“Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão
certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem
orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.” (1Reis
17.1)
Deus levantou Elias, um homem desconhecido, de um lugar desconhecido,
para levar uma mensagem ao rei. A mensagem de Elias é urgente,
contundente e poderosa. Sua palavra era de juízo divino sobre a nação
apóstata. O povo de Israel estava com o coração dividido, servindo a uma
divindade pagã e creditando as bênçãos divinas a esse ídolo abominável.
Baal era o deus da fertilidade. Se a chuva fosse retida, a
credibilidade dessa divindade pagã cairia por terra. Isso seria quebrar a
espinha dorsal de Baal. Foi o que Elias fez. Ele orou para Deus fechar
as comportas do céu e reter as chuvas, e isso foi exatamente o que Deus
providenciou.
Elias não procede da classe sacerdotal nem vem da escola de profetas.
Elias não é um homem rico nem carrega medalhas de honra ao mérito. Sua
família é humilde, e sua aparição, despretensiosa. Isso nos ensina que
Deus não precisa de estrelas para fazer sua obra; ele precisa de homens
disponíveis e obedientes. A origem de Elias é um golpe no orgulho dos
poderosos. Ele vem de Tisbé, um lugar obscuro e desconhecido. É um
ilustre desconhecido, sem títulos, sem diplomas na parede. Não é um
figurão. Um dos grandes problemas enfrentados pela igreja evangélica
brasileira é o pecado da tietagem. Alguns pastores e cantores são
tratados como astros e atores. São pessoas altivas que gostam do sucesso
e estão embriagadas pela fama. São pessoas que se sentem importantes
demais e acabam colocando o seu ninho entre as estrelas (cf Obadias 2).
Há pastores que gostam desse glamur do sucesso e se perdem nessa tolice
ensandecida.
Elias se apresenta a Acabe com uma mensagem solene e urgente. Ele diz
que não choverá em Israel durante três anos e meio, segundo a sua
palavra (1Reis 17.1). Por que tamanha convicção? O texto não responde.
Mas, quando lemos Tiago 5.17, encontramos que Elias orou com instância
para não chover, e não choveu. Com isso, aprendemos que Elias associou o
ministério da pregação com o ministério da oração. Ele orou com
instância para não chover e entregou a mensagem a Acabe. Quem ora prega
com poder. Quem ora prega com eficácia. Só podemos ter êxito em púlpito
se tivermos intimidade com Deus em secreto. Só podemos prevalecer diante
dos homens se primeiro prevalecermos em secreto diante de Deus. Elias
se levantou diante do rei porque primeiro se prostrou diante do Rei dos
reis. Sem oração teremos apenas luz na mente, mas não fogo no coração.
Uma das grandes tragédias da igreja evangélica hoje é que nós separamos
pregação de oração. Temos gigantes do saber no púlpito, mas pigmeus na
vida de oração. Temos pastores com fome de livros, mas sem fome de Deus.
Pastores que conhecem muito a respeito de Deus, mas não conhecem a
intimidade com Deus. Os apóstolos entenderam que a oração e o ministério
da palavra precisam andar juntos (Atos 6.4). É lamentável que a média
de vida devocional dos pastores brasileiros não passe de quinze minutos
por dia. Isso, na verdade, é uma calamidade!
Elias teve autoridade de aparecer na presença dos homens porque andava
na presença de Deus. Elias era um homem semelhante a nós: teve medo,
sentiu solidão, fugiu, pediu para morrer, ficou deprimido (cf Tiago
5.17; 1Reis 19.1-3). Mas Elias também aprendeu a viver na presença de
Deus. A maior necessidade da igreja hoje é de pastores que vivam na
presença de Deus. A maior necessidade hoje é de pastores que conheçam a
intimidade de Deus. Muitos falam sobre Deus, mas não o conhecem.
Precisamos desesperadamente de um avivamento na vida dos pastores.
Precisamos de um avivamento nos púlpitos. Precisamos aprender com Robert
Mackeyne, o pastor presbiteriano da Escócia que viveu no século 19 e
morreu aos 29 anos. Quando esse jovem pastor se levantava no púlpito, as
pessoas já começavam a chorar, tamanha a intimidade que ele tinha com
Deus. Hoje muitos pastores buscam os holofotes, gostam das luzes da
ribalta, querem galgar os degraus mais elevados do sucesso, mas nunca se
humilharam sob a poderosa mão de Deus, nunca conheceram as delícias da
intimidade com Deus.
Por rev. Hernandes Dias
Lopes, fonte: trecho do livro: De: Pastor A: Pastor, Ed. Voxlitteris;
resumo e adaptação para o blog: rev. Ronaldo P. Mendes.
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