Podemos participar de reuniões onde curas e milagres são prometidos?
Essa é uma das questões mais difíceis com
que o líder de uma comunidade cristã tem que lidar. As pessoas que
sofrem ficam impressionadas com as promessas de milagres que são
oferecidas, especialmente pela TV, são relatos de supostas curas
espetaculares e até de ressurreições. Multidões, especialmente de
pessoas de condições mais humildes, são atraídas para reuniões onde
curas e milagres são prometidos.
A única maneira de responder a essa
questão e examinando a Bíblia, a norma pela qual deve ser provado todo o
ensino e experiência.
Os Evangelhos descrevem o ministério de
Jesus como sendo triplo: ensino, pregação e cura (Mt 9:35). Jesus envia
os doze e dá-lhes autoridade “para curar todas as doenças e
enfermidades” (Mt 10:1). Eles curavam numerosos enfermos, ungindo-os com
óleo (Mc 6:12-13). Curas e milagres faziam parte do ministério dos
apóstolos e de outros lideres da igreja. Atos 5:15-16 relata que “as
pessoas punham os doentes nas ruas, em camas e esteiras. Faziam isso
para que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra cobrisse alguns
deles. Multidões vinham das cidades vizinhas de Jerusalém trazendo os
seus doentes e os que eram dominados por espíritos maus, e todos eram
curados”.
A Bíblia ensina, também, que podem
acontecer milagres que não procedem de Deus. Jesus advertiu sobre o
surgimento de “falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e
prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24).
Em Samaria, Simão, o mago, fascinava as pessoas que o chamavam de “poder
de Deus” e “o Grande Poder” (At 8:8-11). O Anticristo virá “com todo
poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça
aos que perecem” (2Ts 2:9-10). Deus permite que um falso profeta realize
um milagre extraordinário para provar o amor de seu povo (Dt 13:1-5).
Os falsos profetas podem se identificados pelos seus frutos (Mt
7:15-23): falam e agem em nome de Deus, mas negam ao senhor Jesus o
lugar que ele merece, exploram a fé das pessoas movidos de ambição pelo
dinheiro, os que os seguirem receberão o juízo de Deus (2Pe 2:1-3).
Na carta de Tiago há uma orientação especifica de como um cristão deve proceder quando sofre de uma enfermidade: “Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam
oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” (Tg 5:14). E ainda: “orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”
(vs. 16). Os presbíteros são os responsáveis pela liderança da
comunidade cristã local. A pessoa enferma deve buscar ajuda espiritual
em sua própria comunidade de fé. O óleo simboliza o poder curativo de
Jesus, o qual se faz presente nesse momento junto ao enfermo (At 10:38;
Mt 18:19-20). Ao ungirem a pessoa com óleo, os presbíteros separavam-na
para receber atenção especial de Deus. Cristo, através de seu Espírito,
concede a Igreja de inúmeros dons para beneficio de todos; entre esses
dons, mencionam-se as curas (1Co 12:9-10, 28-30). A presença e
intercessão da comunidade junto ao enfermo, o faz sentir-se amado e
fortalecido na fé, na esperança e no amor.
Promessas de cura para os doentes são
feitas em círculos espíritas, cultos afro-brasileiros, locais de
peregrinações com invocação de santos e por pregadores que oferecem
curas através doações financeiras (veja aqui). À luz da Palavra de Deus, um cristão não deve buscar cura nesses lugares (2Reis 1:2-3).
O cristão enfermo deve buscar e receber
ajuda espiritual de sua própria comunidade de fé, participar de reuniões
de oração e celebrações onde, em conformidade com o ensino bíblico, se
faz intercessão por cura, bem como receber assistência espiritual em
hospitais e em casa. No
entanto, as orações mais intensas não conseguem obter a cura de todas
as doenças (2Rs 13:14; 2Co 12:8-9), pois só desfrutaremos da plenitude
das promessas quando Cristo voltar (Fp 3:20-21). Mesmo quando a cura
física não acontece, o enfermo deve continuar confiando no Senhor que
diz: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”
(2Co 12:9). Os sofrimentos que temos que superar podem ter como sentido
de completa no corpo “o que resta das aflições de Cristo, em favor do
seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24). Os cristãos também, sempre que
possível, devem consultar médicos qualificados e usar medicamentos
receitados (Mt 9:12; 1Tm 5:23).
Fonte: http://www.ipjana.blogspot.com.br/
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