segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Carismáticos sem Fronteiras

Aníbal Pereira dos Reis

As pessoas do grande grupo de participantes daquele primitivo encontro de Pittsburg espalharam-se e levaram sua mensagem pentecostalista a outros recantos e regiões da América do Norte.
No intento de permear também a elite norte americana o clero Vaticano instalou naquele pais muitas universidades católicas dentre as quais se sobreleva a de Notre Dame, famosa inclusive por suas apresentações esportivas.
Ainda manipulados pelo sacerdote jesuíta Edward O'Connor, Ralph Keifer e Steven Clark se introduziram nessa Universidade. No verão de 1967, apenas um ano depois do ocorrido na Universidade de Duquesne do Espírito Santo, considerável parte das três mil pessoas participantes do curso de extensão em matérias adiantadas, foi atingida pela nova experiência. Procedentes de muitas regiões do país, cada uma levou para sua terra o recado carismático. Tudo, de resto, se cumpriu consoante o planejamento do jesuíta O'Connor.
Ainda em Pittsburg passou a sobressair na maré montante do pentecostalismo católico o casal Kevin e Doroty Ranaghan, que, por sinal, se tornou conhecido também no Brasil com o seu livro CATÓLICOS PENTECOSTAIS vertido para o nosso idioma com sua larga difusão a partir de 1972 sob a responsabilidade da editora pentecostalista O. S. BOYER, de Pindamonhangaba, interior Paulista.
Esse livro incentivou considerável simpatia do pentecostalismo brasileiro para com o movimen­to carismático romano.
Até então os pentecostalistas acerbamente corri batiam as crassas práticas idólatras romanístas. Daí por diante tornou-se difícil ouvir-se um deles levantar a voz nesse sentido. E se ocorre, carregam-no de duras reprimendas os irmãos de "segunda benção".
O surto pentecostalizante tem avassalado tradicionais denominações protestantes e evangélicas.
O casal Ranaghan, em seu livro, sem quaisquer subterfúgios, admite: "um dos mais ricos frutos desse movimento carismático contemporâneo é a união dos cristãos de muitas denominações, no Espírito de Jesus. Episcopais, luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas, discípulos, nazarenos, irmãos, assim como pentecostais denominacionais tem se tornado nossos queridos irmãos e irmãs em Cristo, unidos pelo batismo com o Espírito Santo" (p. 282).
Releva frisar serem católicos os Ranaghan. Segundo a opinião deles o apelidado batismo no Espírito Santo a todos nivela dissolvendo todas as barreiras doutrinárias.
Os resultados positivos prognosticados pela hierarquia clerical com a incursão carismática nos domínios pentecostalistas e pentecostalizados do protestantismo e das denominações evangélicas surgiram muito antes do tempo previsto.
Os autores do livro CATÓLICOS PENTECOSTAIS se tornam irreprimíveis em sua vitoriosa e objetiva conclusão: "... um saudável aspecto ecumênico se desenvolveu no movimento e tem sido tremendamente frutífero..." (p.195).
O monge beneditino brasileiro Estevão Bettencourt, com otimismo lastreado na realidade, chega a igual conclusão: "O ecumenismo (tendência a aproximação crescente das diversas denominações cris­tas entre si) constitui uma nota forte do pentecostalísmo católico. A este titulo, o movimento merece aplausos e apoio" (in PERGUNTE E RESPONDE­REMOS, 149/1972, p.238).
Harold J. Rahn e outro jesuíta. Veio dos Estados Unidos para o Brasil investido da incumbência de fomentar aqui o desenvolvimento carismático. Sobre a matéria já escreveu o livro SEREIS BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO. Sem quaisquer rebuços declara: "...tenho visto o movimento pentecostal favorecer melhor o entendimento ecumênico, em pouco tempo, que discussões teológicas, por um longo período" (p.22). "Freqüentemente, são (os pentecostais católicos) abertos a ponto de apreciar, e mesmo aceitar, muitas das proposições que nos são caras" (ps.21,22).
Os pentecostalistas, de fato, a todos e a tudo nivelam por sua experiência característica. Despidos de convicções bíblicas concordam com todos e com todos se unem desde que passem pelo seu chamado batismo no Espírito Santo que, diga-se a bem da verdade conquanto de passagem, nada tem a ver com o Evento do dia do Pentecostes segundo o registro de Atos 2.
Rahn tem toda a razão! Os católicos carismáticos não se preocupem! Não precisam por causa dos pentecostalistas abrir mão dos seus aberrantes dogmas. Os pentecostalistas e pentecostalizados aceitam as mais queridas proposições vaticanas.

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Fonte:
Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos, Edições Caminho de Damasco, 2ª edição, Sâo Paulo, 1992.


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org

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