sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sermão Manuscrito 1: O Evangelho

Meu Fraternal irmão Márcio Brito enviou, eu agradeço e parabenizo Rev. Marcelo Lemos (ô Velho Macho!!)



Sermão manuscrito de Marcelo Lemos.


(Mateus 1.1-17)


Como a maioria dos irmãos deve saber, o termo Evangelho resume toda a mensagem e a missão de Cristo. Evangelho é um termo grego que traduzido significa “Boas Notícias”, ou, para os mais antigos, “Boas Novas”. Era uma palavra muito utilizada nos Impérios da Antiguidade. Por exemplo: se o exército era vitorioso no campo de batalha, um mensageiro, que também era conhecido como “arauto”, vinha na frente, e entrando na cidade contava a todos aquele Evangelho, ou seja, a Boa Notícia, anunciando aos seus concidadãos a vitória conquistada.

Por isso eu ter lhes dito que o termo Evangelho resume toda a mensagem e a missão de Cristo. A missão de Cristo, segundo a Escritura, é que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e colocou em nós a palavra da reconciliação” (II Cor. 5.19). E essa, meus queridos irmãos, é um boa, uma excelente notícia! Sim, trata-se de um notícia tão maravilhosa, que São Mateus escreveu, citando o profeta Isaías: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande Luz; e, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, a Luz raiou!” (S. Mateus 4.16).

Com isso em mente, quero chamar a sua atenção para o modo interessante como o Evangelista S. Mateus inicia o seu relato da vida e do ministério de Jesus Cristo. Deus nos deu o privilégio de possuirmos Quatro Relatos inspirados da vida do Cristo. Marcos começa seu relato nos falando do grande João, o Batizador. Lucas faz a mesma coisa, e nos fornece detalhes ainda maiores de como se deu a gravides de Isabel, mãe de João Batista. Depois, temos João, o Evangelista, que inicia seu relato com uma linda poesia teológica, falando-nos do Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Mas hoje, estamos olhando para Mateus, que inicia seu relato sobre a vida do Cristo com dezessete versículos que nos falam de uma longa e cansativa genealogia. Por qual razão ele faz isso?  Será que temos algo a aprender nestes versículos?

Uma genealogia é uma enorme lista de nomes, cujo objetivo central é comprovar as origens de uma pessoa. No caso de Cristo, o objetivo central é comprovar que Jesus era descendente de David, e também de Abraão, nosso pai na fé. E se olharmos atentamente, veremos que essa genealogia, apesar de cansativa, tem muito a nos ensinar sobre a Boa Notícia que Cristo trouxe ao mundo.

Olhe para estes nomes, e descubra que as promessas de Deus são infalíveis. Assim que o homem pecou, no Jardim do Éden, Deus fez a primeira promessa de Redenção, “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3.15). Centenas de anos depois, Deus chama Abraão e lhe faz uma maravilhosa promessa, “em ti serão benditas todas as famílias da Terra” (Gênesis 12.3). Milhares de anos passaram diante dos olhos de Israel. Os israelitas foram perseguidos, escravizados, desterrados, humilhados e mortos. Mas, quando o Calendário de Deus se cumpriu a promessa. Pensando nisso, o apóstolo S. Paulo escreveu: “Mas, vindo a Plenitude dos Tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Galátas 4. 4,5).

Então, na próxima vez que você ler esta genealogia, lembre-se de que ela nos fala que as promessas de Deus são infalíveis. Observe que nestes dezessete versículos, somos conduzidos através da história de quatorze gerações, e a lista de Mateus é um resumo, pois muitas outras famílias poderiam ter sido incluídas nesta genealogia. Quatorze gerações, milhares de anos na História, e no tempo de Deus, a promessa se cumpriu. Nem mesmo a incredulidade e a apostasia de Israel pode impedir que a promessa se cumprisse. Por isso, quando ler esta genealogia, lembre-se do que Paulo disse a Timóteo: “se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a Si mesmo” (IITimóteo 2.13). As promessas que Deus faz são infalíveis; se Ele prometeu, Ele cumprirá. Se Ele disse “não!”, é não; se Ele disse “sim!”, não importa quanto tempo leve, acontecerá!

