“Passará
o céu e a terra, porém as minhas
palavras não passarão.”(Mateus 24.35).
Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero declarou ao poder do papa as
verdades Bíblicas sobre a salvação do homem. Tocado pela Palavra (Rm 1.17), ele
publicou as 95 teses que traziam de volta os princípios esquecidos pela igreja
romana. Mais uma vez Deus reavivaria a sua obra (cf Hc 3.2). A Palavra de Deus
agora teria lugar de primazia na vida da igreja.
Todos os avivamentos na história da igreja
começaram pela redescoberta da Palavra de Deus. Como podemos ver isso?
Uma reforma Religiosa nos tempos dos Reis com
Josias (2Reis 22.1-2)
O povo tinha se esquecido da Palavra de Deus, e seria condenado: “Andaram nos
estatutos das nações que o SENHOR lançara de diante dos filhos de Israel e nos
costumes estabelecidos pelos reis de Israel. Os filhos de Israel fizeram contra
o SENHOR, seu Deus, o que não era reto; edificaram para si altos em todas as
suas cidades, desde as atalaias dos vigias até à cidade fortificada.” (2Rs
17.8-9).
Josias
o Reformador (2Rs 22.8-10; 11-14) – Quem
foi Josias? O décimo sexto rei de Judá (640-609 a.C). Era um homem justo
(Cf 2Rs 22.1-2), reformou o templo e o culto a Deus. Ao reparar o Templo ele
encontrou o livro da Lei que o povo tinha
esquecido. A situação era tão terrível, que o povo não sabia que livro era este:
“Relatou mais o escrivão Safã ao rei, dizendo: O
sacerdote Hilquias me entregou um livro.
E Safã o leu diante do rei.” ( 2Rs 22.10).
O
resultado de encontrar a Palavra: “Tendo o rei ouvido as palavras do Livro da Lei,
rasgou as suas vestes.”(2Rs 22.11). Após
ter reconhecido o pecado ele renova a aliança com o Senhor, purifica o culto a
Deus (cf 2Rs 23). No período desse Rei o povo foi abençoado com a Palavra de
Deus.
Deus levantou
Josias para que trouxesse de volta aquilo que havia se perdido no meio do povo,
a sua lei e seus princípios de culto. O povo foi abençoado por mais de 30 anos
de seu reinado. Mas outros reis não seguiram o seu exemplo (Ex: Jeoacaz,
Jeoaquim).
Caminhando com a história vemos:
Uma reforma Religiosa nos tempos
do pós-exílio (Esdras 7.10)
Por causa dos pecados de Israel, o Senhor
lançou-os no Cativeiro (Babilônia). O povo desprezou a lei de Deus: “Desprezaram todos os
mandamentos do SENHOR, seu Deus, e fizeram para si imagens de fundição, dois bezerros;
fizeram um poste-ídolo, e adoraram todo o exército do céu, e serviram a Baal.”(2Rs 17.16).
Esdras um reformador (Ed 7.10)
– “Porque Esdras tinha disposto o coração
para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus
estatutos e os seus juízos.” - No
avivamento da obra do Senhor ele usa a disposição do crente (v.10a) – “Esdras
dispôs”. Antes de pregar e ensinar ele cumpriu a Palavra (v.10b) – “Tornai-vos, pois, praticantes da
palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tg 1.22). Esdras desejou
uma reforma, assim ele viveu a Palavra.
Deus aviva a sua
obra através de sua Palavra e as pessoas que ele chama para tal tarefa são
pessoas que vivem a Palavra. Não são apenas ouvintes, mas praticantes.
Caminhando com a história vemos,
ainda:
Jesus e os discípulos e a verdadeira religião
para o mundo (Mateus 24.35)
Jesus ensinou a importância da sua Palavra para a igreja: “Todo aquele,
pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;”(Mt 7.24) - A Palavra é rocha para a igreja. Jesus diz em
Sua oração: “Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade.”(Jo 17.17). Assim, seus ensinos não podem ser
mudados pois é a verdade.
Os discípulos seguiram o mesmo ensino: “Toda a Escritura é
inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça,” (2Tm 3.16). A Escritura é o poder de Deus: “Pois não
me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação
de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;” (Rm
1.16).
Deus levantou Josias e Esdras, mas
quando chegamos em Cristo vemos o exemplo maior. E os discípulos seguiram seu
exemplo. Jesus disse: “Passará
o céu e a terra, porém as minhas
palavras não passarão.”(Mt 24.35).
