sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O escândalo homossexual de WikiLeaks

Após ficar separado de seu amante gay, soldado homossexual vinga-se vazando informações secretas

Joseph Farah

O deputado federal Peter King (que representa Nova Iorque pelo Partido Republicano) chama o assim chamado escândalo da Wikileaks “pior do que um ataque militar”.

Se for verdade, ele nos deu uma ideia de como o governo de Barack Obama poderia reagir no caso de um ataque militar de verdade.

O ministro da Justiça Eric Holder ordenou uma investigação criminal.

Foi exatamente o que Bill Clinton fez quando terroristas muçulmanos atacaram pela primeira vez o World Trade Center, em 1993. Ele tratou a coisa como se fosse um crime casual de rua. E o resultado daquele erro imenso foi a destruição do World Trade Center e a perda de 3,000 vidas oito anos depois, no pior ataque já cometido contra os Estados Unidos.

Mas o erro de agora é maior e, sob vários aspectos, pior do que o de Clinton, porque esses vazamentos são sintoma de um pesadelo de segurança nacional da autoria do próprio Obama.

Somente um governo sem qualquer respeito por segredos poderia permitir uma lambança dessas, para começo de conversa. E Obama não dá sinais de ter alguma ideia do que há de errado em seu próprio governo.

Os Estados Unidos são motivo de chacota em todo o mundo hoje, como consequência desse fracasso na segurança nacional. A revista alemã Der Spiegel chama os vazamentos de “dissolução da política externa americana.”

“Nunca antes na história, uma superpotência perdeu controle de tamanho volume de informações confidenciais…” disse a revista alemã. “Nunca antes a confiança que os aliados têm nos EUA sofreu um abalo tão grande.” O jornal britânico Guardian escreveu: “A impressão que se tem é a de uma superpotência vagando desamparada em um mundo onde ninguém se comporta conforme as ordens.”

Sim, Sr. Obama, há gente ruim aí no mundo para quem os Estados Unidos não têm nenhuma utilidade — nem mesmo com você como líder máximo.

Mas quem é o responsável?

Um dos que estão sendo acusados é o soldado Bradley Manning — um jovem que não deveria estar no exército porque é homossexual. Entretanto, ele não só teve permissão para trabalhar no exército, mas também teve acesso aos mais importantes segredos de segurança nacional, centenas de milhares de documentos confidenciais, os quais ele entregou para WikiLeaks.org.

Esse rapaz era definido desde terna idade por sua homossexualidade, de acordo com o jornal New York Times. Seus amigos no exército sabiam que ele era homossexual. Mas ninguém perguntou e ninguém disse.



Eis aqui como o New York Times contou a história, em agosto passado: “Mas foi mais ou menos dois anos atrás, quando o soldado Bradley Manning veio aqui [a Cambridge, Massachusetts], para visitar um homem por quem ele tinha se apaixonado, que ele finalmente pareceu ter encontrado um lugar ao qual se ajustava, um círculo social que incluía hackers com motivações políticas e seu namorado, um drag-queen professo. Então, quando sua carreira militar parecia não ter muito futuro, o soldado Manning, de 22 anos, apegou-se cada vez mais àqueles amigos, em busca de apoio moral. E agora alguns daqueles amigos dizem estarem se perguntando se o desespero dele por aceitação — ou ilusões de grandeza — pode tê-lo levado a revelar o maior volume de segredos desde o vazamento de documentos do Pentágono em 1971.”

Quer dar uma olhada maior no tipo de pessoa responsável por este ataque contra os Estados Unidos?

“Na escola, Bradley Manning era claramente diferente da maioria dos outros alunos de sua idade,” disse o Times. “Ele gostava mais de hackear os jogos de computadores do que de brincar com eles, disseram os vizinhos. E eles disseram que ele parecia ter sólidas opiniões, que estavam além de sua idade, sobre política, Cristianismo e até sobre manter o Cristianismo fora da política. Em sua cidade natal que fica numa região onde a Bíblia é altamente valorizada, ele certa vez escreveu em tom de zombaria que essa região tinha “mais bancos de igreja do que gente nos bancos”. O soldado se recusava a recitar partes do Juramento de Lealdade que se referiam a Deus e a fazer trabalhos escolares que incluíssem a Bíblia. E se um professor questionasse as opiniões dele, disseram os ex-alunos que estudaram com ele, ele era rápido em rechaçar.”

Manning alistou-se no exército para ter um salário e assim poder pagar a faculdade, e adivinhe o que o exército fez com ele? Deu-lhe uma identificação especial de entrada em lugares militares proibidos, com acesso a informações secretas, e o treinou como analista de informações confidenciais. Então, depois que Manning se apaixonou loucamente pela drag-queen Tyler Watkins, o exército o mandou para o Iraque.

A propósito, ele manteve seu cartão de entrada em locais secretos e o acesso a informações confidenciais, apesar de ter sido repreendido duas vezes, inclusive por atacar um oficial militar. Ele também disse a amigos que estava usando drogas na mesma época em que estava copiando centenas de milhares de mensagens diplomáticas para serem publicadas pelo Wikileaks.org.

Manning vai receber uma longa pena de prisão pelo que fez. Ninguém duvida de que outros acabem sendo processados com todo o rigor da lei. Mas eu não culpo tanto esses desajustados por fazerem o que todo mundo sabe que os desajustados fazem. Eu culpo o sistema de cegueira moral e a total ausência de bom senso que praticamente tornaram isso inevitável.

Título original: Nobody asked, nobody told

Tradução do Dextra, feita a pedido e por recomendação de Julio Severo. Revisado e adaptado por Julio Severo.

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