Olhe para estes nomes, e descubra que o Evangelho não faz acepção de pessoas. As genealogias eram muito importantes para os judeus. Os Israelitas eram uma nação orgulhosa. Eles eram tão orgulhosos, tão nacionalistas, que os discípulos ficaram impressionados quando viram que os gentios, lá na casa de Cornélio, também puderamm receber a promessa do Espírito Santo, “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a Palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (Atos 10.44,45).

A genealogia que Mateus nos oferece na leitura de hoje, também nos mostra que Deus não faz acepção de pessoas. Os judeus tinham pouca estima pelas mulheres, e as genealogias do Antigo Testamento jamais se interessavam listar nomes de mães e avós (tal coisa era dispensável); mas o Espírito Santo faz questão de colocar o nome de várias mulheres na genealogia de Jesus. Os judeus desprezavam os gentios, mas o Espírito Santo faz questão de mostrar que Cristo, o Rei dos Reis, nasceu de uma linhagem que contava com vários gentios, como o casal Rute e Boaz. Além disso, na genealogia de Cristo há lugar para ricos e pobres, reis e servos, nomes honrados, e pessoas de origem pecaminosa, como a prostituta Raabe. Não importa quem o homem é, ou quem ele deixou de ser, se ele vem a Cristo, Ele é feito participante da promessa, ele é feito filho de Abrão, e se torna membro da família de Cristo: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem femeá; porque todos vós sois um em Cristo. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa!” (Galátas 3. 27-29).

Olhe para estes nomes, e descubra que a Graça de Deus é infinitamente maior que os nossos pecados. Jamais podemos minimizar a gravidade dos nossos pecados. Nossos pecados, por menores que nos pareçam, são tão ofensivos a Deus, que Paulo diz que, antes de encontrarmos Cristo, éramos “por natureza filhos da Ira” (Efésios 2.3). Mas, assim como não podemos minimizar a gravidade dos nossos pecados, também não podemos minimizar o quanto a graça de Deus é maior que a nossa indignidade. A nossa indignidade é monstruosa, mas a Graça de Deus é infinitamente maior.

E quanto você lê esta genealogia, poderá comprovar essa verdade sobre a Graça de Deus. Quem aqui gostaria de publicar um livro, a ser lido em todo o mundo, que dissesse que você é descendente de uma prostituta? Estou falando de Raabe, um dos nomes da lista. Quem aqui gostaria de publicar um livro, que quem sabe viraria documentário, onde se lesse que um de seus antepassados violentou a mulher de um amigo, e ao descobrir que a engravidara, matou o amigo,sendo você fruto dessa tragédia? Estou falando de Bete-Seba, outro nome da genealogia de Cristo. Eu me sentira constrangido se tal história estivesse falando de mim, e da saga da minha família.

Mas Cristo jamais se envergonhou de nós. Seu amor por mim, é maior que os meus pecados. Seu amor por você, é maior que os teus pecados. É por isso que o texto de Efésios não termina dizendo que nós eramos todos “filhos da Ira”, mas ele continua dizendo: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus!” (Efésios 2. 4-8).  

Eu não sei o que você fez da tua vida até hoje, nem quero ou preciso saber; mas há uma coisa que você precisa saber, e foi dita na Antiguidade pelo profeta Isaías: “ainda que o pecado sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a lã” (Isaías 1.18).

O que o texto de hoje nos ensina sobre o Evangelho?  Que o Evangelho é a Boa Notícia que Cristo trouxe ao mundo. Esta Boa Notícia nos diz que, ao homem que tem fé em Jesus, nada nem ninguém pode fechar as portas da Salvação. As promessas de Deus são infalíveis; as promessas de Deus não fazem acepção de pessoas, e a graça de Deus é maior que os nossos pecados.

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