quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O barro continua criticando o trabalho do Oleiro.


Por Josemar Bessa

Em nossa geração nada é mas comum do que o barro criticar o Oleiro, o barro fazer debates sobre o Oleiro, o barro querer definir  Oleiro...

Quando as pessoas (muitas vezes também no meio cristão), por exemplo,  dizem que se Deus é Todo-poderoso e é amor o mal não devia existir ou operar como opera...  

A idéia do “barro” é que Deus deve executar e dirigir o universo de acordo com o nosso conjunto de regras. “Se eu fosse Deus”, dizem, “eu não permitiria...” Esta é uma visão antropocêntrica do universo. Esta visão enche o mundo, nossa cultura, e também, infelizmente, grande parte dos que se dizem cristãos. A visão antropocêntrica do universo vê e acha que tudo que nos faz sofrer é necessariamente mau.

Todo o problema que temos com o que é mau neste mundo, flui do completo afastamento da nossa mente da cruz.

A queda de Adão não apenas mergulhou a humanidade no pecado, ela rompeu a harmonia inerente à ordem criada: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” - Romanos 8:20-22

Toda dor e sofrimento existente está alicerçada no fato de que essa harmonia  inerente na criação ficou desestruturada pelo pecado. Mesmo quando os seres humanos não tem uma ligação direta por seus atos específicos na causa do sofrimento, terremotos, furacões, enchentes, tsunamis... é, no entanto devido a essa desestruturação, por causa do pecado,  na ordem criada, que tosas essas coisas fluem.

Então o que é que Deus faz? Uma coisa que sabemos que Ele não faz, pelo menos numa base regular, é intervir como nós, o “barro” sábio, achávamos que ele deveria fazer. Ele não bloqueia balas perdidas, carros desgovernados, vírus fatais, furacões... em vez disso, Ele restabelece a ordem no cosmos, reconciliando ele a si mesmo na morte do seu Filho Jesus (2 Co 5.18,19). Como Paulo expressa tão claramente em Efésios 1.10 – “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” - Efésios 1:10

Em Cristo, Deus sofre o “mal”, dor... e finalmente tudo isso é empregado para o bem, superando a morte e reconciliando tudo que foi alienado pelo pecado em Jesus, para expressão infinita da glória de um Deus santo contra quem todo pecado é cometido.

Todo o problema que temos com a questão do mal e do sofrimento acontece quando tentamos abordá-los além da cruz de Cristo, centrado no homem e não na glória de Deus. Deixamos assim o terreno da verdade e a discussão torna-se uma abstração filosófica onde colocamos a misericórdia de Deus, e o amor de Deus contra a sua onisciência e poder infinito.

A cruz deve silenciar todas as especulações. Aqui, e só aqui, o Inocente sofre por outros que de fato são culpados e merecem não só sofrer agora, mas como para sempre. Aqui, e só aqui, o próprio Deus tem a mais extrema injustiça jogada sobre Ele mesmo, e nesse ato hediondo que é sua crucificação, ele faz a reconciliação pela qual toda criação geme.

Jesus Cristo, o segundo Adão, o Cabeça de uma nova criação, redefine o universo desordenado em sua própria morte e ressurreição, restaurando tudo em sua morte.

Em Cristo não há o “Problema do Mal” e do sofrimento, pois nEle “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam, daqueles que foram chamados segundo o seu propósito” (Rm 12.32).

A história não acabou! Assim como este mundo foi uma vez livre do mal e da dor inicialmente, assim será novamente no Retorno do Rei! O Paraíso perdido será então o paraíso restaurado e infinitamente maior. Este universo será ressuscitado para revelar toda a glória do Cordeiro que foi morto.

Uma nova e infinita era onde Deus prometeu morar com o seu povo e para sempre mantê-los longe de todo mal e sofrimento para que gozem para sempre de Sua glória infinita e nela regozijem. Como lemos nos capítulos finais da Bíblia: “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” - Apocalipse 21:3-4
Fonte: Josemar Bessa

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