Não é preciso de muito para provar que a teologia da prosperidade é uma mentira! Jesus não prometeu riquezas para ninguém nesse mundo! Muito pelo contrário, nos alertou que seríamos afligidos e sofreríamos pelo seu nome (Mateus 10: 16 ao 22). Jesus prometeu vida eterna para aqueles que se arrependerem de seus pecados e o seguirem (Romanos 6: 23; Mateus 16: 24 ao 25 4: 17). Cristo, quando disse que veio para dar vida em abundância (João 10: 10), se refere à vida eterna e não à prosperidade financeira e às riquezas materiais, como é pregado em certas igrejas.
Em Mateus 19: 29 ao 30 há uma promessa de recompensa: Jesus disse que todo aquele que deixasse sua família por causa de seu nome receberia muitas vezes mais e também a vida eterna. Em algumas versões bíblicas está escrito 100 vezes mais. Essa promessa não foi destinada apenas para eles e sim para todo cristão, principalmente para os missionários, que ainda nos dias de hoje não deixam apenas seus interesses ou atividades de lado, como também dedicam todo o tempo de suas vidas para servir a DEUS, muitas vezes abandonando o emprego e a família por amor ao evangelho. O que é essa recompensa? Receberemos em vida? Os apóstolos e discípulos de Jesus deixaram para trás seus lares e suas famílias, passaram necessidades, foram perseguidos e martirizados (Atos 5: 17 ao 18 7: 59 ao 60). Eles nunca foram ricos ou prósperos financeiramente (Atos 3: 6), pelo contrário, o pouco que tinham dividiam entre os irmãos (Atos 4: 33 ao 35; Provérbios 28: 27 ). Em 2 Coríntios 8: 2 ao 9 fala sobre a oferta arrecadada para os cristãos pobres da Judéia que mesmo passando por tribulações e sendo pobres ofertaram com grande generosidade voluntariamente. A Bíblia não diz que eles receberam em dobro o que ofertaram ou receberiam depois, como também é pregado por aí. Toda oferta deve ser oferecida com amor não esperando receber algo em troca! (Marcos 12: 42 ao 44). A Bíblia diz que em tudo eram mais ricos do que os outros, na fé, na Palavra, no conhecimento e no amor para com o próximo. Eles não passaram a ser, eles eram mais ricos que os outros e eram pobres! O versículo 9 do mesmo capítulo afirma que Jesus era rico e se fez pobre para que nós nos tornássemos ricos por meio da pobreza dele. Jesus Cristo foi rico em vida humana? Não! A riqueza mencionada nessa passagem também não é material! É espiritual, é a vida eterna! Seremos transformados! Todos os salvos desfrutarão de riquezas e não mais passarão necessidades! (Lucas 6: 20 ao 23), Nem fome, nem sede e nem dor alguma (Apocalipse 21: 3 ao 4). Jesus deixou sua glória e se fez servo para cumprir a vontade do Pai (Mateus 20: 28). Jesus se agrada que padeçamos por ele, que sejamos perseguidos e maltratados pelo seu nome (Mateus 5: 11 ao 12).
Mesmo depois de tudo isso você pode se perguntar: e quanto a Abraão, Isaque, Jacó, Davi e Salomão? Eles eram reis de seus povos e também extremamente ricos. Eles foram escolhidos por DEUS para guiar o povo segundo a promessa de DEUS para Abraão (Gêneses 12: 2 ao 3 13: 15 ao 16), mas não amavam sua riqueza (Provérbio 3: 13 ao 15; Eclesiastes 5: 10). Deus apareceu a Salomão em sonho e perguntou:
– O que queres que eu lhe dê? Salomão poderia ter pedido qualquer outra coisa, mas pediu sabedoria para guiar o povo (1 Reis 3: 5 ao 13). Deus se agradou disso e deu muito mais do que sabedoria a ele. Salomão foi o mais sábio dos reis como também o mais rico de toda história.
Tudo é determinado por DEUS, sua vida, sua salvação (Romanos 8: 29 ao 30; 9: 11 ao 18). Deus já tem seus escolhidos (Efésios 1: 4 ao 5 e 1: 11 Romanos 9: 19 ao 24), sua vontade será cumprida (Isaías 46: 10) e nada nunca saiu e nem sairá do seu controle (Mateus 10: 29). Deus conhece o coração do homem (1 Samuel 16:7 Lucas 9: 46). Deus dá a quem quer e como quer, fez todas as coisas para os seus próprios fins e até o ímpio para o dia mal (Provérbios 16: 1 16: 4). Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a DEUS (Romanos 8: 28). Somos ricos ou pobres apenas porque Deus determinou assim, mas isso não quer dizer que essa situação não possa mudar, logicamente podemos passar de um estado para o outro em qualquer uma das duas situações, pois somos humanos e não conhecemos o amanhã, nem sabemos o que DEUS preparou para nós. Seus caminhos não são os nossos caminhos e os nossos pensamentos não são seus pensamentos (Isaias 55: 8). Jó na sua tribulação passou do estado de rico para pobre e depois se tornou ainda mais rico.
