Por Josemar Bessa
Nossa geração deseja
todas as coisas que os povos idólatras do passado desejavam, e quando a igreja
deseja ser relevante para mentes assim, ela entra no mesmo jogo.
Pense na idolatria no
passado. Ela tinha uma fórmula simples. Tudo que a maioria das pessoas buscam é
uma maneira simples de resolver seus problemas, ser “feliz”... um atalho. A
fórmula deles era crie um deus, esculpa um deus numa madeira, ou ouro, ou... e
o deus irá entrar neste ícone que você criou. Assim você tem um deus no seu
meio e um deus controlável. Você agora tem toda a atenção dele quando você
quiser e para os seus próprios fins.
Agrade a esse deus,
satisfaça as necessidades dele, e ele satisfará as suas. Você tem com ele um
elemento de barganha. Eles precisam de comida e sacrifícios... você precisa de
benções. Faça a sua obrigação e ele estará obrigado a fazer a dele. Esse era a ideia...
não parece com a maior parte do “evangelho” pregado hoje?
Outra característica da
idolatria é que ela é fácil. O deus não tinha interesses morais em você, era
uma atividade religiosa vã. A questão era: faça o que quiser com a sua vida,
contanto que você ofereça os sacrifícios exigidos. O resto é contigo. Como e
bom ouvir um “evangelho” assim...
Por isso a idolatria
sempre é conveniente. Deuses do mundo antigo eram fáceis de encontrar, um para
cada necessidade, o acesso era em toda parte, você pode levar o amuleto para
casa, enquanto se desloca...
A idolatria era normal.
E como isso define para a maioria das pessoas o seu padrão – a maioria faz isso
– quase todos prestam culto assim... Todo mundo faz isso. Cultuar assim não
pode estar errado.
A idolatria é lógica
para a mente natural. Nações são diferentes, pessoas são diferentes... suas
necessidades e desejos são diferentes... Obviamente deve haver uma divindade
diferente, ou que pelo menos se ajuste a todas essas diferenças. Dessa forma
cada um pode encontrar algo que lhe seja confortável e satisfaça suas
necessidades. Isso não é lógico? Quanto mais opções melhor, mais pessoas podem
ser alcançadas.
A idolatria era e é
agradável aos sentidos. Temos que ter algo que impressione vários sentidos das
pessoas – audição, visão, tato... para ajudá-las ver o seu deus... objetos de
contato, de fé... é muito difícil alguém ficar impressionado com algo que não
pode ver, tocar, sentir...
A idolatria sempre é
indulgente. Grande parte dos sacrifícios não exige de fato muito sacrifício do
adorador, ele continua senhor de sua própria vida... e depois de tudo ele podia
desfrutar do sacrifício... sobrava muito para o homem... bebida, comida... ou
os benefícios que seriam recebidos... não havia perdas reais. Generosidade para
com os deuses colocava você na festa deles...
A idolatria era
sensual... Todo sistema era cheio de erotismo. Que assunto mais encanta essa
geração? Como os sermões seriam, na mente de muitos, mais interessantes se
estivessem cheios de erotismo... sensualidade... como podemos ter mais, como
podemos ser mais plenos e realizados eroticamente... esse é o grande tema da
nossa geração, dentro e fora da igreja. A idolatria naqueles dias era assim,
sensual. Os rituais poderiam se transformar em orgias. Sexo na terra
significava sexo no céu, e sexo no céu significava chuva na terra, colheitas e
grandes rebanhos... ah! Os deuses da fertilidade...
Você pode perceber
porque havia e há tanta atração na idolatria? Você pode ver porque Israel ao se
misturar com os povos nunca esses povos se voltavam para Deus e sim Israel para
a idolatria?
Você como esse tem sido
o ponto nevrálgico da igreja no mundo? Você entende porque o mundo está na
igreja e a “igreja” ao crescer o mundo não tem se tornado como a igreja mais o
oposto tem acontecido? Você como a estratégia de ser cada vez mais parecido com
o mundo em seus valores, temas... já é uma derrota disfarçada de estratégia?
Porque nossa geração,
porque muitos que estão na igreja visível tem esse coração que diz: “Eu quero uma espiritualidade que me deixe
senhor de mim mesmo, que me custe pouco, que seja fácil de ver, fácil de fazer,
que tenha poucos limites éticos e doutrinários, que me garanta o sucesso, que
me faça sentir bem, que não me ofenda, que não ofenda os que me rodeiam...
pregue isso e eu ouvirei.”
A tragédia é que nós,
nossa geração, grande parte das pessoas que enchem as igrejas... querem o mesmo
que todos os povos idólatras mostrados na Bíblia queriam.
Podemos ir a todas
essas coisas de uma maneira um pouco diferente, mas...
Queremos uma fé que nos
leve as coisas desejadas e que garanta o sucesso em nossas vidas (Evangelho da
prosperidade).
Queremos um discipulada
que é sempre conveniente (Igreja virtual).
Queremos uma religião ritualística
( Cristianismo nominal ).
Queremos culto que
satisfaça desejos não espirituais ( Culto ao entretenimento)...
Queremos seguir a Deus
de uma maneira que faça sentido para o mundo, que nos faça sentir bem, e que
seja fácil para qualquer homem natural entender.
Em toda a Bíblia, nos
dois Testamentos, a idolatria sempre foi a maior tentação para o povo de Deus.
Dê uma olhada honesta ao seu redor, para dentro do seu próprio coração – e diga
a verdade, a idolatria ainda é a maior tentação para aqueles que se dizem povo
de Deus. Ainda é, nunca minimize isso, pois esse foi um erro trágico no
passado, e ainda é o erro trágico de nossos dias.
“Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos. Amém”.
1
João 5:21
Fonte: Josemar Bessa
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