlântico, foi um pioneiro também aqui no Brasil.
Segundo a história Robert Reid Kalley tem sua origem presbiteriana, pois ao completar oito dias de vida foi batizado na tradicional e antiga Igreja da Escócia (Presbiteriana). Em 11 de julho de 1858, Kalley batizou o seu primeiro converso brasileiro, Pedro Nolasco de Andrade, no Rio de Janeiro. Esse dia passou a ser considerado como a data da organização da “Igreja Evangélica”, mais tarde denominada Igreja Evangélica Fluminense (18-09-1863), para distingui-la da Igreja Presbiteriana organizada pelo Rev. Ashbel Gren Simonton no início de 1862.
Como se pode observar, Kalley nasceu na igreja da Escócia e manteve ligações com o Presbiterianismo durante boa parte de sua vida. As Igrejas que resultaram do seu trabalho na Ilha da Madeira, onde seus discípulos eram conhecidos como “Calvinistas” bem como aquelas fundadas por refugiados madeirenses no Caribe e nos Estados Unidos, foram todas presbiterianas. No Brasil, embora ele tenha sido o introdutor do congregacionalismo, suas ligações com os presbiterianos e suas contribuições diretas e indiretas à obra presbiteriana são dignas de nota.
Com muita galhardia a Igreja Presbiteriana do Brasil chega aos 150 Anos nesta grande nação brasileira e para comemorar tão festiva data, o Concílio maior desta Igreja formou a Comissão do Sesquicentenário para fazer cumprir uma programação especial, que no período de um ano agosto de 2008 a agosto de 2009, vem realizando seu trabalho e cumprindo fielmente com o que ficou estabelecido para marcar a data histórica da (IPB) - Sigla da Igreja Presbiteriana do Brasil.
A Comissão coordena uma agenda de produções, lançamentos e eventos alusivos a data, que está sendo comemorada em todo Brasil. São eles: Produção de um curta- metragem sobre a vida de Simonton e de um vídeodocumentário sobre a IPB; a elaboração de um selo postal dos Correios, as edições da Bíblia Comemorativa, do livro sobre os últimos 50 anos da história da IPB e a reedição dos “Sermões Escolhidos” de Simonton. A abertura oficial das comemorações teve início no dia 23 de agosto de 2008, em Boa Vista – Roraima (RR); e no dia 24 de agosto em Manaus – Amazonas (AM).
A Igreja Presbiteriana do Brasil conta com centenas de Escolas de Ensino Fundamental, Médio e Superior. Em São Paulo o Instituto Presbiteriano Mackenzie e a Universidade Mackenzie têm mais de 30 mil alunos. Diga-se de passagem, é a maior Universidade particular da América Latina. Na área de saúde, a Igreja Presbiteriana do Brasil dispõe de Hospitais criados e dirigidos por Presbiterianos, Clínicas médicas, asilos, orfanatos e trabalho com meninos e meninas de rua como a Sammar e Apad. É necessário dizer que Pombal foi incluído na história dessa igreja, pois no dia 03 de agosto de 1940, há 69 anos, o Presbiterianismo era organizado em Pombal com o nome de Igreja Presbiteriana do Brasil, registrando-se também em nossa cidade o pioneirismo do Evangelho da Graça de Cristo.
Em um artigo publicado neste blog o ano passado pelo meu sobrinho Rev. Clodoaldo Albuquerque Brunet, sob o título: “O Presbiterianismo na Região de Pombal já é uma Obra Centenária”. Ele revela esse lado histórico em nossa região sertaneja. DIZ CLODOALDO... No livro “A Sagrada Peleja”, um diário com registros feitos pelo desbravador do Presbiterianismo no Ceará, Rev. Natanael Cortez, conta a chegada do Rev. Henderlite no mês de dezembro de 1912 com o então seminarista Natanael Cortez ao sítio Genipapo. Natanael registra: “embora não conhecendo das bifurcações da estrada ao lugar do nosso destino, temendo as ciladas dos cangaceiros que em quadrilhas avassalam e dilaceram esses sertões, confiando tão somente no Senhor que até ali nos tinha ajudado, partimos. Às 9 horas do dia 07 estávamos no almejado Genipapo, à porta da irmã Maria Dantas da Nóbrega, viúva do irmão de saudosa memória o capitão Antonio Martins da Nóbrega” (Cortez N. 2001 P. 41). O capitão Martins foi um dos primeiros conversos a fé reformada de que se tem notícia no sertão, fora evangelizado pelo seu cunhado o Sr Martiniano de Oliveira.