Temos o exemplo de Salomão que nos mostrou que é melhor pedir sabedoria do que pedir riquezas ou prosperidade financeira. Em Eclesiastes 5: 18 Salomão afirma que a melhor coisa que o homem pode fazer é comer, beber e gozar do fruto do seu suor, pois a vida é curta e ninguém levará nada desse mundo (Timóteo 6: 7). Sei que existem muitos cristãos endividados ou passando necessidades, que estão desesperados, mas devemos orar a DEUS como Jesus nos ensinou, primeiramente devemos adorar o PAI e pedir que seja feita sua vontade (Mateus 6: 9 ao 13). Não é errado pedir o que realmente necessitamos, pedir condições para quitarmos nossas dividas e administrar bem o que temos, mas nem todos oram segundo a vontade de DEUS, por isso não recebem o que pedem (Mateus 6: 5 ao 7). Deus sabe o que precisamos antes de pedirmos (Mateus 6:8).
Sábio é pedir sabedoria e força para vencer as tribulações (Tiago1: 5). O segredo para receber o que pedimos é orar como Jesus ensinou, crendo (Tiago 1: 6) e pedindo como Jesus pediria (Mateus 21: 22). Assim, orando e crendo dessa forma, receberemos tudo o que pedirmos (Mateus 7: 7 ao 8).
Também temos outros exemplos de poder, quando o mesmo não é usado sabiamente, ou é usado para o mal, pode nos levar a pecar e trazer graves conseqüências para nossas vidas. Davi não só cobiçou a mulher de Urias como também cometeu adultério e armou para que Urias fosse morto em batalha (2 Samuel 11: 2 ao 4; 11: 14 ao 17). Davi usou seu poder e autoridade de rei indevidamente nessa ocasião, mas DEUS não o deixou impune, ele sofreu as conseqüências dos seus pecados e foi aperfeiçoado na sua tribulação (2 Samuel 12: 7 ao 15).
Salomão, na sua velhice, deu ouvidos às suas várias esposas estrangeiras e levantou ídolos para que o povo os adorasse (1 Reis 11: 1 ao 13). Depois disso, no decorrer do tempo, surgiram em toda história mais reis idólatras do que reis que temiam ao SENHOR, e o povo de Israel pagou o preço por ter se curvado a outros deuses. O rei Ezequias, por se orgulhar de sua riqueza, apresentou todo o tesouro de Israel a visitantes forasteiros (2 Reis 20: 13), e assim que os mesmos forasteiros se retiraram para retornar de onde vieram surgiu uma profecia que se cumpriu anos depois (2 Reis 20: 14 ao 19): Israel foi destruído, tomado pela a Babilônia e muitos foram levados como escravos (2 Reis 24: 10 ao 17). Jesus disse que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de DEUS (Mateus 19: 23 ao 24) ou seja, isso é quase impossível, mas sabemos que tudo é possível para o SENHOR (Mateus 19: 26).
Como disse antes isso não quer dizer que um cristão não possa ser rico ou que isso não seja bom para sua vida, mas quero alertar quanto ao perigo que o dinheiro pode trazer, pois temos corações enganosos que são inclinados ao pecado (Jeremias 17: 9). O pecado sai do coração, está dentro de nós e não fora (Marcos 7: 20 ao 23). A praticidade dos recursos que o dinheiro proporciona pode despertar com mais facilidade o desejo de pecar (Tiago 1: 14 ao 15; Provérbios 4: 23), pois onde estiver seu tesouro estará seu coração, ou seja, seu coração está no que é valioso para você (Lucas 12: 34). Sei que o pobre também é sujeito ao pecado, mas nem tudo está em seu alcance. Não devemos amar tesouros e riquezas passageiras (Lucas 12: 33), (Timóteo 6: 10 ao 11) e sim buscar primeiramente o reino de DEUS (Mateus 6: 33). Também não devemos invejar a prosperidade do ímpio, não desejar riquezas financeiras nos contentando com o que temos e nos apartando do mal (Salmos 37: 7; Tiago 1: 9 ao 11; 1 Timóteo 6: 8; Provérbios 3: 7).
