quarta-feira, 18 de abril de 2012

Podemos participar de reuniões onde curas e milagres são prometidos?

Essa é uma das questões mais difíceis com que o líder de uma comunidade cristã tem que lidar. As pessoas que sofrem ficam impressionadas com as promessas de milagres que são oferecidas, especialmente pela TV, são relatos de supostas curas espetaculares e até de ressurreições. Multidões, especialmente de pessoas de condições mais humildes, são atraídas para reuniões onde curas e milagres são prometidos.
A única maneira de responder a essa questão e examinando a Bíblia, a norma pela qual deve ser provado todo o ensino e experiência.
Os Evangelhos descrevem o ministério de Jesus como sendo triplo: ensino, pregação e cura (Mt 9:35). Jesus envia os doze e dá-lhes autoridade “para curar todas as doenças e enfermidades” (Mt 10:1). Eles curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo (Mc 6:12-13). Curas e milagres faziam parte do ministério dos apóstolos e de outros lideres da igreja. Atos 5:15-16 relata que “as pessoas punham os doentes nas ruas, em camas e esteiras. Faziam isso para que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra cobrisse alguns deles. Multidões vinham das cidades vizinhas de Jerusalém trazendo os seus doentes e os que eram dominados por espíritos maus, e todos eram curados”.
A Bíblia ensina, também, que podem acontecer milagres que não procedem de Deus. Jesus advertiu sobre o surgimento de “falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24). Em Samaria, Simão, o mago, fascinava as pessoas que o chamavam de “poder de Deus” e “o Grande Poder” (At 8:8-11). O Anticristo virá “com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem” (2Ts 2:9-10). Deus permite que um falso profeta realize um milagre extraordinário para provar o amor de seu povo (Dt 13:1-5). Os falsos profetas podem se identificados pelos seus frutos (Mt 7:15-23): falam e agem em nome de Deus, mas negam ao senhor Jesus o lugar que ele merece, exploram a fé das pessoas movidos de ambição pelo dinheiro, os que os seguirem receberão o juízo de Deus (2Pe 2:1-3).
Na carta de Tiago há uma orientação especifica de como um cristão deve proceder quando sofre de uma enfermidade: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” (Tg 5:14). E ainda: “orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (vs. 16). Os presbíteros são os responsáveis pela liderança da comunidade cristã local. A pessoa enferma deve buscar ajuda espiritual em sua própria comunidade de fé. O óleo simboliza o poder curativo de Jesus, o qual se faz presente nesse momento junto ao enfermo (At 10:38; Mt 18:19-20). Ao ungirem a pessoa com óleo, os presbíteros separavam-na para receber atenção especial de Deus. Cristo, através de seu Espírito, concede a Igreja de inúmeros dons para beneficio de todos; entre esses dons, mencionam-se as curas (1Co 12:9-10, 28-30). A presença e intercessão da comunidade junto ao enfermo, o faz sentir-se amado e fortalecido na fé, na esperança e no amor.
Promessas de cura para os doentes são feitas em círculos espíritas, cultos afro-brasileiros, locais de peregrinações com invocação de santos e por pregadores que oferecem curas através doações financeiras (veja aqui). À luz da Palavra de Deus, um cristão não deve buscar cura nesses lugares (2Reis 1:2-3).
O cristão enfermo deve buscar e receber ajuda espiritual de sua própria comunidade de fé, participar de reuniões de oração e celebrações onde, em conformidade com o ensino bíblico, se faz intercessão por cura, bem como receber assistência espiritual em hospitais e em casa. No entanto, as orações mais intensas não conseguem obter a cura de todas as doenças (2Rs 13:14; 2Co 12:8-9), pois só desfrutaremos da plenitude das promessas quando Cristo voltar (Fp 3:20-21). Mesmo quando a cura física não acontece, o enfermo deve continuar confiando no Senhor que diz: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9). Os sofrimentos que temos que superar podem ter como sentido de completa no corpo “o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24). Os cristãos também, sempre que possível, devem consultar médicos qualificados e usar medicamentos receitados (Mt 9:12; 1Tm 5:23).
Jesus, por meio de seus seguidores, continua ainda hoje a amar, a visitar e a curar seus amados enfermos.

Fonte:  http://www.ipjana.blogspot.com.br/

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