Conforme testemunho dos seus descendentes, as irmãs Senhoritas Elza Dantas de Sá e Eleusina Dantas de Sá, a conversão do seu avô deu-se antes da libertação dos escravos. Teria contribuído para esse fato um colportor de bíblias americano que lhe entregara uma porção das sagradas escrituras, o Novo Testamento. Segundo a Elza, seu avô Capitão Antonio Martins teria libertos os escravos como resultados da graça de Cristo.
O diário do Rev Cortez diz palavras maravilhosas sobre a vida desse irmão que comprovam a sua transformação espiritual: "O irmão capitão Antonio Martins brilhou como a luz nestes sertões e ilustrou pelas suas obras o poder regenerador que operou em seu coração transformando-o num homem novo" (Cortez p. 40.) O Sr. Martins faleceu em 1906, tendo recebido durante sua nova vida cristã apenas uma visita pastoral que foi a do Rev. Manoel Machado em 1901.
Num contexto de muita intolerância religiosa, a família sofreu o desprezo de parentes e foi perseguida, mas mesmo assim a fé permaneceu firme no evangelho da graça de Deus. Por ocasião da visita do Rev. Machado em 1901 foram recebidas à comunidade presbiteriana as seguintes pessoas: Antonio Martins da Nóbrega, Maria Dantas da Nóbrega, Leontina Dantas de Sá, Honória Dantas de Sá, Maria Dantas de Sá; e foram batizados na fé dos pais os seguintes menores: Pedro Martins, Paulo Martins, Antonio Martins, Collecta Dantas e Anália Dantas, esta mãe da Elza e Eleusina. Na visita do Dr Henderlite no dia 09 de dezembro de 1912 foram recebidas as irmãs Anathildes Dantas de Sá e D. Maria Ignez da Conceição, ainda professaram a fé as senhoras Anália e Collecta. Dessa congregação no Jenipapo se formara a Igreja Presbiteriana de “Iburaninha” que foi organizada em Igreja ainda no início da década de trinta.
Conta a senhorita Nizete Dantas filha daquela igreja que o fundador foi o ilustre Rev.Dr. Antonio de Almeida. A senhorita Nizete, diz que o Rev Almeida ao chegar no lugar onde havia uma Umburana e perguntar o nome daquela árvore, lhes responderam: "Iburana", dai o reverendo disse: "Aqui construiremos a igreja, e o lugar se chamará Iburaninha" Dessa igreja é que veio a existir a igreja Presbiteriana de Pombal, e muitas outras, pois com a migração de irmãos que fugiam das secas do sertão outras igrejas foram plantadas no sul do país. Iburaninha hoje é município de São Domingos de Pombal.
Por este relato do Rev. Clodoaldo, que hoje está dirigindo a Congregação Presbiteriana na cidade de Cajazeiras aqui na Paraíba, vimos o quanto é importante para nossa IPB, mormente, em que a nossa igreja celebra o seu sesquicentenário no Brasil, Pombal e região comemoram o evento registrando em seu histórico, o Centenário do Presbiterianismo.
A Igreja Presbiteriana do Brasil é histórica, séria, sóbria e ética. Prima pelo equilíbrio. Tem uma liturgia de culto leve, agradável e participativa. As suas convicções doutrinárias são regidas pela Bíblia como única regra de Fé e Prática. Crer na Soberania de Deus, na infalibilidade da sua Palavra e das suas promessas. Tem como lema: Anunciar o Reino de Deus, Educar Para a Vivência Cristã e assistir o ser humano em suas necessidades. E como princípio Ortodoxia, Piedade e Teologia Reformada.
VIVA A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, PARABÉNS PELOS SEUS 150 ANOS EM SOLO BRASILEIRO!
*RADIALISTA.
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