As passagens bíblicas apresentadas acima, juntamente com o Salmo 1: 3, deixam claro qual é a verdadeira prosperidade de um cristão! Acredito que a obra de nossas mãos prospere, no trabalho, nos estudos, que não nos faltará o pão (Salmos 37: 25), que Deus suprirá nossas necessidades e se faltar não quer dizer necessariamente que estamos em pecado. Jó foi injustamente acusado pelos seus amigos de estar sofrendo o castigo de DEUS por ter vivido em pecado. Entretanto ele sempre foi reto e temente a DEUS (Jó 1: 5), nem mesmo pecou e não amaldiçoou a DEUS em sua desgraça. Jó não pediu a Deus que restituísse o que era dele em nenhum momento como alguns cristãos fazem nos dias de hoje, também não orou rejeitando sua aflição dizendo que não aceitava aquela situação, antes se humilhou e atribuiu a sua tribulação a DEUS e não ao diabo (Jó 1: 21 ao 22; 2: 9 ao 10; 13: 15). Será que podemos rejeitar o que venha de DEUS? De forma alguma. Jó foi aperfeiçoado na fraqueza, DEUS foi glorificado através de sua vida e o diabo foi envergonhado. Quando nós cristãos passamos necessidades ou enfrentamos tribulações estamos sendo aperfeiçoados por DEUS e não castigados (Felipenses 4: 11 ao 14; 2ª Coríntios 12: 9), pois nossos pecados já foram perdoados (Isaias 53:11).
Certa vez um amigo cristão me disse que muitos perdem tempo discutindo doutrinas e causando divisões, enquanto há muitas almas para serem salvas. Mas nem sempre isso é uma realidade, acredito que a verdadeira batalha espiritual é combater e desmascarar seitas, heresias e falsas doutrinas através do poder da Palavra. (Efésios 6: 10 ao 13; 1 Tessalonicenses 1: 5) Muitos estão sendo enganados por não conhecerem o evangelho, mas afirmo que devemos ser como o povo de Beréia, eles eram muito educados e ouviram a pregação de Paulo com muito interesse e todos os dias estudavam as Escrituras para saber se o que Paulo dizia era verdade (Atos 17: 11 ao 12). Temos que estar preparados para levar a verdade às pessoas, e não opiniões pessoais (1 Coríntios 2: 4 ao 5), baseados em nossas experiências que não estão de acordo com as Sagradas Escrituras. Devemos analisar todas as coisas (2 tessalonicenses 5: 21). Pregações do seu pastor, aulas na Escola Bíblica, estudos e livros teológicos para não cairmos no mesmo erro. O próprio Jesus nos exorta a examinar as Escrituras em João 5: 39, pois é a Bíblia quem testifica de Jesus Cristo.
Existem três tipos de supostos cristãos dentro das igrejas em geral. O que tem o conhecimento, o Espírito Santo e prega a verdade, tem prazer na santidade e no conhecimento (Salmos 1: 1 ao 3; Gálatas 5: 22; 2 Tessalonicenses 5: 15 ao 26). O sem conhecimento e preguiçoso. Vai à igreja quando quer e prefere colocar outras coisas na frente de DEUS (Tito 1: 16). O Cristão que tem algum conhecimento e o Espírito Santo, mas prefere muitas vezes confiar em sua própria experiência e dar mais crédito a ela do que à Palavra de DEUS (1 Timóteo 6:3 até 6). E o falso cristão que foi levantado pelo diabo para enganar o povo (Mateus 7: 15; 24: 24).
Um cristão sem conhecimento da Bíblia é um cristão incompleto e está sujeito a transmitir a Palavra de DEUS de forma errada, podendo trazer o pecado ao invés de edificação para os irmãos de pouco conhecimento como também para os novos convertidos.
Assim como a teologia da prosperidade existem muitas outras falsas doutrinas que precisam ser combatidas. Não vou citar mais nenhuma outra para não sair do assunto tratado e não alongar mais o texto.
Todo o texto foi baseado na Bíblia (Tito 1: 9), e afirmo novamente: a nossa recompensa é a vida eterna e o salário do pecado é a morte.
O dinheiro pode comprar quase tudo nesse mundo, alguns acreditam que se pode comprar até mesmo felicidade, mas o dinheiro não pode comprar a salvação! (Safonias 1: 18) Ela é gratuita! Basta apenas se arrepender de seus pecados. Aceitar a Jesus Cristo e viver uma nova vida na transformação de um novo homem pregando a Palavra com amor e autoridade assim como Cristo nos designou! (Marcos 13: 10 e 16: 15).
Espero que sua fé seja edificada através desse texto e que todos nós possamos sempre crescer na graça e no conhecimento de no Senhor Jesus Cristo (1 João 3: 18).
Versículos para reflexão do texto.
1 Timóteo 3: 16; 6: 3 ao 10;
Provérbios 4: 5 ao 12;
Gálatas 1: 8-9;
Mateus 10: 16 ao 22;
Colossenses 3: 12 ao 15;
2 Tessalonicenses 5: 14;
Hebreus 12: 5 ao 8 e 13: 1 ao 8;
2 Timóteo 3: 14 e 4: 2 ao 5.
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