E por fim,
caminhando com a história vemos:
Continuação da Reforma Religiosa
A igreja vivia em meio às perseguições (desde, ou antes de 54 d.C), mas era uma igreja que se mantinha firme nas Escrituras. Então entra em cena o imperador romano Constantino (306-337 d.C), institui uma série de benefícios ao Cristianismo, tais como: isenção de impostos, terras, pagamento dos bispos e ajuda na construção de templos. Agora, o poder e dinheiro passaram a influenciar a vida da Igreja, que, em 392 d.C., se fundiu com o Estado, tornando-se a mesma coisa.
Aquele amor cristão, o partir o
pão de casa em casa e o socorrer aos necessitados viraram práticas do passado.
O Cristianismo começou a decair moralmente, e seus fiéis não correspondiam mais
à Palavra e à vontade de Deus.
Na Idade Média, quem mandava na
Igreja era o Papa. Ele tinha plenos poderes para instituir e derrubar reis e
reinos. Foi criado o “clero”, que era uma liderança muito mais política que
espiritual, e mantinha uma distância enorme do povo. O clero não tinha nada a ver
com os apóstolos que viviam em comunhão com o povo.
Alguns dos erros que cometidos pela Igreja que a fez se
distanciar da Palavra de Deus:
380 d.C. – Oração pelos mortos
535 d.C. – Instituição das procissões
538 d.C. – Celebração da missa de costa para o povo
757 d.C. – Adoração de imagens
884 d.C. – Canonização de santos
885 d.C. – Adoração da “Virgem Maria”
1022 d.C. – Legalização da penitência por dinheiro
1215 d.C. – Adoção da confissão auricular (confessar ao padre)
1470 d.C. – Invento do rosário
380 d.C. – Oração pelos mortos
535 d.C. – Instituição das procissões
538 d.C. – Celebração da missa de costa para o povo
757 d.C. – Adoração de imagens
884 d.C. – Canonização de santos
885 d.C. – Adoração da “Virgem Maria”
1022 d.C. – Legalização da penitência por dinheiro
1215 d.C. – Adoção da confissão auricular (confessar ao padre)
1470 d.C. – Invento do rosário
A necessidade urgente de uma Reforma
Então no século XVI (1517), um monge alemão chamado Martinho Lutero,
tocado pela Palavra de Deus, abraça as idéias dos pré-reformadores { John
Tauler - Alemão (1300-1361); John Wyclif (1320 – 1384); John Huss (1373 –
1415); William Tyndale – inglês (1494-1536)}. Com isso publica as suas 95
teses, que eram (e são) um protesto contra diversos pontos da doutrina da
Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo. Assim, em 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg (Alemanha), com um convite aberto ao debate
sobre elas. Inicia-se, então, a Reforma Protestante. As
suas 95 teses eram contra todo poder papal, Lutero declarou: “O verdadeiro tesouro da Igreja é o
santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.” (tese 62).
A Reforma do século XVI foi uma
volta às Escrituras Sagradas, um retorno à doutrina apostólica.
Após Lutero vieram vários outros que pregavam a Palavra de
Deus com fidelidade - Outros Reformadores: Zwinglio na Suíça (1481-1522)
e João Calvino na França (1509-1564).
Conclusão: Todos os grandes avivamentos no meio do povo
de Deus ocorreram com a redescoberta do tesouro que o Senhor nos entregou, a
Sua Palavra. Foi assim com Josias, com Esdras, e quando olhamos os ensinos de
Cristo vemos que Jesus deixa claro que Sua Palavra e ensino são eternos e são o
alicerce no qual a igreja deve estar plantada.
Precisamos de Reforma hoje! – Mas para isso é importante
lembrar que o avivamento da igreja vem por meio do real interesse pela Palavra
de Deus e não por movimento de shows “gospel” ou pentecostalismo herético! Pessoas
usadas por Deus foram pessoas que rasgaram suas vestes diante da Palavra
(Josias), que dispuseram o coração a obedecer a Palavra e praticar (Esdras). Foram
homens que não tiveram medo de enfrentar o clero e declarar as verdades
bíblicas (reformadores do séc 16).
Que possamos ser instrumentos de Deus
para uma nova Reforma!
Por rev. Ronaldo P Mendes (sermão
pregado por ocasião do culto da Reforma na 2ªIPC de Goiânia).
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